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vários grupos e interesses diferentes envolvidos, como o movimento
operário, classes médias viventes nas cidades, elites civis e os chamados
velhos oligarcas. Reforça também as influências da igreja e dos
militares e em contraponto a aprovação da constituição de 1934,
abordando temas como família, cultura e educação, como resultado
desse movimento diverso, que atendeu interesses diversos.
A constituição de 1934 (Hilsdorf, 2003, p. 98) propôs “[...] a
descentralização das competências administrativas, percentual
mínimo de aplicação de verbas públicas do ensino como obrigatórias,
o ensino religioso católico facultativo, educação musical, moral e
cívica[...]”
O período vivido por essas mulheres docentes abarcou a Era
Vargas (1930-1945), a República Populista (1945 – 1964) e a
Ditadura (1964-1985)
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. Podendo notar nas vozes das docentes, as
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A escola, nesse período era compreendida pelo Estado como mecanismo de controle e
conformação, ou seja, seria a ação do Estado para controlar a sociedade com a inserção de
um conjunto de valores conservadores. Ocorrendo o golpe em 1937 com a Era Vargas até
1945; a reabertura política em 1946, com Dutra, Getúlio Vargas, novamente, Jucelino e
Jânio, ocorrendo novamente um golpe em 1964 pelos militares, com a reabertura política
com mais uma nova Constituição em 1988 (HILSDORF, 2003). Nesse recorte temporal,
uma crítica válida que é trazida ao texto de Hilsdorf (2003) coloca-se sobre a LDB de 1961,
ressaltando a ambiguidade, contendo as propostas de “currículos flexíveis e de mecanismos
democratizantes (Idem, 2003, p.111) e o conservadorismo presente nas escolas nos anos de
46 a 64. A autora (Idem, 2003) salienta que a atenção para com o povo que foi o sucesso
desse período. Sendo um período de percepção da necessidade de mobilização das massas,
apelos populares e sindicatos, e da forte industrialização e latifúndios, sendo a constituição
de 1946 com caráter também de apelo democrático, ocorreram reformas na educação com a
Lei de 1961 que podem ser consideradas também desqualificadoras de uma educação de
qualidade. Dentre as boas ações com esse movimento das massas, foi para com a educação
de adultos e o método de alfabetização de quarenta horas de Paulo Freire, os movimentos
culturais etc, porém, com um desmonte da organização institucional elaborada no Estado
Novo, questões como quantidade de alunos em salas de aulas, infraestrutura e aprovações
foram precarizadas. Por outro lado, com períodos noturnos de aula e outras proposições
podem ser entendidas como inclusivas. Nota-se um modelo populista desorganizado, com