
Eaçã Iia: a
açã a
163
Ressaltam Tavares e Carvalho (2010, p. 3-4):
Percebe-se que em nosso país, entre os documentos que compõem o
conjunto de leis denominado Políticas Públicas e sua implementação,
há um grande fosso. Com as políticas públicas educacionais na área
de educação de surdos, não é diferente. Há lei para acessibilidade que
garante intérprete de Língua de Sinais/Língua Portuguesa durante as
aulas, exibilidade na correção das provas escritas, materiais de infor-
mação aos professores sobre as especicidades do aluno surdo etc. Mas,
na prática, o que se percebe, é o aluno surdo mais excluído do que in-
cluído nas salas de aula regulares, enfrentando diculdades, que, mui-
tas vezes os seus familiares é que tentam minimizar, buscando soluções
nem sempre ecientes para ajudá-los. Por outro lado, professores, em
sua maioria, sem conhecimento mínimo da Libras e, algumas vezes,
subsumido por uma carga horária de trabalho exaustiva, não têm tem-
po para buscar uma formação continuada na área. Carece-se também
de cursos de Libras básico e, principalmente, avançado, pois o estudo
da língua em seus aspectos gramaticais ainda é restrito em nosso país,
justamente porque faltam professores formados nessa área.
Há que se levar conta que os professores responsáveis por minis-
trar essa disciplina, bem como os graduandos de Pedagogia, irão operar
com uma língua que possui uma estrutura linguística diferente da língua
portuguesa. Nesse caso, tem uma relação direta com a natureza da dis-
ciplina, no que concerne às suas proposições, ou seja, se a disciplina se
destina a ensinar a Libras (no sentido da capacitação nessa modalidade
de linguagem) ou sobre a Libras (GIROTO; MARTINS; LIMA, 2015).
A esse respeito, Quadros e Campello (2010) mencionam que a proposta
da disciplina Libras no curso de Pedagogia é a de oferecer conhecimentos
básicos dessa língua, haja vista a necessidade de compreensão da disciplina,
que o objetivo dela é propiciar ao estudante conhecimentos introdutórios
sobre seu contexto histórico, cultural, social, educacional, linguístico e po-
lítico, e não capacitar o estudante, pois a Libras, sendo uma modalidade
linguística, abordada em uma disciplina que possui em média 55 horas,
não capacita o aluno para atuar como tradutor ou intérprete. Ainda acres-
centa que, tal perspectiva de formação tampouco permitirá, por si só, a
esses graduandos atuar, no futuro, na rede regular de ensino com alunos
surdos, levando-os, por meio da Libras, ao acesso e uso dos conhecimentos
culturalmente veiculados na/pela escola.