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Fizeram-me ver o círculo na sua essencialidade, como símbolo
prenhe de significados e direcionador de uma prática
integradora. Ou seja, mais do que fazer a roda e chamar para o
encontro, por si só já uma ação carregada de simbolismo, entra
em jogo o exercício de uma atitude e um pensamento circulares.
Pensar circularmente significaria não pensar em linha reta, na
afirmação de uma única voz e verdade. Significaria abrir-se ao
diálogo, ao acolhimento da dúvida e da diversidade, à construção
de múltiplos enredos afirmados no encontro das singularidades
de crianças e adultos, de alunos e professores. Não é uma técnica,
procedimento metodológico, mas um modo de agir, de ser, de
acolher. Desta forma, em pensamento e atitude, afirma-se no
cotidiano a circularidade do conhecimento negando a
unilateralidade. A roda, feito espiral em movimento circular
ascendente, une todos, e o seu movimento a cada volta modifica
o desenho do cotidiano, da prática pedagógica, integrando papéis
e histórias, incorporando as diferenças. Do estranhamento às
entranhas do desconhecido na roda do conhecimento: sempre
nós – eu, tu, ele -, circulando por mundos reais e imaginários,
com prazer, sabor e paixão de conhecer. (OSTETTO, 2014, p.
98).
A Arte está presente na escola com a possibilidade de ampliar
o olhar para uma percepção de um mundo diferente, através de
imagens, movimentos, sons, expressões e contatos que tocam cada
criança diferentemente. Uma música, pode gerar sorrisos ou
estranhamento e isso pode causar algo internamente em cada um, por
exemplo, ao ouvir música da infância, ou de qualquer momento da
nossa vida, podem vir lembranças, imagens que nos atravessam sem
que possamos controlar. Arte é vivência, é sentir com o corpo e com
toda a inteireza do ser, ela não é realizada somente em papéis, vai
muito além. E dentro desse percurso, podemos destacar a importância
de mover-se além da cadeira que representa, na maioria das vezes, a