
Na obra, a brincadeira se fortalece como objeto de estudos e como guia
para movimentos essenciais nos processos vitais à constituição da inte-
ligência e da personalidade na infância, congurando bases fundamen-
tais à aprendizagem da linguagem escrita em sua vivacidade. Trata-se
de uma composição textual potencializadora de debates necessários em
torno do papel social da escola dedicada à criança pequena – particu-
larmente aquela em idade pré-escolar, dos lugares de seus agentes inte-
lectuais (equipe, professoras e professores e outros prossionais atuantes
no ambiente escolar) e da criança no ambiente educativo. No seio das
discussões rmam-se avanços cientícos e políticos sobre o valor desse
ambiente escolar como espaço potencialmente organizado para fomen-
tar condições necessárias e favoráveis à constituição humana – de adul-
tos e crianças – em sua inteireza e plenitude. O teor do livro convoca-
-nos, assim, a revisitar certezas e ideias do senso comum, considerando
questões e tensões sociais, econômicas, políticas, sanitárias da atualidade
e perspectivando o compromisso ético, político e social de atuarmos na
direção da formação de inteligências e personalidades harmônicas desde
o começo da vida. Esse processo educativo tem caráter revolucionário e
emancipatório – ainda que tenhamos consciência das forças contrárias
e alienadoras fortalecidas por uma sociedade capitalista como a nossa –
porque se refaz a cada dia para fortalecer condições concretas e efetivas
à formação plena de crianças e dos prossionais que as educam.
Juliana Bomm
Nascida em Garça, interior de São Paulo,
atualmente vivencia o entrelugar Bauru/
SP-Passos/MG. É doutoranda do Programa
de Pós-graduação em Educação da UFSCar,
na linha Educação, Cultura e Subjetividade.
Mestra em Educação pela UNESP/Marilia
(2012) - realização do programa Sanduíche
realizado na Universidade de Évora- Por-
tugal - com nanciamento do Programa
Internacional de bolsas de Pós-graduação
da Fundação Ford/Brasil. Graduada em
Pedagogia UNESP/Marília (2007). Atua
como professora efetiva da Universidade
do Estado de Minas Gerais (UEMG/Pas-
sos). Tem experiência de ensino e pesquisa
em Educação, atuando principalmente nos
seguintes temas: teoria histórico-cultu-
ral, desenvolvimento infantil, formação de
professores, currículo e diferença. Líder do
grupo de estudos e pesquisas DIFEduCC-
-Diferença, Educação, Cultura e Currículo.
Programa PROEX/CAPES:
Auxílio Nº 0798/2018
Processo Nº 23038.000985/2018-89
No contexto em que atravessamos tem-
pos duros e difíceis, com um mundo
marcado pela pandemia causada pela
Covid-19, a educação escolar deslocou-
-se temporariamente do espaço físico das
instituições educacionais para o espaço
virtual. Educadores(as) e estudantes pas-
saram a vivenciar aulas mediadas pelas
telas dos computadores e dos smartfones.
Em consequência, para o campo da edu-
cação apresentaram-se muitas preocupa-
ções acerca do problema dos “prejuízos”
que a pandemia pode ter produzido na
aprendizagem das nossas crianças, espe-
cialmente, no que diz respeito à aquisição
da linguagem escrita. Nesse sentido, este
livro, publicado após dez anos da con-
clusão da pesquisa, se torna atual, uma
vez que vem proporcionar ao(à) leitor(a)
reexões sobre o papel do brincar no
processo complexo do desenvolvimen-
to histórico e cultural da apropriação da
linguagem escrita na criança pré-escolar,
ressaltando-o como fonte de desenvolvi-
mento da função simbólica, e, portanto,
como atividade-guia que cumpre função
primordial na pré-história do desenvol-
vimento da linguagem escrita.
O PAPEL DO BRINCAR NA APROPRIAÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA
Juliana Cristina Bomm
ELIEUZA APARECIDA DE LIMA