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A informação líquida no contexto da Ciência da Informação e da Organização do Conhecimento
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Diante disso, a Ciência da Informação apresenta-se como a área3
que deve possuir como uma de suas preocupações basilares, o encontro da
organização e difusão da informação e do conhecimento para sujeitos da
informação da contemporaneidade. Essa ação se prospecta em mudanças
em suas práticas e processo informacionais, que urgem por renovação na
forma de compreender os objetos de informação contemporâneos.
Nesse contexto, a Ciência da Informação, considerada ciência pós-
moderna4 (Araújo, 2003, 2009, 2010; Francelin, 2003, 2004; Monteiro,
2002, 2003, 2007, 2012; Monteiro; Abreu, 2009; Monteiro; Fidencio,
2013; Monteiro; Vignoli; Almeida, 2020; Parada, 2015; Tanus, 2014;
Tanus; Araújo, 2012; Vignoli, 2014; Vignoli; Monteiro, 2015a, 2015b;
Vignoli; Monteiro, 2020; Wersig, 1993) com objetos dinâmicos, tem
buscado construir desde sua fundação e propagação, cientificidade tanto
em sua práxis, quanto por meio de seus construtos teóricos. Dessa forma e
por meio de sua interdisciplinaridade já amplamente discutida por autores
como Bentes Pinto (2007), Borko (1968), Guzmán Gomez (2005a,
2005b), Perez Matos e Setien Quesada (2008), Pinheiro (1997, 2007),
Pinheiro e Loureiro (1995), Rayward (1996, 1997), Saracevic (1995,
1996, 1999), Schrader (1984), Wersig (1993) e Trillo (2009), a Ciência da
Informação juntamente com a Filosofia, Semiótica, Antropologia, Ciência
da Computação, e outras áreas, procura organizar o conhecimento e a
informação de maneira que os sujeitos possam encontrar o que procuram,
quando procuram e da forma mais satisfatória possível.
É importante que seja de interesse da Ciência da Informação lograr
recursos e substratos plausíveis na busca da organização e disseminação do
conhecimento e da informação de diversas tipologias, formatos e para usos
A adoção do termo área para se referir à ciência da informação como uma área do conhecimento é baseada na
conceituação de Souza (2004, p. 2), que afirma que “‘Áreas do Conhecimento’ têm sido tema de discussão
envolvendo gestores e administradores, as agências de fomento e avaliação, as sociedades científicas, os
institutos de pesquisa e a própria comunidade científica”.
A ciência da informação apesar de fundamentada em disciplinas existentes em séculos atrás (Biblioteconomia,
Bibliografia, Documentação), tem seu ápice no século XX, período de emancipação das teorias da pós-
modernidade, da desdogmatização e desmitificação da ciência e de verdades absolutas (Santos, 1989), assim
como alguma instabilidade metodológica, distanciando-se de padrões da Modernidade. Para Wersig (1993),
uma das principais características demarcadoras da ciência da informação como ciência da informação pós-
moderna é sua incapacidade de definir seu principal objeto, a informação e sua dificuldade em encontrar
seus próprios métodos científicos, atributos das ciências contemporâneas e não modernas.