ςPISTεμEs
FEMιNISTAS E
A PSIcθLOGιδ DO
DESεnVOlVIμσnTo
EPISTEMEs FEMINISTAS E A PSICOLOGIA DO DESEnVOLVIMEnTo
leonardo lemos de souza
LEONδRDO LeMOS DE SOUZA
percursos na pesquisa sobre
gêneros, sexualidades e juventudes
Raquel Gonçalves Salgado
Programa PROEX/CAPES:
Auxílio Nº 0039/2022
Processo Nº 23038.001838/2022-11
“Permito-me a ousadia de sintetizar esta
obra, em sua intensa provocação e desa-
fio para a psicologia e a educação: seu
mote é transformar em problemas os
processos de colonização da juventude
empreendidos pela psicologia do desen-
volvimento em sua ambição de descrev-
er e prescrever um regime de inteligibili-
dade da vida e do sujeito. Assim, gêneros,
sexualidades e juventudes são pontos
da travessia, pelos quais Leonardo
transita ao se deparar e interrogar a
produção teórica em série – e também
histórico-social e política – de corpos e
subjetividades para o funcionamento da
engrenagem patriarcal e racista, estru-
turante da sociedade brasileira, sem
deixar de sinalizar para as possibilidades
de desalinho do tracejado dessas
normativas.”
Neste livro Leonardo Lemos de Souza busca mapear o
modo como as epistemes feministas, enquanto crítica do
conhecimento, interrogaram a pesquisa em Psicologia do
Desenvolvimento. Esse mapeamento foi feito a partir da
análise do percurso de 15 anos de pesquisas que abordam
a juventude atravessada pelos marcadores de gêneros e
sexualidades. Faz isso a partir da interlocução com as
críticas feministas e queer sobre a ciência e o gênero na
produção de conhecimento, estabelecendo temas e
metodologias articuladas aos saberes situados e intersec-
cionais. Nesse sentido, gênero passa a ser um interrogador
da pesquisa em Psicologia do Desenvolvimento, desde
uma perspectiva performativizada (não binária e não
determinista) de positivação das diferenças, que borra e
revê os conceitos de natureza e cultura, e as suas decor-
rentes implicações éticas da/na pesquisa sobre jovens,
gêneros e sexualidades. No itinerário de pesquisas apresen-
tadas vão se desvelando esses entrelaçamentos com as
metodologias narrativas e situadas, as quais buscam
processos simétricos de pesquisa sobre temas como amor,
violências e tecnologias. Com isso, são desenhadas
possíveis contribuições desse percurso para se pensar a
pesquisa sobre sexualidades e gêneros, a partir de marca-
dores etários, como a juventude. Interrogam-se como os
feminismos e os estudos queer contemporâneos agenciam
a produção de políticas de escrita e pesquisa em psicologia
mais simétricos, problematizando o sujeito universal racio-
nal, adulto, heterossexual, branco, cisgênero.