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A disputa narrativa dos deputados tinha o apoio do jornal que pode
ser visto também como elemento do campo político. Diversas matérias
foram publicadas criticando veementemente a carência de escolarização
para os pernambucanos, constituindo, assim, uma frente de oposição ao
governo de Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho (PSD). Ainda em
relação ao convênio do ginásio, o jornal destaca outra questão, isto é, a
dificuldade em estabelecer uma articulação política que viabilizasse um
plano estadual de educação para dar acesso a toda a população sem
escolarização. Isso fica evidente nas práticas políticas populistas e
coronelista imbricadas no discurso dos atores políticos. Ver:
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-
biografico/alexandre-jose-barbosa-lima-sobrinho.
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Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho nasceu em Recife. Era bacharel em Direito e Jornalista.
Dedicou-se como colaborador em 1917 no Diário de Pernambuco, no Jornal Pequeno e,
principalmente, no Jornal de Recife. Ingressou na vida política em 1934, vinculando-se ao Partido
Social Democrático (PSD) de Pernambuco. Foi deputado federal em outubro de 1934. Em maio
de 1938, Barbosa Lima Sobrinho assumiu a presidência do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA).
Em março de 1945, em pleno processo de redemocratização do país, Barbosa Lima Sobrinho tomou
parte na elaboração do primeiro programa do PSD e, ao lado de Agamenon Magalhães, participou
ativamente dos trabalhos de criação do partido em Pernambuco. Foi governador em Pernambuco,
ficando no cargo de 1948 a 1951. (CPDOC).
Ver: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/alexan
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dre-jose-barbosa-lima-
sobrinho.
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Victor Nunes Leal foi o criador do termo, em 1948, no livro “Coronelismo, Enxada e Voto”.
Entende-se coronelismo como resultado da superposição de formas desenvolvidas do regime
representativo a uma estrutura econômica e social inadequada (…) o coronelismo é, sobretudo um
compromisso, uma troca de proveitos entre o poder público, progressivamente fortalecido, e a
decadente influência social dos chefes locais, notadamente, os senhores de terras.
Ver LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no
Brasil. 2. ed. São Paulo: Alfa e Ômega, 1975.
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Distrito criado com a denominação de Alagoa de Baixo, pelas leis provinciais nº 93, de 04- 05-
1842, e 639, de 03-06- 1865, lei municipal nº 52, de 03-08-1892, subordinado ao município de
Cimbres. Pelo Decreto-Lei estadual n.º 952, de 31-12-1943, o município de Alagoa de Baixo
passou a denominar-se Sertânia O topônimo Sertânia significa: “CIDADE SERTANEJA”. O
TOPÔNIMO original era: “ALAGOA DE BAIXO”.
Ver https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/pernambuco/sertania.pdf.