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“revolução contra a ordem”, para além do capital. Isso
significa alterar radicalmente a agenda de ensino,
pesquisa e extensão da universidade estatal. Significa
alterar as formas de gestão e de financiamento da
universidade. Começando pelos fins, isto é, pelos
objetivos da universidade, nossas lutas deverão
transformar a universidade estatal em universidade
popular, tendo em vista a emancipação do trabalho
(LIMA FILHO, 2006; NOVAES, 2012).
A construção da UPAC dependerá de lutas de
fora para dentro, isto é, da pressão dos movimentos
sociais organizados (partidos de esquerda, sindicatos
classistas, sem terra, sem teto, ambientalistas,
negros, gênero etc.), e lutas de dentro da universidade
para fora, que pretendem conectar a agenda de
ensino, pesquisa e extensão da Universidade Pública
com as necessidades seculares do povo latino-
-americano. Lutas republicanas que defendam a
universidade pública, gratuita, laica e de qualidade
são igualmente importantes
De fora para dentro, bandeiras como o
trabalho associado, a autogestão, a agroecologia, a
igualdade de gênero, a igualdade substantiva, a
ruptura com o neocolonialismo são bandeiras com
potencial anticapital e deverão fazer parte das
atividades de ensino, pesquisa e extensão. Essas lutas
poderão nos ajudar a superar o trabalho alienado na
universidade e, portanto, dar um novo sentido ao