N
ão há
ensino
sem pesquisa e pesquisa
sem
ensino.
Esses
que
f
azer
es se enc
ontr
am um no
c
orpo
do outr
o. Enquanto
ensino c
ontinuo bus
-
cando,
r
epr
ocur
ando.
Ensino
porque busc
o, por
-
que indag
uei,
porque indag
o e me indag
o. P
es
-
quiso par
a c
on
statar,
c
onstata
ndo
intervenho,
intervindo
educ
o e
me educ
o. P
esquiso par
a
c
o
-
nhecer o
que ain
da não c
onheço
e c
omunicar ou
anunciar a novidade.
(FREIRE, 2003, p.
30).
Este livro
é
parte
dos
esforços
coletivos
empreendidos no
âmbito
do
Grupo
de
Es
-
tudos
em
Pesquisa
Pedagógica
e
Cultura
Cientíca
(GEPPECC)
por
professores
e alunos mem
bros
do
gru
po
e vincula
-
dos ao
PPGE da FFC/Unesp,
Campus de
Marília. Nesta obra,
foi
possível reunir,
20 autores
em nove capítulos
que trazem
diferentes olhares, relatos
de experiências
e resul
tados de pesquisas
que apontam
para
os
desa
os
e
perspect
ivas
no
âmbito
da Educação
Básica e do
Ensino
Superior
em
tempos de pandemia
e ensino
remoto,
ocasionado em
virtude da Covid
19. Es
-
peramos
socializar conhecimentos produ
-
zidos por
docentes e
discentes
vinculados
ao
PPGE/ Un
esp/
Marília
e será destina
-
da
a
alunos de
licenciatura, pós-graduan
-
dos
e
prossionais
da
educação
em
geral.
Com
a
publicação
deste material, espera
-
mos socializar
conhecimentos produzidos
por
docentes
e discentes
vinculados
ao
Programa
de
Pós-Graduação
em
Educa
-
ção
da
Faculdade
de
Filosoa
e
Ciências/
Unesp,
Campus de Marília
e será destina
-
da
a
alunos de
licenciatura, pós-graduan
-
dos
e
prossionais
da
educação
em
geral.
EDUCAÇÃO
E
P
ANDEMIA:
impactos
e
desaos
Programa PROEX/CAPES:
Auxílio Nº 396/2021
Processo Nº 23038.005686/2021-36
Araujo e Cordeiro (orgs)
E
DUCA
ÇÃO
E
P
A
N
D
EM
IA
:
IM
PA
C
T
OS
E
DES
A
FIO
S
Lucia
na
A
pare
cida
de
A
raujo
A
na
P
aula
C
ordei
ro
(O
rgani
zadoras)
Lucia
na
A
pare
cida
de
A
raujo
A
na
P
aula
C
ordei
ro
(O
rgani
zadoras)
EDUC
A
ÇÃ
O
E
PA
N
DEM
IA
:
IM
P
A
C
T
OS
E
DES
AFIO
S
Marília/Ofic
ina
Universit
ária
São
Paulo/Cu
ltura
Acadêm
ica
2022
UNIVER
SIDADE
ESTAD
UAL
PA
ULISTA
FACULDAD
E
DE
FI
LOSOFIA
E
CIÊ
NCI
AS
–
FF
C
UNESP
-
cam
pus
de
Marília
Diretora
Dra.
Cl
audia
Regina
Mosc
a
Gir
oto
Vice
-
Diretora
Dra.
A
na
Clau
dia
Vieira
Card
oso
Conselho
Edi
tor
ial
Mari
ângela
Spotti
Lope
s
Fuj
ita
(Presidente)
Adrián
Oscar
Do
ngo
Mont
oya
Célia
Mari
a
Giac
heti
Cláud
ia
Reg
ina
Mosca
Girot
o
Marce
lo
Fernandes
de
Oliveira
Marcos
Anto
nio
Alve
s
Neusa
Maria
Dal
Ri
Renato
Gera
ldi
(Assessor
Técnico)
Rosa
ne
Michelli
de
Cast
ro
Conselho
do
Programa
de
Pós-
Graduação
em
Educação
-
UNESP/
Mar
ília
Graziela
Zamb
ão
Abdia
n
Patrícia
Unger
R
aphae
l
Bat
agli
a
Pedro
A
nge
lo
Pag
ni
Rodrigo
Pelloso
Gel
amo
Mari
a
do
Rosá
rio
Lo
ngo
Mortatti
Jáima
Pinheiro
Oliveira
Eduar
do
José
Ma
nzini
Cláud
ia
Reg
ina
Mosca
Girot
o
Auxílio
Nº
0396/2021,
Processo
Nº
2
3038,005686/2021
-
36
,
Programa
PROE
X/
CA
PE
S
Arte d
a capa:
José Salust
iano
Ficha
catalográfica
Serviç
o
de
Biblioteca
e
Documentação
-
FFC
E24
Educação
e
p
ande
m
ia:
impac
tos
e
desafios
/
Luciana
Aparecida
de
Araújo,
Ana
P
aula
Cordeiro
(or
g
.)
.
–
Marília
:
Oficina
Universit
ária
;
São
Paul
o
:
Cultura
Acadêmica,
2022.
288
p.
:
il.
Inc
lu
i
b
ibl
io
gr
af
ia
ISB
N
978
-
65
-
595
4
-
308
-3 (
Digital
)
ISB
N
978
-
65
-
595
4
-
307
-6 (
Impres
so
)
DOI:
htt
ps://
doi.org/1
0.36311
/2022
.978
-
65
-
5954
-
308
-3
1.
Educação.
2.
E
scol
as
–
Organização
e
administração.
3.
Ensino
à
distância.
I.
Araújo,
Lucia
na
Aparecida
de.
II.
Cordei
ro,
Ana
Paul
a.
III.
Tít
ul
o.
CDD
37
0.7
Cata
logaçã
o: André
Sávio Cr
aveir
o Bueno
–
CRB 8/8211
Copyr
igh
t
© 2022,
Faculdade
de
Filosofia
e
Ciência
s
Editora
afili
ada:
Cultur
a
Acad
êmic
a
é
s
elo
ed
itor
ial
da
Edit
ora
UNESP
Oficina
Universitária
é
selo
e
dito
rial
da
UNE
SP
-
campus
de
Marília
S
umário
P
r
efácio
|
Má
r
ci
a
Ap
a
r
e
ci
d
a Go
b
b
i
...........
.....
.....
......
.....
..
.
....
........
.....
......
.....
07
A
present
ação
............
......
.....
......
........
.....
......
.....
.....
......
........
.....
......
.....
.....
.
..1
9
C
apí
t
u
lo
1 – E
ducação
e
Pand
e
mi
a
: Um O
lhar
S
obre
as
P
roduçõe
s
A
cadêmicas
(2020
-
2021)
.....
......
.....
......
.....
........
.....
......
.....
......
........
.....
.....
...
27
Lucia
na
Apa
recida
de
Ar
auj
o
Cler
iston
Izi
dro
d
os
An
jos
C
apí
t
u
lo
2
–
A
C
ult
ura
da
Escola
e
a
Sensibilid
ade
em
T
em
po
s
da
Pa
n
de
m
i
a
:
C
ondi
çõe
s
e
Desa
fi
os
da
Educação
pa
r
a
N
ov
os
T
e
mpo
s
..........
........
.....
.....
.....
65
Man
uel
João
M
ungul
ume
Alon
so
Bezer
ra
de
Carvalho
C
apí
t
u
lo
3
–
G
es
tão
Escolar
e
De
safios
no
Co
nte
x
to
Pandêmico
:
R
ess
ig
nif
ican
do
Pap
éis
..........................
........................
................................
.
85
Juliana
Xavier
Moimà
s
Patric
k
Pache
co
Castilho
Cardos
o
Vivian
e
Jaqueli
ne
Peron
Ferreira
C
A
PÍT
U
LO
4
–
As
F
ragili
dades
do
Ensino
Re
m
ot
o
par
a
a
A
pr
endi
z
agem
M
at
e
mát
ica
no
En
sino
Fund
am
ent
al
An
os
Inic
iais
.......
.......
.....
......
.....
.....
...
115
Camil
a
Apa
recida
da
S
ilva
Emerson
da
S
ilva
dos
Santos
José
Carlos
Mig
uel
C
apí
t
u
lo
5
–
E
nsino
Re
moto
:
A
vanç
os
ou
Ret
r
oces
s
os
?
Um
R
e
la
t
o
de
Experiê
nci
as
no
A
n
os
I
nicia
is
do
Ensino
F
u
ndamental
.......
......
.....
.....
........
..
14
5
Mar
ia
Teresa
Alvares
de
Paula
Manuela
Cristina
T
órcia
C
apí
t
u
lo
6
–
C
onsi
de
raçõe
s
Sob
re
a
Educação
Espe
c
ial
em
T
em
po
de
Pande
mia
na
Persp
e
ctiva
da
Deficiência
V
isual
n
os
A
nos
I
nici
ais
da
E
d
ucação
B
ás
ica
.........
.....
.....
......
.....
........
.....
......
.....
......
.....
........
.....
......
.....
......
........
.....
.....
.
.171
José
Salustiano
Dos
Santos
Débor
a
Fabiana
Vaz
Dell
amur
a
Claudi
a
Regin
a
Mos
ca
Gir
oto
C
apí
t
u
lo
7 – A
n
os
Finais
do
Ensino
Fund
amental:
Os
Desa
fios
do
Ensino
da
L
íng
ua
P
or
t
uguesa
.........
.....
......
.....
......
.....
........
.....
......
.....
......
........
.....
.....
..1
93
Fábio
Vinicius
Alves
Luiz
Felip
e
Gar
cia
de
Senna
C
apí
t
u
lo
8–
T
raj
et
óri
a
da
Educação
à
Dist
ância
(E
aD
)
no
B
rasil
e
os
Desafi
os
na
Impl
eme
ntaçã
o
do
Ensino
Rem
ot
o
Emer
gencial
na
Educação
S
u
pe
ri
or
:
B
re
ve
C
ontext
ualizaç
ão
..........
......
.....
........
.....
......
.....
.....
.........
.....
.....
......
....
22
1
Gabriel
Sc
oparo
do
Espírit
o
Santo
Már
cia
Mendes
de
L
ima
C
apí
t
u
lo
9
-
A
s
D
ores
e
Delíc
ias
da
D
ocê
ncia
em
um
T
em
po
Desa
fiad
or
:
P
andemia,
Ensino
Remoto
e
Algu
mas
Discip
linas
na
Graduação
em
P
e
d
ago
gia
da
F
FC
-
UN
ESP
,
C
am
pus
de
M
aríl
ia
........
.....
......
........
...
......
.....
......
........
....
25
5
Ana
Paula
Cordeiro
Lucia
na
Apa
recida
de
Ar
auj
o
Os
/A
s
A
ut
or
e
s
/
as
.......
.....
....
.........
.....
.....
......
.....
........
.....
......
.....
......
........
....
28
1
7
Pre
f
ác
io
Diálogos
S
obre
um
a
O
bra
P
ert
inent
e
A
obra
Educação
e
pandemia:
impactos
e
desafios
,
organi
zada
por
Lucian
a
Aparecida
de
Araújo
e
An
a
Paula
Cordeiro,
tem,
e
n
tre
muitas,
uma
carac
terística
que
n
ão
pode
se
r
desconsid
erada.
Ela
fo
i
tecida
em
tempos
da
pandemia
,
ocasion
ada
pelo
ví
rus
Sars
-
Cov
-2.
F
az
disso
seu
mote
e
enfre
nta
o
desaf
io
de
pen
sar,
em
meio
ao
turbilhão
causad
o
por
esta
pandemia
que
parec
e
não
ter
fim.
Apresenta
important
es
reflexões
relaciona
n
do,
como
o
próprio
título
n
os
info
rma
,
educ
ação
à
pandemia
que
é,
inegavel
mente,
das
maiores
e
mais
ac
achapan
te
s
que
temos
regist
rado
em
nossa
história
.
A
hipótese
q
ue
parece
irref
utável
é
que
a
educaç
ão
se
vi
u
profun
damen
te
tran
stornad
a
nesses
tempo
s,
essa
que
já
tem
sido
alvo
de
tantas
form
as
de
exc
lusão,
empobrecimen
to
pe
las
políticas
públicas
,
que
sob
a
aparên
cia
de
busca
por
t
orná
-
la
mais
acessíve
l
e
justa
para
tod
as/es/o
s,
desde
a
c
reche,
enverga
-
se
em
frente
ao
emp
resari
ado
que
a
suga
nas
entranhas
.
Ao
debruç
ar
em
-
se
sobre
a
educ
ação
e
seus
desdo
bramentos
na
pandemia,
os
autores
-
que
escrevem
essa
obra
a
muitas
m
ãos
–
con
vocaram
-
me
a
p
ensar
sobre
as
condições
e
nfr
entadas
por
profiss
ionais
da
educaç
ão
no
período
ab
ordado
,
o
q
ue
me
mo
tivou
a
escrita
.
R
espeitando
os
limites
de
um
prefácio
,
busque
i
me
jun
tar
às
anál
ises,
prática
s
e
pensame
n
tos
produzidos.
Destaco,
inicial
mente
,
a
importância
de
ob
ras
que
recentem
ente
tê
m
contr
ibuído
com
diferent
es
produç
ões
teóricas
,
ao
registrar
a
história
no
moment
o
mesmo
em
q
ue
ela
acontece.
http
s://doi
.org/10.
36311
/2022.9
78
-
65
-
5954
-
308
-3
.
p7
-
18
8
São
registr
os
q
ue
pode
m
ser
consulta
dos
posteriormente
,
permitind
o
àquel
as
e
àqueles
que
virão
,
ter
um
amplo
p
anor
ama
do
triste
período
p
elo
qual
estamos
passando
e
perceber
suas
transf
ormaçõ
e
s
e
permanências
e
o
quanto
isso
exige
de
nós.
Nos
últimos
di
as
de
fevereiro
de
2020,
identific
ou
-
se,
no
Brasil,
a
primeira
contam
inaç
ão
pelo
Coronavirus
Sars
-
Cov
-2.
Na
Eu
ropa
,
centena
s
de
caso
s
já
tinha
m
sido
notificados,
confe
rindo
-
nos
um
espaço
temporal
e
ntre
os
casos
e
uropeus
e
a
chegada
da
doença
no
Brasil
e
sua
disseminaç
ão.
Este
tempo
permitiria
agir
a
partir
do
q
ue
já
se
s
abia
sobre
o
Covid,
coloca
ndo
-
nos
num
lugar
em
que
a
ções
preventivas
p
oderiam
ter
aconteci
do.
C
ontudo,
não
nos
valemos
dest
a
experiência
.
Cont
rarian
do
essa
possibilidade,
nos
deix
amo
s
l
evar
ladeira
abaixo
,
em
estado
de
espera
pelo
que
seria
trágico.
Inicia
va
-
se
uma
pandemia
que,
até
o
m
ome
nto
em
que
escrevo
esse
prefácio,
parece
não
ter
fim,
modificando-
se
ao
bel
prazer
das
varian
tes
do
S
ars
-
Cov
-2
e
,
não
só
,
mas
também
f
az
e
nd
o
valer
a
máxima
de
q
ue
sem
vaci
nas
nos
b
raç
o
s,
nos
a
cometemos
da
doença
em
suas
for
mas
mais
brutais.
O
bairro
do
Leblon,
na
cidade
do
R
io
de
J
aneir
o,
um
dos
metros
quadrad
os
mais
caros
do
mundo
,
comp
ôs
um
tris
te
e
emb
lemático
ce
n
ári
o,
projetando
o
que
se
al
astraria
pelo
país
como
d
oença
fat
al,
repito,
até
a
existência
de
vacinas
1
.
C
onhecemos
lamentavelme
n
te
a
primeira
v
ítima
da
Covid:
uma
empregad
a
doméstica
,
q
ue
vivia
na
cas
a
dos
patrões
,
“para
se
proteger
”
do
ví
rus
e
da
long
a
distância
a
ser
percorrida
e
ntre
sua
casa
na
periferia
do
R
io
de
Janeiro
e
a
de
seus
empregadores
.
Era
uma
tr
abalh
adora
que
vivia
no
lo
cal
on
de
trabalhava
,
reproduzin
do
re
lações
de
e
xplor
ação
,
que
nos
remetem
imediata
mente
a
textos
c
lássico
s
co
mo
Casa
Grande
&
1
V
ale lemb
rar que a p
rimeira dose
da vacina contr
a a Covid
-
19 f
oi ministrada n
o Brasil
em
17/01/
2021,
em São Pa
ulo.
9
Sen
zala,
de
Gilb
erto
Frei
re,
e
ao
perí
odo
col
onial
no
qu
al
tanto
se
aprend
eu
sobre
t
ortura
e
os
poder
es
espal
hado
s
no
cotidia
no
das
pesso
as.
O
país
das
históricas
desigualdades
de
cl
asse,
de
raça,
gênero
e
etária
m
ost
rava,
mais
uma
vez
,
sua
face
hedionda.
A
morte
da
emprega
da
doméstica
contagi
ada
pelos
patrões
,
recém
-
c
hega
dos
da
Itália
,
mostrava
escan
carad
amen
te
elemen
tos
en
gen
drad
os
nessa
pandemia
que,
à
moda
bra
sileira,
produzia
aind
a
mais
desigualdades
,
devido
a
ino
perâ
nc
ia,
ao
descaso
e
à
política
de
Jair
Bolsonaro,
inegavelm
en
te
pro
dutora
de
m
ortes
.
Escre
vo
es
te
texto
num
momento
em
que
continua
mos
a
luta
r
pela
vaci
nação
,
comprovada
me
nte
e
fic
az
e
sal
vadora
de
vi
das,
co
m
mais
de
620
mil
vidas
perdidas
e
em
que
temos
no
Sist
ema
Únic
o
de
Saúde
(SUS)
o
serviço
fundam
en
tal
para
divul
gação
de
polític
as
públicas
de
saúde
que
mantivera
m
milhões
de
vidas
sal
vas
de
ste
ví
rus
e
de
tantas
o
utras
doenças.
Neste
c
ontexto
pandêmico
e
de
fr
ágeis
políticas
que
dessem
susten
to
ef
etivo
a
maioria
da
população
,
importa
re
ferir
-me
também
às
populações
in
díge
nas
,
as
quais,
em
meio
à
pandemia
,
fo
ram
obri
gadas
a
manifestar
em
-
se
cont
ra
o
Proj
eto
de
Emen
da
à
Constitu
ição
(
PEC)
215,
que
se
refe
ria
à
Demarcação
de
Terras
Indíge
nas.
Trat
a
-
se
de
uma
das
principais
bandei
ras
da
b
ancada
rurali
sta
,
transferi
ndo
do
gover
no
feder
al
para
o
Congress
o
a
atribuiçã
o
de
regulariz
ar
as
Te
rras
Indígenas,
Territó
rios
Quilo
mbolas
e
U
nidades
de
Consti
tuiçã
o.
P
revê
-
se
que
nova
sistemátic
a,
se
aprovada,
deverá
parali
sar
de
vez
o
processo
de
oficializa
ção
dessas
área
s
protegidas.
Moradoras
e
morad
ores
de
Ocupaç
ões
de
terren
os
e
edifícios,
em
grandes
cen
tro
s
urb
anos
e
áreas
rurais
,
foram
submetidos
a
ameaças
e
process
os
que
removem
c
asa
s
e
vid
as
,
de
mo
do
concomitante,
ao
extirpar
direitos
,
organi
zações
e
r
elações
já
estabelecida
s
entre
todas/e
s/os.
Com
batalh
as
que
en
volveram
movimentos
sociais
de
luta
por
moradia
e
10
pesquisa
dores
, foi
po
ssível
obter
a
susp
ensão
d
esses
processos
de
remoçã
o
,
pelo
m
enos
até
31
de
mar
ço
de
2022, e
mbora
em
rece
nte
not
ícia, se
t
enha
sabido
do
não
cu
mpriment
o
do
que
fora
determina
do
pelo
Superior
Tribunal
Federal
(STF),
nu
ma
af
ront
a
às
formulaçõ
es
leg
ais
2
.
As
p
essoas
,
sem
casa
e
sem
e
mprego
,
passa
ram
a
ter
n
as
ruas
seu
lugar
de
abri
go
,
único
para
onde
i
r.
Sem
condiç
ões
de
se
manter
,
família
s
inteira
s
têm
ocupad
o
aveni
das
e
ruas.
Estima
-
se
que
so
men
te
na
cidade
de
S
ão
Paul
o
tenhamos
em
torno
de
66
mil
pessoa
s
em
situaç
ão
de
rua,
núme
ro
que
já
era
alarman
te
a
nte
s
da
pande
mia
e
que
aumentou
muitíss
imo
n
esse
s
últimos
dois
anos
3
.
O
ex
-
mi
nistro
do
Meio
Ambiente
,
num
a
de
suas
falas
,
em
reunião
com
ministros
,
assessores
e
presidência
da
República
,
afirmou
a
nece
ssidade
de
“p
assar
a
b
oiad
a”
.
N
ão
há
dúvidas
de
que
a
pandemia
foi
usada
para
fins
escusos,
p
ara
passar
toda
sort
e
de
projetos
e
ac
obe
rtar
a
ções
que
inviabil
izam
as
vidas
da
maior
parte
da
populaçã
o,
em
especial
mulhe
res,
negros
e
n
eg
ra
s,
crianç
as.
A
olhos
vistos
,
a
“bo
iada”
ve
m
passand
o
de
fo
rma
aviltante
,
retirando
direitos
de
trab
alhado
res,
estudan
tes,
indígenas
e
mata
ndo
impiedos
amente
,
de
distintas
maneir
as.
Essa
breve
contextualiza
ção
é
important
e
para
nos
aproximarmos
da
escrita
da
obra
aqui
pre
faciad
a
,
que
não
medi
u
esfor
ços
p
ara
nos
aprese
ntar
práticas
e
reflexões
oriundas
de
um
campo
específ
ico:
a
educaç
ão
,
que
sofreu
enormeme
n
te
pelos
descasos
em
larga
e
scala
,
do
s
quais
foi
vítima.
O
l
ivro
nos
apresenta
importantes
contribuiç
õ
es
a
partir
2
Conforme
notif
icou a Re
de Brasil
Atual
(RBA).
Disponíve
l em:
https:
//www.
redebr
asilatual.
com.br/
cidadania/
2021
/12/famil
ias
-
despe
jadas
-
sp
-
stf
-
r
emocoe
s/.
Ace
sso em:
09 j
an. 20
22.
3
Agênc
ia Brasil. D
isponíve
l em:
https://agenc
iabrasil
.ebc
.com.b
r/geral/noticia/
20
21
-
10/
sao
-
paul
o
-
tem-
mais
-
de
-
66
-
mil
-
pessoas
-
que
-
v
ivem
-
em
-
situac
ao
-
de
rua
#:~:text
=Pub
lica
do%
20em%20
15%2F1
0%2F2
021,sem%2
0teto%20na
%20ca
pital%20
paulis
ta. Acesso em: 09 jan. 2022.
11
de
questões
aparenteme
nte
tão
simp
les
,
cujos
desdobramen
tos
são
fundamentais
para
pensar
mo
s
sobre
as
diferentes
mane
iras
de
se
produzir
a
educação
e
a
escola
,
esta
última
al
vo
de
emp
resários,
que
te
nt
am
privatiza
ções
direta
e
indiretamente
e
aban
donam
profissionais
à
sua
própria
sorte
,
e
svazi
ando
de
sentido
o
exercício
do
magistéri
o,
que,
apar
entemente
,
pode
ser
cu
mprido
por
qualqu
er
profissiona
l
,
sem
as
devidas
forma
ções
e
remu
nerações
necessárias.
No
Brasil,
em
2020,
48
milhões
de
estudantes
d
eixaram
de
frequen
tar
presencialmen
te
as
escolas
em
todos
os
níveis
da
educ
ação
básica.
No
Estado
de
S
ão
Paulo
,
maior
rede
pública
do
país,
3,8
milhões
não
p
uderam
e
star
na
escola
.
Vale
sublinha
r
que
ent
re
as
mul
heres
a
porcent
agem
é
maior,
po
is
o
acúmulo
de
atividad
es,
muitas
vezes,
as
impede
de
continua
r
os
estudos,
afin
al,
e
nt
re
usar
o
celular
para
suas
aulas
e
dei
xá
-
lo
para
seus
filhos
e
suas
filhas
ou
parentes
de
men
os
idade,
a
o
pção
é
que
fiquem
com
elas
e
e
les.
Os
cuidados
com
parent
es
adoecidos
também
tom
aram
o
tempo
que
poderia
ser
de
sti
n
ado
ao
s
e
studo
s.
Isso
implica
grandeme
n
te
a
Educ
ação
de
Jov
ens
e
A
dult
os
(
EJ
A).
Some
nte
no
Est
ado
de
São
Paul
o
,
temos
me
nos
60
mil
estudantes
adulto
s
e
adul
tas
n
as
e
scolas,
e
as
mulhe
res
estão
major
itariament
e
e
n
t
re
el
es
4
.
Não
podemos
atribuir
esse
fato
à
m
era
“des
istência
”
de
ir
à
escola,
em
qualqu
er
de
suas
et
apas,
assim
com
o
não
é
possível
responsabil
izar
ape
nas
a
p
ande
mia.
El
a
foi,
e
aind
a
é,
um
elemento
fundam
ent
al
para
o
recrudesciment
o
da
ausên
cia
de
condiç
ões
para
a
vi
da
estudantil
enfr
enta
da
por
estudantes
de
toda
s
as
idades,
mas
não
é
o
único
fato
r,
com
o
sabem
os,
já
que
a
desigua
ldade
permeia
e
evid
encia
nossa
história
há
séculos.
4
Conforme dado
s apresentados no site https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2021/03/mais
-
de
-
60
-
mil
-
adul
tos
-
deixar
am
-
de
-
est
udar
-
dur
ante
-a-pandemia-
em
-
sp.shtml. Acesso em: 09 jan.
2022.
12
Educado
res
viveram
momentos
em
q
ue
quest
ões
foram
postas
,
exigindo
soluções
urgent
es:
o
q
ue
faz
er
com
todas
/todes/
os
est
udantes,
desde
a
creche?
Dentro
de
uma
cultura
esc
olar,
que
embora
em
cons
tantes
mudan
ças,
já
está
bastan
te
con
solidad
a,
como
proc
eder
à
distâ
ncia,
com
prática
s
pedagógicas
que
exige
m
a
presença
d
as
pessoas,
cujas
constantes
relações
pro
duzem
vivamente
culturas,
conhecime
ntos
v
ariado
s,
para
bem
além
dos
conteúdos
escolares
e
curríc
ulos
previamente
definidos
?
A
pandemia
expôs
pr
oblema
s
já
a
rrast
ados
por
déca
das,
mas
criou
outros
muito
impor
tantes,
para
dar
continuidade
às
expecta
tivas
e
ducaci
onai
s,
para
manter
e
construi
r
vínculos
ent
re
pessoas
de
todas
as
idades,
par
a
produzir
a
vida
em
tem
pos
de
mo
rtes.
Ao
con
sid
erarmo
s
as
pesquisas
e
relatos
de
práticas
co
ntid
os
na
o
bra
aqui
abord
ada
,
p
ercebe-
se
que
profissiona
is
da
ed
ucação,
em
toda
s
as
etapas,
incluindo
a
educação
especial,
tão
releg
ada,
em
esforços
con
tínuos
mantiv
eram
a
ed
ucação
continuame
nte
viva,
apes
ar
de
descaso
s.
Aspect
os
t
ão
investigados
por
inúmera
s/es/os
pesquisadoras/
es,
tais
como,
a
importâ
ncia
do
contato
físico
,
d
as
r
elações
entre
todas
/es/os
e
que
produze
m
os
espaços
es
cola
res
e o
conhe
cime
nto
em
distinta
s
áreas
foram
colocados
em
xeque.
Corpos
de
cr
ianças
e
jo
vens,
su
as
vozes,
anse
ios,
correrias
e
debates
ricos
f
oram
silenciados.
O
que
se
ria
p
ossíve
l
,
agora
num
momento
em
que
se
parecia
enge
ssar
quaisquer
de
ssas
prática
s,
e,
de
fato
,
as
engessou,
produz
indo
out
ras
e
até
me
sm
o
impe
din
do
qualquer
prática
escolar
,
diante
de
um
c
enári
o
de
miséria
,
presente
em
difer
entes
bairro
s
de
pequenas
e
grandes
cidades
bras
ileiras,
em
que
o
ac
esso
à
internet
era
impossível,
bem
c
omo,
a
computadores
pesso
ais,
ainda
escassos
,
devido
ao
alto
custo.
Dado
s
da
Pesquisa
por
Amo
stra
Domiciliar
(PNAD)
Contínua
,
realizada
em
2019,
no
B
rasil
,
reve
lam
que
4,3
milhões
de
estudantes
não
tinham
acesso
à
internet
e
destes
4,1
milhões
são
de
escolas
públicas.
Isso
13
se
deve
especialmente
a
razões
econ
ômi
cas
e
à
indisponibilidad
e
de
oferta
de
redes
de
acesso
em
várias
regiões
do
país.
Esse
quadro
permite
-
nos
levan
tar
vári
as
hipóteses,
sen
do
um
a
del
as
muito
plausível
,
q
ual
se
ja
:
as
crian
ças
poderiam
dei
xar
suas
escol
as,
pois
est
avam
impossibilita
das
de
acessá
-
las
mesmo
remotamente.
Seria
possíve
l
tecer
vínculos
mediados
por
uma
te
la,
ou
por
telinhas
tão
pequena
s
como
as
de
celulares
,
divididos
com
adultas
e
outras
cri
anças
estudan
tes?
O
fato
é
que
tais
recursos
tarda
ram
muito
a
chegar
às
fa
mílias
,
que
ficaram
apart
adas
de
conteúdos
e
interaçõ
es
escola
res
q
ue
com
eçaram
a
se
r
criad
as.
Tal
form
ato
e
con
diçõe
s
tão
adve
rsas
le
varam
a
muitas
problemat
izações
;
diria
que
algu
mas
d
elas
já
de
veri
am
e
star
em
curso
mesmo
ante
s
da
pandemia.
Ela
ape
nas
lhes
conferiu
maior
visibilidade.
Muitos
encontros
ao
vivo,
só
que
não
exatamente
-
as
ch
amadas
lives
-
deram
tom
às
reflex
ões
e
foram
delineando
as
con
di
ções
em
q
ue
estávam
os
;
cursos
de
extensão
fo
ram
realiza
dos
e
t
iveram
como
intuito
promov
er
reflexões
sobre
o
que
est
av
a
se
passando
e
engessa
v
a,
ang
usti
ava,
adoecia
pessoas,
não
somente
aquelas
acometidas
pela
Covid
-19.
Alertas
p
ara
as
abord
agens
remotas
e
as
possibil
idades
de
tratar
as
discipli
nas
escolar
es,
espec
ialment
e
no
ensi
no
fu
ndame
ntal
e
a
manut
enç
ão
ou
reformulação
das
aval
iaçõ
es
escolares,
aprova
ções,
continuidade
do
ano
es
colar,
somavam
-
se
análise
s
nec
essárias
sobre
a
urgênc
ia
em
divulg
ar
dados
so
bre
a
pandemia
–
o
mitidos
pelo
Min
isté
rio
da
Saúde
–,
manter
o
cen
so
realizado
pelo
Institut
o
Brasileir
o
de
Geografia
e
Esta
tística
(IBGE),
divulg
ação
científica
fundame
ntal
para
que
a
populaçã
o
pude
sse
prevenir
-
se,
vaci
nar
-
se
posteriorment
e,
conhecer o
que
ocorria
no
país
e
no
mu
nd
o.
Enfim,
as
escolas
e
todas/es/os
que
a
compõem
ficaram
à
d
eriva,
deriva
ess
a
que
resul
tava
de
um
projeto
bem
14
arquiteta
do
e
relaci
onado
às
fo
rmas
ultra
neolibera
is
de
t
ratar
populações
em
especia
l
vulneráve
is
e
tão
fragilizadas
.
É
n
esse
context
o
que
nos
ti
ra
o
fôleg
o
e
ex
ige
corage
m
que
Lu
ciana
Aparecid
a
de
Araujo
e
Ana
Pau
la
Cordeiro
organ
izam
a
obra
EDUCAÇÃO
E
PANDEMIA:
IMPA
CTOS
E
DESA
FIOS
.
Ao
ler
os
no
ve
capítulos
que
o
com
põem
,
es
critos
por
muita
s
mãos,
emb
ora
a
pontem
cr
iticamen
te
p
ara
a
urgênci
a
de
en
frentarmos
a
ed
ucação
en
tre
e
apó
s
a
pandemia,
nos
deixa
m
o
gosto
am
argo
,
eu
diria,
de
que
n
ão
temos
exat
amen
te
os
novos
tempos,
mas
a
urgênc
ia
,
re
crudescid
a
pela
pand
emia,
de
enfrentarmos
a
terra
arrasada
,
construída
ao
longo
de
500
ano
s
sob
re
pandemia
s,
pobreza,
diferença
s
transfo
rmadas
em
t
antas
desig
ualdades
e
f
omes.
Esta
obra
vai
ao
chão
da
escola
com
voos
rasante
s
,
aprese
ntan
do
reali
dades
em
que
pesso
as
fazem
um
esforço
p
ara
forjar
a
educação
,
apesar
de
t
udo,
fo
rja
nd
o
a
própria
vi
da
q
ue
brota
da
crueza
e
das
tant
as
nece
ssidade
s.
É
possí
vel
compreend
er
,
pelos
relatos
e
reflexões
pres
entes
nest
e
l
ivro,
processos
criativos
ricos
q
ue
nos
remetem
a
p
ensar
sobre
os
sentidos
da
escola.
Afirmo
,
com
base
na
leitura
dos
capítulos
,
que
os
mesmos
se
jun
tam
ao
que
busco
fortemente
na
tessitura
de
uma
vida
que
se
faz
na
e
ducação
:
a
certeza
de
que
a
escola
po
de
ser
vista
como
loca
l
produto
r
de
vida
e
que
na
pandemia,
co
m
a
urgê
ncia
das
aul
as
r
emotas,
de
cuidar
de
familia
res
carecidos
de
comi
da,
a
escol
a
se
refez
em
s
entidos
que
a
aproxi
maram
das
comu
nidades
que
estão
em
seu
entorno.
Se
afetou
a
cultura
escolar,
já
sabidamente
carcomida
por
um
cotidian
o
que
precisa
ser
revist
o,
embora
também
aprazível,
a
pandemia
tro
uxe
bons
elementos
para
pensarmos
comunitaria
mente
e
o
utros
tantos
so
b
re
o
que
f
azer
p
ara
enfre
ntar
as
agruras
diárias
.
Enquan
to
muitos
agentes
da
e
ducação
buscavam
soluções,
especia
lmente,
profes
soras
e
professor
es,
outro
s
d
avam
cabo
às
mud
anças
15
pelas
quais
o
Ensino
Médi
o
est
ava
pass
ando
e
que
t
erão
início
em
2022,
com
ares
de
fim
de
pandemia
e
retorno
ao
normal,
como
ainda
vários
grupos
insistem
em
afirmar
.
Normal
que
deveria
ser
re
chaçad
o,
questiona
do,
al
terad
o
estrutu
ralmente.
Coloca
m-
se
em
prática
altas
doses
do
empr
eended
orismo
travestido
de
empoderament
o
de
jovens
e
mulhe
res,
em
que
o
prota
go
nismo
de
e
studa
ntes
não
passa
de
escolhas
de
itinerár
ios
pedagógic
os,
projetos
de
vida
e
o
desenvolvime
nto
de
habilidades
soci
oemociona
is.
O
empresar
iado
e
o
mer
cad
o
ditam
as
re
gras
para
ess
a
m
udança
curricul
ar
do
Ensino
Mé
dio
(
CATINI
,
2020) e
de
ixam
a
juvent
ude
co
m
um
fut
uro
facilmente
perc
eptível:
au
sent
e
da
materializa
ção
de
seus
direitos,
com
emp
rego
s
precário
s,
universid
ades
privad
as
e
de
baix
a
qualidad
e,
inexistênc
ia
de
p
esquisas
científicas.
Em
rel
ação
ao
s
bebês
e
as
bebês,
merece
dest
aq
ue
a
ausên
cia
de
relações
ent
re
eles
e
elas
e
destes
com
ad
ultas
que
cui
dam
e
educam.
Ao
mesmo
te
mpo
em
que
e
ssa
preocup
ação
era
colocada
em
pauta,
outras
movimentav
am
meios
acadêmi
cos
e
fórun
s
de
pesquis
adoras
e
profess
oras
em
organizaç
ões
de
carát
er
polític
o.
Af
inal
,
que
se
gurança
teriam
essas
crian
ças
de
tão
pouca
idade
,
sem
vacin
as,
ao
irem
par
a
as
crech
es
e
pré
-
escol
as?
Como
se
posicion
ar
em
meio
a
uma
pandemia
,
diante
da
Lei
de
Diretriz
es
e
Bases
da
Educação
Nac
ion
al
(LDB)
que
afirm
a:
“a
educ
ação
infantil,
primeira
etapa
da
e
ducação
básica,
tem
co
mo
fi
nalidad
e
o
desenvolv
imento
integral
da
cri
ança
de
até
cinco
ano
s,
em
seus
aspectos
físico,
psicológico,
inte
lec
tual
e
social,
compleme
ntando
a
ação
da
f
amília
e
da
comun
idade
”,
diz
o
art
igo
29.
Já
o
art
igo
5º
das
Diretrizes
Curriculare
s
Nacion
ais
pa
ra
a
Educ
ação
Infantil
(
DC
NEI
)
defi
ne
q
ue
“a
Educação
Infantil,
primeira
etapa
da
Educ
ação
B
ási
ca,
é
oferecida
em
creches
e
p
ré
-
e
scolas,
as
quais
se
carac
teri
zam
c
omo
espaços
instituciona
is
não
domésticos
que
cons
titue
m
estabeleci
mentos
educacio
nais
públicos
ou
16
privados
q
ue
educam
e
cu
id
am
de
cri
anças
de
0
a
5
ano
s
de
i
dade
”.
O
espaço
doméstico
tornou
-
se
o
local,
n
ão
ape
nas
de
cuidados,
como
também
onde
ocorriam
as
prátic
as
educ
ativas
de
carát
er
escolar
.
Repe
te
-
se
a
indagação
:
de
que
l
ado
fic
ar
diante
deste
quadro?
Bebês
n
ão
pod
em
ficar
diante
de
telas,
por
muito
que
tenhamos
avançado
,
nada
substitui
mãos
que
acarin
ham,
c
olo
em
que
é
po
ssível
senta
r
-
se
p
ara
um
aconcheg
o,
uma
brin
cadei
ra,
um
afago.
Assim
,
essas
urgênci
as
com
puseram
muitas
discussõ
es
sobre
educ
ação
de
cri
anças
co
m
pouca
idade.
Há
muito
trabalh
o
a
se
r
f
eito
como
nos
relata
esta
obra
,
mas
como
debatido
e
exposto
em
seus
capítulos,
muito
foi
feito,
ain
da
que
mergul
hado
em
incertezas
.
Destaca
ram
-
se
e
tanto
os
profissionais
da
educaç
ão
,
que
em
sua
lida
diária
com
estudantes
da
educaç
ão
básica
e
ens
ino
supe
rior,
ed
ucação
especial,
cri
aram
fo
rmas
p
ara
enfrentar
os
result
ados,
n
ão
de
uma
pandemia,
m
as
fundamentalm
ente,
do
s
desgover
nos
existentes
du
ran
t
e
a
mesma
.
T
odas
as
autoras
e
auto
res
dest
a
obra
são
também,
co
mo
c
onst
a
no
título,
aq
uel
as
e
aqueles
que
enf
rentaram
duramen
te
o
que
estav
a
ocorrendo,
já
que,
vale
reforçar,
o
ens
ino
supe
rior
e
a
produção
de
suas
pesquisas
e
reflex
ões
não
fi
cou
à
parte,
ao
con
trário,
produziu
ciê
ncia,
artigos
científico
s
e
livros
realizados
enquant
o
procuravam
equilíbrio
em
mei
o
ao
m
ar
revolto,
um
desaf
io
,
inegavelme
nte.
As
publica
ções
ac
adêm
icas
em
artigos
,
c
omo
t
ratado
em
um
dos
capítulos
de
ste
livro,
assim
c
omo,
l
ivros
e
demais
fo
rmas
de
divul
gação
ci
entífica,
demonstr
am
os
esf
orços
fei
tos
pela
academia
para
se
manterem
vivos
e à
verve
que
nos
coloca
em
pé,
em
dive
rsas
ações
.
O
cen
ário
já
tão
de
safiado
r
da
educaç
ão
,
em
tod
as
as
suas
e
tapas
,
tornou
-
se
aind
a
mais
,
ao
longo
da
pandemia
,
exigindo
muito
de
todas/es/os
n
ós.
Ganh
amos
ao
le
r
a
obra
e
pen
sar
nos
enfr
entament
os
present
es
,
o
q
ue
demanda
pen
sar
so
bre
o
lado
em
que
estamos
nessa
guerra
17
que
te
m
e
nvolvido
t
ão
de
perto
a
educ
ação
e
aqueles
que
a
f
azem
de
sde
a
base
,
cotidia
namente.
Lucian
a
e
Ana
Paula,
bem
como,
Gabriel
Scop
aro
do
Espírit
o
Sant
o
,
Márcia
Mendes
de
Lim
a,
F
ábio
Vinicius
Al
ves,
Luiz
Felipe
Garcia
de
Senna,
Jo
sé
Salustiano
dos
San
to
s,
Débora
Fab
iana
V
az
Dellamura
,
Claudia
R
egina
Mosca
Giroto,
Maria
Teresa
Alvares
de
Paul
a,
Manuela
Cristina
Tórcia,
Camila
Aparecida
da
Silva,
Emerson
da
Silva
dos
Sant
os,
José
Carlos
Miguel,
Jul
iana
Xavie
r
Mo
imà
s,
Patr
ick
Pac
h
eco
Castilho
Cardoso,
Viviane
Jaqueline
Peron
Ferreira,
Manuel
J
oão
Mungulum
e,
Alon
so
Bezerra
de
Carvalho
e
Cleriston
Izidro
dos
Anjo
s,
nomes
de
toda
s,
t
odes
e
todo
s
autores
,
inf
ormados
aqui
de
trás
para
f
ren
te,
enfre
ntam
o
d
esafi
o
da
escr
ita
n
um
tempo
em
que
insistem
em
no
s
dize
r
que
não
devemos
pro
duzir
pe
n
sament
os
e
demais
a
ções,
que
a ciência
não
nos
val
e
co
mo
fo
rm
a
explicativa
da
vida,
que
o
e
stud
o
e
a
pesquisa
são
colocados
em
segundo
plan
o.
Faço
coro
ao
que
for
a
escrito
num
dos
capítulos
dest
a
ob
ra
e
con
vid
o
à
reflexã
o:
em
2022
teremos
um
ano
de
eleições
.
Est
á
em
jo
go
a
fragilíssima
democracia
brasileira,
a
d
esig
ualdade
social
aden
sada,
as
mais
absurd
as
violências
cometidas
cont
ra
povos
negros,
indíg
e
nas,
mulher
es
e
cr
ianças.
O
ce
nário
exige
muito
de
nós
e
n
ão
podemos
nos
silenciar
ou
nos
contentar
mos
com
alg
umas
p
alavras
de
ordem
que
mais
apaz
iguam
nosso
s
egos
do
que
com
põ
em
lutas
efetivas
contra
a
barbár
ie.
Vamos
ler,
tomar
pé
dos
acontec
imentos
e
das
recentes
e
important
es
reflex
ões.
Paraben
izo
a
todas/es
/os
e
que
venham
o
utros
diálogos
,
pois
carec
emos
d
emais
dele
s
como
form
a
de
nos
forta
lece
rmos
para
enf
renta
r
o
que
já
est
á
em
curso
e o
que
virá.
Márc
ia Apar
ecid
a Go
bbi
18
Referênc
ias
CATINI,
Carol
ina.
Empr
eendedoris
mo,
privatizaç
ão
e o
trabalho
sujo
da
educaç
ão.
Rev
ista
USP
, [S.
l.],
n.
127,
p.
53-68, 2020. DOI:
10.11606/issn.2316-9036.i127p53-68.
Disponível
em:
https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/180045.
Acesso
em:
11
jan.
2022.
19
A
pres
e
nt
aç
ão
Em
11
de
março
de
2020,
a
Org
aniz
ação
Mundial
da
Saúde
(OMS)
divulgou
uma
notícia
q
ue
pr
ovocou
o
ca
os
na
economia,
na
política,
na
saúde
e
na
e
du
cação.
O
contexto
de
pandem
ia
em
virtude
da
Covid
19,
d
oen
ça
causada
pe
lo
vírus
SARS
-
CoV2,
se
insta
lou
em
t
odo
o
mu
n
do
e
com
ele
vi
eram
no
vas
fo
rmas
de
se
viver
e
ag
ir
na
sociedade.
As
condiç
ões
i
mpostas
pelo
isolamento
e
dista
nciamento
so
cial
impu
seram
às
escolas
da
Educaç
ão
Bási
ca
e
de
Ens
ino
S
uperio
r
um
novo
ritm
o
de
trabalh
o.
Profess
ores
e
alun
os
p
reci
saram
se
“rein
ventar”
(e
n
ão
considera
mos
o
term
o
um
exa
gero)
nos
processos
de
ensinar
e
de
aprender.
Com
e
sse
no
vo
context
o,
no
vas
form
as
de
re
al
ização
das
atividades
didática
s
prec
isaram
se
r
pen
sadas
e
adeq
uadas
à
re
alidad
e
e
condiç
ões
materiais
e
subjet
ivas
de
seus
professores
e
alunos.
As
aulas
remotas
tor
naram
-
se
possibilidad
e
para
o
en
frenta
mento
e
continu
idade
do
ensino
.
As
tecnologia
s
digitais
e
platafor
mas
virtuai
s
torn
aram
-
se
ferramen
tas
ne
cessár
ias
,
em
tempo
s
de
pandemia.
As
escolas
de
Educação
Básic
a
e
as
Instituições
de
Ens
ino
Supe
rio
r
tiveram
que
pensar
em
medidas
de
enfr
enta
mento
da
sit
uação
,
p
ara
um
possí
vel
plano
de
retomada
das
atividades
,
min
imizand
o
os
risco
s
de
pro
pagação
da
doença
entre
os
profissionais
da
educação
e
alun
os
da
Educação
Básica
e
Ensino
S
uperio
r.
Como
parte
dos
esfo
rços
coletiv
os
empreen
didos
pelos
pesquisa
dores
do
Grupo
de
Estud
os
em
Pesq
uisa
Pedagóg
ica
e
C
ultura
http
s://doi
.org/10.
36311
/2022.9
78
-
65
-
5954
-
308
-3
.p
19
-
26
20
Científica
(GEPP
ECC)
,
professor
es
e
al
unos
do
P
rograma
de
Pós
-
Graduação
em
Educação
da
FFC/Unesp,
Campus
de
Marília,
foi
po
ssível
reunir
nest
a
obra
nov
e
ca
pítulos
,
co
m
difer
entes
olhares
e
contribu
ições,
desde
relatos
de
experiênc
ias
a
re
sultados
de
pesquisa
s
,
que
apont
am
para
os
desafios
e
per
spectiv
as
no
â
mbito
da
Educação
em
tempos
de
pandemia
e
ensino
r
emot
o,
ocasion
ado
em
vi
rtude
da
Covid
19.
Com
o
int
uito
de
compr
eender
quais
as
possív
eis
temática
s,
desaf
ios
e
perspectivas
t
êm
si
do
abordadas
nas
pro
duções
acadêmi
cas
q
ue
discutem
sobre
educaç
ão
em
tem
pos
de
pandemia
,
Luci
ana
Aparecida
de
Araujo
e
Cleriston
Izidro
dos
Anjos,
abrem
as
disc
ussõe
s
com o
ca
pítulo
1
deste
livro
,
intitu
lado
“Educação
e
pandemia:
um
olha
r
sob
re
as
produções
acadêm
icas
(2020-2021)”.
A
autor
a
e
o
autor
reuniram
20
arti
gos
que
discutem
a
e
ducação
em
tempos
de
pandemia
,
desde
a
Educaç
ão
Infantil
–
primeira
etapa
da
Ed
ucação
B
ásica
–
até
o
Ensino
Sup
e
ri
o
r,
sistematiza
dos
a
partir
de
do
is
eixos
:
Implica
ções
da
pandemia
cau
sada
pela
Covid
-19
na
e
ducação
brasileira
e
propostas
de
tra
balho
em
tempos
de
isolamento
e
Po
líticas
públicas
educ
acio
nais
e
pandemia
:
direitos
e
exclusão.
Consider
ando
que
a
pan
demia
impactou
de
forma
negativa
a
cultura
da
escola,
que
já
vinha
enf
renta
ndo
as
suas
complexidades
, e,
com
a
chegada
de
la,
os
d
esafi
os
da
prática
escolar
se
agravar
am,
Manuel
João
Mungulum
e
e
Al
onso
Bezerra
de
Carv
alho
,
no
cap
ítulo
2,
intitula
do
“A
cultura
da
escola
e
a
sensibilidade
em
tempos
da
pand
emia:
condições
e
desaf
ios
da
educação
p
ara
novos
tempo
s”
tro
uxeram
alg
umas
reflexões
em
torno
dos
impactos
caus
ados
pela
pandemia
no
contex
to
escolar
,
bem
como
questionaram
a
qualidade
da
a
prendizagem
adqu
irida
mediante
ativida
des
remota
s
e
suas
implica
ções.
O
capítulo
problemat
iza
a
at
ual
crise
pandêmica
para
buscar
alt
ern
ati
vas
que
visam
asse
gu
rar
as
condições
par
a
21
o
acesso
e
a
perma
nência
na
escola
após
o
des
âni
mo
instalado
pela
d
oen
ça
na
vida
dos
al
unos,
principa
lmente
os
de
baixo
suporte
econômic
o
e
soc
ial.
Consider
am
que
o
cont
exto
atual
impõe
ao
s
fazed
ores
da
educ
ação
um
a
nova
po
stura
ética
e
epistemol
ógica
para
fazer
face
às
complexid
ades
impostas
pe
la
cri
se,
pois
a
pandemia
afetou
a
cult
ura
e
a
sensib
ilidad
e
da
escola,
o
que
reque
r
uma
no
va
postura
de
assum
ir
o
comprom
isso
de
apoiar
os
estados
emociona
is
dos
al
unos
.
O
t
rabalho
qu
estio
na
as
pote
ncialidades
da
fo
rmação
por
me
io
do
en
sino
remoto
e
os
se
us
limites,
apon
tando
caminhos
para
a
reor
gani
zação
dos
modos
de
apr
endizagem
que
permita
m
uma
instrução
sem
a
exclusão,
uma
vez
que,
a
crise
não
p
ode
impedir
a
democratiza
ção
do
saber.
Re
flet
ind
o
so
bre
o
papel
do
gestor,
peça
fundam
en
tal
p
ara
a
mobilizaç
ão
de
to
do
o
con
te
xto
e
scolar
em
situações
ext
remas
e/ou
co
mo
elemen
to
de
artic
ulação
e
coesão
das
instituições,
em
situações
desafi
adoras,
como
é
o
contexto
pandêmico,
Julia
na
Xavie
r
Moimàs,
Patrick
Pacheco
Castilho
Cardoso
e
Viviane
J
aque
li
ne
P
eron
Fe
rreira,
no
capítulo
3
“Gest
ão
escola
r
e
desafios
no
contex
to
pandêmico:
ressignifica
ndo
papéis”
discutem
os
impactos
da
pandemia
sob
re
a
educaç
ão,
sob
o
vié
s
específico
dos
profissiona
is
da
gestã
o
esc
olar.
Nest
e
capítulo
,
as
auto
ras
e
o
auto
r
trazem
relatos
de
experiênc
ia
de
duas
perspectiva
s
gestoras
dif
erenc
iadas,
o
de
uma
escola
de
educação
infantil
(0
a
3
anos),
e
o
de
uma
escola
de
gra
nde
porte,
na
zona
urbana,
q
ue
ate
n
de
à
educação
infantil,
ensino
fund
ament
al
e
educaç
ão
de
jovens
e
adul
tos.
No
capítulo
4,
intitu
lado
“
As
fr
agilidades
do
ensino
r
emoto
para
a
aprendizag
e
m
Matemát
ica
no
Ensi
no
Fun
damental
Anos
Iniciais”
,
Camila
Aparecid
a
da
Silva,
Emerson
da
Silva
dos
Santos
e
José
Ca
rlos
Miguel
trazem
uma
reflexão
so
bre
os
desaf
ios
da
apren
dizagem
Matemática
no
pós
-
pande
mia
da
Covid
-19.
Muitas
dificuldades
for
am
re
gist
radas
nesse
22
período
de
ensi
no
remoto,
dificuldades
em
âmbitos
tecno
lógicos,
funcionais
e
pedag
ógicos,
isso
p
orque
mu
itas
vez
es
a
própria
falta
de
acesso
à
Internet
gerava
problemas
que
afet
avam
diretament
e
o
processo
de
ensi
no
e
aprendi
zagem
da
cri
ança
do
Ensino
Fundam
ental
An
os
Iniciais.
Os
resultado
s
desse
e
studo
mostra
m
que
no
pós
-
pa
ndemia
,
os
problemas
de
aprendizag
e
m
Matemática
se
ac
ent
uaram
aind
a
m
ais,
e
com
o
retorn
o
gradat
ivo
das
aulas
presencias
,
e
ssas
dificuldades
estão
sen
do
percebidas
em
sala
de
aul
a.
Com
isso
,
co
nc
lu
em
que
a
ed
ucação
passa
por
um
n
ovo
e
complexo
de
safio
que
é
retomar
o
processo
de
aprendizag
em
da
crian
ça
e
sanar
as
lacun
as
da
aprendizagem
na
Matemática
,
decor
rentes
do
período
de
pandemia.
Maria
Teresa
Alv
ares
de
P
aula
e
Manuela
Cristin
a
Tórcia
escreveram
o
capítulo
5,
intitulado
“En
sino
remoto
:
av
anços
ou
retroces
sos?
Um
r
elato
de
experiênci
a
nos
anos
iniciais
do
Ensin
o
Fundamenta
l”
,
com
o
objetivo
de
rel
atar
o
trab
alho
realizado
co
m
uma
turma
de
3º
ano
do
E
nsino
Fundamen
tal,
o
auxí
lio
das
tecnologias,
da
família,
os
avan
ços
e
as
dif
iculdades
e
ncon
tradas
tanto
por
alun
os
quanto
profe
ssoras.
As
aulas
remotas
poss
ibilitara
m
o
rela
to
de
situaç
ões
nas
qua
is
os
alunos
n
ão
de
mons
travam
o
reforço
do
s
laços,
n
em
mesmo
progresso
e
inte
resse
no
q
ue
diz
resp
eito
ao
seu
desenvolvime
nto,
ta
nto
emocional
quanto
educacion
al,
famílias
an
gusti
adas
e
situações
excl
udentes
.
Também
foi
possíve
l
obse
rvar
que
a
maioria
das
famílias
se
mostraram
e
ngajad
as
na
educaç
ão
de
suas
crianças
e
que
as
tecnologia
s
podem
ser
utiliza
das
a
favor
da
educ
ação.
As
aut
oras
con
cluem
q
ue
para
uma
proposta
de
t
rabalh
o
co
m
crian
ças
é
imprescindível
que
se
ja
clara
mente
observado
o
objetivo
da
mesma,
bem
como
a
importância
do
envolvimento
de
todas
as
p
essoas
que
fazem
parte
desse
proce
sso.
23
No
âmbito
da
Edu
cação
I
nclusiva,
as
preocupa
ções
tamb
ém
são
evidentes
no
capítulo
6,
de
José
Salustiano
d
os
San
tos,
Débora
Fabian
a
Vaz
Dellamura
e
Claudia
Regina
Mosca
Giroto,
in
titulado
“Consid
erações
sobre
a
Ed
ucação
E
special
em
tempo
de
pandemia
na
perspectiva
da
deficiência
visual
nos
ano
s
iniciais
da
Educação
Básica”.
Nesse
capítulo,
o
autor
e
as
aut
oras
problematizam
aspectos
que
circundam
o
período
de
esco
lariz
ação
de
crian
ças
co
m
deficiência
visual
nos
an
os
iniciais
da
Educação
Bási
ca,
tais
como:
in
tervenção
precoce;
estimulaç
ão
visual;
orie
ntação
e
mobilidade
e
atividades
de
vida
autônoma
(AV
A),
fo
ram
dest
acados,
pois
são
necessár
ios
p
ara
a
fo
rmação
inte
g
ral
das
crianças
cega
s
e com
bai
xa
visão.
Tal
problematizaçã
o
foi
base
ada
em
situações
de
rotin
a
de
esc
olas
de
ens
ino
municipa
l
no
perío
do
pandêmico,
a
partir
do
s
questiona
mentos
sobre
qual
a
contribuiçã
o
desses
fator
es
par
a
o
atendimen
to
dos
al
uno
s
com
deficiência
visual
dos
ano
s
iniciais
em
te
mpos
de
pandemia
e
quais
iniciativa
s
contribuem
p
ara
o
melhor
desenvolv
imento
no
processo
de
ensino
e
aprend
izage
m
desse
s
alun
os.
Subsidiados
pe
la
li
teratura
co
nsultada
, a
discussão
ora
proposta
enfatiza
a
nece
ssidade
de
novas
ab
or
dage
ns
e
iniciativ
as
que
enriq
ueçam
a
prática
escolar
no
pós
-
pandemia.
O
ensino
remot
o,
no
que
diz
respeito
à
Lín
gua
Po
rtuguesa
,
apres
entou
grandes
dificuldades
relativas
ao
ensino,
à
interpretaçã
o,
avaliação
e
re
sultad
os
referentes
a
uma
n
ova
forma
de
ensinar
n
as
escola
s
públicas
do
estado
de
São
Paul
o.
Com
essa
preocupaç
ão,
Fáb
io
Viniciu
s
Alves
e
Luiz
Felipe
Garcia
de
Senna,
no
Capítu
lo
7,
“
Anos
finais
do
Ensino
Fundamenta
l:
Os
desa
fios
do
en
sino
da
Lí
ngua
Po
rtuguesa”
,
trouxeram
a
visão
de
dois
professores
res
identes
de
uma
cidade
do
interior
paulista,
profess
ores
categoria
“O”
(contrat
ados
po
r
3
anos)
do
ensi
no
fund
ament
al
:
Anos
Finais
-
dois
(EFII)
,
da
Secre
taria
de
Educa
ção
do
Estad
o
de
S
ão
24
Paulo
(SEDUC),
que
ministr
aram
as
suas
aul
as
em
escolas
públicas
da
periferia
da
cidade
,
de
modo
remoto
,
p
ara
turmas
do
6º
ao
9º
ano
do
E
nsino
F
undame
ntal:
Anos
Finais
.
Os
autores
trazem
ex
periências
de
doi
s
anos
consecut
ivos
em
que
a
rede
da
ed
ucação
paulista
teve
de
se
adaptar
,
compre
ender
e
se
re
estruturar
para
que
o
ensino
remoto
pu
desse
ser
implementa
do
e
apresen
tasse,
ao
menos
alguns
re
sultados
referentes
ao
ens
ino
de
Lín
gua
Por
tuguesa
,
em
meio
à
pande
mia.
Os
autores
cha
ma
m a
aten
ção
para
a
imp
ortância
do
pa
pel
do
prof
essor
e
n
as
questões
referen
tes
ao
ensi
no
da
Lín
gua
Portuguesa,
na
elab
oração
de
estr
atégias
do
ensino
-
aprendizag
e
m
de
al
un
os
e
sobre
a
avali
ação
em
tempos
de
pandemia.
No
Ens
ino
Supe
rior,
os
problema
s
decorrent
es
da
pandemia
n
ão
foram
diferentes.
Gabriel
Scop
aro
do
E
spírito
S
anto,
Márcia
Mendes
de
Li
ma,
trazem
no
capítulo
8
desta
obra
,
“Tra
jetóri
a
da
Educaç
ão
à
distância
(EaD)
no
Brasi
l
e
os
desafios
na
imple
menta
ção
do
ensino
remoto
emergenci
al
na
Educação
Superio
r:
breve
context
ualização
”
,
dados
oficiais
sobre
a
trajetória
da
EaD
nos
cursos
de
graduaç
ão,
resg
atand
o
o
con
ce
ito
de
EaD
e
de
Ensino
Remoto
Emergencial.
No
capítulo,
o
autor
e
autora
ind
icaram
q
ue
os
princ
ipais
desafios
encontrados
pelos
docentes
do
Ensino
Superio
r
fo
ram
a
implem
entaçã
o
repentina
do
En
sino
Remoto
,
a
falta
de
capaci
tação
,
a
resistência
ao
ensino
síncr
ono
e
a
ssíncro
no
,
o
impacto
socioem
ocional
do
trabal
ho
em
Ho
me
Office
,
a
dificuldade
de
acesso
à
internet
e
a
limitação
da
com
uni
cação
e
n
tre
os
docentes
e
estud
antes.
Concluem
que
,
mes
mo
nos
cursos
de
EaD
conve
ncionais
,
exist
em
momentos
presenc
iais
fundamenta
is
par
a
a
formação,
como
as
atividades
prática
s
e
estágios,
elabora
dos
na
perspectiva
da
modalidade
educac
ion
al.
Destac
am
também
que
as
atividad
es
remotas
re
aliz
adas
duran
te
o
distancia
mento
social
não
podem
ser
confund
idas
com
a
modalidade
EaD.
Além
disso
,
a
aus
ên
ci
a
de
pr
áticas
durante
o
ensi
no
na
pandemia,
e
os
25
diversos
desafios
enfrentad
os
favoreceram
a
defasa
gem
na
apr
endiza
gem
na
Educação
Superio
r.
Em
“
As
dores
e
delícias
da
docên
cia
em
um
tempo
des
afiado
r:
pandemia,
ensi
no
rem
oto
e
algumas
disciplinas
da
G
raduação
em
Pedagog
ia
da
FFC
-
Un
es
p,
Campus
de
Maríli
a”,
capítulo
9
d
este
livro
,
Ana
Paula
Cordeiro
e
Lucian
a
A
pareci
da
de
Araujo
fina
lizam
com
um
rela
to
sobre
os
desafios
enfrentad
os
por
duas
docentes
do
Curso
de
Pedagogia
da
FFC
UNESP,
Campus
de
Marília,
em
tem
pos
de
pandemia
e
en
sino
remoto.
Dúvid
as,
organi
zação
de
disciplinas
p
ara
um
no
vo
f
ormato,
conciliar
aul
as
síncronas
remotas
com
at
ividade
s
práticas
e
também
assíncro
nas,
aval
iaçõe
s
e
possibilidades
de
en
sino
e
aprendiza
g
em
são
algum
as
das
questões
ap
res
en
tadas.
As
autora
s
co
nsi
deraram
algun
s
limites
e
possibilidad
es
de
diálogo,
interações
e
apren
dizagem
em
tempos
históric
os
de
pandemia
da
Sars
-
Cov2.
Com
o
intuito
de
fomen
tar
o
deb
ate
e
as
reflex
ões
acerca
dos
impactos
e
desafios
enfrentados
pela
educação
em
tempos
de
pande
mia,
convidamos
o
leitor
a
pen
sar
sobre
a
temática
,
compre
end
end
o
que
esta
reflexão
é
nec
essária
e
n
ão
se
esgota
na
discussão
desta
o
bra.
Ao
con
trário,
que
possamos
refle
tir,
question
ar,
di
alogar
e
superar
as
ma
rcas
de
sse
tempo.
Luci
a
na
Aparecida
de
Ar
aujo
Ana
P
aula
C
ord
eiro
26
27
C
ap
í
t
ulo
1
Educ
ação
e
pande
mia:
u
m
ol
har
s
obr
e
as
prod
uç
õe
s
ac
adêm
ic
as
(2020
-
2021)
Luciana
Aparecid
a
de
Ara
ujo
Clerist
on
Izidro
dos
Anjos
Introdução
Apresentamos
alg
umas
reflexões
tecidas
a
partir
de
um
mapeamento
realizado
com
o
objetivo
de
compr
eender
quais
possíveis
temáticas
,
desafios
e
perspectiv
as
têm
sido
abo
rdadas
nas
produções
acadêm
icas
que
discutem
so
bre
edu
cação
em
te
mpo
s
de
pandemia
no
período
2020-2021.
As
implicações
da
pandemia
de
Co
vid
-19
para
a
educaç
ão
têm
sido
objeto
de
nossas
preocu
pações
desde
o
anúnc
io
das
restri
ções
san
itári
as
e
medidas
de
isolamento
físic
o
an
unci
adas
no
Brasil,
em
f
unção
do
apareci
mento
dos
primeir
os
c
asos
no
país.
Atividades
educac
ion
ais
presenciais
for
am
suspen
sas
e
em
todo
o
cená
rio
educaci
onal
bras
ileiro
havi
a
uma
série
de
in
certeza
s
sobre
a
pandemia
e
se
us
impactos
na
Educação
B
ásica
e
no
Ensino
Superior.
O
grupo
de
Estudos
e
Pesq
uisas
em
Pedagogias
e
Culturas
Infantis
(GEPP
ECI),
um
dos
grupo
s
dos
quais
a
autora
e
o
aut
or
d
este
capítulo
fazem
parte,
ao
perc
eber
q
ue
os
primeiros
quarenta
d
ias
de
isolamen
to
seriam
prorrogad
os
e
se
m
data
prevista
para
retorn
o
das
atividades
http
s://doi
.org/10.
36311
/2022.9
78
-
65
-
5954
-
308
-3
.p
27
-
64
28
presenciais
,
promoveu
um
a
série
de
ações
e
debates
para
pen
sar
sobre
os
efeitos
da
pandemia
na
educação
e
na
vida
das
crianç
as,
desde
be
bês,
dentre
as
quais
destacamo
s
as
lives
do
Gepp
eci
no
perfi
l
do
grupo
de
pesqu
isa
no
Inst
agram®
(@ge
ppeci),
o
Webnário
“I
nfân
cias
e
ed
ucação
infantil
em
tempos
de
pand
emia”,
tra
nsmitido
e
disponív
e
l
no
YouTube®
(GEPPECI,
2020)
e
as
produç
ões
escritas
o
rgan
izadas
com
a
c
olab
oração
de
pesquisa
dores
e
pesquisad
o
ras
de
vá
rias
instituiç
ões,
cuja
s
contrib
uições
foram
organ
izadas
em
do
is
do
ssiês
e
speciais:
“As
crian
ças
e
suas
i
nfân
cias
em
tem
pos
de
Pandemia
”
(SANTO
S;
SARAIVA,
2020)
e
“Ed
ucação
Infanti
l
em
tempos
de
pa
ndemia”
(ANJO
S;
PER
EIRA,
2021).
No
Ensino
Superior,
as
at
ivi
dades
de
ensino,
pe
sq
uisa,
extensão
e
gestão
também
fo
ram
significativame
nte
afetad
as.
Pesqui
sas
e
projetos
de
extensã
o
com
atividades
presenciais
de
campo
preci
saram
se
r
repe
nsadas
,
os
cursos
de
graduação
pl
anejad
os
e
realizad
os
na
modalidade
presencial
tiveram
que
li
dar
com
des
afios
e
probl
emas
que
en
volvem
as
dificuldades
de
acesso
aos
equipamentos
tecnológicos
e
à
inter
net
pelos/as
estudan
tes,
com
a
p
recari
zação
do
traba
lho
do
cen
te
agrav
ada
pela
e
scassez
de
sup
orte
para
o
trabalh
o
em
tem
pos
pandêmicos
–
equipament
os,
formaç
ão
par
a
lidar
com
as
atividades
emergenciais
n
ão
-
presencia
is,
saúd
e
mental
do/
a
trabalh
ador
/a
da
educaç
ão
e
out
ros
auxíl
ios
materiais
e
imateriais
– e
com
uma
sobreca
rga
imensa
de
trabal
ho,
além
daqui
lo
que
a
Covid
-19
causo
u
nos
contex
tos
f
amiliares
e
pessoai
s
de
estudant
es
e
prof
essore
s/as.
No
momen
to
da
final
ização
da
escrita
deste
capítu
lo
–
seg
und
a
quinzena
do
mês
de
dezem
bro
de
2021 e
primeira
quinzena
de
jan
e
i
ro
de
2022 –,
ainda
temos
muito
mais
dúvidas
do
que
certezas
sobre
o
contexto
pandêmico:
parcela
sig
nificativ
a
de
adultos/as
foi
vac
inada,
mas
a
vanç
os
no
combate
à
pa
ndemia
ai
nda
são
n
ecessári
os;
o
d
ebate
se
volta
p
ara
a
vacin
ação
de
c
rianç
as,
surgem
notícias
de
no
vas
v
ariant
es
de
Co
vi
d
-19
e
29
circulam
nas
mídias
as
notícias
sobre
a
presença
de
o
utros
vírus
(H1N1,
H3N2...).
Em
28
de
janei
ro
de
2022, foi
publicado
pela
Associação
Nacional
de
Pós
-
Gradu
ação
e
Pesquisa
em
Educação
(ANP
ED)
o
Manifesto
pelo
direito
de
vacin
ação
das
crianç
as
contra
a
Covid
19.
A
A
NPED,
comprometi
da
com
os
estudos
e
direitos
da
infância
e
da
adole
scên
ci
a
posiciona
-
se
a
favor
da
vacinação
de
crianças,
a
partir
dos
ci
nc
o
anos
de
idade,
já
q
ue
a
vaci
nação
p
ara
e
ssa
faix
a
etária
foi
ap
rovada
ap
ós
rigorosos
testes
clí
nicos.
No
campo
educ
acional
,
os
sistemas
de
educ
ação
po
uc
o
avançar
am
naquilo
que
poderia
ter
sid
o
feito
no
período
de
isolamento
para
garan
tir
um
possíve
l
retorno
seguro
e
com
respeito
aos
dire
itos
d
as
crianç
as
e
de
suas
f
amílias
e
de
todos/as
os/as
profissionais
da
edu
cação,
tais
como
as
medidas
ind
icadas
pela
Fr
en
te
Norde
ste
Crian
ça
na
ob
ra
“C
adern
o
de
Direitos
-
Retorno
à
c
re
che
e
à
escola:
Direitos
das
crianç
as,
su
as
famílias
e
suas/seus
educ
adora
s/es
-
gestoras
/es,
profess
oras/
es
e
funcionár
ias/o
s”
organ
izad
a
po
r
Ana
Maria
Mello,
Fauston
Negrei
ros
e
Cleristo
n
Izidro
dos
Anjos
(2020)
com
a
par
ticipaç
ão
de
representa
ntes
dos
est
ados
da
regiã
o
nordest
e
do
Bras
il.
Um
clima
de
re
t
orn
o
às
ativid
ades
presencia
is
–
na
educação
e
em
outros
contex
tos
–
ora
parece
estar
ma
is
próximo,
o
ra
parece
estar
dis
tante
da
real
idad
e.
O
contex
to
brasileiro,
de
múltiplas
desigualdades,
que
se
acen
tuam
cada
vez
mais,
causa
um
misto
de
sentimentos
q
ue
en
volv
em
ind
ignação
,
momen
tos
de
paralis
ia
e
outros
de
m
uito
trab
alho
,
p
rodução
e
ações
solidárias,
na
tentativa
de
buscarmos
algum
sen
t
ido
para
tudo
isso.
No
Brasil,
em
2022,
teremos
eleições
para
a
p
residência
da
república
,
o
que
t
o
rn
a
o
ce
ná
ri
o
aind
a
mais
ten
so
.
No
entanto,
sabemos
30
que
as
co
isas
n
ão
podem
continua
r
como
estão,
cons
i
derando
que
muitos
dos
problemas
que
estam
os
vi
vendo
poderiam
ter
sido
amen
izad
os
ou
evitados
se
houve
sse
governantes
comprometid
os
com
o
povo,
co
m
a
ciência e
co
m
a
e
ducação
.
O
discurso
falacio
so
que
nos
ronda
e
que
p
rocura
nos
conven
ce
r
de
que
a
pandemia
atingi
u
brancos
e
negros,
homens
e
mul
heres,
ri
cos
e
pobres,
adultos
e
crianças,
pro
cura
m
ascar
ar
as
desigualdades
q
ue
envolv
em
essa
reali
dade.
Ao
con
trário
do
que
dizem,
nós
não
estam
os
“no
mesmo
barco”.
Podemos
até
estar
“n
a
mesma
tempestade”,
mas
alguns/ma
s
enfrenta
m
-
na
em
iates
de
luxo,
enqua
nto
out
ros/as
não
possue
m
sequer
a
madeir
a
flutuante
do
t
ro
nco
de
uma
árvore
par
a
se
apoi
ar.
Iniciamos
desse
m
odo
,
poi
s
a
pandemia
tem
afetado
a
vida
de
todos/as
nós
e
a
nossa
escrita
também
não
passa
incólume
a
isso.
Não
podemos
aceit
ar
o
discurso
do
“n
ovo
nor
mal”,
pois
o
cenário
anteri
or
à
pandemia
já
n
ão
era
no
rm
al
para
aqueles
e
aque
las
q
ue
ain
da
ous
am
indigna
r
-
se
com
tantas
desigualdades.
É
precis
o
ma
nter
vi
va
a
cham
a
da
ind
ignação
,
de
modo
que
po
ssamos
aprender
com
tudo
isso
e,
quem
sabe,
construi
r
um
o
ut
ro
mu
ndo
possível:
com
mais
justiça
social,
human
idade
e
solidariedade.
Siga
mos!
Com
o
intuito
de
localizar
e
si
ntetizar
a
lit
eratura
en
co
ntrad
a
que
discute
sobre
ed
ucação
em
tempos
de
pandemia
no
per
íodo
2020-2021,
de
mod
o
a
identif
icar
as
principais
tendênc
ias
d
as
pesquisa
s
encon
tradas,
suas
lac
unas
e
d
iscussõe
s
relevantes
e
avaliá
-
l
as
criticamente,
opta
mos
pela
revisão
de
literatura
(MORE
IRA;
CA
LEFFE,
2008)
e
mapeamento
d
as
produç
ões
ac
adêmi
cas
sobre
e
ducaç
ão
em
tempos
de
pandemia,
t
end
o
o
período
2020-2021
como
recort
e
tem
por
al.
31
Para
re
aliz
ação
dos
procediment
os
de
busca
optamos
pela
platafor
ma
do
Institu
to
Brasileiro
de
Inform
ação
em
Ciência
e
Tecnolo
gia
- Ibict
oasisbr
5
,
que
pe
rmite
a busca
de
produções
científica
s
de
auto
res/
as
vinculados
/as
a
un
iversidade
s
e
institutos
de
p
esquisa
brasileiros
e
em
fontes
portug
uesas.
A
busca
fo
i
realizada
a
partir
dos
descri
tores:
“Edu
cação
”,
“Pande
mia”,
associ
adas
p
elo
operador
booleano
AND
,
que
re
sultou
em
146
produções:
11
dissert
ações,
4
tese
s,
114
artigos
científicos
,
9
trabalho
s
de
conclusão
de
curso
de
g
raduação
,
4
livros,
2
ar
tigos
de
confe
rê
n
cia,
1
relatório
e 1
resumo
expandido.
Para
este
estudo,
optamos
por
selec
ionar
apenas
os
artigos
científicos
escritos
em
língu
a
portug
uesa,
excl
uindo
,
portanto,
as
te
ses,
dissert
ações,
livros,
relatórios,
re
sumo
e
xpandid
o,
artigos
de
conferência,
trabalh
os
de
c
on
cl
usã
o
de
curso,
artigos
em
duplic
idade,
artigos
em
outros
idiomas
e
as
produções
que
não
guardavam
corre
lação
co
m
a
temática
ou
que
não
possíve
l
a
leit
ura
por
motivos
de
falhas
no
li
nk
de
ace
sso
ou
que
não
permitia
m
a
abe
rtura
do
arquivo
em
for
mato
PDF
por
falh
as
no
documen
to.
Considerand
o
tais
cri
térios,
fo
ram
seleciona
dos
20
ar
tigos
que
discutem
e
ducação
em
tempos
de
pandemia
desde
a
Educ
ação
Infa
ntil
–
primeira
etapa
da
Educação
Bási
ca
–
até
o
Ensino
Superio
r.
Os
cont
eúdos
extraído
s
foram
reunido
s
a
partir
de
dois
eixos
:
a)
Implicações
da
pandemia
causad
a
pela
Covid
-19
na
ed
ucação
brasileira
e
propostas
de
trabalh
o
em
tempos
de
isol
ame
nto
e
b)
Políticas
públic
as
educacio
nais
e
pandemia
:
direitos
e
excl
usão.
5
Portal
brasile
iro que re
úne produç
ão cient
ífica e
m acess
o abe
rto. D
isponível em
:
https:
//oasisb
r.ibic
t.br/vuf
ind/
. Aces
so em
: 14 jan
. 2022.
32
Implicaçõ
es
da
pande
mi
a
caus
ada
pel
a
covid
-
19
na
educação
brasil
eira
e
propost
as
de
t
rabalho
em
t
e
m
pos
de
is
ola
m
en
t
o
Reunimos
no
eixo
“
Im
plic
açõe
s
da
pandemia
causada
pela
covi
d
-
19
na
ed
ucação
brasileir
a
e
propostas
de
t
rabalh
o
em
te
mpo
s
de
isolamento”
d
oze
artigos
que
discutem
implicações
c
ausadas
pela
pandemia
de
Co
vid
-19
na
ed
ucação
brasileira
,
des
tacand
o
-
se
trabalh
os
voltados
para
os
impactos
na
formaç
ão
e
at
uação
docente
e
o
uso
d
as
Tec
nolo
gias
Digitais
da
Inf
ormação
e
da
Comun
icação
(TDIC)
na
educaç
ão
em
context
o
pandêmico.
O
artigo
de
Caroline
Cavalcante
Nascimento
(2020,
p.
25),
intitulad
o
“Educação
em
tempos
de
pan
demi
a”,
trouxe
como
objetivo
“[...]
refletir
sobre
o
faze
r
edu
cacio
nal,
mais
especif
icamente
a
figura
do
artista
-
docente,
em
me
io
à
epidemia
mund
ial
que
asso
la
o
globo
desde
março
de
dois
mil
e
vinte”.
Para
atingir
esse
objeti
vo,
a
autora
aborda
o
context
o
educacion
al
em
tempos
de
pandemia
e
d
iscut
e
alg
uns
métodos
que
vêm
se
n
do
utili
zados
para
manter
as
escola
s
em
funcionamen
to
de
modo
n
ão
presencia
l.
Apre
sent
a
ta
mbém
uma
explan
ação
a
respeito
da
produção
ar
tística
durante
a
pandemia
de
Covid
-19,
considera
ndo
os
meios
e
reinvenç
ões
utiliz
adas
pelo
s
artista
s,
que
são
também
profess
ores
da
Educaç
ão
B
ásica.
Além
disso
,
foi
realizada
a
análise
de
uma
p
ágin
a
present
e
na
rede
soci
al
Instag
ram,
em
que
se
encontram
obras
artísticas
produzidas
por
professore
s
de
art
e
da
Educ
ação
B
ásica
de
dive
rsas
regiões
do
Brasil.
Ke
lly
Cristi
na
Brandão
da
Silva
e
Ke
lly
Cristina
Garcia
de
Macêdo
Alcan
tara
(2020,
p.
102)
em
“A
(in)corpore
idade
do
prof
essor
em
tempo
s
de
pandemia
e
e
ducação
à
dist
ânci
a”,
trouxe
ram
co
mo
objetivo
ne
sse
artigo
“[...]
analisar,
à
luz
da
interlocução
entre
Ed
ucação
e
Psicanálise,
os
33
limites
e
impasses
provocados
pela
educ
ação
à
distância
emergencial,
a
partir
da
discussão
de
al
gum
as
nuances
refer
entes
ao
corpo,
à
pre
senç
a
e
à
temporalid
ade,
os
quais
dão
susten
tação
ao
trab
alho
doce
nte”.
Nessa
perspectiva
,
apre
sentam
alg
uns
element
os
que
as
autoras
considera
m
com
o
tradiciona
is
e
ordin
ários
utilizados
no
t
rabalho
doc
en
te
em
sal
a
de
aul
a,
durante
o
ensino
pres
encia
l,
co
m
o
in
tui
to
de
ref
le
tir
sobre
os
efei
tos
da
educaç
ão
não
presencial
e
emerge
ncial
em
tempo
s
de
pandem
ia,
ocasio
nada
p
elo
C
oron
avírus
(SARS
-
CoV
-2),
situação
que
f
ez
com
que
as
escolas
fossem
fech
adas
de
modo
a
at
ender
às
me
didas
sanit
árias
de
distancia
mento
e
não
interromper
o
ano
letiv
o.
Os
result
ados
da
inve
stigação
indicaram
alguns
desdobra
mentos
no
que
diz
re
spei
to
a
erotizaçã
o
da
e
ducação
,
a
fun
ção
soci
al
da
escola,
a
trad
ição
e
t
ransmi
ssão
de
conteúdos
por
outros
meios
que
podem
ind
ica
r
tempos
de
mudanças
no
cenár
io
e
ducaci
onal.
Galdino
Rodrigues
de
Sou
s
a,
Eli
ane
Medeiros
Borges
e
R
icardo
Dulcatti
Colpas,
(2020,
p.
146)
no
artig
o
intitulado
“Em
d
efesa
das
tecnologia
s
de
inform
ação
e
com
unic
ação
na
e
ducaçã
o
básica:
diálogos
em
tempos
de
pandem
ia”,
aprese
ntaram
como
obj
etivo
“[...]
problematiza
r
algum
as
medidas
emergen
ciais
adotad
as
na
ed
ucação
básica
durante
a
crise
global
de
CO
VID
-19”.
Discutem
o
uso
das
Tecnologia
s
de
Infor
mação
e
Com
unicação
(TIC)
co
mo
fe
rrament
as
que
pode
m
favorecer
o
ensino
a
distância
e
minimizar
os
impactos
imediatos
que
podem
lev
ar
ao
fechamento
das
e
scol
as.
Para
eles
e
ela,
a
televisã
o
,
a
mídia
impressa
e
digital,
podem
fa
vorec
er
o
acesso
à
educaç
ão
para
maior
núm
ero
de
estudan
tes,
pr
incipalme
nte,
os
al
un
os
q
ue
n
ão
possuem
internet
em
suas
residê
ncias.
Como
caminho
metodo
lógico,
utiliza
m
-
se
“d
os
Episódios
de
Aprendizag
em”
com
o
al
ternativa
“[...]
capaz
de
propiciar
process
os
educativo
s
relaciona
is
entre
ambient
es
forma
is
e
inf
ormais,
com
foco
na
34
int
eração
,
no
diálog
o
e
na
pesquisa,
por
meio
da
util
ização
c
rítica
das
TIC
no
ensino
e
apre
ndiz
agem”.
Esse
s
episódios,
s
ão
consider
ados
pelos
autores
e
autora
como
pote
nci
alme
nte
relev
antes
aos
esforç
os
de
des
envolv
imento
de
uma
“revolução
digita
l
inclusiva
”
pós
-
pandemia
n
as
escolas
(SOUS
A;
BORGE
S;
COLP
AS,
2020,
p.
146).
Como
resultados,
indicam
que
potencialm
ente,
a
metodologia
“do
s
Episódios
de
Aprendizagem”
p
ode
favor
ecer
os
process
os
educativo
s
relacionais
em
ambient
es
formais
e
informais,
consider
ando
a
in
teração
,
o
diálogo
e
a
pesquisa,
mediante
o
uso
das
TIC
no
en
sin
o
e
na
aprendizagem
de
form
a
crítica.
José
Antônio
More
ira,
Susana
Henriques
e
Dan
ie
la
Melaré
Vieira
Barros
(2020,
p.
351)
pub
licaram
o
artigo
“Trans
itan
do
de
um
en
sino
remoto
emergencia
l
p
ara
uma
educação
digital
em
rede,
em
tempos
de
pand
emi
a”,
com
o
objetivo
de
“[...]
ap
resent
ar,
resumidame
nte,
os
princípios
básicos
para
o
design
de
um
ambient
e
online,
rel
acion
ado
à
organ
izaç
ão,
seleção
de
recursos,
pre
paração
e
aval
iação
de
atividades
de
aprendizag
e
m”.
Seg
un
do
o
autor
e
as
au
toras,
o
crescimento
d
as
tecnologia
s
e
d
as
redes
de
c
omuni
cação
tem
provocad
o
m
udanças
significat
ivas
na
sociedade,
levando
ao
surg
imento
de
novos
p
aradig
mas,
novas
f
ormas
de
co
municação
educ
acion
al
e
també
m
novos
contextos
de
ens
ino
e
de
aprendizage
m.
Concluem
que
a
c
heg
ada
abrupt
a
do
vírus
impulsionou
ins
tituições
educ
ativas
e
profes
sores
à
novas
prática
s
de
ensino,
q
ue
envo
lvem
ativ
idades
remotas
de
eme
rgênc
ia,
mas
que
isso
não
se
configura
co
mo
práticas
de
uma
educ
ação
digital
em
rede
e
de
qualida
de.
No
artigo
“Autoform
ação
doc
ent
e
em
tempos
de
pandemia
:
da
(im)possibi
lidade
da
reinvenção
sem
cuidado
de
si”,
Tacieli
F
eltrin
e
Natália
Lampert
Batista
(2020,
p.
1017)
bu
scaram
responder
ao
seguin
te
questiona
mento:
“O
que
cabe
ao
s
educad
ores
em
tempos
de
35
distancia
mento
socia
l,
recon
figuração
das
noções
de
normalidad
e,
presença
e
tempora
lidade?
”
Nesse
sentido,
tiveram
com
o
objetivo
“r
efletir
sobre
o
impacto
da
pandemia
na
docência
com
especial
at
enç
ão
à
autof
ormação
docente
e
à
no
ção
de
cuidado
de
si
em
Foucault
(2006),
dest
acando
a
n
ece
ssidade
de
um
olh
ar
cuidadoso
e
crític
o
p
ara
o
con
te
xto
escolar
contempor
âneo”
.
Para
e
ssas
autoras,
a
edu
cação
,
o
ensino
e
os
process
os
que
ocorrem
no
con
texto
da
esc
olarização
p
assam
por
trans
formações
importa
ntes,
provocando
um
a
desconstr
ução
dos
parâmetr
os
educativo
s
esta
belecidos.
O
cuidado
com
o
outro
,
com
as
relações
,
inclusive
as
relaç
ões
educat
ivas
e
a
(au
to)f
ormaç
ão
se
to
rnam
“eixo
de
(im)possib
ilidad
e”,
caso
seja
pensa
da
por
um
vié
s
uni
came
nte
tecnológico
e
mecanicis
ta.
As
autoras
concluem
q
ue
[...]
as
necessidades
de
reinvenção
e
fl
uênc
ia
tecnol
ógica
estabelecidas
para
educadores
e
estudan
tes
em
todo
o
território
nac
ional
têm
assumido
um
co
mpro
misso
com
a
ma
nuten
ção
de
cód
igos
que
não
cabem
nesse
nov
o
tempo,
e
xigind
o
o
cu
mpri
mento
de
relações
pura
mente
burocrát
icas
em
detr
imen
to
de
uma
abe
rtur
a
de
possib
ilida
de
ao
n
ovo,
ao
pensar
uma
e
ducaçã
o
q
ue
produza
s
ujei
tos
mais
sensíveis
ao
sofri
ment
o
human
o,
cuidad
osos
c
om
a
ciênci
a
e
com
a
preservação
do
huma
no
nas
rel
ações
(FELT
RIN
;
BATISTA,
2020,
p.
1017).
No
ar
tigo
“S
uste
ntar
a
Transferência
no
E
nsino
Remoto:
docência
em
tempos
de
pandemi
a”,
Simo
ne
B
icca
Charczuk
(
2020,
p.
1),
a
presenta
as
d
iferenças
que
marcam
o
en
sino
rem
oto
e
a
educação
a
distância
(EaD),
evidenciando
que
existem
críticas
sob
re
as
dificuldades
de
in
teraç
ão,
muitas
vezes
compreen
dida
s
como
inerentes
a
el
as,
em
am
bas
as
modalidades.
A
autora
ressal
ta
a
importância
de
se
considera
r
que
t
odo
36
modelo
de
ensino
precisa
apo
ntar
seus
funda
mentos
teóricos
conceituais
que
os
sustentam.
O
artigo
traz
as
nar
rati
vas
a
respeito
do
ensi
no
remoto,
com
base
no
con
ce
ito
de
“transfe
rênc
ia”.
A
autora
acredita
que
“[...]
o
laç
o
transf
eren
cial
ent
re
prof
essor,
aluno
e
con
hecimento
pode
ser
esta
belecido
no
ensino
remoto,
consider
ando
a
escut
a
e
a
palavra
como
representa
n
tes
da
presenç
a
e
da
corporeidade
n
este
contexto”.
O
artigo
“Aulas
on
-
line
durante
a
pandemia:
condições
de
acesso
assegur
am
a
participação
do
alun
o?”,
de
Flávia
Cat
anant
e,
Rogério
Cláudio
de
Campos
e
Irané
ia
Loiola
(2020,
p.
977),
é
resul
tado
de
pesquisa
desen
volvida
no
municí
pio
de
Miracatu/
SP,
a
partir
de
um
questionário
fechado
que
foi
aplicado
com
os/as
responsáv
eis
pelos/a
s
estud
antes
de
uma
escola
estad
ual
de
Ensin
o
F
undament
al
II
(An
o
s
Finais)
e
de
Ensi
no
Médio.
Ti
veram
como
objetivo
“[...]
ap
rofun
dar
as
reflexões
acerca
do
momento
vivido
no
p
rocesso
de
e
scolar
ização
f
rent
e
à
necessi
dade
da
suspen
são
de
aulas
para
atender
o
isolamen
to
socia
l,
em
virtude
da
Covid
-
19”.
Anali
saram
os
motivos
pelos
qua
is
ocorreram
a
baixa
incidência
de
acessos
às
atividades
virtuais,
mesmo
com
a
d
eclaraç
ão
desse
s
com
rel
ação
às
condições
de
ace
sso
à
internet
e
a
existência
de
equipamen
to
compatív
el.
Tal
afirmação
pode
justific
ar
-
se
em
fun
ç
ão
de
um
ambiente
residencia
l
inad
equad
o,
pela
ausên
cia
de
ap
oio
familiar
ad
equad
a
e
de
pressupost
os
culturais.
Concluem
que
o
acesso
às
Tecnologi
as
Digitais
da
Inf
ormação
e
da
Comuni
cação
(TDIC
)
não
garan
te
o
suce
sso
de
estudantes
na
participa
ção
em
aulas
virtuais
ou
at
é
me
smo
na
realizaçã
o
de
ativida
des
não
presenciais.
Em
“Aulas
de
art
es
em
tempos
de
pandemia
e
ativ
idade
s
remotas:
como
mante
r
o
vínculo
do
profes
sor
com
os
alu
no
s,
e
dos
alunos
com
a
discipli
na?”,
Rosa
na
Fachel
de
Medei
ros
(2020)
apresenta
uma
experi
ência
realizada
com
a
disciplina
de
artes
p
ara
al
unos
dos
ano
s
finais
do
Ensino
37
Fund
ament
al
a
partir
de
ativ
idades
remota
s
propos
tas
em
função
da
pandemia
causada
pelo
Coronaví
rus,
imposs
ibilitando
encontros
presenciais
,
o
que
fez
co
m
q
ue
o
con
t
ato
en
tre
profes
sores
e
al
uno
s
passasse
a
ser
virtual
e
por
me
io
de
proposta
s
de
atividad
es
online.
Segu
ndo
a
autora,
na
escola
onde
trabalh
a,
não
foi
p
ossíve
l
que
todos
os
al
unos
tivesse
m
acesso
ao
s
materiais
propos
tos,
mas
o
s/as
que
tive
ram
a
possibilida
de
de
ter
acesso
e
de
realizá
-
las,
fizeram
-
nas
com
dedic
ação
e
qualida
de,
assim
como
avalia
como
positivas
as
tro
cas
de
experiências
e
ntre
estudantes
e
professo
res/as.
P
ara
a
auto
ra,
existe
potencialidad
e
no
en
sino
híbrido
na
pandemia
de
modo
a
favorecer
a
personalizaçã
o
da
aprendizag
e
m
e o
prota
gonismo
dos/
as
est
udante
s.
No
artigo
“Pandem
ia,
isolamento
socia
l
e
d
esigua
ldades:
uma
complexa
trilogia
para
educar”,
Ca
mila
Car
lachi
ani
e
Silvia
Mor
elli
(2020,
p.
1030)
aprese
ntam
resultado
s
de
pesquisa
d
esenvolv
ida
junto
ao
projeto
"Sentidos
,
cont
radi
ções
e
desafios
da
edu
cação
em
tempos
de
isolamento
social"
na
Facul
dade
de
Ciências
da
Educação
e
Psicopeda
gogia
da
Unive
rsidade
Aberta
I
nterame
rican
a,
Rosário,
Ar
gentina.
Trouxe
como
objetivo
o
fornec
imento
de
reflexõ
es
so
bre
as
múltiplas
impl
icações
da
pandemia
de
Covid
-19
na
ed
ucação
de
crian
ças
e
jovens
.
A
investigaçã
o
foi
realizada
com
estudantes
dos
níveis
primário,
secund
ário
e
supe
rior
e
seus/suas
pro
fesso
res/as,
anali
sando
os
efeitos
de
sse
evento
global
em
context
os
lo
cai
s.
As
disc
ussões
foram
real
izad
as
a
partir
dos
s
eguintes
tópicos
de
discussão
:
entre
falta
e
falta
de
um
contex
to
se
m
preced
entes;
o
que
foi
aprendido,
o
que
re
sta
e o
q
ue
muda.
Lucian
e
Magalh
ães
Corte
Real
,
Luciane
Marilei
Pereira
Stepansk
i,
Jaqueline
dos
Sant
os
Picetti
e
Lui
sa
Guazzelli
Sirangel
o
(2021,
p.
72)
escreveram
o
artigo
“Possibilida
des
de
aprend
izage
ns
na
pandemia
de
Covid
-19”,
com o
obj
etiv
o
de
investigar,
media
nte
pesquisa
ex
ploratória
e
38
qualitativ
a,
as
aprendizagens
relat
adas
pelos/as
participan
tes
durante
o
período
de
pa
ndemia.
As
autoras
utilizara
m
o
qu
estionário
com
perguntas
abert
as
e
fec
hadas
disponibilizad
o
no
Google
Form
ulários
c
omo
instrume
nto
de
coleta
de
informaçõ
e
s.
P
ara
as
au
toras,
a
vivênc
ia
em
períod
os
pandêm
icos
mo
difica
as
relações
i
nte
rpessoais,
com
o
foi
o
caso
da
gripe
esp
anhol
a,
em
que
as
pessoas
também
tive
ram
que
fazer
isolamento
para
n
ão
infectar
o
utras
pe
ssoas,
co
mo
aconteceu
com
a
pandemia
de
Cov
id
-19.
Os
resultado
s
revelam
três
categorias
que
se
relacionam:
aprendizage
ns
nas
relações
human
as,
org
ani
zação
do
te
mpo
e
consumismo.
Existe
preoc
upação,
por
parte
do
s/
as
participant
es,
em
relação
ao
modo
co
mo
empregar
o
tempo
disponíve
l
no
período
pandêmico
e
s
ob
re
o
con
sumo
de
mercad
orias
sem
a
devida
ne
cessidad
e.
Nas
relações
inte
rpessoais,
dest
acam
aprendizagens
relacio
nadas
à
vida
e
sua
qualidade,
p
ara
a
saúd
e,
p
ara
o
aproveita
mento
do
tempo,
para
a
família,
a
mig
os
e
para
o
lazer.
No
artigo
“Impac
tos
da
pa
ndemia
de
Covid
-19
na
Educaç
ão
Infanti
l
em
São
Gonç
alo/R
J”,
Maria
Tereza
G
oudard
Tavares,
Fabiana
Nery
de
Lima
Pessanh
a
e
Nayara
Alve
s
Macedo
(2021)
problemati
zam
e
trazem
reflexões
sobre
os
i
mpactos
da
pa
ndemia
de
Covid
-19
na
Educação
Infantil,
sobretud
o
no
que
diz
res
peito
às
crian
ças
pequena
s
d
as
classes
populares
que
vivem
em
periferias
urbanas
da
cidade
de
São
Gonçalo
,
Re
gião
Metropolita
na
do
Rio
de
Jane
iro,
RJ.
Metod
ologicame
nte,
as
autoras
trab
alh
aram
com
“a
dúvida
como
métod
o”,
a
par
tir
das
discussõe
s
de
Regina
Leite
Ga
rcia
(2009).
Par
a
elas,
problematiza
r
os
impactos
da
pandemia
na
vi
da
de
cri
anças
pequenas
nos
leva
a
investigar
a
(in)visibil
idade
dessas
crian
ças,
em
decor
rência
da
in
terrupção
do
atendimen
to
por
ocasião
do
isolamento,
e
favorece
re
flexões
e
prátic
as
q
ue
podem
contribu
ir
co
m
a
educ
ação
e
o
cui
dado
dessas
cr
ianças,
39
especialm
ente
quando
se
trata
de
acol
hi
men
to
e
de
proces
sos
e
ducativo
s
das
crian
ças
pequenas
nas
creches e
p
ré
-
escolas
públicas
municipais
.
Eduarda
M
aria
Schne
ider,
Brun
a
Cristina
Tomazin
i
-
Neto,
Bárbara
Greice
Tobaldini
de
Lima
e
Silvana
Aguero
Nunes
(2020,
p.
1071)
no
ar
tigo
intitulad
o
“O
uso
d
as
Tecnologias
Digitais
da
Informação
e
C
omuni
cação
(TDIC):
possibilidad
es
para
o
ens
ino
(n
ão)
presenc
ial
durante
a
pandemia
co
vid
-19”
buscaram
“[...]
ide
ntifica
r,
descrever
e
problemat
izar
quais
e
como
as
T
ecn
olo
gias
Digita
is
da
Informaç
ão
e
Com
unicação
(TDIC)
são
indi
cadas
para
o
ensino
remoto”.
Para
tanto,
as
autoras
p
auta
ram
-
se
na
Análise
de
Conteúdo
Categoria
l,
selecionand
o
12
materiais
en
t
re
Lives
e
Webinários.
Foram
ident
ifi
cadas
80
diferentes
tecnologia
s
cat
egori
zadas
em:
par
a
co
municação
síncrona
,
para
comu
nicaç
ão
assí
ncrona
ou
para
ambas.
Em
seguida,
f
oram
elabo
radas
as
descri
ções
de
14
TDIC
q
ue
podem
se
r
utiliza
das
de
m
odo
síncr
ono
e
assíncro
no,
ap
ontan
do
suas
finalidades
e
reflex
ões
p
ara
o
contexto
educac
ion
al.
As
auto
ras
re
forçam
que
as
TDI
C
apre
sen
tam
característic
as
que
p
odem
auxiliar
no
trabalho
interativo
e
partici
pativo
de
estudan
tes,
mas
requer
uma
responsabilida
de
sobre
o
modo
de
ser
“aluno
e
prof
essor”
no
uso
de
ssas
tecnologias.
Par
a
e
las,
ain
da
q
ue
as
tecnologias
sejam
meios/r
ecurs
os
p
ara
viabilizar
o
desenvolvim
ento
das
atividades,
é
preciso
dest
acar
que
a
qualidade
deste
en
sino
e
de
st
a
aprendizagem
tem
estreita
relação
com o
planej
amen
to
didático,
com
os
objeti
vos
educaci
onai
s,
com
metodol
ogias
e
form
as
avaliat
ivas
adequad
as,
independent
emente
de
serem
aulas
presenciais
ou
à
distância
.
40
Políticas
pública
s
educacio
nais
e
pandem
ia:
direitos
e
exclus
ão
No
eixo
“políticas
públic
as
e
ducac
ion
ais
e
pandemia
:
direitos
e
excl
usão”,
reun
imo
s
oito
artigos
que
discute
m
direitos
–
particular
mente
o
direit
o
à
educação,
a
pre
servação
da
vi
da
e,
ainda,
possíveis
polí
ticas
que
podem
com
bater
ou
aprofun
dar
as
desigualdades
e
a
exc
lusão
d
as
pe
ssoas
que
mais
tem
sof
rido
nessa
pandemia:
mulhe
res
e
crian
ças,
a
população
negra
e
as
pessoas
mais
pobre
s.
Consider
ando
o
fa
to
de
que
,
em
2020
e
em
meio
à
pa
ndemia,
o
Estatu
to
da
Cri
ança
e
do
Adoles
cente
(ECA)
co
mpletou
30
anos
de
existência
,
Bianca
Sal
azar
Guizzo,
Fabian
a
de
Amorim
Marcello
e
Fernand
a
Muller
(2020,
p.
1),
em
“A
reinvenção
do
cotidiano
em
tempos
de
pandem
ia”,
discutem
as
reinvenções
do
cotidia
no
ocasion
adas
pelo
cen
ário
de
isolamento.
Do
ponto
de
vista
metodol
ógico,
apresenta
seis
cen
as
da
reinvenção
do
cotidiano:
[...]
e
que
estão
vinculad
as,
cada
u
ma
a
seu
mod
o,
a
trê
s
dimensões
específicas:
a
relação
de
famílias
com
as
tecnol
ogia
s;
a
relaç
ão
das
família
s
com
a
escola;
e
a
relação
das
famíl
ias
com
sua
s
crianças
.
As
quatr
o
cen
as
inic
iais,
exploradas
a
p
ar
tir
da
configur
ação
de
estratégia,
indica
m
es
forços
pa
ra
a
con
forma
ção
da
s
forma
s
de
orga
niza
ção
do
social
(GUIZZO;
MARCELLO;
MULLER,
2020,
p.
1).
Os
result
ados
demon
stra
m
que
há
esforços
por
parte
d
os/as
participa
ntes
das
cen
as
para
a
aceitação
das
formas
de
organi
zação
soci
al
em
contexto
de
pandemia
de
form
a
resi
gnad
a,
tanto
no
q
ue
se
re
fere
à
relação
das
fa
mílias
com
a
tec
nol
ogi
as,
como
no
caso
da
re
lação
das
famílias
com
a
escol
a,
sugeri
ndo
práticas
comprometidas
co
m
a
manute
nção
de
41
jeitos
de
existir
em
conte
xtos
de
excepci
on
alida
de.
D
estacam
ai
nda,
as
prática
s
cotidianas
d
as
relações
en
t
re
crian
ças
e
fa
mílias,
cujos
rela
tos
indicam
possibilidad
es
de
criação
do
no
vo
(GUIZZO;
MARCELLO;
MULLER,
2020).
Gabriela
So
usa
Rego
P
ime
nte
l
e
Si
mone
Le
al
So
uza
Coité
(2021,
p.
267)
no
artigo
“Política
curri
cular
e
Ed
ucaç
ão
do
Campo:
discussõ
es
e
prática
s
de
gestão
educaci
on
al
em
te
mpo
s
de
p
andem
ia”,
ap
rese
ntam
os
resultado
s
de
um
estudo
so
br
e
o
desenvolvimen
to
de
atividades
de
ges
tão
educac
ion
al,
realizados
em
tempos
de
isolam
ento,
trazendo
a
percepção
dos
dirigentes
municipais
de
ed
ucação
de
14
mu
nicípios
da
r
egião
oeste
da
Bahi
a.
Fo
ram
suje
itos
da
investigação,
os
secretá
rios
municipais
de
educaç
ão.
A
pesquisa,
de
abordagem
qualitativ
a,
foi
exploratóri
a
e
documenta
l.
A
coleta
das
informaç
ões
foi
r
ealizada
mediante
questionár
ios
com
ques
tões
de
mú
ltipla
escolha,
aplicados
de
for
ma
virtual
.
Como
resultado
da
i
nvestiga
ção,
as
autoras
de
mon
straram
a
ne
cessidade
de
se
intensifica
r
as
ações
no
q
ue
diz
respeito
a
efetividade
na
atuação
da
gestão
educac
ion
al,
de
modo
a
favorecer
as
prática
s
peda
gógicas
em
tem
pos
pandêmicos
.
Concluem
que
é
impo
rtante
p
en
sar
em
ações
que
garan
tam
o
funcionamento
adequad
o
das
escolas
públicas
a
partir
do
con
te
xto
da
educaç
ão
do/no
c
ampo
e a
superação
das
desigualdades
existentes.
Magali
Mendes
de
Meneze
s
e
Pedr
o
de
Almeida
Costa
(2021)
no
artigo
“O
Ensino
Sup
erior:
as
Antígonas
de
nosso
tempo
pand
êmico
e
o
agravo
das
desigualdades
soci
ais”,
discutem
o
context
o
da
pandemia
que
alterou
o
ritmo
de
vida
de
todos
e
todas,
agravand
o
as
desigualdades
socia
is
e
históricas
do
país.
O
racis
mo,
a
violência
de
gênero
e
a
explo
ração
do
trabalh
o
ali
ados
com
a
profunda
fragilida
de
sanitári
a,
demonstra
m
que
os/as
que
mais
sofrem
continua
m
se
ndo
as
pessoas
mais
pobres.
Consider
ando
e
sse
contex
to,
a
autora
e o
autor
apre
sentam
ref
lexões
sobre
42
a
e
ducação
,
particula
rmente
sobre
o
ensino
superior
de
uma
unive
rsidade
pública,
problematiza
ndo
a
permanência
de
proces
sos
de
e
xclusão
nesse
cenário.
P
ara
eles,
a
impleme
ntação
de
propostas
de
a
tividades
remotas
pode
apro
fund
ar
as
desigualdades,
uma
vez
que
as
co
nd
içõe
s
de
proposiçã
o
e
re
aliz
ação
são
p
recári
as
,
te
ndo
em
vista
o
fato
de
que
as
dificuldades
do
público
universitá
rio
nem
sempre
est
ão
sendo
con
sideradas,
es
pecialmente
dos/
as
que
in
gressaram
por
meio
de
políticas
de
açõ
es
afirmativ
as.
O
artig
o
de
Al
essandra
Sampaio
C
unha,
Jo
ana
d’Arc
de
Vasconc
elos
Neves
e
Ní
via
Maria
Vieira
Costa
(2021,
p.
23),
i
ntitulad
o
“A
EJA
em
tempos
de
pandemia
de
cov
id
-19:
reflexões
sobre
os
direitos
e
políticas
ed
ucacion
ais”,
apr
esentou
co
mo
objetiv
o
“[...]
anal
isar
o
alcan
ce
do
direit
o
a
educação
de
jov
ens
e
adulto
s
diante
das
polític
as
educacion
ais
bras
ileiras
e
em
tem
pos
de
pande
mia
na
Amazôn
ia
bragantin
a”.
Com
base
na
abordagem
qualitativa
e
mediante
pesquisa
docu
mental,
as
autoras
articu
laram
informações
en
contrad
as
em
parecer
es,
legis
lações
e
estatística
s
da
EJ
A
do
município
de
Bragança
-
PA,
com
o
intuito
de
realizar
um
cot
ejo
com
os
dados
e
informa
ções
de
modo
a
qualificar
a
an
ális
e.
Os
resultados
indicam
preocupa
ções
antigas
e
novas
sobre
a
Educação
de
Jovens
e
Adulto
s,
ag
ravadas
em
d
ecorrênc
ia
da
pandemia,
dentre
as
quais:
os
projetos
de
políticas
compensa
tórias
que
en
vol
vem
a
redução
do
tempo
(carga
ho
rária)
e
de
conteú
dos,
o
f
ec
hame
nto
de
turma
s
e
a
re
dução
de
número
de
matrículas
,
bem
co
mo
o
baixo
incentivo
da
gestão
pública
p
ara
a
realiz
ação
de
p
rog
ramas
específicos
para
a
EJA.
No
artigo
“A
Educ
ação
Infanti
l
no
c
onte
xt
o
da
pandemia:
os
possíveis
enfrentam
entos
após
a
publicação
do
Par
ecer
05/2020”
,
Cass
iana
Magalh
ães
e
Cristiane
dos
S
anto
s
Far
ias
(2021,
p.
1)
tiveram
como
objetivo
“[...]
discutir
o
Parecer
05/
2020
do
Conselho
Naci
onal
de
Educação
(CN
E)
e
os
po
ssíveis
enfren
tamentos
no
cont
exto
da
Ed
ucação
43
Infan
til”.
P
ara
as
aut
oras,
a
pre
ocup
ação
com
a
temá
tica
est
á
c
entr
ada
na
garant
ia
dos
direitos
conquista
dos
pelo
campo
da
edu
cação
das
crian
ças
pequenas
,
e
ducadas
em
espaç
os
coletivos,
q
ue
agora
viven
ciam
ativid
ades
online
e
por
meio
do
uso
de
Tecnolo
gias
Digitais
da
In
for
mação
e
da
Com
unicação
(TDIC),
median
te
videoaulas
e
outros
recursos
virtuais
que
podem
ace
ntuar
as
desigualdades
sociais
já
existentes
em
no
ssa
sociedad
e.
Por
me
io
da
pesqui
sa
de
cunho
bibliográfico,
os
re
sultados
indicam
a
nece
ssidade
de
resistência
em
favor
das
crian
ças,
de
modo
a
se
pe
nsar
e
criar
fo
rmas
mais
adeq
uadas
p
ara
at
end
ê
-
las.
Ester
Maria
de
Figu
eiredo
Souza
e
Lucia
Garcia
F
errei
ra
(2021),
em
“A
matrícula
como
direito
do
estudante
na
pa
ndemia
da
Covid
-19”,
abordam
a
questão
do
direto
à
matrícula
escolar
em
tempos
de
pandemia
do
no
vo
coronaví
rus.
As
autoras
partem
do
pre
ssuposto
q
ue
[...]
a
matrícula
escolar
é
lastreada
pel
o
d
ire
ito
à
educação,
conf
orme
se
precon
iza
na
Cons
titui
ção
da
República
Federativa
do
Br
asil
(1988),
simbol
izan
do
a
valid
ação
da
identi
dade
estudant
il.
Para
ta
nto,
referencia
-
se
nas
normativ
as
e
le
is
que
regem
o
ordenament
o
j
uríd
ico
brasilei
ro
para
co
teja
r
in
forma
ções
de
domíni
o
público
e
apresentam
-
se
o
ensino
em
ergencial
e
m
apeamento
da
s
itua
ção
de
of
er
ta
da
educaçã
o
no
p
aís,
exp
ondo
estratégias
para
validar
o
ano
letivo,
com
o
també
m
alternati
vas
para
termin
alid
ade
de
estudos
(SOUZA;
FERRE
IRA,
2021,
p.
1).
O
artigo
de
So
uza
e
F
erreira
(2021)
é
re
sultado
de
pesquisa
qualitativ
a
de
cunho
explorató
rio
e
documenta
l,
que
reuniu
dados
para
contextua
lizar
e
problematiza
r
os
percurso
s
d
os
/as
estud
antes.
Os
resultado
s
revel
aram
que
,
durante
a
pand
emia,
o
direito
de
matrícula
dos
aluno
s
n
as
escolas
foi
assegu
rado,
em
maio
r
e
scala,
pelos
estabelecime
ntos
44
públicos
de
ensino.
Por
circunstâncias
impostas
pe
la
Covid
-19,
a
tomada
de
deci
são
para
v
ali
dar
ess
e
direito
à
matrícula
,
muitas
vezes
foi
protelada
pelas
fa
mílias
dos/as
est
udant
es.
Preocup
ado
com
a
“At
uação
dos
fó
runs
de
defesa
da
edu
cação
infantil
em
tempos
de
pan
dem
ia”,
Fábi
o
Hoffma
nn
Pe
reira
(2021)
apresenta
o
resultado
de
um
a
pesquisa
exploratóri
a
e
de
levanta
mento
das
ações
realizad
as
pelos
fó
runs
e
staduai
s
de
defesa
da
Educaç
ão
Infantil
e
n
t
re
os
meses
de
março
a
junho
de
2020.
De
acor
do
com
o
autor,
o
fecha
ment
o
das
instituições
de
Ed
ucação
Infantil
em
virtud
e
da
pandemia
de
Co
vid
-
19
também
impactou
a
atuação
dos
fórun
s
que
p
reci
saram
buscar
alternativ
as
de
mobiliza
ção
onl
ine
de
divul
gação
de
suas
ações
.
O
levantame
nto
rea
lizado
apresenta
infor
mações
das
pág
inas
e
perfis
dos
fóruns
em
blogs
,
sites
ofi
ciais,
Facebook
e
Instagram
.
Em
r
elação
as
ações
divul
gadas
nestas
pág
inas
e
perfis,
dest
acam
-
se
a
tran
smissão
de
deba
tes
a
partir
de
“
lives
”,
disponibi
lizadas
no
Instagram
.
Em
r
elação
as
pautas
do
s
debates
ligados
à
pande
mia,
d
estacam
-
se
o
t
rabalh
o
do
cente
exercido
de
forma
remota
e
as
perspectiva
s
e
protocolos
para
reabert
ura
das
instituiç
ões.
Outras
pautas
dest
acas
pelo
au
tor
se
referem
à
luta
cont
ra
as
propostas
de
inse
rção
da
Ed
ucação
Infantil
no
PNLD
por
me
io
da
aquisiç
ão
de
livros
didáti
cos
para
a
pré
-
escola
e
as
reivindicações
do
s
moviment
os
de
Educ
ação
Infantil
na
elabo
ração
e
apro
vação
do
"novo"
FUNDEB
.
Preocupa
dos
com
a
discussão
a
respeito
dos
aluno
s
e
das
al
unas
com
deficiência,
Al
essandra
Andrade
Car
doso,
Gusta
vo
Diniz
de
Mesquita
Taveira
e
Guilherme
Perei
ra
Stribel
(2021,
p.
1)
elabo
raram
o
artigo
“Educaç
ão
Especi
al
no
contexto
da
p
ande
mia:
reflexões
so
bre
política
s
e
ducaci
on
ais”,
com
o
objetivo
de
“[...]
fomentar
a
di
scussão
ent
re
a
evolução
histórica
dos
processos
de
inclusão
de
tais
estudantes
e
as
45
consequências
ocasi
onad
as
pela
necessidade
do
isola
mento
em
dec
orrência
da
pan
demi
a,
a
fim
de
evidencia
r
a
relevância
e
urgê
ncia
da
con
solid
ação
de
p
olíticas
públic
as
ed
ucacion
ais
de
i
nclusão
”.
Para
i
sso,
a
auto
ra
e
os
autores
real
izaram
uma
an
álise
documenta
l,
con
siderando
o
p
ano
rama
históric
o
das
políticas
públicas
edu
cacio
nais
vo
ltad
as
às
pesso
as
com
deficiência
no
Brasil.
Os
resultados
indicam
q
ue
gr
upos
que
apresen
tam
diferen
tes
graus
de
vulnera
bilidade,
co
mo
o
corre
com
estudantes
com
algum
tipo
de
deficiência,
ficam
ain
da
mais
cerceados
do
direito
à
educaç
ão.
Reflexõ
es
sob
re
as
tendências
dos
e
s
t
udos
e
pesqui
sas
que
discutem
sob
re
a
Educação
em
t
e
mpos
de
pande
m
ia
A
partir
dos
resu
ltados
que
retornaram
da
bus
ca
realizada
na
platafor
ma
Ibict
oásisbr,
fo
i
possív
el
re
un
ir
as
informa
ções
a
partir
de
dois
eixos:
a)
“Implicações
da
pandemia
caus
ada
pela
C
ovid
-19
na
ed
ucação
bras
ileira
e
propostas
de
trabalh
o
em
tempos
de
isolamento”
e,
b)
“
Política
s
públicas
e
ducaci
onai
s
e
pandemia:
direitos
e
exclusão”
.
A
partir
da
sistematiza
ção
desse
s
eixos,
destac
amos
algum
as
d
as
tendência
s
enc
ontradas
nos
estud
os
sob
re
a
educ
ação
em
tempos
de
pande
mia.
No
que
di
z
res
peito
às
te
máti
cas
abord
adas
n
as
pe
squisas,
podemos
dest
acar
no
e
ixo
a)
“Implic
açõ
es
da
pandemia
causa
da
pela
Co
vid
-19
na
educaç
ão
brasileira
e
propos
tas
de
trabalho
em
temp
os
de
isolament
o”,
o
artigo
de
Na
scimento
(2020)
que
buscou
refletir
sobre
a
atividade
docente,
a
questão
da
temporalida
de
na
docência
evidencia
da
na
pro
dução
escrita
de
Sil
va
e
Alcântara
(20
20),
a
“autoform
ação
docen
te
em
te
mpo
s
de
pandemia”
dest
acada
por
Feltrin
e
Batista
(2020)
e o
artigo
de
Ch
arczuk,
46
(2020)
que
problematizo
u
à
docência
no
ensi
no
remot
o
em
tem
pos
de
pandemia.
As
Tecnologi
as
Digita
is
da
In
formação
e
da
C
omunicação
(TDIC)
foram
objetos
de
disc
ussão
de
Schneider,
Tomazini
-
Neto,
Lima
e
Nunes
(2021)
e
de
Catan
ant
e,
Campos
e
Loiola
(2020)
que
anali
saram
os
motivos
pelos
quais
houve
b
aixa
in
cidência
de
acessos
às
atividades
virtuai
s,
mesmo
com
a
de
claração
de
acesso
à
internet
e
a
existência
de
equipamentos
compatíve
is
com o
trabalho
onli
ne.
O
ensino
remo
to
foi
destacado
no
ar
tig
o
de
Medeiros
(2020),
em
que
a
aut
ora
defende
haver
pot
en
cialid
ade
na
educaç
ão
híbrida
em
te
mpo
s
pandêmicos
,
argument
ando
que
o
trabalh
o
–
onlin
e
e
prese
ncial
–
pode
favor
ecer
a
pers
onalização
da
aprendizagem
e o
prota
gonismo
estudan
til.
De
modo
geral,
os
artigos
dest
acam
o
uso
das
Tecnol
ogias
Digitais
da
Info
rmação
e
da
Com
unicação
(TDIC),
como
ferramen
tas
que
podem
favor
ecer
o
trabalho
p
edagógic
o
online
e
min
imizar
os
impa
ctos
imediatos
do
fe
ch
amen
to
temporá
rio
das
escolas
(SO
UZA;
BORGES;
COLPAS,
2020).
Mo
reira,
Henriqu
es
e
Barro
s
(2020)
concluem
que
o
crescimento
das
tecnologias
e
das
redes
de
com
unicação
tem
pro
vocado
mudanç
as
significat
ivas
na
soc
iedade,
levand
o
ao
surgimento
de
novos
paradig
mas
de
comu
nicaç
ão
ed
ucacio
nal
e
também
novos
cont
extos
de
en
sino
e
de
aprendizag
e
m.
Todavi
a,
C
atan
ante
,
Campos
e
Loiola
(2020)
afirm
am
que
às
Tec
nolo
gias
Digitais
da
I
nfo
rmação
e
da
Co
municaç
ão
(TDIC
)
não
garant
em
o
suc
esso
dos
alun
os
e
das
alun
as
na
partic
ipação
das
aulas
virtuais
e
atividades
não
presenc
iais,
embor
a
o
artigo
de
Med
eiros
(2020)
defenda
a
potencialid
ade
de
uma
educ
ação
híbrida
em
tempos
pandêmicos
47
com
o
argumento
de
q
ue
isso
pode
favorec
er
o
trabalho
pe
rso
nal
izad
o
e
maior
prota
gonismo
dos
/
as
est
udante
s.
Para
Schneide
r,
Toma
zini
-
N
eto,
Lima
e
Nunes
(2021),
aind
a
que
as
tecnologia
s
sejam
apen
as
meios/rec
ursos
para
viabilizar
o
desenvolv
imento
das
at
ividad
es,
o/a
profess
or/a
precisa
refletir
sobre
suas
próprias
concepçõ
es
de
“alun
o
e
professor”
present
es
no
uso
dessas
tecnologia
s
e
ter
um
referencial
teóric
o
que
sustente
a
metodologia
adotad
a
por
ele/a
.
Os
impactos
e
implicaç
ões
causad
as
pela
pandemia
na
educação
de
crian
ças
e
de
jovens
fo
ram
discutidos
nos
artigos
de
Carl
achian
i
e
M
ore
lli
(2020),
de
Corte
Real,
Stepansk
i,
Picetti
e
Sirangelo
(2021) e
de
Tavare
s,
Pessanh
a
e
Mac
edo
(2020)
,
evidenciando
os
des
afios
de
in
vestiga
r
e
real
izar
prática
s
e
ducat
ivas
em
um
conte
xto
permeado
pe
la
Covid
-19
e
qu
ais
aspectos
permanecer
am
e/ou
foram
al
terado
s
nessas
r
eali
dades
inve
stigad
as,
tais
como
as
questões
relaci
onad
as
ao
aproveita
mento
do
tempo
em
fa
mília,
contato
com
r
elações
de
amizad
e,
possibilidad
es
e
limites
de
atividades
de
lazer,
dentre
o
utras
questões
.
Discutem
aind
a,
aspectos
re
laci
onado
s
aos
pr
ocessos
de
e
xclusão
e o
dir
eito
ao
c
uidado
e
ao
acolhimen
to
das
crianç
as
e
jov
ens,
desde
as
crech
es,
como
dimensões
do
s
process
os
educativos.
Em
relaç
ão
ao
eixo
b) “
Pol
íticas
públicas
e
ducaci
onais
e
pan
demia:
direitos
e
exclusão”
,
no
a
rtigo
de
Guizzo,
Marce
llo
e
Mulle
r
(2020)
foi
discutido
o
marco
dos
30
an
os
do
Estatuto
da
C
ri
an
ça
e
do
Adolescen
te
(ECA)
que
ocorreu
em
meio
a
pandemia,
problematiza
ndo
a
questão
dos
direitos
,
especial
mente
o
d
ireito
à
vida
e à
liberdade.
A
política
curricular
e
a
ed
ucação
do
campo
no
c
ontexto
da
educaç
ão
básica
foi
d
iscutida
por
Pimentel
e
Coité
(2021),
o
Ensi
no
48
Superio
r
e
o
ag
ravo
d
as
desigualdades
sociais
no
ce
nár
io
pandêmico
foi
abordad
o
por
Men
ezes
e
Cos
ta
(2021),
a
ques
tão
do
direi
to
e
das
polític
as
educac
ion
ais
de
Jovens
e
Adultos
-
EJA
em
tempos
de
pandemia
foi
abordad
a
por
Cunha,
Neves
e
Costa
(2021),
o
direto
à
matrícu
la
escola
r
em
período
pandêmico
problematizad
o
por
S
ouza
e
Ferreira
(2021)
e
Cardos
o,
Tavei
ra
e
Guilherme
Strib
el
(2021)
apresen
taram
o
pano
rama
históric
o
das
políticas
públicas
edu
cacio
nais
vo
ltad
as
às
pesso
as
com
deficiência
no
Brasil,
relacio
nan
do
-o
com
o
co
nte
xto
de
pandemia
.
Dois
artigos
desse
e
i
xo
discutira
m
Educação
Infantil,
se
ndo
que
o
de
Magal
hae
s
e
Fari
as
(2021)
abord
ou
a
disc
ussão
so
bre
o
Parec
er
05/2020
do
Conselho
Nacion
al
de
Educação
(C
NE)
e
os
possíveis
enfre
ntamentos
no
cont
ex
to
da
Educaç
ão
Infantil
e a
produção
de
Pereira
(2021)
discutiu
a
atuaç
ão
dos
fórun
s
de
defesa
da
Educaç
ão
Infantil
em
tempos
de
pandemia.
Para
Menezes
e
Costa
(2021),
a
implementação
de
proposta
s
de
ativida
des
emergenciais
em
formato
remoto
aprofun
da
de
sigualdades,
te
ndo
em
vista
as
condições
pre
cárias
p
ara
o
trab
alh
o
do
cen
te
no
En
si
n
o
Superio
r
e
as
dificuldades
de
estudantes
un
iversitários,
principalmente
os/as
q
ue
ing
ressam
na
universi
dade
por
mei
o
de
política
s
afirma
tivas.
Cunha,
Neves
e
Costa
(2021)
ind
icaram
preocupações
an
tig
as
e
novas
sobre
a
Educaç
ão
de
Jovens
e
Adulto
s,
modalidade
tratad
a
muita
s
vezes
como
se
fosse
parte
de
políticas
compensatórias
que
envolvem
a
redução
do
tempo
e
de
conteúd
os,
fechame
nto
de
t
urmas,
redução
de
número
de
matr
ículas
e
baix
o
incentivo
para
a
c
riação
de
p
rogram
as
específic
os.
Souza
e
Ferreira
(2021)
que
estudaram
o
direito
do
estudante
à
matr
í
cula,
indi
caram
que
o
exercí
cio
desse
direito
ocor
reu
com
mais
49
frequên
cia
nos
esta
beleci
mentos
públicos
de
ensin
o,
já
que
as
matr
í
cula
s
muitas
vezes
for
am
prote
ladas
pelas
famílias
por
c
ircu
nstâncias
impostas
pela
Covi
d
-19.
Para
não
concluir...
O
co
njunto
de
artigos
apres
entados
e
d
iscutidos,
nos
per
mite
ensai
ar
algumas
reflex
ões
sobre
os
desa
fios
e
p
erspectiv
as
que
a
ed
ucação
tem
vivenciad
o
nesse
s
tempos
pand
êmicos.
Dian
te
de
um
ce
n
ári
o
em
que
o
isol
ame
nto
físic
o
se
faz
necessário
e
é
prec
iso
pensar
em
alternativas
para
o
campo
e
ducacion
al,
os
trabalh
os
que
discute
m
o
uso
e
a
pre
senç
a
das
Tec
nolo
gias
Digitais
da
Inf
ormação
e
da
Comun
icação
(TDIC)
na
educaç
ão
parecem
recebe
r
um
impulso
ain
da
m
aio
r
do
que
o
ante
s
já
existente.
No
entan
to,
antig
os
probl
emas,
armadilh
as
e
possib
ilidades
parecem
continu
ar
existindo
e,
aliad
os
a
eles,
o
utras
cil
adas
e
desafios
são
agrega
dos.
No
geral,
nos
parec
e
q
ue
os
artigos
resultado
s
das
pesquisas
continu
am
a
alimentar
um
a
polar
ização
ent
re
os
que
def
end
em
e
os
que
criticam
o
uso
de
TDIC
na
ed
ucação
sem
uma
discussão
mais
crítica
e
aprof
undada
sobre
o
tema
e
que
considere
o/a
estud
ante
e
o/a
profess
or/a
como
protagonis
tas
do
s
pr
ocessos
educat
ivos.
Em
sua
t
ese
de
doutor
ado,
Clerist
on
Izidro
do
s
Anjos
(2015)
ao
invest
igar
as
relações
das
crian
ças
pequenas
com
as
TDIC
destacou
a
escassez
de
trabal
hos
q
ue
con
sid
eram
as
relações
das
cri
anças
com
os
ap
arato
s
tecnológicos
de
mod
o
a
compre
ender
seus
interess
es,
necessid
ades
e
usos.
No
entanto,
ao
olharmos
para
o
conjunto
de
t
rabalh
os,
nos
p
arece
que
o
problema
acomp
anha
diversas
etapas
e
modalidades
ed
ucacio
nai
s:
ou
os
t
rabalh
os
ressaltam
o
50
possíve
l
c
aráter
inovad
or
do
uso
d
as
TDIC
ou
criticam
o
seu
uso,
desconsi
dera
ndo
seus
usuário
s:
cri
anças,
jovens
e
adultos,
estudantes
e
profe
ssores/
as.
A
discussão
sob
re
as
TDIC
na
educação
também
prec
isa
considerar
as
especificidades
da
Educação
Básica.
Na
área
da
Educ
ação
Infantil,
por
exemplo,
a
p
reoc
upação
com
as
ativida
des
online
e
com
o
uso
das
TDIC
com
cr
ianças
de
0
a
5
an
o
s
e
11
meses,
tema
abordado
po
r
C
assiana
Magalh
ães
e
Cristia
ne
dos
San
tos
Farias
(2021),
tam
bé
m
foi
anter
iormente
discutido
por
Clerist
on
Izidr
o
dos
An
jos
e
Dei
se
Juliana
F
rancisco (2021)
no
artigo
“Ed
ucação
Infantil
e
Tec
nologia
s
Digitais
:
reflexõ
es
em
te
mpo
s
de
pan
demia”.
Nele,
o
aut
or
e
a
autora
problematiza
m
a
recomendaç
ão
para
o
uso
de
tecnol
ogias
digitais
na
Ed
ucação
Infantil
–
co
nsiderand
o
a
brincade
ira
e
as
interações
,
os
princípios
éticos,
políticos
e
estétic
os,
a
relação
família
-
escola
e
a
legislaç
ão
brasileira
–
e
propõem
que
tais
apar
atos
sejam
u
tilizados
como
suporte
de
com
unicação
ent
re
as
famílias
e
as
instituiç
ões
educac
ionais
.
Há
de
conside
rar
ainda
que
o
uso
de
TDIC
na
educa
ção,
por
si
só,
não
torn
a
os
processos
educativos
inovadores,
pois
um/a
professor
/a
pode
se
utilizar
d
essas
TDIC
e
continuar
trab
alhan
do
c
om
práticas
autoritárias
e
ce
ntr
adas
no/a
adulto/a.
Assim,
é
f
undam
ent
al
destacar
que
o
q
ue
t
orna
a
ed
ucação
extraordin
ária
e
in
ovadora
são
o
s/as
estud
antes
e
os/
as
edu
cadore
s/as
que,
cotidianamen
te,
convivem
e
se
relacionam
nos
espa
ços
educativo
s.
Além
disso,
é
preciso
i
n
vestimen
to
na
formação
de
docentes
–
inicial
e
em
serviço
–
que
cont
ribua
para
uma
ref
lexão
crítica
sobre
as
contribuiç
õ
es
e
exc
essos
dos
usos
das
TDIC
na
educação
.
Embor
a
não
se
ja
o
objetiv
o
de
sse
texto,
é
importante
destac
ar
que
essa
formação
que
po
de
c
ontribuir
para
uma
ed
ucaç
ão
emancipa
tória
de
crian
ças
e
de
educadores
/as
n
ão
é
aquela
que
e
st
á
proposta
na
Base
51
Nacion
al
Comum
Curricular
(BNCC)
e
na
propost
a
de
Base
Nacio
nal
da
Form
ação
Do
cente
(
B
NC
–
Formação
),
pois
e
las
f
oram
pensadas
na
lógica
da
p
adron
izaç
ão
dos
currí
culo
s
que,
em
sín
tese,
procura
reduzir
a
f
ormaç
ão
docente
em
cursos
para
e
nsin
ar
a
aplicar
e
gerenciar
o
conteúdo
da
B
NCC.
O
que
e
stá
em
jogo
é
que
tais
proposta
s
descons
ider
am
vasta
pro
dução
de
conhecim
ento
no
c
ampo
da
educação
,
cujas
bas
es
e
nvolve
m
fundame
ntos
teóric
os,
ár
eas
científicas
e
saberes
e
metodologi
as
de
trabalh
o
co
m
crian
ças,
jovens
e
ad
ultos.
A
Associação
Nacion
al
pela
Form
ação
dos
Profiss
ionais
da
Ed
ucação
(ANF
OPE
6
),
alé
m
de
out
ras
instituições,
entidades
e
mo
vi
men
tos,
–
tem
produ
zido
uma
sé
rie
de
ativid
ades
(
lives
,
documen
tos,
manifestos..
.)
sob
re
a
form
ação
docente
em
te
mpo
s
de
padro
niz
ação.
É
tempo
de
lutar
e
resistir
em
defesa
da
ciência,
da
saúde
e
da
e
ducação
pública
,
gratuita,
laica
e
de
qualidade
p
ara
todos
e
todas,
desde
bebês!
Cabe
recuperar
nessas
discussõ
es
fina
is
um
as
pecto
apr
esentado
no
início
de
nossas
reflex
ões:
o
c
ontexto
de
múltipla
s
desigualdades
existentes
no
Bra
sil.
Esse
é
um
po
n
to
fundamental,
pois
a
exclusão
digital
ta
mbém
é
uma
das
dimensões
de
ssas
múltiplas
form
as
de
exclusão
social,
ou
seja,
é
preciso
consider
ar
q
ue
parc
ela
sign
ificativa
da
popul
ação
bras
ileira
ainda
não
possui
equipame
ntos
tecnol
ógicos
adequad
os
para
participaç
ão
em
ativida
des
educativ
as
em
plataforma
s
di
gitais,
além
dos
pr
oblemas
de
acesso
à
internet.
Nas
discussõe
s
sobre
trabalh
o
e
formação
do
cent
e
em
tempos
de
pandemia
é
p
ossíve
l
depreend
er
um
movimento
de
aprof
und
amen
to
da
prec
arização
já
existente
na
medida
em
que
docentes,
das
mais
di
versas
regiões
do
Brasil
e
que
atuam
em
diferentes
et
apas
e
modalidades,
tiveram
6
Para sabe
r mais, ace
sse o site
da A
NFOPE (
http://www
.anfope.o
rg.br/
) e seu Ca
nal no YouT
ube
(https://www.youtube.com/c/AnfopeNacional/featured).
52
pouco
ou
ne
nhum
supo
rte
formativo
e,
também,
de
a
po
io
financeiro
e
material
p
ara
a
realização
de
trab
alho
educacional
em
contexto
emergencial.
Equipa
mentos
tecnológic
os,
melh
oria
de
velocidade
de
internet
resid
encial,
aume
nto
dos
gastos
com
energia
elétrica
,
d
en
t
re
outros
aspectos,
no
geral,
for
am
assumidos
por
d
ocentes
sem
que
houve
sse
contrapar
tidas
de
s
uas
instituições
e
govern
os
(e
staduais,
municipais
e
federal).
Também
é
pre
ci
so
considera
r
a
ausê
nci
a
de
suporte
emocional,
afinal
,
profess
ores
e
professoras
também
e
stão
enfrenta
ndo
diversos
problemas
na
pandemia,
se
jam
pesso
ais
ou
gera
dos
pelo
exe
rcício
profissiona
l
em
tempo
s
pandêmicos.
As
crianças
desde
bebê
s,
adolesce
ntes
e/ou
jovens
ma
tricula
dos
nas
instituiç
ões
e
ducac
ionai
s,
da
Educa
ção
Bási
ca
ao
Ensino
Superi
or,
tam
bém
estão
enfr
entand
o
div
ersos
desa
fios
e
problema
s
que
vão
desde
lidar
com
a
dor
da
pe
rda
de
um
ent
e
que
rido
até
as
di
ficuldades
de
acesso
à
i
nter
net
e
aos
equipa
mentos
tecnológic
os.
São
questõ
e
s
complexa
s
e
que
nos
levam
a
afirmar
que
muito
ain
da
precisa
ser
discu
tido,
estudado
e
pesquisado,
afinal
,
a
pandemia
ain
da
não
acabou
e,
mesmo
que
ela
acab
e
em
bre
ve,
aind
a
teremos
que
lid
ar
com
seus
efeitos
durante
algum
tempo.
Na
perspectiva
de
que
teremos
que
lidar
com
os
efeitos
da
pandemia
também
após
seu
fim,
embora
t
enh
amos
escolhido
apenas
o
gênero
artigo
científic
o
e
os
des
critor
es
“Educação”,
“Pan
dem
ia”
associ
ados
pelo
operador
booleano
AND
como
critérios
de
inclus
ão
no
mapeamento
apres
entado,
nos
ch
am
a
a
atenção
o
fato
de
não
terem
sido
localizados
trab
alho
s
que
tra
te
m
de
um
possíve
l
planejamento
de
retorno
das
atividades
presenciais
para
todos
e
to
das,
com
exceção
d
as
di
scussões
das
áre
as
dos
Estud
os
da
Infância e
da
Edu
cação
Infantil,
cujas
produções
têm
alimentado
discu
ssões
sobre
a
pandemia
e
o
pós
-
pandemia
(ANJ
OS;
PEREIR
A,
2021;
G
OBBI;
PITO,
2021;
GOB
BI;
ANJO
S;
V
ICENTE,
53
2021;
S
ANTOS;
SARAIV
A,
2020;
C
AMPO
S;
ALMEIDA;
BARRETO;
DUMONT;
VIEIRA;
B
APTIS
TA;
FOCHI;
COELHO;
CRUZ;
VALVER
DE,
2020;
MELLO;
NEG
REIR
OS;
ANJOS
,
2020;
SANTOS;
SILVA;
F
ARIA,
2020;
GOBBI;
PITO;
MELEÁN,
2020;
dentre
outras).
No
geral,
os
t
rabalh
os
encontrados
sinalizam
que
duran
te
e
sse
tempo
de
pandem
ia,
os
problemas
e
ducaci
onais
já
existentes
f
o
ram
agravado
s
e
outros
problema
s
surgiram
na
Ed
ucação
Básic
a
e
no
Ensi
no
Superio
r:
a
pre
cariz
ação
do
tr
abalho
do
cen
te
está
mais
evidente,
novas
necessid
ades
de
form
ação
inicial
e
em
serviço,
espaços
físicos
das
instituiç
ões
a
inda
não
e
stão
pre
parado
s
para
o
ret
or
n
o
presenc
ial
seguro,
vacin
as
de
mo
raram
a
ch
egar
e,
ne
sse
momento,
ai
nda
se
discute
a
vacin
ação
de
crianças
e a
ausênci
a
do
pod
er
públic
o
foi
sen
tid
a
em
relação
ao
sup
orte
para
o
t
rabalh
o
em
ergencia
l
não
pres
encial
em
tempos
pandêmicos
,
al
ém
do
aume
nto
das
desigualdades
sociais
que
têm
afe
tado
toda
a
sociedade
brasi
lei
ra.
Por
out
ro
lad
o,
as
alternativas
de
enfrentame
n
to
dos
efeito
s
da
pa
ndemia
na
edu
caç
ão,
e
mergiram
pela
atuação
de
movimentos
em
defesa
da
e
ducação
–
Campanha
Nacio
nal
pelo
Direito
à
Ed
ucação,
Fre
nte
No
rdeste
Cri
ança,
Fóruns
de
Educaç
ão
Infanti
l
–,
das
institu
ições
públicas
–
Sistem
a
Ún
ico
de
Saúde,
universi
dades
públicas,
grupos
de
pesq
uisas...
–,
de
sindicatos
e
da
iniciativ
a
de
professores
e
professor
as
que,
apesar
de
também
e
starem
sofrendo
com
os
efeit
os
da
pandemia
em
seu
t
rabal
ho
e
nas
suas
vi
das
–
procuram
fazer
o
melhor
p
ossíve
l
na
espera
nça
da
co
nstrução
de
uma
educaç
ão
pública,
gratuita,
laica
e
de
qualidade
para
todos
e
todas,
desde
bebês.
Os
desafios
est
ão
postos
e
as
alter
nativas
precisam
ser
coletiva
mente
con
struídas
por
todos
e
to
das
q
ue
fazem
a
e
ducação
bras
ileira
–
estudantes
e
famílias,
docent
es
e
gestor
es/as,
governos,
etc
–
e
54
pelas
áreas
com
as
quais
a
ed
ucação
precisa
estreita
r
os
laço
s
de
c
olab
oração
e
vice
-
versa:
saúde,
assistê
ncia
social,
den
tre
outr
as
.
Como
diria
o
poeta,
Carlos
Drummo
nd
de
Andrade,
“vamos
de
mãos
dadas”!
Mãos
Dadas
Carlos
Drummo
nd
de
Andrade
Não
serei
o
poeta
de
um
mundo
caduco
Também
não
cant
arei
o
mundo
futuro
Estou
p
reso
à
vid
a
e
olho
meus
companheir
os
Estão
taciturnos,
mas
nutrem
grandes
esperan
ças
Entre
eles,
c
onsider
o
a
enorme
realidade
O
presente
é
tão
grand
e,
não
nos
afastem
os
Não
nos
afaste
mos
muito,
vamos
de
mãos
dad
as
Não
serei
o
canto
r
de
um
a
mulhe
r,
de
um
a
história
Não
dire
i
os
suspiros
ao
anoitecer
,
a
paisage
m
vista
da
janel
a
Não
distribuirei
e
ntorpec
entes
ou
cartas
de
suicida
Não
fugi
rei
para
as
ilhas
nem
ser
ei
raptado
por
seraf
ins
O
tempo
é a
min
ha
matér
ia,
o
tempo
pres
ente,
os
homen
s
presentes
A
vida
presente
55
Referênc
ias
ANJOS,
Cleristo
n
Izidro
dos.
Tatear
e
desv
endar:
um
e
studo
c
om
crian
ças
pequenas
e
disp
ositivos
móv
e
is
.
Tese
(Doutorado
em
Ed
ucação)
-
Unive
rsidade
Federal
de
Alagoas,
Centro
de
Educação
,
Prog
rama
de
Pós
-
Graduação
em
Educa
ção,
Maceió,
2015.
Dispo
nível
em:
http://www.
reposit
o
rio.uf
al.br/j
spui/handle
/riufal/1
641
.
Acesso
em:
19
jan.
2022.
ANJOS,
Cleristo
n
Izidro
dos;
FR
ANCISCO
,
Deis
e
Juli
ana.
Ed
ucação
Infanti
l
e
T
ecnol
ogi
as
Digitais:
r
eflexões
em
te
mpo
s
de
pandemia
.
Zero
-
a-
Seis
,
Florianópol
is,
v.
23,
n.
Es
pecial,
p.
125-146,
jan.
2021.
Disponív
el
em:
h
ttps://doi.org/10.5007/1980-4512.2021.e79007.
Acesso
em:
19
jan
.
2022.
ANJOS,
Cleristo
n
Izidro
dos;
PER
EIRA,
Fábio
Hoffm
ann
.
Educ
ação
Infanti
l
em
tempos
de
pa
ndemia:
outros
des
afios
para
os
dir
eitos,
as
políticas
e
as
pedagogia
s
das
infân
cias.
Zero
-a-
Seis
,
Florianópolis
,
v.
23,
n.
Especia
l,
p.
3-20,
jan.
2021.
Un
iversidad
e
Federa
l
de
San
ta
Cat
arin
a.
Disponív
el
em:
h
ttps://doi.org/10.5007/1980-4512.2021.e79179.
Acesso
em:
18
jan
.
2021.
ANPED.
GT
07 -
Edu
cação
de
Cri
anças
de
0 a 6
an
os.
Educ
ação
a
distânci
a
na
Educação
Infantil,
não
!
.
R
io
de
Janeiro,
RJ:
20
abri
l
2020.
Disponív
el
em:
h
ttps://www.anped.org.br/news/manifesto-
anpe
d
-
educac
ao
-
distancia
-
na
-
educacao
-
infantil
-
nao
.
Acesso
em
28
jan.
2022.
ANPED.
Man
ifesto
pelo
direito
de
vac
inação
das
crianças
contra
a
Covid
19
.
Rio
de
Janeiro,
RJ:
28
jan
. 2022.
Disponíve
l
em:
56
https://a
nped.org.br
/sites
/defau
lt/files/ima
ges/manif
esto_pelo_direit
o_de
_vacinacao_das_criancas_contra_a_covid_19_anped.pdf.
Acesso
em
28/01/2022.
Acesso
em:
20
jan.2022.
CAMPOS,
Maria
Malta;
ALMEIDA,
Aidê
;
BARRE
TO,
Ângela
,
DUMONT,
Érica,
VIEIRA,
L
ívia
F
raga;
BATIS
TA,
Mô
nica
Co
rreia;
FOCHI,
Paulo
Sergio;
C
OELHO,
Rita
;
CRUZ,
Si
lvia
Hele
na
Vieira
d
a;
VALVER
DE,
Sôni
a
Larrubi
a.
Para
um
retorno
à
escola
e à
creche
que
respeite
os
direitos
f
undamentai
s
de
crianças,
famíli
as
e
educadores
. 05/2020.
Disponív
el
em:
https://ww
w.anped.
org.br
/sites/defau
lt/fil
es/images
/para
_um_retorno_a
_
escola_e_a_creche-
2
.pd
f
.
Acesso
em:
25
jan.
2022.
CARDOS
O,
Ale
ssandra
Andrade;
TAV
EIRA,
Gust
avo
Diniz
de
Mesquita
;
STRIBE
L,
Guilh
er
me
Perei
ra.
Educação
especial
no
contexto
de
pandemia:
reflex
ões
sobre
políticas
educaci
onai
s.
Revista
Te
ias
,
v.
22,
n.
65,
abr./jun.
2021.
Disponível
em:
https://www.e-
publicac
oes.uerj.
br/index.
php/revistateias
/articl
e/view/50
005
.
Acesso
em:
14
jan.
2021.
CATANANT
E
Flávi
a;
CAMPO
S
Rogerio
Ca
rlos
de;
LOIO
LA,
Iran
eia.
Aulas
on
-
line
durante
a
pande
mia:
condições
de
ace
sso
asseg
uram
a
participa
ção
do
aluno
?
.
Revis
ta
Científ
ica
Educ@
ção,
v.
4,
n.
8,
p.
977-
988, 26
out.
2020.
Disponível
em:
https://per
iodicos
refoc.co
m.br/jorna
l/index.p
hp/RCE
/article/vi
e
w/122
.
Acesso
em:
14
jan
.
2021.
CHARCZ
UK
Simone
Bi
cca
.
Sustentar
a Transferência
no
Ensino
Remoto:
d
ocência
em
tempos
de
pandemia.
Educação
&
Real
idade
,
Po
rto
57
Alegre,
v.
45,
n.
4, 2020.
Disponív
e
l
em:
https://www.scielo.br/j/edreal/a/S7dGKjBx7Ch4FxCwVc93pVg/?fo
rmat
=pdf&lang=
pt
.
Acesso
em:
14
jan.
2021.
CARLAC
HIANI,
C
amila
Carla;
MORELLI
Silvia.
Pand
emi
a,
isolamento
socia
l
e
desigualdades:
uma
complexa
trilogia
para
educar.
Revi
sta
Científica
Educ@çã
o
,
v.
4,
n.
8,
p.
1030-1042, 26
out.
2020.
Disponív
el
em:
https://per
iodicos
refoc.co
m.br/jorna
l/index.p
hp/RCE
/article/vi
e
w/124
.
Acesso
e
m:14
jan.
2021.
CORTE
REAL,
Luciane
Magalhae
s;
STEPANSKI,
Lucian
e
Marile
i
Pereira
; PI
CETTI
Jaqueli
n
e
dos
Santo
s
;
SIR
ANGELO,
Luisa
Guazzelli.
Possibilida
des
de
apr
endizagens
na
pandemia
de
cov
id
-19.
Saberes
Plurais
Educ.
Saude
,
v.
5,
n.
1,
p.
72-91,
jan./jun.
2021.
Disponível
em:
https://s
eer.ufrgs
.br/sa
beresplu
rais/a
rticle/view
/10942
4
.
Acesso
em:
14
jan.
2021.
CUNHA,
Alessandra
Sampaio;
NEVES,
Joana
d’A
rc
de
Vasconcelos
;
COST
A,
Nívia
Maria
Vie
ira.
A
EJA
em
tempos
de
pandemia
de
covid
-
19:
reflexões
sobre
os
direitos
e
po
líticas
educac
ion
ais
na
Amazônia
bragan
tin
a.
Nova
Revista
Amazônica
,
Bragança,
v.
9,
n.
1,
p.
23-35,
mar.
2021.
Disponív
el:
http://dx.doi.org/10.18542/nra.v9i1.10026.
Acesso
em:
14
jan.
2021.
FELTRIN,
Tacieli;
BATISTA,
Natalia
Lampert
.
Autofo
rmação
doc
ente
em
tempos
de
pandemia
:
da
(
im)possibil
idade
da
reinvenção
sem
cuidado
de
si.
Rev
ista
Científica
Educ@ção
,
v.
4,
n.
8,
p.
1017-1029, 26
out.
2020.
Disponível
em:
58
https://per
iodicos
refoc.co
m.br/jorna
l/index.p
hp/RCE
/article/vi
e
w/128
.
Acesso
em:
14
jan
.
2021.
FOUCAUL
T,
Miche
l.
Hermenêutica
do
S
ujei
to
. 2.
ed
.
São
Paulo
:
Martins
Fontes,
2006.
GARC
IA,
Regina
Leite
(org.).
A
Fo
rmação
da
Professo
ra
Alfabeti
zadora
:
Reflexões
so
bre
a
prática.
São
P
aulo:
Cortez,
2009.
GEPPEC
I.
Grup
o
de
Estu
dos
e
Pesq
uisas
e
Pedagogia
s
e
Culturas
Infantis.
W
ebnário
Infâncias
e
Edu
cação
Infantil
em
Tempos
de
Pandemia
.
Macei
ó
(Tran
smissão
o
nlin
e)
:
Unive
rsidade
Federal
de
Alag
oas,
18
jun
.
/
01
jul.
2020.
Disponível
em:
https://www.youtube.com/channel/UC78d98Iz2-iZa0v1W3qSnoQ.
Acesso
em:
25
jan
.
2022.
GOBBI,
Ma
rcia
Apare
cida;
ANJOS
,
Clerist
on
Izidr
o
dos;
V
ICENTE,
Paula
Marti
ns.
Not
as
sobr
e
uma
pesquisa
com
crianças:
interpelações
do
campo,
ou,
quando
o
pres
idente
diz
‘e
daí’
?
.
Humanidade
s
&
Inov
ação
,
v.
7,
n.
28, 2020.
Dispo
nível
em:
https://r
evista.u
nitins.br/i
ndex.php/humanida
desei
novacao/a
rticle/v
iew/
3552.
Acesso
em:
28
jan
.
2022.
GOBBI,
Ma
rcia
Apare
cida;
PITO,
Juliana
Diame
nte
(org.).
Coletivos
,
mulheres
e
criança
s
em
movim
entos
:
na
pandemia
,
do
podcast
ao
livro
.
São
Paulo
:
FEUSP,
2021.
DOI:
10.11606/
9786587047133.
Disponível
em
:
https://doi.org/10.11606/9786587047133.
Acesso
em
: 28
jan
.
2022.
59
GOBBI,
Má
rcia
Apare
cida;
PITO,
Juliana
Diame
nte
;
MELEÁ
N,
Simone
Maria
Magalhãe
s.
Cri
anças
e
mulheres
e
nós
-
n
ada:
reflexões
a
partir
das
vidas
em
despe
jo
no
acam
pamen
to
Cam
po
G
rande
do
MS
T.
Zero
-a-
Seis
,
Florianópolis
,
v.
22,
n.
Es
pecial,
p.
1255
-1280,
dez.
2020.
Disponív
el
em:
h
ttps://doi.org/10.5007/1980-4512.2020v22nespp1255.
Acesso
em:
28
jan
.
2022.
GUIZZO,
Bianca
Salazar
;
MARC
ELLO,
Fabi
ana
de
Amorim
;
MÜLLER,
Fernanda
. A
reinvenção
do
cotidiano
em
tempos
de
pandemia
.
Educ.
Pesqu
i
.,
São
Paul
o,
v.
46,
p.
1-20, 2020.
Disponível
em:
file:///C:
/U
sers/L
uciana/
Desktop/Documentos
%20
Atualiza
dos/Docume
nts/Artig
os/Artig
os%2020
21/livro/D
ocumentos%
20pa
ra%2
0o%20livr
o
/29863344017.pdf.
Acesso
em:
14
jan.
2021.
MAGALHÃES,
C
assi
ana;
FARI
AS,
Cristiane
dos
Sant
o
s.
A
Educaç
ão
Infanti
l
no
context
o
da
pan
de
mia:
os
possíveis
enf
rent
amen
tos
após
a
publicaç
ão
do
Parec
er
05/2020.
Olhar
de
Professo
r
,
v.
24,
p.
1-9, 26
mar.
2021.
Disponív
el
em:
https://r
evistas2
.uepg.br/
index.p
hp/olhard
eprofess
or/ar
ticle/view/15
877
.
Acesso
em:
14
jan
.
2021.
MEDEIR
OS
,
Rosana
Fachel.
Aulas
de
art
es
em
tempos
de
pand
emia
e
ativida
des
remotas:
co
mo
manter
o
vínculo
do
professor
com
os
alu
nos,
e
dos
aluno
s
com a
discipli
na?.
Revista
Científica
Educ@
ção,
v.
4,
n.
8,
p.
956-976, 2020.
Disponív
el
em:
https://per
iodicos
refoc.co
m.br/jorna
l/index.p
hp/RCE
/article/vi
e
w/118
.
Acesso
em:
14
jan
.
2021.
60
MELLO,
Ana
M
aria;
NEGREIR
OS,
Fauston
;
ANJOS,
Cleristo
n
Izid
ro
dos
Anjos.
C
aderno
de
Direitos
-
Retorno
à
creche
e à
es
cola
:
Dire
itos
das
crian
ças,
su
as
famílias
e
suas/
seus
educador
as/es
-
ges
toras
/es,
profess
oras
/es
e
fun
cion
ária
s/o
s.
EDUFPI,
Piauí:
2020.
Dis
ponível
em:
https://ww
w.ufpi.br
/arqui
vos_downl
oad/arqu
ivos/Ca
derno_Dire
itos_
-
_EDULPI_com_ISBN20200725103619.pdf.
Acesso
em:
25
jan.
2022.
MENEZES
,
Magali
Mendes
de;
COSTA,
Pedro
de
Almeida
(2021). O
Ensino
Sup
erior:
as
Antígonas
de
nosso
tempo
pandêmico
e
o
agravo
das
desigualdades
sociais.
Re
vista
Entr
eide
ias:
Edu
cação
,
Cultura
e
Socie
dade
,
v.
10,
n.
1, 2021.
Disponí
vel
em:
https://per
iodicos
.ufba.
br/index.p
hp/entreid
eias/article/v
iew/3794
9
.
Acesso
em:
14
jan
.
2021.
MIEIB.
Posiciona
mento
públ
ico
do
Moviment
o
Interfóruns
de
Edu
cação
Infantil
do
Brasil
(MIEIB)
relativo
à
propost
a
de
parecer
do
Conselho
Nacio
nal
de
Educ
ação
(CNE)
sobre
r
eorg
anizaç
ão
dos
c
alen
dários
escolares
e
atividade
s
pe
dagógic
as
não
presenciais
durante
o
período
de
pandemi
a
da
Covid
-19
.
Bras
ília,
DF, 19
de
abril
de
2020.
Di
spon
íve
l
em:
https://ww
w.mieib.or
g.br/posicio
namento
-
pu
blico
-
do
-
movimen
to
-
inte
rforuns
-
de
-
ed
ucacao
-
infantil
-
do
-
brasil
-
mieib
-
relativa
-a-
proposta
-
de
-
parecer
-
do
-
cons
elho
-
nacional
-
de
-
e
ducacao
-
cne
-
so
bre
-
reo
rgani
zacao
-
dos
-
calen
dario
s
-
escolar/
.
Acesso
em:
28
jan.
2022.
MOREIR
A
Herivel
to;
CALEFFE,
Luiz
Gonz
aga.
Metodologia
da
pesqu
isa
para
o
professor
p
esquis
ador
. 2.
ed.
Rio
de
Janeiro:
Lamparina,
2008.
61
MOREIRA
,
Jo
sé
An
tôn
io
;
HENR
IQ
UES,
S
uzana
;
BARROS,
Daniel
a
Melaré
Vieira.
Transit
ando
de
um
ens
ino
remoto
emerg
enci
al
p
ara
uma
educaç
ão
digital
em
rede,
em
te
mpos
de
pandemia.
Dialogia
,
v.
34,
p.
351-364, 2020.
Disponív
el
em:
https://repositorioaberto.uab.pt/handle/10400.2/9756.
Acesso
em:
14
jan.
2021.
NASCIMENTO
,
Caroline
Cavalcan
te.
Ed
ucação
em
tempos
de
pandemia:
o
lugar
do
artis
ta
-
docen
te.
SCI
AS
-
Arte/Edu
cação
,
v.
7,
n.
1,
p.
25-44, 2020.
Disponív
el
em:
https://r
evista.u
emg.br/in
dex.php/s
cias/ar
ticle/view/
4957
.
Acesso
em:
14
jan.
2021.
PEREIR
A,
Fáb
io
Hoffmann.
Atuação
dos
fórun
s
de
defes
a
da
educação
infantil
em
te
mpos
de
pandemia
Revista
Zero
-a-
Seis
,
Florianópol
is,
v.
23,
n.
Especia
l,
p.
01-25,
jan
.
2021.
Unive
rsidade
Federa
l
de
Sant
a
Catari
na.
Disponív
el
em:
https://per
iodicos
.ufsc.
br/index.p
hp/zerose
is/article
/view/78977
.
Acesso
em:
14
jan.
2021.
PIMENTEL,
Gabriela
Sousa
Rego;
COIT
É,
Si
mone
Leal
Souza
.
Política
curricular
e
Ed
ucação
do
Campo:
discussõe
s
e
prát
icas
de
gestão
educac
ion
al
em
tempos
de
pandemia.
Revista
da
FAEEBA
-
Educaç
ão
e
Conte
mpo
ranei
dade
,
v.
30,
n.
61,
p.
267-282, 19
out.
2021.
Disponível
em:
https://www.revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/10064.
Acesso
em:
14
jan
.
2021
SANTOS,
Natália
Francisca
Cardia
d
os;
SILV
A,
Ad
riana
Al
ves
da;
FARIA,
Ana
Lúcia
Go
ulart
de.
Resistir
para/com
a infância
continua
r
a
62
existir:
transcrição
de
21
live
s
sobre
infân
cias
e
Educação
Infantil
na
pandemia
de
Covid
-19
.
Zero
-a-
Seis
,
Flor
ianópolis,
v.
22,
n.
42,
p.
852-
1174, 2020.
Disponív
el
em:
h
ttps://doi.org/10.5007/1980-
4512.2020v22n42p726.
Acesso
em:
25
jan
.
2022.
SANTOS,
Sol
ange
Estan
islau
dos;
SARAIV
A,
Marin
a
Rebeca
de
Oliveira
.
O
ano
q
ue
não
te
m
fim:
as
cri
anças
e
su
as
in
fânc
ias
em
tem
pos
de
pandemia.
Zero
-a-
Seis
,
Florianópol
is,
v.
22,
n.
Es
pecial,
p.
1177-1187,
dez.
2020.
Disponíve
l
em:
https://doi.org/10.5007/1980-
4512.2020v22nespp1177.
Acesso
em:
25
jan
.
2022.
SCH
NEIDER,
Eduarda
Maria;
T
OMAZINI
-N
ETO,
B
runa
Cristina;
LIMA,
Bárb
ara
Greice
Tobaldini;
NUNES,
Silvana
Aguer
o.
O
uso
das
Tec
nolo
gias
Digitais
da
Informação
e
Com
unicação
(TDIC):
possibilida
des
para
o
ens
ino
(
não)
presencia
l
durante
a
pandemia
covid
-
19.
Revi
sta
Científica
Educ@ção
,
v.
4,
n.
8,
p.
1071-1090, 26
out.
2020.
Disponív
el
em:
https://per
iodicos
refoc.co
m.br/jorna
l/index.p
hp/RCE
/article/vi
e
w/123
.
Acesso
em:
14
jan
.
2021.
SILVA,
K
ell
y
Cristina
Bra
ndão
da;
ALC
Â
NTAR
A,
K
el
ly
Cristina
Gar
cia
de
Macedo.
A
(in)cor
poreidade
do
pr
ofess
or
em
tempo
s
de
pandemia
e
educaç
ão
à
distância.
Revi
sta
da
F
AEEBA
-
Educaç
ão
e
Conte
mpo
ranei
dade
,
v.
29,
n.
60,
p.
102-116, 31
dez.
2020.
Disponível
em:
file:///C:/Users/Luciana/Downloads/10526-Texto%20do%20artigo-
29337-1-10-20201231%20(1).pdf.
Acesso
em:
14
ja
n.
2021.
SOUSA,
Galdino
Rodrigues
de;
BORGES,
Eliane
Medeiros
;
COLPAS,
Ricar
do
Dulcatti.
Em
def
esa
das
Tecnologias
de
Informação
e
63
Com
unicação
na
Educação
Básic
a:
diálogos
em
tempos
de
pandemia
.
Plurai
s
Revis
ta
Multidisciplina
r
,
v.
5,
n.
1,
p.
146-
169
, 2020.
Disponível
em:
https://doi.org/10.29378/plurais.2447-9373.2020.v5.n1.146-169.
Acesso
em:
14
jan
.
2021.
SOUZ
A,
Ester
Mari
a
de
Figueir
edo;
FERREIR
A,
Lucia
Garcia
. A
matrícula
co
mo
direito
do
estudante
na
pandem
ia
da
covid
-19.
Práxi
s
Educ
acion
al
, [S. l.],
v.
17,
n.
44,
p.
1-21, 2021.
DOI:
10.22481/praxisedu.v17i44.8029.
Disponível
em:
https://per
iodicos
2.uesb.
br/index.p
hp/prax
is/article/
view/8029
.
Acesso
em:
14
jan.
2022.
Ace
sso
em:
14
jan.
2021.
TAVARES
,
Maria
Tereza
Goudard
;
PESSANHA,
F
abian
a
Nery
de
Lima
;
MACEDO
,
Nayar
a
Al
ves.
Impactos
da
pande
mia
de
covid
-19
na
educaç
ão
infantil
em
São
Gonçalo
/RJ.
Zero
-a-
Seis
,
Florianó
polis,
v.
23,
n.
Especia
l,
p.
77-100,
jan.
2021.
Disponível
em:
https://per
iodicos
.ufsc.
br/index.p
hp/zerose
is/article
/view/78996
.
Acesso
em:
14
jan.
2022.
64
65
C
a
pít
ulo
2
A
cul
tur
a
da
e
scola
e a
se
ns
ibilidade
em
t
empos
da
pandem
ia:
condições
e
de
s
af
i
o
s
da
e
ducação
pa
ra
novos
t
e
m
po
s
Manuel
João
Mungul
ume
Alonso
B
ezerra
de
Carvalho
Introdução
Com
o
advento
da
pande
mia,
a
c
ultura
da
escola
sofreu
adaptaçõ
es
ine
speradas,
e
isso
afetou
de
fo
rma
negativa
a
socialização
e
a
i
nte
gração
da
escola.
Assim,
a
c
ultura
escolar
foi
obr
igada,
alé
m
de
li
dar
com
as
complexida
des
já
existentes,
viu
-
se
obrigada
a
rei
nven
tar
novos
desafios
impostos
pe
la
pandem
ia.
A
sensibilidade
da
prá
tica
educativa
al
argou
as
suas
complexidades
e
os
desafio
s.
É
n
esta
ordem
de
ideia
que
e
sta
d
iscussão
se
insere,
e
prete
nde
se
r
discutid
a a
partir
das
adap
taçõe
s
q
ue
possibilitam
manter
as
condições
e
as
qualidades
de
uma
educ
ação
q
ue
ade
qua
aos
novos
tempos.
As
condiç
ões
e
des
afios
da
educação
para
novos
tempos
trata
-
se
de
uma
refl
exão
que
busca
alternativa
s
e
possibilida
des
q
ue
mante
nham
a
con
solid
ação
de
uma
ed
ucação
democrática
e
sem
perder
o
teor
da
inovação
e
da
i
ntegração
social.
Tal
esforço
busca
também
delinear
as
possíveis
configura
ções
pedagó
gicas
pós
pandemia
,
com
o
intuito
de
min
imiza
r
as
desistências
dos
http
s://doi
.org/10.
36311
/2022.9
78
-
65
-
5954
-
308
-3
.p
65
-
84
66
aluno
s,
uma
ve
z
que,
a
falta
de
um
apoio
pedag
ógico
especial
izado,
pode
fazer
com
q
ue
essas
crianç
as
e
adol
escentes
de
ixem
a
escola
depois
de
p
ouco
tempo,
ou
permaneça
m
se
m
progredir
p
ara
os
níveis
mais
eleva
dos
de
ensino.
Isso,
de
cert
a
form
a,
ace
nt
ua
a
desigualdade
s
ocial.
Dian
te
disso,
a
educaç
ão
deve
assumir
uma
nova
postura
ética
e
epistemo
lógica
para
faze
r
face
às
complexidades
imposta
s
pela
crise
.
Portant
o,
a
ed
ucação
como
sendo
um
instrume
nto
para
a
construção
do
huma
nismo;
e
xige
-
se
de
la
uma
restruturação
e
uma
reorg
anização
dos
modelos
da
aprendizag
e
m
q
ue
permitam
um
a
instrução
sem
a
exclusão,
uma
vez
que,
a
crise
n
ão
po
de
impedir
a
democrat
ização
do
sab
er.
O
g
ran
de
desafi
o
da
educação
pós
pandemia
é
de
c
onstruir
alternativ
as
q
ue
poss
ibilit
em
um
a
poio
dos
es
tados
emocionais
dos
alunos,
torná
-
los
inclus
ivos,
democrá
ticos.
Este
compromiss
o
se
concretiza
com a
implementa
ção
da
cul
tura
de
sensibilidade
e
de
empatia
com
as
camada
s
sociais
mais
desfavorecid
as,
devendo
a
educação
se
identificar
e
se
pautar
com
os
direitos
e
co
m
a
diversidade.
Diante
do
expost
o,
o
capí
tulo
objetiva
an
ali
sar
o
futuro
da
escola
dent
ro
de
um
Plano
de
Educação
mais
in
clusivo,
q
ue
continu
e
sen
do
a
marca
da
esperança
social
e
que
nos
ajude
a
viver
de
forma
harmô
nica
e
sustentá
vel.
Assi
m,
esta
reflexão
busca
também
anal
isar
as
implicações
da
chamad
a
cidadania
digital,
avaliar
seus
desafi
os
e
lim
ites,
de
modo
a
contribuir
para
o
delineamento
do
proj
eto
de
um
a
p
rática
educativa
democrática
,
emanci
patór
ia
e
sobretudo
estabelec
er
uma
articu
lação
n
ão
somente
c
om
os
an
seio
s
te
cnológic
os,
mas
que
atinja
as
dimensões
de
uma
aprendizag
e
m
s
ignifica
tiva
e
afetiva
dos
a
dolescentes
e
jovens
que,
de
cert
a
forma
pe
rderam
a
rel
ação
e
i
nteg
ração
q
ue
tinh
am
no
con
vívio
esc
olar.
Por
fim,
o
trab
alho
far
-
se
-á
por
uma
re
visão
bibliográfica
teórica
e
prática
p
ara
articular
a
cidadani
a
digital
den
tr
o
da
e
ducação
in
clus
iva
e
67
emancipat
ória.
É
nest
a
perspectiva
que
o
capítulo
se
propõe
a
discutir,
e
espera
-
se
contribuir
com
novas
estratégias
pedag
ógicas
para
f
azer
face
as
atuais
m
udanç
as
soci
ais.
C
ovid
-
19
e o
frac
ass
o
da
cidada
nia
digital?
Nesta
d
iscussão
partimos
do
princípi
o
de
que
o
e
sp
aç
o
escolar
deve
garant
ir
as
relações
e a
in
teg
raçã
o
de
todos,
este
princípio
viu
-
se
d
esafiad
o
pela
C
ovid
,
po
is
a
falta
das
máquinas
digitais
e
internet
deix
ou
uma
parte
da
sociedade
sem
acesso
ao
pro
cesso
educati
vo.
Porta
nto,
a
p
ráxis
educativa
deve
ser
con
struída
na
base
de
uma
educ
ação
que
engloba
a
todos
como
preza
a
de
claração
Mund
ial
de
Educação
par
a
todos.
Vivemos
num
context
o
soc
i
al
em
que
a
cidadan
ia
digital
está
l
onge
de
satisfazer
a
todos,
e
pos
sibilita
r
as
cond
ições
de
per
manência
de
todos.
Em
bora
que
se
note
a
importânc
ia
da
co
mbin
ação
de
pr
ocessos
e
ducativos
co
m
as
tec
nologias
digitais,
ain
da
assim
,
precisamos
refletir
em
to
rno
da
sua
c
apacid
ade
de
inclusão,
e
ao
mesmo
te
mpo
reconhecer
mos
a
sua
importância
de
uma
educaç
ão
inovadora
por
meio
da
c
idadan
ia
digita
l
como
um
a
e
stratégica
pedagó
gica.
As
tecnol
ogias
ampliam
as
poss
ibili
dade
s
de
pesquisa,
autoria,
comunica
ção
e
co
mpar
tilha
men
to
em
rede,
publicação
,
multip
licação
de
espaços
e
tempos;
monitora
m
cada
e
tapa
do
pro
cesso,
tornam
os
res
ultad
os
visíveis,
os
avanços
e
as
dific
uldades
.
As
tecn
olog
ias
dig
itais
dilue
m,
ampliam
e
redef
inem
a
tr
oca
entre
os
espaços
forma
is
e
informa
is
por
me
io
de
redes
socia
is
e
ambie
ntes
abertos
de
compart
ilhamento
(MORAN,
2018
,
p.
53)
.
68
Numa
era
como
a
n
ossa
em
q
ue
a
sala
de
aula
passa
a
ser
virtual
,
podemos
olhar
a
cidad
ania
digital
como
uma
alterna
tiva
plausív
el,
porém
,
devemos
questio
nar
as
co
ndi
ções
e
os
limi
tes
q
ue
ela
traz
para
a
camad
a
social
desfavorecid
a,
ou
seja,
a
cid
adani
a
digital
coopera
co
m
os
pressup
ostos
da
e
ducação
inclusiva
?
De
acordo
com
a
dec
laraç
ão
mundia
l
sobre
a
educação
para
todos,
pressup
õe
-
se
que
a
e
d
uc
açã
o
deve
satisfa
ze
r
as
necessid
ades
bási
cas
de
aprendizag
e
m
para
todos,
entretanto
é
nest
a
premissa
que
a
c
idadan
ia
digital
encontr
a
o
seu
impasse
ou
limite,
ou
se
ja,
pois
ela
não
garan
te
as
metas
de
uma
educ
ação
e
mancipatória
e
democ
rática,
i
sto
é,
as
tecnologia
s
digitais
impossib
ilitam
a
emanci
pação
de
educaç
ão
que
englobe
e
satisfaça
a
todos,
ou
seja,
o
teor
primordia
l
da
ed
ucação
d
e
ve
se
r,
seguir
o
que
foi
plasmad
o
pela
decl
aração
so
bre
a
educaç
ão
para
todos;
ta
mbém
as
escolas,
na
sua
função
social,
devem
orie
ntar
-
se
para
a
educ
ação
inclusiva
,
pois,
[...]
con
stitue
m
os
me
ios
ma
is
c
apazes
pa
ra
comb
ater
as
ati
tude
s
discri
minat
ória
s,
criando
comunida
des
abertas
e
sol
idá
rias
,
const
ruindo
uma
socieda
de
incl
usiva
e
at
ingin
do
a
educaçã
o
para
todos
;
além
dis
so,
prop
orcion
a
m
uma
ed
ucaç
ão
adeq
uada
à
maioria
das
crianç
as
e
promov
em
a
eficiênc
ia,
numa
ót
ima
relação
custo
-
qualidade
,
de
todo
o
siste
ma
ed
ucativo
(UNESCO,
199
4,
p.
4).
Esta
ideia
é
base
ada
no
p
rincípio
da
e
ducação
,
e
nquan
to
direit
o
humano
fundame
n
tal,
e
é
a
mais
importante
ch
av
e
p
ara
a
re
dução
da
pobreza
e
para
se
alcançar
um
desenvolv
imento
so
cial
democrático
e
harmônico.
Portanto,
a
e
ducação
permite
que
cad
a
in
divíduo
possa
assumir
a
responsabilidade
pe
lo
seu
des
tin
o
e
con
tribuir
para
o
progresso
da
sociedade
em
que
se
inser
e,
uma
ve
z
que
lhe
dá
meios
para
partic
ipar
69
no
proce
sso
do
desenvolvime
nto
de
f
o
rma
responsáv
el,
quer
com
o
indivídu
o,
quer
com
o
el
eme
nto
d
essa
comunidade
(IPAD, 2008,
p.
3).
Diante
do
exposto,
qu
eremos
dis
cutir,
an
alisar
e
questio
nar
o
futuro
da
escola
dentro
de
um
Plan
o
de
Educação
mais
inclusivo,
de
mod
o
que
conti
nue
send
o
a
marc
a
da
es
perança
social
e
huma
na
e
que
nos
ajude
a
viver
de
form
a
so
cial
e
equilibrad
a.
A
pandemia
trouxe
m
udanças
no
cotidiano
e
na
cul
tura
escolar
e
tais
mud
anças
af
etaram
de
form
a
significat
iva
as
vi
vências
e
os
modelos
de
aprendizagem,
e
principalme
n
te
quebrou
-
se
a
i
nte
ração
dos
al
unos,
que
é
um
dos
fatores
importantes
que
contri
bui
no
pro
cesso
que
auxilia
p
ara
o
desenvol
vimento
do
ensi
no
-
aprendizag
e
m.
O
processo
da
int
eração
dos
alun
os
no
esp
aço
escola
r
favorece
e
fortalece
o
s
eu
potencial
de
mod
o
a
con
struir
a
própria
consciência
crítica
e
partic
ipativa,
a
partir
do
momen
to
em
que
a
in
teraç
ão
é
um
exe
rcício
para
a
i
nserç
ão
da
argum
ent
ação.
Com
o
adv
ento
da
cov
id
-19,
as
escolas
viram
-
se
obri
gadas
a
recorrer
às
tecnologias
digitais
com
o
mecanis
mo
ou
alternativa
da
obt
ençã
o
de
ensino
a
feti
vo
mas
tal
estratégia
suscit
a
implicações
e
problemát
ica
da
exclusão
soc
ial
através
da
utilização
tecnologia
digital
e
de
certa
forma
min
imiza
o
esfo
rço
da
promoção
da
inclusão
educati
va,
e
se
configuran
do
dest
a
forma
como
um
ato
de
violên
cia
s
imbólica,
q
ue
se
manifesta
de
forma
suave,
insensível,
invis
ível
a
suas
próprias
v
ítimas,
que
se
exerce
essencial
mente
pe
las
vi
as
puramente
simbólicas
da
co
mun
icação
e
do
conhecime
nto
(BOURDIE
U,
2012,
p.
7).
Ne
ste
sentido,
a
prática
educativa
precisa
descobrir
e
recon
hecer
a
instância
afetiv
a
da
r
elação
soci
al
e
cult
ural
com
o
o
casião
únic
a
de
apreender
a
lógica
da
do
minação
,
c
omo
apon
ta,
Bourdi
eu
:
70
[...]
exercida
em
nome
de
um
prin
cípi
o
s
imból
ico
con
hecid
o
e
recon
hecid
o
tanto
pelo
d
omin
ante
quanto
pelo
domina
do,
de
uma
líng
ua
(
ou
uma
man
eira
de
falar
),
de
um
estilo
de
vida
(ou
um
a
maneir
a
de
pensar,
de
fal
ar
ou
de
agir)
e,
ma
is
geralmente,
de
uma
proprie
dade
distin
tiva
,
emblema
ou
estigma,
dos
quais
o
mais
eficien
te
simbol
icame
nte
é
essa
propried
ade
corp
oral
inteirame
nte
arbitrária
e
não
predica
tiva
que
é a
cult
ura
digi
tal
(BOURDIEU,
2012,
p.
8).
A
Covid
-19
se
co
nfigura
como
gr
an
de
de
safio
para
as
políticas
e
gestão
ed
ucati
vas,
m
as
isso
n
ão
pode,
de
fo
rm
a
alg
uma,
acen
tuar
a
descriminaç
ão
soc
ial,
e
n
tre
o
ace
sso
à
cultura
digital
e
à
a
usê
n
cia
d
ela.
O
ato
e
ducativo
deve
assumir
compromis
so
com
os
novos
p
aradig
mas
emergent
es
de
m
odo
a
enco
nt
rar
espaço
p
ara
que,
as
tecnologia
s
digitais
sejam
uma
pr
á
tica
acessíve
l
e
abrangente.
Portanto,
o
proc
esso
de
reflexão
so
bre
a
ci
dadan
ia
digi
tal
t
raz
à
tona
a
reali
dade
dos
se
us
limit
es,
uma
vez
que
vivemos
num
país
em
que
uma
parte
da
sociedade
nã
o
tem
acesso
da
c
omun
icação
digital
e
se
tiver,
aind
a
não
ofer
ece
as
condições
esperadas
para
gerar
uma
aprendizage
m
digna
e
significat
iva.
E
den
tro
dessas
limitações,
es
pera
-
se
que
as
escolas
reúnam
um
planeja
mento
de
açõe
s
para
construir
o
desenvolvim
ento
de
uma
educação
que
mobilize
conceitos,
habilidades
e
prática
s
cognit
ivas
socioem
ocionai
s
para
o
exercí
cio
pl
eno
de
uma
cid
adani
a
ativa
e
inte
rventiva.
O
conceito
da
ci
dadan
ia
digital
além
de
c
onter
limita
ções,
também
está
em
evol
ução
,
enfre
ntando
um
conju
nto
de
desaf
ios
que
exigem
a
sua
redefin
ição.
Problemá
ticas,
já
ap
ont
adas
c
omo,
a
exclusão
digital,
ausênc
ia
dela
e
a
falta
da
mão
de
obra
qualificada
,
tudo
isso
geram
o
impacto
cultural
da
Sociedade
de
I
nfo
rmação
,
que
são
ce
ntrais
p
ara
a
compr
eensão
das
mudan
ças
est
ruturais
em
curso
(ALVES
;
MORE
IRA,
2004,
p.
36).
71
Outro
potencial
d
esafi
o
que
e
nvolve
a
cult
ura
digital
é
o
f
ato
d
as
aprendizag
e
ns
voltadas
a
uma
pa
rticipação
ma
is
consciente e
democráti
ca,
e
que
produza
uma
aprendiza
gem
ati
va
por
meio
das
tecnologias
digitais.
A
revo
lução
di
gital
e
do
s
avanços
do
m
und
o
digital
na
sociedade
contemp
orânea
,
não
po
dem
perder
a
construção
de
uma
atitude
crítica,
ética
e
resp
onsável
em
re
l
aç
ão
à
multiplicida
de
de
ofer
tas
digita
is.
A
pesar
das
limitações
e
os
desafios
que
ac
ompanh
am
a
cultura
digital,
também
é
impe
rio
so
reconhec
er
a
sua
rel
evân
cia,
pois
vi
vemos
num
context
o
em
que
a
cultura
juven
il
está
intrinsecam
ente
rel
acionad
a
co
m
a
cultura
digital,
e
ste
fato
torn
a
impresci
ndível
ampliar
e
aprof
undar
as
aprendizag
e
ns
construíd
as
na
base
das
tecnolo
gias
digitais,
como
aponta
a
BNCC
:
[...]
o
foco
passa
a
estar
no
reconhecim
ento
das
pote
ncial
ida
des
das
tecnolog
ias
digi
tais
para
a
realização
de
uma
série
de
ativida
des
relacio
nadas
a
todas
as
área
s
do
conheci
mento,
a
diversas
práti
cas
sociais
e
ao
mun
do
do
trabalho.
São
de
finidas
compe
tên
cias
e
habilid
ades,
nas
diferentes
áreas,
q
ue
permitem
a
os
es
tuda
ntes
buscar
dados
e
informa
ções
de
forma
crítica
nas
diferentes
mídia
s,
inclus
ive
as
sociais,
analisando
as
vantagens
do
uso
e
da
evolução
da
te
cnol
ogia
na
socie
dade
atual,
com
o
também
seus
riscos
p
oten
ciais
(B
RASIL
,
2017,
p.
474).
Desta
forma,
a
cidadan
ia
digital
é
uma
estra
tégia
pedagógic
a
que
está
inserida
na
cultura
digital,
não
so
men
te
c
omo
consumidor
es,
m
as
se
eng
ajando
cada
vez
mais
como
dinâmica
ino
vadora
e
edu
cativa.
Uma
das
estratégia
s
p
edag
ógic
a
s
p
ara
novos
tem
pos
é
de
apropri
ar
-
se
das
linguagens
72
da
cultura
digital
p
ara
contribuir
e
produzir
con
teúd
o
par
a
o
letra
mento
em
diversas
áreas
do
conhecimento
7
.
A
qua
lida
de
da
educaç
ão
em
t
em
pos
da
pande
mi
a:
D
e
sa
fi
os
para
o
des
e
nvol
vim
e
nt
o
das
compet
ências
de
apre
ndizage
m
(
de
for
m
a
vi
rt
ual
)
Perren
oud
(1999,
p.
16)
part
e
do
princípio
de
que
desenvolv
er
as
competênc
ias
não
é
um
papel
exc
lusivo
ou
h
egem
ôni
co
da
esc
ola,
pois,
o
desenvolv
imento
das
competências
trata
-
se
da
capacid
ade
de
“[...]
mobilizar
um
conjunto
de
re
cursos
cognitiv
os
(sabere
s,
c
apacid
ades,
informaçõ
es
etc.)
p
ara
solu
cionar
com
pert
inê
nci
a
ou
efi
cácia,
uma
séri
e
de
situaç
ões”.
E
i
sso
n
ão
acont
ece
unicamen
te
no
espaço
escolar
,
pois
segundo
o
auto
r,
afirmar
qu
e
ca
be
à
escola
desenvolv
er
comp
etências,
seri
a
confiar-
lhe
monopól
io.
O
aut
or
d
estac
a
as
competências
n
ão
como
um
caminho,
m
as
como
um
efeit
o
adap
tativo
do
h
omem
às
su
as
condiçõ
es
de
existência
.
Desse
modo,
cada
pessoa,
desenvolve
as
competência
s
de
maneira
diferen
te,
desde
que
sejam
suficientes
ou
nec
essárias
p
ara
a
realização
de
suas
t
arefa
s,
bem
co
mo
para
a
re
solução
dos
problemas
cotidianos
com
maior
eficácia.
Diante
disso,
co
m
o
garantir
o
dese
nvolvime
nto
das
competência
s
no
ensino
remoto?
Co
mo
atingir
as
dim
ensões
especificas
de
aprendizagem
de
c
ada
alun
o,
na
era
remota?
Essas
pergun
tas
constitu
em
mais
um
desaf
io
para
responder
aos
indicadores
de
qualidade
de
ensi
no,
que
se
encontra
7
A cidadania digit
al é
uma form
a de mobil
izar prátic
as das
tecnol
ogias di
gitais de
difere
ntes
linguagens,
mídias e
ferr
amentas d
igitais par
a expan
dir as f
ormas de
produzir
sent
id
os (n
os
proces
sos de c
ompreens
ão e pro
duçã
o), apren
der e reflet
ir so
bre o
mundo e reali
zar di
ferentes
proj
etos
auto
rais
(BRASI
L, 2017
, p. 87)
.
73
cada
vez
mais
devassad
a.
Discu
tir
ou
avaliar
a
qualidade
de
ensino
em
tempos
de
pa
n
demia,
se
torna
assim,
um
dos
objetivos
para
apon
tar
estratégia
s
educaci
onais,
par
a
os
n
ovos
tempos.
Por
tanto,
os
Indicadores
de
Qualidad
e
na
Educ
ação
foram
criado
s
para
ajuda
r
a
comunidade
escolar
de
modo
a
avaliar
e
melhorar
a
qualidade
da
pr
ática
esc
olar
(BRASIL,
2013).
Tal
objetivo
co
mpreende
atualmente
examinar
os
pontos
fortes
e
fracos
da
escola,
ou
seja,
a
escola
tem
condições
p
ara
oferecer
um
ensino
que
ofereça
m
uma
a
prendizagem
s
ignificat
iva
volt
adas
para
a
resoluç
ão
de
problemas
r
elativos
à
superação
de
uma
sit
uação,
como,
po
r
ex
emplo,
[...]
saber
guiar
-
se
no
caminh
o
de
vol
ta
pa
ra
casa
a
partir
de
um
pon
to
de
referência,
o
que
mob
iliza
competên
cia
s
de
r
econhecimento
ou
mapeam
ento
espacial;
saber
lidar
com
as
dificuldades
infa
ntis
,
o
que
aciona
competê
ncias
pedagóg
ica
s;
saber
constr
uir
ferramentas,
o
q
ue
esti
mula
compe
tên
cias
ma
temá
tica
s
e
lógicas,
ent
re
outra
s
8
.
O
ensino
rem
oto
traz
novos
desaf
ios
e
novos
questionamen
to
s
para
a
teoria
da
aprendizagem
significativa
9
,
pois
a
exposição
remota
p
ode
ser
ineficie
nte
para
atingir
as
dimensões
especificas
de
cad
a
aluno.
Porta
nto,
estamos
a
ca
minho
de
um
ofício
nov
o,
cuja
meta
é
ante
s
fazer
aprende
r
do
que
ensinar
.
A
abordag
em
por
compet
ências
junta
-
se
às
exigências
da
focal
ização
sobre
o
aluno
,
e
dos
métodos
da
a
prendi
zagem
s
ignificativ
a.
8
Philipp
e Perr
enoud (199
9) e a Teoria das Comp
etências.
Disponí
vel
em:
http:/
/www2.
videolivraria.
com.br
.
Aces
so em:
22 out.
2021
.
9
A aprendiz
agem sign
ificati
va ocorr
e quand
o a nova
inform
ação se
ancora com
os no
vos conceit
os
rele
vantes pre
existente
s na estrutura c
ognitiva de quem
aprende.
Portanto, a aquisi
ção de conce
itos
torna
-
se,
então, l
argamente um
a que
stão
de ass
imilação (
MOREIRA
, 1
982, p. 31
).
74
[...]
conside
rar
os
conh
ecimen
tos
co
mo
recursos
a
serem
mobi
liza
dos;
trabalh
ar
regu
larmente
por
problem
as;
criar
ou
utili
zar
outros
meios
de
ensin
o;
neg
ociar
e
cond
uzir
pr
ojetos
com
seus
alunos;
adot
ar
um
planejam
ento
flexível
e
in
dicativo
e
imp
rov
isar;
impl
emen
tar
e
explicitar
um
nov
o
contrato
di
dático;
praticar
uma
a
valiação
formad
ora
em
situação
de
trabalho;
dir
igir
-
se
para
uma
menor
compart
imentação
d
iscipl
ina
r
(
M
EIRI
EU
apud
PERRENOUD
,
1990,
p.
57).
Assim,
as
n
ovas
metodologias
ex
igem
saber
comunic
ar,
raciocin
ar,
argumen
tar,
negociar,
organ
iz
ar,
apre
nder,
pro
curar
informações,
conduzir
uma
obser
vaçã
o,
construir
uma
estratégia
,
tomar
ou
justifica
r
uma
de
cisão
(PERREN
OUD,
1999).
Esta
ide
ia
é
de
ig
ual
mo
do
compartil
hado
pela
BNCC
(2017),
ao
adotar
o
enf
oque
d
as
decisões
pedagó
gicas
que
devem
incidir
para
o
desenvolvi
mento
de
competênc
ias.
Portanto,
a
BNCC,
ao
definir
as
competê
ncias,
como
mobilidade
cognitiva
,
reconhece
que
a “[...]
educação
deve
afirmar
valores
e
estimular
ações
que
contr
ibuam
para
a
transf
ormação
do
a
lun
o
que
deve
torn
ar
-
se
sujeito
s
ocialmente
ativo
e
interventivo
”
.
Por
meio
d
isso,
a
BNCC
destaca
que
o
al
uno
a
inda
deve
desenvo
lver,
[...]
conhe
ciment
os,
habilidade
s,
atit
udes
e
valores
e,
sobr
etud
o,
do
que
devem
“saber
fazer”
(cons
iderando
a
mo
biliz
ação
desses
conh
eci
-
mentos,
habilidades,
a
titu
des
e
valores
para
resolver
demanda
s
complexas
da
vida
cotid
iana
,
do
pleno
exercício
da
cidadan
ia
e
do
mund
o
do
trabalho),
a
explicit
ação
das
competê
nc
ias
oferece
referências
para
o
for
tal
eci
mento
de
açõe
s
q
ue
asseg
urem
as
aprendi
zagens
essenciais
definid
as
na
BN
CC
(
BR
ASIL
,
2017,
p.
13).
75
Desta
forma
,
c
ada
comunidade
escolar
tem
aut
onomia
para
refletir,
propor
e
agi
r
na
busca
da
qualidad
e
da
e
ducação
que
de
senvolva
tais
competências
e
spe
radas.
A
e
ducaç
ão
p
ara
os
novos
tempos
e
xige
que
cada
professor
ou
profes
sora
dese
nvolva
dinâmicas
e
criatividad
es
nec
essárias
par
a
mobilizar
pais,
alunos,
profes
sores
e
funcionári
os
para
o
debat
e
educ
ativo.
É
n
esta
perspectiva
que
a
práxis
educati
va
deve
valorizar
os
papéis
sociais
desempenhad
os
pelos
alun
os,
p
ara
além
de
sua
con
dição
de
estudante,
e
qualifica
r
os
processos
de
construção
de
sua
personalida
de
ética
bem
com
o
se
us
proje
tos
de
vidas.
A
missão
da
educaç
ão
é
de
promov
er
a
aprendiza
gem
c
olab
orati
va,
este
é
se
m
dúvida
um
do
s
maiores
desaf
ios
da
aprendizagem
virt
ual
que
é
de
desenvolv
er
no
s
estuda
ntes
a
capaci
dade
de
t
rabalh
arem
em
equipe
e
aprende
rem
com
seus
pares
as
dimens
ões
do
saber
ser,
do
saber
-
fazer,
e
do
saber
viver
juntos,
pois
,
estes
cons
tituem
s
egundo
Del
or
s
(1998)
os
q
uatro
aspect
os,
intimame
nte
ligado
s,
de
uma
mesma
real
idad
e
da
condição
human
a.
Experiência
vivida
no
qu
otid
ian
o,
e
assinalada
por
momen
tos
de
intenso
esforço
de
comp
reen
sã
o
de
dados
e
de
fa
tos
compl
exos,
a
educaçã
o
ao
l
ong
o
de
toda
a
vi
da
é
o
pr
od
uto
de
u
ma
di
alética
com
várias
dimensões.
Se,
por
um
la
do,
i
mplica
a
repetição
ou
imitação
de
gestos
e
de
p
ráticas,
por
outr
o
é,
também,
um
processo
de
ap
ropriaç
ão
singu
lar
e
de
criaç
ão
pessoal.
Junta
o
conh
ecime
nto
não
-
for
mal
ao
conheci
men
to
for
mal
,
o
desenvolvimento
de
apt
idões
inatas
à
aquis
ição
de
n
ovas
com
petênc
ias
(DELORS,
199
8,
p.
107).
76
Estes
devem
ser
a
meta
e
o
esforço
da
práxis
ed
ucativa,
um
a
vez
que
a
educ
ação
também
tra
z
alegria
da
descoberta
,
experiênc
ias
singulare
s
que
impactam
e
complementa
m
as
relaçõ
es
so
ciais.
Assi
m,
a
prática
educativa
deve
valoriza
r
a
diversidade
e
vivências
culturais
e
apr
opriar
-
se
de
conheci
mentos
que
possibilita
m
en
ten
de
r
as
relações
e
interações
human
as.
O
im
pac
to
da
pandem
i
a
na
educ
ação
inclusiva:
A
borda
ge
m
da
democracia
inclusiva
Uma
das
á
reas
da
ed
ucaç
ão
q
ue
foi
diretamente
af
etad
a
pela
pandemia
é a
qu
estão
da
educaç
ão
inclusiva
.
Para
fazer
face o
proce
sso
de
ens
ino
e
aprendiza
gem
tornou
-
se
cad
a
vez
mais
decis
ivo
e
nec
essária
o
exercíc
io
das
tecnolog
ias
digitais.
É
neste
cont
exto
q
ue
surge
a
pre
ocu
pação
com
a
designada
“e
xclusão
digita
l”,
um
ato
q
ue
p
ode
colocar
em
xeque
a
democracia
plena.
De
acord
o
co
m
Alves
e
Morei
ra
(2004),
o
u
so
d
as
tecnologias
na
educaç
ão
traz
alg
umas
limitações
signif
icativas
para
grup
o
específic
o
a
diversos
níveis:
de
motricida
de;
de
visão;
de
audição;
de
e
xpressão
oral
e
escrita;
de
memorizaçã
o,
de
co
ncent
ração
e
de
percepçã
o
da
reali
dade.
Portanto,
segund
o
estes
autores,
as
limitações
digitais,
incluem
aind
a
os
ci
dadão
s
com
con
d
iç
ão
f
ísica
fortemente
debilitada,
seja
por
motivos
de
idade,
doe
n
ça
ou
o
utros.
To
das
e
s
tas
p
essoas
encontram
dificuldades
específicas
p
ara
est
e
tipo
de
modalidade
,
e
q
ue
na
ótic
a
deles
devem
ser
consid
eradas.
77
No
combate
à
exc
lusão
dig
ital,
a
literacia
é
um
fato
r
essenci
al,
uma
vez
que
o
mero
a
cesso
às
TIC
de
nada
servirá
se
as
pessoas
não
possuírem
as
qua
lifica
ções
n
ecessárias
para
as
util
iza
r
de
forma
eficiente.
Da
da
a
velocida
de
de
evolução
das
TIC,
a
aprendizag
em
contín
ua
ao
longo
da
vida
torna
-
se
també
m
uma
condiçã
o
necessária
para
acomp
anhar
a
evolução
tecnoló
gica
(ALVES;
MOREIRA,
2004,
p.
46).
Estas
obrigaç
ões
devem
garanti
r
o
domín
io
de
um
a
telecomun
icação
democrática
sem
prejudicar
os
interesses
da
e
ducação
inclusiva
,
uma
vez
q
ue,
os
marc
os
legais
que
e
mbasam
a
e
ducação
par
a
todos,
reconhec
em
a
educaç
ão
como
direito
fundame
ntal
compartilhado
e
incentivad
o
com
a
colabo
ração
da
sociedade,
visa
ndo
ao
p
len
o
desenvolv
imento
da
pessoa,
seu
p
reparo
par
a
o
e
xercíci
o
da
c
idadan
ia
e
sua
qualifica
ção
cultural
e
so
cial
.
A
f
unção
so
cial
da
e
duc
ação
demo
craci
a,
de
ve
p
autar
-
se
pela
inclusão
social
compreen
dendo
a
identidade
huma
na
em
todas
as
s
uas
dimen
sões,
pois,
estes
são
princípios
e
valores
assentado
s
na
dem
ocraci
a,
na
igualdad
e
e
no
bem
-
e
star
social.
É
nesse
con
te
xto
em
que
a
B
NCC
afirm
a,
de
maneira
explícita,
o
seu
compromiss
o
com a
educ
ação,
reconhecendo
a
form
ação
humana
em
todas
as
suas
dimens
ões,
in
te
lec
tua
l
(cognitiva)
ou
a
dimensã
o
afetiva.
Isso
significa,
aind
a,
assumir
uma
visão
plural
e
singular
da
e
ducação
considera
ndo
os
aspect
os
de
suje
itos
na
aprendizag
em
.
Deve
-
se,
[...]
promover
uma
educa
çã
o
voltada
ao
seu
acol
himento,
reconhecimento
e
desenv
olvimento
ple
no,
nas
sua
s
si
ngulari
dades
e
diversidades.
Além
disso,
a
escola,
como
espaço
de
a
prendiza
gem
e
de
democr
acia
in
cl
usiva,
deve
se
fortalecer
na
pr
ática
c
oerc
itiva
de
não
78
discri
minaçã
o,
não
precon
ceit
o
e
respeito
às
difer
ença
s
e
diversidades
(B
RASIL
,
2017,
p.
14).
É
e
ste
acolhime
nto
q
ue
a
educ
ação
virtual
deve
ter
em
c
onsi
deração
para
manter
intacta
as
dinâmicas
da
ed
ucação
in
clusiva,
pois
o
se
u
desenvolv
imento
da
educação
por
me
io
tecnoló
gico,
impõe
desafios
a
cert
as
camadas
sociais
e
li
mita
o
efeit
o
da
educação
inclusão.
A
escola
q
ue
acolh
e
também
e
mancipa
,
com
o
pr
ocesso
da
construção
de
se
u
projeto
de
vi
da,
promovendo
a
tolerância
as
comunidades
lo
cai
s
e
globais.
Portanto,
a
educ
ação
inclusiva
além
de
promover
o
saber
democrá
tico,
também
d
eve
promover
a
ci
dadan
ia
ativa
como
medidas
concretas
para
facilitar
o
acesso
dos
cidad
ãos
à
info
rmação
,
à
participação
e
de
sta
fo
rma
forta
lecer
a
edu
cação.
A
concretizaç
ão
desse
princípio
pode
ser
promovid
a
por
uma
educ
ação
emancipatória,
inclu
siva
e
democr
ática.
Assim,
a
educaç
ão
para
novos
tempos
deve
criar
condiç
ões
para
uma
formaç
ão
abrangent
e
com
fe
rrament
as
de
inform
ação
e
de
capaci
dade
p
ara
av
aliar
o
seu
desempenho
no
forta
lecimento
das
suas
relações
co
m o
tecido
social
.
O
discu
rso
de
que
o
uso
da
tecnologia
na
educação
limita
os
pressup
ostos
pedagógicos
da
e
ducação
inclusiva
não
se
trata
de
uma
denúnc
ia
dos
malefícios
das
no
vas
tecnologias,
m
as
sim,
trata
-
se
de
um
alerta
de
que
a
cid
adani
a
digital
d
e
ve
englobar
a
participação
de
todos
no
process
o.
Contud
o,
precisamos
tomar
cuidado
para
que,
Neste
mundo
globaliz
ado
pelo
fenômeno
dig
ital
e
da
dem
ocra
cia
electr
ónica,
so
mos
incen
tiva
dos
a
transfo
rmar
os
avanços
técn
icos
em
bem
-
estar
huma
no,
pelo
sucess
o
de
uma
verdadeira
cidada
nia
virtua
l.
Uma
cida
dan
ia
virtual
onde
as
tensões
estão
muit
o
presentes.
da
79
Internet
(redes,
servidores
e
comp
utad
ores)
e
nas
ca
pacidades
necessárias
par
a
us
ar
a
I
nternet
que
não
só
têm
feito
a
umen
ta
r
ainda
mais
o
foss
o
entre
as
n
ações
c
omo
p
rov
ocad
o
uma
alegada
exclusão
digita
l
(ALVES;
MO
REIRA,
2004,
p.
73).
Assim
se
explica
que
a
Internet
seja
elogiada
e
amal
diço
ada,
e
ti
da
como
ne
cessária
e
até
inevitável,
mas
também
vista
como
uma
const
rução
demas
iado
dispe
ndio
sa
para
o
des
envolvim
ento
mod
erno
e
até
como
fonte
de
no
vas
desigualdades.
Desigualda
des
no
acesso
à
educ
ação
por
falta
desses
meios
tecnológic
os
(ALVES;
MORE
IRA,
2004).
São
estes
f
ato
res
que
podem
mina
r
o
exercício
democrático,
pois,
a
d
emo
cracia,
[...]
é
um
processo
dinâ
mico,
ameaçad
o,
c
onsta
nte
men
te,
pelo
me
nor
desequ
ilíbr
io
soc
ial
,
ao
mesmo
temp
o
aliment
ado,
cons
tante
me
nte,
pelos
esforço
s,
a
ima
gina
ção
e
a
inovação.
Nesse
ponto
está
sua
superior
ida
de
com
relação
a
outr
as
for
mas
de
governança:
é
o
único
sistema
político
capaz
de
corr
igir
as
suas
própr
ias
disfunções
(MATSUURA,
2002,
p.
226).
O
a
primorame
nto
do
uso
das
t
ecnologias
deve
sempre
incid
ir
com
os
pressup
osto
s
de
um
a
educaç
ão
democrática
e
inclusiva.
Portanto,
a
educaç
ão
inclusiva
se
conf
igura
co
mo
uma
aborda
gem
compree
nsiva
e
holística
,
envolve
ndo
t
odos
as
esferas
sociais
e
e
ducaci
on
ais
e
os
vários
agentes
de
socializaçã
o,
inclusive
as
organiza
ções
comunitária
s,
em
um
proce
sso
de
participaçã
o
de
um
a
democracia
plena
e
efetiva
(MATSUU
RA,
2002).
80
C
ons
ide
raç
õe
s
finais
A
crise
proporcionada
em
virtude
da
C
ovid
-19
ocultou
a
c
ultura
da
escola,
e
implantou
o
medo
ao
desconhecido
abalan
do
sobretudo
a
sensibili
dade
estét
ica
do
processo
de
ensi
no
e
aprendizagem.
Este
capítul
o
procurou
discutir
alg
uns
dos
desafios
e
implicaç
ões
da
c
ultura
digital,
demar
cando
as
implicaçõe
s
da
cidadani
a
digital
na
educação
inclusiva.
As
incidências
do
mun
do
vi
rtual
influ
enciam
o
comportament
o
social
e
limitam
s
obret
udo
a
camada
social
mais
desfavorecid
a,
o
que
p
ode
ser
um
perigo
emin
ente
para
uma
e
ducação
democrática
e
abra
ng
ente.
Portanto,
o
progr
esso
da
cidad
ania
digital
contém
duplo
olh
ar,
por
um
lado
be
néfico
para
os
que
dominam
e
m
anuse
iam
bem
e
por
o
ut
ro
lado
,
tensões
ent
re
os
q
ue
não
do
min
am
e
fa
lta
de
acesso
fa
cilitado
dessas
tecnologia
s.
Embor
a
haja
esse
duplo
olh
ar,
isso
não
minimiza
a
importânc
ia
da
utilizaçã
o
d
as
tecnol
ogias
digitais,
pois
se
c
o
nfiguram
co
mo
instrume
ntos
e
estrat
égias
pedagógic
as
fun
damentais
para
o
compartil
hamento
de
info
rmações
.
O
proje
to
ed
ucativo
como
prática
democrática
deve
reforçar
o
domínio
da
cul
tura
e
adotar
os
mecanismos
da
cultura
digital
sem
per
der
de
vista
os
pressupo
stos
pedagó
gicos
de
uma
educação
inclusiv
a
e
emancipat
ória.
Esta
é
a
proposta
que
este
trabalh
o
se
propôs
em
discutir
e
enfatizar
a
ideia
de
qu
e
os
novos
tempos
educativos
devem
traze
r
equilíbri
o
p
ara
al
canç
ar
uma
aprendizagem
dignamente
signif
icativa.
Portanto,
as
ferrame
ntas
utilizadas
na
cid
adania
digital
ofer
ecem
possibilida
des
para
a
mobilizaçã
o
das
práticas
de
linguagem
comunicativ
a
e
educ
acion
al.
81
Constatamos
ne
ssa
discussão
que
o
grande
desaf
io
da
cidadan
ia
digital
é
de
promover
u
ma
educ
ação
que
demostre
as
dimensões
técnicas
,
críticas
,
criativ
as,
ética
s
e
sobretudo
estéticas
,
ou
seja,
garanti
r
no
pro
cesso
de
e
nsino
-
apr
endizagem
as
compe
tências
básicas
e
espe
cíficas
p
ara
que
o
aluno
cons
iga
comp
reen
der
e
produzir
se
ntido
s,
de
manei
ra
crítica,
cria
tiva
e
interve
ntiva.
Para
tanto,
é
necessári
o
não
somente
poss
ibilitar
aos
estudantes
explo
rar
interfaces
técnicas,
m
as
promover
e
constr
uir
a
visão
do
m
un
do
baseado
na
cultura
di
gital
que
reforça
as
novas
f
ormas
de
soc
ialização
e,
até
mesmo,
novas
definiç
ões
de
identidade
in
dividual
e
coletiva.
Assi
m,
a
utilizaçã
o
de
novas
tecnologia
s
digitais
deve
co
ns
oli
dar
o
aprimoramento
do
con
hecimento,
capaz
de
flexib
ilizar
o
desenvo
lvimento
da
autonomia
moral
e
intelectu
al.
Po
r
fim,
a
práxis
educativa
de
ve
sempre
contr
ibuir
par
a
um
saber
democrátic
o,
étic
o,
e
harmônico
e
garantir
um
olhar
de
espera
nça
sem
perd
er
de
vista
as
dimensões
axiológica
s,
inclusiv
as
e
emancipatór
ias,
promo
vendo
desse
m
o
do
o
valo
r
soci
al
hu
mano.
Referênc
ias
ALVES,
An
dré
Azevedo;
M
OREIRA
,
José
Man
uel.
Cidadan
ia
Digital
e
demo
cratiz
ação
eletrônica
.
Sociedade
Portuguesa
de
in
ovação
:
Porto,
2004.
BOURDIE
U,
Pierre
.
A
dominaç
ão
masculina
. 11. E
d.
Rio
de
Janeiro:
Bertran
d
Brasil,
2012.
BUST
AMANTE,
Javie
r.
Communicativ
e
power,
digita
l
ecos
ystems
and
digital
c
itizenship.
In
:
S
ILVEIRA,
S
ergio
Amadeu
da
(org.).
C
idadani
a
e
82
redes
digitais
:
Citizenship
and
digita
l
networks.
São
Paul
o:
Comitê
Gestor
da
Intern
et
no
Brasil
,
Mar
acá
–
Educ
ação
e
Tecnologias
,
2010.
BRASI
L.
Ministério
da
Educação.
B
ase
Nac
ional
Comum
Curri
cular.
Brasília
, 2017.
Disponível
e
m:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_
versa
ofinal_site.pdf.
Acesso
em:
06
o
ut.
2021.
BRASI
L.
Indic
adore
s
da
qual
idade
na
e
ducaç
ão
.
Ação
Educat
iva,
Un
icef,
PNUD,
I
nep
-
MEC.
São
Paulo
:
Ação
Educati
va,
2013.
DEL
ORS,
Jacque
s.
Edu
cação
um
tesouro
a
descobri
r
:
Relatór
io
p
ara
a
UNESCO
da
comi
ssão
Int
ernac
ional
sobre
e
ducação
para
o
sé
culo
XXI
.
Brasília
:
Cortez
ed
itora
,
Unesc
o,
DF, 1998.
IPAD.
Instituto
Português
de
apoio
ao
Desenvo
lvimento.
Estratégia
da
coopera
ção
portuguesa
para
a
Edu
cação
.
Li
sboa
: [
s.
n
.]
, 2008.
MORAN,
J
osé;
BAC
ICH,
Lilian.
Metodolog
ias
ativas
para
uma
edu
cação
inovad
ora
:
uma
abor
dagem
teóric
o
-
prática.
Porto
Alegre
: [
s.
n
.], 2018.
MATSUU
RA,
Koichiro.
A
UNESCO
e
os
desafio
s
do
novo
século
.
Brasília:
UNESCO,
2002.
MOREIRA
,
Marco
Antônio.
Aprendiza
gem
significat
iva
:
a
teoria
de
David
Ausub
el.
S
ão
P
aulo
:
[
s.
n
.], 1982.
83
UNESCO.
Decl
aração
de
Salaman
ca
e
enq
uadram
ento
da
ação
:
conferência
mundial
sobre
a
educação
para
todos.
Espanh
a
: [
s.
n
.], 1994.
PERRE
NOUD,
Ph
ilippe.
Constr
uir
as
competências
desde
a
escola
.
Porto
Alegre:
Editora
ArtMed,
1999.
PERRE
NOUD,
Ph
ilippe.
Perrenoud
e a
Teoria
das
Competên
cias
.
Disponív
el
em:
h
ttp://www2.videolivraria.com.br.
Acesso
em:
22
out
.
2021.
84
85
C
a
pít
ulo
3
G
e
s
t
ão
e
sco
lar
e
de
safios
no
c
onte
xto
pandêm
ico
:
ress
ignific
ando
papé
i
s
Juliana
Xavier
Moim
ás
Patrick
Pacheco
Castil
ho
Cardoso
Viviane
Ja
queline
Per
on
Ferreira
N
ossas
mot
ivaç
õe
s
iniciais...
Os
ano
s
q
ue
co
mpre
end
em
o
correr
da
pandemia
por
Covi
d
-19
não
fo
ram
an
os
fáceis
p
ara
as
diversas
ár
eas
soci
ais.
Na
e
ducação
,
em
suas
diversas
etap
as
e
modal
idades,
muita
s
dificu
ldades
assomaram,
pois
esta
se
viu
destituída
da
possibilid
ade
de
c
ontato
co
m
as
crianças
,
elemento
impresci
ndível
para
o
desenvolv
imento
das
ativida
des
educ
ativas.
Outros
aspectos
p
ara
os
quais
a
educaç
ão
deve
ria
olh
ar
com
mais
serieda
de,
ganharam
vul
to
impressionante
e
imprescindibi
lidade,
com
o
a
parceria
com
as
famílias,
a
ne
cessid
ade
de
boa
est
rutur
a
tecnológica
n
as
escolas
e
a
formação
dos
professor
es
para
a
inovação
e
comu
nicação
mediada
por
tecnol
ogi
as,
de
ntre
outro
s
aspecto
s.
http
s://doi
.org/10.
36311
/2022.9
78
-
65
-
5954
-
308
-3
.p
85
-
114
86
Diante
disso,
o
gestor,
figura
ce
ntral
p
ara
o
bo
m
andam
ento
do
cotidiano
escolar
,
se
viu
d
ian
te
de
novos
desafios:
como
motiva
r
as
pessoas
a
realizarem
bem
seu
t
rabalh
o,
q
uan
do
o
ri
sc
o
de
v
ida
é
e
min
ente
?;
co
mo
se
comunicar
com
as
famílias
de
f
orma
di
fer
en
ciad
a
e
monitorand
o
a
compreensã
o
das
mesmas?;
como
o
rgani
zar
as
dificuldades
materiais
/tecnológ
icas
da
escola?;
como
amp
arar
o
professor
a
realizar
su
a
função
com
qualidade
se
o
que
acontecia
de
ntro
das
salas
de
referência,
agora
é
remoto
ou
se
mipresenc
ial?;
com
o
g
aranti
r
o
suce
sso
da
aprendizag
e
m
d
as
crian
ças?.
Esses
são
apen
as
algun
s
dos
questionam
entos
com
que
o
gestor
e
as
equipes
das
escolas
se
viram
confrontados
ne
ste
períod
o.
Nesse
contexto,
surge
a
n
ecessi
dade
de
refletir
sobre
como
o
context
o
pandêmico
impa
ctou
e
ainda
conti
nua
impac
tando
as
re
alid
ades
escolar
es.
O
presente
capítulo
tem
com
o
objetivo
disc
utir
os
impactos
da
pandemia
sobre
a
educação,
sob
o
vié
s
específic
o
dos
profis
sionais
da
gestão
escolar
.
Para
tanto,
cons
iderar
-
se
-
ão
relatos
de
experiência
s
em
duas
perspectiva
s
gestoras
dif
erenc
iadas,
o
de
uma
escola
de
educação
infantil
(0
a
3
ano
s)
e o
de
uma
escola
de
gran
de
porte,
na
zon
a
urb
ana,
que
aten
de
à
educação
infantil,
ensino
fund
ament
al
e
educaç
ão
de
jovens
e
adul
tos.
Os
relatos
dos
ges
tores
em
questão
t
erão
co
mo
pont
os
fulcrais
de
con
sider
ação
os
aspecto
s:
planeja
mento
curricular,
relação
escola
-
fa
mília
e
avaliação
do
s
pro
cesso
s,
visto
que
estes
são
considera
dos
pelos
gestores
pontos
nevrálgicos
do
trabalh
o
da
gestão
em
tempos
de
pandemia
.
Com
e
ste
t
rabalh
o
a
t
rês
m
ãos,
es
pera
-
se
c
ontribuir
para
a
reflexão
sobre
o
papel
do
gestor,
peça
f
undam
ental
par
a
a
mobilizaç
ão
de
todo
o
context
o
escolar
em
situações
extremas
e/ou
c
omo
ele
men
to
de
articulação
e
coesão
das
institu
ições,
em
situaç
ões
de
safiado
ras,
como
é
o
c
ontexto
pandêmico.
87
Fundame
nt
ação
te
órica
De
form
a
muito
simplificada
,
pode
-
se
dizer
que
o
gestor,
independen
temente
da
instituiç
ão
q
ue
coorde
na,
é
conheci
do
c
omo
aqu
ele
que
gere/admin
istra
uma
determinada
o
rgani
zação
e
se
us
re
cursos
materiais
,
humano
s,
fin
anceiros,
de
i
nform
ação
e
tecnológic
os,
em
busca
do
alc
ance
de
ob
jetivos
e
result
ados,
com
o
máximo
de
eficiência
e
efi
cácia.
De
aco
rdo
co
m
Paro
(20
10),
quanto
maior
a
complexidad
e
das
taref
as,
quanto
maio
r
a
escassez
dos
recurso
s,
maior
a
multiplicidade
de
objetivos
e
do
gran
de
n
úmero
de
trab
alhado
res
envolvidos,
maior
se
rá
a
nece
ssidade
de
q
ue
tais
trab
alhad
ores
tenh
am
suas
ações
co
orden
adas
po
r
órgãos
ou
pessoas
co
m
funç
ões
admi
nistrativa
s.
As
escolas
são
,
portanto,
i
nstituiç
ões
que
refletem
essa
complexida
de
por
prestarem
servi
ços
diretos
à
comunidade
e
à
sociedade
em
q
ue
e
stão
in
serid
as,
sendo,
po
r
sua
fun
ção
soci
al
de
inst
ruir
as
no
vas
gerações
,
pila
res
para
a
atual
con
juntura
social.
Por
este
motivo,
conforme
Paro
(2006),
a
gestão
educ
acion
al
precisa
admitir
sua
responsabilidad
e
social,
aderindo
também
a
um
envolv
imento
concreto
na
vida
da
comunidade
e
a
uma
metodologia
de
participa
ção
solidária
de
seus
membros.
Qua
nto
maio
r
e
ssa
participação,
maior
se
rá
a
efetividade
da
escola
e
sua
cap
acidad
e
política
de
respond
er
às
aspiraçõ
es
e
necessida
des
sociais
10
.
10
Importa cons
iderar que P
aro (2010) traz r
eflexões
muito per
tinentes a
esse respei
to. Pa
ra este
autor, há d
ifer
enças patent
es e
ntre admini
straçã
o escolar e
admin
istraç
ão empre
sarial, um
a vez
que
expõe que as f
ormas de admi
nistrar
são aves
sas e seus fins di
vergentes. Des
sa man
eira, embo
ra exis
ta
a preocupaçã
o com a efic
iência e
produti
vidade (
que são contr
ibutos d
a adminis
tração cap
ital
ista),
nas escolas estão presentes co
m igual relevância questõ
es humanas, como o desenvolvimento e
qualidade de
vida, al
ém d
e fatores culturais e políticos.
88
Sendo
assim,
nota
-
se
q
ue
o
gestor
edu
cacion
al
possui
rá
uma
preo
cupação
muito
específica
com
a
aprendizagem,
seus
process
os
e
result
ados,
demandando
de
si
um
bom
domínio
e
conhecim
ento
sobre
o
que
acontece
na
sala
de
referênc
ia,
sobre
com
o
as
crianç
as
aprendem,
c
omo
os
docentes
aprendem,
alé
m
de
precisar
ser
capaz
de
tomar
decisõ
es
que
versem
so
bre
planejamento,
organ
ização,
coordena
ção
de
múltiplas
ativida
des,
cond
ução
de
p
essoas,
execução
e
avaliação
dos
pro
cessos,
como
já
se
di
sse,
em
d
ireç
ão
a
de
termi
nadas
metas
compartilhada
s,
por
vezes
corrigi
ndo
as
ro
tas
preest
abelecidas
para
que
haja
a
efetividade
das
ações
educac
ion
ais.
Cabe
refletir
o
q
uão
impor
tante
é
a
experiênci
a
pregressa
do
ges
tor
também
com
o
e
ducador.
O
ato
de
gerir
uma
instituiçã
o
com
um
a
fun
ção
social
tão
e
specífica
quanto
uma
escola,
n
ão
pode
prescindir
do
conhecim
ento
teórico
-
prá
tico
da
docê
ncia,
visto
que
o
gestor
que
se
encontr
a
imerso
apenas
na
d
imensão
administrativa
de
seus
faz
eres
c
orre
o
risco
de
perder
o
control
e
das
atividades
-
meio
necessári
as
para
atingir
o
objetivo
a
que
dir
ige
toda
a
es
cola:
o
sucesso
e
aprendizagem
das
crianças.
Dessa
man
eira,
o
movimento
de
aprendiza
gem
das
escola
s
t
orna
-
se
contínuo,
porque,
uma
vez
se
ndo
ati
ngidos,
objetivos
se
desdobram,
dando
lugar
a
novos
deles.
As
a
ções
passad
as
são
referen
ciais
para
o
planejame
nto
do
p
res
ente
e
do
futuro
(SANT
OS,
2002).
Para
Sant
os
(2002),
um
dos
principais
desaf
ios
da
ges
tão
e
scol
ar
é
capaci
tar
as
pessoas
a
fun
cion
arem
em
conjunt
o.
Todos
os
com
ponentes
da
organ
iz
ação
escolar
pre
cisam
ter
em
mente
suas
cap
acidade
s,
potenciais,
funções
específicas e
sua
responsa
bilida
de
para
o
al
cance
dos
resul
tados
da
escola,
mas,
mais
do
que
isso
,
precisam
ser
liderados
ou
influenciad
os
intenciona
lmente
para
realizarem
be
m
suas
t
are
fas,
maximizando
o
desenvolv
imento
organ
izacio
nal
e
pessoal.
Isto
envolve
uma
complexa
89
gama
de
fatores,
que
in
clu
i
as
característica
s
do
líder,
as
motivações
dos
liderados
(re
aliz
ação
prof
issional,
qualida
de
de
vi
da),
as
caracter
ísticas
da
missão
a
se
r
real
izad
a,
co
municaç
ão,
c
apacit
ação
profis
sional
e
a
conjun
tura
soci
al
e
política
.
Além
disso,
para
o
auto
r,
os
líderes/g
estores
são
agentes
de
mudan
ça,
f
azen
do
com
que
os
componentes
se
desprendam
da
quilo
q
ue
não
é
mais
útil
à
organização.
Este
é
um
processo
que
envolve
resistê
ncia
e
desconfor
to
n
as
relaçõ
es
int
erpessoai
s.
Atualment
e,
os
aspec
tos
da
liderança
e
stão
intimamente
relaciona
dos
à
existê
ncia
de
relações
democrática
s
e
relações
interpessoa
is
horizontais
den
tro
das
escolas,
e
stand
o
previsto,
inclusive,
na
legislaç
ão
educac
ion
al
(Lei
de
Diretrizes
e
Ba
ses
e
Constituição
Federal)
.
A
partir
dessas
ponder
ações
fica
claro
que
um
a
escola
verdadei
ramente
democrátic
a
envolverá
a
criação
de
estruturas
e
pr
ocessos
democrátic
os
pelos
quais
a
vida
escola
r
se
realiza,
pro
porcionando
participa
ção
n
as
questões
administr
ativas
e
polític
as;
planeja
mento
compartil
hado
na
escola
e
na
sala
de
referênc
ia;
at
en
di
men
to
às
preocupa
ções,
expectativas
e
interess
es
de
todos
–
pais,
al
unos
,
direção,
profess
ores,
funcionários,
c
omunidade,
al
ém
do
combate
a
todas
as
fo
rmas
de
exclusão
e
desigualdade
s
presentes
na
es
cola
e
soci
edade.
Como
dec
orrência,
o
des
envolvim
ento
do
currícul
o
escola
r
deverá
proporci
onar
as
mesmas
e
xperiências
democrátic
as
aos
al
unos
,
oferece
ndo
-
lhes
o
direito
de
serem
ouvido
s,
a
multiplicidad
e
de
informa
ções
,
a
form
ação
de
leitores
cr
íticos
da
realid
ade
(
HORA,
2007).
Conforme
Luck
(2009,
p.
26),
o
gestor
será
o
profissiona
l
dotado
de
compet
ência
s
n
ece
ssárias
para
org
aniz
ar
e
provo
car
transforma
ções
nas
reali
dades
escolares
.
Para
e
feitos
de
estudo,
a
ação
gestora
pode
ser
dividida
90
em
10
di
mensões,
agrup
adas
em
duas
áreas,
de
aco
rdo
com
sua
nat
ureza:
1-
O
rgan
ização
(
sendo
to
das
aq
uelas
ações
que
tenham
po
r
objetivo
a
“pre
paração
,
a
orde
nação
,
a
provisão
de
recursos
,
a
si
stemati
zação
e
a
retro
alime
ntação
do
trabalh
o
a
ser
realiza
do”
;
est
as
objetivam
g
aranti
r
uma
estrutura
básica
necessár
ia
p
ara
a
implementaç
ão
dos
objetivos
educac
ion
ais
e
da
gestão
escol
ar.
Por
si
só,
essas
dim
ensões
n
ão
garan
tem
os
result
ados
educaci
onais,
mas
são
imprescind
íveis
para
o
al
cance
do
s
mesmo
s.
Os
aspectos
de
o
rgan
ização
envol
vem
“
[...]
a
fundame
ntação
conceitual
e
le
gal
da
educaç
ão
e
da
gestão
e
ducac
ional,
o
planejamen
to,
o
moni
torame
nto
e
aval
iação
das
ações
promovidas
na
escola,
e
a
g
estão
de
seus
resulta
dos
”
(
LUCK,
2009,
p.
26),
de
forma
q
ue
todas
as
dema
is
dimensões
e
ações
edu
cacio
nais
s
e
jam
reali
zadas
t
endo
foco
na
promoçã
o
da
aprendizag
e
m
e
na
formação
dos
al
unos
,
com
qual
idade
social.
Por
su
a
ve
z,
há
as
dimensões
de
2-
Implementaçã
o:
se
ndo
aq
uel
as
desemp
enhada
s
com
a
finalida
de
de
promover
as
m
udan
ças
e
trans
formações
no
contex
to
escolar.
É
ne
sta
dimensão
em
q
ue
são
propostas
e
promovidas
as
tra
nsforma
ções
das
práticas
educacio
nais,
de
modo
a
ampliar
e
me
lh
o
rar
o
seu
alc
ance
.
Confor
me
Luck
(2009,
p.
26)
“
As
co
mpetência
s
de
i
mplem
entação
envolvem
a
ge
stão
demo
crátic
a
e
participa
tiva,
gestão
de
pe
ssoas,
g
estão
p
edagógi
ca,
gestão
admin
istr
ativ
a,
gestão
da
cultura
escolar
e
gestão
do
co
tidiano
escolar
”
.
M
e
t
odolog
ia
Para
realizar
a
ref
lexão
a
que
se
propõe
este
capítulo,
utilizar
-
se
-
á,
como
perc
urso
m
etod
ológi
co,
a
an
álise
de
doi
s
relatos
de
experiência,
em
91
duas
perspectiva
s
gestoras
dife
ren
ciadas,
o
de
uma
escola
de
educação
infantil,
de
agora
em
dia
nte
nomeada
escola
A,
jun
to
a
se
u
respectivo
gestor
e
o
de
um
a
esc
ola
de
grand
e
port
e,
na
zona
urbana,
que
aten
de
à
educaç
ão
infantil,
ensi
no
fundam
ent
al
e
e
ducação
de
jovens
e
adul
tos,
considera
ndo
-
se
escol
a
e
g
estor
C.
A
r
azão
para
admitirem
-
se
os
rel
atos
dos
dois
gestores
é
autoexplicativa
,
t
e
ndo
em
vista
q
ue
as
d
uas
escolas
aprese
ntam
cert
as
similar
idades
(são
escolas
p
úblicas,
municipais,
localizada
s
em
duas
cidades
do
interior
de
São
Pau
l
o)
e
dif
erenças
que
enriquec
em
o
con
tex
to
de
análi
se,
ao
se
observar
as
fai
xas
ate
ndi
das
e
a
naturez
a
e
taman
ho
das
escolas
(creche e
escola
urbana
de
gran
de
porte).
Metodolog
icamente,
os
relatos
serão
t
ratado
s
por
mei
o
da
Análise
de
Co
n
teúdo
(B
ARDIN,
1977),
e
os
eix
os
de
discussão
previa
me
nte
elenca
dos
serão:
Plane
jame
nto
curricular
,
relaç
ão
família
-
esco
la
e
avaliaç
ão
dos
processos
.
Salienta
-
se
que
tais
eixos
fo
ram
pensados
a
pri
ori
por
serem
considera
dos,
na
visão
destes
pesqu
isadore
s,
q
ue
também
são
gestores
escolar
es,
os
pontos
nevr
álgicos
do
trabal
ho
da
ge
stão
nos
tem
pos
de
pandemia.
Oferecendo
um
pan
orama
con
textual
ao
lei
tor
,
esclarece-
se
que
a
escola
A,
ate
nde
a
f
ase
creche
da
Educação
Infantil,
t
en
do
como
público-
alvo
crianç
as
de
4
meses
at
é
3
anos
e
11
meses,
em
período
integral,
com
média
de
84
cri
anças.
A
esco
la
p
ossui
seis
sal
as,
se
ndo
uma
de
Berçário
I,
uma
sala
de
Be
rçário
II,
du
as
sala
s
de
Mate
rnal
I
e
duas
sal
as
de
Mat
ernal
II.
Localiza
-
se
na
cidade
de
Lin
s,
São
P
aulo.
A
escola
C,
situa
-
se
na
cidade
de
Birigui,
interior
de
S
ão
Paulo
,
atendendo
à
Ed
ucação
Infantil
(há
cinco
salas
de
pr
é
-
escola,
abrang
endo
crian
ças
de
quatro
a
cinco
an
os
e
onze
meses
de
idade),
An
os
Iniciais
do
Ensino
F
undam
ental
(
send
o
d
ezess
ete
t
urmas,
compreend
endo
de
primeiro
a
quinto
ano)
e
Educação
de
Jovens
e
Adultos
(oferecida
a
duas
92
turmas,
em
período
noturno
).
Esta
é
uma
e
scol
a
de
gr
an
de
porte,
atendendo
a
um
to
tal
de
quinhentos
e
trinta
al
unos,
no
ano
de
dois
mil
e
vinte
e
um.
A
clientela
é
composta
por
uma
população
carente,
e
uma
parcela
considerá
vel
dos
al
uno
s
re
side
na
zon
a
rural,
ou
em
bairro
s
próximos,
conhecidos
por
sua
v
ulnerabilida
de.
Próximo
à
escola
ain
da
há
a
construção
de
moradias
e
loteamen
tos
popular
es,
o
que
atrai
um
a
populaçã
o
migrante,
as
pecto
que
se
agravo
u
durante
a
pandemia,
tend
o
em
vista
q
ue
muitos
de
stes
não
p
uderam
arcar
co
m
seus
al
ugu
é
is.
Apesar
de
tais
fatores,
o
bairro
é
bastant
e
tranquilo.
Emb
ora
a
escola
não
este
ja
longe
do
cen
tro
da
ci
dad
e
(há
5
minutos
do
cen
tro),
há
poucos
equipament
os
sociais
no
ento
rno
(bibliotecas,
museus,
teatro,
ginásio
de
esportes
,
etc.).
A
escola
foi
fundada
em
1999
e
ne
ste
an
o
co
n
ta
co
m
dir
etor
efetiv
o,
após
q
uase
12
an
os.
R
es
ul
t
ados
e
Discu
ssões
Eixo
A
-
Plane
jam
ent
o
curr
icular
Puderam
ser
observadas
similar
idades
no
r
elato
do
s
ges
tores
A
e
C,
no
que
se
refere
ao
impa
cto
sof
ri
do
pe
la
educ
ação
infantil,
em
seus
aspectos
pedagó
gicos.
Ambos
apont
am
a
dificuldade
de
que
as
famílias
realizas
sem
ativida
des
remotas
em
conformidade
à
natureza
das
atividades
na
e
ducação
infantil:
Gestor
A:
[...]
o
planejamento
foi
realizado
com
base
no
Curr
ícul
o
Munic
ipal
para
a
Educa
ção
In
fantil,
te
ndo
como
eixo
nortea
dor
as
intera
ções
e
brincadei
ras,
a
qui
um
nov
o
el
emento
se
a
presenta
como
93
impasse,
p
ois
a
interação
e
a
brincadei
ra
ficam
to
lhidas
em
espaços
domésti
cos
q
ue
não
poss
ib
ilita
m
tais
ações
;
Gestor
C:
[...]
se
revelou
que
a
família
compr
eend
ia
as
ativida
des
lúdi
cas
c
omo
desnecessárias
e
s
em
fundamento
educativ
o,
e
mbor
a
os
objetiv
os
específ
icos
fossem
explica
dos
com
c
lareza
nas
comandas.
Houve,
assim,
um
que
sti
ona
men
to
pro
fundo
sobr
e
as
a
tividades
enviadas
para
casa,
de
forma
que
emer
giram
velhos
preconcei
tos
como
os
de
que
crianç
as
pequenas
só
estão
aprendendo
quan
do
estão
sendo
alfabeti
zadas.
Fel
izmente,
esses
foram
algu
ns
casos,
ape
nas
e
realizamos
um
trabalho
“de
for
miguin
ha
”
com
os
pais
ma
is
resistentes,
explic
ando,
por
áudios,
s
obre
a
necessidade
de
realizar
os
exer
cícios
propos
tos.
Conforme
Luc
k
(2009), a
ação
do
diretor
escolar
será
tão
limitada
quanto
fo
rem
suas
concepções
sobre
a
educ
ação,
gestão
es
colar
e
o
seu
papel
profissiona
l
na
liderança
e
o
rgani
zação
da
escola
.
Tais
concepções
são
co
nstruíd
as
a
partir
do
desenvolv
imento
de
referencial
de
fundame
ntos
legais
e
conce
ituais
que
emb
asem
e
norteiem
o
seu
t
rabalh
o.
Nota
-
se
que
am
bo
s
os
gestores
demonstr
am
c
onhecimento
teórico
e
prático
so
bre
a
n
atureza
do
trabalh
o
com
e
du
c
açã
o
infanti
l
(inclusive
citando
a
spectos
lega
is,
como
no
caso
da
gestor
a
A).
Percebe-
se
que
ho
uve
um
esforço
em
amplia
r
a
compreens
ão
dos
fam
iliare
s
a
esse
respeito
e
retrab
alhar
concepções
que
poderiam
at
rapal
har
o
bom
andamen
to
dos
process
os
de
aprendizagem,
contudo,
o
corre
r
de
dois
anos
de
pandemia
parec
e
te
r
prejudi
cado
as
instituiçõ
es
ne
ste
trabalho
de
conscientiza
ção,
que
é,
em
gran
de
parte,
pr
omovido
d
emonstra
ndo
o
dese
n
volvimen
to
das
crian
ças
e
a
at
ração
dos
pais
para
o
contexto
escol
ar,
medi
ado
pela
equipe
gestora
e
docente.
94
Conforme
se
poderá
no
tar
a
seg
uir,
a
fala
dos
gestores
A
e
C
demonstra
que,
mesmo
no
context
o
pandêm
ico,
buscar
am
le
var
seus
profess
ores
à
superação
de
obstáculos
pela
qualifica
ção
do
planejament
o
com
novas
estratégia
s:
Gestor
A:
Dive
rs
os
lin
ks
de
música
s
e
his
tór
ias
também
for
am
sugerid
os
com
o
i
ntui
to
de
garantir
minima
men
te
pa
rte
da
rotina
pedagóg
ica
q
ue
as
crianças
teriam
no
espaço
escolar
[...]
for
am
realizad
as
pesquisas
sobre
os
recursos
tecnol
ógic
os
de
cada
família.
[
...]
As
propos
tas
pedagógic
as
exigem
algum
recurso
que
a
criança
possa
não
ter
em
sua
residência?
As
comanda
s
estão
claras
favorecend
o
que
qual
quer
memb
ro
familiar
possa
auxiliar
a
c
riança?
Todas
essas
ques
tões
eram
debatidas
c
om
a
gestão
esc
olar
que
j
unta
men
te
com
a
equipe
decid
iam
q
uais
prop
osta
s
era
m
mais
si
gnif
icativ
as
e
viáv
eis.
Gestora
C:
[...]
o
grand
e
pr
oblema
f
oi
o
de
q
ue
a
maio
ria
dos
professores
realizava
sua
s
ativid
ades
de
forma
automát
i
ca.
A
dis
tân
cia
fez
com
q
ue
precisassem
realizar
seus
planejament
os
expli
cando
a
os
pais
as
media
ções
q
ue
deveria
m
fa
zer
com
as
crianças
.
Co
mo
já
se
disse,
isto
foi
muito
d
ific
ultoso
pe
lo
nível
de
co
mpreensão
e
de
estudo
das
família
s,
bem
com
o
do
profess
or
que
não
estava
acostumad
o
a
fazer
esse
tipo
de
escrita
[...]
.
Pa
ra
tenta
r
alcançar
as
cri
anças,
já
que
ha
via
a
dificulda
de
de
utilizar
o
auxílio
dos
pais,
as
professoras
elabo
raram
site,
vídeos
expli
cativ
os
das
ativ
ida
des,
fizeram
vídeo
cham
adas
com
as
crianças
e
ten
tar
am
a
pri
morar
a
co
manda
das
atividades
remotas,
para
melhor
entendimento
das
famílias
,
pensaram
em
jogos
e
atividades
adapt
adas.
Ch
egamos
à
c
onclusão
de
q
ue
a
melh
or
alternativa
seria
tenta
r
traze
r
as
crianças
de
volta
ao
ensino
presencial,
p
orq
ue
a
media
ção
nunca
é
a
mes
ma
da
que
um
profe
ss
or
far
ia
em
sala
de
aula
e
a
falta
de
in
timida
de
das
professoras
com
a
tecnol
ogia
deixou
um
pouco
a
d
esejar.
Todas
fizeram
o
possível
e
algum
as
até
surpree
nderam
pela
qualidade
com
que
se
reinventaram,
ma
s,
na
realida
de,
as
95
professoras
verbalizaram
q
ue
estavam
trabalhando
além
de
suas
atrib
uiç
ões.
Neste
p
onto
convém
menc
iona
r
que
a
ma
ioria
das
professoras
de
nossa
unidade
esc
olar
têm
dupl
a
jornada,
acum
ulando
cargos
e
estando
há
ma
is
de
quinze
anos
na
pr
ofissã
o.
T
ivemos
trabalho
em
a
rgum
enta
r
que
,
independentemente
da
situação
,
s
ua
fun
ç
ão
seria
zelar
pel
a
apren
dizagem
d
os
alunos,
ist
o
é
o
mín
imo
q
ue
se
deve
garantir.
“Dobrar
período”
é
uma
escolha
do
profess
or,
mas
independentemente
da
sit
uaçã
o,
o
pr
ofess
or
deve
cumprir
os
seus
deveres
par
a
com
as
crianças
e
para
com
a
escola
e,
no
que
tang
e
à
melhor
ia
de
s
uas
práticas,
b
usca
r
se
atualiz
ar,
me
lhor
ar
deveria
ser
uma
consta
nte
.
F
icou
claro
com
a
pa
ndemia
que
isso
estava
sendo
feit
o
de
forma
muit
o
tím
ida.
A
distânc
ia
dos
alunos
fez
com
que
essa
demanda
crescesse
exponencialmente
.
Para
Luc
k
(2009,
p.
16-17):
O
objetivo
maior
da
comunida
de
ed
ucacional
revela
-
se,
portanto,
o
de
se
estabelecer
uma
com
unida
de
de
ensino
efetivo,
onde
persever
e,
coletivamente,
não
somente
o
idea
l
de
ensinar
de
a
cordo
com
o
saber
produzi
do
soc
ial
mente,
mas
o
de
aprender,
em
ac
ordo
com
os
princíp
ios
de
c
ontín
ua
renovação
do
conhe
cimen
to,
criando
-
se
um
ambie
nte
de
c
on
tín
uo
desenvolvimento
pa
ra
alunos,
professores,
funcion
ár
ios
e
é
clar
o,
os
gest
ores.
O
conh
ecimen
to
da
re
alidad
e
ganha
novas
perspectivas:
a
organiza
ção
do
pr
ojeto
polít
ico
-
pe
dagóg
ico
da
escola
e
o
seu
cur
rícul
o;
o
papel
da
escola
e
o
desempenho
de
seus
profiss
iona
is,
que
deve
m
renovar
-
se
e
melhor
ar
s
ua
qualidade
contin
uamen
te,
tend
o
o
aluno
como
centro
de
to
da
a
sua
a
tuação.[...]
o
diretor
é o
profissi
ona
l
a
quem
comp
ete
a
lideran
ça
e
organizaçã
o
do
trabalho
de
todos
os
que
nela
a
tuam,
de
modo
a
or
ientá
-
los
no
desenvolvimento
de
ambie
nte
educa
cional
capaz
de
prom
over
aprendi
zagens
e
formação
dos
alunos,
no
nível
mais
elevado
possível,
96
de
modo
que
estejam
capac
itados
a
enf
rentar
os
novos
desafios
que
são
apresentados.
É
possível
reconhec
er
na
fala
dos
ges
tores,
a
dimensão
da
inovação
a
que
se
ref
ere
a
autora
e
que
compete
ao
diretor
med
iar.
No
caso
do
gestor
A,
é
particu
larmente
i
nteressant
e
q
ue
as
questões
e
a
busca
de
soluç
ões
fossem
feitas
de
forma
coletiva,
p
erseveran
do
como
um
a
comunidade
aprendente
e
de
form
a
democrática
.
Já
na
fala
do
gestor
C,
os
embates
citados
d
eixam
t
ransparec
er
problemas
na
d
i
me
n
são
da
liderança
e
no
perfil
dos
profes
sores
,
po
uc
o
abertos
à busca
da
transf
ormaç
ão
e
aquisição
de
novos
c
onheci
mentos.
Diante
disso
,
cabe
a
reflexão
de
que,
aparentem
ente,
nas
escolas
com
maior
número
de
profissiona
is
(co
m
ma
is
tempo
de
carre
ira,
inclusive)
as
inovaç
ões
tende
m
a
demo
rar
mais
a
acontecer
e
encontra
m
maior
resistência,
i
ndo
ao
encontr
o
do
que
afirma
San
to
s
(2002),
no
q
ue
tang
e
à
dificuldade
de
que
mudanças
se
jam
bem
ace
itas.
A
fala
dos
gestores
tamb
ém
evid
encia
que
não
havi
a
precedent
es
que
oferec
essem
um
caminho
mais
se
guro
a
seguir
co
m
a
sit
uação
que
se
gerou
no
contexto
da
pandemia.
Foi
preciso
repen
sar
as
ba
ses
com
que
se
organiza
a
ed
ucação,
em
ambo
s
os
contextos
aqui
anali
sados.
Ne
sse
sentido,
a
i
novação
tecnológica
e
a
renovação
peda
gógica
pare
cem
se
r
process
os
que
acon
teci
am
de
fo
rma
frág
il
no
cotidiano
dessas
esco
las,
anteriorm
ente
à
p
ande
mia.
É
cl
aro
que
o
gestor
não
pode
fazer
i
mpo
sições
a
sua
equipe,
estes
dev
em
e
star
con
vencidos
da
ne
cessidade
das
mud
anças
e,
apar
entemente,
isso
só
ocorreu
em
situações
e
xtremas,
quand
o
a
pandemia
acelerou
tais
p
rocesso
s,
c
omo
ún
ic
a
alterna
tiva
possíve
l
de
alcanç
ar
as
cri
anças
e
famílias
.
97
Fica
subentendido
no
s
relatos
dos
gestores
A
e
C
que
este
s,
juntament
e
aos
docentes
de
suas
equipes,
tent
aram
re
criar
ambientes
de
aprendizag
e
m
qualificado
s,
mesmo
c
om
o
o
bstáculo
da
distância,
mas
termos
como
“garan
ti
r
minimame
nte”
e
falas
como
“a
melho
r
alterna
tiva
seria
tentar
trazer
as
crian
ças
de
volta
ao
ensino
presencial”
evidencia
m
o
quanto
isto
não
foi
um
exe
rcício
i
dea
l
e
que
rend
eu
os
frutos
desejado
s,
mas
o
e
nsino
remoto
foi
admitido
por
força
d
as
circunstância
s,
não
se
n
do
algo
em
que
os
ges
tores
acr
editem
e
que
escolh
eriam
como filosofia
se
não
houve
sse
pandemia.
Corrobor
ando
com
essa
discussão
sobre
a
relevân
cia
das
interações
entre
as
c
rianç
as
na
Educação
Infantil,
possibilitad
as
presencialment
e
no
âmbito
e
scol
ar
e
os
percal
ços
da
pandemia
nesse
aspecto,
A
njo
s
e
Pere
ira
(2021,
p.
06-07), t
razem
que:
Para
nort
ear
as
ativid
ades
-
fim
dessa
etapa
da
Educa
ção
Bá
sica,
as
Diretr
izes
Curriculares
Na
ciona
is
para
a
Ed
ucaçã
o
Infan
til
(BRASIL,
2009),
indica
m
princ
ípios
étic
os,
polí
ticos
e
esté
ticos
e
afirmam
que
práti
cas
pedagóg
icas
deve
m
possib
ilitar
experiências
diversas
às
cri
anças
desde
bebês,
tendo
as
in
tera
ções
e
a
brincad
eira
como
eixos
do
curr
ícul
o.
Esses
pr
incíp
ios
são
aqueles
que
caract
erizam
o
desenvolvimento
do
trabalho
desta
pr
imeir
a
etapa
da
Educa
ção
Bás
ica.
Eles
some
nte
se
con
cret
izam
a
pa
rtir
de
experiências
sign
ifica
tiva
s
de
intera
ções
das
crianças
com
outra
s
crianç
as,
com
os(as)
adulto
s(as),
com
os
espaços
e
os
ma
teria
is
or
gan
izados
inte
ncion
al
mente
para
possib
ilita
r
experiências
desafiado
ras
que
poss
ib
ilita
m
múltiplas
aprendi
zagens
e,
consequ
entemente,
o
desenvolvimento
integral.
A
suspensão
das
atividad
es
presenciais
com
as
crianças
a
par
tir
da
segunda
quinzena
do
mês
de
março
de
2020
imp
oss
ibili
tou
os
encont
ros
que
são
finalid
ades,
princípi
os,
f
unda
men
tos,
eixos
e
práticas
educa
tiva
s
q
ue
caracteri
zam
a
Educaçã
o
Infan
til.
98
Evidencia
-
se
q
ue
a
dist
ância
física
impelida
pela
pandemia,
inviabili
zou
as
int
erações
entr
e
as
crianç
as
e
os
ad
ultos
que
oc
orrem
no
dia
a
dia
nas
escolas
de
Educ
ação
Infantil,
o
que
se
materia
liza
nos
rela
tos
dos
gestores
quan
do
abordam
planejamento
c
urricular,
já
que
as
inter
ações
e
brin
cadei
ras
deveriam
nortear
to
do
o
trabalh
o
com
crianças
pequenas,
o
que
foi
prejudicado
durante
a
pande
mia.
Pross
eguindo
as
reflex
ões,
volta
-
se
ao
po
nto
em
q
ue
parte
da
dimensã
o
democrática
da
escola
perdeu
-
se
n
este
período,
t
anto
para
profess
ores
e
gestor
es,
que
tiveram
que
lan
çar
mão
de
processos
co
m
que
tinham
p
ouco
domínio
e
ao
s
quais
e
ram
re
sisten
tes.
Também
houve
a
perda
da
dimensã
o
democrática
p
ara
as
cr
iança
s,
uma
ve
z
que
se
us
process
os
de
apren
dizag
em
não
surtiram
os
melhores
efeitos
possí
veis
de
forma
remota
(justificando-
se
que
em
outros
excertos
,
principalmen
te
do
gestor
C,
cita
-
se
que,
ao
passo
em
q
ue
as
cri
anças
vo
ltaram
presencialmente
à
escola
,
perceber
am
-
se
as
defas
agens
adqu
iridas
neste
período).
Indo
adiante,
um
a
ref
lexão
é
pertinent
e:
se
os
processos
de
ino
vação
são
tímid
os
nas
escolas,
p
erdas
políticas
e
democrática
s
já
estavam
sendo
detect
adas
na
mi
ssão
das
escola
s
desde
mu
ito
antes,
mas
uma
inclusão
tão
brusca
da
te
cnol
ogi
a
talvez
também
não
seja
o
melh
or
caminho,
m
as
sim
encontr
ar
um
me
io
ter
mo
para
e
ssa
utili
zação.
Se
o
gestor
é
o
profissio
n
al
dot
ado
de
competências
e
visão
ampla
para
con
duz
ir
uma
o
rgan
izaç
ão,
este
também
d
everá
ser
o
respons
ável
por
n
ão
d
eixar
q
ue
tudo
vo
lte
a
ser
como
an
tes,
de
scartan
do
to
do
o
aprendiza
do
que
o
períod
o
pandêmico
trouxe.
Os
relatos
dos
gestor
es
ain
da
versaram
sobre
a
dificuldade
de
que
as
pr
ofessor
as
realizassem
planejamentos
sem
c
onhecer
as
cri
anças.
O
gestor
A
cita
que
houve
“uma
ruptura
de
vínculos
das
crianças
par
a
com o
profess
or
e/ou
at
end
ente
de
ativida
des
infantis
[...
].
Plan
ejar
para
uma
99
crian
ça
que
não
se
pode
observar,
ouvir,
convi
ver,
dialogar,
sem
sabe
r
quais
condiç
ões
possuem
para
o
en
sino
remoto
foi
e é
um
impasse
[...
]”.
De
forma
tão
co
ntundent
e
q
uan
to,
o
gestor
C
afir
ma
ter
n
o
tado
que
“[...]
para
alg
umas
pou
cas
professora
s
do
grup
o,
a
distâ
ncia
dos
alunos,
apar
entemente,
os
despersonalizou,
com
o
se
não
fossem
cri
anças
re
ais,
famílias
reai
s
e
as
mes
mas
d
eixaram
de
se
preocup
ar
tanto
com
os
resultado
s
de
sua
ação
e
f
izeram
o
básico,
pois
o
produto
-a
crian
ça
aprendendo
-
não
e
ra
palpáv
el”
.
Este
mesmo
gestor
acresc
entou
ao
seu
relato
que
muitos
de
s
eus
aluno
s
da
Edu
cação
de
jovens
e
adultos
evadi
ram
-
se
visto
que
possuía
m
“[...]
pouc
a
familia
ridade
com
o
uso
do
celular
e
o
q
ue
os
at
rai
par
a
a
escola
é
a
possibilidade
de
aprender
presencial
me
nte”
.
A
fal
a
dos
gestores
deixa
transp
arece
r
a
imprescind
ibilidade
da
escola
e
da
presenç
a
como
estratég
ias
e
caracte
ríst
icas
de
um
loc
al
ain
da
socialmen
te
insub
stituível
e
que,
destituído
de
seus
constitui
ntes
básicos
(aind
a
que
t
ivesse
m
aio
r
trad
ição
em
buscar
melhores
con
dições
tecnológica
s
e
inovações
pedagógi
cas),
acabo
u
perden
do
em
q
ualidade
.
A
sociedade
aind
a
alme
ja
uma
escola
que
conserve
aspectos
de
sua
tr
adição
.
Eixo
B –
R
elaç
ão
família
-
es
col
a
Com
a
pandemia
da
COVID
-19,
a
instabilida
de
com
relação
à
sobrevivê
ncia,
ausên
cia
de
suprimentos
básic
os,
desempre
go
e
a
impossibi
lidade
de
aulas
presenciais
que
assolou
a
realid
ade
brasileir
a,
ficou
mais
evidente
a
dificuldade
existente
na
re
lação
família
e
a
escola,
se
ndo
recorren
te
nos
relatos
do
s
gestores
an
alis
ados
impasse
s
na
c
omun
icação
com
os
respons
áveis
e
para
que
o
ensino
remo
to
de
fat
o
fo
sse
re
alizado,
100
mesmo
co
m
a
e
laboraç
ão
de
estratégia
s
de
co
municaç
ão
co
m
sup
orte
tecnológico
co
m
o
grupos
de
WhatsAp
p
e
aplica
tivos
mais
atrativos
,
conforme
relatos
abaixo
.
Gestor
A:
A
c
omunica
çã
o
fa
mília
-
escola
foi
prej
udica
da
d
ura
nte
a
pande
mia,
nesse
se
ntido,
a
gestão
j
unta
men
te
c
om
a
equ
ipe
implemen
to
u
canai
s
que
favo
recessem
meios
de
conta
to
rápido
com
as
família
s,
para
isso
foi
cr
iado
um
grupo
na
Whatsapp
par
a
c
ada
turma
da
escola.
Nel
e
eram
postadas
semanalmente
planilhas
com
sugestões
de
sequências
didáticas
de
form
a
c
lara,
acom
panhadas
p
or
ví
deos,
lin
ks
e
á
udios.
As
famíl
ias
inicia
lme
nte
estabelecera
m
mais
comun
icação,
enviando
fotos
das
crianças,
vídeos
e
fazendo
co
mentár
ios
s
obre
as
propos
tas.
No
entanto,
com
o
decorrer
dos
meses
foi
observada
a
diminu
ição
de
devolutivas,
bem
como
a
falta
de
interação
relacionadas
às
dúvidas
e/ou
s
ugestões,
mesmo
com
intervenções
da
gestão.
Em
outr
a
etapa
de
com
unica
ção,
as
f
amília
s
p
assaram
a
bu
scar
su
gestões
na
escola,
jun
tamen
te
com
ma
teria
is
pedagóg
icos
necessários
par
a
a
realizaç
ão
das
p
roposta
s.
Para
a
retirada
desses
materia
is
também
for
am
realizad
as
postagens
nos
g
rupos
e
l
igações
por
par
te
da
eq
uipe
para
os
responsáveis.
Mesmo
com
todas
essas
estratégias,
não
foi
possível
alcançar
100%
das
famíl
ias.
Os
retornos
por
f
otos,
vídeos
e
comen
tários
con
tin
uar
am
b
aixos.
A
dificuldade
també
m
é
relatad
a
por
outro
gestor:
Gestor
C:
Na
relação
com
as
fa
mílias
,
encont
ramos
c
omo
o
bstáculo
s
a
falta
de
apoio,
o
desc
onhecimento
sobr
e
o
trabalho
da
escola
e
a
falta
de
instr
uçã
o
dos
pr
óprios
resp
onsáveis
que
prejudic
aram
em
mu
ito
o
trabalho
educa
tiv
o.
As
a
tivida
des
de
na
ture
za
r
emo
ta
de
pende
ra
m
de
um
e
mpenh
o
que
as
famíl
ias
não
tin
ham
poss
ibili
dade
e
boa
von
tade
para
of
erecer,
por
questões
cul
tura
is
e
pelo
f
a
to
de
que
a
spectos
de
101
natur
eza
social
tornaram
o
aprend
er
um
quesi
to
muito
dispensável
na
sua
escala
de
prioridades.
To
rnaram
-
se
frequentes
as
falas
de
pais
chama
dos
à
escola,
dize
ndo
que
não
sabiam
ensinar
e
que
iss
o
seria
respo
nsabilid
ade
s
omente
dos
professores.
Muita
s
fa
mília
s
mudaram
-
se
de
endereço
ou
estavam
deslocad
as
da
c
omuni
dade
e
seq
uer
vieram
retirar
as
atividades,
deman
dan
do
um
trabalho
extra
dos
professores,
da
coor
dena
ção
e
direçã
o
escolar,
che
gando
ao
conselho
tutel
ar
,
nos
casos
mais
graves.
Toda
media
ção
foi
fe
ita
por
telefone,
v
isitas
domic
iliar
es
e
a
prove
itand
o
a
vi
nda
dos
pais
à
escola
para
retirada
dos
kits
merenda,
demonstrando
o
quan
to
a
ques
tã
o
assistencial
ganh
ou
foco
dur
an
te
a
pande
mia.
N
otou
-
se,
portan
to,
o
q
uão
frágil
era
a
parceria
escola
-
famíl
ia
e,
mais
gravemente,
o
q
uanto
a
escola
estava
assumin
do
e
compensando
o
trabalho
desta
últi
ma,
no
que
se
refere
à
aquis
ição
de
va
lores
huma
nos
b
ásicos
pelas
crianç
as.
No
relato
dos
do
is
gest
ores
é
evidente
as
dificuldade
s
en
contr
adas
no
relacioname
nto
c
om
as
famílias.
Ambo
s
pontuam
que
estabelec
eram
meios
de
comuni
cação
q
ue
julg
aram
ser
mais
eficientes,
mas
que
mesmo
assim
não
atingiram
totalmente
o
objetivo
proposto.
A
fala
dos
gestores,
mais
especif
icamente
do
C,
sinaliza
o
desconh
eciment
o
da
família
sobre
o
trabalh
o
da
escola,
be
m
como
a
preocup
ação
com
o
fato
da
instituição
est
ar
assumind
o
funções
q
ue
s
eriam
de
competê
ncia
dos
pais,
já
o
gestor
A
pontua
a
diminuição
da
int
eração
dos
familiares
com
a
equipe
da
esc
ola.
Mediante
as
colocações
um
a
re
flexão
po
de
ser
estabelecida:
dificuldades
de
comu
nicaç
ão
e
falta
de
clareza
das
funções
de
cad
a
s
egmento
em
questão
já
eram
inerent
es
ao
cont
exto
e
scol
ar
antes
do
perí
odo
pandêmico
e
se
torn
aram
latentes
pelas
ba
rreiras
e
stabelecida
s
pela
pande
mia.
Observam
-
se
aí
aspectos
q
ue
merece
m
aten
ção
por
parte
da
ges
tão
es
colar
vi
san
do
fortalec
er
a
parceria
ent
re
escola
e
fa
mília.
102
A
refle
xão
sob
re
a
responsa
bilidade
de
cada
segment
o
envol
vido
no
proce
sso
e
ducaci
on
al
d
as
cri
anças
é
cruci
al
p
ara
a
garan
tia
de
efetividade
da
aprendiza
gem.
Assim,
a
legislaç
ão
bras
ileira
me
nciona
a
família
também
como
re
sponsável
,
a
Constituição
Feder
al
(1988)
artigo
205
diz
que
“A
educaç
ão,
direito
de
todos
e
dever
do
Estado
e
da
família,
será
promovi
da
e
incentiva
da
co
m
a
co
laboraç
ão
da
sociedade,
visan
do
ao
p
leno
desenvolv
imento
da
pessoa,
seu
p
reparo
par
a
o
e
xercíci
o
da
c
idadan
ia
e
sua
qualifica
ção
para
o
trabal
ho”
(
BRASI
L,
1988).
A
Lei
de
Diretrizes
e
B
ases
da
Educaç
ão
Nacional
-
LDB
(1996)
no
artig
o
2º
traz
que
“A
educação
,
dever
da
fa
mília
e
do
Estado,
inspirad
a
nos
pr
incípios
de
liberdade
e
nos
id
eais
de
solidaried
ade
human
a,
tem
por
finalidade
o
p
leno
desenvolvime
nto
do
educando,
se
u
prep
aro
para
o
exercíc
io
da
ci
dadani
a
e
sua
qualificaçã
o
para
o
tr
abal
ho”
(BRASIL,
1996).
Nas
duas
legislações
a
família
é
colocada
também
como
responsáve
l
p
elo
ato
de
educar,
ato
esse
que
não
se
sob
repõe
ao
papel
da
es
cola
que
trabalha
com
o
ens
ino
-
apr
endiza
gem
dos
c
onhec
imentos
construídos
historicam
en
te,
m
as
se
relaciona
a
princípios,
atitudes,
val
ores,
vivên
cias
essen
ciais
para
o
desenv
olvimento
hum
ano,
ensi
namentos
estes
oriun
dos
do
âmbito
fam
iliar.
A
fa
mília
e
a
escola
po
ssuem
papéis
distin
to
s,
p
orém
indiss
ociáveis
para
que
o
al
uno
tenha
suc
esso
escolar.
Conforme
Dessen
e
Polonia
(2007,
p.
22):
Na
esco
la,
os
con
teúdos
cu
rriculares
asseguram
a
instruçã
o
e
apreensão
de
conhe
cimen
tos,
havendo
uma
preocupaçã
o
central
com
o
processo
ensino
-
apre
ndizage
m.
Já,
na
fa
mília,
os
ob
jetiv
os,
c
onte
úd
os
e
métod
os
se
d
iferen
ciam,
fomentando
o
processo
de
socia
lizaçã
o,
a
prote
ção,
as
103
condiçõe
s
básicas
de
sobrevivência
e
o
desenvolvimento
de
seus
membros
no
plano
social
,
cogni
tiv
o
e
afe
tivo.
As
f
alas
dos
Gestores
A
e
C
ap
ontam
a
necessi
dade
do
envolvime
nto
das
famílias
no
d
esenvolv
iment
o
escol
ar
dos
filhos,
mas
fica
subentendido
que
ai
nda
falta
clareza
das
respo
nsabilida
des
dos
familiares
nessa
parce
ria,
visto
que
o
relato
do
Gestor
C
apon
ta
pais
afirman
do
que
o
dever
de
ensinar
é
do
s
profess
ores,
m
as
que
em
contrapartida
se
mudaram
e
se
quer
com
unic
aram
a
escola,
bem
com
o
no
relato
do
Gest
or
A,
a
ausên
cia
de
devolutivas
da
s
propostas
de
ativida
des
por
parte
das
famílias
.
O
apoio
dos
pais
d
urante
a
pandemia
se
tornou
fundamental,
pois
sem
ele
o
ens
ino
-
aprend
izagem
seria
ain
da
mais
prejudicado.
No
entanto,
apesar
d
as
d
ificuldades
apo
ntad
as
pelos
gestor
es,
é
possíve
l
identificar
em
trechos
de
suas
f
alas
que
parte
das
famílias
assumiram
o
compromisso
n
ecessári
o
para
que
o
ensino
r
emo
to
pudesse
ser
realizado,
ou
ao
menos
tentado,
den
tro
das
possibilidad
es
de
cada
uma,
conforme
os
relatos,
Gestor
A:
“[...]
ap
esar
de
t
odos
os
impasses
que
a
pandemia
gerou,
parte
dos
responsá
veis
mantiveram
contato
por
meio
de
devolut
ivas
e
demon
stravam
i
ntere
sse
n
as
propostas
da
esco
la”.
Gestor
C:
“Felizmen
te,
percebem
os
que
muitos
pais
também
se
p
reocup
aram
em
fazer
as
atividades
da
melhor
fo
rm
a
possí
vel,
diante
de
seus
conhecim
entos”
.
O
envolvimento
das
famíl
ias,
ain
da
que
não
em
sua
totalidade,
é
evidenciado
nos
relatos
dos
gestores,
demonstrando
a
sati
sfação
das
mesmas
nessa
parce
ria,
q
ue
segundo
Luck
(2009)
é
fund
ament
al
para
a
garant
ia
de
qua
lidade
tanto
no
funcionamento
da
escola
qua
nto
no
ensino
-
aprendizag
e
m
dos
alunos
.
104
Durante
a
pandemia,
dificuldades
que
já
eram
eviden
tes
foram
ressalt
adas
e
o
gestor
escola
r
se
vi
u
diante
de
situaçõ
es
nunca
vi
vidas,
n
ão
que
as
situações
inespe
radas
não
o
corram
n
as
escol
as,
essas
s
ão
frequentes
,
mas
o
ce
nário
mundial
exigiu
mu
danças
org
aniz
acionais,
metodológica
s
e
de
relacio
namento
com
a
comunidade
de
forma
rápida
e
pontual.
Isso
pode
ser
o
bservado
nos
trech
os
do
s
relat
os
abai
xo:
Gestor
A:
A
eq
uipe
precisou
se
articu
lar
e
pensar
em
for
mas
rápidas
e
efetivas
para
a
comun
ica
ção.
Gestor
C:
A
ferrament
a
dos
áudios
e
liga
ções
t
elefônicas,
em
particu
lar,
foi
muito
importan
te,
por
que
nota
mos
que
a
escrita
dos
prof
essores
nem
sempre
era
bem
inte
rpre
tada
e
em
al
guns
casos,
pare
cia
até
grosseira,
de
for
ma
que
indica
m
os
sempre
enviar
áudi
o
ou
ligar
para
as
família
s,
explicando
melh
or
as
situações.
Nos
r
ecados
des
tina
dos
a
toda
comuni
dade
escolar,
como
nas
explicações
das
regras
pa
ra
retorn
o,
grav
amos
víde
os
explica
tiv
os
e
publi
camos
nos
gr
up
os
de
sala
e
na
págin
a
da
escola.
Os
relatos
de
ambo
s
deixam
c
laro
que
o
gestor
precisou
se
r
ágil
e
rápido
buscando
estratégia
s
com
a
equipe,
inclusive
aval
iand
o
as
metodol
ogias
que
apre
sentavam
melh
ores
resultados
junt
o
às
famíl
ias.
O
trabalh
o
em
equipe,
q
ue
diversas
vezes
é
debatido
dent
ro
d
as
escolas,
t
e
ve
que
ser
colocad
o
em
prá
tica
de
f
orma
be
m
ali
geirad
a,
pois
nem
as
crianças,
nem
as
famílias
poderiam
esperar.
A
capac
idade
de
liderança
do
gestor,
bem
co
m
o
aspectos
democráticos
também
fo
ram
co
locados
em
evidência
,
a
fal
a
do
Gestor
A
t
raz
a
n
ece
ssidade
de
articu
lação
da
equipe
,
demonstrando
diálogos
entre
o
grupo
para
a
definição
de
estratégias
.
O
Gestor
C
evidenc
ia
reflex
ões
com
relação
a
melh
or
forma
de
comuni
cação
da
equipe
com
pais,
evit
ando
mal
-
ent
endi
dos.
105
Assim,
um
aspecto
re
levante
para
discussão
em
tor
no
da
participa
ção
das
família
s
nas
questões
educacion
ais
é
a
reflexão
sobre
a
gestão
demo
cráti
ca,
ou
se
ja,
em
que
mediada
e
em
qual
grau
os
responsá
veis
pelos
aluno
s
já
vinham
pa
rticipand
o
das
ações
es
cola
res
antes
da
pandemia
da
COVI
D
-19
que
por
si
só
imposs
ibilitou
dive
rsas
esferas
da
gestã
o
demo
crátic
a.
Conforme
Paro
(2000,
p.
25)
:
Não
pode
haver
democr
acia
plena
sem
pessoas
democrátic
as
para
exercê
-
la.
A
pr
ática
de
n
ossas
esco
las
está
m
uito
long
e
de
aten
der
ao
requis
ito
impl
ícito
nesta
prem
issa.
D
ificilme
nte
ter
emos
um
professor
relacio
nando
-
se
de
forma
consequ
ente
num
processo
de
partic
ipaç
ão
democrá
tico
da
comun
idade
na
esc
ola
se
s
ua
relação
com
os
alunos
em
sala
de
aula
con
tinua
autoritária.
Se
a
escola,
em
seu
dia
a
dia
,
está
permeada
pelo
autor
ita
rismo
nas
relações
que
envolvem
dir
eção,
professores,
dema
is
func
ionár
ios
e
alunos
,
co
mo
p
odemos
esperar
que
ela
permita,
sem
maiore
s
pro
blemas,
ent
rar
aí
a
comunidade
para,
pel
o
menos,
exercitar
relações
democr
áticas?
Então
,
se
a
es
cola
tem
como
meta
o
envolviment
o
das
famílias
com
suas
propostas
precisa
desenv
olver
estratégias
de
ap
roximação
,
participaçã
o
e
parceri
as
frequentes
nos
d
iversos
aspectos
que
culminam
na
aprendizag
e
m
das
crian
ças
e
que
estão
presen
tes
no
dia
a
dia
da
escola.
Apesar
das
dificuldades
relat
adas
pelos
gestor
es
é
preciso
a
insistência
e
estratégias
vi
san
do
a
participa
ção,
isso
não
se
c
onstitui
em
um
proce
sso
rápido,
prático
e
imediato,
pois
“A
participaçã
o
da
comunidade
na
escola,
com
o
tod
o
processo
democr
ático,
é
um
caminh
o
que
se
faz
ao
camin
har,
o
que
não
elim
in
a
a
n
ece
ssidade
de
se
refle
tir
previamente
a
respeito
dos
o
bstáculos
e
potencialidad
e
s
que
a
r
eali
dade
apresenta
para
a
ação”
(PARO,
2000,
p.
17-18).
106
Luck
(2009)
afirma
qu
e
quando
o
diretor
c
ompr
eend
e
a
importânc
ia
da
part
icipação
da
comunidade
no
s
process
os
procura
orientar
a
liderança
vi
san
do
conquistá
-
la,
questiona
ndo
sua
prática
com o
intuito
de
garanti
r
que
a
comunidade
escolar
participe
das
inúmeras
ativida
des
da
instituição,
valorizando
e
reconhec
endo
a
participaçã
o,
motivand
o
-
a.
As
au
toras
De
ssen
e
Polonia
(2007,
p.
29)
reforçam
a
n
ece
ssidade
de
implementaçã
o
de
estra
té
gias
que
favor
eçam
a
ar
ticulaçã
o
e
n
t
re
essas
duas
instituições,
fa
mília
e
es
cola:
A
família
e
a
escola
constitue
m
os
d
ois
principa
is
ambien
tes
de
desenvolvimento
humano
nas
socie
dades
ociden
tais
contempor
âneas.
Assim,
é
fun
dame
n
tal
que
sejam
implem
entad
as
p
olític
as
que
assegurem
a
aprox
imação
entre
os
d
ois
contextos,
de
man
eira
a
reconhecer
sua
s
pe
cul
iarida
des
e
também
s
imila
rida
des,
sobretudo
no
tocan
te
a
os
processos
de
desenvolvimento
e
ap
rendiza
ge
m,
não
só
em
relação
ao
aluno,
mas
també
m
a
todas
as
pessoas
envolvidas.
Assim,
por
meio
das
fala
s
dos
gestores,
é
po
ssível
inferir
que
a
parceria
da
fa
mília
com a
es
cola
é
um
processo
fragilizad
o,
demarcad
o
por
impasses
que
e
nvolvem
os
dois
s
egmen
to
s.
Os
relato
s
de
ambo
s
os
gest
ores
demonstra
m
pre
ocup
ação
nesse
sentido,
fazend
o
o
p
ossíve
l
p
ara
estabel
ecer
e
man
ter
o
contato
com
os
responsá
veis,
acionan
do
inclusiv
e
instituiç
ões
para
o
apoi
o
em
caso
contrário
(Conselh
o
Tutelar,
menciona
do
pel
o
Gest
or
C).
D
essa
forma,
ind
epen
dent
e
dos
percalços
advindos
com
a
pandemia
da
COVID
-
19,
faz
-
se
necessária
a
busca
constant
e,
por
parte
do
gestor
escol
ar,
de
estratégias
de
mobilizaç
ão
e
107
engaja
mento
dos
pais/res
ponsáveis
em
to
das
as
i
n
stânci
as
educ
ativas,
visand
o
sempre
a
qualida
de
do
ensino
-
aprendiza
gem
das
crianças.
Eixo
C –
A
vali
ação
dos
proc
es
s
os
Como
se
argumentou
anter
iorment
e
e
conforme
os
refe
renciais
consul
tados,
fica
claro
que
a
aval
iação
de
ve
ser
um
a
constante
em
to
da
a
ação
gestora,
ab
rang
en
do
n
ão
só
a
a
vali
ação
do
rendimento
dos
al
uno
s,
como
também
a
autoav
aliação
do
coletivo
escolar
e
da
efi
ciência
dos
proce
ssos.
Conforme
os
gestor
es:
Gestor
A:
Avaliar
todo
o
processo
de
aprendizagem
d
ura
nte
o
per
íodo
de
pan
demia,
co
m
crianças
muit
o
pequenas,
sem
pode
r
con
viv
er
com
elas,
sem
visuali
zar
vídeos
ou
regis
tros
pon
t
uais
é
extremamente
delicado
e
no
mín
imo
c
onflit
uoso.
Med
ian
te
as
devolutivas
famil
iar
es
e
diálog
os,
os
professores
e/ou
atendentes
de
ativi
dades
infantis
for
am
realizan
do
reg
istros
que
garanti
ram
refl
exões
básicas
sobr
e
a
efetividade
das
propos
tas
pedagógicas
realizad
as,
já
que
as
apre
ndizag
ens
que
ocorre
m
na
Educ
ação
Infant
il
não
sã
o
mesuradas
p
or
instru
mentos
avaliat
ivos
escritos,
ou
seja,
a
presença
na
escola
é
essencial
par
a
que
o
professor
e/ou
atende
nte
de
ativ
idades
in
fantis
possa
acompa
nha
r
os
avanços
de
ca
da
aluno.
Com
relação
a
uma
avaliação
geral
de
todo
o
processo,
é
visí
vel
que
a
co
mun
idade
esco
lar
pr
ecisou
se
rei
nventar,
buscar
soluçõe
s
e
id
eia
s
rápid
as
para
todas
as
de
mandas
que
foram
emergin
do,
no
entanto,
a
efetivação
do
curr
ícul
o
foi
p
rej
ud
ica
da
bem
como
a
relação
de
comunicação
ent
re
famíl
ia
-
escola.
Pelo
f
ato
da
s
crianças
serem
muito
pequenas,
o
brincar
nor
teia
todo
o
t
rabalho
propos
to
para
re
alizaç
ão,
o
q
ue
exige
a
or
ien
tação
de
adultos,
no
enta
nto,
a
din
âmica
familiar
também
foi
impactada
pela
pandemia,
não
sen
do
fá
cil
para
os
mesmos
assumir
as
funções
pedagóg
icas
da
108
escola.
Assim,
uma
série
de
f
ator
es
se
associ
aram
e
ocasiona
ram
d
iversos
impasses
pa
ra
a
pr
ática
educac
iona
l
na
Educação
In
fantil
em
que
o
gestor
precisou
atuar,
articuland
o
e
b
usca
ndo
estratégias
j
unto
com
a
equipe
para
que
o
Cur
rícul
o
pudesse
che
gar
até
as
crianças,
estabelecendo
com
unicaçã
o
com
as
famíli
as
e
gerindo
os
processos
buro
crá
ticos
que
perpassam
todas
essas
esferas.
Gestor
C:
As
atividades
rem
otas
i
nviabili
zavam
uma
avaliaç
ão
bem
feita
e
os
víde
os
nem
sempre
cap
tam
o
real
desenvolvim
ento
das
crianças
.
Só
pudem
os
saber,
efetivamente,
o
que
as
crianças
sabiam
,
com
o
retorno
presencial.
Os
momentos
da
s
sondagens
presenciais
foram
impor
tantes
.
Tenta
mos
ao
máximo
proporcio
nar
esses
momen
tos
e,
em
alguns
casos,
avaliar
as
crianças
por
vídeo
chamada,
mas
isso
não
foi
tã
o
pr
odu
tivo,
em
virt
ude
do
ambien
te
das
casas
(televisão
ligada,
outras
crianças,
sons
domé
sti
cos,
entre
ou
tros).
Cria
mos
ins
trume
ntos
de
avaliação
específicos
para
a
educaçã
o
infantil,
contud
o,
essa
etapa
da
escolarid
ade
foi
a
mais
afet
ada
no
quesito
avaliação
,
p
orque
as
professoras
precisavam
de
muito
c
on
tato
com
as
crianças
e
o
estabelecimento
de
vínculos
para
saber
real
men
te
com
o
estava
o
desenvolvimento.
P
or
vezes
a
criança
demons
tra
timide
z,
os
vídeos
não
são
bem
gravados
ou
o
re
sulta
do
é
manipulado
pel
os
pais.
Notamos
que
os
alunos
de
todas
as
etapas
aten
didas
pela
escola
progred
iram
muit
o
mais
c
om
o
retorno
presencial,
quan
do
trabalh
amos
para
recuperar
o
te
mpo
per
dido.
[...]
Q
uan
do
avaliam
os
o
saldo
de
tod
o
o
pr
ocess
o,
notamos
que
muita
s
das
estratég
ias
utili
zadas
se
dera
m
de
f
orma
i
mprovis
ada
(b
usca
mos
realiz
ar
uma
b
oa
comunica
ção
com
as
fa
mílias
,
apr
ende
mos
a
utilizar
recurso
s
em
tempo
recorde,
nas
formaçõe
s
promo
vidas
em
HT
PC,
l
idamos
com
angústi
as
diversas
–
nossas
e
da
s
famílias
ta
mbém,
porque
não
tínhamo
s
ta
nto
domíni
o
sob
re
o
sucesso
da
ap
rendizagem
e
não
podía
mos
fazer
com
que
as
crianças
v
oltassem
i
media
tamente
para
a
escola
–,
ma
s
percebemos
que
a
pr
esença
físic
a
ain
da
é a
ferrame
nta
mais
útil
)
.
109
Luck
(2009,
p.
43)
prop
õe
diversas
competências
que
o
gestor
deveria
p
ossuir
em
re
lação
à
av
aliação
e
monitoramento
dos
processos
avalia
tivos.
Em
sua
fala
o
d
ireto
r:
17.
Estabelece
na
escola
práti
cas
de
monitor
amen
to
de
to
dos
os
processos
e
ducac
iona
is
e
de
avali
ação
de
seus
resultados,
em
todos
os
segmentos
de
atua
çã
o,
com
f
oco
na
maior
efe
tivida
de
das
açõe
s
promov
idas
e
mel
hore
s
resulta
dos
de
ap
rendiza
gem
e
for
maçã
o
d
os
alunos
.
18.
Avali
a
contin
uamen
te
o
entendimento
sobre
os
sign
ifica
dos
atrib
uíd
os
ao
mon
itora
ment
o
e
avaliação
de
re
sul
tados
pel
os
par
ticip
ante
s
da
comun
ida
de
escolar,
de
modo
a
superar
dis
torçõe
s
e
limita
ções
em
relaç
ão
ao
seu
carát
er
pedagógico
e
co
nstr
uti
vo.
19.
Envolve
e
or
ien
ta
a
todos
os
pa
rtici
pan
tes
da
comunida
de
escolar
na
realizaç
ão
con
tínua
de
mon
ito
rame
nto
de
processos
e
avaliaç
ão
de
res
ultad
os
de
sua
s
atuações
pr
ofissi
onais
.
20.
P
romove
ações,
estratégias
e
meca
nism
os
de
acompanham
ento
s
iste
mático
da
apren
dizagem
dos
alunos
em
t
odos
os
momen
tos
e
áreas,
envolvendo
a
c
omunida
de
escolar,
estabelecendo,
a
partir
de
seus
resul
tados,
as
necessárias
aç
ões
para
mel
hora
r
seus
resultados.
21.
Promove
o
monitor
amen
to,
de
for
ma
particip
ativa
e
contín
ua,
da
implement
ação
do
Projeto
Pol
ítico
-P
edagógico
da
escola,
produzindo
as
adaptaçõe
s
necessárias
ao
planejado
e
s
uas
a
ções,
face
a
alterações
de
con
diçõe
s
e
necessidades
previstas
e
emergentes.
22.
Cr
ia
sistema
de
integ
ração
de
res
ultad
os
do
mon
itora
ment
o
e
avaliação
de
modo
a
agr
egar
os
dados
e
informa
ções
s
obr
e
o
desempenho
escolar
e
processos
de
sua
promoção
nos
diversos
segmentos
e
dimensões
de
atu
ação,
em
estreit
a
relaç
ão
com
seus
planos
de
ação.
23.
Utiliza
e
or
ien
ta
a
ap
licaç
ão
de
resul
tados
do
mon
itor
amen
to
e
avaliação
na
toma
da
de
decisões,
pl
an
ejamen
to
e
organi
zação
do
trabalho
escolar
com
foc
o
na
mel
horia
da
apr
endizagem
dos
alunos.
24.
Delin
eia
um
plano
de
monitor
amen
to
e
avaliação
abrangent
e
dos
processo
s
de
gestão
da
esc
ola,
em
to
das
as
suas
áreas
de
atuaç
ão,
e
de
seus
re
sulta
dos
.
25.
Adota
sistema
de
indi
cador
es
educac
ionais
par
a
or
ienta
r
a
col
eta
e
análise
de
dados
sobre
os
processos
110
educac
ionais
como
c
ondiçã
o
pa
ra
monitora
r
e
avaliar
o
seu
desempenho,
de
acor
do
co
m
os
ob
jetiv
os
e
pa
drões
educa
cion
ais.
Quando
se
observa
a
proposta
teórica
em
con
tr
apon
to
ao
re
lato
dos
gestores
,
é
possível
per
ceber
que
as
competê
ncias
cit
adas
por
Luc
k
estão,
de
certa
forma,
mescladas
ao
pensamento
dos
mesmo
s.
Houve
momentos
em
que
r
e
latar
am
ter
avali
ado
o
desempen
ho
dos
p
rofes
sores,
o
da
instituição
e
mesm
o
a
aprendizagem
das
crian
ças,
mo
nitorando
seu
progress
o,
c
ont
udo,
percebe-
se
que
isto
não
ocorreu
da
forma
co
mo
deveria,
porque
t
al
c
oncep
ção
est
á
c
alcada
no
quesito
presença
física,
tanto
na
ed
ucação
infa
ntil,
quan
to
nas
d
emais
et
apas.
Fica
subentendido,
na
fala
do
gestor
C
q
ue
em
algu
m
momento,
os
resultados
da
aprendizage
m
ficaram
masc
arado
s
pela
dificuldade
de
obser
vação
real
do
que
os
al
unos
sabiam.
Mais
e
vidente
ainda
é
o
insu
cesso
experimentad
o
com
o
ensino
remoto.
Pode
-
se
concl
ui
r
que,
tanto
teoricamente,
quanto
em
aspec
tos
práticos,
a
educ
ação
–
aq
ui
consid
erada
a
partir
desses
dois
relatos
-
não
está
pre
parada
p
ara
se
o
rgan
izar
so
bre
novos
patamare
s
que
n
ão
os
calcado
s
na
expertis
e
huma
na
e
na
presença
física.
Importa
f
azer
um
parênt
ese
com
a
fala
do
gestor
C,
no
que
se
refe
re
às
avaliaçõ
es
exte
rnas:
“
Não
é
possível
não
ter
preocupaç
ão
com
os
an
os
que
vê
m
por
aí,
principalmen
te
porque
as
avaliaç
ões
externas
c
obrarão
habilidades
q
ue
n
ão
pud
e
ra
m
ser
bem
de
senvolvidas
em
vi
rtude
da
distância
ter
prejudicado
os
processo
s”.
Conforme
Luck
(2009),
os
process
os
avalia
tivos
são
necess
ários
para
medir
a
efetivida
de
das
ações
ed
ucacio
nais,
te
n
do
como
seus
componentes
básicos
que
a
ed
ucação
seja
eficiente
e
eficaz.
A
efi
ciência
111
dependerá
da
boa
organ
ização
e
arti
culação
das
a
ções
promovidas,
do
bom
uso
do
tempo,
dos
re
cursos
e
da
adequad
a
mobilização
das
competências
human
as
envolvida
s
na
promoção
da
apren
dizage
m
dos
al
uno
s,
considera
ndo
que
a
e
ducação
é
um
ato
intencional,
com
propósitos
be
m
definidos.
Todos
esses
fatores
estão
implicados
no
alcance
dos
result
ados,
daí
a
importância
do
monitoramen
to
e
da
aval
iaç
ão,
c
omo
process
os
interdepe
ndentes,
cabendo
prom
ovê
-
los
de
forma
assoc
iada,
uma
vez
que
“[...]
a
eficácia
(os
resul
tados)
o
bservada
pe
la
avali
ação
depende
da
eficiência
d
as
ações
(
processos)
verifi
cadas
pe
lo
monitoramento”
(LUC
K,
p.
47).
Ap
esar
d
isso,
nem
toda
aç
ão
eficiente,
reali
zada
de
acord
o
co
m
o
plan
ejado
,
com
bo
m
uso
do
tempo
e
de
recurso
s,
promo
ve
resultados
efetiv
os
no
sentid
o
da
e
ducação.
Reflete
-
se,
a
partir
dos
excertos
já
mencionados
,
que
h
ouve
monitorame
n
to
dos
proce
ssos
por
par
te
dos
gestores
,
co
nt
udo
os
resultado
s
do
perío
do
pandêmico
só
se
rão
efetiv
amente
sentidos
com
o
retorno
de
toda
s
as
crian
ças
à
escola.
A
fala
do
gestor
C
leva
à
c
ompreensão
de
que
há
um
receio
de
que
as
avali
ações
e
xternas
sej
am
usad
as
como
medi
da
de
culpa
bilizaçã
o
das
escolas
pelo
in
sucesso
das
estra
tégias
admitidas
durant
e
a
pandemia,
dian
te
do
que
concordamos
co
m
Luck,
para
quem:
[...]
não
é
possível
fa
zer
mon
itora
men
to
sem
um
jul
ga
mento
(avaliação
)
da
pr
oprieda
de
das
ações,
seu
ritmo,
sua
intensidade,
etc.
Por
o
utro
lado
,
uma
avaliação
de
resultad
os,
para
ser
adequada,
envolve
uma
análise
e
interpretaçã
o
dos
re
sulta
dos
à
l
uz
da
s
condições
que
os
criaram
,
o
q
ue
pressupõ
e
a
realização
de
avaliação
(LUCK,
2009,
p.
48
,
grifo
s
nosso
s
).
112
Entend
e
-
se
que
qualque
r
resultado
pós
pandemia
de
ve
ser
observado
contex
tualmen
te,
po
rtan
to.
Diferen
tes
serão
os
re
sultados
experiencia
dos
na
escola
A,
de
n
tro
da
especificida
de
da
e
ducação
in
fantil,
enquant
o
a
con
dição
socioeco
nômica
dos
indivíduos
da
esc
o
la
C
deverá
ser
um
p
on
to
de
con
sideraç
ão
ao
afe
rir
os
impactos
do
período.
C
ons
ide
raç
õe
s
F
ina
is
A
partir
das
di
scussõe
s
realizad
as
neste
bre
ve
exercício
reflexivo,
pode
-
se
n
otar
que
a
Pand
emia
foi
um
a
pausa
na
fo
rma
com
o
a
sociedade
se
est
rutura,
n
ão
podendo
causa
r
menores
impactos
na
escola
,
uma
ve
z
que
esta
-
reiteram
os
-
é
uma
da
s
instituiçõ
es
basi
lares
para
a
manut
enção
e
/ou
transf
ormaç
ão
das
est
ruturas
vigentes.
De
cert
a
man
eira,
regredimos
a
um
grau
de
nece
ssidade
fisiológica,
quand
o
a
vida
de
tod
os
se
viu
ameaçada.
Obviamente,
o
t
rabalh
o
co
mo
fim
so
cial
também
se
viu
questionado,
inc
lusive
o
trabalh
o
educativo,
quand
o
aprender
e
ensinar
as
novas
gera
ções
per
deu
estrutura
e
tamb
ém
certa
re
levân
cia,
q
uando
comp
arada
a
outras
situ
ações
mais
urgentes
.
Muitos
são
os
anseios
de
que
tudo,
inclusive
a
escola,
“volte
à
norm
alid
ade”,
contudo,
reflete
-
se
q
ue
ser
á
n
ecessário
lidar
por
muitos
anos
com
os
reflexos
da
pandemia
,
de
modo
que
talvez
não
se
po
ssa
voltar
à
forma
como
a
escol
a
sem
pre
se
organizou
.
Se
o
gestor
é
o
prof
issional
dot
ado
de
compet
ências
teórico
-
prá
ticas
e
h
umanas
para
levar
as
instituiçõ
es
ao
sucesso,
há
que
se
reconhec
er
que
a
falta
de
referent
es
da
si
tuação
pandêmica
levou
o
gestor
a
organi
zar
seu
trabalh
o
a
partir
de
tentativa
e
erro
,
buscando
soluç
ões
coletivas
mais
acert
adas
e
acolhendo
profissionais
da
e
quipe
esc
olar,
crianças
e
famílias
113
naquilo
que
era
possível
no
momento.
A
ação
gestor
a,
portant
o,
não
pod
e
ser
a
mesma
de
tempos
c
omun
s,
visto
que
de
m
an
da
s
administra
tivas,
burocráticas
e
pedag
ógicas
foram
consid
eravel
mente
t
ransf
ormad
as
naquilo
que
tinha
m
de
mais
essencial,
q
ue
é o
cotidia
no
escolar
.
Contud
o,
há
que
se
aproveitar
o
fato
de
que
a
pa
ndemia
expôs
tan
to
as
forças
quanto
as
fragilida
des
desse
cotidiano
e
do
processo
educativo.
As
informações
e
a
experiência
angari
adas
duran
te
a
pandemia
devem
servir
de
material
para
a
reflexão
e
transf
orma
ção
da
real
idade
,
além
de
que
deverão
subsi
diar
propostas
de
ações
para
que
a
educ
ação
tenha
maior
qualidade
social,
busca
nd
o
nov
os
camin
hos
e
n
ão
retornando
por
sobre
a
so
mbra
dos
passos
já
perco
rridos.
Referênc
ias
ANJOS,
Cleristo
n
Izidro
dos;
PER
EIRA,
Fábio
Hoffm
ann
.
Educ
ação
infantil
em
te
mpos
de
pandemia:
outros
desafios
para
os
direitos,
as
políticas
e
as
pedagogia
s
das
infân
cias.
Zero
a
Seis
,
Florianópolis
,
v.
23,
n.
Especia
l,
p.
03-20,
jan
. 2021.
Disponível
em:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/zeroseis/article/view/79179/45389.
Acesso
em:
23
jan
.
2022.
BRASI
L.
Co
nstitui
ção
da
República
Federativ
a
do
Brasil
:
promulgada
em
5
de
outubro
de
1988.
Bra
sília,
DF, 1988.
Dis
ponível
em:
http://p
ortal.mec.
gov.br/s
etec/arquivos/pd
f_legisla
cao/s
uperior/l
egisla_su
perior_const.pdf.
Ace
sso
em:
30
out
.
2021.
BRASI
L.
Lei
nº
9.394
,
de
20
de
dezembr
o
de
1996.
Estabe
lec
e
as
diretriz
es
e
bases
da
ed
ucação
n
acio
nal.
Bras
ília,
DF, 1996.
Disponív
e
l
114
em:
http:/
/www.plana
lto.gov
.br/ccivil_
03/le
is/l939
4.htm.
Acesso
em
:
30
out.
2021.
DESSEN,
M
aria
Auxiliadora;
POLONIA,
An
a
da
Costa.
A
Família
e a
Escola
co
mo
context
os
de
desenvo
lvimento
humano
.
Paidéi
a,
v.
17,
n.
36,
p.
21-32, 2007.
Dispo
nível
em:
https://ww
w.sciel
o.br/j/pa
ideia/a/dQZLxXCs
TNbWg8JNGRc
V9pN/?fo
rmat=pdf&
lang=pt.
Acesso
em:
30
out
.
2021.
HORA,
Dinair
Leal
d
a.
Gestão
educ
acio
nal
dem
ocrátic
a
.
Campinas:
Alínea,
2007.
LUCK,
Heloís
a.
Dimensões
da
gestão
escolar
e
suas
competências
.
Cur
itiba:
Editora
P
ositivo,
2009.
PARO,
Vi
tor
Hen
rique.
Admini
stração
escolar
:
intr
odução
crítica.
São
Paulo
:
Cortez,
2010.
PARO,
Vi
tor
Hen
rique.
Gestão
de
moc
rática
da
escola
pública
.
São
Paulo:
Ática,
2006.
PARO,
Vi
tor
Hen
rique.
Participa
ção
da
comu
nidade
na
gestão
democrática
da
escola
pública
.
In
:
PARO,
Vitor
..
Gestão
democr
ática
da
escola
pú
blica
.
São
Paulo
:
Ática,
2000.
p.
15-27.
SANTOS,
Clóvis
Rob
erto
dos.
O
ge
stor
educ
acio
nal
de
uma
escola
em
mudanç
as
.
São
Pau
lo:
Pione
ira/Th
omson
Lea
rning,
2002.
115
C
a
pít
ulo
4
As
fragil
idade
s
do
e
nsino
remot
o
pa
ra
a
aprendizage
m
Mate
má
tic
a
no
Ens
ino
Fun
dame
nt
al
A
nos
Iniciais
Camila
Aparecida
da
Silva
Emerson
da
S
ilva
dos
Santos
José
Carlos
Miguel
1.
In
trodução
O
presente
artigo
se
propôs
a
f
azer
uma
re
flexão
sobre
os
desaf
ios
da
aprendizag
em
Matem
ática
após
o
retorno
d
as
aulas
presenciais
em
2021,
devido
ao
f
echamento
das
escolas
em
funç
ão
do
surt
o
Cov
id
-
1
9.
Essa
real
idade
exigiu
uma
mudan
ça
na
cond
ução
d
as
atividad
es
esc
olares
presenciais
para
o
ens
ino
r
emoto,
devi
do
ao
fec
hamento
das
escolas
ap
ós
o
anúnc
io
da
pand
emia
pela
Organ
izaç
ão
Mundi
al
da
Saúde
em
2019.
Somente
para
situar
o
leitor
no
contex
to
em
que
esse
material
está
sendo
produzid
o,
vale
ressal
tar
que
a
pandemia
ainda
n
ão
terminou
e
o
que
e
stá
ocorrendo
é
uma
red
ução
de
caso
s
de
mortes
em
virtude
da
vacin
ação
q
ue
e
stá
ocorrendo
no
Brasil
e
no
m
un
do
,
f
azen
do
com
q
ue
as
aulas
deixassem
de
ser
totalmente
por
meio
de
ensino
remoto
e
sendo
transf
ormad
a
em
um
esquema
híbrido,
assim
sen
do
as
famílias
que
ainda
http
s://doi
.org/10.
36311
/2022.9
78
-
65
-
5954
-
308
-3
.p
115
-
14
4
116
não
querem
en
viar
seus
fil
ho
s
para
esc
ola
por
algum
motivo,
possuem
essa
opção.
Ressalta
mos
que
em
setembr
o
de
2021
período
da
escrita
desse
artigo,
todo
o
sistema
educacional
está
receb
endo
g
rand
e
qu
antidad
e
de
aluno
s,
sen
do
que
os
que
ficam
em
casa
é
em
menor
porcen
tagem.
Podemos
co
nstat
ar
a
situaçã
o
da
doença
no
Brasil
e
em
alg
uns
país
es
do
mundo
,
no
gráfico a
seguir:
Fi
g
u
ra
1
-
Ranking
casos
de
Covi
d
-19
Font
e:
Gazeta
do
Povo
11
.
11
NÚMEROS D
O CO
RONAVÍRU
S: Ent
enda o ava
nço da
Covid
-
19 no Br
asil e no
mund
o.
Gazeta d
o Povo
.
Disponível em: https://especiais.gazetadopovo.com.br/coronavirus/numeros/.
Acesso
em: 30 set.
2021.
117
Ao
analis
armos
o gráfico fica
evidente
q
ue
a
pa
ndemia
não
acabou
e
há
a
ne
cessidade
de
tod
os
os
estabeleci
mentos
de
en
sino
tomar
to
das
as
precau
ções
e
seguir
to
das
as
or
ientações
sani
tárias
necessárias
para
se
evitar
o
contágio
en
t
re
os
memb
ros
da
comunidade
esc
olar.
Outro
asp
ecto
a
salien
tar
refer
e
-
se
às
justificativa
s
que
faremos
em
favor
do
ensino
pres
encial,
destacan
do
-
se
que
n
ão
fomos
contrários
ao
período
em
que
as
esc
olas
preci
saram
se
r
fe
chadas.
Na
época,
e
ssa
ação
se
fez
urgent
e
e
ne
cessária
em
virtud
e
do
núme
ro
de
casos
de
transmi
ssão
e
mortes
que
ocorriam
no
Brasi
l
e
no
m
undo,
re
velando
-
se
imperioso
fe
char
as
escolas
para
evitar
o
contágio
e
salvar
vid
as.
As
f
alhas
e
deficiências
ocorri
das
no
pro
cesso
de
ensino
e
aprendizag
e
m
no
períod
o
do
ensino
remoto,
não
é
só
pr
oblema
do
ensi
no
remoto,
mas
uma
resultante
d
as
falhas
e
deficiências
no
sistema
educac
ion
al
brasileiro,
as
quais
na
pandemia
se
potencializa
ram
e
fi
caram
aind
a
mais
evi
dentes.
Convencid
os
da
necessi
dade
das
atividades
remotas
d
urante
o
período
crítico
da
pandemia,
com
a
retomada
das
a
ulas
no
ensino
presencial,
se
faz
necessári
a
uma
refle
xão
sobre
os
caminhos
necess
ários
à
retomada
dos
estud
os
em
atividad
e
presencial
e
ao
mesmo
tempo
sanar
as
defas
agens
que
e
sse
período
trouxe
p
ara
os
estuda
ntes
do
en
sino
fundamental,
grupo
q
ue
se
rá
objeto
desse
artigo.
2.
As
fr
agi
li
dade
s
do
Ens
ino
R
e
mot
o
na
P
ande
m
i
a
A
pandemia
de
Covid
-19
fez
com
que
o
sistema
educacion
al
se
rein
ventasse
de
uma
forma
rápida
e
surpre
enden
te
para
atender
as
deman
das
e
ducaci
onai
s
q
ue
surgi
ram
ne
sse
período.
Os
profes
sores,
118
estudantes
e
pais
de
uma
hora
par
a
outra
se
viram
defr
onte
a
um
g
rand
e
desaf
io,
man
ter
o
process
o
de
ensi
no
e
de
aprendi
zagem
no
período
em
que
fo
sse
possí
vel
ir
presencia
lmente
à
es
cola.
Essa
no
va
real
idade
fez
com
que
os
sistemas
educativos
público
e
privado
tivessem,
a
partir
desse
momento,
gran
de
d
epen
dênc
ia
d
as
tecnologia
s
digita
is
para
cont
inuarem
se
us
trabalho
s
pedagógic
os.
No
início,
com
o
uso
de
can
ais
de
Youtube
e
Whatsapp,
p
ara
uma
adeq
uação
de
plataformas
de
c
omunicaç
ão
utilizando
o
Google
Meet
garan
tind
o
um
a
int
eração
em
tempo
real
en
tre
o
professor
e o
estudante
nesse
pro
cesso
de
auxiliá
-
lo
na
construção
do
conhecimen
to
matemátic
o
ne
sse
período
de
ens
ino
remoto.
Apesar
de
todo
esforço
por
parte
da
comunidade
escolar
algum
as
falh
as
pude
ram
ser
con
statad
as
nesse
retorno
presencial
por
meio
de
aval
iaçõe
s
di
agn
ósticas,
principalme
nte
no
que
se
refe
re
as
dificuldades
resolução
de
ativid
ades
q
ue
exigissem
conteúdos
trabalh
ados
no
período
das
aula
s
remotas.
De
acordo
com
Junqueira
(2020,
p.
33),
Talvez
o
aspect
o
mais
proble
mátic
o
tenh
a
sido
a
tenta
tiv
a
de
transferi
r
práti
cas
esco
lares,
con
teudi
stas
e
centrad
as
no(a
)
profe
ssor(a),
para
o
format
o
online
a
distâ
ncia,
tentando
preser
var
as
atividade
s
da
sala
de
aula
presencial.
Observou
-
se,
dessa
f
orma,
a
pr
oduçã
o
de
aulas
expositivas,
ao
vivo
ou
g
ravadas,
e a
p
rescrição
de
t
arefas
para
a
fi
xação
de
conh
ecimen
tos
a
serem
afe
ridos.
Conforme
Junquei
ra
(2020),
mu
itos
profissionais
da
educação
come
çaram
a
utiliza
r
essas
tec
nologias
sem
a
devida
experiência,
car
entes
de
orient
ação
e
apoio
técnico,
material
e
p
edagó
gico,
buscando
t
rabalh
ar
o
con
te
údo
de
Matemá
tica
por
mei
o
da
inter
net
,
mas
da
fo
rma
realizada
em
sal
a
de
aul
a.
Esse
aspecto
gerou
um
probl
ema
nesse
processo,
pois
no
119
caso
da
con
strução
do
conhecimen
to
matemátic
o
algu
ns
conceitos
devem
ser
trabalh
ados
por
meio
de
s
ituações
de
aprend
izagem
que
exijam
um
envolvime
nto
ativo
do
estudante
nesse
processo,
como
por
exemplo
,
resolver
um
d
esafi
o
proposto
pelo
doce
nt
e
atravé
s
de
um
jogo
matemá
tico.
Assim
s
endo,
ao
utilizar
as
tecnologias
apen
as
para
reproduzir
prática
s
conteudistas,
em
que
a
i
nte
ração
do
e
stud
ant
e
se
resumi
a
a
resolução
de
exercícios
propostos
depois
de
uma
explicação,
isso
certamen
te
gerari
a
problemas
na
construção
desse
c
onhec
iment
o
matemático
dos
estudant
es
que
r
eali
zavam
e
ssas
atividades
de
form
a
rem
ot
a.
De
aco
rdo
co
m
Pi
aget
(2017,
p.
62)
[...]
a
prát
ica
deles
não
fez
gra
ndes
progressos,
por
que
os
mét
odos
ativos
são
muito
mais
difíce
is
de
serem
empr
ega
dos
do
que
os
métodos
receptiv
os
correntes.
Por
um
lado,
exigem
do
mes
tre
um
trabal
ho
bem
mais
dife
ren
ciado
e
bem
ma
is
ativo,
enq
uanto
dar
lições
é
menos
fatiga
nte
e
co
rrespond
e
a
uma
tendência
muito
m
ais
natur
al
no
adul
to
em
geral
[...].
Utilizar
a
internet
de
fo
rm
a
a
repro
duzir
atividades
expositivas
se
tornou
mais
problemática
,
do
que
em
sal
a
de
aula,
pois
ne
sse
contexto
a
indiscipli
na
um
f
ator
presencial,
fo
i
transfo
rmado
em
uma
baixa
interativ
idade
das
aul
as,
p
oi
s,
como
no
caso
do
Goog
le
Mee
t
o
estudan
te
não
abria
sua
câmera
para
participa
r
da
aula
e
ficava
em
silêncio
o
tempo
todo.
120
Fi
g
u
ra
2 -
Câ
mer
as
fechada
s
em
aulas
on
li
ne
Font
e:
Porvir
–
In
ovaçõe
s
em
Educação
12
.
Outros
motivos
também
levaram
os
estudantes
a
não
abrirem
suas
câmer
as
durante
as
aul
as
onli
ne
,
de
aco
rdo
com
o
site
da
Porvi
r
(
SEIS
MOTIVOS,
2021),
essa
atitude
poderia
não
estar
rel
acion
ada
somente
ao
desin
teresse
pela
aula,
m
as
relacionados
a
outros
desa
fios
como
ausên
cia
de
equipament
os
e
bai
xa
conectiv
idade,
desc
onforto
com
a
exposiçã
o
do
ambiente
familia
r,
Cyberbu
llying,
preocup
ação
com
a
aparê
nci
a
e
timidez.
Todos
esses
fatores
acabam
levan
do
ao
pou
co
en
gajame
nt
o
nas
aulas,
pois
dependendo
da
forma
que
a
atividade
era
cond
uzida
o
estudante
não
se
sentia
par
ticipante
do
que
est
ava
sendo
proposto.
Na
questão
de
equipamentos
e
baixa
conectividade,
alg
o
q
ue
impactou
a
qualida
de
nesse
processo
educati
vo
na
pandemia
foi
a
dificuldade
do
ace
sso
à
Internet
pelas
c
rianç
as
para
desenvolver
su
as
ativida
des.
Isso
foi
uma
questão
que
de
ve
t
razer
uma
re
flexão
so
b
re
questões
de
m
etodol
ogias
ati
vas
que
apost
am
na
melhoria
da
qualidade
de
ens
ino
por
meio
de
uso
da
tec
nologia,
co
mo
a
sala
de
aula
invertida.
A
sala
de
aula
in
vertida
,
segun
do
Simulare
(2021),
se
r
ia
uma
fo
rma
de
12
Disponí
vel em: www.porv
ir.org. Aces
so em: 19 ja
n. 2022.
121
metodol
ogia
ativ
a
que
surgiu
na
década
de
90
a
par
tir
de
pesquisa
s
reali
zadas
em
Harvard
e
Yale
.
Ne
ssa
modalidade
de
ensino,
os
estudantes
aprendem
o
con
te
údo
ante
s
do
profes
sor
ens
iná
-
los,
pois
o
pr
ofessor
nessa
metodol
ogia
se
pararia
textos,
ar
tigos,
v
ídeo
s,
filmes,
podcasts
e
enviaria
um
tema
p
ara
qu
e
os
estudantes
pude
ssem
est
udar
esse
conteúdo
por
con
ta
própria,
e
posteriorm
ente,
por
m
eio
de
int
eração
com
o
professor,
faze
r
a
discussão
em
sal
a
de
aula.
A
pandemia
desnudou
e
potencializou
problemas
que
se
arrastam
há
an
os
na
educaç
ão
brasileira
e
apesar
de
muita
discussão
,
os
encami
nhamentos
não
se
mo
straram
exequí
veis
em
tempos
n
ormais
e
muito
m
eno
s
em
tempo
de
deso
rgan
ização
social
como
foi
o
que
ocorreu
no
períod
o
de
p
andemia.
Um
dos
aspectos
que
deve
ser
colocado
em
co
nside
ração
dessa
falha
no
p
rocesso
educativ
o,
é
alg
o
que
f
ico
u
evid
ent
e
na
pandemia:
a
falta
de
acesso
à
internet
pe
los
est
udantes.
Ou
tro
aspecto
que
deve
mos
considera
r
é
a
utilizaçã
o
das
tecnologia
s
pelas
cri
anças
e
adolescent
es,
como
forma
de
entr
etenimen
to
e
não
como
ferramenta
de
est
udos.
De
aco
rdo
com
Junque
ira
(2020,
p.
34)
As
fragilidad
es
que
permeia
m
as
vidas
de
milhões
de
famíl
ias
brasi
leiras
se
acentu
aram
com
a
pan
demia
e
evidenciaram
com
o
as
desiguald
ades
sociais
que
perduram
no
pa
ís
r
epercutem
também
no
precário
acesso
às
tecnol
ogias
digi
tais.
A
pesquisa
T
IC
Do
micíl
ios
2018,
co
nduzida
pelo
Comit
ê
Gestor
da
Inter
n
et,
ind
icou
que
,
apesar
de
93%
dos
domic
ílios
contarem
com
um
telefone
celular,
apenas
19
%
poss
uíam
compu
tador
de
mesa
e
s
om
ente
27%
dos
do
micíl
ios
poss
uíam
compu
tador
por
tá
til,
sendo,
na
maior
ia
d
os
casos,
apenas
um
equip
amento
por
d
omic
ílio.
122
Uma
pesquisa
re
alizada
em
2021
pela
Un
ião
Nacio
nal
dos
Dirigentes
Municipais
de
Educação
(Undi
me),
feita
em
67%
dos
municípios
aprese
ntou
algun
s
resultado
s
que
devem
ser
consid
erados
p
ara
compre
ender
essa
di
ficuldade
no
p
rocesso
de
ensi
no
e
aprendiza
gem
utilizand
o
me
ios
digitais.
A
pesquisa
mostrou
que
em
2020,
91,9%
d
as
redes
educaci
onais
optaram
so
men
te
por
atividades
educacio
nais
remotas,
e
que
8,1%
utilizara
m
o
en
sino
hí
brid
o,
mescland
o
taref
as
presenciais
e
não
presenciais.
A
pesquisa
UNDIME
(2021)
apresenta
que
para
ma
nter
as
es
colas
funciona
ndo
à
distância,
o
materia
l
impr
esso
e
as
orientações
en
viadas
p
or
WhatsA
pp
foram
algo
muito
utilizado
nesse
perí
odo
da
pa
ndemia,
se
ndo
que
95,3%
utilizaram
materi
al
impresso
e 92,9%
fizer
am
uso
de
a
plicativ
o
de
men
sagens.
Além
disso
,
fo
ram
utilizad
as
vi
deo
aulas
gravadas,
orienta
ções
por
meio
d
as
plataformas
Zoom
e
Me
et,
entre
outras,
além
de
vide
oaulas
ao
vivo.
Por
m
eio
da
pesquisa
acim
a,
podemos
obser
var
a
gr
ande
dep
end
ênci
a
da
internet
para
que
a
i
nfo
rmação
cheg
asse
ao
s
estudantes
e
para
que
f
osse
garan
tid
o
o
processo
de
ens
ino
e
aprend
izagem
ne
sse
período
do
ensin
o
rem
oto.
Em
contraponto
a
e
ssa
s
it
uação,
o
Fundo
d
as
Nações
Unidas
p
ara
a
In
fância
UNICEF
(2021)
apresentou
um
est
udo
denominad
o
“Impac
tos
primár
ios
e
secun
dários
da
Covid
-19
em
cr
ianças
e
a
dolesce
ntes”,
o
qual
avaliou
o
acesso
ao
ensino
rem
oto
durante
a
pandemia,
relaci
onand
o
alg
uns
obstáculos
para
que
esse
processo
não
obti
vesse
êxito.
O
e
stu
do
apontou
que
1
em
cad
a
3
estudantes
tem
problemas
de
c
one
xão
à
internet
para
ver
as
aulas
onl
ine
,
além
da
falta
de
tempos
dos
adultos
p
ara
auxiliar
na
real
ização
das
tare
fas.
Ne
sses
do
is
aspect
os,
percebemos
que
as
questões
da
edu
cação
familiar,
ou
homesc
hooling,
e a
metodologia
ativa
da
sal
a
de
aula
invertida,
são
meios
123
que
devem
ser
questionad
os
de
serem
implantados
na
realidad
e
bras
ileira,
seja
por
difi
culdades
de
ac
esso
para
ef
eti
vação
do
ato
de
ensina
r,
seja
pela
efetividade
e eficácia
relativas
à
conceitualização
do
proce
sso
educat
ivo.
Além
dos
probl
emas
de
conexão
e
acom
panh
amento
familiar
n
as
taref
as,
out
ros
pontos
f
ora
m
levan
tado
s
com
o
fatore
s
q
ue
dificultara
m
nesse
processo
de
e
nsino
e
aprendizage
m,
tais
como
a
ausê
nci
a
de
equipament
os
t
ecn
ológ
icos
adeq
uados
e
a
nec
essidade
de
cumprir
t
arefas
domésticas
para
auxiliar
a
família.
O
est
udo
realizado
pe
la
UNICEF
apres
entou
que
35%
do
s
estudantes
relat
aram
falta
de
ace
sso
à
internet
ou
que
era
de
baixa
qualidade
o
sinal.
Outro
dado
ap
rese
ntado
é
que
35%
dos
adu
ltos
da
casa
não
tinham
tempo
para
auxiliar
as
c
rian
ças
e
jovens
p
ara
realiza
r
as
lições.
A
pesquisa
apontou
que
31%
dos
estudantes
afir
maram
q
ue
n
ão
possuíam
equipament
os
eletrônicos
ade
quado
s
para
realizar
as
atividades
escolares
e
que
24%
dei
xavam
de
realizar
as
atividad
es
escolares
para
aju
dar
a
família
em
tarefas
do
méstic
as.
Nesse
contexto,
a
pesquisa
mostrou
que
nas
famílias
de
m
eno
r
rend
a,
o
ce
lular
era
a
úni
co
m
eio
da
c
ri
an
ça
acompanh
ar
as
au
las
online
,
fato
ocorrido
com
65%
dos
estudantes
cujas
família
s
g
anham
até
um
salári
o
mínimo.
Os
impactos
re
ais
so
bre
o
aprendizado
do
s
estud
antes,
podem
se
r
anali
sados
por
meio
de
u
ma
pesquisa
realizada
pela
Secretaria
da
Ed
ucação
do
Est
ado
de
São
Paulo,
na
q
ual
foi
feita
um
a
an
álise
comparativ
a
dos
resultado
s
do
Sistema
de
Avaliação
da
Educaç
ão
Bá
sica
SAEB
Estadu
al
de
2019
e
2021,
apr
esen
tand
o
uma
queda
nos
níveis
de
proficiênc
ia
em
Matemátic
a,
em
todas
as
s
éries
finais
de
fech
amen
to
de
ciclo.
124
Fi
g
u
ra
3
- O
Imp
a
cto
da
Pand
em
ia
na
Educação:
resulta
dos
em
Matemática
Font
e
:
SECR
ETAR
IA
DA
E
DUCAÇÃO
DO
E
STADO
DE
SÃO
PAULO.
Impacto
da
Pan
demia
na
Educa
çã
o,
Avaliação
Amostral
da
Apr
endizagem
dos
Est
udan
tes.
Secretari
a
da
Ed
ucaçã
o
do
Esta
do
de
São
Paulo,
2021.
Disponív
el
em:
https://www.educ
acao.sp.gov.br/wp
-
cont
ent/uplo
ads/2021/
04/Apre
senta%
C3%A7%C3%
A3o
-
Estud
o
-
Amos
tra
l.pdf
.
Acesso
em
15
mar.
2022.
Outro
aspecto
apresent
ado
por
essa
pesquisa
foi
o
resultado
do
SAEB
de
2021,
na
Evo
lução
Temporal
para
o
5º
An
o
do
En
sino
Fund
ame
ntal,
semelha
nte
ao
resultado
de
14
an
os
atrás.
125
Fi
g
u
ra
4
- O
Imp
a
cto
da
Pand
em
ia
na
Educação:
resulta
dos
em
Matemática
Font
e:
SECRETA
RIA
DA
EDUCAÇÃO
DO
ESTADO
DE
SÃO
PAULO.
Impacto
da
Pan
demia
na
Educa
çã
o,
Avaliação
Amostral
da
Apr
endizagem
dos
Est
udan
tes.
Secretari
a
da
Ed
ucaçã
o
do
Esta
do
de
São
Paulo,
2021.
Disponív
el
em:
https://www.educ
acao.sp.gov.br/wp
-
cont
ent/uplo
ads/2021/
04/Apre
senta%
C3%A7%C3%
A3o
-
Estud
o
-
Amos
tra
l.pdf
.
Acesso
em
15
mar.
2022.
As
dificu
ldades
que
as
crian
ças
do
5º
Ano
do
Ensino
Fundame
ntal
Anos
Inicia
is
reve
lam
em
sal
a
de
aula
podem
ser
c
ompreendidas
por
meios
dos
resultado
s
apresen
tados
na
pesquisa
,
ao
apontar
que
houve
um
a
qued
a
no
aprendizad
o,
e
que
pa
ra
recuperar
ess
a
aprendizagem
perdida
l
evariam
11
anos
p
ara
se
chegar
nos
patam
ares
apresentados
ante
s
da
pandemia
.
A
pesqu
isa
realizada
pela
Secretaria
da
Educação
do
Estado
de
São
Paulo
realizou
uma
anál
ise
longitudinal
do
5º
An
o
do
En
sino
Fundamenta
l,
te
ndo
sid
o
p
ossíve
l
po
rque
esses
estudantes
são
os
mesmos
que
con
cluíram
o
3º
ano
do
Ens
ino
Fundame
ntal
em
2019.
De
sse
modo,
foi
possíve
l
comparar
o
resul
tado
do
Sistema
de
Avaliação
de
Rendime
nto
126
do
Estad
o
de
S
ão
P
aulo,
SARE
SP,
de
2019
ao
desempen
ho
alcan
çado
na
pesquisa
amost
ral
de
2021.
No
caso
dos
an
os
iniciais
do
Ensino
Fundamental,
o
d
esafio
é
grande,
pois
ao
anal
isarmo
s
os
resultado
s
dos
mesmos
alunos
no
3º
An
o
e
no
5º
Ano
apó
s
15
meses,
o
níve
l
de
p
rof
ic
iên
cia
em
Matemátic
a
fo
i
menor.
Observamos
uma
queda
no
índice
de
aprend
izagem
de
16
pontos
em
Matemáti
ca.
Assim
sen
do,
as
esc
olas
devem
se
preparar
para
atender
essa
demanda
dos
estudantes
q
ue
estão
nesse
segmen
to
de
ensi
n
o,
pois
anali
sando
e
sses
dados
e
ssas
dificuldades
poderão
se
r
verifi
cadas
nos
anos
anterior
es,
ne
cessit
ando
mais
de
um
e
nsi
no
qu
e
exige
um
processo
de
construção
de
conhecimento
mais
efetivo
e
context
ualizado,
e
no
caso
de
Matemátic
a,
a
exigir
a
utilização
de
atividades
q
ue
possam
auxiliar
na
construção
do
con
heci
ment
o
ló
gico
-
matemático.
Fi
g
u
ra
5
- O
Imp
a
cto
da
Pand
em
ia
na
Educação:
resulta
dos
em
Matemática
Font
e:
Fon
te:
S
EC
RETA
RIA
DA
EDUCAÇÃO
DO
ESTADO
DE
SÃO
PAULO.
Impacto
da
P
ande
mia
na
Ed
uca
ção
,
Avaliação
Amostral
da
Apre
ndizage
m
dos
Estuda
nte
s.
Secretaria
da
Educa
çã
o
do
Estad
o
de
São
Paulo,
2021.
Disponív
el
e
m:
https://www.educ
acao.sp.gov.br/wp
-
cont
ent/uplo
ads/2021/
04/Apre
senta%
C3%A7%C3%
A3o
-
Estud
o
-
Amos
tra
l.pdf
.
Acesso
em
15
mar.
2022.
127
Assim
sendo,
é
imprescind
ível
refletir
mos
sobre
a
n
ecessidade
de
se
implementa
r
ações
que
auxiliem
os
estuda
ntes
para
sanar
essa
qued
a
de
proficiência
imposta
por
esse
período
de
aulas
remotas.
Por
isso,
na
sequência
,
apresentaremos
a
importância
da
valori
zação
do
trabalh
o
do
profess
or
e
do
ambiente
escol
ar,
para
que
os
estudantes
possam
alé
m
construi
r
seu
con
he
cime
nto
nas
aul
as
presenciais,
superar
as
defasa
gens
impostas
n
esse
períod
o
de
aulas
remotas.
As
an
ális
es
sobre
a
importância
de
se
desenvolver
atividades
presencia
is
para
auxiliar
no
pro
cesso
de
ens
ino
e
apr
endizagem
matemátic
o
terá
aporte
de
Piaget
e
sua
teoria
para
a
construçã
o
do
con
heci
mento
lógic
o
-
matemátic
o,
e
como
reflexã
o,
as
perspec
tivas
teórico
-
metod
o
lógicas
da
Teoria
Histórico
Cultural.
3.
A
importância
das
s
ituaçõ
es
de
apre
ndizage
m
na
construção
do
conh
ecime
nto
lógico
-
mat
em
át
ico
Após
an
ali
sarmos
o
impacto
no
aprendizad
o
das
cri
anças
no
período
de
aula
remota
em
fun
ção
de
problemas
com
a
internet
,
falta
de
acomp
anh
amento
d
as
at
ividade
s
em
domic
ílio,
divisão
do
tempo
de
estudo
com
tar
efas
de
casa,
entre
outros
aspect
os,
a
partir
de
ago
ra
anali
saremo
s
do
pon
to
de
vista
da
Teori
a
de
Pia
get
o
que
pod
e
ter
propiciado
essa
dificuldade
de
se
construir
o
conhecimen
to
lógico
-
matemático
nesse
períod
o,
em
c
rianç
as
do
En
sino
Fund
ament
al
Anos
Iniciais.
De
acordo
com
Piaget
(1969,
p.
42):
A
idade
mé
dia
de
sete
anos
,
que
coin
cide
c
om
o
co
meç
o
da
esco
laridade
da
cr
iança,
propriament
e
dita
,
marca
um
a
modifica
ção
128
decis
iva
no
desenvolvimento
mental.
Em
cada
um
dos
aspectos
compl
exos
da
vida
psíq
uica,
que
r
se
tra
te
da
intel
igênc
ia
ou
da
vida
afetiva,
das
relações
socia
is
ou
da
ativida
de,
pr
opr
iamen
te
in
divid
ual.
Nesse
contexto,
perceb
emos,
de
acord
o
com
Piage
t,
a
importância
do
ambiente
escolar
para
o
desenvolvime
nto
das
potencialidades
da
crian
ça.
Piaget
(1969),
ai
nda
dest
aca
que
ne
sse
período
pode
ser
observado
o
aparecimento
de
no
vas
fo
rmas
de
organiza
ções
mentais
que
auxilia
m
as
constru
ções
cognitiva
s
precede
ntes
e
ao
m
esmo
tempo
asse
gura
um
equilíbri
o
estável
na
sequência
de
ininter
ruptas
con
struções
novas.
Desse
modo,
pelo
que
p
odemos
observar,
o
ensino
prese
ncial
é
algo
f
undament
al
para
a
const
rução
do
conh
eci
mento
da
crian
ça,
não
so
men
te
pel
o
espaço
físico,
mas
pe
la
s
situ
ações
de
aprendizag
em
pr
opo
stas
pelo
professor
que
auxili
arão
a
cri
ança
na
const
rução
desse
s
novos
con
hecime
ntos.
A
partir
do
início
da
esco
larização
regul
ar
que
a
cri
ança
de
ixará
de
perceber
as
questões
lógicas
-
matemática
s
não
mais
co
mo
atividade
meramente
mo
tora
,
perceptiva
ou
intuitiva,
assim
,
as
ativida
des
aprese
ntad
as
p
elo
professor
têm
papéis
be
m
defin
idos
no
processo
de
aprop
riação
das
ideias
ma
temáticas
,
mas
são
pontos
de
pa
rtida,
que
d
epois
serão
ap
rimo
radas
por
meio
de
uma
melhor
compreensã
o
das
diversas
operações
e
rela
ções.
C
onforme
Piaget
(1969,
p.
51):
Um
c
once
ito
ou
uma
classe
l
ógica
(reunião
de
in
divíd
uos)
não
se
const
rói
isola
damen
te,
ma
s
necessar
iamente
no
in
terior
de
uma
classi
ficaç
ão
de
conjun
to,
do
qua
l
representa
uma
par
te.
Uma
relação
lógica
de
família
(irmão,
tio,
etc
.)
só
é
co
mpree
ndida
em
f
unçã
o
de
um
conjun
to
de
rel
ações
análogas
,
cuja
totalid
ade
cons
tit
ui
um
sis
tema
de
parentesco.
129
Assim,
da
mesma
forma
para
uma
criança
compre
ender
que
10
unidades
é
equiva
lente
a
1
dezena,
nec
essaria
mente
ela
pre
cisará
ter
esse
sistema
de
classi
ficação
construído
anter
iormen
te,
po
is
c
aso
ela
não
te
nha
realizado
essa
construç
ão
é
possível
o
bservar
por
me
io
da
con
tage
m
determ
inados
fatos
constitutiv
os
do
pen
same
nto
matemático,
por
exemplo,
r
elaci
onand
o
“
vinte
oito”,
“vinte
e
nove”
e
por
fim
“vinte
e
dez”,
haja
vista
ela
n
ão
compreend
er
aind
a
que
esse
“de
z”
se
trata
de
10
unidades,
devendo
ser
convertido
em
1
dez
en
a.
Nesse
as
pecto,
é
im
portante
salientar
que
as
estrut
uras
cognitivas
que
far
ão
essa
transf
orma
ção,
não
são
en
sin
adas,
de
forma
direta,
pelo
profess
or
em
sala
de
aula
e
sim
devem
ser
construí
das
pela
criança
por
meio
de
situações
de
aprendiza
gem
propostas
em
sala
de
aul
a.
O
t
rabalh
o
do
profess
or
é
fundame
ntal
nesse
processo,
po
is
ne
ssa
faixa
etária
do
Ensi
no
Fund
ament
al
-
anos
inicia
is,
as
cri
anças
est
ão
limitadas
para
compreender
cert
as
operações
de
fo
rma
a
apresent
ar
uma
ded
utibilidade
lógi
ca,
de
acordo
com
P
iage
t
(2017).
Por
i
sso,
necessi
tam
de
mediações
sobre
o
re
al
ou
concreto
e
não
sobre
as
hipóteses
anunci
adas
verbalmente
sobre
form
as
de
propos
ições,
algo
que
fo
i
muito
util
izado
no
ensi
no
remoto.
Conforme
Pia
get
(2017),
a
experiência
lógico
-
matemá
tica,
consi
ste
em
agi
r
sobre
os
objet
os,
mas,
no
caso
,
em
descobrir
as
propriedades
por
abstração
a
partir,
não
dos
objetos,
mas
das
próprias
ações
que
se
exercem
so
br
e
esses
ob
jetos.
Dit
o
de
outro
modo,
os
sujei
tos
devem
construi
r
um
sistema
de
relações
c
oord
enadas
em
pensamento,
porta
nto,
uma
abstraç
ão,
in
serindo
n
ele
os
objetos
e
estabe
lecendo
rela
ções.
U
ma
form
a
de
auxiliar
a
crian
ça
a
con
struir
seu
conhecim
ento
sobre
os
múltip
los
e
cons
equentemen
te
compr
eender
melhor
como
é
a
organ
izaç
ão
da
tabuad
a, p
ode
ser faci
lmen
te de
monst
rada me
dian
te a
construçã
o
de uma tab
uada c
om copinhos e pa
zinha
s.
130
Por
meio desse
exemplo,
a
crian
ça
conseguirá
“visual
iz
ar”
a
relação
dos
múltipl
os
por
meio
da
relação
ent
re
o
número
de
copinhos
e
pazin
has
utilizada
s
p
ara
associ
ar
a
quantidade
de
paz
inhas,
c
om
o
valo
r
asso
ciado
à
tabuada.
Ne
sse
contexto
a
crian
ça
n
ão
é
obrigada
a
“d
eco
rar”
a
tabuad
a,
ela
conseguirá
construi
r
fo
rmas
de
aç
ão
para
chegar
ao
re
sultado
esperado
por
meio
da
situaç
ão
de
aprendiza
gem
prop
osta
pelo
docente.
Com
bas
e
nesse
ex
emplo,
podemos
compreen
der
a
importânc
ia
de
uma
metodologia
ativ
a
em
que
realmente
a
crian
ça
possa
const
ruir
su
as
estruturas
operatórias
de
inteligência,
de
ac
or
do
com
Pia
get
(2017).
Essas
estruturas
lógico
-
matemá
ticas
não
são
conscientes,
são
estrut
uras
de
ações
e
de
operações
que
dirigem
o
raciocínio
da
crian
ça,
mas
que
não
constitu
em
objeto
de
efetiva
reflexã
o,
ou
seja,
a
cri
ança
p
ara
compreender
a
tabuad
a
precisa
ter
se
apropri
ado
das
estruturas
de
seri
ação,
classi
ficação
e
co
nser
vação
que
n
ão
s
ão
e
nsin
adas
por
via
direta,
e
que
a
crian
ça
n
ão
tem
consciência
sobre
a
exi
stência
del
as.
Nesse
senti
do,
o
ens
ino
remoto
tirou
a
oportunidade
da
cri
ança
de
ter
momentos
em
que
pude
sse
con
struir
suas
e
struturas
lógico
-
matemática
s
de
ra
cio
cín
io
e
h
o
je
a
dificuldade
que
muitos
podem
aprese
ntar
em
sala
de
aula,
não
se
trata
somente
de
falta
de
pré
-
requisit
o
s
ou
simplesm
ente
de
c
onteúdo,
pode
e
star
ocorr
endo
uma
dificuldade
p
ara
a
co
nstrução
dos
novos
c
onhecim
entos
lógico
-
ma
temáticos
por
falta
de
estruturas
cognitivas
q
ue
possam
auxiliar
nessa
compreensão
e
na
construção
desse
conheci
mento
trabalhado
hoje
no
ensi
no
presencial.
Nesse
aspecto,
com
o
re
torno
gradati
vo
das
au
las
presenciais
co
m
um
forma
to
híbrid
o,
u
nind
o
elementos
do
pres
encial
e
online
,
é
um
desaf
io
que
devemos
e
star
atentos.
De
ac
ordo
com
Junquei
ra
(2020),
há
um
grand
e
desco
nhecim
ento
so
br
e
essa
pedagogia
do
mo
de
lo
híbrido,
apesar
da
cren
ça
em
q
ue
po
ssa
trazer
grandes
benefícios
p
ara
o
p
roce
sso
de
ensino
131
e
aprendiza
gem.
Foram
pu
blicados
algu
ns
est
udos
científicos
sobre
o
ens
ino
h
íb
rido
que
revelaram
a
n
ece
ssidade
de
um
ap
rofu
ndame
nto
nas
pesquisa
s
a
respeito
desse
tema.
De
acord
o
com
Junqueira
(2020,
p.
38),
O
estudo
conclui
u
que
o
modelo
h
íbrido
pr
oduz
um
desempenho
acadê
mico
d
o(a)
aluno(a)
superior
do
mod
elo
presenc
ial
ou
do
online
.
Mas
os
autores
alertaram
para
o
fato
de
que
evidências
s
obr
e
qua
is
métod
os
específ
icos
de
mes
cla
afetam
positiva
mente
o
desempenho
acadê
mico
eram
frá
geis.
(...)
Po
ntos
a
serem
melh
or
compree
ndid
o
no
model
o
híbr
ido,
segundo
o
documen
to,
se
r
eferem
às
inter
ações
entre
alunos
e
con
teúdo
s
e
ao
papel
do(
a)
professor(a),
bem
como
os
tipos
de
tec
nolog
ias
digi
tais
mais
ade
quad
os
pa
ra
orien
tar
escolhas
com
f
ins
pedagóg
icos.
Como
vis
to,
a
sociedade
deve
p
romover
um
gran
de
de
ba
te
e
reflexão
sobre
o
papel
social
da
escola
e o
que
deve
ser
feito
par
a
melhorar
proce
sso
educati
vo,
vi
sando
t
ransfo
rmar
a
escola
em
um
e
spaço
de
form
ação
in
tegral
neste
séc
ulo
XXI
,
em
que
os
curr
ículos
ganhe
m
novos
significad
os
vis
ando
a
fo
rmação
cidadã
de
todos
os
participantes
da
comunidade
escola
r.
Lembran
do
que
a
educação
de
ve
ser
con
siderada
um
bem
púb
lico
que
ajude
a
socie
dade
a
se
trans
for
mar
num
espaço
de
igual
dade
de
oportunidades
,
por
m
eio
de
ações
que
ajude
m
na
promoção
da
justiça
soc
ial
em
n
osso
país.
132
4.
O
pr
ocesso
de
ens
ino
e
aprendizage
m
num
a
pe
rspe
ct
iva
da
T
eoria
His
tórico
-
Cult
ural
Durante
est
e
perí
odo
de
pande
mia,
ficou
nítida
a
importância
da
ativida
de
escolar,
da
convivência
entr
e
os
pares
no
ambiente
esc
olar
e
o
quanto
a
ausência
d
essas
vivências
impacta
ram
a
vida
dos
estudant
es.
Segund
o
Vygotsky
(1984),
o
homem
é
dotado
de
funções
psicológica
s
superiore
s,
que
constituem
o
func
ionamento
psíquico
humano,
o
que
acaba
por
diferenciá-
lo
dos
a
nimais,
pois
são
cap
azes
de
fazer
um
planejamento,
tem
memória
voluntária,
imaginação
,
ent
re
outras
habilidades
.
Estes
processo
s
inatos
originam
-
se
das
relações
ent
re
indivídu
os,
ou
seja,
o
homem
não
se
esta
belece
so
zinho,
ele
necessi
ta
de
um
co
nvívio
em
sociedade
para
estabelecer
relaç
ões
e,
consequente
mente,
ampliar
suas
estruturas
mentais
e
com
po
rtame
ntais
e
assim,
poder
se
desen
volver.
Em
síntese
o
home
m
não
viv
e
somen
te
no
m
undo
da
s
impressões
imedia
tas
(como
os
anima
is)
,
mas
também
no
universo
d
os
conce
itos
abstrat
os,
já
que
‘
dispõe,
não
só
de
um
con
heci
mento
sensorial,
mas
també
m
de
um
conhe
cimen
t
o
racional,
possui
a
capacidad
e
de
penetrar
mais
pr
ofun
dame
nte
na
essência
das
cois
as
do
q
ue
lhe
permitem
os
órgã
os
dos
sentidos;
quer
dizer
que,
com
a
passagem
do
mund
o
a
nimal
à
his
tória
huma
n
a,
dá
-
se
um
en
orme
salto
no
processo
de
con
he
cimen
to
desde
o
sens
oria
l
até
o
racio
nal
’
(LURIA,
1986,
p.
12
apud
REGO,
2014,
p.
47
).
A
Teoria
Histórico
-
Cultural
a
se
r
de
stacad
a
aqui,
adv
ém
dos
trabalh
os
elaborados
por
vári
o
s
e
studio
sos:
133
A
teor
ia
histór
ico
-
c
ultural
da
ati
vidade
desenvolveu
-
se
n
os
trabalhos
de
LURIA,
RUBINS
TEIN
e
LEO
NTI
EV,
con
tin
uada
dep
ois
por
GALP
ERIN
e
DAVYDOV,
entr
e
outros,
e
adm
ite
-
se,
em
geral,
que
surg
e
com
o
um
desdobra
mento
da
conce
pçã
o
histór
ico
-
cultural.
Ela
expressa
a
teor
ia
psicológ
ica
da
atividad
e
formul
ada
por
L
EON
TIEV
e
desenvolvida
p
or
seus
seguidores.
No
c
erne
dessa
teoria,
está
presente
a
concepçã
o
mar
xista
da
natureza
his
tóric
o
-
socia
l
do
ser
hum
ano
.
A
ativida
de
representa
a
ação
huma
na
que
media
tiza
a
relação
entre
o
homem,
s
ujei
to
da
ativid
ade,
e
os
objetos
da
realidade,
dando
a
config
uraçã
o
da
naturez
a
huma
na
.
Entr
etan
to,
o
desenvolvimento
da
ativida
de
psíquica
,
ist
o
é,
dos
processos
psic
ológi
cos
superiores,
tem
sua
origem
nas
relaçõ
es
sociais
que
o
ind
ivíd
uo
estabelece
com
o
mund
o
exterior,
ou
seja,
com
seu
c
ontex
to
s
ocial
e
cultural
.
(LIBÂNEO,
2004,
p.
116)
.
Salientam
os
que
Vygotsky
(1984)
de
staca
a
importâ
ncia
de
uma
perspectiva
só
cio
-
históric
a,
na
q
ual
o
desenvolvimen
to
infantil
e
stá
diretame
nte
ligado
ao
pape
l
da
i
nte
ração
social
no
desenvolv
imento
do
ser
humano
e
como
o
processo
de
desenv
olvim
ento
é
socia
lmente
consti
tuído.
Re
go
(2014,
p.
70-74),
fal
a
de
uma
dimensão
so
c
i
al
q
ue
fornec
e
instrume
ntos
e
símbolo
s
impregnados
de
sig
nificad
o
cultural,
e
que
servem
para
mediar
a
relação
do
indivídu
o
com
o
mundo
,
e,
por
conse
guinte,
acabam
por
fornecer,
também,
seus
mecanis
mos
psicológ
icos
e
form
as
de
agir
ne
ste
mundo
,
to
rn
an
do
assim,
o
aprendiza
do
um
aspecto
n
ecessário
e
fundam
en
tal
no
processo
de
desenvolvime
nto
das
funções
psicológica
s
superio
res.
A
pandemia
comp
ro
meteu
as
possibilidades
de
re
lações
hu
manas,
limitando
-
as
ao
s
espaços
tecnoló
gicos
a
partir
do
uso
de
equipamentos
134
específic
os,
ou
at
é
me
smo
impossibilita
ndo
em
definitivo
est
as
relaçõ
es,
para
aqueles
que
infelizme
nte
não
po
ssuíam
tais
ferrame
ntas.
Isso
ficou
e
vid
ente
na
modalidade
de
en
sino
remoto,
como
cit
ado
no
início
dest
e
artigo,
pois,
em
pe
squisa
s
feitas
durante
o
an
o
de
2020,
pais
e
estuda
ntes
relataram
vários
probl
emas
e
dificul
dades
em
suas
busca
s
pela
aprendizag
e
m:
falta
de
acesso
à
internet
,
falta
de
equipa
mentos
como
computador,
celular
ou
tablets
,
sobrec
arga
de
conteúdos,
vuln
erabil
idade
social
13
,
problemas
emocionais
oriundos
da
p
erda
de
familiares
e
amigos
para
a
Covid
-19,
entre
outro
s
fatores
.
Algun
s
estuda
ntes
relataram
saudade
da
rotina,
que
estava
sendo
muito
mais
difícil
comp
reender
os
co
nteúdos
so
zinho
s,
ou
que
em
casa,
a
família
n
ão
explicav
a
como
os
profess
ores,
ou
ai
nda
que
em
casa
n
ão
tinham
condições
de
estab
elecer
alguma
tro
ca
ent
re
se
us
colegas
de
classe
que
os
ajudas
sem
na
melhoria
de
suas
compreensões
,
contudo,
se
em
c
asa
estes
ind
ivíduos
t
ivessem
a
estrutura
material
necessária
para
o
desenvolv
imento
de
seus
proc
essos
de
a
prendizage
m.
Algumas
cidades
e
estados,
to
maram
a
iniciativa
de
imprim
ir
o
material
das
aul
as
para
que
os
estudantes
não
f
icassem
sem
ter
acesso
ao
s
conteúd
os,
algum
as
inclusive,
distribu
íram
chips
para
aparel
ho
celular
com
pacote
de
dados,
para
que
os
estu
dantes
tivesse
m
como
acessar
à
interne
t
e
acomp
anh
ar
o
máximo
possível
as
au
las.
Por
ém,
essas
ações
n
ão
foram
13
“
Vul
ner
abil
id
ade s
oci
al é o
conce
it
o qu
e car
acte
ri
za a c
ond
ição
dos
gru
pos
de
indivíduos que estão à margem da sociedade, ou seja, pessoas ou famílias que estão em
process
o de exclusã
o social, pri
ncipalme
nte p
or fatore
s s
ocioec
onômicos.
[…] As
pess
oas
qu
e são cons
ideradas
“vulneráv
eis socia
is” são aque
las qu
e estão
perdend
o sua
representatividade na sociedade, e geralmente dependem de auxílio
s de terceiros para
gara
ntir
em
a sua s
obre
vivê
nc
ia”
.
“O
t
erm
o vul
ner
abil
id
ade
soc
ial r
efer
e
-
se à
sit
uaç
ão
socioe
conômica de g
r
upos de pessoa
s com poucos recursos
financ
eiros, de mor
adia,
educa
ção e
aces
so a opor
tu
nid
ades par
a se
u dese
nv
olvim
ent
o en
quant
o cid
adão
”.
Disponível em: h
ttps://www.politize.com.br/vuln
erabilid
ade
-
social/. Acesso em: 20 out. 2021.
135
suficientes
para
evitar
os
problemas
de
a
pren
diz
agem
que
e
sses
estudantes
teriam
nesse
período.
Com
o
retorno
gradati
vo
desses
estudantes
em
2021,
os
professores
prec
isaram
iniciar
seus
trab
alho
s
com
muita
cau
tel
a,
de
senvo
lv
endo
estratégia
s
vari
adas
para
conseguirem
uma
caminhada
menos
tortuo
sa,
pois
a
defasa
gem
é
muito
gr
ande.
Avaliaç
ões
diagnó
sticas
apenas
ressal
tam
aquilo
que
foi
se
n
do
previsto
no
decorr
er
de
ste
período,
revisões
e
reto
madas
de
conteúdos
são
frequentes
nas
s
alas
de
au
las,
para
conseguir
avançar
um
pouco
no
an
o
vigente
.
Fi
g
u
ra
6
- O
Imp
a
cto
da
Pand
em
ia
na
Apr
endiza
gem
nos
Ano
s
Inicia
is
Font
e:
G1
P
or
t
al
de
Notíc
ias
14
.
14
Disponível em:
https://g1.globo.com/sp/mogi
-
das
-
cruze
s
-
suza
no/noticia/
20
21/05/1
1/alunos
-
dos
-
anos
-
i
niciais
-
sao
-
os
-
q
ue
-
mais
-
r
egridem
-
na
-
aprendizage
m
-
com
-a-
p
andemia
-
no
-
e
stado
-
de
-
sp
-
aponta-
estudo.
ghtm
l.
Ace
sso em:
20 out
. 2021
.
136
Em
se
t
ratan
do
de
defasagens
e
potencial
idades,
n
ão
podemos
ignora
r
que
mesm
o
sen
do
pouco,
estes
estud
antes
trazem
em
suas
bagagens
algum
conhec
imento
e
por
conseguin
te,
um
nível
de
desenvolvi
mento.
Vygotsk
y
(1984)
id
en
tific
ou
dois
níveis
de
des
envol
vimento:
um
r
eferente
às
conquistas
já
e
fet
ivadas,
que
ele
chama
de
n
ível
de
desenvolv
imento
real
ou
efet
ivo;
e,
o
outr
o,
o
nív
el
de
desenvolvim
ent
o
potencia
l,
que
se
relaciona
às
capacidade
s
em
vias
de
serem
construí
das.
O
nível
de
desenvolvime
nto
re
al
cond
iz
co
m
as
conquis
tas
que
já
estão
consolid
adas
na
criança,
ou
seja,
coisas
que
ela
já
aprendeu
e
d
omi
na
e
que
n
ão
precisa
mais
da
ajud
a
de
um
profess
or
ou
uma
pessoa
ma
is
v
elh
a
para
lidar
com
aquilo.
O
n
ível
de
desenv
olvim
ento
potenc
ial
também
con
diz
com
àquilo
que
a
cri
an
ça
é
capaz
de
faze
r,
só
que
mediante
a
ajuda
de
adultos
ou
crian
ças
ma
is
experientes,
assim
a
cri
ança
realiza
tare
fas
e
soluciona
problemas
po
r
meio
do
diálogo,
da
colaboração
,
da
imita
ção
e
da
experiência
compartilh
ada.
Por
meio
do
apren
dizado
é
gerada
a
zona
de
desenvolv
imento
proxima
l
,
estand
o
em
i
nteraç
ão
com
outros
indivíduos,
a
cri
ança
é
capaz
de
colocar
em
mo
vim
ento
vário
s
processos
de
desenvolv
imento
que,
sem
a
ajuda
exte
rna,
seri
am
impossív
eis
de
o
correr.
É
por
i
sso
q
ue
Vygotsky
afirma
q
ue:
“[...]
aquilo
q
ue
é
a
zona
de
desenvolv
imento
proximal
hoje
se
rá
o
n
ível
de
desenvolv
imento
rea
l
amanh
ã
–
ou
seja,
aquilo
q
ue
uma
cr
iança
pode
fazer
com
assistênci
a
h
oje,
será
capaz
de
faze
r
sozinha
amanhã”
(V
YGOT
SKY,
1984,
p.
98).
Com
base
em
aponta
ment
os
de
R
ego
(2014,
p.
74)
um
plano
de
reparo
e
ducaci
onal
para
os
estudantes
do
s
An
os
Iniciais,
poderia
se
emb
asar
no
conceito
de
zona
de
desenvolvim
ento
proximal,
porque
ela
permite
a
compre
ensão
da
dinâmic
a
inter
na
do
desenvolv
imento
individual.
Media
nte
a
con
side
ração
da
zona
de
desenvolv
iment
o
proximal,
é
po
ssível
ve
rificar,
não
soment
e
os
ciclos
já
comple
tados,
c
om
o,
137
também,
os
que
estão
em
via
de
form
ação,
o
q
ue
pe
rmite
o
delinea
ment
o
da
competência
da
crian
ça
e
de
suas
futuras
conquistas,
a
ssim
como,
a
elabo
ração
de
estratég
ias
peda
gógica
s
que
auxiliem
n
esse
processo.
Possivelme
nte,
a
principa
l
divergência
teó
rica
entre
a
Epistemo
logia
Genética
e
a
Teoria
Histórico
-
Cultural
seja
a
que
se
refe
re
às
relações
e
nt
re
desenvolvime
n
to
e
aprend
izagem.
En
quanto
para
a
primeira,
é
o
desenvolvi
mento
que
orienta
a
aprendizagem,
colocando
luzes
na
questão
biológica
,
para
a
segunda,
sem
desconsider
ar
o
papel
do
componente
biol
ógic
o,
é
à
medida
que
ap
rend
e
q
ue
o
sujei
to
se
desenvo
lve.
Parece
um
problema
menor
essa
divergênc
ia,
mas
não
é,
no
caso
em
discussão
n
esse
texto.
Vejamos
por
q
ual
r
azão.
Em
est
udo
no
qu
al
relaciona
a
apr
endizage
m
desenvolvimenta
l
e
a
própr
ia
atividad
e
de
estudo,
Re
pkin
(2019)
estabelece
que
as
poss
ibilidades
de
a
prendizagem
e
suas
especific
idades
p
odem
variar
conforme
as
peculiaridades
do
desenvolv
imento,
as
qua
is
para
o
autor
adquirem
critério
de
r
ele
vânci
a,
ao
adotar
mos
como
eleme
n
to
distintiv
o,
a
perspectiv
a
de
acessibilid
ade
ao
conhecim
ento:
Podem
os
considerar
quaisquer
exigências
sobr
e
o
processo
de
apre
ndizage
m,
mas
a
prime
ira
pergun
ta
que
ap
arece
no
processo
de
s
ua
organi
zação
é
a
s
ua
acessibilidade.
Se
algo
não
é
a
cessível
às
crianças
,
todos
os
outros
cr
itér
ios
co
mo
cie
ntif
icida
de,
sequência
l
ógica
e
histori
cida
de
perde
m
seu
sen
tido.
O
critério
de
acessibi
lidad
e
determina
o
con
teú
do
e
os
méto
dos,
de
tal
modo
que
rea
liza
ndo
as
parti
cularid
ades
do
desenvolvimento,
alteramo
s
as
con
diç
ões
e
as
possib
ilida
des
(critério
de
acessibilid
ade)
para
o
us
o
de
dif
erentes
métod
os
de
a
pren
dizage
m
e
de
realização
da
s
particulari
da
des
de
138
assim
ilação
dos
conh
ecime
nt
os,
das
habilid
ades
e
dos
há
bitos
(REPKIN,
2019,
p.
370).
Como
e
studar
em
atividade
remota
as
cri
anças
sem
o
ins
trumental
tecnológico
mínimo
necessá
rio?
Cri
anças
pequenas,
sozinhas
em
c
asa,
ou
com
os
avó
s
de
conheciment
os
científicos
p
arcos
,
enquanto
os
pais
trabalh
am?
Em
qualquer
dessas
situaçõe
s,
postas
para
milhões
de
cri
anças
das
camad
as
populares
no
Brasil,
nem
a
impressã
o
dos
textos
ou
apostila
s,
distribu
ídas
nos
portões
das
escolas
por
abnegados
profess
ores,
pon
do
em
risco
a
própria
saúde,
pode
resolver
o
proble
ma:
ainda
faltaria
o
tal
parce
iro
mais
exper
iente
no
mais
rigor
oso
sentid
o
vigotskian
o.
Diante
d
essa
situ
ação
tão
delicada
pela
q
ual
estamos
p
assando
,
conseguir
íamos
aj
udar
estes
estud
antes
se
houvesse
um
enga
jament
o
de
toda
a
sociedade
política
e
educac
ion
al,
para
que
pudéssemos
identificar
as
maiores
necessida
des
de
st
es
estudan
tes,
e
assim
el
aborar
estratégias,
c
omo
por
exempl
o
aulas
de
reforço
para
os
estudos
de
Matemátic
a
e
Lín
gua
Portugue
sa,
por
ex
emplo,
p
ara
que
estes
jovens
tivessem
a
pos
sibilida
de
de
receber
um
apoio
e
assim,
alme
jar
um
rep
aro
pelos
dan
os
so
frido
s.
Parece
-
nos
in
arredável,
portanto:
minimizar
a
desigualdade
e
nt
re
os
estudan
tes,
já
aviltante
antes
da
pan
demia,
impõe
o
esforço
de
reposiçã
o
de
c
arga
horária
e
do
respectivo
conteúdo
programá
tico,
acresc
ent
ando
-
se,
presencial
me
nte,
ao
s
pro
gramas
de
ensino
ao
menos
um
perce
ntual
significat
ivo
do
períod
o
letivo
perdido.
O
que
n
ão
significa
invalidar
os
esforç
os
desenvolv
idos
p
ara
as
ativida
des
de
e
nsino
remoto,
a
se
reconhec
er,
ao
menos
no
sentido
de
cuidar
das
crian
ças
enqua
nto
os
pais
trabalh
avam,
m
as
considera
r
o
se
u
tên
ue
alcan
ce
didático
-
peda
góg
ico.
139
E
q
ue,
a
ri
gor,
a
distância,
não
se
f
az
educação
,
mas
ens
ino,
e
en
sino
de
qualidade
a
bsoluta
mente
disc
utível.
5
C
onc
lus
õe
s
Rever
currículo,
aume
ntar
o
tempo
de
est
udos,
trazer
os
conteúdos
para
a
re
alid
ade
dos
est
udant
es,
reve
r
as
metodologi
as
e
prá
ticas
de
ensi
no
e
m
udar
o
sistema
de
avaliação
,
são
aç
ões
mínimas
que
todo
o
sistema
educac
ion
al
d
everia
estar
discutindo
e
alt
ern
ando
nesse
momento
retorno
das
atividades
presenciais.
A
pandemia
proporci
on
ou
ao
sistema
educati
vo
b
rasileiro
um
a
oportunida
de
de
re
ver
se
us
objetivos
e
reinve
ntar
seus
process
os
para
que
a
educação
se
to
rne
al
go
mais
próximo
da
reali
dade
dos
est
udante
s.
Algo
deve
ser
feito,
para
co
rrigir
essas
lacun
as
e
melhora
r
o
processo
daqui
para
frent
e,
mas
inf
elizmente
o
que
es
tamos
v
en
do
ho
je
é
que
a
maioria
d
as
escolas
vo
ltar
am
às
aulas
presenciais
como
se
n
ada
ti
vesse
aconteci
do,
como
se
fosse
o
retorno
das
férias
.
Isso
nos
entristece
e
nos
leva
a
concluir
que
ne
m
a
sociedade
e,
tampou
co,
os
representantes
políticos
,
fizeram
uma
refle
xão
so
b
re
os
cuidados,
a
importância
e
o
respeito
q
ue
se
deve
ter
para
com o
espaço
escola
r
e
para
com
os
pr
ofessores
e
pesso
as
que
con
duz
em
a
Educaç
ão.
Isso
trará
problemas
para
o
ambiente
escolar
e
a
indisciplina
será
talvez
o
problema
que
todo
s
poderão
ver,
mas
isso
é
f
ruto
da
falta
de
inte
resse
que
e
stará
atre
lad
a
à
falta
de
compr
eensão
dos
ass
unt
os
abo
rdado
s
em
sal
a.
Os
dias
est
ão
passan
do
e
nada
est
á
se
ndo
feito,
a
esc
ola
que
já
enfrent
ava
ant
es
da
pandem
ia
muitos
p
rob
lemas
,
tem
agora
se
us
problemas
po
tencializados
.
140
A
reg
istrar,
aind
a,
que
de
fato
as
carê
nci
as
do
s
estuda
ntes
for
am
ampliada
s
com
a
pandemia
COVID
-19,
mas
também
co
m
a
falta
de
empatia
e
acolhimen
to
social,
regados
com
boa
dose
de
negacionism
o
e
obscur
antismo,
a
ampliar
significat
ivamente
o
sofrimento
das
p
essoas,
estendend
o
o
período
de
afastam
en
to
social,
alé
m
da
inse
nsatez
de
um
a
política
econ
ômi
ca
a
inc
rementar
os
mecanismos
de
conc
ent
ração
de
rend
a,
o
correndo
brut
al
re
dução
da
ativ
idade
econômica
em
geral,
mas
aind
a
assim
com
excesso
de
arre
cada
ção
de
impostos
pelo
Est
ado
em
função
da
alta
absurda
de
preços,
face
à
perversida
de
do
desemprego,
de
salário
s
congelad
os
ou
reduzi
dos,
conjuminan
do
o
que
os
economis
tas
denominam
de
e
stag
flação,
ou
seja,
economi
a
estag
nada
com
i
nflação
demas
iadame
nte
al
ta.
Fi
g
u
ra
7
-
Projeç
ões
da
econom
ia
brasi
leira
em
2022
Font
e:
G1
P
or
t
al
de
Notíc
ias
15
.
15
Disponível em: https://
g1.globo.com/econo
mia/noticia/2022/01/01/economia
-
em
-
2022
-
brasil
-
deve
-ter-
m
ais
-
um
-
ano
-
pe
rdido
-e-
f
lert
ar
-
com
-
recessao.ghtml. Ace
sso em: 19 jan. 2022
.
141
A
conclusão
que
podemos
chegar
é
que
se
nada
for
fe
ito
de
mane
ira
efetiva,
os
problema
s
no
amb
iente
escolar
aumentarão
e
também
estar
emos
conde
nando
o
futuro
de
nosso
país,
pois
os
maiores
prejudicados
em
todo
este
períod
o,
fo
ram
as
c
rianças,
os
adolescentes
e
jovens
que
não
t
erão
o
conhecim
ento,
habili
dades
e
atitudes
suficientes
para
resolver
problemas
que
en
frent
arão
no
seu
cotidiano
no
presente
e
no
futuro.
Por
fim,
al
go
a
se
lemb
rar
positivament
e
na
tragédia
humana
vivenci
ada
foi,
mais
uma
vez,
a
ciência
da
ndo
resposta
rápida
e
consist
ente
para
o
c
aos
da
pandemia
COVID
-19.
A
atuação
d
as
un
iversidade
s,
do
s
institutos
de
pesquisa,
enfim,
dos
cent
ros
de
excelência
acadê
mic
a,
foi
impecável,
respon
dend
o
à
altura,
com
vacin
as,
ao
s
ataques
in
justos
ao
seu
funciona
mento,
ao
s
co
rtes
de
verbas
e
de
bol
sas
de
estudo,
cumprindo
a
con
ten
to
o
seu
pa
pel
pol
ítico
-
científico
e
de
gr
an
de
pertinência
social.
Referênc
ias
BARDI
N,
L
.
Análise
de
conteúdo
.
Li
sboa:
Ed
içõe
s
70, 1977.
BRASI
L.
Ministério
da
Educação.
Lei
de
Diretrizes
e
bas
es
da
educaç
ão
nacio
nal
nº
9.394
,
de
20
de
dezembro
de
1996.
Presidência
da
República,
Casa
Civil.
Subchefia
para
assun
tos
jur
ídi
cos.
Governo
Federal,
1996.
1
EM
CADA
3
ALUNO
S
tem
problemas
na
con
ex
ão
à
internet
ao
tenta
r
ver
aulas
on
-
line,
di
z
U
ni
ce
f.
G1
Portal
de
Notícias
, 2021.
Disponív
el
em
:
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2021/06/30/1-
em
-
cada
-3-
alu
nos
-
tem
-
problema
s
-
na
-
con
e
xao
-a-
internet
-
ao
-
tentar
-
acom
panh
ar
-
aulas
-
on
-
line
-
diz
-unicef.ghtm.
Acesso
em:
30
set.
2021.
142
JUNQUEI
RA,
Eduardo
S.
A
EaD,
os
desaf
ios
da
educaç
ão
híbrida
e o
futuro
da
ed
ucação.
Tecnologias
digita
is
e
escola
:
reflexões
no
proje
to
aula
abe
rta
dur
ant
e
a
pandemia.
In
:
RI
BEIRO,
Ana
Eli
sa;
VECCHIO,
Pollyana
de
Matos
Moura
(o
rg.).
Tecnol
ogias
digitais
e
escola
[recurso
eletrônic
o]
:
reflexões
no
projeto
aula
abert
a
durante
a
pandemia.
São
Paulo
:
Parábo
la,
2020.
LIBÂNEO,
José
Carlos.
A
apr
endizagem
escolar
e
a
formaç
ão
de
profess
ores
na
perspectiv
a
da
ps
icologia
his
tórico
-
cultural
e
da
teoria
da
ativida
de.
Educ
ar
em
Revista
,
Curitiba
-
PR,
v.
20,
n.
24,
p.
113-147,
2004.
MANIFESTO
CONTRA
A
R
EGULAMENTAÇ
ÃO
da
e
ducação
domicilia
r
e
em
defes
a
do
Investim
ento
nas
escolas
pú
blicas
.
Conec
tas
Direitos
Humanos
, 21
maio
2021.
NÚME
ROS
DO
CORONAV
ÍRU
S.
E
ntenda
o
av
anço
da
Covid
-19
no
Brasil
e
no
mundo.
Gazeta
do
Povo
.
Disponível
em:
https://es
peciais
.gazetado
p
ovo.com.
br/coronavirus/
numeros/
.
Ac
esso
em:
30
set.
2021.
OSATO,
Tiemi.
Acesso
à
inter
net
fo
i
m
aior
dificuldade
de
alunos
da
rede
pública
em
2020
.
Galile
u
, 12
mar.
2021.
PIAGET
,
Jean.
Psicologia
e
Pedago
gia,
a
respo
sta
do
gr
ande
psicólogo
aos
problema
s
de
ensino.
10.
e
d.
Rio
de
Janeiro:
Editora
Forense
Univer
sitária
,
2017.
143
PIAGET
,
Jean.
Seis
Est
udos
de
Psicologi
a.
3.
ed.
Rio
de
Janeiro
:
Forens
e
,
1969.
REPKIN
,
Vladm
ir
Vladimir
ovich
.
Apr
endizagem
des
envolvimenta
l
e
ativida
de
de
estud
o.
In:
PUENTES,
Roberto
Vald
és;
CARDOSO,
Cecília
Ga
rcia
Coel
ho;
AMO
RIM,
P
aula
Alve
s
Prudente
(org.
).
Teor
ia
da
Ativ
idade
de
Estud
o:
contribuiçõ
es
de
Dani
il.
Baris
ovich
Elko
nin,
Vladimir
V
ladimir
ovich
Davidov
e
Vladimir
Vladimir
ovich
Repk
in
.
Livro
I.
Coedição.
Curitiba:
CRV
;
Uberl
ândi
a:
EDUFU,
2019.
p.
365-
406.
REGO,
Ter
esa
Cris
tina.
Vy
gotsky:
um
a
perspect
iva
históric
o
-
c
ultural
da
educaç
ão
.
25.
ed.
Petrópolis,
RJ:
Vozes,
2014.
RODRIG
UES,
J
anain
a;
COSTA,
Mateus;
MOREIRA,
Paula.
Alunos
dos
anos
iniciais
são
os
que
mais
regridem
na
aprendiza
gem
com
a
pandemia,
no
estado
de
SP,
aponta
est
ud
o
.
G1
Por
tal
de
Notícias
, 2021.
Disponível
em:
https://
g1.globo.com/
sp/mogi
-
das
-
cruzes
-
suzano/no
ticia/2021
/05/11/alunos
-
dos
-
anos
-
iniciais
-
sao
-
os
-
que
-
mais
-
regridem
-
na
-
aprendizage
m
-com-a-
pandemia
-
no
-e
stad
o
-
de
-
sp
-
aponta
-
estudo.g
html
.
Acesso
em:
20
out.
2021.
G1
Portal
de
Notícias
, 2022.
Disponível
em:
ht
tps:/
/g1.glob
o.com/eco
nomia/noticia
/2022/01/0
1/economia
-
em
-
2022-
brasil
-
deve
-
ter
-
mais
-
um
-
ano
-
perdido
-e-
flertar
-
co
m-
recessa
o.ghtml.
Acesso
em:
13
jan
.
2022.
SECR
ETARIA
DA
EDUCA
ÇÃO
DO ESTADO DE
SÃO
PAULO.
Impacto
da
Pan
demia
na
E
duc
ação,
Aval
iação
Amostral
da
Aprendiza
gem
dos
Estu
dantes.
Secret
aria
da
Educaç
ão
do
Es
tado
de
São
Pau
lo,
2021.
144
SEIS
MOTIVOS
pel
os
quais
se
us
aluno
s
não
abrem
as
câmer
as.
Porvir.org
, 2021.
SIMULAR
E,
JOGOS
EMPRESA
RIAIS.
Sala
de
aul
a
invertida
-
Metodolog
ia
ativa
:
Educa
ção
Supe
rior,
I
novação
e
Tecn
olo
gia
na
Educação
,
jogos
de
empresas,
12
ab
r.
2021.
Disponível
em:
https://s
imulare.co
m.br/blog/sala
-
de
-
aula
-
invertida/.
Acesso
em:
15
mar.
2022.
UNDIM
E.
Maioria
das
escolas
mu
nicipais
está
adotand
o
estratégia
s
comb
inad
as,
com
aul
as
remotas
e
pres
enciais,
revela
pesquisa
da
Undime
com
apo
io
do
UNICE
F
e
Itaú
Social.
Dispo
nível
em:
http://und
ime.org.b
r/noti
cia/07
-12-2021-12-41-
maioria
-
das
-
escol
as
-
municipais
-
esta
-
adota
ndo
-
estrategia
s
-
combin
adas
-com-
aul
as
-
remotas
-e-
presenciais
-
revela
-
pesquisa
-
da
-
undime
-
com
-
ap
oio
-
do
-
un
icef
-e-
itau
-
social#:~:text=12%2F2021%20Undime-
,Maioria%20das%20escola
s%20mun
ici
pais%20
est%C
3%A1%20
adot
an
do%20estrat%C3%A9gias%20combinadas%2C%20com%20aulas,do%
20UNICEF%20e%20Ita%C3%BA%20Social&text=Bras%C3%ADlia
%2C%207%20de%20dezembro%20de,ensino%20reabriu%20para%20
aulas%20p
rese
nciai
s.
Aces
so
em
15
m
ar
2022.
VULNER
ABILIDAD
E
SOCI
AL:
o
que
significa
e
sse
conc
eito?
.
Poli
tize
.
Disponív
el
em:
h
ttps://w
ww.politize
.com.br/vulnera
bilidade-
social/
.
Acesso
em:
20
o
ut.
2021.
VYGO
TSKY,
Lev
Sem
enovi
ch
.
A
formaç
ão
social
da
mente.
São
Paulo
:
Martins
Fontes,
1984.
145
C
a
pít
ulo
5
Ensino
re
m
ot
o
:
avanços
ou
ret
roc
essos?
Um
re
lat
o
de
experiê
ncia
nos
anos
inic
iais
do
Ens
ino
Fundam
e
nt
al
Maria
Teresa
Alvar
es
de
Paula
Man
uela
Cristina
Tórcia
Introdução
Neste
capítulo
in
titulado
“En
sin
o
remoto:
avanços
ou
retroces
sos?
Um
relato
de
e
xperi
ên
cia
n
os
anos
iniciais
do
ensino
fund
amental”,
propomos
uma
leitura
acerca
do
trabalh
o
do
cen
te
e
de
algumas
práticas
pedagó
gicas
que
permeiam
os
an
os
iniciais
do
Ensino
Funda
menta
l
potenciali
zadas
pela
resposta
à
Covid
19,
na
medida
em
que
a
pandemia
pelo
Corona
vírus
fez
emergir
ideais
ilusóri
os
de
aprendizage
m,
ora
idealizand
o
uma
tomada
de
lugar
da
escola
física
pela
esc
ola
virtual,
ora
uma
extinção
da
peda
gogi
a
em
prol
das
tecnologias
.
Na
cont
ramão
dessas
propositura
s,
buscamos
e
luci
dar
a
realidade
do
trab
alho
docente
em
um
relato
de
experiência,
enfatizand
o
o
papel
da
intenciona
lidade
e
auto
ria
do
professor
no
proc
esso
educati
vo
ao
longo
dos
anos
iniciais
do
Ensino
Fundamen
tal.
http
s://doi
.org/10.
36311
/2022.9
78
-
65
-
5954
-
308
-3
.p
1
45
-
170
146
Na
me
dida
em
que
ent
ende
mos
o
professor
como
o
m
ediador
da
natural
izaç
ão
de
novos
espa
ços
escolares,
bem
com
o
de
novas
ferram
en
tas
para
o
ensi
no
aprendizag
em,
refletir
sobre
poss
íveis
avanço
s
ou
retroces
sos
na
e
ducação
den
tro
do
cenári
o
atual
im
plica
em
convergir
o
ol
har
para
estes
sujeitos
esc
olares.
É
nesse
context
o,
porta
nto,
q
ue
este
capítulo
se
ins
ere,
t
ratan
do
-
se
de
um
estud
o
des
critivo,
do
tipo
relato
de
experiência,
almejan
do
uma
possíve
l
compr
eensão
do
E
nsino
Fundame
ntal
–
Anos
Inicia
is,
bem
como
da
prática
docente
e
seus
desafio
s,
agora
em
face
de
uma
pandemia
sanitária
no
B
rasil
iniciada
em
2020,
a
qu
al
instaurou,
repentinamente,
o
final
do
longo
séc
ulo
escola
r
inicia
do
150
an
os
ante
s,
de
aco
rdo
com
Alvim
e
Nóvoa
(2021).
A
prát
i
ca
doce
n
t
e
no
Ens
ino
Fundam
en
tal
–
anos
iniciais:
de
s
af
io
s
do
is
olam
e
nt
o
social
O
Ensino
Fun
damen
tal
passou
a
ser
assim
designado
a
partir
da
atual
Lei
de
Diretrizes
e
Base
s
da
Educaç
ão
Nacio
nal
,
Le
i
n.º
9.394/96
(BRAS
IL,
1996a),
e
juntamente
com
a
Educação
Infanti
l
e
o
Ensi
no
Médio
c
omp
õem
a
Edu
cação
B
ásica.
Até
o
ano
de
2009,
era
a
única
etapa
co
nsiderada
obrigatória
na
educaç
ão
nacio
nal,
o
que
foi
modificado
pela
Eme
nda
Constituci
onal
nº
59/2009
(BRASIL,
2009),
a
qual
a
mpliou
a
obriga
toriedad
e,
pa
rtindo
dos
04
an
os
até
os
17
anos
de
idade.
Nessa
etapa,
espera
-
se
que
o
educando
venha
a
desenv
olver
h
abili
dades
curricul
ares
co
mo
a
al
fabet
ização
e
o
letramento,
po
r
exemp
lo,
mas
p
ara
além
disso,
objetiv
a
-
se
o
desenvolv
imento
pleno
do
sujeito.
147
De
acor
do
co
m
o
Art
.
32
da
Lei
n.
9394
de
dezembro
de
1996
(BRAS
IL,
1996a),
a
etapa
do
Ensino
Fundame
ntal
deve
propor
cionar
ao
educando
ple
no
desenvol
vimento,
envolv
endo
adquiri
r
habilidades
a
fim
de
con
struir
atitudes
e
valores,
bem
com
o
re
forçar
l
aços
humanos,
caracte
rizan
do
ex
plici
tamente
a
prá
tica
docen
te
como
uma
ação
social.
Em
concordância
a
isso,
cita
-
se
Alvim
e
Nóvoa
(2021
,
p.11)
p
ara
quem
a
“pedagogi
a
é
sempr
e
uma
re
lação
humana”,
fazendo
-
se
nece
ssário
portanto
o
outro
para
nos
educarmos.
Desse
modo,
a
partir
da
última
década
do
sécul
o
XX,
evidencia
-
se
que
a
fo
rmação
d
ocente
venha
a
supe
rar
a
técn
ica
(SCHON,
2000),
valoriza
ndo
a
identidad
e
docente
pautad
a
e
f
ormad
a
em
uma
perspectiv
a
em
que
conhecimento
teórico
e
conhecime
nto
prá
tico
se
articulem
em
prol
de
uma
refle
xão
da
própria
prática
docent
e.
Valend
o
-
nos
desse
ap
arato
leg
al
e
teórico
acerca
da
con
cepção
social
da
prática
docente,
consideremos
que
em
fe
vereiro
de
2020
se
de
u
o
primeiro
caso
confi
rmado
de
Covid
-19
no
Brasil,
o
que
obrigou
a
sujeição
às
medidas
de
re
strição
de
conví
vio
soc
i
al
as
qu
ais
ain
da
se
mostram
nec
essárias
para
a
eliminaç
ão
do
vírus
causado
r
da
doença.
Me
did
as
essas
que
afetaram
todos
as
esfe
ras
da
sociedad
e,
em
es
pecial
no
que
diz
re
spe
ito
à
e
ducação
e
ao
ensi
no,
em
uma
ado
ção
em
erge
nc
ial
do
en
sin
o
rem
oto
enquant
o
modalidade
apl
icável
a
tod
as
as
etapas
escolar
es,
traduzindo
-
se
como
pos
sibilida
de
ilusória
e
excludente
de
subs
tituição
do
ambie
n
te
escolar
presencial.
Ilusó
ria,
visto
q
ue
est
e
por
si
só
se
constitui
como
ambiente
de
plura
lidade
e
convivência
coletiva
e
social,
propulsor
de
relações
e
inter
ações
socia
is
positiva
s
tanto
cognitiva
quan
to
emociona
lmente
para
o
educ
ando,
bem
c
omo
se
traduz
como
o
ambiente
em
que
os
educadores
podem
pratica
r
todo
o
conhec
imen
to
constitu
ído
durante
a
f
ormaç
ão
inicia
l
e
continuada.
Po
r
sua
vez,
exp
lica
-
se
o
termo
148
excluden
te,
ao
p
asso
em
que
a
adoç
ão
do
ensino
remoto
n
ão
se
con
figura
como
plausível
para
parte
das
famílias
brasileiras
e,
consequent
emente,
para
su
as
cri
anças
em
idade
escolar,
h
aja
visto
que
contextos
distintos
de
acesso
ou
n
ão
ao
s
equipamentos
e
tec
nologias
digitais
se
desenham
p
or
todo
o
país,
emergindo
dessa
necessi
dade
das
tecnologias
intrínseca
s
ao
ens
ino
r
emo
to
uma
faceta
excluden
te,
a
qual
corrobora
em
potencia
lizar
a
exclusão
soci
al
já
existente
em
meio
aos
alunos
oriundos
das
classe
s
sociais
mais
desfavorec
idas.
Considera
ndo
que
um
q
uarto
dos
brasileiros
n
ão
possui
acesso
à
internet
e
que
46
milhões
não
acessam
a
rede
(TOK
ARNIA,
2020),
é
relevant
e
pond
erar
acerca
de
sse
aspecto
cruel
do
ens
ino
remot
o,
o
qual
mantém,
em
ple
no
Séc
ulo
XXI,
um
a
população
às
margens
do
acesso
à
educaçã
o,
populaçã
o
essa
que
d
esde
outras
épocas
foi
privada
de
direitos
b
ásicos,
con
figuran
do
e
po
ten
ci
aliz
an
do
di
versas
desigualdades
sociais.
As
nova
s
tecn
ologia
s
e
os
fr
utos
da
revolução
tecn
ol
ógica
tendem
a
ampli
ar
o
dis
tan
ciamen
to
e
ntr
e
ricos
e
pobres.
[...]
.
Enqua
nto
um
jovem
das
cam
adas
abast
adas
da
sociedad
e
tem
acesso
ao
ciberespaço
e
a
tod
as
as
fo
ntes
de
infor
ma
ção
dispon
íveis
em
b
ilhõe
s
de
sites
espalhad
os
pelo
globo,
o
adolescente
das
camadas
pauperi
zadas
fica
priva
do
de
in
terag
ir
com
os
produt
ores
de
conte
údo,
de
obse
rvá
-
l
os,
de
ques
tion
á
-
l
os,
de
copia
r
seu
s
ar
quivos.
Pa
ra
a
pessoa
in
cluída
na
rede,
a
naveg
ação
e
stimul
a
a
criativ
idade
,
permite
realizar
pesquisas
sobr
e
inúmeros
tema
s
e
enco
ntrar
com
maior
velocidade
o
re
sul
tado
de
sua
busca.
Que
m
está
desconectado
descon
hece
o
ocea
no
informa
cion
al,
ficando
imposs
ib
ilitado
de
encontrar
u
ma
info
rmaçã
o
básica,
de
de
scobr
ir
novos
temas,
de
despertar
pa
ra
novos
inter
esses
(SILVEIRA,
2001,
p.
16
apud
SOUZA;
M
ELO;
SOUZA,
2021,
p.
6).
149
Nesse
cenário,
o
en
sino
remoto
foi
reconhecid
o
pelo
parecer
CNE/CP
n.
5,
de
28
de
abril
de
2020
(BRASI
L,
2020b)
como
possibilida
de
de
co
ntin
uida
de
ao
processo
ed
ucacion
al
no
B
rasil
e
no
mundo
,
na
medida
em
q
ue
em
abril
de
2020
noticia
va
-
se
que
1,6
bilh
ões
de
crian
ças
e
jovens
eram
afetados
pelo
fe
ch
amento
de
e
scolas,
em
191
países,
representa
ndo
90,2%
da
população
estudantil
mundial,
os
quais
enfre
ntam
co
mo
conseq
uências,
até
o
pres
ente
mo
mento,
int
errupções
e
defas
agens
no
d
esenv
olviment
o
escol
ar.
De
acord
o
com
Cipriani,
Moreira
e
C
arius
(2021,
p.
3)
Em
28
de
abril
de
2020,
o
Conselho
Nacional
de
Educa
ção
(
CNE)
aprov
ou
as
Diretrizes
par
a
orie
ntar
escolas
da
Educação
B
ásic
a
e
Instit
uições
de
Ensi
no
Superior
dur
ante
a
pa
ndemia
(
Brasil,
2020b
).
Essas
sugeriram
que
es
tados
e
mun
ícip
ios
buscassem
alternat
ivas
para
minimi
zar
a
necessidade
de
repos
ição
presencial
de
dias
le
tivos,
a
f
im
de
ma
nte
r
um
flux
o
de
ativ
ida
des
escolares
aos
estu
dantes,
enquanto
perdurasse
a
situaçã
o
de
emer
gê
ncia.
Ta
mbém,
autori
zaram
os
siste
mas
de
ensino
a
comp
utar
at
ivida
de
s
não
presenciai
s
para
cum
pri
men
to
de
carga
horá
ria
,
ele
ncando
uma
sé
rie
de
ativida
des
não
presencia
is
que
poderia
m
ser
ut
ilizadas
dura
nte
a
s
itua
çã
o
pan
dêmica
.
Vi
d
eoau
las,
plataf
ormas
vir
tuais
,
redes
sociais,
progr
amas
de
televisão
ou
rádio
e
materia
l
didático
impresso
fora
m
algu
mas
da
s
possibil
idades
sugeridas.
Na
b
usca
por
soluções
eficientes
para
evitar
o
a
umen
to
das
desigualdades,
da
evasão
e
da
repetência,
o
CN
E
recome
ndou
que
as
ativida
des
fossem
ofertad
as
desde
a
Ed
ucaçã
o
Infan
til.
Nesse
sentido,
o
Estado
de
São
Paulo
adotou
a
oferta
de
ensino
remoto
com
suporte
via
canal
televisiv
o
TV
Educaç
ão,
em
parce
ria
com o
centro
de
Mídia
s
Estadu
al,
e
nas
escolas
p
riv
adas,
o
ensino
remoto
pô
de
150
ser
oferta
do
de
acordo
com
a
pla
taforma
educacion
al
on
-
l
ine
que
se
consi
derasse
mais
assert
iva.
Assim,
o
que
se
viu
e
ain
da
pode
ser
percebi
do
nas
escola
s
e
nas
adaptaç
ões
emergenciais
s
ão
aulas
e
atividad
es
ofer
ecidas
virtualmente,
via
canal
te
levisivo
ou
plataf
ormas
on
-
line
com
con
te
údo
curricul
ar
oferecid
o
de
acordo
com a
sé
rie
e a
etapa
da
Ed
ucação
Bási
ca,
até
chega
r
ao
p
re
sente
momento,
q
uand
o
algumas
escolas
e
etapas
de
ensino
já
retornaram
qua
se
que
totalment
e
o
en
sino
presencial,
e
out
ras
aind
a
se
en
co
ntram
totalment
e
remota
s
mesmo
que
se
ja
por
opção
dos
pais
e
da
família
.
Atividad
es
ped
agógi
cas
no
Ensino
Fundamen
tal
remoto,
de
a
co
rdo
com
a
R
esol
ução
CNE/CP
Nº
2,
DE
10
DE
DEZEM
BRO
DE
2020
(BRAS
IL,
2020a),
pr
ecisam
e
star
em
consonâ
ncia
co
m
as
compet
ência
s
e
habilidades
elen
cadas
pela
Base
Nacio
nal
C
omum
Curricular
(
BRASI
L,
2017)
para
o
Ens
ino
Fundame
ntal
-
Ano
s
Inic
iais,
valorizando
a
lud
icidade
na
aprendizagem
em
um
a
arti
culação
com
as
vivê
ncias
da
educ
ação
infantil,
de
m
odo
que
o
aluno
,
progressivam
ente
assimile
novas
relaç
ões
com
o
m
un
do,
questio
nando
e
construindo
novos
conhecime
ntos,
respeitand
o
sua
infân
cia.
Com
o
ensino
rem
oto
transfiguran
do
as
casas
nas
sal
as
de
aula
dos
aluno
s,
e
o
r
elac
io
name
nto
aluno
-
profes
sor
sendo
estabelecido
por
meio
virtual,
desafios
emergira
m
por
m
eio
da
pa
ndemia
,
como
a
urg
ência,
há
tempos
an
unci
ada,
de
um
a
prática
docente
q
ue
n
ão
apen
as
segui
sse
currículos
muita
s
vezes
desconex
os
e
alheios
à
real
idade
dos
educandos,
mas
sim
exigindo
a
necessid
ade
de
se
r
paut
ada
nos
pilares
básicos
de
form
ação
da
ação
docente.
Em
meio
a
tan
tas
superações
que
se
conf
iguram
no
trab
alho
docente,
a
pandemia
projetou
um
an
sei
o
v
el
ado
de
substituiçã
o
da
151
pedago
gia
em
prol
das
tecnologia
s
(ALVIM;
NÓVOA,
2021), be
m
como
uma
tensão
ent
re
a
f
un
çã
o
soci
al
do
profess
or
carac
ter
izada
pel
as
relaç
ões
human
as,
e
os
ap
arato
s
tecnológicos
pertinentes
à
soci
edade
nes
te
século
XXI,
que
podem
se
mostrar
salv
adore
s
ilusórios
de
um
sistema
educacio
nal
considerado
já
ultrap
assad
o.
Re
lat
ando
al
gum
as
exp
eriênc
ias
No
se
nti
do
de
descrev
er
e
rel
atar
possibilidad
es
do
encontr
o
co
m
o
conhec
imento
acontecer
em
um
espaço
virtual
,
e
de
q
ue
maneira,
n
os
anos
in
iciais
do
Ensi
no
Fundamen
tal,
a
prática
docente
pod
e
ou
n
ão
proporci
onar
esse
tipo
de
concepção
de
educação
em
m
eio
à
pandemia
e
ao
isolamento
social,
apresentamos
um
rel
ato
de
experiência
sobre
trab
alho
realizado
com
uma
turma
de
3º
an
o
(anos
iniciais),
em
escola
privada
no
munício
de
Pomp
eia/SP,
o
aux
ílio
das
tecno
logias,
da
família,
os
avanço
s
e
as
dificuldades
encon
tradas
tanto
por
alunos
q
uan
to
profe
ssoras.
A
turma
era
composta
inicialmente
por
34
aluno
s.
No
decorr
er
do
ano
houve
a
transferê
ncia
de
um
al
uno
para
a
rede
pública
mu
nicipal.
Em
março
de
2020,
suspe
nder
am
-
se
as
aul
as
presenciais
em
to
do
o
Estado
de
São
Paulo
a
fim
de
garantir
a
prevenção
do
con
tágio
pelo
COVID
-19,
de
maneira
emergenc
ial
e
temporár
ia
por
meio
do
Decreto
nº
64.864
(BRASIL,
2020c).
Ante
essa
situação,
a
escola
privada
na
qual
se
inse
re
a
turma
de
3º
ano
dos
anos
iniciais
aqui
c
itada,
definiu
que
o
pro
cesso
de
en
sin
o
e
aprendizag
e
m
não
poderia
se
r
rompid
o,
uma
vez
q
ue
já
havia
se
iniciado
o
ano
letivo,
decidiu
realizar
reuniões
on
-
line
com
profes
sores
,
152
coorde
nadores
e
demais
ges
tores
a
fim
de
refletir
sobr
e
o
que
poderia
ser
feito
daqu
ele
cen
ár
io
em
dia
nte.
Durante
todo
o
mês
de
ab
ril
de
2020,
nós
professores,
produ
zimos
materiais
para
disponibili
zarmos
ao
s
alu
nos
via
Sistema
Acadêmi
co
da
própria
es
cola.
É
válid
o
salientar
que
os
con
teúd
os
escolares
são
impor
tante
s
par
a
a
apren
dizagem
das
cri
anças,
por
ém,
se
faz
n
ecessário
conh
ecê
-
las
para
além
das
disc
iplina
s
escolares,
é
preciso
analisar
e
contrib
uir,
de
forma
direta
ou
indir
eta,
com
os
a
spectos
emoc
ionais
,
soc
iais
e
motor
es,
pois
estes
infl
uencia
m
ta
mb
ém
na
apren
dizagem
dos
con
teú
dos
.
A
lém
disso,
deve
-
se
fazer
uso
de
mater
iais
peda
góg
icos
co
ncretos,
brin
quedos
,
dinâ
mica
s
par
a
que
se
torne
um
ensino
ma
is
prazeroso
(ABR
EU;
MOTA;
SILVA
,
2020,
p.
185).
Ressalta
mos
que,
por
se
tratar
de
uma
escola
privad
a,
utilizáva
mos
o
sistema
de
e
nsino
(l
ivro
didático)
Somos
Educ
ação
concomitantement
e
às
ativida
des
produzidas
por
n
ós,
denom
inadas
“Tri
lhas
de
Aprendizagem”
compostas
po
r
etap
as
e
pensadas
p
ara
serem
interativas
par
a
com
os
alunos,
como
se
estivéss
emos
di
alogan
do
co
m
eles
por
m
eio
das
atividades,
como
mostra
a
imagem
a
seguir.
153
Fi
g
u
ra
1
-
Instruções
para
a
Trilh
a
de
Aprendiz
agem
de
Lí
ngua
Portuguesa
1
Font
e
:
Trilha
de
a
prendizag
em
criada
pela
prof
ess
ora
da
tu
rm
a,
com
bas
e
na
BNCC.
Em
seguida
,
na
imagem
2,
mostramos
o
cro
nograma
para
a
reali
zação
da
denominada
“Trilha
de
Apr
endiza
gem
de
Língua
Portugue
sa
1” (TLP1)
Font
e
:
Cronogram
a
elab
or
ado
pela
prof
esso
ra
a
par
t
ir
da
trilha
de
apr
endizag
em
de
Língua
Portuguesa.
Fi
g
u
ra 2
–
Cronograma d
a Trilha de Língua Portuguesa 1
154
As
trilhas
eram
compostas
,
em
sua
maioria,
por
6
etapas,
a
sabe
r:
•
Etapa
1
–
Mapa
de
Aprendizagem,
uma
ferramenta
de
autoaval
iação
do
al
uno
q
ue
permitia
ao
alun
o
sa
be
r
o
q
ue
se
ria
nece
ssário
ap
rofun
damen
to
dos
estudos
e
ajudar
a
rastrear
su
a
própria
compreensã
o
acerca
do
cont
eúdo
estudado.
Ele
poderia
revisitá
-
lo
durante
t
o
do
o
p
rocesso
da
trilha;
Fi
g
u
ra
3
–
Map
a
de
Aprend
izage
m
–
Etapa
1
Font
e:
Mapa
de
aprend
izage
m
elaborado
pela
profe
ssora
a
pa
r
tir
da
BNCC
(BRASIL
,
2018).
155
•
Etapa
2
–
Con
sistia
em
um
víde
o
refe
rente
ao
assun
to
proposto
para
estudo;
Font
e
:
Fi
g
ur
a
el
abo
ra
da
pel
a
prof
essor
a.
•
Etapa
3 –
Leit
ura
acerca
do
assunto
proposto
para
estudo;
Font
e:
Ativi
dade
elaborada
pela
prof
esso
ra
com
o
revisão
d
as
atividades
trabalhadas
pe
los
alun
os.
Fi
g
u
ra 4
–
Víd
eo
–
Etapa 2
Fi
g
u
ra 5
–
Lei
tur
a
–
Etapa 3
156
•
Etapa
4
–
Uma
etapa
vo
ltad
a
a
algo
d
igital,
como
víde
o
ou
música,
por
exem
plo.
•
Font
e:
Fi
gur
a
elaborada
pela
pro
fe
ssor
a.
•
Etapa
5
–
Roteiro
de
estudos
(leituras
e
a
tividades
con
tida
s
nos
“Cader
nos”
do
sis
tema
de
ensino
já
mencionad
o.
Font
e
:
Rot
ei
ro
elaborado
pela
p
rof
esso
ra
a
par
tir
do
Caderno
1
de
Língu
a
Portuguesa
16
.
16
SER: ensino fu
ndament
al 1. mul
tidis
ciplinar
: 3º ano. cader
no 1 a 4
. 4
.
ed.
São
Paulo:
Ática,
2019.
Fi
g
u
ra 6
–
Vídeo e/ou m
úsica
–
Etapa 4
Fi
g
u
ra 7
–
Roteiro
–
Etapa 5
157
•
Etapa
6
–
A
valiação
do
tema
estudado,
consi
stia
em
questões
relac
ion
adas
ao
que
foi
abordado
na
trilha
e
se
riam
atribuídas
no
tas
a
serem
computadas
para
os
aluno
s.
Foi
pedido
que
os
pais
e/ou
responsá
veis
imprimiss
em
esta
etapa
para
que
o
al
un
o
pud
esse
realizar
as
atividad
es
propos
tas
e
ao
final
que
fotogra
fass
em
e
as
envi
assem
por
e-
mail.
Após
um
mês
in
teiro
sem
aulas,
ape
nas
com
ativida
des
remota
s,
as
aulas
for
am
re
tom
adas
na
mo
dalidade
vi
rtual
(
on
-
li
ne
), e
acontecer
am
via
Google
Me
et.
As
mesmas
tinham
d
uração
diária
de
4
ho
ras
e
mei
a
e,
as
ativida
des
dei
xaram
de
ser
enviad
as
via
Sistema
Acadêmico
em
22
de
maio
de
2020
e
passando
a
ser
en
viadas
via
Platafor
ma
Plurall
(disponibilizad
a
pelo
sistema
de
ensino
uti
lizado
pela
escola).
A
título
de
exemplifica
ção
e
para
maior
clareza
acerca
desta
organ
izaç
ão,
o
Pl
ano
de
Trabal
ho
Remoto
a
seguir
demonstr
a
como
fora
m
organ
izad
as
as
atividades
de
estud
o
de
L
íngua
Portugue
sa
158
Figura 8
– Plano de Trabalho R
emoto –
Língu
a Portu
guesa 1º B
imestre
159
Font
e
:
Elab
orado
p
ela
prof
es
sor
a
a
p
ar
tir
do
material
SER:
ensino
fundamenta
l
1.
multid
isciplina
r:
3º
a
no
.
C
ader
no
1 a 4. 4.
ed.
S
ão
Paulo:
Ática,
2019.
Foi
nítida
a
ansi
edade
gerad
a
nos
aluno
s.
Nas
primeiras
aula
s
on
-
line
dem
onstr
avam
bast
ante
int
eresse
e
relatavam
est
ar
com
s
audades
de
ver
os
amigos
e
professo
ras.
Com
o
passar
dos
mese
s,
o
desin
teresse
por
parte
de
algun
s
alunos
se
tornou
no
tório,
pois
já
não
demo
nst
ravam
tanto
entusias
mo
durante
as
au
las
e
nem
na
re
aliz
ação
das
atividades
propostas
.
O
que
nos
fez
rep
ensar,
replan
ejar
e
refletir
mos
sobre
nossa
atuaç
ão
docente.
Desta
forma,
seguimos
ao
long
o
dos
meses
e
o
ensino
remo
to
trouxe
muitas
dificuldad
es.
Uma
de
las
foi
a
falta
de
equipamentos
apropria
dos
por
parte
das
famílias
e
um
esp
aço
propício
para
que
o
al
uno
pudesse
aco
mpan
har
as
aul
as
vi
rtuais.
Alguns
alunos
acomp
anhavam
as
aulas
de
cima
da
cama,
so
fás
e
at
é
mesmo
de
it
ados
no
ch
ão,
outros
alunos
não
ab
riam
suas
c
âme
ras.
Percebem
os
que
as
famíli
as
se
preocup
avam
com
a
e
ducação
dos
filhos
no
q
ue
dizia
res
peito
à
realiz
ação
de
ativ
idades
e
avaliaçõe
s,
pois
ne
sta
etapa
dos
an
os
iniciais
é
esperad
o
q
ue
o
aluno
conclua
o
ciclo
de
alfabe
tiz
ação.
A
preoc
upação
com
as
“notas”
dos
filho
s
gerou
inquietações
nas
famílias
e
até
mesm
o
a
real
ização
das
atividades
de
al
gun
s
al
uno
s
q
ue
nos
causaram
descon
fiança
sobre
a
aut
oria.
160
Luckesi
(2014,
p.
101)
afirma
que
“[...]
not
as
escolares
não
formam,
mais
aprendizagem
sim.
Afinal,
somos
e
agimos
de
forma
c
omo
aprendem
os
ao
lo
ng
o
da
vid
a,
n
as
múltiplas
e
vari
adas
oportunidad
es
que
temos
de
apre
nder”.
Em
geral,
todos
os
alunos
ap
resen
taram
as
ativ
idades
propostas,
obt
end
o
con
ceit
o
favo
rável
para
ingressar
em
na
próx
ima
etapa
de
ensi
no.
Também
tivemos
al
uno
s
que
n
ão
frequen
taram
o
ensino
remoto,
aleg
ando
indisponibilida
de
de
equipament
o
n
os
horário
s
re
servados
às
aulas,
estes,
relat
aram
assi
stir
as
gravações
das
aulas
que
er
am
disponibili
zadas
na
Plataforma
citada
anterior
ment
e,
mas
não
tín
hamos
como confirmar
se
i
sso
ocorria
efetivamente.
Em
consequênc
ia
da
nec
essidade
de
isolamento
so
cial
o
cotidiano
escolar
se
mostrou
totalmente
tran
sform
ado.
O
aspecto
prático
ou
proce
ssual
do
currícul
o
n
ece
ssita
envolv
er
deliberaç
ões
mútuas
para
cad
a
fato.
Ressaltamos
que
o
vín
culo
garan
tido
pela
influência
mútua
entre
profess
or
e
alun
o
em
aulas
pr
esenciais
efetiva
m
uito
mais
a
ação
do
profess
or.
Assi
m
sendo,
podemos
afi
rmar
que
aul
as
“no
chão
da
e
scol
a”
é
quesito
indi
spen
sáve
l
e
nece
ssário.
Fez
-
se
impresci
ndível
um
a
ação
de
construção
de
novos
p
rocedi
mentos
voltad
a
à
vali
dação
de
uma
boa
form
ação
ao
s
estudan
tes.
O
ensino
remoto,
o
qu
al
os
professor
es
fo
ram
força
dos
a
ad
otar
implicou
diretamen
te
n
as
suas
pr
áticas
e,
portanto,
precisou
ad
otar
diferen
tes
métodos
p
ara
se
comunicar
com
se
us
aluno
s.
Nesse
momento,
não
no
s
competiu
p
onder
ar
sobre
a
eficiência
das
aprendizag
ens,
mas
pross
eguir
e
pers
istir
nessa
experiência
das
aulas
remotas.
Enfim,
a
ressignific
ação
do
ens
ino,
do
se
r
e
est
ar
na
es
cola
e
experiencia
r
o
ensino
remoto,
de
acor
do
com
c
ada
re
alid
ade,
e
en
con
trar
-
161
se
ajustado
profissiona
lmente
às
transf
ormaçõe
s
incitadas
pelas
tecnologia
s
e
se
us
di
versos
recursos,
dis
ponibiliza
dos
para
as
aulas
em
tempos
de
pandemia,
se
constituíra
m
como
nossas
principa
is
a
flições
e
an
sie
dades
no
campo
da
Edu
cação
B
ásica,
especialmente
nos
anos
iniciais,
no
correr
da
pandemia.
De
fo
rma
não
muito
diferen
te
se
en
contraram
os
pais
e/ou
responsá
veis
dos
alu
nos.
Muit
os
se
mostravam
angu
stiado
s
e
aflitos
em
relação
ao
pr
ocesso
de
ensino
e
aprend
izagem
de
se
us
filhos,
mantinha
m
comu
nicaç
ão
diária
com
a
escola
e
com
os
prof
essores
e
seg
uiam
os
roteiros
por
nós
envia
dos,
detalha
dos
e
aind
a
assim
emergia
m
dúvidas
a
respeito
dos
mesmos.
E
ntendemos
que
os
pais
e/o
u
respons
áveis
n
ão
possue
m
a
form
ação
profissiona
l
ped
agógica
e
tampouco
as
especific
idades
p
ara
que
pudesse
m
intervir
de
ma
neira
assertiva.
O
ensino
remoto,
em
tempos
de
pandem
ia,
foi
o
que
tivemos
como
possib
ilidade
de
relação
entre
profess
or
e
alunos.
Des
te
modo,
podemos
afir
mar
que
as
tecnologias
promoveram
esse
convívi
o
virt
ual.
Ainda
que
seja
muito
i
mportante
o
uso
das
tecnol
ogias
co
mo
aliada
pedagó
gica,
no
Ensino
Fun
damen
tal
anos
iniciais
o
proce
sso
por
e
sse
caminho
não
pare
ce
ser
o
suficiente,
uma
vez
que
se
exigem
vivên
cias
e
relações
sociais
juntame
nte
a
todo
o
processo
de
aprendizagem.
C
ons
ide
raç
õe
s
F
ina
is
Como
um
a
e
tapa
da
Educação
Básic
a,
os
an
os
iniciais
do
ensino
fundam
en
tal
for
am
fortemente
atingidos
pelas
medidas
de
iso
la
men
to
social
que
p
erpassaram
a
escola
e
seus
aluno
s.
162
O
ensi
no
r
emo
to
exacer
bou
o
relato
de
situações
n
as
quais
os
aluno
s
não
dem
onst
rava
m
o
re
forço
dos
laç
os,
nem
mesmo
progresso
e
inte
resse
no
que
di
z
respeito
ao
se
u
desenvolvime
nto
tanto
emoci
onal
quanto
educac
ion
al,
famí
lias
angustiad
as
e
s
ituações
exclu
dentes
,
das
quais
sobressaí
am,
na
medida
do
po
ssível,
alu
nos
c
om
melhores
con
di
ções
finan
ceiras
para
adquirir
aparato
s
necessá
rios
ao
ensino
remot
o,
como
computadores
,
inter
net
e
outros.
Na
possibilidad
e
de
u
ma
substituiç
ão
da
escola
pela
casa,
o
desin
teresse
ger
ado
no
al
un
o
por
se
perceber
em
um
esp
aço
entre
ig
uais
,
sem
possibilidad
e
plausíve
l
de
t
ransfo
rmação
e
novidade
culminando
em
novos
apr
endizados
,
fi
cou
evidente
.
Dados
de
pesquisas
real
izad
as
pela
Fund
o
Inte
rnaci
onal
de
Emergênc
ia
das
Nações
Un
idas
para
a
Infância
(UNICEF,
2021)
ind
icaram
dados
alarmante
s
no
toca
nt
e
às
cri
anças
e
aos
adolesce
ntes:
embora
a
doença
não
os
coloqu
e
em
grupo
de
r
isco
fisiológic
o,
são
as
maiores
vítimas
velad
as
da
pandemia.
E
mais
ai
nda:
a
pesquisa
aponta
que
6
milhões
de
resp
on
sáv
eis
por
crian
ças
e
adol
escentes
não
rec
ebera
m
nenhuma
atividade
esc
olar
entre
julh
o
e
agost
o
de
2020.
Outro
dado
alarm
ante
é
que,
ai
nda
se
associa
a
ideia
de
que
a
escol
a
de
e
ducaç
ão
inf
ant
il
é
o
ún
ic
o
espaço
onde
a
crianç
a
pode
ser
criança.
Fora
dela,
que
r
seja
em
casa,
que
r
seja
no
En
sino
Fun
damen
tal,
a
cri
ança
deixa
de
ser
cri
ança,
rev
elando,
po
rtanto,
a
v
isão
adu
ltocêntr
ica
da
infância
no
Brasil.
No
entanto,
observa
mos
em
n
osso
relato
de
experiência,
na
escol
a
local,
que
a
ma
ioria
das
famílias
se
m
ostrou
en
gajadas
na
educação
de
suas
crian
ças,
participando
com
os
filhos
nas
ativ
idades
remotas
e
os
auxiliando
em
uma
parceria
com
a
esc
ola
e com
os
prof
essores
.
163
O
uso
d
as
tecnologias
mostrou
-
se
favoráve
l
na
educação
com
os
aluno
s
dos
ano
s
iniciais
do
Ensino
Fund
amental,
e,
fund
ament
ando
-
nos
em
Ar
aújo
(2012),
entendemos
que
essa
tendência,
den
tro
das
significaçõ
es
apontadas
pela
autora,
já
em
ergia
de
uma
c
onexão
ne
cessária
entre
o
uso
das
tecnologias
pertinentes
ao
un
iverso
dos
estudantes
e
a
prática
docente,
em
um
movimento
oposto
ao
de
substituiçã
o
de
uma
pela
outra
com
o
proposto
ilusoriamente
em
um
primeiro
mo
men
to
pela
emergênci
a
do
ensi
no
remoto,
e
si
m
como
ferramen
tas
potencializador
as
de
um
a
ação
docente
fomentada
pela
reflexão
e
pela
pesquisa
,
fundam
en
tadas
na
humanid
ade
das
relações
aluno
-
profes
sor
para
o
encontr
o
com
o
conheci
mento.
Tecnologia
s,
por
si
só,
n
ão
significam
educaç
ão.
Nesse
sentido,
Cord
eiro
(2020,
p.
04) conclui
que
O
avanço
das
tecn
ologia
s
digi
tais
de
inf
orma
ção
poss
ibili
tou
a
criação
de
ferramentas
que
podem
ser
u
tiliz
adas
pelos
professores
em
sala
de
aula,
o
que
perm
ite
ma
ior
d
isp
onibil
ida
de
de
inf
ormaçã
o
e
recursos
para
o
e
ducan
do,
tornando
o
processo
e
ducati
vo
ma
is
d
inâ
mico,
eficien
te
e
inovador
.
O
uso
das
ferramentas
tecnol
ógicas
na
e
ducação
deve
ser
vista
s
ob
a
óti
ca
de
um
a
nov
a
me
todol
ogia
de
e
nsin
o,
possib
ilita
ndo
a
interação
digita
l
dos
educa
ndos
com
os
con
teúd
os,
is
to
é,
o
aluno
passa
a
intera
gir
com
diversas
f
erramentas
que
o
possib
ilitam
a
util
iz
ar
os
seus
esqu
emas
men
tais
a
p
arti
r
do
uso
ra
ciona
l
e
m
ediado
da
infor
maçã
o.
Reflexões
so
bre
a
prática
docente,
sobretud
o
que,
para
um
a
proposta
de
trabalho
com
crian
ças,
é
impresc
indíve
l
que
seja
clarame
nte
observado
seu
objetivo,
ou
se
ja,
sua
intencionalidad
e,
bem
c
omo
a
164
importânc
ia
do
envolvim
ento
de
tod
as
as
pe
ssoas
que
faze
m
parte
desse
process
o.
E
retornamos
à
questão
inicial,
en
fim,
tivemos
“avanço
s
ou
retroces
sos?”
.
Podemos
ter
avançad
o
(um
pouco)
no
quesito
“tecnol
ogias”,
mas,
se
rá
que
avan
çamo
s
efetivamente
no
q
ue
di
z
respeito
às
interaç
ões
human
as
e
af
etivas?
Em
tempos
de
isolament
o
social,
como
estavam
no
ssas
crian
ças?
Como
foi
a
preocup
ação
com
a
ques
tão
socioemoc
ional
de
profess
ores
e
aluno
s?
Ainda
não
conse
guimos
re
sposta
s
a
e
ssas
qu
estões,
no
momento,
mas
cabe a
nós
r
efletirmos
com
ce
rt
a
urgênci
a.
No
atual
ce
nário
ainda
de
pa
ndemia
e
is
olamento
social,
a
rel
ação
entre
escola/p
rofes
sor
e
sociedade,
precisa
ser
reorganizada
com
urgênci
a.
O
Covid
-19
apen
as
el
ucid
ou
o
que
já
v
inha
sen
do
de
senhado
no
campo
da
ed
ucação
:
a
nece
ssidade
de
m
udanç
as
p
rofundas
no
modelo
es
colar,
em
seu
ambiente
e
principalment
e
no
s
currículo
s
praticad
os,
que
se
mostram
esgotado
e
ultr
apassado
há
bast
ante
tempo,
s
em
desprezar
as
relações
sociai
s.
Referênc
ias
ABREU,
Ilan
a
Alves;
M
OTA,
Leomara
Bezerra;
SILV
A,
Camila
Roc
ha
da.
Os
impactos
da
Pa
ndemia
COVI
D
-19
nos
Anos
Iniciais
do
Ens
ino
Fundamenta
l.
Re
vista
Eletrônica
Arma
da
Crít
ica
,
p.
180 -190, 2020.
Disponív
el
em:
h
ttp://www.armada
critica.ufc.br/phocadown
load/6%20-
os%20impactos%20da%20pandemia%20covid-
19%20nos%20anos%20iniciais%20do%20ensino%20fundamental%20
-.docx.pdf.
Acesso
em
: 1
nov.
2021.
165
ALMEIDA,
Natá
lia
Regina
de.
A
atuação
do
educador
e
as
tecnologia
s
:
uma
relaç
ão
possível?
. 2008.
p.
1-7.
Dis
ponível
em:
http://l
ivrozilla
.com/doc/
1691082
/a
-
atua%C3%
A7%C
3%A3o
-
do
-
educador
-e-
astecno
logias.
Acesso
em:
19
o
ut.
2021.
ALVIM,
Yar
a
Cristina;
NÓVOA,
Ant
ónio
.
Os
prof
essores
depois
da
pandemia.
Educ.
Soc
.,
Campinas,
v.
42,
p.
1-15, 20
21.
Disponível
em:
https://www.scielo.br/j/es/a/mvX3xShv5C7dsMtLKTS75PB/?lang=pt.
Acesso
em:
03
o
ut.
2021.
ARAUJO,
Lucian
a
Apare
cida
de.
Profes
sores
e
pesquisa:
da
for
mação
ao
trabalh
o
docente:
uma
tes
situra
possível.
Form
ação
Docente,
Belo
Horizont
e,
v.
04,
n.
07,
p.
19-38, 2012.
Disponív
el
em:
http://forma
caod
ocente.a
utenticaed
itora.c
om.br
.
Acesso
em:
03
out.
2021.
BARRET
O,
Elba
Siqueira
de
Sá.
Prof
essores
do
Brasil:
impass
es
e
desafio
s.
Brasília
:
UNESCO,
2009.
BRASI
L.
Lei
n 9394,
de
20
de
dezembro
de
1996.
Estabel
ece
as
diretriz
es
e
bases
da
ed
ucação
n
acio
nal.
Diário
oficia
l
da
Uni
ão
,
Brasília,
DF, 23
dez.
1996a.
BRASI
L.
Consel
ho
Nacion
al
de
Educ
ação.
C
âmara
de
Educação
Básic
a.
Resoluçã
o
n.º
5,
de
17
de
dezembr
o
de
2009.
Fixa
as
Diretrizes
Curriculare
s
Nacion
ais
p
ara
a
Educaç
ão
Infantil.
Bra
sília:
CNE,
2009.
BRASI
L.
Base
Nacio
nal
Com
um
C
urricular
(BNCC).
Educ
ação
é a
Base.
Brasília
,
MEC/C
ONSED/U
NDIME,
2017.
166
BRASI
L.
Lei
Federal
nº
9.394/1996.
Lei
de
Diretrizes
e
Bases
Nacionais
(LDB)
.
Brasília,
DF, 1996
b.
Disponív
el
em:
www.p
lanalto.br.
Acesso
em:
06
out.
2021.
BRASI
L.
Decreto nº 6,
de
20
de
dezembr
o
de
2020.
Institui
Dir
etrizes
Nacion
ais
orientadora
s
para
a
implementaç
ão
dos
dispos
itivos
da
Lei
nº
14.040,
de
18
de
agosto
de
2020,
que
estabelece
no
rm
as
e
ducac
ion
ais
excepci
onais
a
s
erem
adotadas
pelos
sistemas
de
ens
ino,
i
nstituições
e
redes
es
colares
,
públicas
,
privadas,
comunitárias
e
confessi
onais,
durante
o
estad
o
de
cal
amidade
reconhecido
pelo
Decreto
Legis
lativo
nº
6,
de
20
de
março
de
2020.
Decret
os.
Brasília:
Casa
Civil
da
Presidência
da
República
Fede
rativa
do
Brasil
, 2020a.
Disponível
em:
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-
/reso
lucao
-cne/cp-2-
de
-
dezembro
-
de
-2020-293526006.
Acesso
em:
03
out.
2021.
BRASI
L.
Decreto
n 64.87
9,
de
17
de
marco
de
2020
.
Reconhec
e
o
estad
o
de
cal
amidad
e
pública,
decorr
ente
da
pa
ndemia
do
COVID
-19,
que
atinge
o
Estado
de
São
Paulo
,
e
dá
providênc
ias
correlat
as
.
Decretos.
Brasília
:
Casa
Civil
da
Presidência
da
Repúblic
a
Federativa
do
B
rasil
,
2020b.
Disponív
el
em:
https://ww
w.al.sp.
gov.br/r
epositorio
/legislacao/decr
eto/2020/decr
eto
-
64879-20.03.2020.html.
Acesso
em:
03
out.
2021.
BRASI
L.
Decreto
n 64.86
4,
de
16
de
marco
de
2020
.
Dispõe
sobre
a
adoção
de
medidas
adiciona
is,
de
caráter
te
mporá
rio
e
emerge
ncial,
de
preven
ção
de
contágio
pelo
COVID
-19 (
Novo
Coronavírus),
e
dá
providênc
ias
correl
atas.
Decret
os.
Brasília:
Casa
Civil
da
Presidência
da
República
Fede
rativa
do
Brasil
, 2020c.
Disponível
em:
167
https://ww
w.al.sp.
gov.br/r
epositorio
/legislacao/decr
eto/2020/decr
eto
-
64864-16.03.2020.html.
Acesso
em:
03
out.
2021.
BRASI
L.
MINISTÉRIO
DA
E
DUCAÇÃO
–
MEC.
Portaria
nº
343
,
de
17
de
março
de
2020.
Dispõe
sobre
a
substitu
ição
das
aula
s
presenciais
por
aulas
em
meios
digit
ais
enquanto
durar
a
situa
ção
de
pandemia
do
Novo
C
oronavírus
-
CO
VID
-19. 2020d.
Disponível
e
m:
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-
/portaria
-n-343
-
de
-17-
de
-
marc
o
-
de
-
2020-248564376.
Acesso
em:
20
de
o
ut
.
2021.
BRASIL
.
Ministér
io
da
Educação.
Bas
e
Naci
onal
Comum
Curri
cular
.
Brasília
,
2018.
Disponív
el
em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_
versa
ofinal_site.pdf
.
Ac
esso
em:
06
o
ut.
2021.
CIPRIANI,
Fláv
ia
Marcele;
MOREIRA
,
Antô
nio
Flávi
o
B
arbosa;
CARIUS,
Ana
Carolin
a.
Atuação
Doce
nte
na
Educação
B
ásica
em
Tempo
de
Pan
demi
a.
Educaç
ão
&
Real
idade
,
v.
46,
n.
2,
p.
1-24, 2021.
Disponív
el
em:
https://ww
w.sciel
o.br/j/ed
real/a/tqL
cF8PZfsBx
syF3Z
KpyM9N/?for
mat=
pdf.
Acesso
em
: 01
nov.
2021.
CORDEI
RO,
Karoli
na
Maria
de
Araújo.
A.
O
I
mpac
to
da
Pa
ndemi
a
na
Educ
ação:
A
Utilização
da
Tecnol
ogi
a
como
Ferrament
a
de
Ensi
no.
2020.
Disponív
el
em:
http://osca
rdien.my
oscar.fr/js
pui/bitstrea
m/prefix
/1157/1
/O%20IMPA
CTO%20DA%20A%20NA%20EDUCA%C3%87%C3%83O%20
A%
20UTILIZA%C3%87%C3%83O%20DA%20TECNOLOGIA%20C
168
OMO%20FERRAMENTA%20DE%20EN SINO.pdf.
Acesso
em:
19
out.
2021.
LUCKESI,
Cipriano.
Sobre
notas
escolares:
dis
torções
e
possibil
idades.
São
Paul
o:
Cortez,
2014.
MORAN,
J
osé
Man
uel.
Mudar
a
forma
de
ensinar
e
de
ap
render
com
tecnologia
s.
Revista
Intera
ções
,
Uni
versidade
São
Marcos,
v.
V,
n.
9,
p.
57-72,
jan./jun
. 2000.
Disponível
em:
http://www.redalyc.org/pdf/354/35450905.pdf.
Acesso
em:
23
out
.
2021.
SÃO
PAU
LO.
Decreto
nº
64.864,
de
16/03/
2020.
Dispõe
sobre
a
adoção
de
medidas
adiciona
is,
de
caráter
te
mporá
rio
e
emerge
ncial,
de
preven
ção
de
contágio
pelo
COVID
-19
(Novo
Coronavírus),
e
dá
providênc
ias
correl
atas.
Diário
Oficial
-
Execu
tivo
,
p.
1, 17
mar.
2020.
Disponív
el
em:
h
ttps://www.al.sp.gov.br/norma/193318.
Acesso
em
: 28
out.
2021.
SCHÖN,
Donald
A.
Educando
o
Profissi
onal
Reflexivo:
um
novo
design
para
o
ensino
e a
apr
endiz
agem
.
Trad.
Roberto
Cata
ldo
Co
sta.
P
orto
Alegre:
A
rtmed,
2000.
SCUISATO,
Dio
ne
Aparecida
Sanches
.
Mídias
na
edu
cação
:
uma
proposta
de
potencial
ização
e
dinamizaç
ão
na
prática
docente
com
a
utilizaçã
o
de
ambien
tes
virtu
ais
de
apr
endizagem
c
oletiva
e
colaborat
iva.
[S. l.]:
[s.
n.], [20-
?]
.
Disponível
em:
http://www.
diaadia
educaca
o.pr.gov.br
/portals
/pde/ar
quivos/250
0
-8.pdf.
Acesso
em
: 30
o
ut.
2021.
169
SOUZ
A,
Jo
sé
Batista
de;
MELO,
Daniele
Santana
de;
SO
UZA,
S
uely
Cristina
Silva.
Possibilidades
e
desafios
no
trab
alho
docen
te
em
tempos
de
pandemia:
uma
expe
riência
significa
tiva
na
Faculdade
do
Nordest
e
da
Bahia
.
Olhar
de
Profe
ssor
,
v.
24,
p.
1-25, 8
maio
2021.
Dis
ponível
em:
https://r
evistas2
.uepg.br/
index.p
hp/olhard
eprofess
or.
Acesso
em
: 30
out.
2021.
TOKAR
NIA,
Mari
ana.
Um
em
cad
a
4
brasileir
os
não
tem
acesso
à
internet,
mostra
pesqu
isa.
Agência
Brasil
, 29
abr.
2020.
Disponível
em:
https://a
genciabr
asil.ebc.
com.br/ec
onomia/noticia
/2020
-04/um-
em
-
cada
-
quatro
-
brasileir
os
-
nao
-
tem
-
ace
sso
-
internet#:~:text=A%20Pesquisa%20Nacional%20por%20Amostra,n%C
3%A3o%20tem%20acesso%20%C3%A0%20internet.
Ace
sso
em
:
30
out.
2021.
UNICEF.
Cenário
da
exclusã
o
escolar
no
Brasil:
Um
aler
ta
sobre
os
impactos
da
pa
n
demia
da
Covid
– 19
na
educação.
Brasília
(DF):
Escr
itório
da
Repres
entaç
ão
do
UNI
CEF
no
Brasil
, 2021.
170
171
C
a
pít
ulo
6
C
onsideraçõe
s
s
obre
a
Educ
ação
E
s
pe
c
ia
l
em
t
e
m
po
de
P
andem
ia
na
pers
pect
iva
da
de
ficiê
ncia
vis
ual
nos
anos
iniciais
da
Edu
caç
ão
Bási
ca
Jo
s
é
Salu
stiano
Dos
S
antos
Débor
a
F
abi
ana
Va
z
Dellamur
a
Claudia
Reg
i
na
Mos
c
a
Gi
ro
to
Introdução
A
chegada
do
novo
C
oronavírusSarsC
ov2
no
an
o
de
2020
pegou
todos
de
surpresa.
Rapida
mente
medidas
tiveram
que
ser
ad
otad
as
a
um
novo
mo
do
de
vi
da,
a
partir
do
Decreto
Estadual
64.881,
de
22
de
março
de
2020,
que
de
fi
ne
“[...]
medida
de
quare
ntena
no
Estado
de
São
Paul
o,
consi
ste
em
restrição
de
atividades
de
maneira
a
evitar
a
po
ssível
con
taminaç
ão
ou
p
rop
agação
do
coro
navírus”.
Devi
do
a
isso,
a
Educ
ação
foi
fortemente
impact
ada,
principalmente
com
re
lação
ao
distanciamento
social
e
cuidados
com
a
higiene,
pois
,
preservar
a
vida
pa
ssou
a
se
r
prioridade.
Esse
impacto
pode
ser
caracteri
zado
pe
las
n
ovas
proposta
s
de
reade
quação
de
aulas
pres
enciais
para
o
ambiental
virt
ual
de
maneira
remota,
portanto,
esse
no
va
maneira
de
ensino
não
co
ntempla
gran
de
parte
dos
alunos
público-
alvo
da
educação
especial
(PAEE),
tanto
com
relação
a
http
s://doi
.org/10.
36311
/2022.9
78
-
65
-
5954
-
308
-3
.p
1
71
-
192
172
tecnologia
,
q
uan
to
ao
s
atendimentos
de
in
tervenção
e
mediaç
ão
necessá
rios
dos
professores
considera
ndo
as
especifici
dades
de
cada
alu
no.
Contudo,
o
aumento
da
desigualdade
e
o
abando
no
esc
olar
ficam
em
evidência
,
claramente
se
pensarmos
em
educ
ação
especial
e
inclu
são
e
ssa
desva
ntagem
fica
cada
vez
maior.
Nesse
con
texto
devemos
le
mbrar
sobre
o
que
diz
a
L
ei
Br
asileir
a
de
Incl
usão
(LBI),
nº
13,146/2015),
no
Art.
27.
A
educação
cons
titui
direito
da
pessoa
com
defic
iência,
se
ndo
assegur
ado
sistema
e
ducaci
onal
inclusivo
em
todos
os
níveis
e
aprendizado
ao
longo
de
toda
a
vida,
de
form
a
a
alcanç
ar
o
máximo
desenvolviment
o
po
ssível
de
seus
talentos
e
habilidade
s
físicas,
senso
riais,
intelec
tuais
e
sociais,
segundo
suas
caracter
ísticas
,
interes
ses
e
necessidad
es
de
aprendizag
em
(BRAS
I,
2015).
De
fat
o,
como
prevê
esta
legislaçã
o,
deve
-
se
garant
ir
que
a
p
essoa
com
deficiência
seja
incluída
de
maneira
integ
ral
à
dinâmica
da
vid
a.
Quando
f
alamo
s
em
inclusão,
de
acordo
com
Ca
rdoso
(1992), “[...] A
aceitaç
ão
e o
pertenc
er
a
um
grupo
revel
a
à
pesso
a
o
q
ue
esta
tem
de
belo,
po
is
é
prestigiada
,
valori
zada,
ac
olh
ida,
ch
amada
a
cont
ribuir,
recebendo
o
apoio
e
ajud
a
nece
ssária
ao
se
u
desen
volvimen
to
e
a
participaç
ão
na
própria
comu
nidad
e”,
n
ão
se
d
eve
apen
as
garan
tir
espaço,
mas
sim,
que
o
P
AEE
tenh
a
se
us
direitos
garantido
s
e
q
ue
sejam
respeitada
s
e
val
orizad
as
as
suas
potencialida
des.
As
dif
e
ren
ças
não
d
evem
ser
c
rité
rio
de
exclusão,
p
ara
isso
devem
exist
ir
políticas
públic
as
que
garant
am
que
todos
te
nham
de
fo
rma
equitativa
o
acesso
ao
conhecim
ento,
dim
inui
ndo
as
barreiras
existentes.
Na
perspectiva
da
crian
ça
co
m
deficiência
vi
sual
já
existem
limitações
co
m
relação
ao
proc
esso
de
alfabe
tiz
ação
em
ambiente
escolar
,
principal
mente
quanto
a
prática
de
leitura
e
escr
ita
e
ainda
que
sejam
utilizados
c
omo
re
cursos
tanto
o
Braille,
quan
to
as
Tecnologias
da
Info
rmação
e
Comuni
cação
–
TIC
s.
Quando
se
tem
a
visão
comprometida
173
o
seu
principal
sent
ido
ut
ilizado
é
o
tato
e
com
a
sit
uação
atual
isso
a
deixa
mais
exposta
a
co
ntam
inaç
ão
do
vírus,
o
distanciamento
so
cial
ain
da
que
necessá
rio,
surge
como
b
arreira
e
dif
iculta
ain
da
mais
a
dinâmica
do
profess
or.
A
partir
desse
contexto,
faz
-
se
nece
ssário
o
questio
nament
o
sobre
quais
fatores
c
ontribuem
para
o
atendime
n
to
do
s
al
unos
c
om
deficiência
visual
do
s
ano
s
iniciais
em
te
mpo
s
de
pandem
ia
e
sobre
quais
iniciativ
as
contri
buem
p
ara
o
melhor
desenv
olvim
ento
no
processo
de
ens
ino
e
aprendizagem
d
esses
al
uno
s
.
Neste
sentido,
obj
etivamo
s
problematizar
aspectos
que
circundam
o
período
de
escol
arização
de
cri
anças
com
deficiência
vi
sual
nos
anos
iniciais
da
Ed
ucação
Básica
,
a
sabe
r:
a
tividades
de
vid
a
autônoma
(AV
A),
inte
rvenção
precoc
e;
estim
ul
ação
visual;
o
rie
ntação
e
mobilida
de
e
se
rão
dest
acados,
pois
são
necessár
ios
p
ara
a
fo
rmação
inte
g
ral
das
crianças
cega
s
e
com
b
aixa
vi
são,
principalmente
no
período
de
esco
lariz
ação
q
ue
compreend
e
os
anos
iniciais
da
Educaç
ão
Bási
ca.
A
reflexão
sobre
esta
temática
se
faz
necessár
ia
e
pode
contribu
ir
como referencial
de
sup
ort
e
para
profissio
nais
da
área,
a fim
de
auxiliar
no
desenvolv
imento
das
poten
cialid
ades
cognitivas,
físicas
e
afe
tivas
da
crian
ça
com
deficiência
visual,
bem
com
o,
d
ar
cond
ições
para
que
ela
tenh
a
autonomia
e
seja
participativa
na
sociedade
que
vive.
Desenv
olv
imento
A
estrut
ura
org
ani
zacion
al
da
Edu
cação
Básica
nacio
nal
se
divide
em
Educação
Infantil,
E
nsino
Fu
n
damenta
l,
I e
II,
e
Ens
ino
Méd
io.
Cada
etapa
tem
suas
complexida
des
que
têm
gerado
deba
tes
constantes
q
ue
permeiam
toda
essa
estrutura
educac
ion
al.
174
É
sabi
do
que
cada
etapa
requer
um
olh
ar
específic
o,
ou
melh
or,
uma
ab
ordagem
específi
ca
q
ue,
de
algu
ma
m
anei
ra,
contri
bua
com
a
rotina
escolar
.
Nos
anos
de
2020
e
2021
foi
notória
a
necessi
dade
de
p
ensar
novas
estratégia
s
e
inic
iativas
que
contribuíssem
com
as
atividades
práticas
dos
núcleos
escolares
.
Nest
e
contexto
pode
mos
exempli
ficar
at
ravés
de
uma
visão
panorâmica
o
impa
cto
s
of
ri
do
pela
escola
no
períod
o
de
pandemia.
Pois
Democra
tiza
r
a
Educaç
ão
par
a
o
pú
blico
-
alvo
da
Educ
ação
especial
em
tempos
de
flexi
bilidade
nos
meios
econôm
icos
e
pol
ítico
impl
ica
em
mudanç
as
no
espaço
escolar,
na
disp
osiçã
o
dos
atores
socia
is,
no
obje
to
de
intervenção
pública,
reverberando
em
rearr
anjos
de
a
cordo
com
a
nova
co
rrelação
de
força
s
que
pode,
a
pa
rtir
daí,
se
constr
uir
de
fa
to
em
uma
escola
in
clusiv
a.
Assim,
percebe
-
se
que
n
essa
l
uta
cons
tan
te
por
espaços
e
por
efetivação
de
nova
s
política
s
educa
cion
ais,
a
real
idade
de
enfrentam
ento
ao
cor
onav
írus
apresenta
-
se
como
um
momento
de
opor
tuni
dade
s
de
deslocamentos
pol
ític
os
n
os
ca
mpos
educa
cion
al,
econô
mico,
polít
ico
e
s
ocia
l
(CARDOSO
;
TAVEIRA
;
S
TRI
BEL
,
2021,
p.
515).
Vale
le
mb
rar
que
esse
texto
não
tem
a
proposta
de
delinear,
em
sua
totalidade,
a
ro
tin
a
que
se
estrut
urou
a
partir
da
situação
pandêmica,
nem
aprese
ntar
consideraç
ões
di
reci
onadas
a
to
do
escop
o
da
Educação
Básica,
mas
sim
evidencia
r
aspectos
pres
entes
em
ma
teriais
exis
tentes
que
f
oram
discutidos
nesses
último
s
doi
s
anos,
dire
cionadas
ao
público
com
deficiência
visual
pertencente
aos
ano
s
iniciais
da
Educação
B
ásica.
Para
termos
melhor
c
ompr
een
são
do
con
te
xto
de
ensino
e
aprendizag
e
m
das
cri
ança
s
com
defi
ciência
visual
e
da
sua
origem
do
ens
ino
institu
cional
izado
é
importa
nte
q
ue
saibamo
s
como
se
de
u
os
175
primeiros
espaços
físicos
volta
dos
a
e
sse
públ
ico.
Atravé
s
de
José
Álvares
de
Azevedo,
no
ano
de
1850,
o
ensino
do
B
rail
le
foi
levad
o
a
D.
Pedro
II,
com
o
in
tu
ito
de
criar
um
colégio
para
o
ensino
de
pesso
as
cegas.
Esses
fatos
históricos
cronol
ógic
os
são
importantes
para
o
n
osso
pro
cesso
de
ambie
ntaç
ão
contextual
.
Ter
acesso
a
essas
informações
nos
auxilia
no
estudo
g
radati
vo
da
áre
a,
nos
instrumentaliza
p
ara
entender
mos
o
q
ue
podemos
c
onsi
der
ar
c
omo
avan
ços,
ganhos
e
retrocessos
perante
as
situaç
ões
que
impactam
direta
mente
na
escola
e
legi
slações
q
ue
norteia
m
o
ensino
e
a
inclusã
o
das
cri
anças
com
deficiência
visual
(BR
ASIL,
2001).
A
fu
ndação
do
Imperial
Institut
o
dos
Meninos
Cegos,
no
ano
de
1854,
marca
o
in
ício
d
as
c
riações
de
outros
institu
tos
em
âmbito
nac
ional,
mesmo
que
o
segu
ndo
viria
a
ser
fundado
72
ano
s
depois.
“A
c
ron
olo
gia
dos
acontecime
ntos
em
pro
l
da
e
ducação
de
pessoas
cegas
no
Brasil
aponta
o
surgime
nto
em
outro
s
estados
do
pa
í
s,
seguin
do
o
mesmo
mod
elo
educac
ion
al
do
IB
C,
as
pr
imeiras
escola
s
especiais
par
a
aluno
s
cegos”
(BRAS
IL,
2001)
fo
ram:
Qu
adro
1
–
Relação
dos
instituto
s
fund
ado
s
no
Br
a
s
il
durante
o
s
éculo
XX.
1926
Instituto
São
Rafael
–
Belo
Horizonte
-
MG
1928
Instituto
Padre
C
hi
c
o
–
São
Pa
ulo
- SP
1929
Instituto
de
Cegos
da
Bahia
–
Salva
dor
-
BA
1941
Instituto
Santa
Luz
i
a
–
Port
o
Alegre
-
RS
1943
Instituto
de
Cegos
do
Ceará
–
Fortaleza
-
CE
1957
Instituto
de
Cegos
F
lorisva
ldo
Vargas
–
Cam
po
Gr
ande
-
MS
Font
e:
Quadro
elaborado
pelos
pesquisa
dores
a
par
ti
r
do
Progra
ma
de
Capacitação
de
Re
cur
so
s
Humanos
do
Ensino
Fund
amental:
defic
iência
visual.
176
É
importante
re
ssalt
ar
que
o
Imperial
Institu
to
dos
Meni
nos
Cegos
é
conhecido,
atualmente
,
c
omo
Instituto
Benjamin
Consta
nt
(IBC),
instituição
feder
al
q
ue
se
caracter
iza
com
o
o
primeiro
educan
dário
da
América
Lati
na,
destinado
a
pesso
as
com
deficiência
visual
com
o
intuito
de
promover
a
po
io
educacional
ent
re
outras
a
bordagens
esp
ecíficas
que
corres
ponda
a
atuação
aut
ôn
oma
d
essas
pe
ssoas.
“Um
gran
de
marco
na
história
da
educaç
ão
de
pessoas
cegas
foi a
criação
,
em
1946,
da
Fundação
p
ara
o
Livro
do
Cego
no
Brasil,
ho
je
denominada
Fundaç
ão
Do
ri
na
Now
ill
para
cegos”
(BRAS
IL,
2001),
que
objetiva,
a
princ
ípio,
a
divulg
ação
de
livros
adaptad
os
ao
Sistema
Braille
e,
nos
últimos
ano
s,
am
plio
u
os
formatos
de
livros
aderindo
às
n
ovas
tecnologia
s
digitais,
como
por
exemplo
o
livro
fal
ado
e
o
livro
digital
Daisy.
Proposta
que
se
veiculam
além
do
forma
to
de
distribuiç
ão
impres
sa,
facilitando
o
acesso
d
ire
to
ao
ace
rvo.
Atualment
e
o
IBC
e
a
Fundação
Dori
na
Nowill,
se
caracte
riz
am
como
as
principa
is
insti
tuições
de
s
oluções
de
aces
sibilidade
p
ara
a
área
da
deficiência
vi
sual
no
Brasil.
Mesmo
que
essas
instituições
sejam
mantidas
através
de
fontes
de
recursos
econômicos
difer
entes,
ambas
trazem
a
proposta
de
se
tr
abalhar
soluções
em
acessibilida
de,
co
mo
distribuição
de
materiais
q
ue
contribuem
com
o
a
ár
ea
da
deficiên
cia
visual
e
serviços
de
apoio
a
inc
lusão
na
per
spectiva
da
Edu
cação
Especial,
através
de
curso
s
de
form
ação
cont
inuada
para
profe
sso
res
e
de
mais
profissionais
envolvido
s
pedagogica
mente
com
es
se
público.
Há
uma
necessidad
e
de
evidenc
iar
que
a
área
da
deficiência
visual,
assim
como
a
áre
a
de
outras
deficiências,
n
ão
est
á
integralmen
te
mun
ida
de
recursos
por
essas
instituiç
ões
segm
en
tadas
,
há
uma
ca
rência
estrutural.
Quando
pensamos
no
contexto
ge
ral
de
acessibilidade
de
det
erminada
área
de
um
a
defi
ciência
temos
uma
compreensão
imedi
ata
da
sua
defasa
gem
177
por
conta
de
publicaçõe
s
problematizando
as
situaç
ões
cotidianas,
de
debates
acalorad
os
que
se
pautam
nessas
problematiza
ções
e
o
impacto
recorren
te
de
medidas
de
governantes
que
recai
dir
etamente
como
um
retroces
so
na
prá
tica
de
uma
e
ducação
inclusiva
.
Eis
aq
ui
a
importância
de
conhecer
e
te
r
ace
sso
a
informações
que
agreguem
elementos
de
a
cessibilida
de
nos
espaç
os
educ
acio
nais
e
so
ciais,
compre
ender
q
ue
esses
espaç
os
são
subsidi
ados
por
legisla
ções
que
legaliza
m
direitos
e
acrescem
nov
as
dem
andas
para
a
autonomia
da
pessoa
com
deficiência.
Vi
sto
q
ue
“Na
perspect
iva
da
educação
inclusiva,
o
fo
co
na
adaptaç
ão
n
ão
deverá
ser
nunca
na
defici
ência
e
sim
nos
e
spaços,
nos
recursos
que
deve
rão
se
r
acessí
veis,
n
as
potencialidades
dos
estudantes
e
corres
ponder
às
especificidades
de
c
ada
aluno
”
(CARDOSO;
TAVEIR
A
;
STRIBE
L
2021).
Por
is
so
a
importância
de
evidencia
r
inicia
tivas
que
contri
buem
co
m
a
ac
essibilidad
e
na
rotin
a
prática
escolar
minimizando
barreiras
e
auxilia
ndo
prof
issionais
da
educ
ação
a
terem
uma
at
uação
m
ais
assertiva
em
suas
aborda
gens
didátic
o
-
pedagó
gicas,
pensando
aqui,
diretame
nte
no
cont
exto
de
esco
lariz
ação.
A
t
i
vidade
s
de
V
i
da
A
u
t
ônom
a
(AVA)
A
Ativida
de
de
Vida
Autôn
oma
–
AVA,
era,
até
2001,
denomi
nada
de
Ativida
de
de
Vida
D
iária
–
AVD,
com
a
Resoluç
ão
CN
E/C
EB
Nº
2
(BRASIL,
2001)
,
que
institu
i
as
Dir
etrizes
Na
cionais
pa
ra
a
Educa
çã
o
Especial
na
Educ
ação
Básica,
a
AVD
passa
a
ser
des
ignada
por
Ativida
des
de
Vida
Autôno
ma
e
Social
–
AVAS.
Em
2008,
após
a
aprovaç
ão
do
docume
nto
P
olít
ica
Nac
ional
de
Educ
ação
Especial
na
Perspectiva
da
Educa
çã
o
Inc
lusiva,
o
novo
termo
adotado
é
Ati
vidades
de
Vida
Au
tônoma
–
AVA.
As
AVD
passam
a
ser
[...]
uma
áre
a
de
178
exclusiva
co
mpetê
ncia
do
Ter
apeuta
Ocupa
cion
al
(SIERRA,
2009,
p.
11).
Para
Siaulys
(2014)
“A
assimila
ção
das
ativida
des
cotidianas
é
fundam
en
tal
para
que
qu
alquer
pesso
a
seja
consi
dera
da
pertencente
ao
seu
grupo
soc
ial.
Assim
,
a
participação
de
todas
as
c
rianç
as
na
vida
familiar
,
na
escola
e
na
comunidade
é
essen
cial
”.
É
nessa
perspectiva
que
se
to
rna
demas
iado
importante
o
conhecimen
to,
por
parte
dos
professor
es,
das
ativida
des
que
contribuem
com a
boa
prática
pedagógica
,
as
Atividades
de
Vida
Autônoma
(AVA),
anteriormente
c
onhecida
como
Atividad
e
de
Vida
Diária,
f
errame
nt
as
importantes
q
ue
preci
sam
estar
pres
entes
n
as
dinâmicas
que
objetivam
a
autonomia
das
crianças.
[...]
A
realização
da
s
ativida
des
do
dia
a
dia
ajud
a
na
aquisiçã
o
da
consciên
cia
corp
oral
e
na
for
mação
da
autoimag
em
p
ositiva,
no
conheci
men
to
d
os
ob
jetos
do
amb
iente
e
na
interação
com
as
pessoas,
além
concorrer
para
o
desenvolvimento
glo
bal
e
int
egração
s
en
sorial
(SIAULYS,
2
014,
p.
22).
No
pro
cesso
de
desenvol
vimento
da
c
rianç
a
na
perspectiva
da
prática
escolar
é
ne
cessário
que
todos
envolv
idos
com
essa
cri
ança
tenham
acesso
a
conhecimentos
es
pecíficos
que
auxiliarão
as
práticas
cotidianas,
pois
o
papel
da
escola
reflete
além
do
espaç
o
físico
esc
ola
r,
um
a
ve
z
q
ue
o
trabalh
o
do
profess
or
se
dá
de
fo
rma
conjunta
com
outros
órgãos
colegia
dos
e
outr
os
profissionais
responsáve
is
pe
lo
be
m
-
estar
da
cr
iança.
De
aco
rdo
Siauly
s
et
al
.
(2010)
as
Atividades
de
Vida
Au
tônoma
atuam
de
forma
paralela
com
as
práticas
socioedu
cativa
s,
sen
do
compreendidas
como
ativid
ades
relaci
onadas
ao
cuidado
de
si,
os
at
os
179
práticos
e
a
importânc
ia
da
alimentação,
in
iciativas
que
buscam
promover
a
aprendizagem
referent
e
aos
ambientes
em
q
ue
se
vive
.
Os
profis
sionais
conhecendo
esse
s
fundament
os
buscam
articular
propostas
com
o
p
rocesso
de
ensi
no
e
aprendiza
gem,
motricidade
e o
desenvol
vimento
cognitiv
o
da
crian
ça
visand
o
alcan
çar
a
sua
autonomia.
Pe
ns
and
o
no
con
t
exto
desse
texto,
“[...]
as
pe
ssoas
com
deficiência
visual
não
podem
aprender
p
ela
imitação
e
precisa
m
ser
ensi
nadas
a
desempenhar
as
hab
ilidades
que
lh
es
proporci
onem
ind
ependência
e
autossuficiênci
a
para
a
tender
as
necessid
ades
da
vida
prá
tica”
(SIAULYS,
2014,
p.
24).
Inte
rvençã
o
precoce
Um
dos
sentid
os
mais
importantes
no
âmbito
sensoria
l
é
a
visão,
ela
é
a
principa
l
experiê
ncia
sensor
ial,
atrav
és
dela
podemos
ter
as
primeiras
impressões
d
as
coisas
(pesso
as,
objetos
etc.) e
também
adquirimos
ma
is
da
metade
dos
no
ssos
con
hecimentos.
A
v
isão
é
composta
por:
1-
Córnea
e
le
nte
(formaç
ão
da
image
m);
2-
Íris/
pupila
e
fot
orrecept
or
(controle
de
exposiçã
o);
3-
Retina,
bastonet
es
e
cones
(detecção);
4-
cérebro
(proces
sament
o).
Con
fi
ra
no
quadro
o
pro
cesso
de
desenvo
lvimento
da
visão:
Qu
adro
2
–
Co
mo
é
for
mado
o
des
envol
vimen
to
da
vi
s
ão
I
da
de
Característica
vis
ual
0
mês
Po
uc
o
gr
au
de
fixaçã
o,
não
responde
a
estímu
lo
visual,
exceto
luz.
1
mês
Segue
movimento
l
ento
de
objetos.
Inic
ia
a
coord
enaç
ão
binocular.
2
meses
Atenção
a
objetos
a
dis
tânci
a
de
20
cm
ou
mais
.
180
I
da
de
Característica
vis
ual
3
meses
Aperfe
içoa
movi
mentos
dos
olhos
e
bin
ocular;
Atenção
no
s
o
bjetos
quando
os
manipula;
Reag
e
a
core
s.
4
meses
Perma
nece
mostran
do
interess
e
p
or
o
bjetos
pequenos
e
brilhantes;
Fixa
os
olhos
sobr
a
a
mão;
Tenta
mover
-
se
em
di
r
eç
ão
ao
objeto
no
seu
camp
o
visual.
5
meses
Desenvol
ve
coordenação
olho
-
mão:
esfor
ços
su
cessivo
s
par
a
agarrar;
proc
ura
intencionalmente
os
o
bjetos
com
os
olh
os,
mes
mo
que
para
br
i
nc
ar
co
m
a
luz.
6
meses
Reconhec
e
pessoas;
vira
os
ol
hos
par
a
direita
e
esquerda.
7 – 8
meses
Tenta
pegar
objetos
al
ém
do
alcance;
C
onvergên
cia
dos
olhos.
9
meses
Observa
as
expressõ
es
de
pes
soas
próx
imas
e
tenta
imita
r
1
ano
Boa
acuidade
vis
ual
p
ar
a
p
er
to
e
longe;
Vi
s
ão
b
inocula
r;
Foca
lizaçã
o;
acomoda
ção.
3
anos
Desenvol
vimento
anatômi
co
do
olh
o
está
completa
;
Ju
nta
ais
simple
s,
f
az
contorno
de
f
orma
simple
s;
monta
quebra
-
cabeças
(com
baixa
comple
xidade)
e
utili
za
pista
s
táteis.
4-5
anos
A
dis
tinção
de
c
ores
é
es
tabeleci
da;
vis
ão
de
profundida
de;
Apto
p
ara
leitu
ra.
6
anos
Acuidade
visual
20/2
0 (1.0);
Maturaç
ão
do
si
stema
visual
.
8
anos
Globo
ocul
ar
do
tama
nho
de
adul
to
Font
e:
Rod
rigu
es
e
P
ad
ova
ni
(2008,
p.
104)
.
Sendo
assi
m
é
considera
do
deficiente
visual
aquele
que
apres
enta
baixa
visão
ou
cegueira
to
tal,
de
acordo
com
a
“Org
ani
zação
Mundi
al
de
Saúde”
(OMS),
e
sse
diagnós
tico
é
definido
cl
inicament
e
por
um
especialista
at
ravés
de
valores
quantitativos
de
acu
idade
visual.
181
Quando
pensa
mos
no
processo
de
desenvolvim
ento
da
cri
anç
a
com
deficiência
visual
na
perspectiva
da
prática
es
colar
é
ne
cessário
que
todos
envolvidos
com
essa
c
rian
ça
tenham
ace
sso
a
conhecimentos
específic
os
q
ue
auxiliarão
as
práticas
cotidianas.
Sendo
assim,
o
p
rocesso
de
a
prendizagem
acontece
por
outro
s
s
entidos
rema
nescentes
c
omo:
Tat
o;
Audição
;
Olfato
e
Palad
ar.
Para
que
o
desenvolvimento
da
cri
ança
aconteça
de
man
eira
efeti
va
é
nece
ssário
que
seja
realizada
a
i
nterve
nção
precoce,
que
é
um
recurso
precioso
tanto
para
cr
ianç
a
cega,
quanto
para
a
crian
ça
com
bai
xa
visão.
[...]
A
criança
com
deficiên
cia
vis
ual
necessita
de
intervenção
para
que
sejam
nela
despertados
o
desejo,
a
curi
osidade
e
o
desejo
,
a
curiosidade
e
o
motiv
ação
pa
ra
a
gir
sob
re
o
amb
iente.
Ela
e
importa
nte
ainda
porq
ue
acontece
no
pe
ríodo
em
q
ue
ocorr
em
as
maior
es
e
mais
signifi
cativa
s
m
udanças
no
desenvolvimento
da
criança,
n
os
períod
os
mais
c
urto
s
de
tempo.
Criança
e
fa
mília
têm
v
alor
cent
ral
na
intervenção
precoce.
A
intervenção
p
rec
oce
inicia
-
se
com
a
avaliação
da
criança.
Essa
avaliação
deve
comb
inar
a
avali
ação
fun
ciona
l
da
visão
e
a
avaliação
do
desenvolvimento
global
da
criança,
utiliz
ando
proce
di
mentos
formais
e a
o
bservação
do
comportame
nto.
É
um
processo
dinâmico,
realiz
ado
por
equipe
inter
discip
lina
r
em
s
ituaç
ão
lúd
ica
e
de
a
cor
do
com
o
per
fil
do
desenvolvimento
da
criança
(GLAGLIARDO;
NOBR
E,
2001,
p.
18).
De
aco
rdo
com
Glagliard
o
e
No
bre
(2001)
a
intervenção
precoce
segue
alg
uns
princípios
bás
ic
os
como
a
estimulaçã
o
e
eficiência
visual,
favorec
imento
do
uso
da
visão
nas
situações
di
árias,
f
avore
ce
a
relaç
ão
mãe
-
crian
ça,
proporcio
na
at
ividade
s
funcionais
pelos
órgãos
dos
sentidos
com
182
as
funções
motoras
e
cria
condiç
ões
para
a
construção
do
universo
sensório
motor.
Qua
nto
ante
s
se
iniciar
o
p
rocesso
de
inter
venção,
a
criança
com
deficiência
visual
te
rá
melhores
condiç
ões
de
desenvolvim
ento
e
auton
omia.
Es
t
im
ulação
vis
ual
O
papel
da
escola
refl
ete
al
ém
do
espaço
físico
esc
olar.
O
trabal
ho
do
profess
or
se
dá
de
fo
rm
a
conjunta
co
m
outros
órgãos
colegi
ados
e
outros
profissionais
re
sponsáveis
pelo
bem
-
estar
da
cr
ianç
a
com
deficiência
visual.
Par
a
que
o
processo
de
aprendizagem
ocorra,
a
criança
n
ecessi
ta
de
estímulos
de
caráter
não
visual.
Segundo
Wally
(2011) o
pr
imeiro
con
tato
instituci
onal
da
criança
é
o
que
se
ch
ama
de
estimul
ação
pr
ecoce.
Desde
o
nascimento,
a
partir
d
as
interações
sociais,
a
crian
ça
deve
receber
es
tímulos,
poi
s
é
assim
que
ela
começ
a
a
ter
perc
epção
do
mu
ndo
,
levan
do
em
consi
deração
q
ue
cada
c
riança
te
m
seu
modo
de
aquisição
das
informaçõ
es
recebidas,
independe
ntemente
da
sua
deficiência.
No
caso
da
crian
ça
com
baixa
vi
são,
a
estimulaç
ão
precoce
t
em
a
função
de
reabilit
ação
ou
re
educ
ação
visual,
pa
ra
isso
é
n
ecessári
o
que
a
cri
ança
d
esenvolva
algum
as
cap
acidad
es
de
percepção
funcional
vi
sual
como:
a
coordenação
visomot
ora;
Percepçã
o
de
posição
no
espaço;
Percepç
ão
de
rel
ação
espacial;
Constância
p
erceptual
e
Percep
ção
de
figura
-
fundo.
O
est
í
mulo
visual
n
ão
vai
faz
er
a
cri
ança
me
lho
rar
o
quanto
ela
enxerga,
mas
vai
ser
um
grande
facili
tador
p
ara
que
ela
r
econ
heça
o
ambiente,
os
objetos
e
també
m
desenvol
va
suas
habilidade
s,
isso
contrib
ui
para
o
proce
sso
a
daptativo
funcional
no
amb
iente
em
que
ela
e
stá
inse
ri
da.
183
A
família
tem
papel
fundam
en
tal
nesse
processo,
é
através
dos
estímulos
familiares
que
a
crianç
a
começa
a
balbuciar,
sen
tar,
eng
atinhar,
entre
outros
conceitos
que
aco
mpan
ham
a
evolução
del
a.
[...]
Cabe
salient
ar
que
não
serão
apenas
os
momen
tos
em
que
a
c
riança
está
na
sala
de
estimulaç
ão
precoce
q
ue
contarão
para
seu
pl
eno
desenvolvimento.
Nesse
se
ntido,
surg
e
como
pr
imord
ial
o
papel
dos
seus
cuida
dores.
É
prec
iso
que
o
mund
o
seja
apresentado
e
descrito
para
que
as
cois
as
tenh
am
f
und
amen
to
a
alguém
que
não
enxe
rga.
Na
realidad
e
da
n
ossa
escola,
podemos
perceber
que
as
crianças
que
vivenciam
momentos
co
muns
a
uma
criança
vid
ente,
tais
como:
saídas
a
locais
va
riados
,
parti
cipaç
ão
n
os
momen
tos
fa
miliar
es,
contato
com
materia
is
diversos,
acesso
a
brin
quedos
,
etc
.,
apresentam
um
desenvolvimento
que
pode
m
con
tribuir
para
sua
aprendizagem
futur
amen
te
(WALLY,
2011,
p.
5).
No
caso
das
cri
anças
com
deficiência
visual,
elas
passam
por
um
proce
sso
de
ent
end
imen
to
da
utilizaç
ão
do
tato
que
auxil
iará
em
sua
s
vivênci
as.
E
quan
do
nos
referimos
a
estimulaç
ão
precoce
pensamos
em
torn
ar
a
sua
vida
bem
mais
próxima
possíve
l
da
real
idade
que
a
cerca.
Dentre
os
vários
conceitos
a
serem
ensi
nados,
a
criança
cega
ou
baixa
vis
ão
precisa
se
apropriar
do
Sistema
Braille
em
seu
processo
de
alfabe
tiz
ação,
nece
ssita
de
materiais
adaptados,
b
rinquedo
s
e
jogos.
É
importan
te
que
a
cri
an
ça
desenvolva
a
fun
ç
ão
simb
ólica,
d
essa
maneira
ela
dese
nvolve
a
cap
acid
ade
de
representa
r
mentalmen
te
aquilo
que
é
citado,
se
ndo
assim,
ela
p
ode
associ
ar
a
algo
que
ela
já
tenha
tido
contato
anterior
mente.
Outro
estímulo
é
o
mov
imento,
para
isso
a
orie
ntação
e
mobilidade
fará
com
q
ue
ela
consiga
se
locom
over
sozinha
com
o
auxílio
de
bengal
as.
Segund
o
Wally
(2011)
al
gumas
tare
fas
como,
184
cortar,
am
assar,
rasg
ar,
são
c
onsi
derad
as
atividades
de
movimento,
importantes
para
o
desenv
olvimento
da
memó
ria
e
sequênc
ia.
O
exercí
cio
de
atenção
proporcio
na
concentraç
ão
e
auto
n
omia
para
explo
rar
o
es
paço,
para
isso
a
utilização
de
ma
teriais
sonoros
é
adequada,
tais
como
música
s
e
con
tação
de
h
istória.
Jo
gos
e
bri
ncad
eiras
são
import
antes
p
ara
es
timular
a
criativid
ade,
o
intelec
to
e
o
conhe
cime
nto
do
m
un
do
.
A
cri
ança
com
deficiência
visual
a
partir
do
ato
de
brincar
e
at
ravés
das
relações
consegu
em
explorar
obje
tos
e
conhecer
t
exturas
diferent
es,
assim
co
mo
pela
imitação,
compree
nder
os
papeis
desemp
enhados
e
represen
tados
na
socieda
de.
A
crian
ça
com
def
iciê
ncia
visual
é
um
a
crian
ça
c
omum,
com
a
mesma
vont
ade
de
con
hecer
e
explora
r
o
mund
o,
a
ún
ic
a
coisa
que
a
limita
é
a
sua
capacid
ade
de
ver.
Segundo
Wally
(2011)
a
cegueir
a
n
ão
po
de
ser
vista
como
“d
esvant
age
m
total”,
mas
sim
deve
ser
estimulada
as
suas
potencialida
des
lev
ando
em
consi
deração
as
especificidades
de
cada
crian
ça.
Para
isso
não
é
necessário
ativid
ades
complexas
,
m
as
coisas
comun
s
do
dia
a
d
ia,
como
uma
co
nversa,
experimenta
r
um
alime
nto,
sentir
o
cheiro
das
coisas,
moment
os
de
fa
mília
e
brincade
iras
pod
em
po
tencia
lizar
as
capaci
dades
da
s
crian
ças
com d
eficiência
visual.
O
rie
nt
ação
e M
obi
li
dade
Mazar
ro
(2003)
evidencia
q
ue
a
habilidade
de
compreend
er
ambientes
é
uma
conquis
ta
grad
ativa
pertencente
às
pesso
as
com
deficiência
visual
que
se
inicia
com
seu
nascimen
to
e
e
volui
durant
e
as
etap
as
de
desenvolv
imento
de
sua
vida.
Por
i
sso
que,
quan
do
pensam
os
no
ambiente
esc
olar,
exis
te
a
n
ece
ssidade
de
os
profess
ores
saberem
da
nova
185
orienta
ção,
pensa
ndo
na
crianç
a,
toda
ve
z
q
ue
h
ouver
m
udanç
as
no
e
spaço
físico
escolar.
E
desde
muito
cedo
as
cri
anças
já
são
inseridas
em
espaços
educativo
s
ficando
boa
parte
do
dia
sob
cuidados
de
professor
es
e
demais
profissiona
is
que
estruturam
o
ambiente
escola
r.
No
período
de
pandemia
surgiu
a
nece
ssidade
de
descentra
lizar
as
ativida
des
de
ensi
no
s
ob
re
orien
tação
e
mobilida
de
do
e
spaço
int
erno
escolar
,
muitas
readequações
marc
aram
a
dinâmica
do
ensino
n
esses
últimos
doi
s
anos,
com
o
avan
ço
dos
c
asos
de
COVID
-19,
governan
tes
criaram
decretos
e
n
ormas
que
al
inh
avam
a
continuidade
do
e
nsino
no
ambiente
domiciliar,
mães
e
pais
se
tornaram
uma
extens
ão
dir
eta
da
escola
para
a
apl
icação
dos
exercício
s
e
ativida
des
que
caract
eriz
aram
o
desenvolv
imento
téc
nico
do
ano
letivo
da
es
cola.
Essa
nova
real
idad
e
exigiu
dos
prof
essores
uma
dinâmica
diferente
da
rotina
hab
itual
desenvolvid
a
na
escola.
Essa
situação
se
intensifica
quand
o
pensamos
que
parte
dos
alun
o
s
q
ue
e
stão
inseridos
nesse
conte
xt
o
são
público
-
alvo
da
Educação
Especial.
Neste
trabal
ho
a
ênfase
n
ão
e
stá
sendo
dada
a
público
geral,
mas
si
m
n
as
c
rianças
co
m defi
ciência
visual,
é
importante
evide
nciar
essa
pr
oposta,
pois
as
consider
ações
que
estão
sen
do
aprese
ntad
as
fo
ram
organ
izadas
e
sistematizad
as
p
ara
auxiliar
os
profess
ores
e
demais
profissionais
q
ue
faz
em
par
te
da
artic
ulação
da
dinâmica
es
cola
e
fam
ília
nesse
tempo
pós
-
pandemia.
Por
isso
a
necessidade
de
ap
rese
ntar
informaçõ
es
técnicas
que
auxili
arão
a
movimentação
prática
do
aluno
com
deficiência
visual,
sempre
considera
ndo
o
se
u
desenvolvi
mento
mo
triz
e
cognitivo.
Além
dos
cont
eúdos
que
faz
em
parte
das
temáticas
que
precisa
m
ser
trabal
hadas
com
os
al
uno
s,
os
profes
sores
precisa
m
se
apropr
iar
d
essas
inf
ormações
e
pens
ar
na
me
lhor
ma
neira
de
desenvo
lvê
-
las
em
con
ju
nto
com
a
família
dessa
crian
ça.
Ante
s
mesmo
do
al
uno
c
ego
ou
bai
xa
visão
ter
acesso
ao
s
186
conteúd
os
aplicados
pela
escola
ele
precisa
estar
a
mbientado
em
uma
reali
dade
que
esteja
configurada
par
a
lhe
dar
acess
o
às
infor
mações
que
fazem
partem
do
currículo
an
ual
escolar
que
ele
esteja
estudando.
Pensando
na
orient
ação
e
mobilida
de
do
al
un
o
,
Mazar
ro
(2003),
evidencia
as
três
questões
básicas
que
estruturam
o
proce
sso
de
orien
tação
que
precisam
ser
ditas
ao
al
uno
com
deficiência
visual
quan
do
vamos
ensiná
-
lo:
•
Onde
estou?
•
Para
onde
que
ro
ir?
(Onde
está
o
meu
ob
jetivo?
)
•
Como
vou
c
heg
ar
ao
l
ocal
desejado?
O
autor
a
ind
a
diz
que
p
ara
o
aluno
fo
rmar
e
ssas
questões
el
e
de
ve
passar
pelo
um
p
rocesso
important
e
que
envolve
as
seguint
es
fases:
Q
uadro
3
–
Fases
pertenc
ente
ao
process
o
de
ensino
de
orientação.
Percepç
ão
Captar
as
info
rmações
presentes
no
meio
ambiente
pelos
canais
sensoria
is
A
nálise
Organização
do
s
dados
percebidos
em
gr
au
s
v
ar
iad
os
de
confiança,
fami
liarida
de,
sensa
ções
e
outros
Seleç
ão
Escolha
dos
el
ementos
mais
imp
ortantes
que
s
atisfaçam
as
necessidade
s
imediata
s
de
orientação
Planejament
o
Plano
de
ação,
como
posso
chegar
ao
meu
objetivo,
com
base
nas
fas
es
anteri
ores
Execução
A
mobilidade
propr
ia
mente
dita,
r
ea
li
zar
o
pl
ano
de
aç
ão
através
da
prát
ica
Font
e:
W
eishaln
(1990).
187
A
ap
rese
ntação
das
fases
de
desenvolvimento
que
norteiam
o
proce
sso
de
o
rient
ação
do
alun
o
co
m
deficiência
vi
sual
é
nec
essária
como
conhecim
ento
t
é
cni
co
que
enreda
um
cotidian
o
abran
gent
e
de
atividades
que
visam
contribuir
com
a
autonomia
do
disce
nte.
A
esp
ecificaç
ões
técnicas
dessas
fases
são
muito
i
mporta
ntes
p
ara
o
repertório
i
ntelectual
do
profess
or
que
pertence
ao
q
uadro
de
docentes
dos
ano
s
iniciais
da
Educação
B
ási
ca.
Estar
m
uni
do
dessas
informações
agrega
na
desen
voltura
da
at
uação
prática
gerando
mais
fundament
os
e
articula
ções
q
uand
o
há
nece
ssidade
de
promo
ver
o
tr
abalho
conjunt
o
da
escola
com
a
família
e
demais
núcleos
sociais
q
ue
a
crian
ça
com
d
eficiência
visual
resi
de
ou
se
ambienta.
Agora
,
quando
pensamos
em
mobilidade,
Mazar
ro (2003)
diz
que
precisamos
comp
reen
der
a
remanescência
do
s
sentid
os
que
envolvem
as
percepçõ
es
n
ão
visuai
s,
como
a
audição
,
o
tato
(sistema
háptico),
o
olfa
to,
a
cinestesia,
a
memória
m
uscular,
o
sentido
vestibular.
No
c
aso
da
pe
ssoa
com
deficiência
visual
se
movimenta
r
de
um
pon
to
a
o
utro
é
necessári
o
seguir
diretrizes
e
ser
orien
ta
da
em
re
lação
ao
seu
destino,
co
ns
titu
ind
o
assim
um
mapa
mental
do
layout
do
espaço.
Você
[...]
pode
es
tar
uti
lizando
plantas
tá
teis
dura
nte
a
ori
entação
de
seu
aluno
para
a
mobilida
de.
A
planta
tátil
pod
e
ser
c
onfecc
ion
ada
no
alumín
io,
marcado
por
carreti
lha
de
costura,
ou
em
cartolina,
utili
zando
suca
tas,
ma
teriais
de
diferentes
textur
as,
cola
plástica,
fios
colados
e
outros
materia
is
que
dêem
relevo.
Mas,
não
se
esqu
eça,
nessa
planta
é
importante
marcar
o
ponto
de
referência
(onde
eu
esto
u).
Quan
do
a
criança
está
nas
pr
ime
iras
séries
é
impor
tante
que,
além
de
utili
zar
tai
s
materiais,
você
deve
fa
zer
com
que
ela
tr
ace
o
camin
ho
para
sua
exploraç
ão
e
pedir
que
reconstru
a
o
espaço.
Dessa
forma,
irá
transferi
r
as
relações
espa
ciais
simples
da
sala
de
au
la
para
uma
maque
te
constru
ída
progressivament
e,
à
medida
que
for
descobr
indo
nov
os
188
ambientes.
Nessa
ativi
dade
v
ocê
poder
á
avaliar
o
grau
de
s
ua
compreensão.
É
de
extrema
imp
ortân
cia
q
ue
o
aluno
vive
ncie
o
espaço
para
compreendê
-
lo:
caso
a
sala
de
aula
seja
quadr
ada,
a
base
da
m
aque
te
deve
ter
a
mesma
forma.
No
caso
da
sala
de
au
la,
o
ponto
mais
importa
nte
é
a
por
ta,
dep
ois
a
mesa
do
professor,
a
carte
ira
do
aluno
deficie
nte
v
isu
al,
as
dema
is
carteiras
e
as
janelas
(MAZAR
RO,
2003,
p.
18).
A
mobilidade
da
pe
ssoa
co
m
deficiência
exige
bo
a
compreensão
dos
fundament
os
técnicos
de
orientação,
se
ndo
compreendida
como,
“a
habilidade
de
locom
over
-
se
co
m
segur
ança,
efi
ciência e
con
forto
no
m
eio
ambiente,
através
da
utilizaçã
o
dos
sentidos
reman
escentes
”
(WEISH
ALN,
1990).
Por
isso,
os
professores
e
demais
profissionais
que
estão
diretamente
liga
dos
ao
espaço
interno
escola
r
e,
indiretam
ente,
a
outros
espa
ços
que
a
cri
ança
com
deficiên
cia
visual
frequenta
ou
re
side
precisam
ter
ace
sso
a
informaç
ões
q
ue
evid
encie
de
forma
prática
e
cl
ara
recursos
e
a
tividades
que
melhorem
o
de
semp
en
ho
do
desenvolvi
mento
cognitivo
e
de
o
rient
ação
e
mo
bil
idad
e
vi
sando
contribuir
para
o
al
cance
da
autonomia
do
público
aqui
enfatizado.
C
ons
ide
raç
õe
s
F
ina
is
Quando
pensamos
em
situa
ções
q
ue
impactam
diretamen
te
na
educaç
ão,
a
utomatica
mente
começamos
imaginar
como
e
las
se
estrut
uram
e
q
ual
se
ria
um
caminho
vi
ável
a
se
to
mar
para
minimizar
tais
problemas,
precisamos
com
pre
end
er
que
n
ão
há
uma
receita
prática
para
resolução
imediata,
mas
si
m
materiais
e
estudos
q
ue
ap
resent
am
consideraç
ões
189
teóricas
e
prá
ticas
ge
ran
do
iniciativa
s
que
m
elhora
m
a
qualidad
e
de
vida
das
crianç
as
com
d
eficiência
vi
sual
e
seus
familia
res
na
perspectiva
da
acess
ibilidade.
Nem
sempre
as
informações
estão
ali
nhadas
e
sistematiza
das
de
forma
compreensível,
por
isso
que
é
nece
ssário
desenv
olver
textos
q
ue
facilitem
esse
processo.
Considerando
a
problematizaç
ão
acerca
dos
f
ato
res
dest
acados
e
interfer
ência
no
pro
cesso
de
escol
arização
dessas
crian
ças,
foram
apres
entados
element
os
importantes
para
a
melh
oria
de
uma
rot
ina
aind
a
mais
impactada
com
o
período
de
pandemia
,
fatores
importantes
como
Ativ
idades
de
Vida
Autônoma,
In
tervenção
precoce,
Estimulaçã
o
visual
e
Orie
nt
ação
e
mobilidade
e
nredaram
esse
trab
alho
buscando
estabel
ecer
um
con
vívio
escolar
bem
mais
in
dica
do
par
a
busc
ar
a
autonomia
das
crian
ças
ce
gas
e
baixa
vi
são.
Referênc
ias
BRASI
L.
Ministério
da
Educação/
Secre
tari
a
de
Educação
Especial.
Programa
de
C
apacit
ação
de
Recurs
os
Humanos
do
Ensino
Fu
ndamental
–
Deficiência
Visual
,
v.
1; 2; 3.
Brasília
:
MEC/SEES
P,
2001.
Disponível
em:
http:/
/portal.
mec.gov.
br/seesp/arquivos
/pdf/def
_visual_1.pdf
.
Acesso
em:
30
set
. 2021.
BRASI
L.
Lei
nº
13.146
,
de
6
de
julho
de
2015.
Lei
Brasileira
de
In
cl
usã
o
da
Pessoa
com de
ficiência. 2015.
Disponív
el
em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13146.htm.
Acesso
em
: 15
o
ut.
2021.
190
CARDOS
O,
Maria
Cecília
de
Freitas.
Integração
e
ducacio
nal
e
comunitá
ria.
Revista
Brasil
eira
de
E
ducaç
ão
Especial
,
Ma
rília,
v.
1,
n.
1,
p.
89-99, 1992.
CARDOS
O,
Ale
ssandra
Andrade;
TAV
EIRA,
Gust
avo
Diniz
de
Mesquita
;
STRIBE
L,
Guilh
er
me
Perei
ra.
Educação
especial
no
contexto
de
pandemia:
reflex
ões
sobre
políticas
educaci
onai
s.
Revista
Te
ias
,
v.
22,
n.
65,
abr./jun.
2021.
Disponível
em:
https://doi.org/10.12957/teias.2021.50005.
Acesso
em
: 19
jan
.
2022.
DIEZ,
Carmem
Lúcia
Forn
ari;
HOR
N,
Geraldo
Bal
duino.
Ori
entações
para
elaboraçã
o
de
projetos
e
monografias
. 3.
ed.
Petrópolis,
RJ:
Vozes,
2013. 140
p.
GLAGLIAR
DO,
Heloisa
Ga
gheggi
Ra
vanini
G
ardon
;
NOBRE,
Ma
ria
Inês
Rubo
de
S
ouz
a.
Interve
nção
precoce
na
criança
com
baixa
vi
são.
Revi
sta
Neurociên
cias
, [S.
l.
],
v.
9, n.1, p. 16-19, 2001. DOI:
1034024/mc. v 9. 8928.
Disponível
em:
https://per
iodicos
.unifesp.
br/index.p
hp/neuroc
iencias/a
rticle/view/8928
.
Acesso
em:
21
o
ut.
2021.
MAZ
ARRO,
Jo
sé
Luiz.
Mas,
afin
al,
o
q
ue
é
o
rien
taçã
o
e
mobilidade?
In
:
MACHADO
,
Edileine
Vi
eira
et
al
.
Orie
ntação
e
Mobi
lidade
:
Conheci
mentos
bás
icos
p
ara
a
inclusã
o
do
de
fi
cien
te
visual
.
Brasília:
MEC
;
SEESP,
2003. 167
p.
RODRIGU
ES,
Adriano
Conrado;
PADOVANI
, L
ucian
e
;
Deficiência
Visual.
In
:
C
ONRADO,
Rodrigu
es
Adri
ano.
Reabi
litação
p
ráticas
inclusivas
e
estratégicas
p
ara
aç
ão
.
São
Paulo
:
Andreoli,
2008.
191
SÃO
PAU
LO.
(Est
ado).
Decreto
nº
64.881
,
de
22
de
março
de
2020.
Decreta
quaren
tena
no
Est
ado
de
S
ão
Paul
o,
no
contex
to
da
pandemia
do
COVID
-19
(Novo
Coronavírus),
e
dá
providênc
ias
comple
mentares
.
Diário
Oficial -
Executivo,
22
mar.
2020.
Disponível
em:
https://www.al.sp.gov.br/norma/193361.
Ace
sso
em:
14
out.
2021.
SIERRA
,
Maria
Angela
Bassan.
AVD,
AVAS,
AVA,
Atividades
c
otidi
anas:
com a
palavr
a
Vygotsky
e
Heller.
Universi
dade
Estad
ual
do
Paran
á.
Secret
aria
de
Educação
do
Paran
á
, PDE, 2009.
Disponível
em:
http://www.
diaadia
educaca
o.pr.gov.br
/portals
/pde/ar
quivos/230
3
-8.pdf.
Acesso
em:
20
o
ut
. 2021.
SIAULYS,
Maria
Olympia
de
Campos
.
Atividade
s
de
Vida
Autônoma
:
essên
cia
da
vida
em
socied
ade.
São
Paulo:
Laramar
a,
2014.
SIAULYS,
Mara
Olympia
de
Campos
et
al
.
A
deficiência
visual
associada
à
deficiência
m
últipla
e o
atendi
mento
educ
acio
nal
especializado
:
encarando
desaf
ios
e
construind
o
poss
ibilidades.
São
Paulo:
Lar
amara,
2010.
WALLY,
P
at
on
. O
estímu
lo
enquanto
fato
r
que
c
ontribui
para
a
aprendizag
e
m
do
defic
iente
visual.
Cidadania
em
Ação:
Revi
sta
de
Exten
são
e
Cultura
,
Flor
ianópolis
,
v.
5,
n.
1, 2011.
Dis
ponível
em:
https://r
evistas.
udesc.br
/index.php
/cidadania
emacao
/article/vi
ew/2243.
Acesso
em:
30
o
ut.
2021
WEISHALN,
R.
Orientat
ion
and
mobility
in
the
blind
children
.
New
York:
Englewood
Cl
iffs, 1990.
192
193
C
a
pít
ulo
7
A
nos
f
inais
do
Ens
ino
Fundam
e
nt
al:
Os
de
saf
ios
do
e
nsino
da
Língua
Port
ug
uesa
Fábio
Vinicius
Alves
Luiz
Feli
pe
Garcia
de
Senna
Este
trab
alho
se
ali
ce
rça
nas
visões
de
dois
professor
es
residentes
em
uma
cidade
do
inte
rior
paulis
ta.
Ambo
s
s
ão
professores
categoria
O
(con
tratad
os
por
3
ano
s)
dos
ano
s
finais
do
ensino
fun
dame
ntal
(EFII)
da
Secret
aria
de
Educação
do
Est
ado
de
São
P
aulo
(SEDU
C) e
ministram
as
suas
aul
as
em
escolas
de
ensi
no
público
na
periferia
de
suas
cidades.
Os
profess
ores,
de
séries
que
pa
rtem
do
6º
ano
até
o
9º
ano
do
EF
II,
se
revezam
e
ntre
os
estudos
para
qualifica
ção
ac
adêmi
ca
e
as
preocupações
com
os
estuda
n
tes
que
apresen
taram
dificuldades,
tanto
quanto
os
profess
ores,
no
processo
de
acesso
à
educ
ação
remota
e
no
ensino
de
Lín
gu
a
Portugue
sa.
O
que
será
apre
sent
ado
aqui
se
baseia
em
experiências
de
do
is
an
os
consecut
ivos
em
que
a
rede
da
educ
ação
pa
ulista
te
ve
de
se
adap
tar,
compre
ender
e
se
re
estruturar
para
que
o
ensino
remoto
pu
desse
ser
implementa
do
e
ap
resentasse,
ao
menos
a
lg
un
s,
result
ados
r
eferentes
ao
ens
ino
de
Lín
gua
Portuguesa
em
meio
a
pa
ndemia
que
atingiu
t
o
do
o
planeta.
Aqui
será
descr
ito
a
experi
ência
de
do
is
jovens
prof
essores
,
especific
ament
e,
sob
re
o
ensi
no,
a
avaliação
e
os
resultados
al
cançad
os
po
r
http
s://doi
.org/10.
36311
/2022.9
78
-
65
-
5954
-
308
-3
.p
1
93
-
220
194
eles
no
período
de
ensino
remoto.
Todo
o
trabalho
realizado
foi
acomp
anh
ado
pela
c
oord
enaç
ão
das
esc
olas
que
os
professores
leci
onam,
desde
os
materiais
utilizad
os
nas
aulas
até
o
n
ível
de
participaçã
o
dos
alun
os
nas
atividades
pr
opostas.
S
it
uan
do
a
Educaç
ão
em
t
em
pos
de
pande
mi
a
Quando
falamo
s
sobre
a
educaç
ão
e
de
c
omo
ela
te
m
se
desen
volvido
nos
ú
ltimos
anos,
precis
amos
situar
o
local
em
que
ela
se
encontr
a.
O
conceito
de
campo
de
Bourdieu
(2002)
f
ala
d
as
disputas
existentes
no
in
te
rio
r
de
espaços
denominados
de
campos,
um
campo
é
um
e
spaço
so
cial
q
ue
é
constituído
de
objetos,
de
p
essoas,
de
forç
as,
instituiç
ões
q
ue
apres
entam
condições,
con
duta
s,
apost
as
e
interesses
que
a
todo
temp
o
se
esbarram
e
geram
a
tritos
que
são
nascidos
de
importan
tes
disputas
,
geralmente
para
a
m
anute
nção
de
poder
de
a
lguma
f
orça
ou
para
gerar
nov
os
conflitos
que
inter
essam
a
novos
embat
es.
No
contexto
ed
ucacion
al,
e
ssas
disputas
também
sã
o
apare
nte
s,
assim,
diferentes
mo
vime
ntos
buscam
o
seu
domínio.
Os
interesses
dos
agentes
de
um
campo
podem
circ
ular
en
tre
out
ros,
co
mo
no
caso
do
campo
político
que
influencia
diretame
nte
a
estrutura
do
campo
educac
ion
al.
Neste
último
,
os
conflitos
tratam
diretamente
sob
re
o
mode
lo
de
edu
cação
e
os
conhecim
entos
que
são,
ou
não,
abarcad
os
no
g
uarda
-
chuva
curricular.
Muitas
v
ezes,
os
interesses
dos
gr
upos
que
atu
am
nos
campos
n
ão
ficam
evident
es,
como
explicam
Se
nna
e
Simão
(2019),
alguns
moviment
os
utilizam
di
scursos
simplifica
dores
e
panfletários
para
ganh
ar
apoio
popular,
m
as
por
trás
de
toda
propaganda
est
ão
band
eiras
ideológ
icas,
econômicas
e
polític
as
muito
bem
articuladas.
Logo,
muitos
195
embates
já
e
stavam
send
o
travados
no
campo
educ
acion
al
an
tes
do
período
de
pandemia.
O
novo
contexto
apenas
colocou
em
provação
os
diferentes
discurso
s
e
susci
tou
reflexões
sobre
quais
os
reai
s
problema
s
da
e
na
educaç
ão
pública
brasileira.
De
acor
do
com
Marti
nez
(2004),
o
B
rasil
nunca
foi
um
país
plena
men
te
democrátic
o,
se
ja
nos
modelos
político
s
vigentes
,
seja
no
acesso
aos
insu
mos
básicos
p
ara
so
brevivê
ncia
human
a,
na
ve
rdade,
uma
g
rande
parte
da
soci
edade
b
rasile
ira
n
ão
se
id
entifica
co
m
uma
denominada
identidade
nacional
.
A
própria
ideia
de
escolari
zação
mudou
muito
no
decorrer
da
história,
por
exemplo,
a
pres
ença
do
profess
or,
um
orientad
or
ou
tutor
que
organiz
e
os
sabe
res,
pe
rmane
ce
até
a
atualidad
e.
Já
a
org
ani
zação
e
scolar
presencial
tem
suas
r
aízes
no
séc
ulo
XV
III,
e
la
já
foi
ger
ida
po
r
ins
tituições
religios
as
e
pelas
famílias
dos
alun
os,
isso
ante
s
de
ser
uma
o
brig
ação
do
Estado
Moderno.
A
noç
ão
de
educação
pública
é
mais
recente
ai
n
da,
nasce
u
jun
to
com
a
Revolu
ção
Industri
al
p
ara
fo
rmação
de
mão
de
obra
especiali
zada.
O
projeto
político
-
e
ducac
ion
al
brasileiro
atu
al
t
em
suas
raízes
n
as
últimas
déc
adas
do
séc
ulo
XX,
com
a
con
soli
dação
da
ch
amada
Constituiç
ão
Ci
dadã,
de
1988.
A
Carta
Magna
esta
beleceu
que
todos
os
cidad
ãos
brasileiros
detêm
direitos
iguais
à
saúd
e,
à
edu
cação,
à
segurança
e
à
qualida
de
de
vi
d
a,
porém,
com
o
explica
Ven
onez
i
et
al
.
(2019),
a
implementa
ção
de
tais
id
eias
é,
desde
en
tão
,
confron
tada
por
um
crescente
e
virulento
movi
men
to
neolib
eral,
q
ue
buscou
diminui
r
o
pro
tagonismo
estat
al
e
sufocar
os
direitos
estabelecid
os
pel
a
No
va
Constituição.
O
ano
de
2016
f
oi
apont
ado
po
r
V
enon
ezi
et
al
.
(2019)
como
o
aug
e
do
desmont
e,
mais
do
que
uma
m
udan
ça
de
li
deran
ça,
a
saída
da
en
tão
presidente
Dilma
R
ousse
ff
(2011-2016),
por
meio
de
um
golpe
político
-
parlamenta
r,
m
arcou
um
rompimen
to
com
os
val
ores
constituc
ionais
e,
196
em
conseq
uên
cia,
com
a
t
endência
de
ma
ior
in
ves
time
nto
na
ed
ucação
no
país.
Especific
amente
no
caso
do
Est
ado
de
São
Paul
o,
Barb
osa
et
al
.
(2020)
apon
ta
uma
política
de
de
svalori
zação
que
vigora
desde,
pelo
menos,
a
década
de
1990. O
ele
vad
o
n
úm
e
ro
de
professor
es
não
e
fetivos
,
a
ausê
nci
a
de
incentivos
par
a
evolução
na
carreira
e
de
a
ume
nto
salarial,
que,
desde
2016,
é
menor
que
o
piso
n
acion
al,
são
algun
s
dos
fat
ores
citados.
Ainda
ant
es
da
pandem
ia,
B
arbosa
et
al
.
(2020)
m
enc
ion
a
que
os
profess
ores
paulistas
já
sof
riam
co
m
excesso
de
t
rabalh
o,
sal
ários
baixos
e
condiç
ões
p
recári
as
nos
espaços
laborai
s.
Tudo
i
sso
,
de
aco
rdo
co
m
a
autora,
é
resultado
de
um
a
política
de
adm
inist
ração
pública
que
segu
e
princípios
gerencialistas
e
que
ocasiona
situações
de
competit
ividade
e
individualis
mo,
além
de
ignorar
o
caráter
coletivo
e
colaborativ
o
do
ato
pedagó
gico.
Dados
da
O
rgan
izaç
ão
das
Nações
Uni
das
para
Educação
,
C
iência
e
a
Cul
tura
(
COVID
-19
IMP
AC
T
...,
UNES
CO)
d
emon
straram
q
ue,
em
maio
de
2020,
mais
de
70
%
dos
estuda
ntes
em
todo
o
planeta
passaram
por
alguma
política
de
susp
ensão
das
aulas
presenciais
por
caus
a
da
pandemia
da
Covid
-19.
Só
no
Estado
de
São
Paulo
e
stão
matr
iculados
mais
de
4
milhões
de
alunos
nos
nív
eis
de
Ensino
Fundam
ental
ou
Ensino
Médio.
Este
s
estudantes
são
acom
panh
ados
por
mais
de
250
mil
profess
ores
e
o
trabal
ho
nos
estabelecime
nto
s
de
ensino
é
auxiliado
por
mais
de
65
mil
servidor
es
de
ár
eas
técnicas
ou
administrativ
as
17
.
A
suspen
são
d
as
a
ulas
presenciais
no
estado
paulista
ocorreu
po
r
meio
do
decreto
nº
64.864,
de
16/3/2020,
já
a
org
ani
zação
do
que
vi
ria
a
ser
o
17
Edu
cação
de São P
aulo em
Número
s. Dispo
nível em
:
https://www.educacao
.sp.gov.br/dados-
educacionais.
197
teletrab
alho
começou
com
a
re
solução
Se
duc
-28,
de
19/03/2020.
Em
pouco
tem
po,
toda
uma
organiz
ação
soci
al
foi
alte
rada,
prof
essores
,
al
uno
s,
servidore
s,
familiares
tiveram
que
se
adaptar
ao
n
ovo
mun
do,
um
momento
em
que
to
das
as
relações
passaram
a
ser
m
edi
adas
por
tecnologia
s.
Como
em
outr
os
lugares,
a
educação
pau
lista
aderiu
ao
modelo
de
Ensino
Remoto
Emergenc
ial
(
ERE).
Valente
(2020)
diferenc
ia
e
sta
da
Educação
a
Distância
(Ea
D)
p
orque,
nesta
última,
o
ensino
é
org
anizad
o
em
suas
instâncias
pedagógica
s
e
burocrát
icas
par
a
um
contexto
não
presencial.
O
Ensi
no
Remoto
Emerge
nci
al
(ERE)
é
um
a
adap
tação
temporár
ia
causada
por
situações
específicas:
Nesse
regime,
q
uase
a
to
talidade
das
disciplina
s
teóric
as
e
grande
parte
das
atividades
teóri
co
-
práticas
passarão
a
ser
ministra
das
remotamente,
em
Ambien
tes
V
ir
tuais
de
Apren
dizagem
(AVA),
den
tr
o
de
um
sistema
inst
itucional,
através
do
softwa
re
Moodle
e
G
Suite,
pa
cote
ofe
recido
pela
universidade,
q
ue
integra
ferramentas
como
o
G
oogle
C
las
sroom
e
Google
M
ee
t,
facilit
ando
o
a
cesso
e
regist
ro
de
to
das
as
atividades
planejad
as
em
cada
discipl
ina
e,
re
alizad
as,
de
forma
sínc
rona
ou
assíncro
na,
com
os
docent
es
e
alun
os
e,
entre
os
alunos
,
a
depender
do
que
for
del
ineado
no
plano
de
en
sino.
No
e
ntan
to,
em
funçã
o
de
dificulda
des
de
e
quip
amen
tos
ou
de
entrada
em
platafo
rma,
ou
tros
aplica
tivos
como
WhatsApp
e
Telegram
e
redes
sociais
como
Facebook
e
Inst
agram
,
pode
m
ser
ut
ilizad
os
para
facilit
ar
o
acesso
a
diá
logos
,
v
ídeos
e
documen
tos
em
pdf,
des
de
que
o
aluno
dispon
ha
de
conexão
com
a
interne
t
(VAL
ENT
E,
2020,
p.
06).
O
no
vo
momento
educac
ional
desafiou
parad
igm
as
ed
ucacio
nai
s,
profess
ores
com
eçaram
a
inter
agir
com
plataf
ormas
digitais
até
então
198
descon
hecidas,
ou
pouco
utilizadas
.
A
comunidade
escola
r
p
assou
a
lidar
com
novos
desafios
resultant
es
de
velhos
problema
s,
como,
por
exemp
lo,
a
manu
ten
ção
da
com
unicação
com
os
alunos.
Em
muitas
escola
s
públicas
,
o
contato
com
os
al
unos,
e
seus
responsáve
is,
ocorria
por
meio
de
n
úmero
s
de
celulares
que
não
funcio
navam
ou
que
eram
compa
rtilhados
po
r
toda
a
família
do
estu
dante.
O
Ens
ino
Em
ergencial
R
em
ot
o
P
auli
st
a
O
no
vo
modelo
de
ens
ino
e
sbarrou
na
crônica
desigual
dade
soci
al
do
país,
que
se
converteu
em
uma
desigualdade
tecnológic
a,
de
acesso
às
tecnologia
s
de
info
rmação
e
c
omuni
cação.
O
Instituto
Brasileiro
de
Geografia
e
E
statística
(IBGE
)
mostrou,
em
2020,
que
o
ace
sso
domiciliar
da
população
brasileira
à
int
ernet
é
par
ecido,
em
n
úmeros,
ao
de
saneam
ento
básico,
ou
seja,
nas
regiõ
es
com
menor
infraestrutura
social
há
também
menor
i
guald
ade
no
acesso
às
tecnologias.
Em
complemento,
a
Pesqui
sa
Nac
ion
al
por
Amo
stra
de
Domicíli
os
Contínua
–
(PNAD,
2016)
demonstrou
que,
em
2015,
os
equipamentos
mais
utiliza
dos
em
domicílios
bras
ileiros
para
acessar
à
internet
foram:
o
t
elefone
m
óvel
c
elular
(92,1%),
o
microcomputa
dor
(70,1%),
o
tablet
(21,1%)
e
a
televisão
(7,5%).
A
utilizaçã
o
dos
telefones
móveis
celul
ares
aumentou
de
53,6%
nos
domicílios
pesquisado
s
em
2013
para
92,1%
em
2015,
assim,
o
aumento
do
ace
sso
à
in
te
rnet
ocorr
eu
pe
lo
maior
con
sum
o
de
telefones
móveis
celulare
s
pelas
popu
lações
mais
pobres.
A
ofer
ta
de
modelos
mais
baratos
foi
um
dos
principa
is
mot
ivos
para
que
estes
grupos
pudessem
utilizar
tais
tecnolo
gias.
199
Com
e
ssas
informações,
compreendemos
q
ue
falar
de
e
ducação
remota
é
fal
ar
de
democ
ratiz
ação
do
acesso
às
tecnolog
ias
e,
por
consequência,
de
política
s
públicas,
pois
estas
são
indispe
nsáveis
para
efet
ivação
desta
de
mocr
atização
com
a
univer
salizaç
ão
definitiv
a
e
com
qualida
de
(R
EIS;
LEAL,
2021).
Como
já
observad
o,
o
en
si
no
remoto
f
oi
inst
aurado
em
2020
em
uma
real
idade
de
desiguald
ade
de
acesso,
de
prec
arização
da
carreira
do
ce
nte
e
dos
estabelec
imentos
de
ensino
públicos
.
A
Se
cretaria
da
Educação
do
Estad
o
de
S
ão
Paulo
(SEDUC)
desenvol
ve
muitas
ações
de
incentivo,
reorientaçã
o,
aprese
ntação
de
nov
as
práticas
e
renovaç
ão,
porém,
o
do
mín
io
d
essas
novas
hab
ilidades
n
ão
é
pe
rcebid
o
no
cotidiano
educacional
.
Quando
discuti
mos
a
realid
ade
que
estamos
i
nseri
dos,
percebemos
que
muitas
das
questões
problemat
izadas
pelas
referênci
as
aqu
i
re
unidas
estão
presen
tes
no
no
sso
di
a
a
dia.
No
início
do
Ensino
Em
ergen
cial
Remoto
(ER
E),
os
prof
essores
recebera
m
treinamentos
referen
tes
à
inst
alação
e
ao
uso
dos
aplicativ
os
q
ue
serviriam
de
base
para
o
traba
lho
pedagó
gico.
E
nt
re
eles
,
d
estac
a
-
se
o
aplicativo
do
Centro
de
Mídias
da
Educação
de
São
Paulo
(CMSP),
as
forma
ções
o
correram
por
meio
da
SEDUC
com
suporte
dos
grupos
de
coordena
ção,
sup
ervisão
das
escolas
e
Diretorias
Reg
iona
is
de
Educaç
ão
(DREs).
Os
profess
ores
também
recebera
m
formações
para
o
uso
de
outros
aplicativos
,
tais
como:
Google
Classr
oom,
G
oogle
Drive,
G
oogle
F
ormulári
o
,
Go
ogle
Meet,
Microsoft
Teams
e
out
ras
plataforma
s
digitais
como:
Des
com
plic
a,
R
evisa
ENEM,
Dragonlea
rn
etc.
Os
primeiros
problema
s
surgiram
com
a
dificuldade
de
muitos
docentes
em
assimilar
o
uso
das
no
vas
ferram
ent
as
no
cotidiano
rem
oto
e
com
a
baixa
tec
nologia
dos
ap
arelh
os
que
deti
nham.
Como
soluções,
primeiro,
o
Go
verno
Estadual
ampliou
o
Projet
o
de
Apoio
a
Tecnologi
a
e
200
Inov
ação
(PROATEC),
com
o
aumento
de
profess
ores
que
ajudam
as
comunidades
escolares
na
apr
opri
ação
e
no
uso
d
as
n
ovas
tec
nologias
18
;
segundo,
a
tamb
ém
ampliação
do
Pro
grama
Professor
Conectado
com
o
Computa
dor
do
Pro
fessor
.
Os
profissionais
poderia
m,
co
m
o
program
a,
solicitar
um
reembols
o
de
até
R$2.000.00
para
a
compra
de
um
ap
arelho
tecnológico
de
uso
pedag
ógi
co
19
.
A
m
anute
nção
de
canai
s
de
comu
nicaç
ão
ent
re
as
escolas
e
os
aluno
s
também
foi
um
dos
primeir
os
probl
emas
identif
icados
e,
ain
da,
n
ão
resolvi
do
totalmente.
Os
professores
,
já
equipados
e
orientados,
prec
isavam
c
ont
atar
se
us
alu
nos
p
ara
d
ar
continuidade
ao
trabal
ho
pedagó
gico,
os
estu
dantes
d
everiam
se
r
orienta
dos
sob
re
de
que
mane
ira
os
estudos
prossegu
iriam,
mas
n
as
situações
de
busca
ativ
a
,
os
conta
tos
não
funci
on
avam.
C
omo
já
mencionado,
mu
itos
númer
os
de
tel
ef
ones
não
recebiam
ligações
ou
os
celulares
e
ram
com
partilha
dos
por
tod
o
o
grupo
familiar
,
poucos
alun
o
s
tin
ha
m
computador
es,
note
books
e
tablets
p
ara
o
estudo
remoto
.
Para
minimizar
a
situação,
o
Govern
o
Est
adual
iniciou
a
distribu
ição
de
c
hips
de
apa
relhos
celulares
com
int
ernet
p
ara
estuda
ntes
mais
vuln
eráveis
20
,
em
nossas
escolas,
a
proposta
não
surti
u
o
resul
tado
espera
do.
A
maioria
dos
alun
os
vuln
erávei
s
não
possuía
aparelhos
para
utilizaçã
o
dos
chips
.
Outra
iniciativa
foi à
transmi
ssão
de
aulas
minis
tradas
18
Resolução S
educ
-
7, de 11 de j
anei
ro de
2021,
Proj
eto de
Apoio
a Tec
nologia e
Ino
vação.
Disponí
vel e
m:
sia
u.edun
et.sp.go
v.br/I
temL
ise/a
rquivo
s/RESOLUÇ
ÃO SEDUC 7.H
TM?Ti
me=03
/11/
2021
11:23:
07.
19
Program
a Profe
ssor Co
necta
do
–
Computa
dor do Pr
ofess
or. 0
1 set.
2021.
D
iretoria de Ensino
-
Região Ce
ntro Di
sponíve
l em:
educacao.
sp.g
ov.br
.
20
Chip par
a estudant
es vul
neráve
is.
Disponí
vel e
m:
https://www.educacao.sp.gov.br/chip-
com
-
inter
net
-
pra
zo
-
de
-
ades
ao
-
de
-
alunos
-
da
-
rede
-
e
stadual
-
de
-
sp
-e-
pror
rogad
o
-
ate
-proxima-
se
xta
-
feir
a/.
201
por
profess
ores
do
C
en
t
ro
de
Mídia
s
da
Educação
de
São
Paulo
(CMSP)
por
canais
de
televisã
o
aberta,
o
q
ue
poderia
at
ende
r
at
é
3,5
milhões
de
aluno
s
21
.
O
aplica
tivo
para
celular
do
CMSP,
que
de
início
era
utilizad
o
por
gestores
das
instituiç
ões
de
ens
ino
em
ori
ent
açõe
s
e
instruçõe
s
para
o
cotidiano
esc
olar,
passou
a
ser
utiliza
dos
por
profes
sores
e
aluno
s.
Ainda
no
iní
cio
da
pandemia,
o
Governo
Estadual
criou
um
program
a
de
auxílio
para
famílias
beneficiadas
pelo
,
então,
B
olsa
Família,
ou
que
se
enc
ontravam
em
situação
de
extrema
pobreza,
o
chamado
Merenda
em
Casa
22
.
Um
pro
grama
q
ue
gerou
um
auxílio
de
R$
55,00
p
ara
c
ada
c
rian
ça
dessas
famílias
desassisti
das
por
causa
da
p
ande
mia.
No
c
aso
dos
al
uno
s
se
m
nenhum
acesso
à
tecnolo
gia,
às
escolas
opt
aram
por
con
tatar
os
responsá
veis
e
informá
-
los
que,
com
a
susp
ensão
das
atividades
presencia
is,
as
lições
e
atividad
es
escolares
poderiam
ser
reti
radas
nas
diretorias
das
e
scolas;
q
ue
também
poderiam
ser
ret
irados
os
cader
nos
de
atividad
es
para
o
acompan
hamento
das
aulas
do
CMSP
pelos
canais
disponíveis.
Durante
o
an
o
de
2020,
o
n
ú
me
ro
de
casos
de
Co
vid
-
19
cresceu
em
todo
o
país,
o
q
ue
prolon
gou
o
Ensi
no
Emergenc
ial
Remo
to
(ERE)
por
mais
de
um
ano
.
Entre
o
segundo
semest
re
de
2020
e
o
primeiro
de
2021,
os
pr
ofess
ores
passaram
para
um
mo
delo
to
talmente
remoto,
em
que
t
odo
o
trab
alho
passo
u
a
ser
mediado
por
tecno
logias.
Por
um
l
ado,
as
p
rime
iras
av
aliaçõ
es
das
ativid
ades
remotas
demon
straram
uma
crític
a
qued
a
na
participaçã
o
e
na
aprendizagem
dos
aluno
s,
dados
bem
preoc
upantes.
Por
outro
lado,
o
t
rabalh
o
pedag
ógico
21
Governo
de SP lanç
a aulas em tempo
real por TV a
berta e celular
aos 3,5 milhõ
es de estu
dant
es
da rede estadual. CMS
P
-
Centr
o de Mídias da E
ducaçã
o de São Paul
o. Dispo
nível e
m:
https://centrodemidiasp.educacao.sp.gov.br/governo-
de
-
sp
-
lanca
-
a
ulas
-
em
-tempo-
real
-
por
-tv-
aberta
-e
-
celular
-
aos
-
35
-
milh
oes
-
de
-
e
studantes
-
da
-
rede
-
estadual/
de SP l
ança aulas em
tempo real
por TV ab
erta e cel
ular aos 3,
5 milhões de e
studantes da re
de est
adual
.
22
Merenda
em Casa
. Dispon
ível em:
https://merendaemcasa.educaca
o.sp.gov.br.
202
ficou
cada
vez
mais
en
gessa
do
nas
aulas
transmitidas
pela
pla
taforma
CMSP,
os
profess
ores
n
as
unidades
escolares
passaram
a
ag
ir
como
tutores
que
acompanhavam
os
alun
os
e
ti
ravam
dúvidas
pontuais.
Neste
co
ntexto,
os
professores
tiveram
de
se
desdobrar
para
compr
eender
ou
decifrar
o
que
os
alunos
devo
lveram
com
o
lições
e
ativida
des
pro
postas
pelo
CMSP.
A
não
busca
de
atividades
n
as
esc
olas
levou
a
um
desap
arecimen
to
de
alunos,
impressã
o
corrobo
rada
pelos
dados
levan
tados
pelo
Sin
di
cato
dos
Profess
ores
do
En
sino
Of
icial
do
Estado
de
São
Paulo
(APEOESP),
que
revelaram,
e
n
tre
outras
coisas,
que:
mais
de
63,2%
dos
al
uno
s
do
Ensino
Médio
não
receber
am
nenhum
suporte
tecno
lóg
ico
durante
o
ensi
no
remoto;
a
e
vasão
escolar
foi
de
pelo
menos
15%
em
escolas
paulista
s
23
.
Já
o
Tribunal
de
Conta
s
do
Estado
(TCE)
apontou
qu
e,
em
2020,
cerca
de
80%
dos
aluno
s
da
rede
paulista
utilizara
m
o
aplicativo
do
CMSP
por
2
horas
ou
menos
24
.
Em
no
ssas
esco
las,
es
tas
questões
também
fo
ram
pe
rcebidas,
muitos
alun
os
matricu
lados
n
ão
compa
recera
m,
não
r
eali
zaram
as
ativida
des
en
viadas
ou
bu
scaram
a
escola
para
esclarec
iment
os.
As
devolut
ivas
das
atividad
es
ocorre
ram
com
um
nú
m
ero
reduzido
de
aluno
s,
ao
menos
10%,
e
eram
centr
alizadas
no
q
ue
era
trans
mitido
pel
o
CMSP.
Os
aluno
s
que
assist
issem
às
aula
s
de
veriam
respond
er
questões
q
ue
eram
disponibili
zadas
no
própr
io
aplicativ
o.
Os
result
ados
eram
vistos
pelos
profess
ores
por
me
io
da
SEDUC,
portal
que
já
era
utilizado
pelos
profess
ores
p
ara
postar
n
otas,
médias
e
l
ançar
atividades
e
presença
s
p
ara
23
Pe
squisa APEOE
SP/VOX
Populi
-
Impac
tos da Pandemia na Educ
ação Públ
ica e Aulas
Presenciais
. Dispo
nível e
m:
https://www.youtube.com/watch?v=HGwxXyI_qoQ&ab_channel=TVAPEOESP.
24
80
% dos alunos de S
P não passara
m de 2 horas e
m app de aula onlin
e em
2020
-
01
/07/20
21
-
Educaçã
o
–
Folh
a uol
. D
isponível
em:
h
ttps://www1.fol
ha.uol
.com
.br/
educ
acao/2
021
/07/
80
-
dos
-
alunos
-
de
-
sp
-
nao
-
pass
aram
-
de
-2
-
horas
-
em
-
app
-
de
-
aul
a
-
online
-
em
-
2020.shtml.
203
os
alunos,
os
docent
es
que
tivessem
dificuldades
e
ram
acomp
anhad
os
pela
equipe
de
suporte
tecnoló
g
ico
da
escol
a.
O
Letramen
to
do
N
a
t
ivo
e
do
Im
igrant
e
Digital
Palfre
y
e
G
asser
(2011)
explicam
que
os
“nativo
s
d
igitais”
são
os
nasci
dos
depois
dos
an
os
1980
e
que
cresce
ram
h
abituad
os
co
m
as
tecnologia
s
digitais
.
Os
primeiros
jovens
a
utilizarem
das
redes
s
ociais
p
ara
se
comunicar
em,
al
ém
dos
jogos
eletrônicos
e
o
utr
os
apar
ato
s
q
ue
com
o
tempo
ficaram
mais
interativ
os
e
interconec
tados.
Já
os
ch
amado
s
“imigrantes
digitais”
p
ode
m
ser
os
nascid
os
an
t
es
ou
que
simp
le
smen
te
não
tiveram
as
mesmas
vivências
e
ap
resent
am
dificuldad
es
para
interagir
com
as
tecnologias.
Muitos
professor
es
se
e
nquad
ram
no
segundo
grupo
de
indivídu
os
e
sentem
dificuldades
em
lidar
com
os
jove
ns
nascid
os
na
cibercul
tura,
bem
como
com
as
n
ovas
tecnologias.
O
co
nceito
de
“ciber
espaço”
foi
criado
pelo
francês
Pierre
Lévy
(2010) e
pensa
a
internet
como
uma
infraest
rutura,
um
me
io
de
com
unicação
que
surge
a
partir
da
conexão
que
a
internet
per
mite.
A
partir
do
momento
que
o
“ciberespa
ço”
passa
a
f
azer
parte
do
cotid
iano
das
pessoas,
elas
criam
e
adqui
rem
prátic
as
específicas
destes
momentos
e
l
ugares,
o
que
re
sulta
na
ch
amada
“cibercult
ura”.
Na
atu
alid
ade
em
que
estamos
inseri
dos,
os
al
uno
s
são
percebidos
como
na
tivos
digitais
“per
iféricos
”,
já
os
profess
ores
como
i
mig
ran
tes
“funci
on
ais”,
isso
porque,
como
observa
do,
os
estudantes
det
êm
um
acesso
consta
nte
e
long
ínquo
das
tecnolo
gias,
mas
limitado
aos
apare
lh
os
móveis
como
celulares,
a
lém
do
uso
focado
em
jogos
e
red
es
sociais;
as
dificuldades
dos
professor
es
no
períod
o
de
pandem
ia
dem
onstrar
am
q
ue,
em
maioria
,
204
o
uso
dos
aparelh
os
estava
limitado
à
liga
ções
e
o
uso
de
algumas
rede
sociai
s.
Nos
dois
casos,
os
sujeit
os
d
emon
straram
dificuldades
em
inovar
no
uso
e
em
se
apr
opriar
das
novas
fe
rramen
tas
no
contex
to
pedagógic
o,
o
que
susci
ta
o
conceit
o
de
letramento
d
igital.
O
conceit
o
de
letramento
já
é
muito
conheci
do
e
difundido
no
campo
e
ducaci
onal,
como
expl
ica
Soar
es
(2002),
é
um
conceito
plural,
trata
-
se
de
letramentos,
isso
por
c
ausa
das
di
ver
sas
possibilidades
de
aprendizag
e
m
que
o
mun
d
o
s
ocial
apre
senta.
Silv
a
(2012)
comenta
o
exemplo
de
um
a
pessoa
que
do
min
a
a
língua
escrita
e
as
no
rmas
q
ue
a
regulam,
poré
m,
não
domina
com
facil
idade
as
tecnolog
ias
digitais,
e
le
pode
ser
um
“imigrante”,
um
sujeit
o
em
proc
esso
de
aprendizag
em.
Silva
(2012)
resgata
e
dialoga
com
as
discussõ
es
de
Soares
(2002)
so
bre
alfabe
tiz
ação
e
letrame
nto
par
a
utilizá
-
las
em
seu
diá
logo
so
b
re
o
uso
de
tecnologia
s
na
e
ducação
.
De
ssa
m
anei
ra,
Silva
(2012)
re
afirma
que
letramento
e
al
fabeti
zação
não
são
opostos,
mas
complementa
res,
um
sujeito
alfabetiza
do
apres
enta
compr
eensão
dos
códigos
escritos
da
lín
gua,
ele
po
de
ler
e
até
esc
rever,
porém
só
dem
onstrará
um
domínio
maior
quand
o
estiver
letrado,
isso
é,
quando
compr
eender
os
usos
sociais
da
linguagem.
Lógica
pare
cid
a
pode
se
r
aplic
ada
ao
letra
mento
digital,
pois
um
sujeito
só
é
letrado
digitalmente
quan
do
comp
reen
de
os
diferentes
usos
sociais
que
as
tecnologias
permitem.
Não
se
trata
de
um
uso
t
écnico,
específic
o,
co
mo
acessar
sites
ou
softwar
es
,
mas
de
proporcionar
ao
sujei
to
a
capacid
ade
de
ag
ir
criticamente
dian
te
do
q
ue
intera
ge:
Não
é
possível
letrar
digita
lmen
te
sem
se
pensar
em
alguém
que
precisa
estar
alfabeti
zado.
Não
é
possível
apenas
alfabet
izar,
sem
se
pensar
no
uso
soc
ial
que
se
fará
desse
c
onh
ecime
nto
nas
práti
cas
sociai
s
que
envolvam
as
ferramentas
da
Web
2.
0.
E
mais
,
par
a
que
o
l
etra
men
to
205
seja
pleno,
é
preciso
que
se
r
efl
ita
crit
icamen
te
acer
ca
do
que
utiliz
ar,
como
e
por
q
ue
no
fazer
docen
te
(SILVA,
2012,
p.
4).
Os
professores
do
sécu
lo
XXI
est
ão
em
um
cenári
o
difere
nte
dos
profissiona
is
formados
durante
o
sécul
o
XX,
por
mais
que
o
ambiente
escolar
tenha
mudado
pouco
,
ou
nad
a
n
as
d
uas
primeiras
dé
cadas
de
ste
século,
as
tec
n
ologia
s
dig
itais
marcaram
sua
presenç
a
no
cotidiano
escolar.
A
partir
do
rompimento
que
a
pandemia
significou
do
cotidiano
educativo
,
não
se
pode
confundi
r a
inserç
ão
de
tecnologias
na
sala
de
au
la
com
um
curso
de
informá
tica:
No
contexto
do
letramento
digital,
acrescentamos
que
ser
letrado
é
poder
in
tera
gir
da
ma
neir
a
descrita
pelos
autores
em
ambiente
s
digi
tais,
isto
é,
realizand
o
práticas
de
le
itur
a
e
escrita
q
ue
diferem
das
pr
áticas
tradic
ionais
.
É
saber
pesquisa
r,
sel
ecionar,
util
izar
as
diversas
ferrament
as
disponíve
is
para
cum
prir
prop
ósitos
variados,
é
se
relacio
nar
c
om
seus
pares,
aprender
constantemente,
construi
r,
transfo
rmar,
reconstru
ir,
exercer
autori
a,
comp
artilhar
con
heci
ment
o
etc.,
sempre
utili
zando
os
recursos
da
Web,
quer
para
sua
vida
pessoal
ou
pr
ofis
sion
al.
E,
no
caso
específico
dos
professores,
seja
para
aula
presencial,
a
dis
tância
ou
um
a
hibr
idizaçã
o
e
ntr
e
essas
duas
possib
ilida
des
(
SILVA,
2012,
p.
4).
O
novo
mom
ento
hi
stór
ico
envolve
uma
mud
ança
de
paradigma
social,
os
mei
os
de
com
unicação
,
de
or
ganizaç
ão
e
produção
est
ão
sendo
afetad
os
pela
maior
dinamicidade
das
est
ruturas
sociais
e
dos
sujeitos.
A
educaç
ão
como
um
todo
deve
dialo
gar
com
essas
tra
nsforma
ções,
ser
um
lugar
de
“intelig
ência
coletiva”,
de
criação
coletiva
,
para
tanto,
a
form
ação
206
inicial
e
a
conti
nuad
a
de
profes
sores
devem
ser
vis
tas
como
cen
tro
de
todo
planejame
nto
educativo.
Como
falad
o,
a
S
EDUC
ofereceu
v
árias
formaç
ões
com
o
in
tui
to
de
impulsio
n
ar
os
saberes
docentes
e
incluir
os
profess
ores
n
este
no
vo
context
o,
por
ém,
como
observado
por
Freitas
,
já
nos
an
os
2010,
os
curso
s
de
form
ação
de
professore
s
deram
p
ouca
ou
nenhuma
at
en
ção
ao
u
so
de
tecnologia
s
no
ambien
te
escola
r.
Com
isso,
os
profess
ores
do
f
uturo
são
formad
os
se
m
preparo
para
o
fut
uro
que
irão
e
ncontrar,
em
leva
ntamento,
Freitas
(2010)
menciona
q
ue
p
oucas
licenciaturas
aprese
nt
am
n
os
currículos
disciplinas
relacio
nadas
ao
uso
de
tecnolo
gias.
A
emergência
de
novos
letramentos
para
novas
práticas
de
escrita
é
descrita
por
Maia
(2019) com
o
um
ad
vent
o
que
rev
olucionou
os
an
os
da
década
de
1990,
a
autora
inicia
a
sua
análise
ao
citar
que
existia
um
n
úmero
muito
pe
que
no
de
usuári
os
ativos
dessas
novas
tecnologia
s,
gr
ande
parte
pertencia
a
classes
A
e
B
no
Brasil.
Tais
mudan
ças
somente
ocorre
ram
a
partir
de
2012,
nessa
década
o
número
de
usuários
de
Tecnologia
s
da
Info
rmação
e
Comunicaçã
o
(TIC’s)
aumentou
considerav
elmente
e
elevou
expressivi
dade
de
pessoas
c
one
ctadas
aos
computador
es
e
as
nov
as
tecnologia
s.
Gr
ande
parte
desse
s
usuários
est
á
na
classe
pe
rifér
ica
social,
o
que
não
difere
da
periferia
existente
na
educ
ação,
um
campo
que
aloja
uma
parte
da
população
que
já
n
ão
tem
um
g
rau
de
letramento
e
q
ue
agora
também
se
encontra
à
margem
do
letramen
to
tecn
ológico,
isso
implica
no
não
ac
esso
à
ap
arelh
os
de
celular
q
ue
tenham
bom
funcionam
ento,
à
computadores
ou
at
é
mesmo
a
um
apare
lho
de
tv
que
tenha
acesso
à
internet:
207
Dian
te
desse
processo
de
aproxim
ação
entre
os
s
ujeitos
de
p
erif
eria
e
as
TIC’s,
é
preci
so
leva
r
em
considera
ção
que
passa
a
existir
– e
a
se
t
ornar
cada
vez
mais
relevante
–
a
possibilida
de
de
con
tato
entre
diferentes
práti
cas
cu
lturais
,
de
mod
o
que
o
contato
entre
os
grup
os
pe
rif
éricos
e
as
TIC’s
acaba
s
end
o
for
teme
n
te
marcado
pel
o
hibr
idism
o
com
as
práti
cas
cotidia
nas,
o
que
in
clui
as
práticas
de
escrita
(MAIA,
2019,
p.
61).
Assim,
ma
is
do
que
ensina
r
por
ou
tros
canai
s,
o
profess
or
na
atuali
dade
tem
o
importante
papel
de
ins
eri
r
os
estu
dantes
no
dinâmico
e
tecnológico
m
un
do
pó
s
-
pandemia.
O
que
não
se
resum
e
a
passar
ativida
des
e
avaliá
-
l
as
depois,
mas
em
proporcionar
novos
olhares
e
novos
saber
es
sobre
a
realid
ade
em
que
os
sujei
tos
estão
inseridos
e
as
possibilida
des
q
ue
estes
instrumen
tos
podem
oportuniz
ar.
Trata
-
se
de
provocar
os
al
unos,
provocá
-
los
p
ara
que
saiam
das
zonas
de
conforto
e,
com
isso,
l
evá
-
los
para
novos
horizo
ntes,
pois,
se
como
disse
Fre
i
re
“a
leitura
do
mundo
prec
ede
a
leitura
do
texto”,
logo,
a
leitura
do
mundo
precede
a
l
eitura
das
tecnologias.
Dessa
man
eira,
n
esse
mo
men
to
de
fragiliza
ção,
o
professor
tam
bé
m
está
em
transfo
rmação
e
n
ão
há
mais
espaço
par
a
a
ideia
de
que
ele
ap
enas
deverá
transmitir
os
conteúdos
com
modelos
enges
sados
.
São
inúmeros
os
meios
com
que
o
profes
sor
se
desdobra
para
corresponder
de
form
a
satisfatória
o
se
u
papel
soci
al
e
as
expectativa
s
no
exercício
de
sua
f
unção
.
Re
flexos
no
E
ns
in
o
de
Língua
P
ort
ugue
sa
Quando
consid
eramos
o
n
ão
acesso
,
ou
o
mínimo
acesso
,
dos
aluno
s
à
e
ducação
,
os
problemas
detecta
dos
se
t
o
rna
m
transtornos
dive
rsos
208
e
ma
iores,
eles
se
somam
a
uma
gama
de
novos
desdobrament
os
referen
tes
ao
ensino
de
Lín
gua
Portugue
sa.
Até
porq
ue,
os
materiais
impressos
pela
SEDUC
t
iveram
grande
atraso
para
a
apli
cação
das
lições
para
diversas
séries
dos
Anos
Finais
do
Ensino
Fun
damen
tal.
Quando
citamos
isso,
lembramos
que
o
atraso
da
entrega
do
material
físico
também
trouxe
preocupa
ções
aos
p
rofessores,
mas
ain
da
assi
m,
os
professor
es
das
escolas
buscar
am
ad
aptar
as
suas
práticas
com
out
ros
materiais
que
as
escolas
fornecera
m,
alé
m
daq
ueles
que
normal
mente
um
professor
já
tem
c
omo
complementa
ção
de
vários
aspectos
do
ensi
no.
A
Língua
Portug
uesa,
particula
rmente,
te
ve
maiores
dificuldades
p
ara
a
o
exercício
de
sua
c
arg
a
horár
ia,
já
que
esta
tem,
como
exigê
ncia,
um
núm
e
ro
de
6
aulas
seman
ais.
A
baixa
ad
esão
n
as
ativi
dad
es
remotas
re
percut
iu
no
ensino
de
Líng
ua
P
ortugue
sa,
com
enormes
dificuldades
de
leitura,
interpreta
ção
e
int
eração
,
os
alun
os
se
viram
frustrados
no
esforço
de
entregar
o
q
ue
podiam
com o
es
tudo
que
já
era
def
asado
e
que
agora
se
mostrava
pior
do
que
ante
s.
Pela
prime
ira
vez,
as
escola
s
e
as
suas
diretorias
ent
endera
m
que
o
quadro
era
muito
mais
g
rave
do
q
ue
o
previs
to,
claramente
os
aspectos
extern
os
à
escola
são
uma
soma
de
fatores
que
interfer
em
diretame
nte
no
rendimen
to
dos
alu
nos,
seus
re
sultados
são
uma
reflexã
o
das
condições
sociais
e
gerais
da
vida
da
comunidade
que
as
esc
ola
s
estão
inseridas
(ANTUNES,
2006).
A
consciên
cia
disso
é
apen
as
o
primeir
o
passo
p
ara
resolução
do
s
problemas
e
xisten
tes,
uma
reflexão
para
dent
ro
da
es
cola
também
deve
ser
feita,
os
momentos
de
cri
se
são
comumente
atrelad
os
a
momentos
de
crescimen
to,
mas
p
ara
e
sse
c
aso,
a
situação
em
ger
al
agravou
a
qua
lidade
das
atividad
es,
do
ensino
e
da
int
eração
do
prof
essor
p
ara
co
m
seus
alun
os.
Depar
ar
-
se
com a
falta
de
tecnolo
gia
nas
escol
as,
por
par
te
dos
professores
e
pela
g
ran
de
maioria
dos
alunos
oriundos
da
periferia
da
cidade,
leva
ntou
209
uma
nova
ba
nde
ir
a
den
tro
do
ensino,
algo
que
a
própria
SEDUC
buscou
sanar.
Ofereceu
p
rogram
as
de
compra
de
novos
ap
arelh
os
para
os
profess
ores,
além
de
chips
de
celular
para
que
os
profissionais
pudessem
usar
a
in
ternet
para
dar
as
suas
aulas
de
maneira
remota.
O
chi
p
também
foi
oferec
ido
par
a
os
aluno
s,
eles
fo
ram
isentos
de
dado
s
para
o
ac
esso
ao
aplicativ
o
do
CMSP,
mes
mo
assim,
a
adesão
ao
chip
de
celu
lar
dos
alunos
também
foi
bai
xa,
ao
menos
na
local
idade
das
escola
s
aqui
cit
adas,
e
a
ra
z
ão
disso
é
a
carência
das
maiorias
das
famílias
que
vi
vem
ao
redor
da
comunidade
escola
r.
Antunes
(2006)
fal
a
sobre
as
mud
anças
no
ensino
de
Língua
Portugue
sa
e,
principalmente,
de
co
mo
isso
acontece
de
sde
o
E
nsino
Fundamenta
l.
Uma
persistência
de
uma
prá
tica
pedagógica
que
ai
nda
se
vê
reduc
ionista
e
que
usa
de
fras
es
e
p
alav
ras
desconex
as
da
realidad
e
de
muitos
de
sse
estudantes,
q
ue
no
mo
men
to,
se
enc
ontram
em
casa
t
en
do
aulas
de
um
modo
que
nun
ca
tiveram
e
que
precisa
m
de
alguma
fo
rma,
aprender
a
lidar
com
o
uso
de
seus
aparel
hos
para
estudar
e
não
mais
se
diverti
r.
Antunes
(2006)
lembra
que
as
dificuldades
e
o
quadro
desan
imado
r
das
escolas
se
manifes
tam
de
várias
formas,
a
primeira
del
as
é
pelas
fal
as
de
alu
nos
que
não
go
sta
m
de
portuguê
s
p
orque
não
sabem
ou
por
con
si
derá
-
la
difícil
de
apren
der,
para
log
o
em
seg
uid
a
manifestar
q
ue
muitas
dessas
aulas
s
ão
c
hatas
ou
causar
am
d
uras
feri
das
no
proc
esso
de
aprendizag
e
m.
A
primeira
dificuldade
obse
rvada
pelos
profess
ores
ab
arcou
a
comu
nicaç
ão
co
m
os
al
unos,
isso
po
rque
mal
sabi
am
quem
eles
eram,
já
que
no
ano
de
2020,
a
pandem
ia
permitiu
ap
enas
alg
uns
dias
de
cont
ato
com
algun
s
poucos
e
studant
es.
No
início
do
ano
letivo,
as
diretrizes
de
isolamento
foram
in
stauradas
para
a
segurança
da
saúde
no
B
rasil.
Os
profess
ores
ti
veram
ap
enas
uma
b
reve
apre
sent
ação
no
planejament
o
210
escolar
e,
em
segu
ida,
as
at
ivi
dades
r
emotas
t
iveram
de
se
r
impl
ementadas,
para
tal
form
ação,
as
escolas
do
Estad
o
de
São
P
aulo
tivera
m
de
adiant
ar
ao
m
eno
s
2
recessos
par
a
que
assim
pudesse
m
apre
sentar
as
n
ovas
diretrizes
para
os
professores
e
os
al
uno
s
da
rede.
Um
re
flexo
direto
do
g
ran
de
número
de
profess
ores
não
efetiv
os
é
a
não
continuidade
no
trabalh
o
realizado
com
os
al
unos,
alg
uns
estudantes
fi
caram
seman
as
sem
profess
ores
ou
passaram
por
vários
durante
um
ano
.
Outra
dificuldade
observada
pelos
professores
den
tro
da
comunidade
escolar
p
assou
a
ser
visualizado
mais
de
perto
e
está
relac
ion
ada
à
imposição
de
novos
modelos
de
ensino
q
uan
do
questões
básicas
já
não
eram
atendid
as
na
modalidade
presencia
l.
Oliveira
(2016)
lembra
que
os
professor
es
enfrentam
muitos
desafios
para
se
f
irmarem
como
profis
sionais
,
isso
envolve
a
autoridad
e,
o
uso
da
vo
z
nos
deb
ates
e a
legitimaçã
o
co
mo
profissionais
da
edu
cação.
É
recorre
nte
o
pensament
o
de
que
mes
mo
se
es
força
ndo,
aprendendo
e
se
r
eciclando
para
o
desafio
de
dar
aulas
de
forma
remota,
os
resultado
s
são
difíceis
de
al
cançar.
Principalm
ente
quando
o
profes
sor
de
Líng
ua
Portugues
a
se
d
epara
com
taref
as
que
fo
ram
pe
nsada
s,
estruturad
as
e
facilitadas
para
a
re
solução
se
m
muito
a
poio,
e
que
mais
tarde
resultam
em
respostas
como
“não
entend
i”,
“não
consegui
entend
er
a
questão”,
“eu
n
ão
sei
o
meu
nome
completo
p
or
isso
eu
n
ão
sei
o
que
faz
e
r"
e
com
dizeres
totalmente
desconex
os.
As
primeiras
tarefas
de
língua
portuguesa
foram
de
sond
agens
para
saber
como
estavam
os
al
uno
s
e
de
co
mo
a
pandemia
estava
se
ndo
para
eles.
Um
direciona
mento
de
a
colh
im
ento
ministrado
em
Aulas
de
Tr
abalh
o
Pedagóg
ico
Coletiv
o
(
ATPCs)
e
em
reuniões
efetuadas
no
CMSP
ao
lo
ngo
do
rece
sso
escol
ar
obrigatório.
Os
efeitos
da
pandemia
na
educação
ainda
estão
sendo
perceb
idos,
Oliveira
(2020)
relembra
diverso
s
momentos
histór
icos
em
q
ue
sistemas
211
educac
ion
ais
foram
p
arali
sados
por
eventos
adve
rsos
como o
da
pandemia.
Em
sí
nte
se,
ele
comenta
que
não
existem
soluções
fá
ce
is
p
ara
o
contexto
atual
e
que
a
inse
rção
de
tecnologia
s
na
r
elação
pedag
ógica
não
é
s
inôn
imo
de
melhorias
nas
aprendiz
agens,
o
fator
determinan
te
é
o
profess
or.
Em
todos
os
cenár
ios
,
a
pre
senç
a
do
profess
or
é
o
que
determina
a
qualidade
do
apre
ndiz
ado
dos
alun
os.
O
docente
é
que
m
interage,
ouve
e
a
col
he
os
estudan
tes,
é
ele
quem
percebe
as
dificulda
des
e
desenvolve
o
trabalh
o
pedagó
gico
para
ajudá
-
l
os.
A
avali
ação
na
Educação
Em
ergencial
R
e
m
ot
a
Por
um
lado
,
o
contexto
de
pandemia
motivou
transf
ormações
na
educaç
ão
paulista
que
permanecer
ão
no
mun
d
o
pó
s
-
pandemia,
por
o
utro
lado,
co
mo
já
observado,
muitas
das
di
ficuldades
vive
nci
adas
pelos
profess
ores
e
aluno
s
resultaram
de
problemas
já
conhecid
os
e
não
resolvi
dos.
A
organiz
ação
da
escola
é
um
reflexo
da
sociedade,
e
com
ela
os
seus
resultados
não
foram
ani
mador
es.
Em
meio
às
tar
efas,
aula
s
remotas
e
a
tividades
reali
zadas
com
um
a
baixa
adesão,
a
SEDUC
ainda
exi
giu
mais
um
po
uco
do
s
professor
es
ao
direcionar
a
g
rande
parte
das
séries
a
reali
zação
de
Sequências
Didáticas
e
das
Avali
açõe
s
de
Aprendiza
gem
em
Proce
sso
(AAP’s)
25
.
Foram
avaliaçõe
s
que
tiveram
de
ser
reali
zadas
a
priori
On-
line
,
mas
sabend
o
que
a
adesão
também
seria
muito
baixa,
as
se
cret
arias
das
escolas
e
labo
raram
um
a
escal
a
de
atendimento
e
d
atas
para
a
r
eali
zação
dessas
ativida
des
nas
esc
olas
em
momentos
em
que
a
circu
lação
de
pesso
as
25
S
ão atividades e aval
iações que a
testam o apre
ndizado dos al
unos durante
os semestr
es, são
avaliados
os comp
onentes
de Líng
ua Portug
uesa e M
atemática,
elas
são real
izadas
a cada f
im de
bimestr
e. Elas foram disp
onibiliza
das para re
solução nos dois se
mestre
s de
2020.
Dispon
ível e
m:
https:
//www.
educacao.sp
.gov.br/
aval
iacao
-
para
-
e
studa
ntes
-
da
-
rede
-
e
stadual
-e-
aplic
ada
-
online
/.
212
fossem
mínimas
em
se
us
espaços
e
labora
tórios
de
informática
.
Sendo
assim,
um
dos
critérios
de
aval
iação
para
o
pr
imeiro
e
segu
ndo
se
mestre
de
2020
foram
os
resultados
dessas
avaliaçõ
es
e
sequência
s
de
a
tividades.
Vale
ressalt
ar
que
a
maioria
das
a
tividades
propostas
p
ara
os
alu
nos
que
e
stavam
em
casa
se
referi
am
às
aula
s
do
CMPS,
das
apostilas
o
fert
adas
pela
SEDUC
que
ch
egavam
co
m
atraso,
além
de
exercí
cios
de
interpr
etação
de
text
o.
Mesmo
com
a
busca
ativa
s
endo
rea
lizada
e
com
a
elab
oração
dessas
propostas
e
exigência
s
da
SEDUC,
os
resultad
os
não
se
m
ost
raram
anim
adore
s.
Talvez
o
medo
pe
lo
con
tágio
e
as
dificuldades
de
comu
nicaç
ão
culmi
naram
em
um
co
n
sel
ho
de
classe
de
segundo
semestre
que
apresentou
re
sultados
pouco
satisfatórios
p
ara
todos,
par
a
os
profess
ores,
coordenador
es,
dire
ção
escolar
e
principalment
e
p
ara
os
Departa
mentos
de
Ens
ino.
Uma
das
escolas
apre
sen
tava
um
núm
ero
de
500
alu
nos
em
ge
ral,
porém,
somen
te
35%
do
s
alun
os
realizaram
essas
atividades
e
avaliaçõe
s.
Mesmo
com
esse
núme
ro,
as
escolas
resolve
ram
ap
rovar
vário
s
alun
os
que
não
ap
rese
ntaram
as
taref
as
remotas,
as
tarefa
s
que
e
ram
par
a
ser
b
uscad
as
e
devol
vidas
à
escola,
nem
as
sequências
e
as
AAP
’s.
Esse
foi
um
sinal
de
alerta
para
o
próximo
ano
letivo,
q
ue
ago
ra,
teri
a
um
início
mais
estruturado
e com
uma
mai
or
mobilida
de
para
to
dos.
Nessa
perspectiva
,
o
início
do
an
o
de
2021
te
ve
algumas
mudanças
em
rel
ação
a
re
aliz
ação
de
atividades
e
elab
oração
de
aval
iaçõe
s
par
a
o
decorrer
do
ano.
Uma
nova
demanda
e
stava
chegand
o
p
ara
os
professores
e
as
no
vas
turm
as
tiveram
de
se
re
adapt
ar,
me
smo
c
om
a
ida
de
alg
uns
aluno
s
no
começo
do
a
no
letivo.
As
a
tividades
remotas
seg
uiram
se
ndo
mecanismo
de
avaliaç
ão,
mas
d
essa
ve
z,
as
atividades
foram
estruturadas
e
seguiram
um
parâ
metro
de
igualdade
para
todas
as
s
éries,
ou
seja,
tod
os
os
6ºs
anos
tive
ram
os
mesmos
exercíci
os
para
Líng
ua
Portuguesa,
213
Matemátic
a,
G
eografi
a,
Ciências
etc.
Essa
fo
i
a
tôn
ica
p
ara
todos
os
Ano
s
Finais
do
Ens
ino
Fundamental
.
Além
di
sso,
as
atividades
remotas
de
cada
professor
agora
eram
reali
zadas
por
me
io
do
Ch
at
do
aplicativo
do
CMSP,
ou
seja,
uma
au
la
em
uma
sala
em
sep
arado
p
ara
cada
matéria
e
nos
horários
em
que
os
aluno
s
estari
am
na
escola,
a
aula
era
ao
vivo
e
tinha
com
o
apoio
alg
uns
materiais
que
a
SEDUC
distri
buiu,
as
apostilas
do
Aprender
Sempre
e
a
do
Currículo
em
Ação.
Entreta
nto,
as
aulas
pelo
aplicativo
também
não
tiveram
muita
ad
esão.
Em
muitas
das
aulas,
os
n
úme
ros
de
aluno
s
não
ultrap
assaram
quatro
,
um
problema
que
perduro
u
até
o
mês
de
abril,
quand
o
por
ordem
da
SEDU
C
e
o
Governo
do
Estad
o
de
São
Paulo,
as
ativida
des
escolares
co
meçaram
a
ser
retom
adas
co
m
todos
os
protocolos
de
segurança
e
distanc
iamento
social,
já
que
naquele
momento,
as
taxas
de
transmi
ssão
já
estav
am
em
número
s
be
m
menores,
iss
o
p
orque
a
vacin
ação
já
estava
avançan
do
no
Est
ado.
Mesmo
assi
m,
pouc
os
p
ais
permitira
m
a
volta
dos
al
u
n
os
às
aul
as
e
as
sala
s
tiveram,
até
aquela
reto
mada,
um
a
média
de
6
a
7
aluno
s,
alg
o
que
permitiu
um
trabal
ho
mais
próximo
e
a
retoma
da
de
alg
umas
po
ucas
habilidades
que
nece
ssit
avam
de
um
reforço.
Porém,
as
escolas
em
que
os
profess
ores
at
uaram
durante
s
esse
s
ano
s
d
ec
idir
am
por
ter
uma
rotativida
de
entre
os
aluno
s,
propondo
que
a
cada
sem
ana
um
n
úmero
de
aluno
s
iriam
para
as
a
ulas
presenciais
,
enquanto
a
outra
parte
ficava
em
casa,
assistia
as
aulas
do
C
MSP
e
realizava
as
ativ
idades
propostas
pelas
apostilas
que
est
avam
ch
egan
do
às
uni
dades
escola
res
.
No
primeiro
s
e
mestre
de
2021,
o
tempo
de
recebiment
o
das
devolut
ivas
diminuiu
e
aument
ou
a
frequência
e
o
número
de
respons
áveis
que
bu
scaram
as
atividad
es
proposta
s
nas
e
scolas.
No
início
do
s
egundo
semestr
e,
a
reali
dade
mudo
u
bastant
e,
po
is
um
n
úmero
maio
r
de
al
unos
214
retorn
ou
ao
ensino
presencial.
Neste
momento,
a
SEDUC
aumentou
o
número
de
APP’s
e
s
equências
didátic
as,
o
que
também
serviu
como
meio
avalia
tivo
e
requisiçã
o
de
notas
p
ara
os
bimestres
de
2021.
Durante
a
pandemia,
a
avaliação
foi
muito
utilizada
pelos
gest
ores
educac
ion
ais
para
aco
mpanh
ar
e
perceber
a
q
ualidade
do
ensino
estad
ual.
Porém,
no
cotidiano
e
scol
ar,
as
diferentes
po
ssibil
idad
es
avaliat
ivas
nem
sequer
foram
contemplada
s
n
as
discussões,
dado
o
exc
e
sso
de
obrigações
burocráticas
e a
baixa
participação
dos
alunos
na
maior
parte
do
tempo.
A
avaliação
pode
se
r
um
mei
o
de
mape
ar
as
aprendi
zagens
do
s
estudantes
com
o
intuit
o
de
promover
aç
ões
que
os
motiv
em
(
FERNANDES,
2009).
Especific
amente,
no
cont
exto
de
ensi
no
r
emoto,
a
av
ali
ação
pode
ser
desen
volvida
por
uma
enorme
varie
dade
de
caminhos,
en
t
re
as
várias
ferram
ent
as
dispo
níveis
para
os
prof
essores
podemos
citar
três
e
suas
funci
on
alidade
s:
como
a
Kahoot
!,
que
a
presenta
possibilida
des
de
avaliação
gami
ficada,
com
atividad
es
de
competiç
ão
e
o
uso
de
testes
de
múltipla
escolha;
a
QuizMe
,
que
permite
a
criaç
ão
de
diferentes
“quizzes”
com
a
inse
rção
de
imagens
nas
at
ividade
s;
o
Google
Forms
,
que
é
muito
conhecido
pela
possibilidade
de
el
aboração
de
aval
iaçõe
s
de
múltipla
escolha
ou
disserta
tivas,
de
ac
ordo
co
m
as
necessida
des
avaliativas
.
Est
es
e
outros
materiais
po
dem
ser
utiliza
dos
por
todos
os
profess
ores,
porém,
o
principal
empecilho
e
stá
na
centraliz
ação
da
organiz
ação
escolar,
fato
que
parec
e
ter
piorado
no
con
texto
de
pandemia.
Com
a
aus
ênci
a
de
autonomia
pedagó
gica,
o
professor
não
conse
gue
inovar,
pois,
ele
é
consta
ntem
ente
cobrado
pelo
acompa
nhamento
das
a
tividades
propos
tas
pe
lo
CMSP,
muitas
v
ezes,
mais
do
que
sobre
o
acompanha
mento
dos
própr
ios
alunos.
215
C
ons
ide
raç
õe
s
F
ina
is
O
que
ficou
cl
aro
é
que
mesmo
apre
sentan
do
algumas
proposta
s
de
aulas
de
Língua
Portuguesa,
por
mais
s
imples
que
fossem,
co
mo
leitura
e
interpre
tação
de
t
extos,
as
dificuldades
foram
muito
mais
que
aparent
es,
pouc
as
família
s
estavam
pre
paradas
para
esse
problema
e
somente
1
ano
após
as
soluções
of
erecidas
pela
SEDUC,
pouc
os
al
uno
s
retornaram
para
a
escola
ou
buscaram
saber
o
que
est
ava
acontec
endo.
Os
que
iam
at
rás
de
informaçõ
es
não
davam
muito
retorno
ou
some
nte
apareciam
ao
fin
al
dos
bimestres
para
entrega
r
atividades
atras
adas
ou
buscando
tais
aval
iaçõe
s
para
realizar
e
“não
perd
er
o
ano”.
Poucos
se
impo
rtaram
com o
conte
údo
a
ser
tr
abalh
ado
ou
n
ão
tiveram
tempo
para
realiza
r
as
atividades,
muitos
desses
alunos
dos
anos
f
inais
do
ensino
fundamental,
principal
mente
os
do
9º
ano,
já
estavam
trab
alh
ando
,
e,
por
isso,
não
tinham
tempo
para
poder
realizar
as
atividades
ou
assistir
às
aulas
pe
lo
CMSP.
In
feli
zme
nte
a
avaliação
para
as
atividades
real
izadas
n
ão
p
assaram
da
resolução
de
AAP’s
e
Sequências
Didática
s
em
que
na
medida
do
tempo,
não
mascarar
am
as
difi
culdades
encon
tradas
pelos
professor
es
dent
ro
desse
s
últimos
ano
s,
se
ndo
em
tempos
epidêmicos
ou
não
.
O
Ensino
Emerg
encial
Remoto
apresent
ou
pouc
a
efetivi
dad
e
e
e
scancaro
u
as
dificuldades
de
leit
ura,
interpreta
ção
e
reso
lução
de
exercícios
c
om
p
ouca
dificuldade.
A
maioria
das
devolutivas
da
s
atividades,
mesmo
com
os
profess
ores
aprese
ntand
o
out
ros
exercícios
e
complementando
as
habilidades
a
serem
trabalh
adas,
chegou
incompleta
ou
com
cópias
de
respo
stas
fa
cilmente
en
contrad
as
na
internet,
os
profess
ores
conseguir
am
con
statar
i
sso
em
uma
busca
muito
simples
nos
buscad
ores.
As
ações
aprese
ntad
as
pela
S
EDUC
contemplar
am
certa
parte
dos
profess
ores
e
aluno
s,
a
intençã
o
da
in
serção
d
as
pe
ssoas
na
tecnologia
216
requer
tempo,
algo
que
n
ão
tivemos,
porém,
a
g
ran
de
maioria
do
s
al
unos
e
dos
pr
ofessor
es
dessas
es
colas
tiveram
de
r
eaprender
e
readapt
ar
as
ativida
des,
e
mesmo
assim,
os
re
sultados
n
ão
foram
satisfatórios
ou
não
atingiram
a
in
tenção
almejada
pe
la
educação
em
São
Paul
o.
As
avali
açõe
s
e
as
ações
e
fetuadas
pelas
coordena
dori
as
d
as
escolas
e
as
suas
direções
tiveram
pouca
efetividade
e
não
alcançar
am
alg
umas
metas
estabelec
idas,
o
que
ger
ou
a
aten
ção
das
Diretorias
de
Ensino
para
a
retomada
de
algumas
atividades
de
reforço
para
os
alun
os
q
ue
e
stavam
no
ens
ino
presencial.
Posteri
or
a
essas
ações,
os
pr
ofessores
acre
dit
am
que
a
reali
zação
de
Sequências
Didática
s
e
AAP’s
n
ão
corro
boraram
para
os
aprendizados
dos
al
unos,
elas
ape
nas
de
flag
raram
os
problemas
que
já
eram
con
statado
s
e
que,
ago
ra,
mostram
que
o
t
rabalho
futuro
ser
á
muito
mais
árduo
que
se
imag
inava.
Dentro
dessas
perspectiva
s,
o
q
ue
fica
c
omo
apre
ndizado
é
que
o
uso
das
TIC’s
precisa
se
r
rep
ens
ado
constante
mente,
af
inal,
tanto
profess
ores
como
a
lun
o
s
ai
nda
requerem
pr
ocessos
de
letramento,
d
ado
que
os
at
uais
hábitos
fo
ram
impostos
repentinamente
a
todos
da
comunidade
escolar.
O
apr
end
izado
e
letramento
tecnoló
gicos
precisam
mais
do
que
nunca
,
abranger
a
todos
a
queles
que
nece
ssitam
estudar
e
trabalh
ar
de
maneira
remota
ou
quan
do
exigido
po
r
fo
rça
maior,
se
ja
como
profess
or,
fun
cionário
de
uma
empresa,
numa
con
sulta
ao
psicólogo,
numa
conve
rsa
en
t
re
amigos
ou
par
entes.
Ressalt
a
-
se
que
q
ue
há
uma
necessidad
e
imedia
ta
da
atualização
dos
professor
es
no
quadro
do
magistério
pau
lista,
a
SEDUC
oferece
cursos
a
todos,
mas
tamb
ém
ai
n
da
precisa
subsidiar
a
re
nov
ação
de
com
putador
es,
tablets
e
outro
s
periféricos
para
a
real
izaç
ão
da
f
unção
do
ensinar.
Alg
o
que
requer
política
s
efetiva
s
para
todas
as
instância
s
educacion
ais
do
Estado
de
São
Paul
o.
217
O
at
ual
quadro
da
e
d
uc
açã
o
paulista
aind
a
precisa
lidar
c
om
os
problemas
a
ntigos
e
que
necessi
tam
de
ate
nção
extrema,
principalmente
quand
o
se
fala
da
Líng
ua
Portuguesa,
sem
ela,
as
outras
matér
ias
te
rão
dificuldades
iguais
e
maiores
do
que
se
im
agina,
po
is,
i
sso
passa
pela
compre
ensão,
interpr
etação
e
ent
end
imen
to
mediante
a
leituras
e
fetuad
as
em
tudo
que
fa
zemos
em
socied
ade.
Po
r
ora,
pesquisas,
diss
ertações
e
teses
nece
ssitam
se
r
real
izad
as
com
temáticas
que
po
ssam
apo
ntar
os
dados
do
nosso
problema
,
é
uma
p
eça
fund
amental
para
entender
q
ue
cami
nho
seguir
no
ensi
no
de
Lí
ngua
Po
rtuguesa
n
as
e
scolas
paulistas,
sem
as
investi
gações,
po
uco
p
ode
se
realizar
ou
entender
o
quanto
a
pandemia
afetou
a
todos
q
ue
trabalh
am
na
educação
e,
em
especial,
em
escolas
perifér
icas
que
carre
garam
os
velhos
e
agora
lidam
com
os
novos
problema
s
a
serem
r
esolvidos
.
Referênc
ias
ANTUNES,
I
randé
.
Aula
de
portug
uês:
encont
ro
&
interação
.
São
P
aulo:
Parábol
a,
2006.
BARBOS
A,
Andreza
et
al
.
Relações
e
condiçõ
es
de
trabal
ho
dos
profess
ores
pau
listas
(1995-2018).
Ca
dernos
de
Pesqu
isa
,
v.
50,
p.
790-
812, 2020.
BOURDIE
U,
Pierre
.
C
amp
o
de
poder,
campo
inte
lectual
.
B
uenos
Aires:
Editora
Montressor,
2002.
COVID
-19
IMPACT
on
education.
UN
ESCO
.
Dis
ponível
em:
https://e
n.unesco.
org/covi
d19/educationres
ponse.
A
cesso
em:
27
o
ut.
2021.
218
FERNANDES,
Domingos.
Ava
liar
para
aprende
r
:
fundamentos
,
prática
s
e
políticas
.
[S. l.]:
Une
sp,
2009.
FREITAS,
Maria
Ter
esa.
Letra
mento
digita
l
e
formação
de
profess
ores.
Educ
ação
em
rev
ista
,
v.
26,
n.
03,
p.
335-352, 2010.
IBG
E.
Síntese
de
indicado
res
sociais:
uma
anál
ise
d
as
condições
de
vida
da
populaçã
o
brasileir
a:
2020 /
IBGE
.
Coord
enaç
ão
de
Pop
ulação
e
Indicadores
Socia
is.
IB
G
E,
2020.
LEVY,
Pi
erre.
Cibercultur
a
. [S. l.]:
Editora
34, 2010.
MAIA,
Junot
de
Oliv
eira.
Nov
os
e
híbridos
letramen
tos
em
conte
xto
de
periferia.
In
:
ROJO
,
Roxane.
(org.).
Escol@
conectada:
os
multiletra
mentos
e
as
TICs.
São
Paulo
:
Paráb
ola,
20
19.
p.
59-71.
MARTINEZ,
Paulo
Henriqu
e.
Ensino
de
Histó
ria
e
Meio
Ambiente.
[S.
l.]:
Pedago
gia
Cidadã,
2004.
OLIVEI
RA,
Dalila
Andra
de.
A
profi
ssão
do
cen
te
ent
re
a
pe
rda
de
pod
er
e a
afirmaç
ão
da
auto
ridad
e:
o
recurso
à
fo
rmação.
In:
SPAZZIANI
,
Maria
de
Lourde
s.
(org.)..
Profi
ssão
de
pro
fessor:
cenários
,
tens
ões
e
perspectiva
s.
[S. l.]:
Sc
iE
LO
-
Editora
UNE
SP,
2016.
OLIVEI
RA,
Jo
ão
Batista
Araujo;
GOMES,
Mat
heus;
B
ARCELLO
S,
Thais
.
A
Covid
-19 e a
volta
às
au
las:
ouvind
o
as
evidências
.
Ens
aio:
Aval
iação
e
Políticas
Públic
as
em
Educação
,
v.
28,
n.
108,
p.
555-578,
2020.
219
PALFR
EY,
John;
GASSER,
Urs.
Nascido
s
na
era
digi
tal
:
entendend
o
a
primeira
geração
de
nativos
d
igitais.
[S. l.]:
Pens
o
Edit
ora,
2011.
PNAD,
IBGE
.
Ace
sso
à
Internet
e à
Televisão
e
P
osse
de
Telefone
Móvel
Celular
para
Uso
Pessoal
2015
.
Rio
de
Janeiro:
IBGE
(Instituto
Brasileiro
de
Geogra
fa
e
Esta
tística),
2016.
REIS,
Juciele
Santos;
LEAL,
Débora
Araújo.
A
importâ
ncia
da
democratiza
ção
digita
l
e
seus
reflexos
na
educação
mediant
e
a
pandemia
do
COVID
-19.
Brazilian
Jo
urnal
of
Deve
lopment
,
v.
7,
n.
1,
p.
10371-
10380, 2021.
SILVA,
Solimar
Patriota
.
Letrament
o
digital
e
formação
de
profess
ores
na
era
da
web 2.0: o
que,
como e
por
que
ensina
r.
Hipertext
us
Revista
Digital
,
n.
8, 2012.
SOARES,
Magda.
No
vas
práticas
de
leitura
e
escrita
:
letrame
nto
na
cibercul
tura.
Edu
cação
&
S
ocie
dade
,
v.
23,
n.
81,
p.
143-160, 2002.
SENNA,
Lui
z
Felipe
Garcia
de;
SIMÃO
,
Felipe
Pinto.
A
nova
-
velh
a
discussão
so
bre
o
Es
cola
se
m
Partido.
Rev
ista
Vértices
,
v.
21,
n.
2,
p.
170-
188, 20
set.
2019.
VALENTE,
Geilsa
Sorai
a
Caval
cant
i
et
al.
O
ensi
no
remoto
frente
às
exigências
do
contex
to
de
pandemia:
Reflexões
sobre
a
prática
docente.
Resear
ch,
Society
and
Development
,
v.
9,
n.
9,
p.
e843998153-
e843998153, 2020.
220
VERO
NEZI,
B
ea
triz
Ci
uff
i
et
al.
Educ
ação
de
jovens
e
adultos
no
Brasil:
de
on
de
partim
os,
onde
chegamos
e
aonde
precisam
os
chegar.
2019.
(Trabalho
Fin
al
de
Curso
na
discipli
n
a
Polític
a
e
Organi
zação
da
Educação
Básic
a
II,
Licenciatu
ra
em
Peda
gogia)
-
Universid
ade
de
São
Paulo
,
USP,
2019.
221
C
a
pít
ulo
8
T
raje
tó
ria
da
E
duc
a
ç
ão
à
Dist
ância
(
E
aD
)
no
B
rasil
e
os
des
afi
os
na
im
plem
e
nt
aç
ão
do
e
nsino
re
m
ot
o
e
me
rgenc
ial
na
Educ
ação
S
uperior:
bre
v
e
cont
e
xt
uali
zação.
Gabri
el
Scoparo
do
Espírito
Santo
Márcia
Me
ndes
de
Lima
Introdução
Ao
lon
go
da
história
da
humani
dade
,
as
d
oen
ças
virais
impactara
m
na
saúde
da
população
mundial:
varíol
a,
febre
amare
la,
saram
po,
dengue,
zika
e
chikungu
nya
são
al
guns
exemplos.
Em
2020,
as
atenções
voltar
am
-
se
p
ara
o
surgimento
do
vírus
S
ars
-cov-2,
con
hecido
popularment
e
co
mo
Covid
19,
sendo
que
,
no
me
smo
ano
,
esta
foi
cl
assificada
com
o
pandemia
,
devido
a
sua
rápida
di
spersão
pelos
meios
de
transporte
e
sua
forma
de
transmi
ssão
(NO
GUEIRA;
S
ILVA,
2020).
Todos
os
segment
os
da
socie
dade
for
am
impa
ctados
em
alguma
propo
rção
pel
a
Covid
-19.
Em
2020
o
novo
vírus,
que
possuía
aind
a
poucos
e
studos,
causava
complicações
respira
tórias
,
e
em
uma
par
cela
da
populaçã
o
poder
ia
evolui
r
p
ara
a
síndrome
respiratória
agu
da
grave
e
l
evar
a
óbito
(NOGUEIR
A;
SILVA,
2020).
http
s://doi
.org/10.
36311
/2022.9
78
-
65
-
5954
-
308
-3
.p
221
-
25
4
222
A
medida
mais
efetiva
p
ara
evitar
o
colapso
dos
sistemas
de
saú
de
foi
o
isolamento
soci
al
com
quaren
tena
de
15
dias
para
infectados
pelo
vírus
e
pesso
as
que
ti
veram
co
nt
ato
com
este
s.
Divers
os
países
decre
taram
lockdown
obrigatór
io
e
todas
as
a
tividades
de
ensino
tiveram
que
ser
reali
zadas
de
fo
rma
remota.
As
inquietações
quanto
a
conhecer
o
tema
surgiram
duran
te
o
trabalh
o
dos
autores
com
e
nsi
no
remoto
em
Instituiç
ões
de
Ensi
no
Superio
r
–
IES.
O
p
rocesso
de
pesquisa
e
publicação
de
t
rabalho
s
acadêm
ico
s
sobre
a
temática
ainda
está
no
começo,
e
são
poucos
os
estudos
que
revelam
os
desaf
ios
na
perspectiva
do
s
docentes
quanto
à
implementa
ção
do
ensino
remoto
em
ergencial
no
ensino
superior.
Diversas
instituições
suspenderam
suas
aul
as
por
algun
s
dias
assi
m
que
foram
proibidas
as
aulas
presenciais,
e
i
nstaurou
-
se
uma
dúvi
da
quanto
ao
modelo
a
ser
adotad
o,
principalm
ente
pela
incerteza
da
du
ração
da
c
rise
sanit
ária.
Muito
s
al
uno
s,
por
não
conhec
erem
a
legislaç
ão,
pe
nsaram
que
qualquer
atividade
rem
ota
caracterizar
ia
a
m
odalidade
Educação
à
Distância
-
EaD.
Mesmo
as
IES,
que
dever
iam
ent
ende
r
e
ssas
di
fere
nça
s,
foram
surpreen
didas
pelo
ensi
no
remoto
em
erg
enci
al
e
pe
la
falta
de
re
ferênci
as.
Buscaram
nos
materiais
rela
tivos
à
EaD
informações
sobre
co
mo
atuar
nesse
momento.
Esse
cruzament
o
de
referências
de
diferen
tes
modalidades
aumentou
a
dificul
dade
de
distinguir
os
métod
os.
A
EaD
é
vol
tada,
mas
não
exclusi
va,
para
adultos,
pressup
õe
uma
capaci
dade
de
gestão
do
tempo
e
interesse
em
a
pre
nde
r
por
parte
do
aluno
(NUNES,
2009).
Dessa
f
or
ma,
possui
um
pe
rf
il
e
uma
didática
própria,
regulada
e
fiscalizada
pe
lo
Ministério
da
Ed
ucaçã
o
-
MEC.
A
simples
mudan
ça
de
aula
presencial
para
aul
a
por
meio
de
reuniõ
es
virtuai
s
não
se
223
configura
Ed
ucaç
ão
à
Distância,
por
i
sso
é
ne
cessário
diferenciar
e
compre
ender
as
bases
para
cada
um
desses
conceitos.
A
partir
d
esse
contexto,
o
objetivo
deste
capítulo
foi
apr
esen
tar
os
dados
oficiais
sobre
a
trajetória
da
EaD
nos
cursos
de
graduação
e
resgat
ar
o
conceito
de
EaD
e
Ensino
Remoto
Emergencial,
para
assim
poder
determinar
os
desaf
ios
na
implemen
tação
da
proposta
do
ensino
remo
to
emergenci
al
pel
os
docen
tes
do
Ensino
Superior.
Como
percurso
metodoló
gico
trilhado,
para
elucida
r
a
trajetória
da
EaD
foram
analisado
s
Le
is,
Decr
etos
e
P
ortar
ias
que
r
egulamenta
m
e
normatizam
a
questão.
Par
a
b
uscar
infor
mações
sobre
a
temática
objeto
de
discussão
deste
c
apítulo,
fo
i
realizado
um
est
udo
de
revisão
de
acordo
com
os
p
ressupo
stos
de
L
ü
dke
e
André
(1986)
e
Lima
e
Mioto
(2007).
A busca
dos
estudos
realizada
no
P
ortal
Brasileiro
de
Publicações
C
ien
tífi
cas
em
acesso
aberto
-
OASISBR
utilizou
-
se
do
descrito
r:
“Ensino
Superior
AND
Pande
mia”.
A
busca
retornou
um
total
de
51
trabalh
os
científicos,
sen
do
selecio
nados
apó
s
leitura
explora
tória
08
estudo
s,
que
possuíam
corre
lação
com o Público-
Alvo
des
te
estudo
e
com
o
objetivo
do
capítulo.
Com
base
nas
an
álise
s
r
eal
izadas
dos
documentos
e
materiais
encontra
dos,
foi
possí
vel
iden
tifi
car
as
caracterís
ticas
da
modalidade
EaD
já
regulamentada
no
país.
Seu
c
onceit
o,
ai
nda
que
abrangente,
exige
um
projeto
pedagó
gico
específico
e
autor
ização
do
Consel
ho
Naci
onal
de
Educação
(
CNE)
para
que
o
curso
seja
ofereci
do
pel
a
ins
tituiçã
o,
de
fo
rma
diferente
das
dem
andas
comu
ns
aos
c
ursos
presenciais,
que
tiveram
de
ser
adaptad
as
emergencialm
ente
e
sub
itament
e
para
ati
vidad
es
remotas,
n
ão
caracte
rizan
do,
portanto,
parte
da
modalidade
de
EaD
.
224
O
primeiro
entrave
a
essa
situação
foi
a
falta
de
acesso
generaliza
do,
pois
muitos
docentes
e
discentes
não
dispunha
m
dos
equipame
ntos
necessá
rios
para
aulas
completamente
remotas.
Os
que
dispunh
am
ainda
en
frent
avam
uma
resistência
socioem
ocional
ao
t
rabalho
em
hom
e
office
,
com
suas
evidentes
limitações
e
descar
acteriza
ções.
As
prá
ticas,
já
consid
eradas
essenci
ais
na
modalida
de
EaD,
também
foram
percebidas
como
sen
d
o
o
pr
in
cipal
prejuízo
causado
pelo
ensino
remoto
emergencia
l,
confi
g
ura
nd
o
uma
defasagem
na
a
prendizagem
do
s
cursos
em
geral.
Ret
rospectiva
da
Educ
ação
à
Dist
ância
no
Bras
il
A
Educação
à
Distância
(EaD)
teve
seu
primeiro
curso
no
Brasil
em
1941,
com
a
criação
do
Instituto
Univers
al
Brasileiro
(IUB).
Os
materiais
p
ara
estudo,
as
dúvi
das
e
aval
iaçõ
es
eram
enviados
por
corres
pondênc
ia.
O
institu
to
oferecia
cursos
livres
de
formação
profissiona
l,
mas
o
pri
meiro
voltado
à
f
ormação
básica
foi
o
pre
paratório
para
o
exame
de
Madureza
Ginasia
l,
realizado
por
maiores
de
19
anos
que
não
h
aviam
f
requentado
a
escol
a
(FARIA,
2011).
O
rádio,
que
já
era
empregado
como
i
nstrumento
de
ensino
desde
1937
com
a
cr
iação
do
S
ervi
ço
de
R
adio
difusão
Educ
ativa,
também
era
empregad
o
no
s
cursos,
se
rvindo
de
suplemen
to
ao
material
didático
impresso
en
viad
o.
No
en
tanto,
o
papel
principa
l
do
rádio
se
deu
com
o
curso
“R
ádio
e
Tel
evi
são”,
que
foi
um
c
urso
de
suc
esso
do
IUB
já
na
década
de
1940.
Em
1947,
o
Se
rviço
Naci
onal
de
Aprendizagem
225
Comerc
ial
(SENAC)
lançou
a
U
niversi
dade
no
Ar,
um
programa
de
ens
ino
à
distância
via
rádio
que
durou
até
1962.
A
televisão
também
foi
usada
com
o
ferramen
ta
para
E
aD.
Em
1969, fo
i
criad
o
o
Sistema
de
Televisão
Educat
iva
(TVE)
no
Maranh
ão
e
em
1974,
no
Ceará.
As
televisões
eram
pouca
s
e
usad
as
em
sala
de
aula,
no
lugar
de
profess
ores,
cujo
número
era
ainda
menor
(PASSINHO,
2008).
Em
1971,
t
em
-
se
a
criação
do
e
nsino
médio,
ch
amado
de
2º
grau
na
épo
ca
(BRAS
IL,
1971) e a
alternativa
do
ens
ino
suplet
ivo
para
quem
estava
fora
da
idade
escol
ar
ideal,
já
pe
rmitia
formas
de
EaD.
§
2º
Os
cursos
supletivos
serão
ministrados
em
classes
ou
mediante
a
utilizaç
ão
de
rád
ios,
televisã
o,
corres
pondênc
ia
e
outr
os
meios
de
com
unic
ação
q
ue
permitam
alcançar
o
maior
núm
e
ro
de
aluno
s
(BRAS
IL,
1971,
Lei
5692,
art.
25, §2º).
Em
1978,
a
Fund
ação
Roberto
Marinho,
em
parceria
com
a
Fund
ação
Padre
Anch
ie
ta,
desenvolveu
o
Telecurso,
programa
que
fo
i
largam
ente
utilizado
co
mo
material
p
ara
os
al
unos
do
supletivo.
Em
1976,
o
SENAC
p
assou
a
oferecer
cursos
de
apr
endizagem
comercial
na
modalidade
EaD,
c
riand
o
um
Sistema
Nacional
de
Teleducaçã
o.
Diversos
prog
ramas
foram
criados
conforme
a
popu
larizaçã
o
da
te
levisão,
iniciativas
de
ensino
mu
ltimeios,
empregando
materiais
impressos,
televisivos
e
até
encontros
pres
enciais.
Em
1994, a
U
nive
rsidade
Federal
do
Mato
Grosso
(UFM
T)
criou
o
primeiro
curso
de
graduação
à
distância
no
Brasil,
Licenciatura
em
Pedagog
ia,
com
ap
oio
do
governo
es
tadual
e
da
Té
lé-
Unive
rsité
du
Québec
(TÉLUQ)
(PR
ETI
,
2016),
valen
do
-
se
da
au
tonomia
uni
versitári
a,
uma
vez
que
essa
modalidade
de
en
sino
ain
da
não
era
re
gul
amen
tada.
No
mesmo
an
o,
é
criado
o
Sistema
Naci
onal
de
Ed
ucação
à
Distância
-
SINEAD
a
se
r
implantado
pelo
Ministério
de
Educação
e
Desporto
(MEC)
(
BRASI
L,
1994).
226
Na
Lei
de
Diretrizes
e
Base
s
de
1996
(LDB/96),
tem
-
se
a
oficializaç
ão
da
possibilidade
da
EaD
em
todos
os
níveis
e
modalidades
de
ensino,
o
que
m
arca
sua
chegada
ao
ensino
s
uperior.
Art.
80.
O
Poder
Pú
blico
incen
tiva
rá
o
desenvolvimento
e
a
v
eiculação
de
progr
amas
de
ensino
a
dis
tân
cia,
em
t
odos
os
níve
is
e
modalidades
de
ens
ino,
e
de
educação
con
tin
uada
.
§
1º
A
e
ducação
a
dis
tân
cia,
organ
izada
com
abe
rtura
e
regime
especiais,
será
oferec
ida
por
insti
tuiçõe
s
especificamente
creden
ciadas
pe
la
Un
ião.
§
2º
A
U
nião
regu
lamentará
os
requisitos
para
a
realização
de
exames
e
registro
de
diploma
rel
ativos
a
c
urs
os
de
educação
a
distân
cia.
§
3º
As
nor
mas
par
a
p
roduçã
o,
control
e
e
avaliação
de
progr
amas
de
e
ducação
a
distâ
ncia
e
a
autor
iza
ção
para
sua
implemen
ta
ção,
caberão
aos
respectivo
s
sis
tema
s
de
en
sino,
poden
do
haver
cooper
ação
e
integraç
ão
entre
os
diferentes
sistemas.
§
4º
A
educação
a
distâ
ncia
goza
rá
de
trata
men
to
diferen
ciad
o,
q
ue
incluirá:
I
-
custos
de
transmissão
red
uzidos
em
can
ais
comer
ciais
de
radiod
ifusão
son
ora
e
de
sons
e
imag
ens;
II
-
concessão
de
canais
com
finalidad
es
exclusivamente
educativas;
III
-
reserva
de
temp
o
mín
imo,
sem
ônus
para
o
P
oder
Públ
ico,
pe
los
c
once
ssi
onár
ios
de
canais
comercia
is
(BRASIL,
1996,
Lei
9.394,
Art.
8
0).
A
partir
de
então
foram
des
envolvida
s
diversas
iniciativ
as,
públicas
e
p
rivadas,
atravé
s
de
pro
gramas,
consórcios,
redes
e
out
ros,
voltados
par
a
o
uso
da
int
erne
t
co
m
o
principal
meio
de
ace
sso
e
c
omuni
cação.
O
decreto
227
nº
5662,
de
2005,
regula
mentou
de
maneira
mais
completa
o
artigo
80,
que
já
hav
ia
sido
tema
de
decr
etos
em
1998. A
EaD
foi
definida
como
:
Art.
1º
Pa
ra
os
fins
deste
Dec
reto,
caracteriza
-
se
a
educaçã
o
a
distâ
ncia
modal
idade
ed
ucac
ional
na
qual
a
med
iação
didático
-pe
dagógica
n
os
processos
de
ensino
e
apr
endi
zagem
ocorre
co
m
a
utiliz
ação
de
meios
e
tecnol
ogia
s
de
in
for
mação
e
co
mun
icação,
co
m
estudantes
e
professores
desenvo
lvendo
ativi
dades
educativas
em
lugares
ou
tempos
diversos.
(BRASIL
,
2005).
O
decreto
também
estabelec
eu
e
esclarec
eu
as
bases
para
que
as
instituiç
ões
pudessem
soli
citar
a
criação
de
cursos
na
modalidade
EaD.
Algun
s
momentos
do
curso
fo
ram
considera
dos
obrigatoriame
nte
presenciais
co
m
o
av
aliaçã
o,
estágios
,
defesa
de
t
rabalh
os
ou
prática
em
labora
tório,
que
deve
riam
ser
realizados
em
polos
devidamente
equipados
e
verifi
cados
pelo
MEC
(BRAS
IL,
2005).
Em
2006,
foram
instituíd
os
dois
marco
s
regulatóri
os
importa
ntes,
o
Decreto
nº
5.773,
que
definiu
as
funções
de
regul
ação,
supervisão
e
avaliação
d
as
Institu
ições
de
E
nsino
Superior
(IES)
incluind
o
os
cursos
EaD
(BR
ASIL,
2006).
Logo
depois,
por
m
eio
do
Decret
o
nº
5.800,
foi
instituíd
o
o
“Sistema
U
niversidade
Ab
erta
do
Brasil
-
UAB,
voltad
o
para
o
desenvolv
iment
o
da
modalidade
de
educação
a
distância,
com
a
finalidade
de
expandir
e
inter
io
rizar
a
ofer
ta
de
cursos
e
p
rog
ramas
de
educaç
ão
supe
rior
no
País”
(BRASIL,
2006,
Decreto
5.800,
Art.
1º).
Com
a
prioridade
de
formar
profes
sores
p
ara
a
e
duca
ção
básica,
o
sistema
desenvo
lveu
polos
em
diversas
uni
versidade
s
federais
pelo
país.
D
esde
então,
o
número
de
ingres
santes
na
modalidade
EaD
tem
crescido,
e
chegado
próximo
da
metade
do
tota
l
de
ingress
antes
em
2019.
228
G
ráf
ico
1 -
Número
de
ingre
ssos
em
cur
so
s
de
gr
ad
uaç
ão
,
po
r
modalidade
de
ensino
- 2009 - 2019
Font
e
:
Censo
da
Educação
Super
io
r
- 2019 -
Notas
Esta
tística
s.
Apesar
do
ingresso
te
r
chega
do
a
patam
ares
parecid
os,
o
número
de
alun
os
matriculad
os
aind
a
é
superi
or
nos
cursos
presenciais
.
G
ráf
ico
2 -
Número
de
ma
trí
c
ul
as
em
cursos
de
gr
adu
aç
ão
,
po
r
modalidade
de
ensino
- 2009 - 2019
Font
e
:
Censo
da
Educação
Super
io
r
- 2019 -
Notas
Esta
tística
s.
O
aumento
no
número
de
matríc
ulas
e
vagas
no
ensino
superior
é
um
dado
positiv
o
para
educaç
ão
no
país,
no
enta
nto
a
po
uca
fiscalização
por
parte
do
MEC
levou
a
um
po
sic
ion
amen
to
contrário
por
par
te
de
229
várias
ent
idades
repres
entantes
de
classes
profissionai
s
com
relaç
ão
à
EaD.
O
de
bate
começou
nos
curso
s
q
ue,
me
smo
presencia
is,
exigiam
aprovação
dos
Cons
elhos
para
ser
em
autorizados,
como
Me
di
ci
na
,
Psicologia,
Dire
ito
e
Odontol
ogia,
m
as
se
estendeu
par
a
outros
con
selhos.
Com
o
a
mani
fest
ação
do
Co
nsel
ho
Federal
de
Serviço
Socia
l:
Destaca
-
se
o
aum
ento
si
gnifi
cativ
o
de
c
urs
os
e
de
vag
as
de
Serviço
Social
na
modal
idade
à
d
istância
(EaD),
por
ser
um
cur
so
q
ue
de
spende
menos
recursos
e
rende
ma
is
lucros
ao
set
or
privado
ligado
à
educaç
ão,
indican
do
a
precariz
ação
da
educa
ção
su
perior
no
Brasil,
o
que
nos
desafia
enquanto
suje
itos
coletiv
os
e
individua
is,
co
nsiderando
-
se:
o
merca
do
dos
dip
lomas
,
c
urso
s
a
ligeir
ados,
con
dições
precárias
de
trabalho
para
os/as
docentes,
ausência
de
biblio
tecas,
materia
l
didá
tico
insuf
icie
nte
e
superfi
cial,
falsifi
cação
de
docume
ntos
q
ue
c
omprov
am
a
integ
ralizaç
ão
do
cur
so,
e
stá
gios
realizados
sem
supervisão
direta
,
desrespe
ito
à
Lei
que
re
gul
am
enta
a
profis
são
e
às
nor
mat
iva
s
que
discipl
ina
m
o
exercício
profis
si
onal
(CFSS,
2011)
.
O
debat
e
continu
ou
nos
consel
hos,
que
o
rgan
izaram
grup
os
de
trabalh
o
e
estu
do
so
bre
a
questão.
A
portaria
do
M
EC
nº
1.134
de
2016
aproximou
ai
nda
mais
as
modalidades,
permitindo
q
ue
os
cursos
presenciais
t
ivesse
m
até
2
0%
da
carga
horária
à
distância
(B
RASIL,
2016).
Já
o
decreto
nº
9.057,
de
25
de
maio
de
2017,
deu
nova
re
dação
às
regula
mentações
do
art.
80
da
LDB.
No
decreto
n
ão
há
dis
tinção
ent
re
os
cursos
de
grad
uação
da
áre
a
de
saúde
co
m
o
nos
ant
eriores
.
A
resposta
da
Câmara
de
Regul
ação
do
Trabal
ho
em
Saúde
(CR
TS
)
foi
uma
nota
pública
de
repúdio
à
EaD
assin
ada
por
diversos
conselhos
feder
ais
da
área
da
saúde
e
tamb
ém
pe
la
Agência
Naci
onal
de
Vigilância
Sanitária
(ANVISA)
.
230
É
imprescindível
que
a
forma
ção
de
pr
ofis
sionais
da
área
da
s
aúde
acon
teça
na
modal
ida
de
presencial,
pois
a
compl
exida
de
da
s
ações
junt
o
a
curs
os
de
qualida
de
duvid
osa
pode
rá
levar
a
prejuízos,
singu
laridade
q
ue
in
viab
iliza
a
of
erta
de
c
urso
s
de
graduação
na
modal
idade
de
Educ
ação
à
Dis
tân
cia
(EaD),
pois
desconsidera
que
em
todo
decorrer
do
curs
o
a
educação
na
sa
úde
requer
interaç
ão
co
ns
tante
entre
os
trabalhado
res
da
ár
ea,
e
studa
ntes
e
usuá
ri
os
dos
ser
viços
de
saúde,
para
a
ssegurar
a
int
egralid
ade
da
atenção
,
à
qual
idade
e
a
humaniza
çã
o
do
a
ten
di
mento
prestado
aos
in
divíd
uos,
fa
míl
ias
e
comuni
dades
(BRASIL,
2018).
Algun
s
conselhos
buscaram
medidas
judicia
is
e
legisla
tivas,
como
o
Co
nsel
ho
Fed
eral
de
Odontolo
gia
,
que
estabe
leceu
em
uma
re
solução
que
disciplinas
deveriam
ser
ministra
das
ape
nas
na
modalidade
presenc
ial
(CFO,
2017).
Ap
esar
destas
recusas
das
entidades,
o
número
de
cursos
oferecid
os
só
cresceu
anual
men
te.
Para
intensificar
o
debate,
surg
iram
prop
agand
as
de
cursos
“h
íbrid
os”,
“f
lex”,
“semipr
esenciais”
e
outros
termos
não
regulame
ntados
pelo
MEC.
Em
2020,
um
novo
termo
tomou
co
nta
da
agen
da
pública
em
todos
os
níveis,
o
“Ensi
no
remoto
emergencial”
,
em
virtude
da
pandemia
do
Cov
id
-19,
q
ue
dema
ndou
quarenten
a
obrigatóri
a.
Dessa
forma,
t
odas
as
atividad
es
tiveram
q
ue
ser
re
aliz
adas
de
form
a
remota
.
Em
um
primeiro
momento,
d
urante
a
pandemia,
houve
uma
grand
e
co
n
fus
ão
no
cen
ár
io
edu
cacion
al
en
tre
Ensi
no
R
emo
to
Emergenc
ial
e
a
EaD
(Quadro
01),
uma
vez
que
a
legislação
que
de
fine
essa
modalidade
(EaD)
é
relativa
mente
abrang
ente.
231
Q
uadro
01
-
Difere
nças
entre
Ensino
Remoto
Emer
gencial
e
EaD.
Ensino
a
Dist
ânc
ia
–
EaD
Ensino
Re
mot
o
Emergenci
al
-
ERE
Conc
eito
Modal
idade
ed
ucac
ional
na
qua
l
a
media
ção
d
idátic
o
-pedagógica
nos
processos
de
ensino
e
apren
dizagem
ocorre
com
a
utili
zação
de
me
ios
e
tecn
ologia
s
de
infor
maçã
o
e
co
munic
ação,
com
es
tuda
nte
s
e
professores
desenvolvendo
ativida
des
educa
tiva
s
em
lugares
ou
tempos
diversos.
Mudança
tempor
ár
ia
de
modal
idade
de
en
sino
onde
as
instr
uçõe
s
par
a
os
alunos
ocorre
de
forma
r
emo
ta
(
on
-
l
ine,
impressa,
etc)
de
mod
o
alternati
vo
devid
o
a
circunstâ
ncias
de
crise
san
itária
ou
outras
.
Legi
slação
Decreto
nº
5662/200
5
“Ar
t.
1º
Para
os
fin
s
deste
Decreto,
caracteri
za
-
se
a
E
ducação
a
Dist
ância
modalidade
educacional
na
qual
a
media
çã
o
didátic
o
-pedagó
gica
nos
pro
cessos
de
ensino
e
apr
endizag
em
ocor
re
com
a
utilização
de
mei
os
e
tecnolog
ias
de
inf
orma
ção
e
comuni
caçã
o,
com
est
udantes
e
professores
desenvolvendo
ativida
des
educati
vas
em
luga
re
s
ou
temp
os
diversos.”
(BRASIL,
2005)
Portari
a
nº
343/2020
–
MEC
“Ar
t.
1º
Auto
riza
r,
em
caráter
excepcional,
a
subst
it
uição
das
disciplinas
presenc
iais,
em
andamen
to,
por
aulas
qu
e
ut
ili
ze
m
me
ios
e
te
cno
logias
de
inform
ação
e
co
municação
,
nos
limite
s
estabelecidos
pela
legislação
em
vigor
,
por
insti
tuiç
ão
de
educaçã
o
superior
integrant
e
do
sistema
federa
l
de
e
nsino,
de
qu
e
trata
o
ar
t.
2º
do
Decreto
nº
9.235,
de
15
de
dezembr
o
de
2017.”
(BRASI
L,
2020b
)
Pré
-
Requis
itos
Projet
o
Pedagógico
de
cur
so
específico
apr
ovado
pelo
CNE;
Pólos
devidamente
equi
pados
e
verific
ados
pelo
MEC
;
Deve
ser
obr
igatório
o
está
gio,
a
defesa
de
trabalhos,
prátic
as
em
lab
oratór
ios
presenciais
(BRASIL,
2005).
Uso
de
tecn
olog
ias
de
infor
maçã
o
e
comun
icaçã
o
no
perío
do
em
que
vigora
r
as
circuns
tâncias
de
cris
e
sanit
árias
ou
outra
s.
232
Mediaçã
o
Modalida
de
c
om
met
odol
ogia
específica.
As
aulas
do
curso
são
previamente
prep
aradas
(Tv,
rádio,
livr
os,
internet)
e
tran
smitida
s
aos
alunos
de
diversas
locali
dades
,
que
p
ossuem
o
curso
aprovado
pelo
M
EC.
Apresenta
docentes
tutore
s
c
om
aulas
presenciais
para
tira
r
dúvida
s
e
realizar
orientações
.
Cada
docen
te
te
m
au
tonom
ia
pa
ra
trabalh
ar
com
diferentes
tipos
de
recursos
(vídeos
,
textos,
ilustrações,
avali
açõe
s,
exercícios,
slides,
plataf
ormas
etc.).
E
oport
unizar
diferentes
forma
s
de
interaç
ão
(fóru
ns,
chat,
jog
os,
e
-
mail,
aulas
em
tempo
real)
com
os
alunos
tan
to
na
forma
síncrona
ou
assíncro
na.
Cada
docen
te
prepa
ra
a
aula
para
aque
le
determ
inado
momen
to
do
ERE.
Ativida
des
q
ue
po
dem
ser
desenvolvidas
em
qual
quer
momen
to
ou
lugar
com
acesso
à
interne
t.
Em
geral
com
a
mbiente
s
virtuais
insti
tucion
ais.
O
conta
to
c
om
os
docentes
não
limita
-
se
a
tut
oria
,
sendo
realizado
por
diversos
meios
(e
-
mail
s,
whatsapp,
meet,
etc)
em
diver
sos
momen
tos.
Duração
Períod
o
do
c
urso
aprovad
o
pelo
MEC
em
EaD
.
Em
caráter
emergenci
al,
crises
sanit
árias
ou
outra
s.
Font
e
:
Elaboração
dos
auto
res
a
partir
das
referências
do
CFP
(2020
),
Paiva
(2020)
e
dos
docume
ntos
oficia
is
(BRASIL,
2020
c;
BRAS
IL,
2005)
.
Assim,
estabel
eceu
-
se
uma
distinção
en
tre
as
duas
práticas
,
com
o
aprese
ntad
a
pelo
Conselh
o
Fede
ral
de
Psicologia
em
suas
recomendações
aos
estagiários
em
que
E
aD
“[...]
pressup
õe
um
projeto
pedagó
gico
e
curso
específic
o
apro
vado
pe
lo
C
NE”,
enquanto
o
ens
ino
remoto
“[...]
trata
da
intensifica
ção
do
uso
de
tecnologias
de
i
nform
ação
e
co
municaç
ão
no
233
período
em
q
ue
vigorar
a
ne
cessi
dade
de
isolament
o
socia
l”
(CFP,
2020,
p.
10).
De
s
af
ios
na
imple
m
en
tação
da
pr
opos
t
a
de
e
nsino
re
m
ot
o
em
ergen
cial
pel
os
do
centes
do
superi
or.
Em
um
cenário
de
incertezas,
e
com
o
crescente
aumento
de
número
s
de
c
asos
de
infecç
ões
pelo
vírus
no
Brasil,
a
educação
brasileir
a
em
março
de
2020
passo
u
a
t
rabalh
ar
de
fo
rma
remota,
p
ara
evitar
a
disseminaç
ão
do
vírus.
A
medi
da
foi
re
gulamenta
da
pela
Portaria
nº
343,
em
17
de
março
de
2020,
do
Minist
ério
da
Educação
–
MEC
(BRASIL,
2020b),
que
dispõe
sobre
a
“[...]substituição
das
aulas
presenciais
por
aul
as
em
meios
digitais
enquant
o
durar
a
situaç
ão
de
pandemia
do
Novo
Coronaví
rus
-
COVID
-
19”.
Em
se
u
Art.
1º,
substitui
em
caráte
r
e
xcepcional
as
aul
as
presencia
is
pelo
ensi
no
remoto
emer
gencial
,
mantendo
os
limites
estabelec
idos
pela
legislaçã
o
br
asileir
a
em
v
igor,
e
esta
belece
exceçõ
es
para
os
c
ursos
de
Medicina,
os
estágios
profis
sionais
e
as
práticas
de
laboratório
dos
demais
cursos.
Conforme
a
portaria
apres
entou,
a
validad
e
de
30
di
as
prorrog
áveis,
e,
em
15
de
abr
il
de
2020,
lanç
a
-
se
a
Portaria
MEC
nº
345,
de
19
de
março
de
2020
(BR
ASIL,
2020c),
que
alter
a
a
Portari
a
nº
324.
Esta
autorizou
que
as
IES
s
ubstituíssem
novament
e
as
aulas
presenciais
por
ativida
des
em
meios
dig
itais.
Como
impact
o
repentino
da
implemen
tação
do
ens
ino
remoto
nas
escola
s
e
IES,
aflor
aram
as
i
nse
guran
ças
e
desafios
por
muitas
vezes
d
esperce
bidos
durante
o
processo
educativo.
234
De
forma
aligeirad
a,
toda
a
educação
br
asileira
reestrut
urou
-
se
para
um
novo
formato
de
ensi
no
inédito,
as
aulas
remotas.
As
Tecnologias
da
Info
rmação
e
Comunicaç
ão
(TIC
s),
q
ue
são
temas
conhecidos
da
legislaçã
o
ed
ucacion
al
brasileira,
apresen
tam
-
se
com
o
ponto
cruci
al
para
assegur
ar
a
manut
enç
ão
do
ano
letivo
de
2020,
e
poucos
trabal
hos
acadêm
ico
s
estudam
a
temática
até
o
m
omento,
quanto
ao
ensino
remoto.
As
aulas
remotas
acon
tecem
ao
vivo,
através
das
lives
,
respeitando
dias,
horá
rios
e
p
oss
ui
os
mes
mos
professores
presenciais.
Estas
aulas
for
am
regulam
entadas
pelo
Min
istér
io
da
Educa
çã
o
(
MEC
)
em
caráter
emergencial,
dura
nte
o
C
ovid
-
19
e
seguem
o
cr
onogr
ama
previsto
no
semestre
do
presencial.
Na
au
la
remota
o
material
didático
é
elaborado
pelo
professor
da
dis
ciplin
a
(PONTES;
PONTES,
2020,
p.
4)
.
Desta
fo
rma,
ao
pas
so
que
os
rec
ursos
digitais
foram
incorporados
como
as
principais
técnicas
de
ensino,
surg
iram
desafi
os
de
ssa
m
igraç
ão
para
o
ensino
remoto,
e
esse
s
fo
ram
apo
ntad
os
pelos
docent
es
em
estudos
dos
autores
(FERRE
IRA,
2020;
SILUS;
LEAL;
NETO
DE
JESUS,
2020;
GONÇ
ALVES;
P
EREIR
A;
FERREIRA,
2021;
V
ICTÓRIA
et
al
.,
2020;
CAMACHO
et
al
. 2020),
que
se
re
laci
onam
com:
-
A
migraç
ão
imediata
para
plataforma
s
digitai
s,
se
m
o
de
vido
tre
in
amen
to
ou
cap
acitaç
ão
no
trabalh
o
com
o
ensino
remoto;
- A
dificuldade
no
uso
de
recursos
tecnológicos
;
- A
resistência
docent
e
ao
ensino
síncro
no
e
assí
ncrono
;
-
A
dificuldade
de
ace
sso
à
internet,
e
interne
t
de
b
aixa
qualidade
em
muitas
loca
lidades
;
235
-
Falta
de
recurso
s
ad
equad
os
ao
t
rabalh
o,
tanto
por
docentes,
como
pelos
estuda
ntes
;
-
Ao
impacto
sóci
o
emoci
on
al
do
trabal
ho
em
home
office
26
;
- A
limitaçã
o
da
comu
nicação
en
tre
os
docent
es
e
estudant
es.
Os
usos
de
re
cursos
tecnológicos
p
elos
doc
entes
na
e
ducação
é
um
tema
rec
orrente
em
t
rabalh
os
acadê
mic
os
en
contra
dos
n
as
plataforma
s
de
busca.
A
integ
ração
do
ensino
das
nov
as
tecnologias
por
meio
das
TICs
no
período
da
pandemia
do
Covid
-19,
exigiu
dos
docentes
uma
transf
ormaç
ão
da
prática
pedagógica
para
o
u
so
do
novo
ambiente
de
trabalh
o
virt
ual
não
conv
enci
onal
(PONTES;
PONTES,
2020.
p.
7).
Essa
mi
gração
imediata
p
ara
plataformas
digitais,
devido
à
nece
ssidade
do
distanciamento
so
cial
durante
o
C
OVI
D
-19,
trouxe
diversos
desafi
os,
principalmen
te
devido
à
falta
de
treinamento
e
capaci
tação
no
tr
abalho
p
ara
o
ensi
no
remoto
(GONÇALVES;
PER
EIRA;
FERRE
IRA,
2021).
Muitos
docent
es
ap
resen
tavam
dificuldade
co
m
uso
ou
acesso
a
recursos
tecnológic
os,
o
que
pode
ser
atr
ibuído
ao
processo
de
form
ação
do
do
cente
(FERREI
RA,
2020;
CAMACHO,
et
al.
2020).
Silus;
Le
al
e
Ne
to
de
Je
su
s
(2020)
dest
acam
q
ue
a
escassez
de
form
ação
continua
da
é
um
a
real
idade
present
e
em
muitas
I
ES.
E
as
TICs
na
formaç
ão
docente
s
ão
um
d
esafi
o
ain
da
maior
na
e
ducação
supe
rior,
e
esta
se
sobrepôs
quando
h
ouve
a
n
ece
ssidade
imediata
da
utilização
dos
recursos
digitais
e
tecnológic
os
p
ara
o
en
sino
r
emo
to
durant
e
a
pandemia
(PONTES;
PONTES,
2020).
26
Hom
e Of
fice
: Trabalh
o em domicílio tamb
ém identificado com
o termo
small of
fi
ce
, trata
-
se do
trabal
ho real
izado na casa do
trabalha
dor (
ROCH
A; AMADO
R, 20
18).
236
Em
reflexã
o,
a
mediação
da
tecnologia
no
ens
ino
superior,
independen
te
da
mod
alidade
de
ensi
no,
p
assa
po
r
uma
fo
rmação
do
cente
contínu
a,
d
ent
ro
das
IES.
Possibilitand
o,
assim
,
q
ue
os
docent
es
possuam
a
fo
rmação
necessária
para
eventu
alid
ades,
seja
a
utilizaçã
o
das
TIC
’
s
no
cotidiano
das
aul
as
ou
para
desenv
olver
um
plano
de
conting
ência
sa
nitária
nacio
nal
(PONTES;
PONTE
S,
2020).
Com
a
i
n
ser
çã
o
das
aul
as
teóricas
no
f
orm
ato
n
ão
presencial
no
ens
ino
superio
r
sobre
as
dir
etrizes
do
MEC
no
per
íodo
de
pandemia
do
Covid
-19,
as
instituições,
mesmo
as
que
p
ossuíam
ofertas
de
cursos
em
EaD,
en
con
traram
desafios
na
implementação
imediata.
(PONTES;
PONTES,
2020).
Um
gran
de
percent
ual
dos
docentes
não
est
ava
prep
arado
para
atuar
em
aulas
remotas,
o
que
oca
sionou
sob
recar
ga
de
trabalh
o
e
aumento
no
tempo
de
pre
paração
das
au
las
em
re
lação
às
aul
as
presenciais
(FERREI
RA,
2020).
Este
proce
sso
de
pre
paração
,
p
rodução
de
co
nt
eúdo
e
edi
ção
passou
a
ser
cotidiano
para
os
docentes
.
E
mesmo
os
docent
es
que
possuem
domínio
das
fe
rrame
ntas
digitais,
tinham
muitos
processos
a
serem
realizados
,
ante
s
de
pos
tar
uma
aul
a
nas
p
latafo
rm
as
digitais
ou
m
esmo
realizar
uma
“LIVE”.
Os
docentes
atuaram
no
ensi
no
remoto
com
as
aul
as
em
tempos
síncro
nos,
pr
esentes
ao
mesmo
tempo
que
os
d
iscen
tes.
Real
izar
am
“
lives
”,
aulas
onlin
e,
aul
as
prática
s
demonstrativa
s
e
outras.
Desta
f
orma,
o
ensino
remoto
apresen
tou
um
a
nova
perspectiva
de
re
pen
sar
a
tran
smissão
dos
discurso
s
típicos
do
Ensino
Sup
erior.
As
“liv
es”
e
as
aulas
on
-
line
fo
ram
um
po
nto
imp
ortante
de
aproximação
dos
d
ocentes
de
form
a
ágil
das
aulas
do
dia
a
d
ia,
diferente
de
l
ongos
discursos
acadê
mico
s
(PONTES;
PONTES,
2020).
237
E
de
forma
assínc
rona,
com
i
nteração
indireta
,
com a
pos
tagem
de
aulas
expositiv
as
g
ravad
as,
de
ativ
idades
e
outros,
em
portais
ou
a
mbientes
virtuais
(MOREIRA
;
HENRIQU
ES;
BARROS
2020).
A
implementação
do
ensino
remoto
emergenci
al
durante
o
distancia
mento
soci
al
do
Covid
-19
foi
uma
medida
essen
cial
p
ara
o
controle
san
itário
do
vírus.
O
q
ue
é
preciso
questionar
é
o
impacto
no
aprendizado
dos
sujeito
s
e
se
a
implementa
ção
apres
en
tou
o
suporte
nece
ssário
para
que
se
desenvolves
sem
os
proc
essos
de
en
si
no
e
aprendizag
e
m.
Esse
novo
cotidiano,
com
um
aumento
na
sobrecarga
de
trabal
ho,
aliado
com
a
m
udança
de
ambiente,
com o
trabalho
em
ho
me
office
,
on
de
os
horários
e
a
rot
ina
se
misturam,
o
e
stresse
e
questõ
es
emocionais
le
varam
muitos
doc
en
tes
à
exaustão
.
O
B
rasil
p
ossui
dados
alarm
ant
es
quanto
às
doen
ças
ocupac
ionais
em
profissionais
da
e
ducação,
ocu
pando
o
segund
o
lug
ar
na
categori
a.
Segund
o
Santos,
Silv
a
e
Belmont
(2021),
não
se
organiza
um
a
nova
reali
dade
escol
ar
de
fo
rma
brusca
e
de
im
proviso,
como
ocor
reu
com
a
mig
ração
emergencial
para
o
ensino
remoto.
Seria
ne
cessári
o
abran
ger
e
reorganiz
ar
de
fo
rma
instituciona
l
e
g
overname
ntal,
para
que
en
volva
t
o
do
um
proc
esso
de
planejamento
e
capaci
taçõ
es.
Imperou
-
se
aos
docentes
uma
vir
tualizaç
ão
do
ensino,
que
deveri
a
ser
protagoniza
da
por
estes,
independe
ntemente
dos
desaf
ios,
in
ce
rte
zas,
inse
guran
ças,
depressão
e
sobrecar
ga
de
trabal
ho,
causadas
por
essa
nova
reali
dade
sanitária
(SANTOS;
SI
LVA;
B
ELMONTE,
2021). A
categoria,
perante
as
exigê
ncias
e
ducacio
nais
imposta
s,
desenv
olveu
e
ressignific
ou
as
prática
s
docentes
com
criativ
idade,
co
mpromiss
o
e
responsa
bilida
de.
238
O
impa
cto
de
st
e
novo
sistem
a
emergencial
de
ensi
no
evidenci
ou
-
se
com
a
prec
arização
das
atividades
doc
entes,
com
o
aumento
da
carga
horária
on
-
lin
e
involu
ntária
,
e
sem
nenhuma
contrapa
rtida
das
IES,
o
que
leva
a
um
impacto
não
somente
financeiro,
mas
motivacional,
emocio
nal,
e
que
pod
e
refle
tir
-
se
nas
dificuldades
do
s
doce
ntes
com
o
ensino
r
emo
to
emergencial,
um
a
vez
que
é
ne
cessário
equilíbr
io
físico,
mental
e
econômic
o
(
SANTOS;
SILVA;
BELM
ONTE,
202
1).
Um
ponto
a
se
r
anal
isad
o
é
q
ue
mesmo
com
a
possibilidade
de
abrang
er
vários
disce
ntes,
em
lo
cai
s
dif
erent
es,
as
aulas
remota
s
necessi
tam
de
uma
e
strutura
b
ásic
a
e
nem
todos
os
sujeito
s
envolvidos
no
pro
cesso
possuíam
os
equipamen
tos
ou
ace
sso
a
re
cursos
neces
sários
fundamentais
para
a
participaç
ão
(FIOR;
MARTINS,
2020,
p.
15).
Vivemos
em
um
país
onde
há
uma
gran
de
desiguald
ade
de
espaços
físico
s,
de
papéis
sociais,
de
co
n
diç
õ
es
econômica
s,
que
po
dem
não
supri
r
as
necessidad
es
básic
as,
culminando
na
dec
isã
o
de
abando
no
do
curso
(FIOR;
MARTINS,
2020.
p.
15).
Os
docen
tes,
de
forma
geral,
criaram
alternativa
s
criativ
as
p
ara
a
manut
enç
ão
do
vínc
ulo
com
os
ac
adêm
icos,
pensando
nas
diversas
singularid
ades
do
process
o
de
ensi
no
e
na
efeti
vação
do
trabalh
o
do
cent
e
em
uma
n
ova
re
alid
ade
diversa,
na
q
ual
nem
todos
os
discentes
te
riam
as
mesmas
condições
em
seus
ambientes
p
ara
des
envolv
erem
a
aprendizage
m
(LUDOVI
CO
et
al
. 2020).
Além
das
adap
taçõe
s
metodológicas
à
nova
realid
ade
do
ensino
remoto
emergenc
ial,
h
ouve
a
implementação
imedia
ta
das
plataformas
de
ens
ino
on
-
l
ine
e o
for
mato
de
trabalh
o
em
hom
e
office,
que
foram
citad
os
em
vários
t
rabalho
s
como
fatores
important
es
que
de
smotiv
aram
os
docentes
.
Fatores
como
dificuldade
de
ace
sso
à
internet
de
qualida
de,
239
horário
s
deslocados
ou
inconstantes,
falta
de
recursos
ade
quado
s
(computador
es,
tablets
etc.),
ating
iram
ta
nto
os
acadêmi
cos
com
o
doce
ntes
(LUDOVI
CO
et
al
.
2020;
GONÇALVES
;
PEREIRA;
FERREI
RA,
2021;
VICTÓRIA
et
al
., 2020).
Outro
po
n
to
importante
é
a
discussão
da
carga
horária
de
aulas
prática
s
dos
cursos
superio
res.
Esta,
em
um
primeiro
mo
mento,
não
poderia
ser
ministra
da
em
fo
rmato
remoto,
passan
do
em
caráte
r
excepci
onal
a
ser
aplica
da
neste
forma
to
(VICT
ÓRIA
et
al
., 2020).
A
Portari
a
nº
544,
de
16
de
j
unho
de
2020
(Quadro
01)
(B
RASIL,
2020e),
abre
o
preced
ente
p
ara
que
as
aulas
práticas
e
es
tágios
profis
sionais
possam
ser
realizados
no
n
ovo
format
o.
Como
requisitos
para
tal,
exige
que
se
jam
elaborados
planos
de
trabal
ho
específicos
pelos
docentes
,
aprovad
os
pelos
c
oleg
iad
os
de
curso
s
e
aden
sado
ao
projeto
pedagógi
co
do
curso.
Esses
elementos
são
man
tidos
na
Po
rtaria
nº
1.030,
de
1º
de
dezembro
de
2020
(
B
RASIL,
2020f),
e
a
mpliam
a
carga
de
trabalh
o
docente
do
profess
or
do
ens
ino
superior,
que
passa
a
ter
um
número
aind
a
maior
de
pr
ocess
os
a
realizar
p
ara
executar
um
p
ré
-
requisito
de
uma
discipli
na
da
Educação
Su
peri
or.
240
Q
uadro
02
-
Incl
usã
o
das
aulas
prátic
as
no
forma
to
rem
oto
n
os
cur
sos
por
d
ispos
itivos
legais
.
Port
arias
Dis
põe
A
ulas
prát
icas
e
e
st
ág
ios
Portari
a
MEC
nº
343,
de
17
de
março
de
2020
Dispõe
s
obre
a
sub
sti
tuiçã
o
da
s
aulas
presenciais
por
aulas
em
meios
digitais
en
qua
nto
d
ura
r
a
situaç
ão
de
pande
mia
do
Nov
o
Coron
avír
us
-
COVID
-
19.
Proíb
e
a
s
ubstit
uiç
ão
ou
aplic
ação
de
aulas
pr
átic
as
e
estágios
no
for
mato
r
emoto.
Portari
a
MEC
nº
345,
de
19
de
março
de
2020
Alte
ra
a
Portaria
MEC
nº
343,
de
17
de
mar
ço
de
2020.
Man
tém
-
se
v
edada
a
aplic
ação
das
práti
cas
profiss
iona
is
de
estágios
e
de
la
bora
tório.
Portari
a
MEC
nº
473,
de
12
de
maio
de
2020.
Prorroga
o
prazo
previsto
no
§
1º
do
art.
1º
da
Portaria
nº
343,
de
17
de
março
de
2020.
Man
tém
-
se
v
edada
a
aplic
ação
das
práti
cas
profiss
iona
is
de
estágios
e
de
la
bora
tório.
Portari
a
MEC
nº
544,
de
16
de
junh
o
de
2020.
Revoga
as
portar
ias
anterio
res
Dispõe
s
obre
a
sub
sti
tuiçã
o
da
s
aulas
presenciais
por
aulas
em
meios
digitais
,
en
qua
nto
d
ura
r
a
situa
çã
o
de
pande
mia
do
novo
c
oron
avír
us
-
Covid
-
19,
e
r
evoga
as
Portari
as
MEC
nº
343,
de
17
de
março
de
2020,
nº
345,
de
19
de
março
de
2020,
e
nº
473,
de
12
de
maio
de
2020.
Permite
a
poss
ibili
dade
desde
q
ue:
Elaboraç
ão
de
plano
de
trabalho
espe
cífico;
Aprovaç
ão
em
c
olegia
do;
Adensamento
no
PPC.
Exceção
curs
o
de
Me
dicin
a.
241
Portari
a
MEC
nº
1.030,
de
1º
de
deze
mbro
de
2020
Dispõe
s
obre
o
retorno
às
aulas
presenciais
e
sobre
caráter
excepc
ional
de
utiliz
açã
o
de
recursos
educa
cion
ais
digitais
para
integ
ralizaç
ão
da
car
ga
horá
ria
da
s
ativ
idades
pedagóg
icas
enqua
nto
dura
r
a
situa
ção
de
pande
mia
do
novo
c
oron
avír
us
-
Covid
-
19.
Man
tém
as
especificações
da
porta
ria
anter
ior
quanto
a
prátic
as
e
estágios.
E
laboraç
ão
de
plano
de
trabalho
espe
cífico;
Aprovaç
ão
em
c
olegia
do;
Adensamento
no
PPC.
Exceção
curs
o
de
Me
dicin
a.
Portari
a
MEC
nº
1.038,
de
7
de
deze
mbro
de
2020
Alte
ra
a
Portaria
MEC
nº
544,
de
16
de
junh
o
de
2020,
que
dis
põe
s
obre
a
subs
titu
ição
das
aulas
presenciais
por
aulas
em
meio
digita
is,
enquanto
dura
r
a
s
ituaçã
o
de
pan
demia
do
novo
cor
ona
vírus
-
Covid
-
19,
e a
Portari
a
MEC
nº
1.030,
de
1º
de
dezembr
o
de
2020,
que
dispõe
sob
re
o
retorno
às
aulas
presenciais
e
sobre
caráte
r
excepcional
de
utili
zação
de
recursos
educaci
onais
dig
itais
para
inte
gralizaç
ão
da
carga
horá
ria
das
ativida
des
pedagó
gicas,
en
quan
to
dura
r
a
s
ituaçã
o
de
pan
demia
do
novo
cor
ona
vírus
-
Covid
-
19.
Revoga
o §
4º
Sobre
o
curso
de
me
dicina
e
dá
outr
a
pr
ovidênc
ias
242
Portari
a
MEC
nº
1.096,
de
30
de
deze
mbro
de
2020
Dispõe
s
obre
o
retorno
às
aulas
presenciais,
sobre
a
antecip
ação
de
conclusão
de
cur
sos
e
sobr
e
caráter
excepcional
de
utiliz
ação
de
recursos
educac
ionais
digi
tais
pa
ra
inte
gralizaç
ão
da
carga
horá
ria
das
ativida
des
pedagó
gicas
dos
curs
os
da
educaçã
o
prof
ission
al
técnica
de
nível
médio,
das
in
stit
uições
do
sistema
federal
de
en
sino,
enqua
nto
d
ur
ar
a
situ
ação
de
pande
mia
do
Nov
o
Coron
avírus
-
Covid
-
19.
As
práti
cas
profissi
onais
de
estágios
permanecem
q
ue
exijam
labor
atórios
especializados,
quand
o
previstas
nos
respectivos
planos
de
curso,
é
aplicáve
l
a
exce
pcional
idade
de
que
trata
o
ar
t.
2º
des
de
que:
Aprov
ada
pe
la
ins
tância
compe
ten
te
da
ins
tit
uiçã
o
de
ens
ino;
A
replicaç
ão
do
a
mbien
te
de
ativi
dade
pr
áti
ca
e/ou
de
trabalho
;
Propicie
o
desenvolvimento
de
habilidad
es
e
competê
ncia
s
esperadas
no
perfil
pr
ofissi
onal
do
técnic
o;
E
seja
passível
de
avaliação
do
desempenho
do
estudante.
Font
e
:
Elaboração
dos
auto
res
a
par
tir
de
docu
ment
os
ofic
iais
.
As
práticas
den
tro
de
um
curso
são
um
elemento
importa
nte
na
form
ação
d
iscente.
A
lg
umas
pr
áticas
são
insu
bstituív
eis.
Podemos
citar
em
especial
as
áreas
da
saúde,
engenha
ria
e
humanas
(
MARINATO
,
2021).
Ainda
são
po
ucas
as
referência
s
em
trabal
hos
acadê
mic
os
sobre
as
ativida
des
práticas
e
estágios
profissio
n
ais
realizados
durante
o
en
sino
remoto
emergenc
ial.
Estas
somente
foram
au
tori
zadas
a
partir
da
portaria
do
MEC
nº
544,
de
16
de
junho
de
2020
e
alg
umas
práticas
foram
adaptad
as
par
a
o
formato
de
aulas
remotas.
243
Victória
et
al
.
(2020)
observou,
durant
e
a
ap
licaç
ão
de
atividades
prática
s
em
a
mbiente
remoto,
que
há
a
possib
ilidade
de
uma
parte
das
ativida
des
prática
s
serem
adaptadas
p
ara
esse
formato,
por
meio
de
labora
tórios
simulados
ou
mesmo
on
-
line,
m
as
pondera
que
existem
discipli
nas
que
necessi
tam
de
uma
in
teração
presencia
l
do
discente
e
que
as
atividad
es
online
dificul
tam
os
debates
e
trocas
de
opiniões
e
atividades
mais
complexas
,
al
ém
de
q
ue
os
me
ios
digitais
não
substituem
o
papel
do
docente
como
med
iad
or/tu
to
r.
Marinat
o
(2021)
dest
aca
que
as
au
las
práticas
p
assa
ram
pelo
mesmo
processo
de
imediatis
mo
que
as
aulas
presenciais,
sem
um
períod
o
de
adap
tação
ou
capac
itaç
ão
p
ara
docentes
ou
disc
entes.
Se
estabel
eceu
um
novo
for
mato,
ainda
não
conheci
do
pelos
docen
tes,
aul
as
práticas
online
ou
simuladas.
Assim
,
as
aulas
pass
aram
a
ser
transmitida
s
por
vide
och
amada
para
discentes
ou
realiz
adas
em
simuladore
s
virtuais.
O
que
esbarra
novamente
na
falta
de
e
strutura,
p
ois
a
ativida
de
requer
equipamentos
par
a
o
desenv
olvimento,
e
q
ue
n
ão
estari
am
disponíveis
em
Home
Office
(câme
ra,
computador,
m
icrofone e
uma
boa
rede
de
inter
net),
e
que
nem
todos
os
docen
tes
teriam
a
habilidad
e
técnica
para
man
usear
(M
ARI
NATO,
2021).
Desta
fo
rma,
é
importante
recon
hecer
q
ue
existem
múltiplas
conjun
turas
que
f
oram
aprese
ntad
as
no
ensino
remoto
emergenci
al
,
durante
o
período
de
pandemia
no
Covid
-19.
Desenvolver
medidas
mitigador
as
específic
as
para
amenizar
o
desgaste
pro
porcionad
o
pe
la
n
ova
rotina
do
trabalho
doc
ent
e,
em
um
m
ome
nto
que
exige
resp
ostas
ágeis
e
inéditas
.
Part
e
d
este
impacto
do
período
poderia
te
r
sido
amenizad
o
com
a
implementaç
ão
de
pol
ítica
s
públicas
que
adotem
es
tratégias
volt
adas
p
ara
o
apoio
e
a
val
oriz
ação
doc
ente,
com a
promoç
ão
de
c
apacit
ação
e
de
bem-
estar
profissional
(FERREIR
A,
2020).
244
C
ons
ide
raç
õe
s
F
ina
is
Este
capítulo
teve
como
objetiv
o
apresent
ar
os
dados
oficia
is
sobre
a
trajetória
da
EaD
nos
cursos
de
grad
uação
e
re
sgat
ar
o
conceito
de
EaD
e
Ensino
Remoto
Emergen
cial
,
para
a
ssim
poder
determinar
os
desafios
na
implementa
ção
da
prop
osta
do
ensi
no
remoto
emer
gencial
pelos
docent
es
do
Ensino
S
uperior.
As
a
ulas
remotas,
a
partir
do
uso
das
tecnolog
ias
digitais
e
platafor
mas
virtuais
em
substituição
às
aulas
presenciais
fo
ram
se
constitu
indo
como
caminhos
para
enfrenta
mento
e
continuidade
do
ens
ino
em
tempos
de
pa
ndemia.
Com
base
nos
documentos
anal
isado
s
e
nos
materiais
encontrad
os,
foi
possí
vel
reconhec
er
que
existem
múlt
iplas
conjunturas
que
fo
ram
aprese
ntad
as
no
ensi
no
remoto
emergencial,
durante
o
períod
o
de
pandemia
no
Cov
id
-19.
Desenvolv
er
medidas
mitiga
doras
específicas
para
amenizar
o
desg
aste
proporcionad
o
pela
n
ova
rotin
a
do
trabal
ho
docente,
em
um
mome
nto
que
exige
respo
stas
ágeis
e
inéd
itas
foi
um
elem
ento
nece
ssário
(suges
tão).
P
arte
deste
impacto
do
perí
odo
poderia
ter
sido
amenizado,
com
a
implementa
ção
de
políticas
públicas
q
ue
adotem
estratégia
s
volt
adas
p
ara
o
apoio
e
a
valori
zação
docente,
com a
promoção
de
capaci
tação
e
de
bem
-
estar
profissional
(FE
RREIRA
,
2020).
Com
relação
à
EaD,
foi
possíve
l
demonstra
r
que
o
que
ocorreu
no
período
em
erge
nci
al
de
isolamento
social,
ape
sar
do
distanciam
ento,
não
se
carac
teriza
como
m
odalidade
EaD
,
uma
vez
q
ue
esta
vem
sendo
empregad
a
no
Brasi
l
des
de
sua
implantação
seguind
o
um
projeto
pedagó
gico
próprio.
Ou
seja,
não
basta
que
as
aulas
s
ejam
transmitidas
por
245
meios
digi
tais,
é
preciso
plan
ej
ame
nto
e
organiz
ação
de
form
as
e
cont
eúdos
específic
os
para
que
um
curso
seja
apr
ovado
na
modalidade
EaD.
Referênc
ias
BRASI
L,
Ministério
da
Educação.
P
ortari
a
nº
1.13
4
de
10
,
de
out
ubro
de
2016.
Revoga
a
Portaria
MEC
nº
4.059,
de
10
de
dezembro
de
2004,
e
estabelec
e
no
va
red
ação
par
a
o
tema.
Bras
ília,
DF, 2016.
BRASI
L,
Ministério
da
Saúde.
Nota
Pública.
Contra
a
gradu
ação
à
distânci
a
na
área
da
s
aúde.
B
rasília
,
DF, 2018.
BRASI
L.
Decret
o
nº
1.237
,
de
6
de
setembr
o
de
1994.
Cria,
no
âmbito
da
Administr
ação
Feder
al,
sob
a
coordenaçã
o
do
Mini
st
ério
da
Educação
e
do
Despor
to,
o
Siste
ma
Nacion
al
de
Educ
ação
à
Distância
-
SINEAD,
e
dá
outras
providência
s.
Bras
ília,
DF, 1994.
BRASI
L.
Decret
o
nº
5.622
,
de
19
de
dezembr
o
de
2005.
Regulam
enta
o
art.
80
da
Lei
no
9.394,
de
20
de
dezembro
de
1996,
que
esta
belece
as
diretriz
es
e
bases
da
ed
ucação
n
acio
nal.
Bras
ília,
DF, 2005.
BRASI
L.
Decret
o
nº
5.773
,
de
9
de
maio
de
2006.
Dispõe
sobre
o
exercíc
io
das
f
unçõe
s
de
reg
ulação,
supervisão
e
avaliaç
ão
de
instituições
de
educ
ação
supe
rior
e
c
urs
os
superio
res
de
gr
aduação
e
sequencia
is
no
sistema
f
ederal
de
ensino.
Brasília
,
DF, 2006a.
BRASI
L.
Decret
o
nº
5.800
,
de
8
de
junho
de
2006.
Dispõe
sobre
o
Sistema
Universidade
Ab
erta
do
B
rasil
-
UAB.
B
rasília,
DF, 2006b.
246
BRASI
L.
Decret
o
nº
6.303
,
de
12
de
dezembr
o
de
2007.
Altera
dispositiv
os
dos
Decretos
nos
5.622,
de
19
de
d
ezem
bro
de
2005,
que
estabel
ece
as
diretrizes
e
base
s
da
educaç
ão
n
acio
nal,
e 5.773,
de
9
de
maio
de
2006,
que
dispõe
sobre
o
exercí
cio
das
funções
de
regul
ação,
supervisão
e
avaliação
de
instituições
de
educação
superior
e
cursos
superio
res
de
grad
uação
e
seqüenciais
no
siste
ma
federal
de
ens
ino.
Brasília
,
DF, 2007.
BRASI
L.
Lei
nº
5.692
,
de
11
de
agosto
de
1971.
Fi
xa
Diretrizes
e
Bases
para
o
ensino
de
1° e 2º
grau
s,
e
dá
outras
providências.
Br
asília,
DF,
1971.
BRASI
L.
Lei
nº
9.394,
de
20
de
dezembr
o
de
1996.
Estabe
lec
e
as
diretriz
es
e
bases
da
ed
ucação
n
acio
nal.
Bras
ília,
DF, 1996.
BRASI
L,
Instituto
Nacional
de
Estud
os
e
Pe
squisas
Educ
acio
nais
An
ísio
Teixei
ra.
Censo
da
Educação
Superior
- 2019
.
Brasília,
DF, 2020
a.
BRASI
L.
Ministério
da
Educação.
Gabinete
do
Ministro
.
Portar
ia
nº
343,
de
17
de
março
de
2020
.
Dispõe
sobre
a
substi
tuição
das
aulas
presenciais
por
aul
as
em
meios
digitais
enqua
nto
d
urar
a
sit
uação
de
pandemia
do
Novo
Coronaví
rus
-
COVID
-19.
Diá
rio
Oficial
da
União
,
Brasília
,
DF,
ed.
53, 18
mar.
2020.
S
eção
01,
p.
39. 2020b.
BRASI
L.
Ministério
da
Educação.
Gabinete
do
Ministro
.
Portari
a
MEC
nº
345,
de
19
de
març
o
de
2020.
Altera
a
Portaria
MEC
nº
343,
de
17
de
março
de
2020. 2020c.
247
BRASI
L.
Ministério
da
Educação.
P
ortari
a
MEC
nº
473,
de
12
de
m
aio
de
2020
.
Prorrog
a
o
pra
zo
previsto
no
§
1º
do
art
.
1º
da
Po
rtaria
nº
343,
de
17
de
março
de
2020. 2020d.
BRASI
L.
Ministério
da
Educação.
P
ortari
a
MEC
nº
544,
de
16
de
jun
ho
de
2020.
Dispõe
sobre
a
substitu
ição
das
aulas
presenciais
por
aulas
em
meios
digita
is,
enqu
ant
o
durar
a
situação
de
pandemia
do
novo
coron
avírus
-
Covid
-19, e
r
evoga
as
Portari
as
MEC
nº
343,
de
17
de
março
de
2020,
nº
345,
de
19
de
m
arço
de
2020, e
nº
473,
de
12
de
maio
de
2020. 2020e.
BRASI
L.
Ministério
da
Educação.
P
ortari
a
MEC
nº
1.030,
de
1º
de
dezembro
de
2020
.
Dispõe
so
bre
o
reto
rno
às
aulas
presenciais
e
sob
re
caráte
r
excepcional
de
utilizaç
ão
de
recursos
ed
ucacio
nai
s
digitais
para
integraliza
ção
da
carga
horária
das
atividades
p
edagógic
as
enqu
anto
durar
a
situação
de
pandemia
do
novo
coronavírus
-
Covid
-19. 2020f.
BRASI
L.
Ministério
da
Educação
.
Po
rtari
a
MEC
nº
1.038,
de
7
de
dezembro
de
2020
.
Altera
a
Po
rtaria
MEC
nº
544,
de
16
de
junho
de
2020,
que
dispõe
sobre
a
substituiçã
o
das
aulas
presenciais
por
aulas
em
meio
digita
is,
enqu
anto
durar
a
situação
de
pandemia
do
novo
coron
avírus
-
Covid
-19, e a
Portaria
MEC
nº
1.030,
de
1º
de
dezembro
de
2020,
que
d
ispõ
e
so
bre
o
retorno
às
aulas
presencia
is
e
sobre
c
aráter
excepci
onal
de
u
tilizaçã
o
de
recursos
e
ducaci
onai
s
digitais
para
integraliza
ção
da
carga
horária
das
atividades
p
edagógic
as,
enqu
ant
o
durar
a
sit
uação
de
pandemia
do
novo
co
ronavírus
-
Covid
-19. 2020g.
BRASI
L.
Ministério
da
Educação.
P
ortari
a
MEC
nº
1.096,
de
30
de
dezembro
de
2020
.
Dispõe
so
bre
o
reto
rno
às
aulas
presenciais,
sobre
a
248
ante
cipaç
ão
de
co
ncl
us
ão
de
cursos
e
so
bre
carát
er
excep
cional
de
utilizaçã
o
de
recursos
e
ducacio
nais
digitais
para
integra
lização
da
carga
horária
das
atividades
pedagógi
cas
dos
cursos
da
educação
profissional
técnica
de
ní
ve
l
médio,
das
instituições
do
s
istema
federal
de
ensino,
enquant
o
durar
a
sit
uação
de
pandemia
do
Novo
Coronavírus
-
Covid
-
19. 2020h.
CAMACHO,
Alessan
dra
Conceiçã
o
Leit
e
Funchal;
FULY,
Patrícia
dos
Sant
os
Claro;
SANTOS,
Mauro
Leonardo
Salvador
Caldeira
dos;
MENEZES
,
Harlon
França
de.
Students
in
soci
al
vulnerab
ility
in
distance
edu
cati
on
discipl
ines
in
times
of
COVID
-
19
.
Re
search
,
Society
and
Development
, [S. l
.],
v.
9,
n.
7, 2020.
Disponíve
l
em:
https://r
sdjourna
l.org/ind
ex.php/r
sd/article/v
iew/3979.
Acesso
em:
19
jan.
2022.
CFO,
Con
selho
Federa
l
de
O
donto
log
ia.
Resolução
CFO
-186
,
de
22
de
junho
de
2017.
D
isciplina
sob
re
a
modalidade
de
oferta
dos
cont
eúdos
pré
-
profissiona
lizantes
e
profiss
ionaliza
ntes
ministra
dos
nos
cursos
de
graduação
em
Odontologi
a.
Brasília,
DF, 2017.
CFP,
Consel
ho
Federa
l
de
Psicologia
.
Práticas
e
e
stági
os
remotos
em
psicologia
no
contexto
da
pandem
ia
da
covid
-19:
recomend
ações.
Brasí
lia,
2020.
CFSS,
Consel
ho
Federa
l
de
Servi
ço
Social.
CFESS
Manifesta
.
Oficina
Nacio
nal
da
ABE
PSS
,
Brasília,
DF, 2011.
Dis
ponível
e
m:
http://www.cfess.org.br/arquivos/cfessmanifesta2011_oficinaabepss_SIT
E.pdf
.
Ac
esso
em:
19
jan
.
2022.
249
FARIA,
Adrian
o;
VECHIA
,
Ariclê.
O
Inst
ituto
Universal
Brasileiro
e a
gênese
da
educ
ação
a
distância
no
Brasil
.
Cadern
os
de
Pesqu
isa
:
Pensamento
Educacion
al
,
Online,
Curitiba
,
v.
06,
p.
111-129, 2011.
FERRE
IRA,
André
Lo
pe
s.
Sentimentos
e
dific
uldade
s
enfr
entadas
pelos
profess
ores
em
t
empos
de
covid
-19
. 2020.
Monografia
(
Trabalho
de
Conclus
ão
de
C
urso
Educação
) –
UFSCAR,
Sorocaba
, 2020.
Disponível
em:
19
jan.
2022.
https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/13576/TCC_Andr
%c3%a9_Lopes_reposit%c3%b3rio.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
Acesso
em:
19
jan
.
2022.
FIOR,
Camila
Alves;
MARTINS,
Maria
José.
A docência
univ
ersitár
ia
no
con
t
e
xt
o
de
pande
mia
e o
ingresso
no
ensi
no
supe
rior.
Re
vista
Docência
do
En
si
no
Superior
,
Belo
Ho
riz
onte
,
v.
10,
p.
1-20, 2020.
Disponív
el
em:
https://per
iodicos
.ufmg.br
/index.php/rdes/a
rticle/view
/24742.
Acesso
em:
19
jan.
2022.
GONÇ
ALVES,
And
erson
C
avalcan
te;
P
EREIR
A,
Jor
dana
Rodrigues;
FERRE
IRA,
Del
ler
James
.
Perspectivas
e Desafios
dos
docentes
na
regul
ação
d
isc
en
te
no
ensi
no
supe
rior
durante
a
Pandemia
de
COVID
-
19.
Mediação
,
Pires
do
Rio
-
GO,
v.
16,
n.
1,
p.
41-
52,
jan.
/
jun
.
2021.
Disponív
el
em:
https://ww
w.revista
.ueg.br
/in
dex.php
/mediacao/artic
le/view/11763
.
Acesso
em:
19
jan
.
2022.
LIMA,
Telma
Cristiane
Sa
sso
de;
MIOTO,
Regi
na
Célia
Tamaso
.
Procedim
entos
metodoló
gicos
na
construção
do
conhec
imento
c
ientífic
o:
250
a
pesquisa
bi
bliográfica.
Rev
ista
Kat
álysi
s
,
online,
v.
10,
p.
35-45, 2007.
Disponív
el
em:
h
ttps://doi.org/10.1590/S1414-49802007000300004.
Acesso
em:
19
jan
.
2022.
LÜDK
E,
Menga;
ANDRÉ,
Marli
Eliza
Da
lmazo
Afonso
de
.
Pesquisa
em
Educ
ação:
abordagens
qu
alitativ
as
.
5.
ed.
São
Paul
o:
EPU,
1986.
p.
123.
LUDOVI
CO,
Fran
cie
li
Motter;
MO
LON,
Jaqueline;
FRANCO,
Sérgi
o
Roberto
K
ieling;
BARCELLOS
,
Patrícia
Da
Silva
Campel
o
Costa.
Covid
-19:
desa
fios
dos
docent
es
na
lin
ha
de
fren
te
da
e
ducação
.
Interfaces
Científicas
,
Aracaju,
v. 10, n. 1,
p.
58-74,
Núme
ro
Temático
, 2020.
Disponív
el
em:
h
ttps://doi.org/10.17564/2316-3828.2020v10n1p58-74.
Acesso
em:
19
jan
.
2022.
MARINATO
;
Lucian
a
Barb
osa
Firmes.
Desafios
na
realizaç
ão
de
aulas
prática
s
em
labora
tório
no
ens
ino
sup
erior:
um
a
exper
iência
como
docente
na
pan
demi
a.
CONENCI
.
Anais
[...]. 2021.
Disponível
em:
https://ev
entos.c
ongress
e.me/conenci/r
esumos/1493
6.pdf
.
Acesso
em:
19
jan.
2022.
MOREIRA
,
Jo
sé
An
tón
io
Marques;
H
ENRI
QUES
,
Susan
a;
BARROS,
Danie
la.
T
ransit
ando
de
um
ensino
remoto
emerge
ncial
para
uma
educaç
ão
digital
em
rede,
em
te
mpos
de
pandemia.
Dialogia,
São
Paulo,
n.
34. 2020.p. 351-364.
Dis
ponível
em:
https://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/9756/1/2020_Transi
tando%20de%20um%20ensino%20remoto%20emergen
cial%20para%
20uma%20educa%C3%A7%C3%A3o%20digital%20em%20rede%2C
%20em%20tempos%20de%20pandemia.pdf
251
NOGU
EIRA,
Jo
sé
V
agner
Delmiro;
SILVA,
Carolin
a
Maria
da.
Conhec
endo
a
orige
m
do
SAR
S
-
COV
-2
(COV
ID
19).
Rev
ista
Saú
de
e
Meio
Ambient
e
,
v.
11,
n.
2,
2020.
Disponível
em:
https://per
iodicos
.ufms.b
r/index.php
/sameamb/artic
le/view/1
0321
.
Acesso
em:
19
jan
.
2022.
NUNES,
Ivô
nio
Barros.
A
história
da
EAD
no
mun
d
o
.
In
: LITTO,
Fredric
Michael;
FOR
MIGA
,
Manuel
Marcos
Maci
el
(org.).
Educaç
ão
a
distânci
a:
o
est
ado
da
arte
.
São
Pau
lo:
Pearson
Educati
on
do
Brasil,
2009.
p.
2-8.
Disponív
el
em:
http://www.abed.org.br/arquivos/Estado_da_Arte_1.pdf.
Acesso
em:
19
jan.
2022.
PAIVA,
Vera
Lúcia
Menezes
de
Oliveir
a
e.
Ens
ino
r
emoto
ou
ensi
no
a
distância
:
efeitos
da
pandemia
.
Estud
os
Univers
itário
s:
revista
de
cultura
,
Recife,
v.
37,
n.
1/2,
p.
58-70,
dez.
2020.
Dispo
nível
em:
https://per
iodicos
.ufpe.br
/revista
s/estudosunivers
itarios
/article
/view/2490
44.
Acesso
em:
19
já.
2022.
PASSINHO,
Sandra
Re
gina
de
Oliveira
Marques.
Edu
cação
“fora
do
ar”
.
Uma
análise
da
tve
maranh
en
se
nas
reminiscênc
ias
dos
seus
participa
ntes.
2008.
Disse
rtação
(
Mestrado
em
Educação
)
–
Universidade
Estácio
de
Sá
,
Rio
de
Jane
iro
, 2008.
Disponív
el
em:
http://p
ortal.esta
cio.br/m
edia/3472/sandra
-
passinho
-
completa.pd
f
.
Acesso
em:
19
jan
.
2022.
PONTES,
Joyce
Karol
ine
Pinto
Oliveira;
P
ON
TES,
Aldrin
Bent
es.
TIC
atuand
o
como
mediadora
na
educação
superio
r
brasileir
a
durante
a
pandemia
do
Covid
-19.
F
ilos.
e Educ.,
Cam
pinas,
SP,
v.12, n
.3,
p.
252
1528-1543,
set./dez.
2020
.
Disponível
em:
https://per
iodicos
.sbu.u
nicamp.br/oj
s/index.
php/rfe
/article/d
ownload/86
59402/25878/92347.
Acesso
em:
19 jan.2022.
PRETI
,
Oreste;
ALONSO,
Katia
Morosov.
O
Núcle
o
de
Ed
ucação
Aberta
e a
Distância
da
UFMT:
uma
mirada
para
um
passado
presente
(1992-2005).
Revi
sta
de
Edu
cação
Pública
, [S. l.],
v.
25,
n.
59/1,
p.
312-
327, 2016.
Disponív
el
em:
https://per
iodicos
cientific
os.ufmt.b
r/ojs/in
dex.php/
educaca
opublica/a
rtic
le/view/36
77
.
Acesso
em:
19
jan.
2022.
ROCHA,
Chári
s
Telles
Mart
ins
da;
AMADOR,
Fernand
a
Span
ier.
O
teletrab
alho:
conceit
uação
e
questões
para
análi
se.
Cadernos
EBAP
E.BR
,
online,
v.
16,
n.
1,
p.
152-162, 2018.
Dis
ponível
em:
https://doi.org/10.1590/1679-395154516.
Acesso
em:
19
jan
.
2022.
SANTOS,
Geórgia
Ma
ria
R
icard
o
Félix
dos;
SILV
A,
Maria
Elaine
da;
BELMO
NTE,
Be
rnardo
do
Rego.
COVI
D
-19:
ensino
remoto
emergenci
al
e
saúde
men
tal
de
docentes
universitários.
Re
vista
Brasil
eira
de
Saúde
Materno
Infantil
,
online,
v.
21,
p.
237-243, 2021.
Disponív
el
em:
https://doi.org/10.1590/1806-9304202100S100013.
Acesso
em:
19
jan.
2022.
SILUS,
Alan;
LEAL,
Angelita
Leal
de
Castro;
NETO
DE
JESUS,
Djani
res
Lageano.
Desafio
s
do
ensino
superior
bra
sileiro
em
tempos
de
pandemia
da
Covid
-19:
repensa
ndo
a
prá
tica
doc
ente.
Liinc
em
Revista
,
[S. l.],
v.
16,
n.
2,
p.
e5336, 2020.
Disponív
el
em
:
http://revis
ta.ibic
t.br/liinc/ar
ticle/view/53
36.
Acesso
em:
20
jan.
2022.
253
VICTÓRIA,
Cami
la
Sousa
Oliveira;
FREESZ
,
Giselli
Martins
de
Almeida;
NASCIMENTO
,
Lorena
de
Oliv
eira
Tabo
sa;
ALBR
ECHT,
Míriam
Pilz.
Ensi
no
remot
o
e a
pandemia
de
covi
d
-19:
os
desaf
ios
da
apli
cação
de
aul
as
práticas.
In
:
VII
CONEDU
-
Ed
ição
Online.
Anais
[...].
Campina
Gran
de:
Realize
Editora,
2020.
Disponível
em:
https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:nWHcYSpgUR
EJ:https:/
/editora
realize.c
om.br/editora/a
nais/co
nedu/2020
/TRABALH
O_EV140_MD1_SA19_ID7656_01102020232935.pdf+&cd=1&hl=pt
-BR&ct=clnk&gl=br.
Acesso
em:
20
jan
.
2022.
254
255
C
a
pít
ulo
9
As
dores
e
delí
cias
da
docência
em
um
t
e
m
po
de
s
afiador:
pandem
ia,
ensino
remot
o
e
algum
as
disciplinas
da
G
raduação
em
P
edagog
ia
da
FFC
-
U
ne
s
p,
C
a
m
pus
de
M
arília
Ana
Paula
Cor
deiro
Luciana
Aparecid
a
de
Ara
ujo
Introdução
Vamos
iniciar
e
ste
c
apít
ulo
de
fo
rm
a
um
tanto
inusita
da.
Po
rque
os
acont
eciment
os
que
no
s
trouxe
ram
a
e
screvê
-
lo
n
ão
mer
ecem
mesmic
es.
Inicialmen
te
ele
se
pare
cerá
com
um
a
daqu
elas
histór
ias
de
ficção
científica
que
líamos
no
fim
do
sé
c
ulo
XX.
Mas... É
vida
re
al.
Iniciemos!
No
ano
de
2020
uma
pandemia
assolou
o
planeta
T
erra,
espal
hand
o
-
se
por
todos
os
conti
nentes.
Um
n
ovo
vírus,
perigoso
e
leta
l
mudaria
os
rumos
de
ce
rca
de
s
ete
bilhões
de
pesso
as,
em
todos
os
lugare
s
do
planeta:
SARS
-
Cov2,
o
C
orovírus,
que
de
sde
2019
já
trazia
enorme
preo
cupação
por
se
u
potencial
de
se
to
rn
ar
um
a
pandemia.
Pouco
sabíamo
s
sob
re
a
COVID
19
até
então,
a
não
se
r
que
os
sintomas
da
doença
infe
cciosa
poderia
m
atingir
de
f
orm
a
variada
as
pesso
as,
desde
sintomas
leves,
pa
recid
os
com
os
de
uma
gri
pe
comum,
até
sintoma
s
muito
graves,
co
mo
falência
re
spiratória.
Constav
a
que
os
mais
atingidos
se
riam
http
s://doi
.org/10.
36311
/2022.9
78
-
65
-
5954
-
308
-3
.p
2
55
-
280
256
idosos
e
pessoas
de
certos
grupos
considera
dos
“de
r
i
sco
”,
com
o
diabéticos
,
asmátic
os,
obesos
e
card
íac
os.
A
t
ransm
issão,
devido
à
globalização,
foi
muito
rápida
e
se
espalho
u,
chega
ndo
ao
Bras
il.
Isso
levou
à
necessi
dade
de
isola
mento
so
cial
e
interrupção
de
di
ve
rs
as
a
tividades
presencia
is,
atingindo
as
aulas
e
atividades
escolar
es,
desde
a
Ed
ucação
Infa
ntil
até
o
Ensino
Sup
erior.
No
dia
13
de
m
arço
de
2020
tivemos
nosso
úl
timo
dia
de
aulas
presenciais
j
unto
à
Universidade
Est
adual
Paulista,
na
Facul
dade
de
Filosofia
e
Ci
ênci
as,
C
amp
us
de
Marília
-
SP.
A
partir
do
dia
17
daquele
ano,
interrompem
os
nossas
atividad
es
presenciais.
De
março
a
agosto
de
2020
tiv
emos
um
perí
odo
de
grandes
incertezas,
medos,
an
seio
s,
reuniões,
reorg
ani
zação
do
pe
ns
amen
to,
no
vas
a
prendiza
gens
e
nov
as
f
errame
nt
as
virtuais
para
o
desenvolvimento
e
realização
das
a
tividades
de
e
nsin
o
durante
o
enfren
tamento
da
pandemia.
A
partir
dessas
cons
iderações
inicia
is,
e
ste
ca
pítulo
tem
por
objetivo
aprese
ntar
um
rela
to
sob
re
os
desafios
enfrentad
os
por
duas
docentes
do
Curso
de
Pedagogia
da
FF
C
-
Unesp,
Campus
de
Mar
ília,
em
tempos
de
pandemia
e
ensino
remoto.
Dúvid
as,
org
anizaç
ão
de
disciplinas
par
a
um
novo
format
o,
limites
e
poss
ibilidades
de
apren
dizagem
e
sociali
zação
em
tempo
his
tórico
de
pand
emia
da
Sars
-
Cov2
são
algumas
das
quest
ões
aqui
aprese
ntad
as.
1-
Ensino
e
apre
ndizage
m
duran
t
e
a
pandem
ia:
prim
e
iros
des
a
fios
Muitas
questões
de
m
arço
a
agosto
de
2020
se
impuseram
no
ens
ino
superio
r
público
de
uma
das
maiores
un
iv
e
rsi
da
de
s
do
Estad
o
de
São
P
aulo:
como
s
eriam
as
aulas
remotas?
Te
riam
todos
os
alu
nos
257
condiç
ões
e
recursos
para
acompan
há
-
l
as?
Como
organizaríamos
as
ativida
des
síncronas
e
assíncro
nas?
E
co
mo
ficariam
as
disciplinas
cuja
s
especific
idades
envo
lvem
atividades
práticas
?
T
eriam
todos
os
profess
ores
condiç
ões
e
conheci
mentos
necessá
rios
p
ara
d
om
inar
as
fe
rrame
ntas
e
novas
f
ormas
de
organ
ização
do
trabal
ho?
Com
muitas
d
úvidas,
expectativas
e
também
fo
rça
de
vontade
e
espe
ranças,
demos
contin
uidade
ao
primeiro
se
mestre
de
2020
no
mês
de
agosto.
Nossas
disciplinas
,
t
odas
no
curso
de
Pe
dag
ogia:
“Jogos
e
atividades
Lúdicas”
(primeiro
semestre)
,
“Didát
ica”
(primeiro
semes
tre),
“Metodol
ogia
do
T
rabalh
o
Pedagógic
o:
arte
e
movimento”
(segundo
semest
re
-
Aprofundamento
em
Educação
Infantil),
“Tr
abalho
de
Conclus
ão
de
Curso”
(pr
imeiro
semes
tre)
e
Pesquisa
Peda
gógica
(segund
o
semestr
e)
passaram
a
ocorrer
de
fo
rma
on
-
lin
e,
síncr
ona
(aulas)
e
assíncro
na
(atividades
complemen
tares).
Enfim,
c
om
o
trabalho
que
se
reinic
iou
do
ponto
de
v
ista
d
as
aulas
na
g
raduação,
pudemos
observar
e
sentir
todo
o
processo
d
as
aulas
remotas.
Banc
as,
orientações
,
pó
s
-
graduação
n
ão
p
araram
,
m
as
as
aulas
na
graduação
esta
vam
interrompidas
desde
o
mês
de
març
o,
como
d
issem
os.
Segund
o
o
Conselho
de
Curso
de
Pedagog
ia
e
nosso
Projeto
Político
Pedagóg
ico,
junto
de
dec
isões
ap
ós
consultas
e
discussõe
s
junto
à
comunidade
acadêm
ica,
ficou
determinado
que
teríamos
aulas
síncrona
s
via
a
ferrame
nta
Google
Meet
e
atividades
assín
cro
nas,
de
vidamente
explicada
s
e
regi
stradas
na
ferrame
nta
C
lassroom.
Nossas
disciplinas
costumam
ter
75
ho
ras
aula
em
16
encon
tr
os.
Fi
co
u
de
terminado
que
no
Ensino
Remoto,
para
que
tudo
pudesse
correr
bem e
não
exaurir
docentes
e
alun
os,
um
tempo
raz
oável
para
c
ada
encontro
seri
a
no
mínimo
e
em
torno
de
120
minutos.
258
Como
dividir
e
organiz
ar
as
atividades
sínc
ronas
e
assí
ncro
nas
foi
o
primeiro
grande
desa
fi
o,
principalmente
em
se
tratan
do
de
discipl
inas
como
“Jogos
e
Atividades
Lúdicas”
e
“Metodolog
ia
e
prática
do
trabalho
pedagó
gico:
arte
e
movimento”.
Est
as
disciplinas
possue
m
muitos
momentos
de
atividades
práticas.
As
ementas
e
obj
etivos
de
ta
is
dis
ciplinas
organ
izam
-
nas
de
fo
rma
a
que
elas
lev
em
alunas
e
alun
os
do
Curso
de
Pedagog
ia
a,
para
al
ém
do
s
estudos
e
lei
turas
teóricas,
vivenc
iarem
momentos
de
jogos
e
do
faz
er
artís
tico
d
entr
o
das
linguagens
do
ca
mpo
da
Arte:
art
es
visu
ais,
teatro,
música
e
dança/movim
en
to.
Estas
disciplina
s,
em
moment
os
presenciais,
ante
s
da
pande
mia,
eram
ministrada
s,
do
ponto
de
vista
prático,
não
apenas
na
sala
de
aula,
mas
em
diversos
espaç
os
da
F
acul
dade
,
tais
como
quadra
de
esportes
,
gramad
o,
brinquedotec
a
móvel
(Projet
o
Ludibus),
anfitea
tros
e
auditórios
e
espaços
diversos
da
Facul
dade
em
saíd
as
fotográficas,
en
tre
outros
momentos
.
Também
na
disciplina
de
“
Metodol
ogia
e
prática
do
trabalh
o
pedagó
gico:
Arte
e
mo
vime
nto
”
realiza
mos
no
ano
de
2019,
para
al
ém
das
aulas
te
óricas
,
Ofici
nas
de
Arte
s
com
convidados
de
dive
rsos
campos
para
falare
m
so
bre
seus
trabal
ho
s
e
oferecer
em
vivênci
as
e
atividades
relac
ion
adas
às
L
inguagens
artís
ticas.
Nos
ques
tionávamos
em
relação
a
como
t
odo
est
e
tr
abalho
teórico
-
prá
tico
poderia
se
r
realizado
via
a
platafor
ma
digital
Google
Meet.
C
omo
a
tividades
de
jogos
tradicionais
,
de
quadra,
que
de
man
dam
espaço
e
inte
ração
seriam
reali
zadas?
Como
as
ativida
des
artística
s,
tais
como
saídas
fot
ográficas,
jogos
dramá
ticos
e
teatrais
,
ativida
des
de
danç
a
e
movimen
to
seriam
real
izad
as
via
Google
Meet?
Fo
ram
necessár
ios
novos
planos,
reordena
mento
d
as
ideias
e
reorg
ani
zação
d
as
ativida
des
para
que
o
primeiro
semest
re
de
2020
pude
sse
ser
retomado.
259
2- A
re
t
om
ada
O
reinício
do
seme
stre
se
deu
com
al
gun
s
problema
s
próprios
da
conjun
tura
do
mo
men
to
histórico:
dificuldades
de
d
ocentes
com
as
novas
ferram
ent
as,
necessi
dade
de
tempo,
local
e
ajustes
para
a
re
aliz
ação
das
ativida
des
nos
respectivo
s
l
ares,
dificuldades
em
relação
a
questões
materiais
,
velocidade
de
internet,
necessi
dade
de
aproxim
ação
maior
c
om
nosso
s
aluno
s
e
alun
as
e
ajustes
na
comun
i
cação
;
dificuldades
do
s
aluno
s
em
rel
ação
a
compartilha
mentos
de
computa
dores
e
i
nter
net
em
casa,
pois
com
a
pandemia
muitas
famílias
permanec
eram
em
estudo
e
trabal
ho
remoto,
o
que
torn
ava
a
internet
lenta,
em
muitos
casos.
Foram
cr
iadas
salas
virtua
is
via
Google
Meet,
salas
de
atividades
(Class
room),
ferram
entas
do
Google
utiliza
das
para
o
desenv
olviment
o
d
as
aulas.
Fora
isso,
para
a
com
unic
ação
com
os
a
lun
o
s
ainda
tive
mos
à
disposiçã
o
o
e-
mail
institu
cional
do
SISGRAD
-
Sistema
de
Graduação,
bem
co
mo
formamos
grupos
de
what
ssap
para
cad
a
turma.
Todos/as
e
os
aluno
s/as
tiveram
acesso
a
nosso
s
números
de
celular
es
para
comuni
cação,
caso
preci
sassem.
Prog
ramas
de
ens
ino,
cronogr
amas
,
textos
e
materiai
s
foram
disponibili
zados
no
Clas
sroom.
As
aulas
sín
cronas,
via
Google
Meet
ocorreram
to
das
as
sem
anas
e
fo
ram
complem
e
ntada
s
com
as
atividades
assíncro
nas.
Esta
foi
uma
das
form
as
de
compen
sar
algu
mas
das
ativida
des
prática
s
que
desenvolvía
mos
presencia
lmente
em
outro
s
espaç
os
da
Unive
rsidade
para
al
ém
da
sala
de
aula,
como
já
exposto.
Exemplifica
ndo
algumas
das
importantes
m
udanç
as
nas
discipli
nas
teórico
-
prá
ticas,
em
“J
ogos
e
ativida
des
lúdicas”
buscamos
desenvo
lver
as
ativida
des
práticas
int
ercal
ando
propostas
assí
ncro
nas
co
m
atividades
síncro
nas.
A
parte
teórica
da
disciplina
foi
muito
tranquila
.
Percebem
os
um
grand
e
em
pen
ho
de
alunas
e
alun
os
para
se
auxili
arem
em
novos
260
aprendizados
e
uso
de
ferrame
nt
as,
bem
como
houve
ta
mbém
muita
solidariedade
e
ntre
doce
ntes
e
discen
te
s
em
relação
às
dificuldades
enc
ontradas
.
As
aulas
síncronas
tiveram
um
a
d
uração
equivalent
e
às
aulas
presenciais
na
Unive
rsidade,
com
mais
pontuali
dade,
inclusive,
poi
s
muitos
de
no
ssos
aluno
s
são
trab
alhad
ores
e
muitas
vezes
o
fato
de
te
rem
que
se
desloca
r
par
a
a
Universi
dade
depois
de
um
di
a
inteiro
de
t
rabalh
o
levava
a
atr
asos.
No
período
da
manhã
iniciamos
as
aul
as
às
8
horas.
No
noturno
às
19:30
h.
Trabalh
amo
s
a
teoria
de
f
orm
a
bastante
din
âmica,
por
meio
de
aulas
teóricas,
rodas
de
con
versa,
debates,
seminári
os
e
apres
entações
de
trabalhos.
A
participaç
ão
dos
aluno
s
e
al
unas
foi
boa
e
houve
muita
adesão.
Em
relaç
ão
ao
cam
po
teórico,
apenas
p
ara
exemplificar
as
possibilida
des
do
ens
ino
remot
o
e
o
que
foi
desenv
olvido,
trab
alham
os
com
as
questões
do
lú
dico
de
forma
interdis
ciplinar
,
com
t
extos
do
c
ampo
da
História
dos
jogos
(KISHIM
OTO,
2001,
2002),
da
filosofia
(BENJAMI
N,
1984),
da
Sociolog
ia
(COR
SARO,
2011),
da
Psicol
ogia
(VIGOTSKII,
LUR
IA,
L
EONTIEV
,
2001),
entre
o
utros.
Os
textos
foram
lidos
e
d
iscutid
os
ao
lon
go
das
aulas
síncronas.
Em
re
lação
às
ativida
des,
com
base
em
Wei
ss
(1993)
desen
volvemos
ativida
des
assínc
ronas
de
confecção
de
brinque
dos
co
m
material
reciclá
vel.
As
turma
s
tiveram
te
mpo
para
a
r
eali
zação
da
atividade
e
a
ap
rese
ntaram
individualm
ente
ou
em
du
plas
pelo
Goo
gle
M
eet.
Em
todas
as
aulas
as/
os
alun
os/as
tive
ram
como
incumbência
realizar
um
momento
de
atividades
práticas
relaci
onadas
ao
assunt
o
do
dia.
Grupos
ficaram
encarrega
dos
de
realizá
-
las
a
cada
semana.
Por
exemp
lo:
se
o
assun
to
se
referia
a
“tipos
de
jogos”,
co
mo
de
construção
,
ed
ucativos
ou
tradiciona
is,
um
grup
o
desenvo
lveria
ativid
ades
e
propostas
ligadas
a
estes
tipos
de
jogos
para
a
turm
a.
Mais
uma
vez
a
adesão
f
oi
muito
boa.
Houve
261
propostas
de
jogos
elet
rôni
cos,
jogos
tradicionais
adap
tado
s
para
o
t
rabalh
o
via
internet,
jogos
teatrais,
inclus
ive
com
uma
atriz
convidada
que
ofereceu
ativida
des
síncrona
s
que
foram
realizados
por
to
dos
co
m
as
câme
ras
abert
as,
apre
sen
tação
de
brin
quedo
s,
anál
ise
de
brinque
dos
e
suas
implicaçõ
es
soc
iais,
cultur
ais
e
ideológ
icas.
Em
uma
das
au
las
houve
a
discussão
do
brin
quedo
como
objeto
cultural,
capa
z
de
ence
rrar
dive
rsos
sentidos
e
s
ignificados
.
Discutimos
o
quan
to
as
questões
e
imposições
de
gênero
e
stão
present
es
até
me
smo
nos
di
scursos
sobre
cores
co
nside
radas
socialmente
adequ
adas
a
me
ninas
e
meninos.
As
meninas
co
st
uma
m
receber
present
es
relac
ion
adas
à
ca
sa
e
cuidados
com
o
lar,
como
bonecas
e
utensílios
domésticos
de
brin
q
ued
o
,
em
tons
que
variam
do
rosa
ao
lilás.
Já
meni
nos
recebem
todos
os
tipos
de
brinqu
edos
como
fog
uete
s,
carrin
hos,
bo
las
,
games,
armas
de
brinqu
edo,
muitos
deles
voltados
p
ara
uma
cert
a
construção
de
masculin
idade
que
a
socieda
de
deseja.
Não
raro,
nas
esco
las,
em
projetos
como
o
Ludibus,
coordenado
por
nós,
vimos
menino
s
virarem
motivo
de
cha
co
ta
de
out
ros
coleguin
has
porque
que
riam
brincar co
m a
casinha
de
boneca
s.
V
imos
men
inas
serem
impedidas
pelos
menino
s
de
bri
ncarem
de
carrinho.
B
uscamos,
com
n
osso
trabalh
o
descon
struir
est
ereótipos
machistas
de
gênero,
calc
ados
no
binarismo
e
na
id
eia
de
que
meninos
tudo
podem
e
meninas
de
vem
estar
apen
as
vo
ltadas
ao
“l
ar”,
ao
mundo
da
vid
a
pri
vada.
Discutimos
também
questões
étnico/r
aciais,
aparê
nci
a
de
bon
ecas
que
em
n
ada
se
assemel
ham
às
meninas
brasileiras
,
a
invisibilizaçã
o
de
alg
umas
e
tni
as
e
seu
s
traços
nos
brinque
dos
disponíveis
no
mercado,
en
tre
outras
que
stões.
Também
tratamos
da
questão
da
indústria
do
b
rinquedo,
como
ela
surgiu,
em
que
momento
históric
o
e
com
o
ela
age
no
imag
in
ário
de
crian
ças
e
de
pais,
com
textos
de
Walter
Benj
amin
(1984).
262
Num
dos
seminá
rios
de
um
grup
o
de
trabal
ho
,
em
um
a
d
as
turmas
tivemos
uma
gra
tíssima
surp
resa!
Os
aluno
s
do
grupo,
ao
abrirem
as
câmer
as,
e
stav
am
c
aract
eriz
ados
como
brinquedos:
soldadinho
de
chumbo,
com
um
leve
sotaque
alem
ão
fez
a
apresent
ação
de
Walte
r
Benjami
n,
q
ue
ap
arece
u
t
rajado
para
uma
“e
nt
revist
a”.
Uma
bo
neca
bailar
ina
fez
pergu
ntas
ao
filósof
o,
relaci
onadas
ao
texto
discutido.
Pergun
tas
como:
“Senhor
Benjami
n,
poderia
nos
dizer
c
omo
surg
iu
e
cresceu a
indústria
do
bri
nq
uedo?”;
“É
ve
rdade
q
ue
o
senhor
considera
os
brinque
dos
miniaturiza
dos
mais
adequado
s
e
belos
que
os
b
rinque
dos
com
cara
cterísticas
grandes,
colorida
s
e
rea
listas
que
t
emos
hoje?
”
– E
Be
n
jamin
ia
respond
en
do
às
pergunta
s
feitas
pelos
aluno
s
e
alun
as
vestidos/as
de
“brin
qued
os”.
Foi
um
traba
lho
maravilhoso
e
muitíss
imo
criativo,
que
se
utilizou
da
linguagem
teatral
,
cênica,
co
m
c
ui
dado
s
e
refer
ências
às
artes
visuais
par
a
f
alar
so
bre
um
referencia
l
teórico
den
so
e
aprof
undado
.
E
tudo
isso
de
forma
total
men
te
adequada
ao
form
ato
de
aulas
síncr
onas
,
on
-
lin
e
,
que
esta
mos
tendo.
Não
é
pouco,
se
pensarmos
que
al
unos
e
professor
es
tiveram
pouquíssimo
temp
o
para
aprender
a
manu
sear
ferramen
tas
no
vas,
a
repensa
r
aulas
e
contextos,
a
reorga
nizar
o
ensino
e
aprendi
zagem.
Os
alun
os
ficaram
incumbidos
de
textos
e
atividades,
m
as
e
ram
totalment
e
li
vres
em
relação
à
fo
rma
de
aprese
ntações.
As
únic
as
exigência
s
eram
o
domí
nio
do
assunto,
o
compartil
hament
o
das
atividades
e
o
fomento
às
disc
ussões,
respeita
dos
nossos
horários,
p
ara
que
n
ão
fo
sse
muito
cansat
ivo
para
todos
.
O
re
sultado
de
todos
os
t
rabalh
os
foi
muito
satisf
atório.
Em
algun
s
caso
s,
jogos
tradicionais
q
ue
realizáva
mos
na
quadra
da
Uni
versidade
f
oram
adap
tados
para
o
computador
e
foi
muito
divertido
jogá
-
los.
Ne
stes
momentos
,
podemos
dize
r
com
muita
certeza
que
os
al
uno
s
nos
ensinavam
muito,
pois
entendiam
muito
mais
das
nov
as
263
tecnologia
s
virt
uais
por
já
terem
n
ascid
o
dent
ro
da
pe
rspectiva
do
vi
rtual
em
suas
vidas.
Outro
fator
muito
interessante
a
destacar
é
a
qu
estão
do
q
uan
to
vida
p
rivada
e
vi
da
pú
blica
se
misturar
am.
Em
di
versos
momentos
conhecem
os
os
gatinhos
ou
cãezinhos
de
estimação
da
mo
çada;
mães,
pais,
irmãos,
avós
e
filhos
por
vezes
d
eram
um
“ol
á”
na
jane
la
virtual
abe
rta;
casas,
quart
os,
cantinhos
de
estudos
most
raram
um
pouco
mais
da
personalida
de
e
gostos
de
cad
a
um
e
uma.
Rimos
muito
c
om
situ
ações
inusitada
s
e
a
se
nsação
de
proximidad
e
c
om
algun
s
foi
muito
forte.
Esta
questão
da
proximid
ade
x
distanciame
n
to
também
merece
se
r
dest
acada.
Em
alg
uns
casos,
nós,
c
omo
docentes,
nos
se
nti
mos
muito
sós
,
ve
n
do
apen
as
“janelas
virtuais”
fech
adas
e
fotografias
e
letras
de
iniciais
de
alunos
em
nossa
frente.
Em
o
utros
casos,
nos
sentíamos
muito
próximos,
inclu
sive
em
outr
os
mome
ntos
acadêmicos,
conversa
ndo
c
om
pe
ssoas,
em
lives
ou
como
con
vidadas
em
au
las
de
pó
s
-
graduação
com
p
essoas
que
estav
am
do
outro
lado
do
mund
o,
como
em
África.
Todas
estas
experiências
nos
deram
um
conhecim
ento
que
não
tínhamos
e
novos
a
pren
dizados.
F
ig
ura
1 -
Brinqu
edos
feito
s
com
mate
rial
reci
clável
por
alun
os
do
curs
o
de
Pe
dag
ogi
a
da
FFC
-
U
nesp
e
doados
ao
Projeto
Lud
i
bus
Font
e:
Ar
q
ui
vo
pessoa
l,
por
Ana
Paula
C
or
d
ei
ro
.
264
Discipli
nas
como
Didátic
a
e
Trabal
ho
de
Conclus
ão
de
Curso
também
for
am
ministrada
s
no
prime
iro
semest
re,
envolvend
o
reflexõ
es
teóricas,
rodas
de
con
ve
rsa
,
constante
c
ont
ato
e
r
eflexões,
bem
como
orienta
ções
sobre
pesqui
sas.
A
disciplina
“Trab
alho
de
Conclus
ão
de
Curso
(TCC)”,
t
eve
co
mo
objetivo
favorec
er
a
ar
ticul
ação
ent
re
teoria
e
prática
por
me
io
da
pesqu
isa
científica.
Nesse
se
ntido,
a
dis
ciplina
deverá
dar
condi
çõe
s
ao
al
uno
de
anali
sar
problemas
relaciona
dos
ao
camp
o
educac
ion
al
co
m
b
ase
em
procedi
mentos
teórico
e
metodológic
os
adeq
uados
à
sua
investig
ação.
Sendo
assi
m,
o
alun
o
mat
riculado
na
dis
ciplina
de
TCC
d
everá
elabo
rar
individualm
ente
o
p
ro
jeto
de
pesquisa
científica,
buscando
delinear
o
problema,
hipótes
e,
objet
ivos
gerais
e
específicos,
referencia
l
teór
ico
e
metodol
ógico,
c
ritérios
de
an
álise
dos
dados
obtidos
,
plano
de
trabalh
o
e
cronogra
ma.
Ao
final
da
pesq
uisa,
esta
deverá
ser
apresentad
a
a
uma
banca
julgad
ora.
O
aluno
poderá
opta
r
pela
redação
da
monogr
afia
ou
artigo
científico.
Para
os
alun
os
que
optarem
pela
escrita
do
artigo,
est
e
dev
erá
ser
submetido
a
uma
revi
sta
e
ap
resent
ar
co
mprovante
de
submissão
no
di
a
da
defesa
.
Duran
te
a
disciplina,
os
alunos
realizara
m:
•
Aprofu
ndamento
dos
tóp
icos
referen
tes
ao
process
o
e
ao
projeto
de
pesquisa;
escolha
do
tema,
proble
ma,
h
ipótese,
objet
ivos,
referenc
ial
teórico
e
m
etodol
ógico
e
a
nálise
de
dados;
•
Aulas
sobre
diferentes
ab
ordagens
de
pesquisa
:
pe
squisa
bibliográfica,
histórica
,
aborda
gen
s
quant
itativa
e
qualita
tiva
e
diferen
tes
instrumentos
de
coleta
de
dados,
tais
com
o
:
obser
vações
,
entrevistas
,
anális
e
de
documentos,
entre
outro
s
;
•
Elaboração
de
monografia
e
artigo
cien
tífico;
265
•
Orien
tações
individu
ais
e
coletivas
co
m
a
professor
a
da
disciplina
de
TCC e com o
respectiv
o
orientador
(a);
•
Oficina
de
Base
de
d
ado
s,
co
m a
bibliotecá
ria
da
FFC;
•
Oficina
de
ABNT,
também
com a bibliotecária
da
FFC;
•
Par
ticipação
com
apre
sent
ação
do
proj
eto
de
pesquisa
no
Seminár
io
de
TC
C
.
Cabe
de
stacar,
que
durant
e
toda
a
disc
iplina
de
T
CC,
as
formas
escolhida
s
p
ara
o
contato
com
os
alun
os
foi
o
Clas
sroom,
e-
mail
instituci
onal
e
via
WhatsA
pp.
As
es
tratégias
de
ens
ino
utilizad
as
p
ara
as
atividades
remotas
foram
as
a
ulas
síncronas
pelo
Google
Mee
t,
no
mesmo
horário
d
as
aul
as
presenciais
e
ativida
des
assín
cron
as
com
ace
sso
a
gra
vações
e
conteúdos
dispostos
no
G
oogl
e
Class
room
e
e-
mail
institu
ciona
l,
vídeos
co
m
ac
esso
por
platafor
mas
c
omo
Youtube
,
slid
es,
textos
e
instruções
p
ara
reali
zação
das
atividades
,
com
duraç
ão
de
120
minutos.
Em
relação
ao
Seminário
de
TCC,
este
tem
se
c
onfigurado
co
mo
um
event
o
anual
da
disciplina,
m
as
neste
ano
de
2021,
foi
organi
zado
pelos
membros
do
Grupo
de
Estud
os
em
P
esquisa
Pedagógica
e
Cul
tura
Científica
(GEPPEC
C).
Podem
partici
par
do
Seminá
rio
de
TCC,
al
unos
regularme
nte
matriculad
os
na
disciplina
“Trabal
ho
de
C
onc
lusã
o
de
Curso”,
oferecid
a
c
omo
discipli
n
a
optativa,
para
o
4º
ano
de
Pedag
ogia.
Os
membros
do
G
EPPEC
C,
alun
os
vinculado
s
ao
Pro
grama
de
Pós
-
Graduação
em
Ed
ucação,
partic
iparam
da
o
rgan
ização
e
coord
enaç
ão
d
as
mesas
temáticas.
Essa
parc
eria
e
ntre
a
lun
o
s
de
gradu
ação
e
pós
-
grad
uação
é
pro
fícua
p
ara
todos,
uma
vez
que
possibilita
ao
aluno
de
pós
-
g
raduação
avaliar
e
contribuir
com
os
pesquisad
ores
in
iciantes
,
no
que
diz
respei
to
às
suas
temáticas
e
obj
etos
de
inv
estiga
ção.
266
O
Seminário
de
TCC
dest
e
ano
foi
organ
izado
em
6
salas
temáticas
,
reunindo
em
mé
dia
5
t
rabalh
os.
Na
mesa
“Educaç
ão
Espec
ial
–
Psicologia
”,
as
temática
s
abord
adas
for
am
as
seguintes:
1)
“A
an
álise
do
desenvolvimento
de
al
uno
s
do
Fun
dame
ntal
II
co
m
Transtorn
o
do
espectr
o
do
autismo
em
tempos
de
pandemia
seg
un
do
a
visão
docente”
;
2)
“Diretrizes
legais
p
ara
a
e
ducação
B
ilíngue
de
crianç
as
surdas
em
fase
inicial
de
escol
arização
”
;
3)
“Nova
s
perspectiva
s
na
inse
rção
de
p
essoas
com de
ficiência
auditiva
no
ambiente
escolar”
;
4)
“Rela
ções
entre
o
desenvolvime
nto
empático
e
as
incivilidades
no
ensino
fundamental”
;
5)
“Teatr
o
e
surdez
:
revisão
sistemática
sobre
o
panoram
a
Brasi
l
e
Chile”
;
6)
“Importâ
ncia
de
ati
vidades
próprias
para
o
estádio
se
nsóri
o
moto
r:
Uma
pesquisa
bibliográfica”.
Na
sala
de
Ed
ucação
Infantil
(1)
–
Ed
ucação
Inc
lusiva,
destac
aram
-
se
as
temáticas:
1)
“Co
muni
cação
Emocion
al
de
Bebês:
Reflexões
a
partir
de
uma
Gestão
Participa
tiva”
;
2)
“Cuid
ados
de
rotin
a
em
turm
as
de
crianç
as
menores
de
três
a
n
os:
situaç
ões
potenciais
de
aprend
izagem
e
desenvolvi
mento?
”;
3)
“Org
aniz
ação
de
práticas
pedagógicas
docen
tes
na
Educação
Infanti
l
-
Creche:
uma
anál
ise
da
pro
dução
acad
êmi
ca
(2006 -2021)”;
4)
“Educação
Inclusi
va
e
polític
as
públicas:
comp
reen
den
do
o
seu
papel
frente
aos
al
unos
com
nec
essida
des
educacio
nai
s
especi
ais”.
267
A
tercei
ra
sala,
foi a
Educ
ação
infantil,
que
trouxe
os
tema
s:
1)
“A
Literatura
Africana
e
Afro
-
brasileira
em
crec
hes
como
comba
te
ao
racis
mo
e
a
imagem
in
ferioriza
da
sobre
o
negro
no
Bras
il,
ab
rind
o
caminho
para
uma
m
udanç
a
no
curríc
ulo
educaci
onal
,
buscando
a
valori
zação
do
negro”.
;
2)
“A
organ
izaç
ão
esp
acial
como
potencia
lizador
do
dese
nvolvimento
infantil”
;
3)
“O
Desenho
in
fan
til
sob
a
ótica
da
sociologia
da
in
fânci
a:
registros
e
culturas”
;
4)
“Prát
icas
de
leitura
na
pedagogia
Freinet:
o
o
lhar
de
uma
professora
da
educaç
ão
infantil”
;
5)
“
Cenários
da
Naturez
a:
espaços
potenciais
para
o
desenvolviment
o
do
jogo
pro
tagonizado
na
Educação
Infantil
”.
Na
mesa
4
de
stacar
am
-
se
os
trab
alho
s
no
cam
po
da
Matemática:
1)
“An
álise
de
artigos,
disser
tações
e
teses
sobre
o
tema
de
proporci
onalidad
e
nos
anos
iniciais
do
ensino
fu
ndamental”
;
2)
“O
Ensino
de
Matemát
ica
na
Educação
de
Jovens
e
Adultos”
;
3)
“Os
desafios
enfrentad
os
por
profess
ores
dos
anos
iniciais
no
ensi
no
de
Matemátic
a
sob
a
perspectiv
a
de
incl
usão”.
;
4)
“Asso
ciação
de
alun
os
como
instância
de
org
anizaç
ão
di
sce
nte
nas
escolas
n
orm
ais”.
Temáticas
relac
ion
adas
a
gestão
esc
olar
foram
reuni
das
na
mesa
5,
intitulad
a
“
Gestão
–
Po
lític
as
Públicas – Demo
cracia
Escol
ar
–
Ciê
nci
a”:
268
1)
“Aval
iação
das
condições
estrut
urais
d
as
escolas
públicas
estaduai
s
da
cidade
de
Ma
rília
como
s
ubsídios
para
a
Reforma
do
Ensino
Médio
(le
i
13.415/2017)”;
2) “Democracia
escolar
segundo
Celestin
Freinet
nos
tempos
atuais”
;
3)
“Perfil
dos
estudos
sob
re
Natureza
da
Ciência
no
Ensino
Fundamental:
uma
pesquisa
Bib
liográfic
a”
;
4)
“Pe
rfil
do
s
estudos
sobre
raciocínio
científico
na
Educaç
ão
Infantil
a
partir
da
análi
se
das
b
ases
de
dados
internac
ionais”
;
5)
“Políticas
Públicas
e
av
aliaç
ão
da
aprendizagem
na
EJA:
est
udo
explo
ratório
em
um
município
do
int
erio
r
paulista”
.
Por
fim,
a
me
sa
6
intitulada
:
Alfabetizaçã
o
–
Fo
rmação
de
Profess
ores
–
Produção
Acadê
mica,
que
reuniu
os
seguint
es
projet
os:
1)
“A
contribuição
do
arquivo
pessoal
da
Profe
ssora
Maria
do
R
osári
o
Longo
M
ortatti
para
produção
acadê
mic
a”
;
2) “
Alfab
etização
de
crianças
Let
as
em
Varpa
Est
ado
de
SP
”;
3)
“
Form
ação
de
Professores
na
perspectiva
de
Élie
B
ajard
-
Educaç
ão
Infanti
l
”;
4)
“
F
ormação
de
Professores
-
Perspectiva
de
Élie
Bajard
na
Educ
ação
Fund
ament
al”;
5)
“
Freinet
e
a
alfabe
tização
de
cri
anças:
um
e
st
udo
so
bre
as
pesquisas
desen
volvidas
na
área
”.
Todas
as
apresentaç
ões
for
am
realizadas
pelo
Google
Me
et.
A
prog
ramação
,
contendo
os
trab
alho
s,
com
dia,
ho
rário
e
lin
k
das
sal
as
foi
disponibili
zado
na
sala
do
Classroom
e
também
por
whas
t
App,
no
grupo
da
sala
de
TCC.
269
Foi
uma
atividade
muito
enriquece
dora
p
ara
os
al
unos
de
graduação
,
pois
essa
é
a
única
atividad
e
que
favorece
a
apresen
tação
dos
trabalh
os
para
uma
mesa
avaliado
ra,
antes
da
defesa
dos
t
rabalh
os.
Além
disso,
e
sses
alu
nos
rece
bem
contribu
ições
dos
pós
-
graduan
do
s
e
docentes
sobre
suas
pesq
uisas,
poden
do
ac
atá
-
las
ou
n
ão.
Cad
a
participante
recebe
também
um
certificado
de
apresen
tação
de
proj
etos
no
Sem
inário
de
TCC.
No
segundo
se
mest
re
trabal
hamo
s
com
a
disciplina
de
“Metodol
ogia
e
prática
do
t
rabalh
o
pedag
ógico:
arte
e
movimento”.
Est
a
discipli
na
é
ofer
ecida
no
segu
ndo
sem
estre
do
quarto
ano
do
Curso
de
Pedagog
ia,
ape
nas
para
o
Aprofunda
mento
em
Educação
Infantil.
Di
versas
foram
as
d
iscussõe
s
so
bre
o
papel
da
Arte
no
curso
de
Pedagogia
e
so
bre
a
possibilida
de
de
esta
disciplina
faz
er
parte
do
cor
po
do
curso,
dentro
da
perspectiva
das
discipli
nas
de
“Conteúdo,
metodologia
e
prática
s
de
ensino”
,
oferec
idas
no
ter
ceiro
ano
do
Curso
de
Pe
dagogia
em
rel
ação
a
diversas
áreas
do
conheciment
o,
com
o
Língua
Por
tuguesa,
Matemática,
Ciências
,
História
e
Geo
grafi
a,
Lit
eratura
Infantil,
et
c.
Mas
a
disciplina
sempre
perma
neceu
na
Habilitação
em
Educação
Infantil
e
depois
no
Aprofunda
mento
em
Educação
Infantil.
Se
n
do
assim,
apenas
aluno
s
e
alunas
que
optarem
pelo
ap
rofun
dame
nto
te
rão
o
direito
de
cursar
a
discipli
na.
Nas
aul
as
presenciais
trabal
ham
os
co
m
atividades
teó
ric
as
e
com a
prática
de
“o
fici
nas
artísticas”
dent
ro
das
vari
adas
linguagens
da
ar
te.
O
Referencial
Curricular
Naci
on
al
p
ara
a
Ed
ucação
Infantil
(1998)
traz,
em
seu
volume
3,
intitulad
o
“Con
hecime
nto
de
Mundo”,
t
rês
campos
d
entro
da
Arte:
Música,
Artes
visuais
e
M
ovimento/da
nça.
Não
há
referênc
ia,
por
exemplo,
ao
Teatro.
Lem
bramos
que
em
docume
ntos
oficiais
como
os
Parâme
tros
Nacio
nai
s
para
o
Ensino
de
Arte
(1997),
há
quatro
lingu
agens
principais:
Artes
Visuais,
Teatr
o,
Músi
ca
e
Dan
ça.
A
B
NCC
(2018)
amp
lia
270
a
discussão,
co
mo o
cam
po
“arte
s
integ
radas”,
p
ara
alé
m
dest
as,
já
citad
as.
O
Referencial
Curric
ular
Nac
ion
al
para
a
Educa
ção
Infant
il
propõe
também
q
ue
o
t
rabalh
o
seja
des
envolvido
de
acordo
com a
tr
íade
“c
riação
,
aprec
iação
e
reflexã
o”,
abordagem
conhecid
a
como
“trian
gul
ar”,
adapt
ada
no
Brasil
pela
arte
-
e
ducadora
Ana
Mae
Barbosa
(1978)
um
dos
n
om
es
mais
conh
ecidos
e
respeit
ados
no
campo
da
Arte
no
Bras
il.
Desta
f
orma
cabe
ao
professor
de
Art
e
estimular
os
processos
de
criação
e
experi
mentação
artística
de
seus
alun
os
nos
diverso
s
campos
da
Arte,
levá
-
los
a
conhecere
m
artista
s,
autores,
teóricos
e
an
alisare
m
su
as
obras.
D
aí
o
termo
“apre
ciação
”,
que
B
arbos
a
não
considera
o
mais
adequ
ado,
porque
já
parte
do
pressup
osto
de
q
ue
tería
mos
q
ue
“gost
ar”
ou
necessa
riamen
te
“aprec
iar”
uma
obra
ap
enas
por
ela
est
ar
num
museu,
galeria
ou
porque
alg
um
c
rítico
de
art
e
di
sse
se
r
bo
a.
O
ob
jetivo
é
observar,
conhecer
,
justa
mente
para
que
se
possa
“refletir”
sobre
a
obra.
A
partir
da
tríade
“criação
,
apr
eciaç
ão/o
bservaç
ão
e
reflexã
o”
desenvo
lvemos
nosso
trabal
ho
junt
o
à
disciplina
e
às
t
urmas,
t
ant
o
do
diurno
qua
nto
do
noturno.
Uma
co
isa
muito
imp
orta
nte
de
de
stacar
foi
a
importânc
ia
que
teve
a
Arte
e
as
manif
e
stações
artística
s
em
te
mpos
de
pandemia.
Lives
,
músicas
e
diversas
manifestações
artísticas
fo
ram
importantes
e
um
verdadeiro
“al
ento
”
em
tem
pos
de
isolamento
soc
ial.
O
isolam
ento
atingiu,
de
certa
form
a,
a
todos,
em
to
das
as
partes
do
planeta,
me
smo
os
contin
uaram
com
o
trabalh
o
p
resencial.
Medi
da
s
de
proteçã
o,
fechamento
do
comérc
io,
recomenda
ções
da
O
rgan
ização
Mundial
da
Saúde
impuseram
novos
ritmos
às
p
essoas.
Músico
s
t
ocar
am
nas
s
acadas
dos
ap
artam
en
tos
de
se
us
prédios,
sér
ies
de
TV
so
bre
a
pandemia
foram
pro
duzida
s,
as
pessoas
partilhar
am
Arte
das
mais
d
iversas
form
as.
271
No
Brasil
podemos
dize
r
que
a
pandemia
reacendeu
a
disc
uss
ão
sobre
Arte
e
Cultura,
n
um
país
que
extinguiu
o
Ministério
da
Cultura
desde
o
an
o
de
2018.
A
cul
tura
perdeu
a
pasta,
se
tornando
secre
taria
de
outro
ministéri
o.
M
ais
do
q
ue
nunca
,
tornou
-
se
importa
nte
fal
ar
sobre
Arte
no
Brasi
l
em
tem
pos
de
pandemia
.
A
disciplina
“Metodolo
gia
e
prátic
a
do
trabalho
P
edagógic
o:
arte
e
moviment
o”
tor
nou
-
se
também
um
g
ran
de
desafio,
te
ndo
em
vista
a
form
a
como
e
ra
desen
volvida
pres
encialm
ente,
como
Oficinas
em
linguage
ns
artístic
as
e
vivê
ncias
p
ara
a
transposiç
ão
via
ensino
remoto.
O
ptamos
por
desenvo
lver
aulas
teóricas
com
con
versas
e
diálogos
sobre
Arte
,
conceitos
,
referenc
iais
teóricos
e
do
cumentos
oficiais
em
metade
dos
encontros
.
Na
outra
metade
vivenciamos
o
desaf
io
de
desenvolv
er
as
ofici
nas
vi
a
Google
Meet.
Ficou
acordado
que
as
atividades
assínc
ronas
oferecidas
e
coloc
adas
no
Class
room
seriam
apr
esen
tadas
de
fo
rma
pr
esen
cial
n
as
ofici
nas.
Desafio
aceito,
optamos
pelas
seguintes
oficinas:
Artes
visuais,
co
m
duas
oficinas,
sendo
uma
e
special
sobre
Fotograf
ia;
M
ovimento/da
nça;
Músi
ca
e
Teatro,
com
uma
oficina
de
cada
linguagem.
Ao
todo
tive
mos
cinco
oficina
s
de
trabalh
o
e
apr
esenta
ções
de
ativ
idades,
mais
os
enco
ntros
para
d
iscussõe
s
teóricas.
Como
forma
de
avaliação
apr
esentamos
ta
mbém
um
conju
nto
de
ativida
des
a
serem
desenvol
vidas
.
Foram
elas:
1-
Reali
zar
um
des
enho
com
te
ma
livre,
com
l
ápis
p
reto
ou
de
co
r.
Po
de
ser
com
giz
de
cer
a
e
paste
l,
també
m.
272
Fi
g
u
ra
2 -
Exemp
lo
de
desenho
livre
com
giz
p
ast
el
Font
e:
Ar
q
ui
vo
pessoa
l,
por
Ana
Paula
Cordeiro.
2-
Reali
zar
uma
pintura
livre
com
tinta
de
pi
ntura
a
dedo
ou
guache.
3-
Colagem.
Rec
orte
pedaç
os
de
figuras
humanas
de
papel
de
revistas,
folhetos
de
propag
and
a
ou
jornais.
Ex:
cab
eças,
pe
rnas,
br
aços,
tr
on
co.
Cole
apen
as
uma
parte
do
corpo
humano
da
figura
na
fo
lha.
Ex:
apen
as
a
cabeça,
ap
en
as
os
p
és.
Deixe
um
e
spaço
p
ara
des
enhar
o
restante
do
corpo.
Se
você
col
ou
uma
cabe
ça,
d
eixe
espaço
e
de
sen
he
o
resta
nte
do
cor
po.
A
ideia
é
misturar
colagem
co
m
dese
nho.
E
também
t
rabalhar
com
o
co
rpo
humano
e
re
alizar
obr
as
inusitadas.
A
proposta
também
trab
alha
com
a
espacia
lidade,
a
cr
iatividade
e a
c
oordena
ção
motor
a
fin
a.
4-
Rec
orte
e
colagem
com
figuras
varia
das
e
justap
os
tas
.
Recorte
fi
guras
variada
s
e cole-
as
fo
rma
ndo
uma
composição.
5
-
Mandala
.
Desenhe
um
círculo
n
uma
fo
lha
de
papel
sulfite.
De
n
t
ro
do
círculo
desenhe
co
is
as
q
ue
você
consider
a
b
oas
em
sua
vi
da.
Fo
ra
do
círculo,
as
coisas
ruins
do
mundo
,
que
você
gosta
ria
que
ficassem
lon
ge
de
você.
273
6
-
J
unte
folhas
se
cas,
semen
tes,
flores,
areia
e
outros
objetos
to
talme
nte
naturais
e
elabore
uma
obra
de
arte
em
form
a
de
qu
adro.
Fi
g
u
ra
3 -
Obra
de
arte
com
folh
as
seca
s,
sementes,
f
lor
es,
areia
e
outros
objetos.
Font
e:
Ar
q
ui
vo
pessoa
l,
por:
Ana
Paul
a
Cordei
ro.
7-
Crie
um
instrume
nto
musical
com
sucata
.
Ex:
grãos,
tampinhas
de
refriger
ante,
etc.
8-
Faça
um
trio
de
i
magens
fotogr
áficas
escolhendo
um
entre
os
seg
uintes
te
mas
:
“paisag
ens”;
“cam
inh
os/est
radas
”;
roupas/a
cessórios
”;
“ton
s
de
azul”;
“cen
as
urbanas
”;
“bri
nque
dos”.
274
Fi
g
u
ra
4 -
Exemp
lo
de
cena
urbana
e
exemp
los
de
fot
os
em
tons
de
azul
Font
e:
Ar
q
ui
vo
pessoa
l,
por
Ana
Paula
C
or
d
ei
ro
.
9-
A
partir
de
uma
obra
visua
l
famosa,
elabore
uma
releitura
,
guardan
do
o
essenci
al
da
obra
e
introdu
zindo
su
a
criativ
idade
e
indiv
idual
idade.
10-
Crie
um
peq
ueno
monólogo
(em
teatro
mon
ólogo
é
u
ma
cen
a
de
peça
em
que
o
ato
r,
ac
hando
-
se
só
,
fal
a
con
sigo
me
smo
ou
se
dirige
ao
público,
expr
essando
seus
pens
ament
os)
esco
lhendo
um
entre
os
seguintes
te
mas
:
“sentido
da
vida”;
“univer
sidade
”;
“prisõe
s”;
“situação
engraçada”;
“feli
cidad
e”;
“quem
sou
eu”.
275
11-
Másc
aras
de
pr
ato
de
papel
ão
:
você
precisará
de
pratos
de
papel
ão,
lá
pis,
tintas
ou
c
anetinh
as,
elástico.
Você
po
de
cri
ar
carranca
s,
animais,
persona
gens,
etc. É
preciso
medir
bem
a
altura
dos
olhos,
no
próprio
rosto
e
re
cortar.
Também
é
precis
o
ob
servar
bem
o
furo
par
a
o
elástic
o,
que
amarra
a
máscara
ao
rosto.
12-
Pin
tando
os
sentimentos
.
Peça
p
ara
a
c
rianç
a
desenhar
e/ou
pintar
a
“feli
cidad
e”;
a
“tristeza”
;
a
“dor”,
o
“medo”
e
o
utras
emoções
e
sentimentos
.
13-
De
senh
ando
co
m
bar
bantes
.
Pe
ça
para
a
cria
nça
desenhar
e
co
l
ar
barbant
es
no
conto
rno
do
desenho.
P
ode
-
se
pintar
depois,
com
lápis
ou
até
tinta.
Pode
-
se
também
fazer
com fios
colorid
os
de
lã.
14-
Elabore
escult
uras
com
massinha
ou
argil
a
.
15-
Carimbos
div
erti
dos
.
E
labo
re
carimbos
com
a
lgodão,
r
olh
as,
e
spon
jas,
talheres
de
plástico,
et
c.
Coloque
tintas
de
cores
vari
adas
em
um
a
superfíc
ie,
como
um
pratinho
de
plástico,
e,
entã
o,
é
só
m
olh
ar
o
objeto
e
carimbá-
lo
em
um
papel.
16-
Elabore
um
mosaico
com
papel
picado
,
sobr
e
um
a
folha
de
sulfite
ou
cartol
ina,
c
aso
queira
fazer
algo
mai
or
.
17-
Crie
uma
coreografia,
a
par
tir
de
uma
de
suas
mú
sicas
preferidas.
18-
Experime
ntando
supor
tes
.
U
sar
papéis
de
tod
os
os
tipos,
inclus
ive
papelão
p
ara
faz
er
um
a
tela
durinha.
Os
pincéis
e
lápis
podem
ser
substitu
ídos
por
co
tonetes
,
fo
lh
as,
algodão,
e
tc.
19-
Desenhe
a
sua
“cidade
ide
al
”.
O
q
ue
teria
na
c
idade
dos
seus
son
hos?
20-
Com
pali
tos
de
sorvetes
,
cola,
canetinh
a
e
papel,
crie
figuras
humanas
e
lindos
personagens
!
276
Dentre
estas
ativida
des,
os
e
as
aluno
s/as
poderiam
escolher
cinco
delas
para
realizar
se
us
projetos
de
trabalh
o
e
apr
esentar
durante
as
ofici
nas.
O
re
sultado
fo
i
o
melhor
possível,
no
ano
de
202
0/2021!
Os
trab
alho
s
foram
apresenta
dos
em
aulas
síncro
nas,
on
-
line
,
na
plataforma
do
Goo
gle
Meet.
D
en
t
re
as
atividade
s,
a
tríade
de
fotog
rafias
foi
a
p
referida
e
a
mais
reali
zada.
Alun
as
construír
am
instrumentos
music
ais,
reali
zaram
desenhos
e
pinturas
e
uma
al
una
optou
pe
la
realiz
ação
do
monólo
go.
Ela
o
apres
entou
abrin
do
sua
jane
la
no
M
eet
e
utilizou
-
se,
inclusive,
de
fig
urino,
cen
ário
e
sonoplastia
!
A
arte
foi
trabalh
ada
d
entr
o
da
perspectiva
de
divers
os
autores,
principal
mente
da
de
Ern
st
Fisch
er
(1971),
q
ue
fala
sob
re
sua
ne
cessidad
e
e
se
u
carát
er
dialétic
o,
capaz
de
nos
f
azer
lidar
co
m
raz
ão
e
emoção,
subjetiv
idades
e
objetivida
des,
com o
“
belo”
e o
“feio”,
com
aproximações
e
identificação
com
a
ob
ra
e
a
n
ão
identificação
com
o
que
se
vê.
Consider
amos
q
ue
as
plataforma
s
como
Googl
e
Meet
for
am
essenci
ais
para
o
desenvolvim
ento
do
trabalh
o
com
arte
via
ensino
re
moto.
As
ativida
des
mais
de
stacadas
,
apr
eciad
as
e
reali
zadas
foram
as
de
Arte
s
Visuais.
Mas
consid
eramos
que
o
utras
linguagens
também
p
uderam
se
r
bem
des
envolvidas
e
realizadas,
apesar
das
limitações
e
do
dista
nciamen
to.
A
mais
pr
ejudi
cada,
ne
sse
sentido,
for
am
as
vivê
ncias
na
linguage
m
da
Dança/mov
imento.
Mesmo
assim,
as
discu
ssõe
s
teórica
s
foram
profí
cuas
em
relação
a
este
campo
.
C
ons
ide
raç
õe
s
F
ina
is
Não
foi
e
não
t
em
sid
o
fácil
v
ive
r
e
trab
alhar,
produzir
conhecim
ento
e
aprend
er
em
tempos
de
pandemia
.
As
dificuldades
são
277
muitas
e
na
FFC
-
Unesp,
teremos
mais
um
sem
estre
de
ensi
no
to
tal
men
te
remoto
pela
frente.
Os
desa
fios
são
grande
e
as
incertezas
quanto
ao
futuro
,
enormes
!
O
q
ue
levar
emos
de
ste
tempo
histórico:
tivemos
que
,
em
pouquíss
imo
tempo,
ap
rend
er
coi
sas
novas,
vivenciar
situ
ações
ant
es
por
nós
desconhe
cidas,
lidar
com
o
temor
do
contágio
pel
a
S
ars
-
Cov2,
dialo
gar,
negociar,
aprend
er
jun
tos
o
manuseio
de
ferram
en
tas
digitais
de
comu
nicaç
ão,
lida
r
com
a
perda
de
entes
queridos
que
se
foram
durante
a
pandemia,
etc.
Enfim,
tempos
muito
di
fíceis.
Mas
most
raram
tam
bé
m
o
q
uan
to
nós,
enquanto
seres
coletiv
os
e
pensantes
somos
capazes
de
aprende
r,
de
colab
orar
uns
co
m
os
outros
e
de
buscar
soluções
para
problemas
graves
e
complex
os!
Que
o c
onhec
imento
e a
Arte
nos
gui
em!
Ence
rramos,
enfim,
sem
pen
sar
propriamente
no
fim
e
com
muitas
incerteza
s
quanto
ao
futuro.
Para
tais
temores,
pode
mos
recorre
r
à
poesia
e
que
b
om
que
a
temos.
278
M
ãos
dadas
Não
serei
o
poeta
de
um
mundo
caduco.
Também
não
cant
arei
o
mundo
futuro.
Estou
p
reso
à
vid
a
e
olho
meus
companheir
os.
Estão
taciturnos,
mas
nutrem
grandes
espe
ranças.
Entre
eles,
c
onsider
o
a
enorme
realidade
.
O
presente
é
tão
grand
e,
não
nos
afastem
os.
Não
nos
afaste
mos
muito,
Vamos
de
mãos
dadas.
(Carlos
Drummon
d
de
Andrade)
Referênc
ias
BARBOS
A,
A
na
Mae.
A
rte
-
e
ducação
no
Brasil
.
São
Paul
o
:
Perspectiva,
1978.
BENJAMI
N,
W
alter
.
Ref
lexões:
A
criança,
o
b
rinquedo,
a
ed
ucação
.
S
ão
Paulo
:
Summus,
1984.
BRASIL
.
Secretaria
de
Ed
ucação
Fundamental.
Ref
erencial
Curricular
Nacio
nal
par
a
a
Educaç
ão
Infantil.
Se
cretaria
da
Edu
cação
Fundamental.
Brasília
:
MEC/S
E,
1998.
279
BRASI
L.
Secretari
a
de
Educação
Fundamental.
Parâmetros
Curricular
es
Nacionais:
Arte
.
Secret
aria
da
Educação
Fundamental.
Bra
sília:
MEC/SE,
1997.
BRASI
L,
Ministério
da
Educação.
B
ase
Nac
ional
Comum
Curri
cular
.
Brasília
,
2018.
CORSA
RO,
W
illian.
Soci
ologia
da
Infância.
Porto
Alegre:
Artmed
,
2011.
FISCHER,
Ernst.
A
necess
idade
da
arte.
Rio
de
J
aneiro
,
Zah
ar,
1971.
KISHIM
OTO,
T
izuko
Morchi
da
.
Jogo,
brinque
do,
b
rincadeira
e a
educ
ação
.
São
Paulo
;
Cortez,
2001.
KISHIM
OTO,
Tizuko
Morch
ida.
O
jogo
e a
educação
i
nfantil
.
São
Paulo
:
Pioneira
Thomso
n
Lerning,
2002.
UNESP.
Plano
de
Ensino
da
disciplina
de
Trabalh
o
de
Conclusã
o
de
Cur
so
.
Marília
, 2019.
UNESP.
Reg
ulamento
do
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso
(TCC
).
Marília,
2019.
VIGOTSKII,
Lev
Semino
vich
;
LURIA,
Alexander
Romanov
ich
;
LEONTI
EV,
Ale
x
N.
Linguagem
,
desen
volviment
o
e
aprendizage
m
.
São
Paulo
:
íc
one,
2001.
WEISS,
L
uise
.
Brinque
dos
e
engenh
ocas
:
atividades
lúdica
s
com
sucata
.
São
Paul
o:
Scipione,
1993.
280
281
Os
/A
s A
ut
ore
s
/
as
LU
C
IA
N
A
A
PAREC
IDA
DE
A
RA
UJO
Pós
-
dou
tor
ado
p
ela
Fu
nd
açã
o
C
ar
lo
s
Chagas.
Douto
rado
e
Mes
tr
ado
pela
Faculdade
de
Filo
sofi
a
e
Ciê
ncias,
Unesp,
Campus
de
Marília.
Docente
do
curso
de
P
eda
gog
ia
e
do
Prog
ram
a
de
Pó
s
-
Graduação
em
Educação
da
FFC/
Unesp,
Campus
de
Marília.
Lí
de
r
do
G
rup
o
de
Estu
dos
em
Pesquisa
P
edagógica
e
Cultura
Cien
tífica
(G
EPPECC
).
ORCID
: https://orcid.o
rg/0000-0003-1147-
5039.
E-
mail:
l
uciana.a.araujo@unesp.br
ANA
PA
U
LA
C
O
RDEIRO
Doutora
em
Educa
ção
p
el
a
Univer
sidade
Estadual
Paulista
Júli
o
de
Me
squita
Filho.
Docente
do
Depar
tmento
de
Didática
da
FFC
–
Unes
p,
Ma
rília.
Docente
do
curso
de
Ped
ag
ogi
a
e
do
Pr
ograma
de
Pós
-
gr
aduação
em
Sociol
ogia
-
m
es
t
r
a
do
Profiss
ional/
ProfSóc
io.
Viv
e
-
lider
do
Grup
o
de
Estu
dos
em
Pesquisa
P
edagóg
ica
e
Cultura
Cien
tífica
(GEPPECC)
da
FFC
/
Unes
p/
Mar
íl
ia
.
ORCID
:
https://orcid.o
rg/0000-0003-1040-
4909.
E-
mail
a.cordeir
o@unesp.br
AL
ON
SO
BEZ
ERRA
DE
CARV
AL
HO
Livr
e
-
Doc
ente
pela
Unive
rsidade
Estadua
l
Paulis
ta
(UNE
SP).
Pós
-
Doutor
ado
em
Ciência
s
da
E
ducação
na
Universida
de
Charles
de
Ga
ulle,
Lille
França.
Doutor
em
Filos
ofia
da
Educação
p
ela
Facul
dade
de
E
ducação
da
Unive
rsidade
de
São
P
aulo
(US
P
).
Docente
do
curso
de
Ciênc
ias
Soc
iais
e
de
Fi
losofia
e
do
Progra
ma
de
Pós
-
Graduação
em
E
ducação
da
FFC/Un
esp,
C
ampus
de
Marília.
Líder
do
Grup
o
de
Pes
quisa
em
Educaçaõ
Étic
a
e
socieda
de
(GEPEES).
ORCID
: https://orcid.o
rg/0000-0001-5106-
2517.
E-
mail:
alonso.car
valho@une
sp.br
282
C
A
M
ILA
APA
RECIDA
DA
SIL
V
A
Doutorand
a
e
Mestr
a
em
Educação
p
elo
Program
a
de
Pó
s
-
Graduação
em
Educação
da
Facu
ldade
de
Filosofia
e
Ciências
–
Une
sp
–
Ca
mp
us
de
Mar
íl
i
a.
Pro
fess
ora
de
Matemáti
ca
do
Ensi
no
Fundamental
Anos
Finais
da
Rede
Pa
r
tic
ul
ar
de
Ensino.
Membr
o
do
Gru
po
de
Estudos
em
Pesqu
isa
Pedagógica
e
Cultura
Cien
tífica
(G
EPPECC
).
ORCID
: https://orcid.o
rg/0000-0003-3892-
4236.
E-
mail:
mila_ap_
silva@y
ahoo.
com.br
C
LA
U
D
IA
RE
G
IN
A
M
O
SC
A
G
IROT
O
Mes
tr
ado
e
doutora
do
pel
a
Fa
culdade
de
Filosof
ia
e
C
iências,
Unesp,
Campus
de
Marília.
Docente
do
c
urs
o
de
Peda
go
gi
a
e
do
Prog
rama
de
Pós
-
Graduação
em
Educação
da
FFC/Unes
p,
Campus
de
Marília.
Pesqu
isadora
do
Gr
up
o
de
Estudos
em
Pe
squi
sa
Pedagógica e
Cult
ura
Cien
tífica
(GEPPE
CC).
ORCID
: https://orcid.o
rg/0000-0001-6267-
8085.
E-
mail:
claudi
a.mosca@unesp.br
C
LERIST
O
N
IZ
IDRO
DO
S
A
N
JO
S
Pós
-
Douto
rado
em
Ed
ucação
p
ela
Faculdade
de
São
Paulo
(USP).
Prof
esso
r
Adjunto
do
Centro
de
Educação
da
Universida
de
Feder
al
de
Alagoas
(CEDU/
UFAL/Bras
il),
atuando
na
graduação
em
P
ed
ago
gi
a
e
no
Program
a
de
Pós
-
Graduação
em
Educaçã
o
(PPGE
/CEDU/U
FAL).
Coorden
ador
do
Grupo
de
Estud
os
em
Pe
dag
og
ia
s
e
Culturas
Infanti
s
(GEPPECI).
ORCID:
https://orcid.o
rg/0000-0003-1040-4909
.
E-
mail:
cianjos@ya
hoo.com
.br
283
DÉBO
R
A
FA
BIAN
A
VAZ
DE
L
L
AM
UR
A.
Pós
-
gradua
da
em
psicope
dag
ogia
com
Ênfase
em
Educaç
ão
Especia
l
pel
a
Faculdade
Católi
ca
Paulista
(FACAP
),
Marilia/SP.
Mestranda
em
Educaçã
o
pel
a
Faculdade
de
Filoso
fia
e
Ciência
s,
FFC/Unesp,
Camp
u
s
de
M
ari
li
a.
Ap
oio
acadêmico
no
Centro
Univer
sit
ário
Eur
ípide
s
de
Maríl
i
a
-
UNIVE
M.
Prof
es
sor
a
de
Educa
ção
Infantil
na
esc
ola
C
ora
Cor
ali
na
de
Marília/SP.
Membra
do
Gr
upo
de
Estud
os
em
Pesqui
sa
e
Cultura
Cien
tífica
(GEPPECC).
ORCID:
https//orcid.o
rg/0000-0002-3736-0232
.
E-
mail:
dfvdellura@
gma
il.co
m
EM
ERS
O
N
DA
S
ILV
A
DO
S
SAN
T
OS
Doutorand
o
e
M
estr
e
em
E
ducaçã
o
pelo
Prog
rama
de
Pós
-
Graduação
em
Educação
da
Faculda
de
de
Filosof
ia
e
Ciências,
Unesp,
C
amp
us
de
Mar
íl
ia
.
Pro
fess
or
de
Matemátic
a
do
Ensi
no
Fundamental
Anos
Inicia
is
e
F
inais
da
Rede
Pa
r
tic
ul
ar
de
Ensino.
Membr
o
do
Gru
po
de
Estudos
em
Pesqu
isa
Pedagógica
e
Cultura
Cien
tífica
(G
EPPECC
).
ORCID
: https://orcid.o
rg/0000-0001-5241-
772X.
E-
mail:
esantos01@ig.com.br
FÁBI
O
V
IN
IC
IUS
ALV
ES
Mestr
e
e
Doutorand
o
em
Educação
pela
F
aculdade
de
Filosofia
e
Ciênc
ias,
FFC/Unes
p,
C
amp
u
s
de
Marília.
Professor
do
Ensino
Básico
II
da
S
ecretari
a
Estadual
de
Educação
do
Estad
o
de
S
ão
Pa
ulo.
Membr
o
do
Gru
po
de
Estudos
em
Pesquisa
Pedagóg
ica
e
Cultura
C
ientífi
ca
(GEPP
ECC).
ORCID
: https://orcid.o
rg/0000-0001-9899-
2375.
E-
mail:
fabio.alve
s@une
sp.b
r
284
GA
BRIEL
SCOP
ARO
DO
ESPÍRIT
O
SAN
T
O
Doutorand
o
em
Educação
pel
a
Faculdade
de
Ciê
ncias
e
Filosofia,
FFC/U
nesp,
Campus
de
Maríli
a.
Mes
tr
ad
o
p
ela
Faculdade
de
Ciênc
ia
e
Tecnolog
ia,
U
nesp,
Campus
de
Presid
ente
Prudente.
Assistente
de
Supo
rt
e
Acadê
mico
na
Faculdade
de
Ciências
e
E
ngenharia
FCE/UNESP,
Ca
mp
us
de
Tupã
.
Membro
do
Gru
po
de
Estud
os
em
Pesqui
sa
Pedagógica e
Cultura
Cie
ntífica
(GEPP
ECC).
ORCID
: https://orcid.o
rg/0000-0001-6181-
0865.
Email:
g
se.san
to@une
sp.br
JO
S
É
CARL
OS
M
I
G
U
EL
Livr
e
-
Doc
ente
em
Ed
uc
aç
ão
Matemátic
a
pel
a
Un
iver
sidad
e
Estadual
P
auli
sta
J´lio
de
Mesquita
Fi
lho
.
Profess
or
Associado
vinculado
ao
Departamento
de
Didática
e
ao
Program
a
de
P
ós
-
Gr
aduação
em
Educação
da
Faculdade
de
Filosof
ia
e
Ciências
–
FFC
–
U
NE
SP
–
C
a
mpu
s
de
M
ar
íl
ia
.
L
íder
do
Gru
po
de
Pesquisa
sob
re
Fo
rm
açã
o
de
Educadores
(GP
FORME)
e
Pesquisa
sobre
Educação
de
Joven
s
e
Adu
ltos
(GEPEJA),
am
bos
da
Une
sp.
ORCID:
https://orcid.o
rg/0000-0001-9660-3612
.
E-
mail:
jo
carmi@terr
a.com.br
JO
S
É
SALUST
IAN
O
DO
S
SANT
OS
Mestrando
em
Educação
p
el
a
Faculdade
de
Ciência
s
e
Filosofia,
FFC/
Unesp
,
Campus
de
Maríli
a.
Edu
cador
S
oc
i
al
na
Associação
dos
Defi
cientes
Visua
is
de
Mar
ília
(ADEVIM
ARI).
Docente
no
Curso
Supe
rior
de
Design
Gr
áfic
o
do
Centro
Unive
rsitário
E
urípid
es
de
Marília
-
UN
IVEM
.
M
embro
do
Grup
o
de
Estudos
em
Pe
squi
sa
Pedagógica e
Cult
ura
Cien
tífica
(GEPPE
CC).
ORCID
: https://orcid.o
rg/0000-0001-6139-
1955.
E-
mail:
salustian
o.santo
s@unesp.br
285
JU
LI
A
N
A
XA
V
I
ER
M
OI
MÁS
Mes
tr
ado
p
ela
Faculdade
de
Filosofia
e
Ciências,
Unes
p,
C
ampus
de
Maríl
ia.
Diretora
de
escola
na
Prefe
itu
ra
Municip
al
de
Bir
igui,
São
Pa
ulo.
M
embro
do
Gr
up
o
de
Estud
os
em
Pesqu
isa
Pedag
ógica
e
Cult
ur
a
Cient
ífica
(GEPPECC).
ORCID
: https://orcid.o
rg/0000-0001-9625-
6251.
E-
mail:
ju
lyanamoimas
@hotmail.c
om
LU
IZ
FEL
IP
E
G
A
RCIA
DE
SEN
N
A
Mestr
e
e
Doutorand
o
em
Educação
pela
F
aculdade
de
Filosofia
e
Ciênc
ias,
FFC/Unes
p,
Ca
mp
us
de
Marília.
P
rof
ess
or
do
Ensino
B
ásic
o
II
da
S
ecretari
a
Estadual
de
Educação
do
Estad
o
de
S
ão
Pa
ulo.
Membr
o
do
Gru
po
de
Estudos
em
Pesquisa
Pedagóg
ica
e
Cultura
C
ientífi
ca
(GEPP
ECC).
ORCID
: https://orcid.o
rg/0000-0003-2875-
2434.
E-
mail:
luiz.sen
na@un
esp.br
M
AN
U
EL
JO
Ã
O
M
UN
GULUME
Mestr
e
e
Doutorand
o
em
Educação
pela
F
aculdade
de
Filosofia
e
Ciênc
ias,
FFC/Unes
p,
Camp
us
de
Marília
/SP.
Membro
do
Gr
up
o
de
Estudos
em
Pesquis
a
Pedagógica
e
Cul
tur
a
Cie
ntífic
a
(GEPPECC).
ORCID:
https://orcid.o
rg/0000-0002-3996-3950
.
E-
mail:
mjmu
ngulume@gmai
l.com
M
A
N
U
ELA
C
RIST
IN
A
T
O
R
C
IA
M
O
R
ET
I
.
Pós
-
graduanda
em
educação
pelo
Instituto
Fed
eral
de
Min
as
Gerais,
Cam
pus
de
Arc
os.
Mestr
anda
em
educação
pela
Faculdade
de
Filo
sofia
e
Ciência
s,
FFC/Unes
p,
C
am
pus
de
Marilia.
Membro
do
Grup
o
de
Estudos
em
Pesqu
i
sa
Pedagógica
e
Cul
tur
a
Cie
ntífic
a
(GEPPEC).
ORCID
: https://orcid.o
rg/0000-0003-0123-
7889.
E-
mail:
mtor
cia3@hotmai
l.com
286
M
ÁRC
IA
APA
RECIDA
GO
BBI
Doutora
em
Educaçã
o
p
ela
Unive
rs
idade
E
stadual
de
Campinas.
Professora
da
Faculdade
de
Educação
da
Unive
rsidade
de
São
Paulo,
atuando
na
licenciatura
em
C
iências
so
ciais,
P
ed
ago
gi
a
e
junto
ao
Prog
rama
de
Pós
-
Graduação
em
Educação.
Coordena
dor
a
do
Gr
upo
de
Pesquisa
s
Cri
anç
as
,
Práticas
Urbanas,
Gênero
e
Imagens.
ORCID:
https://orcid.o
rg/0000-0001-9850-0190
.
E-
mail:
mgobbi@usp.br
M
ÁRC
IA
M
EN
D
ES
DE
LIM
A
Doutorand
a
em
Educaçã
o
pela
Faculdade
de
Ciências
e
Filos
ofia,
FFC/
Unesp
,
Campus
de
Mar
íli
a
.
Mes
tr
ado
em
Ciência
s
Ambientais,
UNIR
-
Campus
Rolim
de
M
o
ura
.
Membr
o
do
Grupo
de
Es
tud
os
em
Pesquisa
Pedagógica
e
Cu
lt
ura
Cient
ífica
(GEPPEC).
Professo
ra
do
Ensino
Básico,
T
écni
co
e
Tecnológ
ico
do
Instituto
Federal
de
Ron
dônia.
ORCID
: https://orcid.o
rg/0000-0001-7655-
7364.
E-
mail:
marcia.lima@ifro.ed
u.br
M
A
RI
A
T
ERES
A
A
LVA
R
ES
DE
PA
U
LA
Mestranda
em
Educação
pel
a
Faculdade
de
Filos
ofia
e
Ciên
cias
FFC/Unes
p,
Campus
de
Marília.
P
rof
essor
a
do
Ensino
Fundamental
Ano
s
I
nici
ais,
na
cidade
de
Marília.
M
embro
do
Grupo
de
Estudos
em
Pesq
uisa
Pedagógica
e
Cultura
Cient
ífica
(GEPPECC).
ORCID
: https://orcid.o
rg/0000-0002-4309-
1710.
E-
mail:
mariatedepau
la@gmail.com
287
PA
T
RIC
K
PACHECO
C
A
S
T
ILH
O
CARD
OSO
Doutorand
o
e
M
estr
e
em
E
ducaçã
o
pelo
Prog
rama
de
Pós
-
Graduação
em
Educação
da
Faculda
de
de
Filosof
ia
e
Ciências,
Unesp,
C
amp
us
de
Mar
íl
ia
.
Diretor
de
Escola
na
red
e
municipa
l
de
Ensino
de
Araçatuba/
SP.
Membr
o
do
Gr
up
o
de
Estud
os
em
Pesqu
isa
Pedag
ógica
e
Cult
ur
a
Cient
ífica
(GEPPECC).
ORCID
: https://orcid.o
rg/0000-0002-4226-
7585.
E-
mail:
p
atrickpac
hecoprof@hotmai
l.c
om
VIV
IAN
E
JA
Q
U
ELI
N
E
PERO
N
FERREIRA
Especial
ista
em
Gestão
Esc
olar
pela
Universidade
do
Oeste
P
auli
sta
-
Unoeste,
Presi
dente
Pr
udente.
Direto
ra
de
Escola
na
Pref
eitura
Munic
ipal
de
Lins
/
SP
.
Membro
do
Gru
po
de
Estud
os
em
Pesqu
isa
Peda
gógica
e
Cultura
Cie
ntífic
a
(GEPP
ECC).
ORCID
: https://orcid.o
rg/0000-0002-6391-
8068.
E-
mail:
vjperon@h
otmai
l.com
288
SO
BRE
O
LI
V
R
O
Catalogação
André
Sávio
Cra
veiro
Bueno
–
CRB
8/8211
Normalização
Lívia
Pereira
Mendes
Diagramação
e
Capa
Mariana
da
Rocha
Corrêa
Sil
va
Assessoria
Técnica
Renato
Geraldi
Oficin
a
Un
iver
sitária
Lab
ora
tório
Edi
torial
labedit
orial.marili
a@u
nesp.br
Forma
to
16x23cm
Tipolog
ia
Adobe
Gara
mond
Pro
N
ão há
ensino
sem pesquisa e pesquisa
sem
ensino.
Esses
que
f
azer
es se enc
ontr
am um no
c
orpo
do outr
o. Enquanto
ensino c
ontinuo bus
-
cando,
r
epr
ocur
ando.
Ensino
porque busc
o, por
-
que indag
uei,
porque indag
o e me indag
o. P
es
-
quiso par
a c
on
statar,
c
onstata
ndo
intervenho,
intervindo
educ
o e
me educ
o. P
esquiso par
a
c
o
-
nhecer o
que ain
da não c
onheço
e c
omunicar ou
anunciar a novidade.
(FREIRE, 2003, p.
30).
Este livro
é
parte
dos
esforços
coletivos
empreendidos no
âmbito
do
Grupo
de
Es
-
tudos
em
Pesquisa
Pedagógica
e
Cultura
Cientíca
(GEPPECC)
por
professores
e alunos mem
bros
do
gru
po
e vincula
-
dos ao
PPGE da FFC/Unesp,
Campus de
Marília. Nesta obra,
foi
possível reunir,
20 autores
em nove capítulos
que trazem
diferentes olhares, relatos
de experiências
e resul
tados de pesquisas
que apontam
para
os
desa
os
e
perspect
ivas
no
âmbito
da Educação
Básica e do
Ensino
Superior
em
tempos de pandemia
e ensino
remoto,
ocasionado em
virtude da Covid
19. Es
-
peramos
socializar conhecimentos produ
-
zidos por
docentes e
discentes
vinculados
ao
PPGE/ Un
esp/
Marília
e será destina
-
da
a
alunos de
licenciatura, pós-graduan
-
dos
e
prossionais
da
educação
em
geral.
Com
a
publicação
deste material, espera
-
mos socializar
conhecimentos produzidos
por
docentes
e discentes
vinculados
ao
Programa
de
Pós-Graduação
em
Educa
-
ção
da
Faculdade
de
Filosoa
e
Ciências/
Unesp,
Campus de Marília
e será destina
-
da
a
alunos de
licenciatura, pós-graduan
-
dos
e
prossionais
da
educação
em
geral.
EDUCAÇÃO
E
P
ANDEMIA:
impactos
e
desaos
Programa PROEX/CAPES:
Auxílio Nº 396/2021
Processo Nº 23038.005686/2021-36
Araujo e Cordeiro (orgs)