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compartilhamento da língua de sinais e a tecnologia atribuída a isso. Antes 
da pandemia, estávamos acostumados com o tradicional e não nos 
importávamos com inovações, com ferramentas tecnológicas. Os intérpretes 
eram contratados e tínhamos esse contato em sala de aula. Esse intérprete, 
às vezes, não possuía a formação necessária para desempenhar a função em 
sala de aula, mas ele não teria visibilidade já que, somente o aluno surdo 
que poderia ser somente um, seria atendido por ele, sem saber exatamente 
o que estava acontecendo. No início da pandemia, além da preocupação 
que afetou o psicológico de todos, houve a necessidade de adaptação para 
uma nova realidade. Mudanças precisariam ser feitas e estratégias 
precisariam ser adotadas, e conhecendo o sentimento de empatia pelo 
próximo, iniciamos a reflexão sobre nossas ações e, apesar de acostumados 
com o tradicional em nossa rotina, fomos invocados à mudança. 
Nesse período, queremos destacar o ambiente familiar e o escolar, os 
prejuízos que tivemos e, ainda, serão refletidos na formação, por exemplo, 
os alunos (no caso o aluno surdo, especificamente) precisam estar em 
contato com os demais, interagindo, criando relações e construções 
imagéticas de tudo que está vendo para poder assimilar e compreender o 
conteúdo explicado. Para alunos ouvintes, é possível que a interação ocorra 
por outros meios, mas, para o surdo, somente pela visualização.  
No ambiente virtual com aulas remotas como está sendo feito nesse período 
pandêmico, a tecnologia contribui para que todos continuem seus estudos, 
tentando manter os prazos com programações feitas anteriormente. Mas, 
em uma sala virtual que tem a acessibilidade através do intérprete de 
Libras, o aluno surdo deve manter a atenção no intérprete, perdendo, 
muitas vezes, conteúdo do chat, interação ou discussões que são feitas na 
escrita, inclusive pelos demais alunos. Os alunos ouvintes conseguem ouvir 
e acompanhar a leitura do texto, fazer anotações, mas o aluno surdo não 
consegue porque tem que estar atento à sinalização. Dependendo do nível 
de escolarização, pode ser ainda pior, por exemplo, crianças surdas que já 
tem a interação familiar através da língua de sinais e se encontram em 
uma sala virtual, remotamente com um intérprete, o professor e o grupo de 
alunos. Elas nem sempre sentirão a vontade ou conforto para tirar dúvidas, 
fazer comentários ou usar o chat já que a barreira, ainda, continua sendo