VOZES ESQUECIDAS DO
SERTÃO PAULISTA
formação e trabalho de professoras e
professores de escolas primárias rurais da
região de São José do Rio Preto/SP
(1940-1970)
Noely Costa Dias Garcia
Programa PROEX/CAPES:
Auxílio Nº 0039/2022
Processo Nº 23038.001838/2022-11
“Os excertos das entrevistas transcritos
na obra contêm o registro das memó-
rias, histórias e representações tecidas por
professoras e professor sobre o tempo em
que atuaram em escolas rurais. São narra-
tivas ricas em detalhes sobre o cotidiano
das salas de aula instaladas em meio rural,
são também perpassadas por emoção e
sensibilidade e, por conseguinte, ofere-
cem um quadro vivo de todo o trabalho
empreendido por essas pessoas naquelas
pequenas escolas”
Excerto do Prefácio escrito pela
Profa. Dra Sandra C. Fagundes de Lima
No livro “VOZES ESQUECIDAS DO SERTÃO PAULISTA: forma-
ção e trabalho de professoras e professores de escolas primárias rurais
da região de São José do Rio Preto/SP (1940-1970)”, apresentam-se
os resultados da pesquisa de Doutorado em Educação, cujo objetivo
foi analisar aspectos da história da formação, ingresso e trabalho de
professoras e professores de escolas primárias rurais estaduais perten-
centes à Diretoria de Ensino do município de São José do Rio Preto/
SP entre 1940 e 1970. O recorte inicial marca o período de iniciativas
da União com relação à expansão do ensino primário rural por meio
de investimentos, na construção de escolas e na formação de profes-
sores rurais, e o período nal justica-se pela extinção do modelo de
formação e adoção de novos modelos baseados na implantação da Re-
forma do Ensino de 1º e 2º Graus, pela Lei nº 5.692/71. A História
Oral foi utilizada na construção da trajetória de nove professoras e um
professor que exerceram a docência em escolas rurais no período deli-
mitado para o estudo. Os resultados obtidos indicaram que os docen-
tes tiveram uma formação inicial nos Cursos Normais Paulista, cujos
currículos não atendiam às especicidades da zona rural. O ingres-
so na carreira do magistério primário no estado de São Paulo esteve
atrelado à docência nas zonas rurais, exigência prevista na legislação
estadual desde o início da República. Desse modo, eles tiveram di-
culdades com as classes multisseriadas e a localização das escolas rurais,
geralmente de difícil acesso, contudo, muitos desaos foram dirimidos
com a produção de materiais de ensino, produção da merenda e com-
pra de cartilhas para as crianças, mas foram soluções individualizadas,
já que a escola rural em São Paulo não recebeu um planejamento sis-
têmico quanto à formação e constituição curricular, depreendendo-se
que o ideário de progresso visava formar um cidadão urbano, tratan-
do o espaço rural como um resíduo a ser superado pela modernização.
VOZES ESQUECIDAS DO SERTÃO PAULISTA Noely Garcia