objetos a partir de seus usos sociais. As ma-
nipulações e apropriações decorrentes desse
jogo tornam-se base para a gênese do plano
ideativo, propiciando à criança se separar
do campo sensorial e emergindo ao plano
das ideias. O jogo protagonizado fomenta a
apropriação da cultura humana e propicia o
desenvolvimento de funções psíquicas supe-
riores, especialmente da imaginação, auto-
controle da conduta e função simbólica da
consciência. Ao decorrer das páginas do li-
vro, arma-se a premissa de que há períodos
diferenciados de desenvolvimento ao longo
da infância. Nesse decurso, o período prece-
dente torna-se base para o novo período em
gestação, signicando que a comunicação
emocional possibilita a formação de coorde-
nações sensório-motoras, essenciais ao novo
período em surgimento, isto é, a atividade
objetal manipulatória, mediante a qual se
assentam as bases para o desenvolvimento
do jogo protagonizado, no período pré-es-
colar. A vida ativa da criança em sociedade
torna-se determinante para o processo de
desenvolvimento das capacidades psíquicas
humanas, contribuindo para o processo de
humanização na infância.
Resultante de dissertação concluí-
da junto ao Programa de Pós-Graduação
em Educação da Unesp, Marília, S.P., este
livro apresenta contribuições teórico-cien-
tícas sobre o jogo protagonizado e seu
valor à formação humana da criança. Traz
ao debate questões relativas à atuação ati-
va da criança em sua relação com a cultu-
ra material e imaterial desde o nascimento
e ao papel igualmente ativo do professor na
Escola de Educação Infantil. As atividades
precedentes ao jogo protagonizado contri-
buem para sosticar modos de pensar, agir
e reconstituir papéis sociais no período pré-
-escolar, considerando que, em cada período
de seu desenvolvimento, a criança tem uma
necessidade peculiar de se relacionar com o
mundo. No primeiro ano de vida, a comu-
nicação emocional direta se efetiva como
atividade por meio da qual o adulto apresen-
ta à criança o mundo composto de estímulos
e de relações sociais mediante o toque, fala,
olhar e ao ofertar uma gama de objetos a ela.
Por meio dos sentidos, a criança relaciona-
-se com aspectos da cultura humana, perce-
bendo as características externas dos obje-
tos e estimulando o sistema sensorial. Essas
manipulações primárias contribuem para o
desenvolvimento da atividade objetal ma-
nipulatória, possibilitando apropriações da
função social dos objetos. Ao usar os objetos
como os adultos o fazem, a criança se apro-
pria da função social (para que foi criado),
entretanto o lado operacional de uso – sua
forma utilitária – apresenta-se complexa. A
criança sabe para que serve a escova de cabe-
lo, mas usar esse objeto adequadamente para
pentear o seu cabelo, o cabelo da boneca ou
da mãe, exige domínio de técnicas para ma-
nipular o objeto escova. Nos primeiríssimos
anos da vida, a criança vai sosticando seu
conhecimento sobre o mundo, o qual se tor-
nará base essencial para o jogo protagoni-
zado, quando a criança começa a utilizar os
Bases para o desenvolvimento do jogo protagonizado na infância e a teoria de Elkonin
Este livro decorre de pesquisa de mestrado em Educação concluída junto ao
Programa de Pós-Graduação em Educação da Unesp, Campus de Marília,
São Paulo. Em suas páginas, sintetiza contribuições teórico-cientícas
essenciais aos processos inicial e continuado de formação das professoras e
professores da Escola de Educação Infantil, trazendo traz ao debate questões
relativas às situações educativas dirigidas à atuação ativa da criança em sua
relação com a cultura material e imaterial desde o nascimento e ao papel
igualmente ativo do professor. Nesse processo educativo escolar, as atividades
precedentes ao jogo protagonizado são mobilizadoras do movimento de
formação e sosticação de funções psíquicas superiores, as quais criam as bases
necessárias para o desenvolvimento de outras capacidades humanas na idade
pré-escolar, especialmente da imaginação, autocontrole da conduta e função
simbólica da consciência. Esse movimento propicia o processo paulatino e
essencial à criança de separação do campo sensorial e a emergência do plano
das ideias. Essa conquista se efetiva mediante o jogo protagonizado, o qual
se torna fonte de aprendizagens e desenvolvimento cultural das crianças
pré-escolares. Argumenta-se que cada período de desenvolvimento na
infância torna-se base para o novo período em gestação, signicando que
a comunicação emocional possibilita a formação de coordenações sensório-
motoras, essenciais ao novo período em surgimento, isto é, a atividade
objetal manipulatória. Mediante esta atividade, assentam-se as bases para o
desenvolvimento do jogo protagonizado, no período pré-escolar. A vida ativa
da criança em sociedade torna-se, portanto, determinante para o processo de
desenvolvimento das capacidades psíquicas humanas, contribuindo para a
humanização na infância.
Programa PROEX/CAPES:
Auxílio Nº 0039/2022
Processo Nº 23038.001838/2022-11
Favinha e Lima