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592), visto que “[...] buscamos o comum sob a diferença” (PARAISO,
2010, p. 592), somos “acostumados a olhar por meio da identidade”
(PARAISO, 2010, p. 593). Assim, “[...] pensar o currículo com a diferença
deleuziana é tirar o foco da identidade” (PARAISO, 2010, p. 592), é
romper com a ideia de “[...] classificar, encontrar a unidade, aquilo que as
identifica: a identidade” (PARAISO, 2010, p. 592).
Com efeito, “[...] um currículo é diferença por natureza; é pura
diferença; é diferença em si” (PARAÍSO, 2010, p. 588), “[...] exalta e
reivindica a diferença em si: o diferenciar-se em si da própria coisa”
(PARAÍSO, 2010, p. 588). O currículo da diferença diz respeito a uma
reivindicação da diferença pura, da multiplicidade, implica “[...] aquelas
hastes de rizomas que brotam, crescem e se bifurcam” (PARAÍSO, 2010,
p. 595). Em síntese, “[...] para ver, sentir e registrar o jogo da diferença,
em vez do ‘é’ (que remete à identidade), devemos priorizar o ‘e’ (que
remete à multiplicidade). O ‘e’ é o entre-espaço de um currículo, é o que
está no meio, que cresce no meio dos currículos” (PARAÍSO, 2010, p.
595). Desse modo, assenta-se no terreno rizomático da diferença pura:
“Um currículo é, por natureza, rizomático, porque é território de
proliferação de sentidos e multiplicação de significados” (PARAÍSO,
2010, p. 588).
Inspirada nas ideias de uma “literatura menor” e de uma “educação
menor” (GALLO, 2006), a autora remete a um “currículo menor”, àquele
do cotidiano das escolas, que tem como critério o acontecimento. Dessa
maneira, a diferença é o ponto de partida, “[...] a diferença é o que vem
primeiro; é o motor da criação” (GALLO, 2006, p. 592), é “puro
acontecimento” (GALLO, 2006, p. 588).
Salienta que o currículo deve “[...] transgredir, fazer proliferar a
diferença, o singular, a criação, o movimento” (PARAÍSO, 2005, p. 72).
Diferença e repetição são elementos atrelados e essenciais ao currículo pós-