
Graziela Zambão Abdian é Doutora em
Educação, professora do Departamento
de Administração e Supervisão Escolar
(DASE) e do Programa de Pós-Gradua-
ção em Educação da Faculdade de Filo-
soa e Ciências da Universidade Estadu-
al Paulista (Marília). Líder do Centro de
Estudos e Pesquisas em Administração
Educacional (CEPAE), grupo cadastra-
do no Diretório dos grupos de pesquisas
do CNPq.
Este livro apresenta aos estudiosos e
prossionais da Educação um conjunto de
análises que os proporcione conhecer uma
das leituras possíveis da constituição histó-
rica da Administração Educacional, apon-
tando os limites deste discurso e suas poten-
cialidades. A autora narra sua experiência
discursiva em Administração Educacional,
em uma perspectiva de revezamento teoria e
prática, na qual seu cotidiano como docente
e pesquisadora foi seu lugar privilegiado de
análise. O objetivo principal foi indicar os
limites da produção discursiva, mas também
suas potencialidades para que novos pesqui-
sadores possam construir um vasto conjunto
de problematizações que façam multiplicar e
se diferenciar o conhecimento.
Primeiramente, analisa o processo de
institucionalização da disciplina Administra-
ção Educacional como um dos procedimen-
tos que organizaram a formação discursiva e
a zeram funcionar sob determinada regu-
laridade, proliferada também com a entrada
de autores críticos nesta ordem discursiva os
quais desconstruíram determinadas asserti-
vas, mas não o modo de funcionamento e
proliferação do discurso.
Em seguida, como o leitor encon-
trou a construção do cotidiano escolar como
uma perspectiva apresentada pelos próprios
pesquisadores como potente para o desen-
volvimento do discurso, a autora explicita
três perspectivas teórico-metodológicas de
estudo na escola e com a escola que serviram
de subsídios para a realização de pesquisas
dos integrantes do seu grupo, expondo seus
limites e potencialidades para a diferenciação
do discurso em Administração Educacional.
Entendendo que há limites impostos por re-
gras históricas que impedem o discurso de
diferenciar-se por meio da proposição de
novas problematizações e que há potenciali-
dades não exploradas, são desenvolvidas, por
m, categorias que integram uma perspec-
tiva discursiva pós-estruturalista buscando
provocar um diálogo com os pares acadê-
micos ou, talvez, uma adversariedade pró-
pria de uma política acadêmica democrática
(LACLAU; MOUFFE, 2015).
LIMITES E POTENCIALIDADES DO DISCURSO EM ADMINISTRAÇÃO EDUCACIONAL
Para revisitar a História da Administração Educacional, são utilizadas
como ferramentas a Ordem do discurso (FOUCAULT, 2014) e Hege-
monia e Estratégia Socialista (LACLAU; MOUFFE, 2015). Com esses
autores, considera-se que mais importante do que indicar a origem
do discurso em Administração Educacional ou o que ele é conceitual-
mente, é analisar os procedimentos que o organizaram, zeram-no
funcionar e o institucionalizaram, exercendo funções na formação dos
prossionais e pesquisadores em Educação.
As potencialidades do discurso foram compreendidas como a multi-
plicidade de práticas discursivas no sentido da presença de lógicas de
equivalências entre elementos dispersos em um movimento antagôni-
co com um exterior constitutivo que desestabiliza a hegemonia a todo
momento (LACLAU; MOUFFE, 2015); e os limites do discurso foram
reconhecidos como os elementos que se repetiram nas diferentes práti-
cas articulatórias impedindo-as de se diferenciar. Ou seja, os limites
foram tratados como as regularidades e as forças de manutenção do
discurso hegemônico e as potencialidades como os aspectos não ar-
ticulados na prática discursiva e que podem desestabilizar as regras e
constituir novas formas de pensar. A proposta é de existência de uma
política democrática acadêmica que consiga pensar a Administração
Educacional de forma não dual e prescritiva.
Programa PROEX/CAPES:
Auxílio Nº 0039/2022
Processo Nº 23038.001838/2022-11
Graziela Zambão Abdian
Graziela Zambão Abdian
LIMITES E POTENCIALIDADES
DO DISCURSO EM
ADMINISTRAÇÃO EDUCACIONAL