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ANSÃO DAS
ESCOLAS ISOLADAS
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(1917-1945)
Angélica Pall Oriani
A expansão das Escolas Isoladas pelo Estado de São P
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Angélica P
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(1917-1945)
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(1917-1945)
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São P
aulo/C
ultura A
cadêmica
2022
A P
O
(Autora)
UNIVERSIDADE EST
ADU
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A
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A
F
ACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS - FFC
UNESP
-
campus de Marília
Diretor
a
Dra. Claudia Regina M
osca Giroto
Vice-Dir
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ieira Cardoso
Ficha catalogr
áca
Serviço de Biblioteca e Documentação - FFC
Editora aliada:
Cultura A
cadêmica é selo editorial da Editora UNESP
Ocina U
niversitária é selo editorial da UNESP
-
campus
de Marília
Copyright © 2022, Faculdade de Filosoa e Ciências
Oriani, Angélica P
all.
O69e
A expansão das escolas isoladas pelo estado de São P
aulo (1917-1945) / Angélica Pall
Oriani. – Marília : Ocina U
niversitária ; São Paulo : C
ultura Acadêmica, 2022.
244 p. : il.
Inclui bibliograa
ISBN 978-65-5954-232-1 (Impresso)
ISBN 978-65-5954-233-8 (Digital)
DOI: https://doi.org/10.36311/2022.978-65-5954-233-8
1. Educação - História. 2. Ensino primário – S
ão P
aulo (Estado) – História – 1917-
1945. 3. Educação e Estado. 4. Escolas públicas – S
ão Paulo (Estado). I.
Título
.
CDD 379.209816
Conselho Editorial
Mariângela S
potti Lopes Fujita (P
residente)
Adrián Oscar D
ongo Montoya
Célia Maria Giacheti
Cláudia Regina M
osca Giroto
Marcelo F
ernandes de Oliveira
Marcos Antonio Alves
N
eusa Maria Dal Ri
Renato Geraldi (Assessor
T
écnico)
Rosane Michelli de Castr
o
P
arecerista:
P
rof. Dr
. Macioniro Celeste F
ilho
P
rofessor do Departamento de Educação da F
aculdade de Ciências - UNESP/campus de Bauru
S
P
refácio, por Ana Clara Bortoleto N
ery
----------------------------------------
13
A escola isolada paulista em evidência
-------------------------------------------
15
Capítulo 1
– U
ma escola provisoriamente permanente ou permanentemente
provisória?
----------------------------------------------------------------------------
27
1.1 U
ma escola utuante em busca de alunos ---------------------------
31
1.2 P
rofessores à deriva
-----------------------------------------------------
46
1.3 U
ma imagem para ser eternizada
-------------------------------------
58
Capítulo 2
– A escolarização primária paulista entre z
onas de tensão
-------
63
2.1
T
ensões em torno de limites
-------------------------------------------
65
2.2 Limites em torno de tensões
------------------------------------------
93
Capítulo 3
– Expansão das escolas isoladas pelo estado de S
ão P
aulo: uma
marcha para o oeste
-----------------------------------------------------------------
117
3.1 Acompanhando a ferro
via, acompanhando a produção cafeeira
-
118
3.2 U
ma população crescente e a escolarização primária: a expansão
em números
------------------------------------------------------------------
132
3.3 M
ovimento de expansão das escolas isoladas pelo estado de
São P
aulo
---------------------------------------------------------------------
158
6 |
A expansão das escolas isoladas entre o pr
escrito e o efetivo
-----------------
173
Refer
ências
---------------------------------------------------------------------------
179
A) F
ontes documentais
-----------------------------------------------------
179
B) Legislação
-----------------------------------------------------------------
182
C) Bibliograa
---------------------------------------------------------------
184
Anexo
– Quadros contendo a quantidade geral de escolas isoladas, de
grupos escolares, de classes de grupos, de matrículas gerais e efetivas e de
promovidos nas escolas isoladas e nos grupos escolar
es, por região e por
zona (São P
aulo, 1917-1947)
------------------------------------------------------
193
Apêndice
– F
ontes para a pesquisa sobre a história das escolas isoladas em
São P
aulo (1917-1947)
-------------------------------------------------------------
00
| 7
P
ara minha família
8 |
| 9
Esta é a história. U
m jogo da vida e da morte prossegue no
calmo desdobramento de um relato, ressurgência e denegação da
origem, desvelamento de um passado morto e resultado de uma
prática presente. Ela r
eitera em um regime diferente os mitos
que se constroem sobre um assassinato ou uma morte originária,
e que fazem da linguagem o vestígio sempre r
emanescente de
um começo tão impossível de reencontrar quanto de esquecer
.
(CER
TEAU, 2002, p. 57).
10 |
| 11
L
Figura 1
– Escola I
solada Urbana do Córr
ego Rico, em Jaboticabal
---------
35
Figura 2
– Escola I
solada Urbana do B
airro Alto, em J
aboticabal
-----------
35
Figura 3
- Escola I
solada Urbana de I
tapecerica
--------------------------------
36
Figura 4
– Escola I
solada Rural dos V
eados, em I
tapetininga
----------------
36
Figura 5
– Escola I
solada Rural da F
azenda S
anta Eulália, em Br
otas
-------
37
Figura 6
– Escola I
solada Rural da F
azenda O
livete,
T
orrinha
---------------
38
Figura 7
– P
rofessora em frente à escola isolada rural dos Costas, em Buri,
região de I
tapetininga
---------------------------------------------------------------
48
Figura 8
– P
rofessora em frente à Escola do Bairr
o Bombom, em Angatuba,
região de I
tapetininga
---------------------------------------------------------------
49
Figura 9
– P
rofessora em frente à Escola I
solada Rural da F
azenda Duchen,
em I
tapetininga
----------------------------------------------------------------------
49
Figura 10
– H
orário-modelo das escolas-modelo isoladas
--------------------
97
Figura 11
– F
icha adotada para exame de leitura no 1º. ano e no 2º. ano
das escolas isoladas da região de Rio P
reto (1940) ------------------------------
107
Figura 12
– F
icha adotada para exame de leitura do 3º. ano, de ditado para
o 1º. ano e de linguagem para o 2º. e 3º. ano das escolas isoladas da região
de Rio P
reto (1940)
-----------------------------------------------------------------
108
Figura 13
– F
icha adotada para exame de aritmética para o 1º. ano das
escolas isoladas da região de Rio P
reto (1940)
----------------------------------
109
Figura 14
– F
icha adotada para exame de aritmética para o 2º. ano das
escolas isoladas da região de Rio P
reto (1940)
----------------------------------
109
Figura 15
– F
icha adotada para exame de aritmética para o 3º. ano das
escolas isoladas da região de Rio P
reto (1940)
----------------------------------
110
Figura 16
– F
icha adotada para exame de cartograa do 3º. ano das escolas
isoladas da região de Rio P
reto (1940)
-------------------------------------------
110
Figura 17
– F
icha adotada para exame de história, de geograa do 2º. ano
e de noções comuns do 3º. ano das escolas isoladas da região de Rio P
reto
(1940)
--------------------------------------------------------------------------------
111
Angélica P
all Oriani
12 |
Figura 18
– F
icha adotada para exame de história, de geograa do 3º. ano
e de ditado geográco do 3º. ano das escolas isoladas da região de Rio P
reto
(1940)
--------------------------------------------------------------------------------
112
L
Mapa 1
– M
apa do estado de São P
aulo dividido em zonas, a partir de
Camargo (1981) e Love (1982)
---------------------------------------------------
131
Mapa 2
– Quantidade de alunos matriculados nas escolas isoladas e nos
grupos escolares no estado de São P
aulo (1917)
--------------------------------
157
Mapa 3
– Quantidade de alunos matriculados nas escolas isoladas e nos
grupos escolares no estado de São P
aulo (1940/1945)
-------------------------
158
L
Quadro 1
– M
atérias contidas nos programas de ensino dos grupos
escolares e das escolas isoladas paulistas e legislação correspondente
(1905-1933)
-------------------------------------------------------------------------
101
Quadro 2
– Quantidade de escolas isoladas pr
ovidas e de matrículas na
capital e no interior de São P
aulo (1898-1937)
---------------------------------
122
Quadro 3
– Quantidade de grupos escolares, de classes de grupos e de
matrículas na capital e no interior de São P
aulo (1898-1937)
----------------
124
| 13
P
A exclusão escolar é uma marca na H
istória da Educação brasileira. U
ma
exclusão que inicia com ausência de escolas – ex
clusão da escola – e que vai se
revelando como pr
esença de escolas precárias - exclusão na escola. N
o começo
do século XX os índices nacionais de analfabetismo eram considerados uma
chaga no país a ser combatida. O estado de São P
aulo, ainda que tenha ocupado
um lugar privilegiado do poder nos anos iniciais da República, no mesmo
período em que era um dos maiores produtor
es de café - portanto, uma força
política e econômica naquele momento -, não logrou êxito na massicação
da escolarização da infância. A campanha cívico republicana apostava na
escola – ao menos no discurso – como propulsora do desenvolvimento que
deveria alcançar um país civilizado
. O Grupo Escolar foi a grande manchete
do período e teve lugar de destaque na Exposição U
niversal de Saint Louis
(Estados U
nidos) em 1904. A impor
tância do Grupo Escolar é amplamente
revelado pela historiograa, não deixando dúvidas sobr
e ela. Mas o avanço
da escolarização no estado aconteceu, também, por um tipo precário de
instituição: a Escola Isolada. M
ultisseriada, unidocente, em local quase sempre
impro
visado, sem métodos pedagógicos adequados, presente nas periferias
das grandes cidades, nos distritos e na zona rural. M
esmo assim, boa parte
da população infantil, formada em sua maioria por negros e negras, índios
e índias, ao lado de outros segmentos socialmente vulneráveis, simplesmente
cou marginalizada neste processo
. Estariam os alunos das Escolas Isoladas
sendo privilegiados neste processo, por serem atendidos pelas políticas públicas
em detrimento aos marginalizados?
A preocupação de Angélica Oriani sobr
e a escolarização da infância por
meio de um tipo escolar que não atendia os ditames da modernidade pedagógica
e que escapava ao tão propalado modelo escolar paulista v
eio preencher um
https://doi.org/10.36311/2022.978-65-5954-233-8.p13-14
Angélica P
all Oriani
14 |
vazio na historiograa. P
or quais motivos as políticas educacionais do período
ainda mantinham escolas isoladas? Quais crianças tinham acesso a elas? Havia
critérios por parte dos governos para a expansão da escolarização primária via
esse tipo escolar? Estas e outras questões inquietavam a autora.
A tarefa de construir um texto como este com o qual o leitor irá
certamente se deliciar é aguilhoada e cheia de percalços. O grande desao na
formação do pesquisador acontece quando este desenvolve uma inv
estigação
de fôlego. N
o caso especíco do campo da História da Educação, em que os
percursos formativos são os mais diversos, o inv
estimento do pesquisador é algo
de peculiar
. Angélica Oriani parte de seu investimento na área de E
ducação, com
preocupação sobre escolarização da infância e sua sensibilidade aguçada para
olhar a presença/ausência do Estado no atendimento da população periférica
e rural, na primeira metade do século XX. Adentra com dedicação, astúcia e
esmero no campo da H
istória da Educação, se apossando da historiograa e
desenvolvendo suas próprias lentes para compr
eender o objeto eleito. Delimitar
o objeto, esmiuçar o problema, ir à campo revirando ar
quivos – organizados ou
não – montar e remontar os dados, proceder análises e, nalmente, desenhar
arguta, cuidadosa e habilmente o texto que agora se publica exigiu muito esforço
.
O livro se organiza de forma a localizar o leitor no campo dos estudos
sobre escolarização primária no B
rasil e compreender o lugar da investigação que
enseja o texto e sua relevância. P
ercorre três décadas de acontecimentos e abarca
a expansão populacional do estado de São P
aulo, com a ocupação do chamado
oeste paulista para trazer a lume o papel da Escola I
solada no atendimento à
população não alcançada pelo G
rupo Escolar
, mas não marginalizada pelas
políticas públicas. P
or m, o texto colabora com o entendimento de como
a Educação no Brasil é um pr
ojeto elitista que sempre encontra formas de
pro
ver/manter as diferenças sócio culturais, seja pela ausência, seja precária
presença da escola. N
este momento especíco em que lutamos contra uma
pandemia que torna as diferenças ainda mais evidentes, este livro ocupa um
lugar especial.
A
na Clar
a Bortoleto Nery
Marília, outubro de 2021
| 15
E
Através das relações estabelecidas entr
e fatos, ou da elevação de
alguns dentre eles ao valor de sintomas para uma época inteira, ou da
“lição
” (moral ou política) que organiza o discurso inteiro, existe em
cada história um
processo de signicação
que visa sempre “
preencher
”
o sentido da História: “
o historiador é aquele que reúne menos os
fatos do que os signicantes
”. Ele par
ece contar os
fatos,
enquanto
efetivamente, enuncia
sentidos
que, aliás, remetem
o notado
(aquele
que é retido como pertinente pelo historiador) a uma concepção do
notável.
(CER
TEAU, 2002, p. 47, grifos do autor).
Este livro foi apresentado originalmente como tese de D
outorado em
Educação
1
sob o título
“
A céllula viva do bom appar
elho escolar”:
expansão
das escolas isoladas pelo estado de São P
aulo (1917-1945).
2
As escolas isoladas ofereciam ensino primário para crianças que
moravam em bairros, vilas ou em espaços rurais. Localizadas em casebres
adaptados e, funcionando algumas vezes na casa do professor ou da
professora, essas instituições eram unidocentes e multisseriadas. Durante
as décadas iniciais do século XX, elas eram vistas como a chaga do
aparelho escolar modelar que se forjava em S
ão P
aulo, juntamente com
a implantação dos grupos escolares. N
estes estabelecimentos, a arquitetura
considerava as condições anatômicas das crianças e sopesava questões de
claridade, iluminação e ventilação
. O ensino era graduado, os alunos eram
A pesquisa de Doutorado foi desenvolvida entre 2011 e 2015 com Bolsa CNPq no P
rograma de P
ós-graduação
da F
aculdade de F
ilosoa e Ciências, da Univ
ersidade Estadual Paulista (U
nesp), Campus de Marília, sob
orientação da Pr
of.ª Dr
.ª Ana Clara Bortoleto Nery
.
Durante a defesa, a banca sugeriu a ampliação do recorte cronológico para 1947. A
pesar de a sugestão ter sido
acatada, não foi possível modicar o título da tese por motivos normativos.
Angélica P
all Oriani
16 |
separados por nível de adiantamento, o método de ensino utilizado se
amparava cienticamente e o tempo era ordenado racionalmente.
Argumento neste livro que, a despeito de todas as condições precárias
de funcionamento, as escolas isoladas cumpriram papel importante no
processo de difusão da escolarização primária, tendo sido tomadas como um
mal necessário por administradores da educação
. P
elo fato de a construção
de grupos escolares no interior do estado de São P
aulo ser onerosa para
os cofres públicos, as escolas isoladas em muitos casos foram as primeiras
instituições ociais de ensino a serem implantadas em pequenos bairros,
vilas e municípios que se formavam e/ou cresciam em decorr
ência do
aumento populacional.
Apesar de r
elevantes, a história dessas escolas ainda carece de estudos
acadêmico-cientícos, particularmente se comparada à dos grupos escolares.
A tradição da pesquisa desenvolvida com a abor
dagem da N
ova H
istória
Cultural pr
oporcionou o estabelecimento de nov
as metas e propostas de
pesquisa a respeito da história da escolarização primária no B
rasil.
N
os momentos de introdução dessa no
va abordagem, especialmente
a partir das pesquisas de Souza (1998) e F
aria F
ilho (1996), os grupos
escolares se situaram como um dos objetos de pesquisa mais evidentes,
tanto pelo motivo de terem carr
egado em suas histórias o conjunto dos
ideários republicanos sobre aquilo que era considerado o ideal para a
escolarização primária paulista e brasileira, quanto por terem tido seus
documentos preservados.
Em decorrência da consolidação das pesquisas sobr
e os grupos
escolares no B
rasil, foi produzido um conjunto de conhecimentos a respeito
dessas instituições e de suas congurações geográcas, culturais, temporais,
sociais e pedagógicas. Esses resultados de pesquisa, além de contribuírem
para o preenchimento de lacunas no campo da história da educação,
permitiram colocar em perspectiva os aspectos que ainda precisav
am ser
explorados para avançar no debate sobre a escolarização primária.
Como argumentaram Souza e F
aria F
ilho (2006), no movimento de
avaliação dos conhecimentos produzidos sobr
e o tema, emergiram objetos
de pesquisa que foram secundarizados na história da institucionalização
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 17
da escola primária brasileira. Como resposta a esse mo
vimento, temos
presenciado o crescimento de inv
estigações sobre as escolas isoladas e com
elas, as discussões contidas neste livro dialogam.
Dentre os trabalhos desenv
olvidos, há os que buscam situar as escolas
isoladas histórica e organizacionalmente para compreender as diferentes
formas de escolarização dentro de uma determinada realidade espaço-
temporal. N
essas pesquisas, o objeto de investigação delineia-se a partir do
propósito de compreender o pr
ocesso de implantação dessas escolas ou a
passagem delas para os grupos escolares em algumas localidades e, também,
o processo institucional de transformação de uma escola isolada especíca
para grupo escolar
. Como exemplo, cito as investigações desenvolvidas por
Pinheiro (2001) estudando a r
ealidade da P
araíba; Ritt (2009), do P
araná;
Vieira (2011), de M
inas Gerais; Reis (2011) e S
ilva, M. (2012) do Mato
G
rosso; e Dourados (2012) do
T
ocantins.
Em um outro conjunto de inv
estigações são discutidas questões
relativas à av
aliação de inspetores de ensino, às prescrições e práticas
pedagógicas, à classicação escolar
, à construção da noção de tempo e
à organização didática. A título de exemplo, há os estudos de S
ilva, D.
(2004) e Cardoso (2013), que analisaram a r
ealidade do estado de São
P
aulo e Garnica (2011), que analisou o interior deste estado; Á
vila (2008),
que analisou Santa Catarina; G
il e Caldeira (2011), Silva, M. (2012) e
Viega; Galv
ão (2012), que analisaram as escolas isoladas de Minas Gerais,
Gil (2016), que investigou o Rio G
rande do Sul e D
ias (2016), que trouxe
ao debate a realidade dessas escolas no Rio de J
aneiro.
Além desses trabalhos pontuais sobre as escolas isoladas, destaco o
diálogo intenso que estabeleço com os estudos sobre os grupos escolares
conduzidos por Souza (1992, 1998, 2008a, 2008b
, 2009, 2011, 2014) e
sobre as escolas rurais, desenvolvidos por Souza e Á
vila (2014a, 2014b).
Inserindo as discussões deste livro nessa r
ede
3
que vem sendo
construída pelas pesquisas sobre as escolas primárias brasileiras, é possível
dimensionar a existência das escolas isoladas não como locais em que se
Há que se destacar que entre o ano de defesa da tese de doutorado e o momento atual já temos uma maior
quantidade de pesquisas tematizando a história das escolas isoladas. Optei por pontuar alguns textos que tomei
como cruciais para o entendimento da análise que desenvolvi.
Angélica P
all Oriani
18 |
evidenciaram apenas as falhas como condições decorrentes das escassas
condições materiais, físicas e geográcas, mas como locais que, por uma
opção política, foram deliberadamente secundarizados em detrimento dos
grupos escolares.
Discuto neste livro que na elaboração das políticas para a expansão
do ensino primário paulista o grupo escolar foi privilegiado, pois ele estava
localizado no espaço urbano e concretizava os inter
esses pedagógicos dos
republicanos; as escolas isoladas eram consideradas escolas de segunda
categoria, pois além de terem sido estigmatizadas pelo fato de também se
localizarem no espaço rural, não concretizavam pedagogicamente aquilo
que era considerado ideal e necessário para os interesses republicanos. Com
isso, foi criada certa tensão entre a atenção que deveria ser destinada ao
espaço urbano e a que deveria ser destinada ao espaço rural
4
.
N
a tensão estabelecida entre a escola do espaço urbano e a escola
do espaço rural foi constituído um debate em torno daquilo que era
importante para a modernização do sistema de ensino paulista, formulado
modelarmente, e aquilo que, apesar de necessário, não se enquadrava no
modelo de escolarização. P
ensados quase sempre de modo hierárquico e
tomados como a luz e a sombra da escolarização paulista, o grupo escolar
e escola isolada concretizaram, em sua própria constituição e nas políticas
que lhes foram destinadas, o debate do discurso educacional paulista em
torno da difusão do ensino primário.
P
ara a delimitação temporal, considerei o que nomeei como tensão
urbano x rural no âmbito das políticas educacionais.
Delimitei o ano de 1917 como marco temporal inicial, pois consider
o
pertinente para a análise das escolas isoladas a publicação da Lei nº 1.579,
de 19 de dezembro
. Com as instruções legislativas, a partir de 1917, as
escolas isoladas passaram a ser classicadas de acordo com a localização
geográca, com o que foram subdivididas em rurais, distritais e urbanas.
A partir desse critério de localização seria delimitada a duração do curso
ministrado em cada uma dessas escolas primárias: quatro anos para a escola
Na política educacional, é notória a tensão entr
e a escolarização destinada à população urbana e a destinada
à população rural. Análise dos debates acerca dessa tensão com ênfase nas escolas rurais nas políticas nacionais,
bem como os desdobramentos desses debates em âmbitos estaduais encontram-se no livro de Á
vila (2013).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 19
isolada urbana, três anos para a escola isolada distrital e dois anos para a
escola isolada rural. Iniciavam-se, com essa lei, as diferenciações entr
e os
tipos de escolas isoladas que foram perenes no processo de expansão da
escola isolada no estado de São P
aulo.
Delimitei o ano de 1947 como o marco temporal nal da pesquisa,
pois com a publicação do Decreto n. 17.698, de 26 de no
vembro de 1947,
foi apro
vada a Consolidação das Leis de Ensino do Estado de São P
aulo, a
partir da qual a escolarização foi dividida em duas modalidades diferentes:
a primária e a rural.
Apesar de a escola isolada não ser necessariamente rural, já que elas
existiam dentro dos limites urbanos, escola isolada e escola rural foram
constantemente tomadas como sinônimos nos debates educacionais
5
.
Essa imprecisão acerca dos limites entr
e a escola isolada e a escola rural
contribuiu, também, para a consolidação de uma imagem da escola
isolada enraizada no espaço rural; tal imagem acabou por se perpetuar nos
documentos ociais, na voz dos delegados, inspetores e administrador
es da
educação paulista e na historiograa da educação.
Com a publicação do Decreto n. 17.698, de 26 de no
vembro de
1947, considero que tais imprecisões foram ajustadas, pois a escolarização
primária passou a ser oferecida nos grupos escolares, nas escolas isoladas,
nos cursos primários anexos às escolas normais, no curso primário, de cinco
anos, subdividido em primário comum de quatro anos e complementar
de um ano, do Instituto de Educação “Caetano de Campos
” nos cursos
populares noturnos. E a escolarização rural, nas escolas típicas rurais, nos
grupos escolares rurais, nos cursos de agricultura das escolas normais, nos
cursos especiais intensivos, destinados aos professor
es, com ou sem função
no magistério ocial. N
esse sentido, considero que em termos legislativos
houve certa demarcação entre o que eram consideradas a escola rural e a
escola primária, sendo as escolas isoladas se enquadravam nesta categoria.
A esse respeito, a imprecisão conceitual das primeiras utilizações do termo rural no âmbito legislativo é
relevante. Assim, o uso de termos como bairro, distrito e vila nos documentos ociais pode ser tomado como
uma das primeiras aproximações daquilo que era considerado rural: os locais afastados dos limites urbanos, os
arrabaldes da cidade e as zonas consideradas agrícolas (SOUZA; Á
VILA, 2014). Abordarei aspectos sobre os
termos “
rural”, “bairro
” e “vila
” no capítulo um deste livro.
Angélica P
all Oriani
20 |
V
ale destacar que, mais do que periodizações rígidas e marcadamente
restritivas, utiliz
o essas delimitações temporais como auxiliares para a análise
do movimento de expansão das escolas isoladas pelo território paulista e
das políticas públicas que serviram de base. As leis, nesse sentido, não são
tomadas como meras prescrições ou resultados de tomadas de decisões
que se esgotam em resultados que venham a pr
oduzir (V
ALDEMARIN,
2000), mas são pensadas como “[...] sínteses de projetos mais amplos, que
englobam aspectos econômicos, políticos e sociais, além de concepções
sobre a formação humana e sobre o conhecimento [...]” (V
ALDEMARIN,
2000, p. 20). P
or esse motivo, em diversos momentos, o recuo temporal
foi necessário para a compreensão e análise das propostas e opções
políticas
que nortearam as políticas educacionais.
Considerando esses aspectos, o objetivo deste livro é: analisar o
movimento de expansão da escolarização primária a partir das escolas
isoladas pelo estado de São P
aulo, entre 1917 e 1947. Especicamente,
busquei identicar os debates sobre urbano x rural nas políticas educacionais
paulistas; compreender o espaço ocupado pelas escolas isoladas nas
representações de delegados e inspetor
es de ensino e administradores da
educação e divulgadas em documentos ociais; mapear a quantidade de
escolas isoladas e de matrículas nessas instituições no período em questão
no estado de São P
aulo; e compreender a expansão das escolas isoladas em
relação aos grupos escolares a partir de dados quantitativos.
M
ediante tais objetivos, também elaborei algumas questões que
me auxiliaram no encaminhamento da análise, a saber: a) qual era a
quantidade de escolas isoladas no estado de São P
aulo que funcionaram
no período delimitado pela pesquisa?; b) qual a quantidade dessas escolas
que eram consideradas urbanas, distritais e rurais?; c) quantas crianças
estavam matriculadas nas escolas isoladas?; d) o que signicou a maior
quantidade de escolas isoladas rurais do que urbanas e distritais?; e) de que
forma as recomendações ociais interferiam na organização pedagógica e
no funcionamento das escolas isoladas?; e, por m, f
) no espaço simbólico
ocupado pela gura dos grupos escolares, qual foi o papel das escolas
isoladas na representação ocial dos administrador
es da educação paulista
no período abordado pela pesquisa?
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 21
A problematização da temática deste livro de acor
do com a abordagem
da N
ov
a História C
ultural foi encaminhada a partir de alguns conceitos
operativos. Concebidos de forma mais ampliada e não como prescrições
rígidas eleitas
a priori
, esses conceitos foram mobilizados como ferramentas
auxiliares para o estabelecimento do diálogo entre as fontes documentais
e a bibliograa existente a respeito do tema. Com esses conceitos, busquei
estabelecer proximidades para a construção de uma escrita historiográca
coerente a respeito da história da expansão das escolas isoladas no estado
de São P
aulo.
N
as proposições de Carvalho, M. (1989, 1998, 2003, 2011a) a
respeito da escola como instituição produzida historicamente, mer
ece
destaque o conceito de “
modelo escolar
”. N
esse conceito, essa pesquisadora
agrega os dispositivos que concr
etizaram as estratégias políticas e
pedagógicas tomadas a partir de iniciativas republicanas paulistas durante
as primeiras décadas desse regime que buscavam “[...] dar a v
er as práticas
docentes como modelos de outras práticas.
” (CAR
V
ALHO, M., 2011a, p.
185) e que estavam regidas pelo “
primado da visibilidade”. D
e acordo com
Carvalho, M. (2011), como
[...] ferramenta de descrição e análise, um modelo exige que os
elementos que o compõem sejam situados na rede de relações
que o constituem. [...] Assim, falar em “
modelo escolar” remete à
pluralidade e à historicidade dos dispositivos cientícos, religiosos,
políticos e pedagógicos em cuja intersecção se produziu na
modernidade, uma modalidade escolar de educação. (CAR
V
ALHO,
M., 2011a, p. 188).
O “
modelo escolar
” é pensado, dentro da análise de Carvalho, M.
(2011a), como uma ferramenta que se propõe descrev
er e analisar o conjunto
de práticas para a constituição, a institucionalização e a expansão da escola.
O enfoque da pesquisadora recai sobr
e as iniciativas republicanas organizadas
no estado de São P
aulo que visaram institucionalizar-se como modelares
para o restante do país e, por esse motivo, o conceito de “
modelo escolar”
ganha adjetivação “
paulista
”, evidenciando, nesse sentido, as interrelações
que articularam, nas primeiras décadas republicanas no estado de São
Angélica P
all Oriani
22 |
P
aulo, uma lógica de reprodução de bons modelos e de homogeneização de
práticas a partir de dispositivos de formação de professores, de divulgação e
demonstração de práticas consideradas ideais e de respectiva av
aliação, com
resultados divulgados em relatórios de inspeção
.
N
essa lógica republicana do “
modelo escolar paulista
”, o grupo escolar
[...] é a instituição que condensa e faz ver a modernidade
pedagógica pretendida: o “
método intuitivo
”, com suas “lições de
coisas
”, é a peça fundamental na lógica que preside o processo de
institucionalização de um sistema de ensino público; e, a Inspeção,
dispositivo de modelagem cujo adequado funcionamento
depende de sua articulação a uma pedagogia entendida com arte
de ensinar
. [...]
N
ão apenas soma desses elementos, o modelo escolar paulista
é constituído pelas interrelações que articulam sistemicamente
seus componentes. A lógica que o põe a funcionar é a da
reprodução de bons moldes; é a cópia ou a imitação de modelos.
P
or isso, insisto, é o primado da visibilidade que lhe confere
identidade: trata-se de modelo produzido por dispositivos de
visualização das práticas escolares que articulam e colocam
em cena uma concepção de pedagogia entendida como
arte de
ensinar
indissociável de uma estratégia de formação docente
em que é central a imitação inventiva de práticas ex
emplares.
(CAR
V
ALHO, M., 2011a, p. 189).
N
o que se refere especicamente às escolas isoladas paulistas, o uso do
conceito de “
modelo escolar paulista
” é fértil, pois minha proposta foi a de
pensar de forma articulada os dispositivos de expansão da escola primária
em São P
aulo, para o que, de acordo com S
ouza (2008b) e Car
valho, M.
(2011a), importa problematizar
, também, as formas
marginais e pouco
exploradas de escolas que coexistiram nesse momento.
Conforme adverte Carvalho, M. (2011a), o modelo escolar paulista,
como ferramenta conceitual, não pode ser utilizado de modo rígido e
cristalizado, apenas para exaltar as práticas bem sucedidas no que se refere à
institucionalização da escola primária, mas, ao contrário, ganha fertilidade
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 23
no jogo de práticas e dispositivos que trazem à tona a marginalidade, as
rupturas e os deslocamentos operados dentro da própria lógica do modelo.
A partir do conceito de escola, como uma “
forma
” (
VINCENT
;
LAHIRE;
THIN, 2001) ou como um “
modelo escolar
” (CAR
V
ALHO, M.,
2011a), para pensar historicamente a construção desse espaço destinado
à escolarização, utilizei o conceito de história na acepção proposta por
Certeau (2002): uma “
operação
” que envolve difer
entes aspectos para a
sua constituição.
Encarar a história como uma operação será tentar de maneira
necessariamente limitada, compreendê-la como a relação entr
e
um
lugar
(um recrutamento, um meio, uma prossão, etc.),
procedimentos de análise
(uma disciplina) e a construção de um
texto
(uma literatura). É admitir que ela faz parte da “
realidade
”
da qual trata, e que, essa realidade pode ser apropriada “
enquanto
atividade humana
”, “
enquanto prática
”. [...] a operação histórica
se refere à combinação de um
lugar
social, de
práticas
“
cientícas”
e de uma
escrita.
Essa análise das premissas, das quais o discurso
não fala, permitirá dar contornos precisos às leis silenciosas que
organizam o espaço produzido como texto. (CER
TEAU, 2002,
p. 66, grifos do autor).
A pesquisa histórica, nesse sentido, é concebida no âmbito da
abordagem da N
ova H
istória Cultural que, conforme indica Chartier
(2002a), “[...] tem por principal objecto identicar o modo como em
diferentes lugares e momentos uma
determinada realidade social é
construída, pensada, dada a ler”. (CHAR
TIER, 2002a, p. 16-17).
Segundo Chartier (2002b), a N
ov
a História C
ultural busca
[...] renunciar [...] à descrição da totalidade social e ao modelo
braudeliano, que se tornou intimidador [pensando sobre]
os funcionamentos sociais fora de uma partição rigidamente
hierarquizada das práticas e das temporalidades (econômicas,
sociais, culturais, políticas) e sem que fosse dada primazia a um
conjunto particular de determinações (fossem elas técnicas,
econômicas ou demográcas). Daí as tentativas para decifrar de
outro modo as sociedades, penetrando na meada das relações e
Angélica P
all Oriani
24 |
das tensões que as constituem a partir de um ponto de entrada
particular (um acontecimento, importante ou obscuro, um relato
de vida, uma rede de práticas especícas) e considerando não haver
prática ou estrutura que não seja produzida pelas representações,
contraditórias e em confronto, pelas quais os indivíduos e os
grupos dão sentido ao mundo que é deles. [...] a renunciar ao
primado tirânico do recorte social para dar contas dos desvios
culturais, a história em seus últimos desenvolvimentos mostrou,
de vez, que é impossível qualicar os motivos, os objetos ou as
práticas culturais em termos imediatamente sociológicos e que
a distribuição e seus usos numa determinada sociedade não se
organizam necessariamente segundo divisões sociais prévias,
identicadas a partir de diferenças de estado e de fortuna. Donde as
novas perspectiv
as abertas para pensar outros modos de articulação
entre as obras ou as práticas e o mundo social, sensíveis ao mesmo
tempo à pluralidade das clivagens que atravessam uma sociedade
e à diversidade dos empregos materiais ou de códigos partilhados.
(CHAR
TIER, 2002b, p. 66-67).
À luz dos conceitos apresentados, operacionalizei os pr
ocedimentos
metodológicos de pesquisa histórico-documental. Como primeira
etapa procedimental, mapeei as fontes documentais sobre as escolas
isoladas paulistas.
P
ara localizar os documentos consultei a Biblioteca da F
aculdade
de F
ilosoa e Ciências, da U
niversidade Estadual P
aulista,
Campus
de
Marília, onde localizei os
A
nnuários do ensino do estado de São P
aulo,
os
Anuários estatísticos do estado de São P
aulo,
as
Sinopses estatísticas do
ensino por municípios
e a
Coleção de leis e decr
etos,
esta armazenada na
seção de obras raras.
Consultei, também, o acervo do Arquivo P
úblico do Estado de São
P
aulo, tanto o acer
vo disponível on-line, com alguns documentos da área
de educação digitalizados, quanto o acervo físico. Além desse local, visitei o
Arquivo do Centro de R
eferência em Educação “M
ário Covas
”, o Arquivo
da Escola “Caetano de Campos
”, a Seção de Obras Raras da F
aculdade
de Educação, da U
niversidade de São P
aulo e o Acervo do Instituto de
Estudos Brasileiros, da U
niversidade de São P
aulo.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 25
Visitei algumas D
iretorias de Ensino, especialmente as localizadas
nas cidades de Assis, Lins e Marília, para buscar informações a r
espeito
da preservação de documentos de escrituração escolar
. N
esses locais, tive
acesso apenas a uma relação das escolas isoladas urbanas e rurais que eram
vinculadas a escolas regulares r
elativas às décadas de 1950, 1960 e 1970.
Com essa relação, pude ter uma visão mais abrangente da organização e da
quantidade de escolas por cidades.
P
ara atingir os objetivos da pesquisa que ora apresento neste
livro, ressalto que não utiliz
ei todos os documentos que localizei, mas
as referências dos que utiliz
ei se encontram listadas no instrumento de
pesquisa em Apêndice a este livro
.
Em vista dessas considerações introdutórias, este livro está organizado
em três capítulos
.
N
o primeiro capítulo, intitulado discuto que a imagem
das escolas isoladas e sua função no âmbito das políticas educacionais
estaduais foi construída a partir de um jogo de tensões que concretizou
em seu bojo um amálgama com a representação dos administrador
es da
educação, inspetores de ensino, delegados de ensino e professor
es sobre as
escolas isoladas. As várias imagens da escola isolada tinham como ponto
de convergência a concretização da falha, do ruim, do constante vir a
ser
. Essas repr
esentações alimentavam e eram alimentadas pelas políticas
educacionais as quais concretizavam e par
cialmente endossavam essas
características negativas das escolas isoladas.
N
o segundo capítulo, apresento alguns dos debates em torno dos
limites que diferenciaram os grupos escolares e as escolas isoladas no
período entre 1917 e 1947 e me detenho nas questões que se refer
em
aos limites geográcos e pedagógicos como os grandes diferenciador
es
entre essas duas instituições no âmbito do processo de elaboração de
políticas educacionais.
N
o terceiro capítulo, analiso os r
esultados do mapeamento regional
que desenvolvi a respeito da expansão das escolas isoladas. P
ara situar a
quantidade de escolas isoladas, optei por ter como perspectiva a quantidade
de grupos escolares por regiões do estado de S
ão P
aulo e, com isso, fornecer
Angélica P
all Oriani
26 |
certa visualização do alcance dessas duas principais instituições de ensino
primário por este estado.
Como nalização das discussões, retomo alguns dos principais
elementos que problematizei, indico os pontos que consider
ei lacunares
na abordagem e os caminhos que consider
o pertinentes de serem trilhados
dentro da abordagem desse tema.
N
a sequência, deixo arroladas a bibliograa, a legislação e as fontes
que utilizei para o desenvolvimento da tese. N
o anexo
estão
organizados
os quadros que elaborei a r
espeito do movimento de expansão das escolas
isoladas pelo estado de São P
aulo e, por m, como apêndice
está o
instrumento de pesquisa que elaborei como etapa de desenvolvimento da
pesquisa, que intitulei “F
ontes para a pesquisa sobre a história das escolas
isoladas em São P
aulo (1917-1947)”.
| 27
C
apítul
o
1
U
1
Esse retorno [...] à noção de “
representação coletiva
” autoriza
a articular [...] três modalidades de relação com o mundo real:
de início, o trabalho de classicação e de recorte que produz
congurações intelectuais múltiplas pelas quais a realidade é
contraditoriamente construída pelos diferentes grupos que
compõem uma sociedade; em seguida, as práticas que visam a
fazer reconhecer uma identidade social, a exibir uma maneira
própria de ser no mundo, a signicar simbolicamente um estatuto
e uma posição; enm, as formas institucionalizadas e objetivadas
em virtude das quais “
repr
esentantes
” (instâncias coletivas ou
indivíduos singulares) marcam de modo visível e
perpétuo a
existência do grupo, da comunidade ou da classe. (CHAR
TIER,
1991, p. 183, grifo do autor).
T
omar como objeto de reexão a história das escolas isoladas r
equer
a problematização acerca de suas especicidades como instituição escolar
.
P
ara colocar as escolas isoladas em evidência, optei por pensá-las do ponto
de vista de suas características mais aparentes e nesse percurso
trazer à tona
alguns dos elementos que considerei necessários para o entendimento dessa
instituição e da imagem que foi construída a respeito delas.
As discussões que constam neste capítulo já foram publicadas de modo adaptado no artigo intitulado “Uma
escola permanentemente provisória ou pro
visoriamente permanente? A
valiações das escolas isoladas paulistas
em documentos ociais (1907-1944)” (ORIANI, 2018).
Angélica P
all Oriani
28 |
A partir dos aspectos relativos às características das escolas isoladas,
tomei os discursos ociais de inspetores, delegados e diretor
es de ensino
como emblemáticos de uma “
percepção
” (CHAR
TIER, 1991) a respeito
dessas escolas, os quais contribuíram para a constituição de uma imagem,
a qual estava vinculada à falha e à pro
visoriedade, ou, como analisou Silva,
D. (2004), como um “
reexo invertido daquilo que era desejado
” em
termos de práticas pedagógicas.
Considero, nesse sentido, que as formas a partir das quais as escolas
isoladas foram pensadas, analisadas e avaliadas por professor
es, inspetores,
delegados de ensino e administradores da educação foram signicativas para
o processo de atribuição de sentido (CHAR
TIER, 1991, 2002a, 2002b) e
de construção de uma imagem das escolas isoladas, a qual se cristalizou no
âmbito das próprias políticas republicanas e na historiograa.
N
essa tarefa analítica, os discursos ociais, ou as “
falas autorizadas
”,
como bem caracterizou Souza (2009), constituíram-se como o caminho de
entrada para o entendimento da construção da imagem das escolas isoladas.
Considerei essas “
falas autorizadas
” a partir de alguns veículos
divulgadores, como o conjunto de relatórios escritos pelo D
iretor Geral
da Instrução P
ública
2
e destinados aos Secr
etários do Interior
, os quais
foram publicados nos
Annuários do ensino do estado de S
ão P
aulo
entre
1907 e 1937 e os
Relatórios das delegacias r
egionais de ensino
3
, os quais eram
enviados à Dir
etoria Geral de Ensino e foram escritos entre 1933 e 1944.
Apesar de cada um desses documentos r
esultar de propostas
diferentes de divulgação das práticas, de proposição e legitimação de ideias,
do que decorre a produção de sentidos difer
entes em momentos históricos
diferentes, estou tomando os dois tipos de relatórios como discursos
P
or meio do Decreto nº 4.795, de 17 de dezembro de 1930, a então Diretoria Geral da I
nstrução Pública
passou a ser denominada de Diretoria Geral de E
nsino.
A prática de avaliação e acompanhamento das atividades dos professores primários foi instaurada a partir da
publicação do Decreto nº 5.884, de 21 de abril de 1933, que instituiu o Código de Educação de S
ão P
aulo.
Com a divisão do estado de São P
aulo em regionais, as 21 delegacias de ensino tinham como função administrar
a expansão do sistema de ensino, e os relatórios enviados à Dir
etoria Geral de Ensino, na capital paulista,
concretizavam a prestação de contas dos delegados de ensino em r
elação às atividades que vinham desenvolvendo
em suas regiões. Com isso, entre o período de 1933, quando a prática de elaboração dos relatórios foi instituída,
e 1945, foram elaborados ao menos 68 relatórios contendo o detalhamento das atividades administrativo-
pedagógicas desenvolvidas no âmbito das delegacias regionais de ensino
.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 29
avaliativos, classicador
es e ordenadores da r
ealidade escolar paulista.
N
ão partirei dos princípios que os diferenciam enquanto como discursos
enunciadores de sentidos diversos, mas dos pontos a que eles conv
ergem,
os quais se referem à av
aliação das escolas isoladas e à divulgação de uma
imagem de escola.
N
esse sentido, considero que no processo de elaboração dos
A
nnuários
de ensino do estado de São P
aulo
, por exemplo, havia um processo de seleção
entre os conteúdos dos
R
elatórios de diretor
es de ensino
que deveriam ser
ressaltados e aqueles que não seriam destacados.
O trabalho unicador das vozes dos
R
elatórios dos diretor
es
, a hierarquia
e a maquinaria do estado contribuem para problematizar a estratégia de
propagação de um determinado tipo de conteúdo que poderia ser veiculado,
porque auxiliaria no processo de legitimação de uma determinada concepção
de escola, bem como o silenciamento de algumas vozes que não eram
consonantes com as propostas que se buscavam divulgar
. Esse processo
de unicação estratégica das vozes que poderiam ser destacadas e das que
deveriam ser silenciadas que permitem entender a produção e a divulgação
da representação da escola isolada nesses documentos.
Ao analisar a construção da imagem da escola isolada, portanto,
utilizo o conceito de repr
esentação conforme proposto por Chartier
(1991), como um processo que decorre da classicação, da per
cepção, do
ordenamento e da divisão do mundo social; por meio dessas elaborações
seriam criadas categorias que organizam a apreensão do mundo social e
contribuem para a atribuição de sentido ao real.
Segundo Chartier (1991), as repr
esentações variam dependendo
dos interesses e das disposições de determinados grupos ou classes sociais,
aspiram à universalidade e produzem estratégias e práticas que tendem à
legitimação dessas classicações (CHAR
TIER, 1991). Essas representações
se constituem a partir de relações de forças entr
e os que detêm o poder
de classicar
, nomear e decidir e os que têm o poder de aceitar ou resistir
a essa denição; de todo modo, as lutas de representação que se trav
am
geram conito na tentativa de imposição de uma concepção de mundo
Angélica P
all Oriani
30 |
social de um grupo a outro ou dentro do próprio grupo e por esse motivo
não há neutralidade na elaboração e no ordenamento do mundo social
4
.
Entendo os diretor
es da instrução pública, os delegados e os
inspetores de ensino como grupo social cujo poder de classicação e de
ordenação estava autorizado a partir do viés da avaliação das práticas de
ensino. E, nesse sentido, concor
do com Silva, D. (2004) quando essa
autora considera os relatórios produzidos pelos delegados de ensino “[...]
estratégias de legitimação de uma cultura escolar da qual as escolas isoladas
diferenciavam-se em v
ários aspectos [...]”.
À análise de Silva, D. (2004) acr
escento as de Celeste F
ilho (2012; 2014),
especialmente quando este autor ressalta o aspecto comum dos relatórios dos
delegados de ensino: o «[...] orgulho dos melhoramentos da educação urbana,
contrastando com a profunda indignação com a situação abominável da
educação rural no período.» (CELESTE FILHO, 2014, p
. 51).
A partir da perspectiva de Chartier (1991) a respeito da construção
da representação,
articulo as abordagens de Silva, D. (2004) e de Celeste
F
ilho (2012; 2014) e entendo os discursos ociais dos diretor
es, delegados
e inspetores de ensino a respeito das escolas isoladas como classicações e
ordenamentos do r
eal dessas escolas, os quais priorizaram alguns aspectos
classicatórios que atuavam no sentido de operar a diferenciação entr
e
essas escolas e os grupos escolares
5
.
A
valiando aspectos que giravam em torno da localização das escolas
e da permanência docente, diretores, delegados e inspetor
es de ensino
foram incisivos na avaliação das escolas isoladas e foi nesses aspectos que
De acordo com Chartier (1991; 2002a), as repr
esentações são práticas culturais cuja base contribui para o
processo de construção da realidade; por isso as percepções do social “[...] não são de forma alguma discursos
neutros: produzem estratégias e práticas (sociais, escolares e políticas) que tendem a impor uma autoridade
à custa de outras, por ela menosprezadas, a legitimar um projeto reformador ou a justicar
, para os próprios
indivíduos, suas escolhas, suas condutas.
” (CHARTIER, 2002a, p
. 17).
É preciso considerar que o processo de construção das representações, de acor
do com Chartier (1991),
permite a articulação com o mundo social a partir de três modalidades, a classicação do real, construída
contraditoriamente a partir dos grupos que compõem esse real; as práticas que visam ao reconhecimento da
identidade produzida; e, por m, a institucionalização de formas por meio das quais os representantes, na gura
de grupos ou indivíduos marcam de modo visível e perpétuo a existência do grupo ou da ideia construída.
(CHAR
TIER, 1991, p. 183).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 31
a imagem
6
dessa instituição foi construída. Essa imagem foi sintetizada
no estigma da pro
visoriedade – apesar de permanente –, da instituição de
objetivos modestos e das difíceis condições físicas de funcionamento, das
quais decorria a “inconstância
” dos docentes a elas destinados.
Considerando essas representações pr
oduzidas por diretores,
delegados e inspetores de ensino a partir da noção que elas ocupam como
estratégias de divulgação de percepções a respeito do r
eal (CHAR
TIER,
1991) e como instrumento legitimador de práticas (SIL
V
A, D., 2004),
optei por concentrar a análise nos aspectos mais aparentes e, ao mesmo
tempo, mais perenes nos discursos desses administradores da educação
paulista a respeito das escolas isoladas, os quais se refer
em às condições
materiais dessas escolas e à permanência de professores
7
.
1. 1 u
ma
esCola
fl
utu
ante
em
busCa
de
alunos
Difer
entemente do processo de criação dos grupos escolares,
que, conforme arma Souza (2009, p
. 125), demandava um oneroso
investimento do go
verno estadual, pois “[...] supunha a edicação ou
arrendamento de espaços próprios e adequados, pr
ofessores habilitados,
mobiliário moderno e abundante material didático
”, para a criação
das escolas isoladas bastava haver uma quantidade mínima de 30 a 40
crianças em um raio de 2 quilômetros, um professor e um local para
funcionamento da escola.
P
ara Chartier (2002a, p. 17), os processos de classicação, ordenação e divisão que classicam o mundo r
eal
produzem esquemas interpretativos. A partir da incorporação desses esquemas interpretativ
os são criadas “[...]
guras graças às quais o presente pode adquirir sentido, o outro tornar-se inteligível e o espaço ser decifrado
.
”.
A respeito do pro
vimento das escolas isoladas, é interessante destacar a presença praticamente maciça de
professoras ao invés de professores, atuando especialmente na z
ona rural. A partir da documentação que localizei,
observei que os poucos professores homens que atuaram na zona rural permaneceram por pouco tempo nesse local,
tendo sido brevemente transferidos para atuarem como pr
ofessores de escolas reunidas e de grupos escolares e até
mesmo para atuarem como diretores de grupos escolar
es, abandonando o cargo na zona rural. Essa feminização
do magistério na zona rural e a masculinização da direção dos grupos escolares é também possível de ser observada
no discurso publicado nos
Annuários de ensino
....
Sem cautela – ou com maior propriedade que esta pesquisadora
que tenta ao máximo ser cuidadosa na análise que tenta desenvolver –, nos
A
nnuários de ensino...
e nos
Relatórios
das delegacias regionais de ensino
está concr
etizada certa visão ou percepção clara dos papéis prossionais que eram
assumidos de acordo com o gênero:
a
pr
ofessora da zona rural e
o
diretor do grupo, ou
o
inspetor de ensino.
Destaco, porém, que apesar de grande parte das menções dos delegados de ensino e dos diretores gerais da instrução
pública indicar
a
professora, optei por indicar professor
es, de forma mais generalizada. Aproveito para deixar
registrado que as questões sobre a feminização do magistério são pertinentes para a compreensão das características
das escolas isoladas, especialmente as localizadas nos espaços rurais.
Angélica P
all Oriani
32 |
N
a esfera legislativa, a prescrição a r
espeito dos prédios para
funcionamento das escolas isoladas indica a necessidade de um local
com área espaçosa para “
recr
eio e exercícios physicos
8
”, “
para trabalhos
manuaes
” e com a disponibilização de “
objectos e aparelhos necessários
para o ensino intuitivo, para o da geograa, do systema métrico e da
gymnastica
” (SÃO P
A
ULO, 1912).
T
odavia, as condições efetivas de
funcionamento relatadas por inspetores e delegados de ensino e dir
etores
de escolas isoladas evidenciavam a distância entre as pr
escrições normativas
e o funcionamento diário dessas escolas.
T
anto nos
Annuários do ensino do estado de São P
aulo
quanto nos
Relatórios das delegacias r
egionais de ensino
há vestígios que auxiliam a
visualização das diculdades de manutenção das escolas isoladas, muitas
vezes funcionando em galinheiros, em pr
édios insalubres e inadequados
para o ensino. A pr
ecariedade e a falha dessas escolas eram evidenciadas nos
relatórios ociais como se fossem justicativas para a pr
ogressiva substituição
dessas escolas por outras melhores, as escolas graduadas urbanas.
Era a matéria-prima com a qual a escola era feita que não se
adequava ao clima da região, era a ausência de v
entilação, de água potável
e de banheiro, era a falta de higiene e as verminoses que pr
edominavam
endemicamente, espalhando tracoma e malária; era evidente nesses relatos,
como bem sintetizou Celeste F
ilho (2014), o “
espírito de horror a vida
educativa nos campos
”.
A respeito dos prédios das escolas isoladas, por ex
emplo,
o delegado
regional de ensino de P
residente P
rudente, Oscar Augusto Guelli, apr
esenta
as seguintes informações no
Relatório
que envia à Delegacia Geral de Ensino
.
As nossas escolas isoladas funcionam, geralmente, em prédios que
não oferecem a menor comodida [sic] aos professor
es e aos alunos.
P
redios adaptados, aguardando a construção de prédios pr
oprios,
não têm a cubagem de ar precisa, ressentem-se da falta de luz e não
raro são anti higienicas pela colocação em que se acham. (GUELLI,
1939, p. 31).
P
or se tratar de pesquisa histórica, nesta e nas demais citações preferi manter a ortograa conforme utilizada
no documento.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 33
P
ara além das descrições textuais apresentadas pelos diretores,
delegados e inspetores de ensino, as imagens que constam nos
R
elatórios
também auxiliam a problematizar a repr
esentação desses administradores
da educação a respeito das condições materiais das escolas isoladas.
A esse respeito, as análises de Celeste F
ilho (2014) são pertinentes. Ao
analisar as imagens desses
Relatórios
como fontes para a pesquisa histórica
em educação, esse autor constatou a distinção na produção fotográca das
escolas isoladas em relação à dos grupos escolares e a das escolas r
eunidas,
o que denotaria certa hierarquia entre as escolas.
Conforme analisa Celeste F
ilho (2012), as fotograas dos grupos
escolares apresentam turma a turma, com os r
espectivos professor
es e
alunos; as das escolas reunidas não apresentam distinção de classe e os
professores “[...] encontram-se imersos entr
e as dezenas de alunos
”; as
fotograas das escolas isoladas apresentam alunos e professor
es juntos em
frente às escolas, porém, o detalhe destacado por Celeste F
ilho (2012)
é justamente a diferença que se evidencia no vestuário e nas condições
econômicas dos alunos, os quais estão, em sua maioria, descalços. P
or esse
motivo, Celeste F
ilho (2012, p. 95) arma que as fotograas, conforme
estão dispostas nos
Relatórios das delegacias r
egionais de ensino,
estabelecem
certa hierarquia entre os estabelecimentos escolares e, com isso, há “[...] um
nítido elogio dos grupos escolares em comparação com as escolas isoladas e
com as escolas rurais. As escolas reunidas ocupam posição intermediária.
”.
Até mesmo a quantidade de fotograas dos grupos escolares em
relação às escolas reunidas e às escolas isoladas demonstra o tratamento
diferenciado dado às escolas isoladas. Há
R
elatórios
, por exemplo, que
nem ao menos apresentam uma fotograa sequer de uma escola isolada,
enquanto que dos grupos escolares há uma quantidade signicativa, às
vezes uma fotograa de cada uma dessas instituições da região
.
N
o caso dos
Annuarios de ensino do estado de S
ão P
aulo
, a diferenciação
é ainda mais evidente: entre os anuários de 1907-1908; 1908-1909; 1913;
1914; 1918; 1923; e 1926
9
, os quais contêm imagens de prédios escolares,
Os
Annuários
refer
entes aos seguintes anos não apresentam imagem fotográca: 1909-1910; 1910-1911;
1911-1912; 1917; 1919; 1920-1921; 1935-1936; 1936-1937.
Angélica P
all Oriani
34 |
apenas o publicado em 1923 contém imagens de escolas isoladas e o ponto
importante se refere à quantidade de imagens de escolas isoladas: das 41
imagens presentes nesse
A
nnuário
, 23, são de escolas isoladas urbanas
ou rurais, enquanto que: 7 são de grupos escolares ou classes de grupos
escolares; 3 são de escolas prossionais; 1 é de uma classe da Escola N
ormal
de Piracicaba; 7 são de escolas r
eunidas; 1 de uma escola construída e
doada ao gov
erno do estado fruto da iniciativa particular; e 7 apresentam
atividades de escotismo.
A presença majoritária de imagens de escolas isoladas nessa edição
de 1923 do
Annuário de ensino do estado de S
ão P
aulo
, o qual foi publicado
por Guilherme K
ulhmann na condição de Diretor Geral de Instrução
P
ública, sob a vigência da Reforma S
ampaio Dória, permite compreender
o olhar mais aguçado dos inspetores e dos delegados de ensino em relação
a essas escolas marginalizadas em suas regiões. Até mesmo a “E
ntrevista
”
de Guilherme K
ulhmann à
Revista N
acional
10
, a qual está apresentada
antecedendo as informações do
Annuário
,
se evidencia como legitimadora
e defensora das medidas adotadas pela Reforma S
ampaio Dória.
Considerando a questão da hierarquização das escolas, conforme
apontada por Celeste F
ilho (2012) em relação às imagens dos
R
elatórios
das delegacias regionais de ensino
, consider
o que até mesmo as estruturas
dos
Annuários de ensino do estado de São P
aulo
e dos
Relatórios
evidenciam
certa hierarquia entre os estabelecimentos de ensino, e a sequência das
informações na grande maioria desses documentos corresponde a essa
hierarquia: no primeiro momento, são apr
esentadas as informações
relativas aos grupos escolares, na sequência, as informações sobr
e as
escolas reunidas e, por último as informações sobre as escolas isoladas.
Essa disposição das informações não pode ser considerada uma atividade
neutra; trata-se, na verdade, de uma condução da leitura, a qual privilegia
e dá destaque às informações dos grupos escolares, em detrimento das de
outras modalidades de escola.
A despeito das estratégias de uso das fotograas como veiculadoras de
uma representação acer
ca das escolas isoladas, essas fontes contêm elementos
10
De acordo com as informações que constam no
A
nnuário do ensino do estado de São P
aulo
, a entrevista com
Guilherme K
uhlmann foi publicada na edição número 10 dessa revista, que saiu a lume em outubro de 1923.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 35
importantes para auxiliar a visualização das condições materiais dos prédios
das escolas isoladas e das crianças que frequentaram essas escolas, como é
possível observar
, na sequência de guras que apresento a seguir
.
F
igura 1
– Escola Isolada U
rbana do Córrego Rico, em J
aboticabal
W
F
onte:
Relatório da delegacia regional de ensino de J
aboticabal
(1942).
F
igura 2
– Escola Isolada U
rbana do Bairro Alto, em J
aboticabal
F
onte:
Relatório da delegacia regional de ensino de J
aboticabal
(1942).
Angélica P
all Oriani
36 |
F
igura 3
- Escola Isolada urbana de I
tapecerica
F
onte:
Annuario do ensino do estado de São P
aulo
(1923).
F
igura 4
– Escola Isolada R
ural dos V
eados, em Itapetininga
F
onte:
Relatório da delegacia regional de ensino de I
tapetininga
(1936).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 37
F
igura 5
– Escola Isolada R
ural da F
azenda Santa Eulália, em B
rotas
F
onte:
Annuario do ensino do estado de São P
aulo
(1923)
Angélica P
all Oriani
38 |
F
igura 6
– Escola Isolada R
ural da F
azenda Olivete,
T
orrinha
F
onte:
Annuario do ensino do estado de São P
aulo
(1923)
Além das condições materiais das escolas isoladas, a escassez de móveis
e de materiais didáticos também eram queixas relatadas pelos delegados
de ensino a respeito das escolas isoladas. A ausência de mobiliário nas
escolas isoladas ou a ausência de quantidade suciente em muitos casos era
resolvida com a transferência dos mó
veis velhos dos grupos escolares para
as escolas isoladas, conforme relatou F
rancisco Alves Mourão, delegado
regional de Ribeirão P
reto, em 1936: considerando que o grupo escolar da
cidade havia recebido “
carteiras individuaes
” e “
armarios tresdobrados
”, as
carteiras e os armários usados do grupo escolar haviam sido encaminhados
para as escolas isoladas.
J
á a ausência de material didático era um aspecto negativamente
destacado pelo delegado regional F
rancisco F
aria Netto
. N
a condição de
delegado regional de P
iracicaba, em 1933 ele destacou:
O material é o corpo do ensino, cuja alma é a professora. N
ão há
arte sem instrumento. N
ão pode haver ensino e aprendisado sem
material. Entretanto, deixando o Go
verno o ônus da aquisição
do material a cargo do aluno, vem sendo burlado o dispositivo
legal que diz: o ensino primário é
gr
atuito
e
obrigatório
. [...] Os
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 39
meninos em idade escolar são obrigados á matricula e á frequencia
das aulas nas escolas primarias; o estado tem o dever de supri-los
do material necessário. E não o faz. As escolas publicas isoladas,
em sua maioria, vivem desertas de papel, livros, cadernos, lápis
e até giz, servindo-se as professoras de pedras calcareas e piçarra
para a escrita no quadro negro e os alunos de papel de embrulho
usado, reclames de cinema etc. [...]
Material abundante para distribuição criteriosa
a todos os alunos
indistintamente
, eis o que necessitam as escolas para serem ecientes
e o que preceitua o espirito da lei. (F
ARIA NET
T
O, 1933, p. 87,
grifos do autor).
Como delegado de ensino da região de S
ão Carlos, em 1942,
F
rancisco F
aria N
etto também avaliou a ausência de material didático como
elemento comprometedor da qualidade do ensino nas escolas isoladas. A
análise desse delegado é de que no caso da diculdade de fornecimento de
material didático para os grupos e para as escolas isoladas, que estas não
fossem prejudicadas, pois o fornecimento de materiais didáticos era um
fator crucial para o desempenho dos alunos dessas instituições: “
A falta de
material para as escolas isoladas tem sido, até certo ponto, uma das diversas
causas do pouco rendimento escolar
.
” (F
ARIA NETTO, 1942, p
. 11).
P
ara o delegado de Itapetininga, F
ernando Rios, porém, o material
didático não era essencial para o ensino, ou condição para que a escola fosse
boa ou ruim; para esse delegado o material didático deveria servir à “[...]
obra da educação, ativa, formadora [...]” e para isso, deveria ser construído
na escola, pelos alunos e pela professora, com o que a abundância de
material poderia até ser prejudicial ao desenvolvimento didático
.
Se para a criação de uma escola isolada em um bairro ou em uma
fazenda era preciso hav
er entre 30 e 40 crianças, a manutenção dessa
escola dependia de uma média de frequência diária de 20 alunos. Era
muito comum que as crianças abandonassem as escolas em decorrência de
mudança de fazenda ou para auxiliarem os pais nas atividades de colheita,
e as escolas acabavam sendo fechadas, seja pela ausência da quantidade
mínima de crianças, seja pela baixa frequência diária.
Angélica P
all Oriani
40 |
No
R
elatório
regional de I
tapetininga, por exemplo, o delegado
F
ernando Rios considera a questão da frequência dos alunos nas escolas
isoladas o “
problema máximo da região
”, o “
tormento das autoridades
escolares
” e explica que do seu ponto de vista a “[...] irregularidade da
frequencia dos alunos é motivada pela incompr
eensão de alguns paes,
pela pobreza de outros, e como consequência disso, o trabalho dos lhos
na roça.
” (RIOS, 1936, p
. 54). P
ara Fernando Rios, era a “ignorância da
população da zona rural” o grande obstáculo para a criação e principalmente
para a manutenção das escolas, já que a utilização das crianças como mão
de obra na roça decorreria da ausência de compr
eensão da importância da
educação, pois não “[...] se compreende ali a necessidade da instrução. N
ão
se quer ali prescindir do trabalho das crianças, que, desde pequeninas, com
serio prejuízo para sua saúde e seu desenv
olvimento físico, são ocupadas
nas lides da roça.
” (RIOS, 1936, p
. 10).
Em articulação com a questão da frequência dos alunos, a avaliação
do rendimento também era um ponto importante no âmbito das críticas
dos delegados de ensino. O ano letiv
o nas escolas isoladas urbanas,
distritais e rurais começava no dia 1º de fevereiro e terminav
a no dia 30
de nov
embro; as férias eram de duas semanas na segunda quinzena de
junho, o que coincidia com as festas juninas, e o mês de nov
embro era
dedicado aos exames nais nas escolas isoladas. A avaliação nal no mês
de nov
embro, porém, dicultava a situação das escolas isoladas rurais, pois
esse era o mês em que, na produção do café, por exemplo, demandav
a
trabalho maior na colheita.
P
or esse motivo, em alguns relatórios havia certa reivindicação dos
delegados em prol da avaliação das condições especícas de cada uma das
regiões do estado a m de organizar o tempo das escolas e, principalmente,
as férias das escolas isoladas rurais de acordo com essas condições. Em
alguns relatórios, a sugestão é mais especíca e, como destacou Celeste
F
ilho (2012), o pedido é pela antecipação dos exames nais para setembro,
considerando que nesse mês os contratos entre colonos e faz
endeiros eram
negociados, anteriormente à colheita em nov
embro. N
o caso de término
de contrato, no mês de outubro os colonos mudavam de fazenda e lev
avam
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 41
seus lhos e, assim, no período de exame, em nov
embro, os alunos já
haviam mudado de escola (CELESTE FILHO, 2012).
T
odas essas condições – precariedade física do pr
édio onde funcionava a
escola, escassez de materiais didáticos e inconstância na quantidade de crianças
frequentando as escolas isoladas – r
esultavam em uma característica importante
de se destacar da escola isolada: a mobilidade. Essa mobilidade, característica
que fazia com que essas escolas sempre estivessem sendo mo
vidas em busca de
alunos e de prédios, lhe conferiu o caráter de “
escola utuante
”.
Do ponto de vista diacrônico, a av
aliação dos delegados, inspetores
e diretores de ensino a r
espeito da mobilidade das escolas isoladas não
foi uníssona. Durante a década de 1920, a importância atribuída a essa
mobilidade foi justicada pela necessidade de atingir as zonas mais distantes
do estado e levar-lhes a escolarização
. A partir das décadas de 1930 e 1940,
entretanto, a mobilidade das escolas isoladas – principalmente as isoladas
rurais – era articulada à incompatibilidade da escola com o meio r
ural e, nesse
sentido, a divulgação de ideias ruralistas e a “
constr
ução social” (SOUZA;
Á
VILA, 2014) de uma ideia de escola primária r
ural capaz de se adaptar ao
meio ofereceram alguns elementos para pensar sobre essa per
cepção.
N
a função de Dir
etor da Geral da Instrução P
ública paulista, a
avaliação de Oscar ompson a r
espeito da mobilidade das escolas isoladas
era de que essa característica permitia que elas pudessem chegar aos locais
em que fossem requisitadas. N
o relatório que apresentou ao Secr
etário
do Interior
, o qual foi publicado no
Annuario do ensino do estado de São
P
aulo
de 1918, a ênfase que esse diretor da instrução pública paulista dá às
escolas isoladas reside justamente no seu caráter mó
vel.
As escolas isoladas, – cellula viva, unidade escolar de maior
importancia em todo o apparelho pedagógico –, irão constituir a
mola principal de todo o movimento em prol da alphabetização
.
Ellas se assignalarão, desde logo, pela sua mobilidade.
P
erderão o seu actual caracter de xidez e serão installadas, de
preferencia, onde houv
er crianças analphabetas; serão permanentes
nos centros urbanos de grande população escolar; pouco
permanentes nos centros districtaes; e inteiramente mo
veis nos
centros ruraes.
Angélica P
all Oriani
42 |
N
ão nos é dado prever o tempo de sua permanência aqui ou alli. Mas
todas as vezes que a sua matricula não attingir a 30 alumnos ou a sua
frequência media mensal fôr inferior a 20 ou mesmo com um e outro
numero houver na escola somente um terço de analphabetos, ao
professor será dado o prazo suciente para alphabetizar esses alumnos
e mudar a escola, dentro de oito dias para outro ponto, indicado
pela Directoria G
eral da Instrucção P
ublica, onde encontrará tudo
preparado para continuar sua missão
.
A escola não terá mais, como até aqui, o caracter permanente,
estável, numa localidade, só supprimivel de accôr
do com o
regulamento vigente por falta de casa para o professor ou falta de
alumnos, motivos esses em geral arranjados pelo próprio professor
quando deseja mudar de residencia.
As escolas isoladas não estão repletas de alumnos por falta
de propaganda intelligente e cuidadosa dos professores e das
autoridades municipaes. (THOMPSON, 1918, p. 28).
Considerando a mobilidade inerente às escolas isoladas, os professor
es
a elas nomeados deveriam estar preparados para a função de “
procurar”
alunos e, por esse motivo, Oscar ompson foi incisivo na pr
oclamação da
função do professor da escola isolada:
O professor da escola isolada não poderá mais car na sala de
aula, como até agora, de braços cruzados, esperando que as
crianças venham á escola ou que seus paes tenham, por acaso,
o conhecimento da sua existencia na localidade. A sua missão é
outra: é ir procurar alumnos, fazer-se conhecido no bairro, manter
relações com paes e convencê-los da necessidade de educar os
lhos; e quando esses meios não forem sucientes, recorr
er então
ás autoridades competentes para o m de tornar compulsória a
matricula das crianças em edade escolar
.
Este systema de procurar e pedir alumnos não é nov
o entre nós. Os
primeiros auxiliares de M
iss Browne
11
e Caetano de Campos
12
não
11
Miss
Márcia Bro
wne foi uma missionária norte-americana que dirigiu a seção masculina da Escola Modelo
anexa à Escola Normal de S
ão P
aulo, entre 1890 e 1894.
12
Antônio Caetano de Campos foi um médico e educador
, cuja atuação teve destaque, especialmente, na
reforma da instrução pública, iniciada em 1890, e à frente da Escola N
ormal de São P
aulo, da qual foi diretor
entre 1889 e 1891.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 43
tiveram outro proceder quando se inaugurou, no inicio da actual
organização escolar
, a primeira escola modelo, hoje denominada
«Caetano de Campos».
De porta em porta, nos arredores da rua do Carmo, pediram
aquelles auxiliares aos chefes de família que mandassem seus lhos
á escola-modelo, e dentro de alguns dias, o numero de candidatos
era superior á lotação da escola.
P
or que, pois, não repetir esse processo?
N
o dia em que fôr elle adoptado, estamos certos, a matricula e a
frequência das nossas escolas melhorarão consideravelmente.
É preciso que o professor se compenetr
e de seus deveres. A
pontualidade, a obediencia ao horário, e o desejo ardente de
melhorar as condições de seus alumnos hão de modicar
, estou
certo, as actuaes condições da escola isolada. (THOMSPON,
1918, p. 30-31).
P
or esse motivo, Oscar ompson destacou o caráter exível
dessas escolas.
As escolas [isoladas] deixarão sòmente de ser cellulas inactivas, do
nosso apparelho escolar
, permanentes, xas num lugar
, mas passarão
a ser cellulas vivas, mov
eis deslocando-se facilmente de um ponto
a outro, em busca de núcleos de população infantil analphabeta.
P
ara isso, todas as vezes que a sua matricula fôr inferior a 30, ou a
sua media mensal fôr inferior a 20 ou tiver menos de um terço de
analphabetos, ellas se fecharão, dentro de certo prazo, no ponto
A, para se installarem succesivamente nos pontos B, C e D, e para
voltarem aos primeiros pontos quando nelles appar
ecerem de nov
o
analphabetos.
Ellas constituirão dest
’arte um systema de escolas rotativas. Serão,
segundo nossos cálculos 200 em 1920; 400 em 1921; e de 600 em
1922. (THOMPSON, 1918, p. 33).
P
ara compreender a visão positiva de Oscar ompson a respeito
da exibilidade e da mobilidade das escolas isoladas é preciso considerar
Angélica P
all Oriani
44 |
especialmente que durante as primeiras décadas do século XX, a população
do estado de São P
aulo aumentava quantitativamente de modo exponencial,
dissipando-se pelo território paulista e ocupando o interior do Estado,
acompanhando as lavouras cafeeiras e os caminhos abertos pela via férrea.
É no âmbito desse cenário que, de fato, a mobilidade das escolas
isoladas e a condição de chegar a lugares mais remotos conferiam
características pertinentes à grande «mola propulsora da alfabetização
paulista» e, desse modo, ressaltar a exibilidade dessas escolas se evidenciou
como aspecto legitimador da função que elas tinham a desenvolver do
ponto de vista de Oscar ompson: alcançar os núcleos analfabetos da
população sem gastos nanceiros onerosos para o go
verno estadual.
T
odavia, essa percepção não destaca a escola isolada como uma
grande conquista republicana, ou como uma escola primorosa, mas
sim, como um instrumento de acesso às populações que preocupavam
o gov
erno por estarem sem escolas e prejudicar
em o desenvolvimento
do progresso da nação brasileira. A escola isolada era, desse ponto de
vista, uma escola de “
objetivos modestos
” (
THOMPSON, 1914) com a
função de levar a escolarização aos núcleos de analfabetos, educando em
pouco tempo aqueles que são “[...] muito cedo apro
veitados pelos pais.
”
(THOMPSON, 1914).
É de outro ponto de vista, porém, que são elaboradas as av
aliações
dos delegados de ensino, durante a década de 1930 e início da década
de 1940. P
ara a grande maioria dos delegados, a mobilidade das escolas
isoladas deveria ser pensada como instabilidade dessas escolas; longe de ser
indicativo de exibilidade, a mobilidade/instabilidade das escolas isoladas
seria o resultado da diculdade de a escola e o professor se adequar
em ao
meio no qual estavam inseridos. Essa é a avaliação do delegado de ensino
de P
residente P
r
udente, Oscar Augusto G
uelli:
O decressimo da população escolar em certos núcleos, motivam
[sic] tambem a instabilidade da escola. N
ão são porem em numero
alarmante, pois a população desta Região torna-se cada vez mais
densa, exigindo não raro a criação de mais de uma escola em
determinados bairros. Ainda um terceiro elemento concorr
e para
a transferência da escola, muito embora seja este em numero tão
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 45
insignicante que nem se devia mencionar: é a incompatibilidade
que resulta da diferença de educação entr
e os professores e sitiantes.
Indispostos com os professor
es por este ou aquele motivo e sem
outro meio para eles se verem livr
es, lançam mao do recurso ao seu
alcance: negar apoio a escola e solicitar a sala de aula para outro
mister
. Assim, sem sala para seu funcionamento, outro remédio
não mais resta senão a transferência da escola.
T
em sido, porem,
insignicante o numero de transferência de escolas nesta R
egião, e
isso devido a densidade da população e ao interesse que os sitiantes
e colono demonstram pelo ensino, quiça, pela instrução de seus
lhos. Em antagonismo com o que sucede em outras regiões onde
já trabalhamos, aqui há forte empenho pelo funcionamento das
escolas e só em casos sporadicos o elemento frequência ou mesmo
sala para aula motivarem a transfer
ência da escola. Agora mesmo,
inúmeras têm sido as reclamações originadas pelo fato de se
acharem fechadas as escolas, aguardando o concurso de ingr
esso,
vagas com a remoção de professor
es. (GUELLI, 1939, p. 21-22).
T
ambém da região de P
residente
P
rudente
,
mas do ano de 1941, o
delegado regional de ensino M
iguel Omar Barreto r
elata:
As causas de transferencias de escolas na nossa zona, têm sido
outras diversas.
É a jardineira que foi suprimida, ou é motivada pela mudança da
única pessôa em condições de fornecer pensão para a professora.
[...]
A falta de estrada de rodagem e a distancia dos centros po
voados, a
falta de tecnicos e operarios, dicultam a construção, com todas as
condições higienico-pedagogica.
Raras são as casas construídas de tijolos, por ser esse material escasso
nesta zona. São feitas de taboas, não possuindo água encanada nem
outros requisitos que se encontram em escolas de zonas v
elhas.
(BARRET
O, 1941, p. 26-27).
A mobilidade das escolas isoladas era, como se observa, condição
decorrente da constante mudança de local, por falta de alunos, por falta de
Angélica P
all Oriani
46 |
condições físicas para a manutenção da escola na casa em que funcionava.
T
odavia, não foram apenas as condições materiais das escolas isoladas e
a ausência de uma quantidade mínima de alunos que contribuíram para
a mobilidade dessas escolas, mas a permanência dos professores que
a elas eram destinados. O pro
vimento de vagas nas escolas isoladas por
professores r
ecém-formados em decorrência dos estágios obrigatórios
nessas instituições e os inúmeros pedidos de licenças, afastamentos e
transferências tornaram as escolas isoladas inconstantes e utuantes, pois
dependiam do pro
vimento de vagas para serem abertas e da permanência
dos professores para continuar
em a funcionar
.
1.2 p
r
ofessores
à
deriv
a
13
A imagem de um náufrago, como bem caracterizou Silv
a, D. (2004),
concretiza de modo pertinente a realidade dos professor
es providos nas
escolas isoladas. Enviados a casebres rústicos situados, em alguns casos,
a vários quilômetros de distância da estrada de ferro e das cidades, os
ingressantes na carr
eira do magistério público primário iniciavam seus
trabalhos pelas escolas isoladas de bairro ou rurais
14
e nelas cumpriam
um período de um ano para então se inscrever
em para o concurso anual,
que ocorria nos meses de nov
embro e de dezembro, e se transferirem para
outras escolas.
Legalmente
15
, para serem pro
vidos em grupos escolares, os professores
deveriam passar pelas escolas isoladas rurais mais distantes do centro urbano,
13
Com esse subtítulo, faço menção à análise de Silva, D. (2004) a r
espeito das escolas isoladas como “ilhas de
saber” e dos professor
es dessas escolas como “
náufragos
”.
14
No período que antecede a publicação da Lei nº 1.579, de 19 de dez
embro de 1917, que classica as escolas
isoladas em urbanas, distritais e rurais, os professores iniciavam no magistério a partir das escolas isoladas de
bairro. A
bordarei a publicação dessa lei e da distinção que ela opera na organização das escolas isoladas no
capítulo três desta tese.
15
Nos incisos I e II do artigo 18 do Decr
eto nº 1.239, de 30 de setembro de 1904, que regulamenta a Lei nº
930, de 13 de agosto de 1904, está indicado que para provimento das escolas e estabelecimentos de ensino
preliminar seriam obedecidas as seguintes exigências: “I. N
enhum professor poderá ser nomeado para eschola
isolada situada em séde de municipio sem ter um anno de eectivo exercício em eschola isolada situada em
bairro ou séde do districto de paz. II. N
enhum professor poderá ser nomeado para grupo escholar de qualquer
localidade ou para eschola isolada do municipio da Capital sem o eectivo exercício de dois anos em eschola
isolada de séde de municipio.
” (SÃO P
AULO, 1904a, p
. 3).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 47
consideradas escolas de “
primeiro estágio
”
16
, para depois serem transferidos
para escolas localizadas nos centros urbanos e, na sequência, para os grupos
escolares.
T
odavia, como arma
T
anuri (1979), era bastante comum o
uso de alianças políticas funcionando paralelamente aos concursos ociais
para a remoção e transferência de pr
ofessores. Com isso, mesmo sem o
cumprimento do período necessário nas escolas isoladas rurais, alguns
professores conseguiam ser transferidos para as escolas isoladas urbanas,
para escolas reunidas e até mesmo para grupos escolares.
De todo modo, o “
posto
” inicial de trabalho dos professores primários
no magistério público paulista deveria ser nas escolas isoladas rurais; as
escolas urbanas se situavam como intermediárias dentro dessa hierarquia
escolar; e os grupos escolares, simbólica e sicamente envolvidos pela ideia
de padrão de escolarização, constituíam-se como o sonho e o mais alto cargo
a ser ocupado pelos professores, símbolo de “
progresso
” na carreira docente
17
.
N
o conjunto documental armazenado no Arquivo P
úblico do
Estado de São P
aulo há uma quantidade signicativa de ofícios
18
por
meio dos quais eram solicitados afastamentos, transferências, permutas,
licenças e exonerações de cargos nas escolas isoladas rurais. Esses ofícios são
vestígios pertinentes para problematizar as condições de permanência dos
professores nas escolas isoladas e, principalmente, a passagem transitória da
grande maioria dos professores por essas escolas.
Essa permanência transitória dos professores nas escolas isoladas rurais
pode ser compreendida em função do isolamento que eles enfrentav
am
após o pro
vimento nessas instituições. N
esse viés, a comparação do
delegado de ensino de P
residente P
r
udente, Miguel Omar B
arreto, é
bastante pertinente. Segundo esse delegado, nas escolas isoladas
16
Com a publicação do Decreto nº 5.084, de 16 de janeiro de 1933, que institui a carr
eira no magistério público,
as escolas isoladas, reunidas e os grupos escolares já haviam sido classicados em quatro estágios, para o que eram
consideradas a distância das escolas até as sedes do município e até a capital e se o professor precisaria ou não
residir no lugar em que a escola estava localizada. O Decr
eto nº 6.197, de 9 de dezembro de 1933 sistematiza esses
aspectos e classica as escolas isoladas, as escolas reunidas e os grupos escolares em cinco estágios.
17
Na
Mensagem
que enviou ao Congresso Legislativo, em 1912, o presidente do estado de S
ão P
aulo, Francisco
de P
aula Rodrigues Alves já delineava que o professor que era destinado à escola isolada de bairr
o só tinha a “[...]
preoccupação de preencher uma certa formalidade regulamentar ou de illudil-a para poder ser collocado, o mais
cedo que puder
, em outra mais graduada.
” (AL
VES, 1912, p. 545-546).
18
No Ar
quivo Público do Estado de S
ão P
aulo, localizei uma quantidade signicativa de ofícios no conjunto
documental reunido sob a denominação “Ofícios de M
unicípios P
aulistas (Ofícios Diversos)”.
Angélica P
all Oriani
48 |
N
ão encontra a professora o conforto semelhante ao de sua casa, e,
isolada, do meio civilisado e do convivio de seus parentes sentem a
nostalgia do quasi “
exílio
”.
Daí vêm as queixas que não podemos atender
, porque quem
escolhe cadeira no sertão precisa ter tempera forte e completo
despreendimento
. (BARRETO, 1941, p
. 42, grifo do autor).
À deriva e isolados, os professor
es cumpriam o «período de desterro»
enfrentando as adversidades com «despr
endimento» e «têmpera forte» nas
escolas que «utuavam» em busca de alunos.
Essa imagem do isolamento foi pertinentemente retratada em
um conjunto de fotograas que constam no
Relatório da delegacia
regional
de Itapetininga, do ano de 1936; nelas penso estar concretizada
imageticamente essa representação da solidão
19
, nas guras da professora e
da escola, ambas isoladas. Apesar de não ter condições de armar que era
intenção do fotógrafo capturar essa essência do isolamento, considero as
fotograas bastante representativ
as para a problematização dessa imagem
do isolamento.
F
igura 7
– P
rofessora em frente à escola isolada rural dos Costas, em
Buri, r
egião de Itapetininga
F
onte:
Relatório da Delegacia Regional de ensino de I
tapetininga
(1936).
19
Das 42 fotograas de escolas isoladas rurais e urbanas que constam no
Relatório da delegacia regional
de
Itapetininga de 1936, 27 apr
esentam a professora e as crianças em frente à escola, 11 apresentam apenas a
professora em frente à escola, e 1 apresenta apenas a escola.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 49
F
igura 8
– P
rofessora em frente à Escola do Bairr
o Bombom, em
Angatuba, região de I
tapetininga
F
onte:
Relatório da Delegacia Regional de I
tapetininga
(1936).
F
igura 9
– P
rofessora em frente à Escola I
solada Rural da F
azenda
Duchen, em I
tapetininga
F
onte:
Relatório da Delegacia Regional de I
tapetininga
(1936).
Isoladas juntamente com suas escolas, as pr
ofessoras esporadicamente
recebiam visitas de inspetores de ensino, “[...] ‘
embarcações
’ carregadas de
prescrições [...]”, como caracterizou S
ilva, D. (2004, p. 48, grifo da autora).
A partir dessas visitas dos inspetores, os delegados e diretor
es de ensino
avaliavam a atuação dos professor
es das escolas isoladas e, desejosos pela
Angélica P
all Oriani
50 |
modicação das práticas nessas escolas “
marcadas por ausências
” (SIL
V
A,
D., 2004), eram incisivos em questões que perpassavam a formação
dos professores na Escola N
ormal e as diculdades da adaptação desses
professores ao meio rural.
N
o trato da questão prossional dos professor
es das escolas
isoladas, o tom dos delegados de ensino, em muitos momentos, é o de
responsabilização do professor pelas falhas no r
endimento dos alunos.
E, nesse sentido, há uma série de passagens nos
Annuarios do ensino do
estado de São P
aulo
e principalmente nos
Relatórios das delegacias r
egionais
que buscam evidenciar a atuação presente e participativa dos inspetor
es
de ensino no sentido de fornecer orientações e prescrições aos professor
es
das escolas isoladas e dos grupos escolares em reuniões pedagógicas com
periodicidade mensal.
A tentativa era a de legitimar a ideia de que, apesar do empenho
dos administradores da educação em fornecer um suporte pedagógico,
havia uma série de fatores, os quais eram responsabilidade dos pr
ofessores,
e que independiam da atuação dos inspetores e delegados de ensino
. Era a
formação prossional inadequada, a falta de adaptação ao ambiente rural
e, muitas vezes, a ausência de “
vocação para o magistério
” que faziam com
que os professores das escolas isoladas não tiv
essem um bom rendimento e
não permanecessem por muito tempo nessas escolas.
Os discursos dos delegados deram mais ênfase a problemas aos
quais poderiam ser atribuídos responsáveis do que a soluções para esses
problemas. Ao invés de considerar as deciências das escolas isoladas e
buscar alternativas para sanar os problemas materiais e físicos dessas
instituições, os delegados e inspetores de ensino acabaram por encontrar
responsáveis a quem atribuir a culpa de insucesso: era o pr
ofessor que não
tinha tido formação prossional capaz de unir teoria e prática
20
e que não
20
A esse respeito, no
Relatório da delegacia r
egional
de Itapetininga, o delegado F
ernando Rios avalia: “Os professores,
salvo honrosas exceções sáem das escolas normaes sem o mínimo de técnica necessária para o ex
ercício da sua
prossão. Quando alguns desses pr
ofessores recém formados assumem a regência de uma escola isolada, é um
desastre, porque tudo lhes é desconhecido
. Surgem-lhes pela frente, de chofr
e, problemas com que nunca pensaram
e para os quaes, parece, nunca lhes chamaram a atenção. Certo que praticaram nas classes de C
ursos primários,
anexos ás Escolas N
ormaes. Mas tudo aí está tão longe da realidade, que o professor dá impressão daquele que,
ignorante dos segredos da natação, lançado ao mar
, luta desesperadamente com as ondas, sem perceber que os
movimentos que faz, em lugar de o salvar
em, o arrastam para o fundo
”. (RIOS, 1936, p. 26).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 51
tinha “
vocação
” para a prossão, era a família do roceiro que não valorizava
a educação e tirava a criança da escola, era a criança cuja maturidade
não havia se desenvolvido porque tinha que ajudar a família na roça,
enfrentando sol e calor
.
A avaliação do delegado regional de P
iracicaba a respeito do r
endimento
dos professores nas escolas isoladas rurais é um exemplo desse tom de
culpabilização dos professores.
Ainda há um último fator do rendimento escolar
21
: o trabalho do
professor
. M
uitos são os males dele oriundos e que prejudicam a
produção da escola. Entre eles destacamos: a falta de v
ocação, a
instabilidade, a neurastenía ou distúrbios nervosos, os afastamentos,
a acumulação de obrigações, a não residencia no núcleo da escola
e a incompetência.
Hoje, o Estado N
ovo preocupa-se muito com a realização do sábio
conceito: “e right man in the right place.
” Cada um no seu logar
.
[...]
P
rofessoras que prejudicam o Estado e matam nos seus alunos o
amor pelo estudo, substituindo esses sentimentos pela aversão ao
livro e á escola, seriam hoje boas e prósperas modistas, quituteiras,
parteiras, enfermeiras, etc. Mas, a preocupação de toda moça é
formar-se de pressa, sem grandes gastos e começar a ganhar
, para
ajudar a família. A Escola N
ormal é o meio e o magistério público a
meta. Os vencimentos da professora são muito sedutor
es para uma
moça solteira, oriunda de classe modesta. N
esse cargo trabalha-se
na sombra, e apenas 4 horas por dia. (LARA, 1942, p. 21-22).
N
esse sentido, o isolamento geográco, simbólico e cultural,
conforme é possível entender a partir das ideias divulgadas pelos inspetores
e delegados de ensino, gerava as circunstâncias que colaboravam para a
transitoriedade da passagem dos professores pelas escolas isoladas. A esse
respeito, Antonio F
erreira de Almeida J
únior
, na condição de Dir
etor Geral
da Instrução P
ública, arma no
Anuário do ensino do estado de S
ão P
aulo
21
De acordo com a análise do delegado J
oão
T
eixeira de Lara, a escola, o aluno e o professor eram os fatores
responsáveis pelo rendimento escolar
.
Angélica P
all Oriani
52 |
referente aos anos de 1935 e 1936
22
que as diculdades das escolas rurais
deveriam ser entendidas a partir da ideia de que nem a escola convinha
à professora nem a professora convinha à escola (ANNU
ARIO DO
ENSINO..., 1935-1936):
A ESCOLA NÃO CONVEM Á PR
OFESSORA
Salvo algumas dezenas de casos feliz
es, a escola rural está mal
installada e a professora vive nella em situação de dependencia.
Dão-lhe uma tulha velha ou uma sala pequena e anti-hygienica,
para as suas aulas. Arranjam-lhe pensão em casa de um sitiante
que desconhece as condições mais elementares de um conforto.
Sujeitam-na, certas vezes, a v
exames e humilhações. Ultimamente,
ainda uma circunstancia veio aggravar a situação
. O decreto n.º
6.947
23
, feito com a melhor das intenções, está dando, a meu
ver
, as peores consequências. P
ermite ele que para ser nomeada,
peça a candidata ao fazendeiro, uma “
pro
va de estabilidade
”. Em
outros termos, quem escolhe a professora para o bairro, é menos
a administração escolar que o fazendeiro ou sitiante. O que isso
trouxe na ex
ecução da lei é indiscriptivel. Certos sitiantes, ao se
verem assediados pelas professoras á cata
da “
prova de estabilidade
”,
se collocam na situação de patrões, de senhores feudaes, e xam as
suas exigencias. Alguns lavram contractos, por escriptura publica.
Houve um que impoz, como condição, que a jo
vem professora
cozinhasse para elle e sua familia.
A PR
OFESSORA NÃO CONVEM Á ESCOLA
A professora que despachamos para a zona rural, não é na quase
totalidade dos casos, a que convem a essa zona. Seria talv
ez
excellente para a cidade onde cresceu e se educou.
V
ae para a roça
22
Nessa edição
do
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
há uma parte referente ao ensino rural, em que
está apresentada uma entrevista de Almeida J
únior ao
Diário Nacional
, a qual havia sido reunida e publicada
em um dos Boletins da Diretoria da I
nstrução Pública; há, também, discussões a respeito da quantidade de
escolas rurais necessárias, da formação de professores para as escolas rurais, dos programas de ensino dessas
escolas, das propostas de escola rural como escola comum ou como escola diferenciada e dos itens que Almeida
J
únior considerava como os “
setes pecados capitais das escolas rurais
”. Além dos problemas enfrentados e das
diculdades especícas dessas escolas, ao nal dessa parte há um espaço de divulgação de iniciativas consideradas
modelares, as quais já haviam sido publicadas em jornais e em Boletins da Instrução P
ública, como são os casos
do Grupo Escolar do Butantan, o G
rupo Escolar de Batataes, o G
rupo Escolar da Faz
enda Dumont, a Escola
Rural do Sítio S
audade, uma Granja Escolar em Campos do J
ordão, o G
rupo Escolar de Dois Córregos, Clube
Agrícola do Grupo Escolar de Appar
ecida.
23
T
rata-se do Decreto nº. 6.947, de 6 de fevereir
o de 1935, o qual consolida disposições e introduz modicações
na carreira do magistério primário.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 53
coagida pela necessidade. Algumas se transformam em verdadeiras
heroínas, pois luctando, embora com as maiores diculdades,
realizam sua missão educativa. De uma dellas me contav
a, ha
poucos dias, o dr
. Salles Gomes, o commo
vente sacrifício para ir
quotidianamente dar aula.
Mas a maioria se sente desambientada e não pensa senão em voltar
immediatamente para a cidade. Diversas estagiarias, nomeadas há
poucas semanas professoras da zona rural, já me estão escrevendo, a
pedir remoção ou comissionamento para a Capital. (ANNUARIO
DO ENSINO..., 1935-1936, p. 182-183).
Em consonância com o isolamento, as condições de moradia dos
professores se constituíam em outr
o aspecto recorrentemente considerado
como crucial para a não permanência dos professores nessas escolas.
A falta de comodidade, de pensão para a professora, “[...] geralmente
mocinha solteira e inexperiente, habituada a viver com a familia, da qual
se afasta pela primeira vez.
”, como destacou Sylvio da Costa N
eves (1937,
p. 35), delegado r
egional de Lins, ou a inadaptação do professor ao meio
rural pela “[...] absoluta falta de conforto material e espiritual.
”, como
considerou Ottoni P
ompeu P
iza (1937, p. 37), delegado regional de
Araraquara, constituíam os aspectos centrais na avaliação dos inspetores e
delegados de ensino acerca das diculdades que os professor
es enfrentavam
nas escolas isoladas e que os levavam às licenças, aos afastamentos e às
permutas.
O relato de Oscar A
ugusto Guelli, delegado r
egional de P
residente
P
rudente, no
Relatório da delegacia r
egional de ensino
é bastante exemplicador
dessa avaliação das diculdades materiais para a permanência do professor
,
as quais, muitas vezes, não se refer
em aos aspectos pedagógicos de fato.
U
ma das grandes diculdades de adaptação do professor ao meio
é a falta de comodidade que geralmente existe no meio rural.
Acostumados no aconchego do lar
, onde nada lhes falta, habituados
aos anos de estudo em que tudo lhes era servido a hora e a tempo,
ao cair no meio rural sentem os nossos professores a grande
mudança que se opera em seu modo de viver
. As diculdades que
surgem desde logo em encontrar residência e pensão condigna
Angélica P
all Oriani
54 |
para o professor
, dicultam de algum modo a sua adaptação ao
meio. E isto porque comumente não se inter
esse o fazendeiro
pela estabilidade do professor e assim não lhe facilita pensão em
sua residência, onde teria melhor acomodação, mas encaminha-o
para a casa do administrador
, do scal, quando não para a casa de
qualquer colono. E daí, em vista da grande difer
ença de educação
entre o professor e a familia do colono, surgem logo as desavenças
dando como consequencia o abandono da escola em prejuízo do
ensino. [...] As medidas que temos posto em pratica ultimamente,
para a creação das escolas, exigindo como condição principal que o
fazendeiro se comprometa a aceitar em sua r
esidência a professora
legalmente nomeada, tem acautelado melhor os interesses do
ensino favorecendo a permanência dos professor
es no meio rural.
(GUELLI, 1939, p. 52-53).
Com as transferências dos professor
es das escolas isoladas, muitas
delas cavam vagas por algum tempo
. N
esse caso, o gov
erno tinha
autonomia de indicar professores para as escolas isoladas que
tivessem cado
vagas durante o ano letivo e antes da época estabelecida para concurso
(nov
embro e dezembro). Do ponto de vista legal, para pr
over
em vagas
nas escolas isoladas, os professores dev
eriam ter se formado em escolas
normais
24
; todavia, a indicação de professores leigos em escolas v
agas era
prática frequente, especialmente considerando a ausência de professor
es
para assumirem algumas escolas mais afastadas dos centros urbanos.
Em um dos ofícios que localizei no Arquiv
o P
úblico do Estado de
São P
aulo o qual foi enviado ao Diretor da I
nstrução P
ública no dia 8 de
maio de 1924, o delegado regional de ensino de G
uaratinguetá, Armando
de Araújo, indica que, em decorrência do afastamento da pr
ofessora efetiva
da escola isolada rural da F
azenda Sapucaia, em Pindamonhangaba, uma
professora leiga havia assumido a escola:
24
P
oderiam se inscrever também aqueles que haviam se formado em escolas complementares e que tivessem
cursado a disciplina de prática de ensino.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 55
4ª. Delegacia Regional de Ensino
A professora d. Esaumar F
onseca pediu licença, a contar de 12 do
corrente, e até essa occasião residiu na F
azenda onde lhe forneciam
pensão e sala para aulas, como continuarão a fazel-o.
A escola actualmente está sob direcção da substituta leiga D.
Armita F
reitas, irmã
25
do administrador da fazenda Sapucaia. A
matricula é de 30 alumnos analphabetos, podendo ser augmentada
uma vez que a professora se esforce. Ha muita falta de material
indispensavel, não tendo sido satisfeitos os pedidos da professora.
Guaratinguetá, 31-5-1924
Armando de Araujo (SECRET
ARIA D’EST
ADO DOS
NEGÓCIOS DO INTERIOR..., 1924).
Apesar de a indicação legal delimitar que a nomeação sem r
espaldo
de concursos seria exclusiva para os pr
ofessores das escolas isoladas rurais,
não somente para essa modalidade de escolas os professores poderiam ser
nomeados livremente. Localizei div
ersos ofícios destinados à Secretaria do
Interior e à D
iretoria Geral da I
nstrução Pública que permitem constatar
a prática administrativa de indicação e substituição de professor
es não
somente nas escolas isoladas rurais, mas, também, nas escolas isoladas
distritais, urbanas e nas escolas reunidas.
Em um dos ofícios que localizei, de 8 de dezembro de 1924, a
diretora substituta da Escola R
eunida Capuava notica o Secretário do
Interior de que na ausência de uma professora que havia r
equerido licença
médica, uma professora leiga a substituiria. A diretora da escola r
eunida
enfatiza, nesse ofício, que a professora leiga apresenta “[...] aptidões para o
desempenho do cargo.
” (OFÍCIO..., 1924).
Ocialmente, a regulamentação a r
espeito do provimento das vagas
se manteve rígida até a Lei nº 1.759, de 19 de dezembro de 1917, quando
foi denido que o gov
erno poderia nomear livremente os professores
25
A indicação de professoras que eram familiares do administrador da fazenda ou conhecidas das elites locais
onde a escola se inseria era prática bastante recorrente no interior paulista, com o que é possível pr
oblematizar
as relações de reciprocidade que se faziam pr
esentes nas práticas de nomeação de professores. A esse respeito, as
análises de Demartini (1989) contribuem para a discussão a respeito das interferências políticas, tanto para a
criação quanto para o provimento das escolas com professor
es “
apadrinhados
”.
Angélica P
all Oriani
56 |
para reger as escolas rurais, sendo critério para a nomeação o professor
ser normalista secundário ou primário
26
. As escolas distritais e as urbanas
deveriam ter pro
vimento de vagas mediante concurso e apenas no caso
das distritais o professor poderia ser somente normalista primário, pois
na escola isolada urbana o professor deveria ter formação de normalista
secundário.
A permissão para professores leigos assumir
em as escolas que
tivessem permanecido vagas foi autorizada legalmente somente a partir da
publicação da Lei nº 2.269, de 31 de dezembro de 1927, promulgada por
Amadeu M
endes, Diretor da I
nstrução Pública de S
ão P
aulo
27
.
De acordo com a análise
de
T
anuri (1979), essa reforma adquiriu
um caráter de medida de emergência como incentivo à criação de escolas
normais no interior do estado, tendo sido uma das grandes medidas da
Reforma a equiparação das Escolas N
ormais Livres, criadas por iniciativas
municipais ou particulares, às Escolas N
ormais Ociais, com exceção da
Escola N
ormal da Capital.
Ao tomar a Reforma de 1927 como mar
co importante para
compreender a expansão das escolas normais livres no oeste paulista, I
noue
(2014) analisa que em decorrência da maior diculdade em encontrar
professores dispostos a se deslocar
em para regiões isoladas ou de difícil
comunicação, como zonas rurais, essa reforma promo
veu a formação de
nov
os quadros de professores em r
egiões mais novas do estado e afastadas
da capital na medida em que os jov
ens poderiam estudar na própria região
e assim suprir as demandas locais da escolarização primária.
N
essas regiões afastadas, a instalação de escolas normais livres,
sobretudo resultantes de iniciativ
as confessionais católicas, gerou melhorias
signicativas para as cidades, criou uma maior demanda de professor
es para
as escolas isoladas urbanas e rurais da própria localidade e impulsionou
a prossionalização de jo
vens de baixa renda, para o que contribuíram,
26
Com a transformação das escolas complementares em Escolas N
ormais Primárias, em 1911, instaurou-
se certa dualidade na formação de professores; aqueles que se formavam nas Escolas N
ormais Primárias
eram normalistas primários e aqueles que se formavam nas Escolas N
ormais Secundárias eram normalistas
secundários (T
ANURI, 2000).
27
Amadeu Mendes ocupou o cargo de D
iretor da Instrução P
ública de São P
aulo entre 1927 e 1930.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 57
especialmente, as escolas normais católicas que funcionavam em regime de
internato (INOUE, 2014, 2015).
Segundo I
noue (2014, p. 9) as medidas adotadas pela R
eforma
de 1927 precisam ser compreendidas a partir da “[...] continuidade de
um movimento contra o analfabetismo iniciado nos primeir
os anos da
República, não apenas em S
ão P
aulo, mas em todo o país.
”. P
or esse motivo,
as políticas de expansão da escolarização primária a partir das escolas
isoladas urbanas, distritais e rurais e das escolas normais para o interior
do estado de São P
aulo podem ser compreendidas como decorrentes do
mesmo projeto republicano de alcançar a população do estado que estav
a
marginalizada da escolarização.
Se as r
eformas da instrução pública paulista e seus reformadores
buscavam acabar com o analfabetismo nas regiões mais afastadas,
tanto as
demandas por escolarização primária deveriam ser atendidas – por meio da
criação e do pro
vimento de escolas isoladas, quando não houvesse grupo
escolar – quanto as demandas por prossionais habilitados para o exer
cício
do magistério que suprissem as escolas isoladas de suas localidades. E é
nesse sentido que Inoue (2014, 2015) busca articular as medidas da
Reforma de 1927 às deciências no quadro de pr
ofessores formados pelas
escolas do interior do estado em consonância com o movimento em pr
ol
da alfabetização das crianças, iniciado na década de 1920.
Os aspectos que apresentei anteriormente, tanto os r
elativos à criação
e à manutenção das escolas isoladas quanto os relativos à permanência dos
professores nessas escolas, permitem visualizar as diculdades enfr
entadas
no âmbito das escolas isoladas, principalmente as rurais.
N
ão se tratava apenas da criação de escolas em locais estratégicos,
de modo a alcançar as crianças espalhadas pelo interior do estado de São
P
aulo. O caminho entre a criação das escolas, o pro
vimento de docentes
e o funcionamento das escolas isoladas foi marcado pelo enfrentamento
de situações políticas, pedagógicas e administrativas. A pro
visoriedade
e a transitoriedade em algumas localidades certamente acabaram por se
congurar como as características mais aparentes das escolas isoladas.
Angélica P
all Oriani
58 |
Como escolas móv
eis que utuavam buscando alunos, com
professores isolados e à deriv
a, a imagem das escolas isoladas, do ponto de
vista da voz autorizada dos inspetores e delegados de ensino, foi mar
cada
pela noção de que era um elemento pro
visório – cuja existência terminaria
assim que um grupo escolar fosse instalado na região – mas que acabou
se tornando permanente. A representação dos inspetor
es e delegados de
ensino a respeito das escolas isoladas permite considerar que essa instituição
no estado de São P
aulo foi uma provisoriedade permanente, a qual se
constituiu de modo permanentemente pro
visório
28
.
1.3 u
ma
imagem
eternizada
Além dos
Annuários do ensino do estado de S
ão P
aulo
e dos
Relatórios
das delegacias regionais
, outr
o veículo divulgador e legitimador de ideias
a respeito das escolas primárias, dentre elas a isolada, foi o periódico
publicado sob a responsabilidade da D
iretoria Geral da Instrução P
ública.
Esse periódico teve diferentes títulos durante o seu ciclo de vida
29
: foi
28
No
Relatório da delegacia regional de ensino
de 1937 da região de Rio Claro, o delegado
V
aldomiro Guerra
Corrêa avalia: “Em r
elatórios anteriores, mostramos que os resultados alcançados pelas escolas do estado,
decrescem na seguinte proporção: 1º. G
rupos escolares; 2º., isoladas urbanas; 3º. isoladas ruraes de bairros e
estações; 4º e ultimo logar
, isoladas r
uraes de propriedades agrícolas. São estas, as escolas mais caras ao Estado
e as de menor aproveitamento
. P
arece-nos que a melhor maneira de se eliminar taes inconvenientes, estaria na
transferencia dessas unidades, de um para outro núcleo, sempre que a D
elegacia encontrasse neste ultimo, mais
prováv
eis condições de estabilidade, garantidas pela densidade da população escolar e pela boa vontade dos
interessados. Seriam também essas escolas r
eduzidas ai estrictamente necessário, só existindo onde pudessem
funccionar regular e satisfatoriamente.
” (CORRÊA, 1937, [s.p]).
29
A partir de 1927, a
Revista de Educação
passa a ser publicada em decorrência da fusão da
Revista da Sociedade
de Educação
(1923-1924) com a
Revista Escolar
(1925-1927), periódicos publicados, r
espectivamente, sob a
responsabilidade da Sociedade de Educação de S
ão P
aulo e da Diretoria Geral da Instrução P
ública P
aulista
.
Segundo N
ery (2009, p. 58), a
Revista da Sociedade de Educação,
como fruto de iniciativa particular
, cumpria
o papel de ser “[...] veículo de divulgação da entidade. Servia como meio de marcar a posição da Sociedade
de Educação no cenário educacional da época, pois divulgava suas ideias e feitos e ainda para fazer circular os
saberes e práticas julgados necessários para a solução dos problemas educacionais do P
aís.
”. O ciclo de vida
desse periódico foi nalizado em 1924 juntamente com o término da primeira etapa de vida da Sociedade de
Educação. J
á a
Revista Escolar
, publicada sob a iniciativ
a do governo do estado de São P
aulo – que já estava
desde 1918, com o término da publicação da
Revista de ensino,
sem a publicação de um periódico de iniciativ
a
ocial – tinha como principal nalidade orientar a prática pedagógica dos professores, contribuindo, tanto
para o docente que iniciava a sua carreira no magistério, quanto para o docente que buscava orientações mais
doutrinárias e não “lições
” para aplicar em suas aulas. Ao analisar esses periódicos como frutos de disputas em
torno de ideias e tomadas de posição, especialmente entre os membros da Sociedade de E
ducação e da Diretoria
Geral da Instrução P
ública P
aulista, Nery (2009) ressalta dentre v
ários aspectos o caráter mais losóco
da
Revista da Sociedade de Educação
em relação ao caráter mais prático-didático da
Revista E
scolar
. Maiores
informações a respeito desses periódicos, consultar
, especialmente Nery (2009).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 59
publicado com o título
Revista E
scolar
, entre 1925 e 1927;
entre 1927 e
1930, saiu a lume como
Revista Educação
; entr
e 1930 e 1931, durante
a gestão de Lourenço F
ilho na Diretoria Geral da I
nstrução P
ública, o
periódico passou a ser intitulado
Revista E
scola N
ova
e, entr
e 1932 e 1961,
passou a ser intitulado
Revista de
Educação
.
N
esse periódico estavam concretizadas as discussões a r
espeito de
alguns dos problemas enfrentados nas escolas primárias paulistas, e algumas
das questões discutidas nos relatórios dos delegados regionais a r
espeito das
escolas isoladas ganham, segundo Silva, D. (2004), “
eco
” e “
corpo
” nos
artigos publicados nesse periódico, pois muitos dos delegados regionais
eram os autores dos artigos. Além disso, nas diversas seções que compõem
o periódico, é possível observar a divulgação de determinadas ideias e,
principalmente, a tentativa de legitimação de determinadas concepções a
respeito da educação
.
P
or esse motivo, considero que os relatórios anuais e outr
os impressos
produzidos sob a responsabilidade da D
iretoria Geral da I
nstrução Pública
cumprem conjuntamente o propósito de divulgar e legitimar ideias e
propostas pedagógicas, bem como de fornecer certa visibilidade a respeito
das práticas consideradas ideais, concretizar debates sobre as diculdades
encontradas pelos professores no espaço escolar
, tematizar aspectos relativos
à educação sob o viés de determinados modelos pedagógicos e contribuir
para a formação do professorado paulista.
N
esse sentido, as vozes dos delegados e dir
etores de ensino para a
produção de uma repr
esentação da escola isolada e na produção de uma
imagem sobre essas escolas ganha força e se “
eterniza
”
30
por meio desses
diversos veículos de divulgação
.
A análise desenvolvida por Silv
a, D. (2004) a respeito da
Revista de
Educação
é pertinente e contribui para o debate que proponho a respeito
das escolas isoladas. Silva, D. (2004) analisa a questão da educação rural
na
Revista de Educação
e constata que as pr
oblematizações a respeito da
escolarização no ambiente rural e das raízes do atraso dessas regiões foram
30
A esse respeito, se torna pertinente questionar as relações que se estabeleceram entre os
R
elatórios das delegacias
regionais de ensino
com o conjunto de documentos que alimentavam a prática de pr
odução de outros documentos
pela Diretoria Geral da I
nstrução Pública, como Boletins e os
A
nnuários do ensino
.
Angélica P
all Oriani
60 |
perenes em diversos númer
os do periódico, em consonância não apenas
com o que as práticas pedagógicas paulistas forneciam para o debate, mas,
também, com as discussões elaboradas em plano nacional.
F
oi recorrente o debate acerca da necessidade de desenvolver um
ensino adaptado às regiões rurais, o qual deveria desenvolv
er nos alunos
o amor pela terra e o apreço pelas atividades cotidianas do espaço rural
para, com isso, xar esses indivíduos no campo. E
m diversos artigos eram
abordadas questões sobr
e a formação de professores para os espaços rurais,
bem como eram destacadas as necessidades de serem constituídos programas
pedagógicos especícos para as escolas rurais, com o que Silva, D. (2004)
constatou as diversas propostas difer
entes visando ao enfrentamento do
problema da escola rural. A autora destaca, nesse sentido, a forma a partir
da qual as disputas em torno das políticas delineadas por projetos difer
entes
defendidos por diversos atores env
olvidos no debate foram concretizadas
no espaço do periódico e serviram para constituir um conjunto de saberes
a respeito do tema.
Além dos artigos e diversos inquéritos
31
, foi publicado nesse
periódico o conteúdo teórico de um modelo pedagógico para a formação
de professores. E
ram divulgadas também circulares administrativas
da Dir
etoria Geral da Instrução P
ública, como decretos, exonerações,
transferências e permutas de professor
es, nomeações de professores leigos
para escolas.
O ponto que destaco, todavia, é a interrelação estabelecida entre os
diferentes tipos de dispositivos de divulgação de práticas de inspeção e de
avaliação e a veiculação e legitimação de uma ideia a r
espeito das escolas
isoladas, as quais estavam sintetizadas sob a denominação da escola rural.
Essas questões em grande parte se constituíam como a recorrente denúncia
da necessidade de modicar as práticas pedagógicas nas escolas rurais e
a proposição de formas mais coerentes e “
modernas
” de se encarar esse
problema crucial ao desenvolvimento da escolarização primária paulista.
31
Destaco a esse respeito, o Inquérito feito por J
oão T
oledo, inspetor geral de ensino em 1930, e publicado
nos números 1 e 2 do volume XII da
Revista Educação
sob o título “P
reparação e xação do professor rural”
.
O
inquérito se refere ao seguinte questionamento geral: “Como preparar o pr
ofessor rural e xá-lo ao meio em que
deve actuar?” (TOLEDO, 1930, p
. 15).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 61
P
enso, portanto, que as questões discutidas e abordadas nos relatórios
e nos anuários ganhavam certa proporção e perspectiva no periódico da
Dir
etoria Geral da Instrução P
ública, o qual contribuiu para, de certo
modo, eternizar uma imagem das escolas isoladas. A representação das
escolas isoladas conforme divulgada nos documentos ociais da Dir
etoria
Geral da Instrução P
ública decorreu de processos de inspeção, de avaliação
e de classicação das práticas e das condições físicas e materiais das escolas
isoladas e, por isso, preponderou o tom da pr
ecariedade dessas escolas.
Como escolas nas quais as práticas se constituíam como o avesso daquilo
que os inspetores e delegados de ensino consideravam ideal, o tom do r
elato
e das “
percepções
” a respeito dessas práticas evidenciou a negatividade para
com esse tipo de escola.
O processo classicatório concretizado nesses documentos
elaborados ocialmente deu impulso à produção de um sentido às escolas
isoladas, o qual estava associado ao “
vir a ser”, isso porque no pr
ocesso de
produção do sentido das escolas isoladas cou evidente que as condições
dessas escolas indicavam sua pro
visoriedade.
P
ude constatar
, a partir das representações dos delegados e dir
etores
de ensino, que as escolas isoladas eram elementos pro
visórios que deveriam
ser substituídos, assim que fosse possível, por grupos escolares, porque estes
modelos carregavam aquilo que havia de melhor em termos de escolarização
.
As escolas isoladas concretizariam nessa repr
esentação os ranços de um
passado imperial caracterizado pelas escolas de primeiras letras, isto é,
“[...] o estágio precário, embrionário e vergonhoso da instrução pública
”,
conforme arma Souza (2009, p
. 31); suas condições de existência eram,
portanto, decientes e incapazes de oferecer um ensino moderno e, por
esse motivo, elas deveriam ser pouco a pouco substituídas.
Ao analisar o processo de tratamento das escolas isoladas, citando
F
rancisco A
zzi no Inquérito de 1914, para o qual as escolas isoladas eram
“[...] um mal necessário porque a elas está cometida a tarefa de combater
o analfabetismo nas localidades onde o grupo escolar não pode ainda
existir
.
”, Antunha (1976, p
. 56) arma:
Angélica P
all Oriani
62 |
T
em-se, assim, a impressão de que a instituição dessas escolas
não era considerada como denitiva, que bastaria instalá-las
provisoriamente, até ser
em substituídas por grupos escolares, o que
– com o progresso geral, social e econômico – fatalmente deveria
ocorrer
. Dessa forma, não eram tomadas medidas visando à sua
melhoria efetiva nem se criavam condições para seu adequado
funcionamento. Aqui par
ece reetir-se um dos traços do caráter
nacional brasileiro, que nos leva a implantar o pro
visório, porque
não se pode realizar o denitivo
. De outra parte, embora o
provisório se perpetue, não é melhorado, pois não compensa per
der
tempo e gastar energias com o provisório; é pr
eferível aguardar
em-
se as condições para se realizar o denitivo
. Assim, nesse círculo
vicioso, acaba-se não se fazendo nem uma coisa nem outra. N
o caso
das escolas isoladas [...], parece, na opinião de muitos educadores,
que a solução denitiva para seus problemas seria a sua própria
extinção, e a criação em seu lugar de um grupo escolar
.
Reitero a armação de Antunha (1976) e complemento que, apesar
de terem sido pensadas sempre como elementos pr
ovisórios, como um
“
vir a ser”, as escolas isoladas foram permanentes na história da educação
paulista e é justamente essa existência permanentemente pro
visória um
elemento importante para a problematização.
As críticas que as escolas isoladas receberam na longa duração foram
perenes nos seus aspectos gerais: localização, condições precárias, isolamento
da escola e da professora, inconstância de professor
es, diculdades em
manter a frequência dos alunos. M
as, se a realidade das escolas isoladas
era tão precária, quais foram os motivos para mantê-las? P
or que as escolas
isoladas existiram permanentemente na pro
visoriedade e, principalmente,
por que as escolas isoladas foram pro
visórias permanentemente?
| 63
C
apítul
o
2
A
1
N
as cidades, ao lado dos grupos ou dos grandes estabelecimentos
particulares, a escola isolada se apouca, se humilha, se desgura e
se afeia, pela grandeza e luxo de tudo que a cerca; no campo ou
ao lado das fabricas, ella encontra o seu dominio próprio, attrahe
a gente em idade escolar e se constitue a cellula viva de um bom
apparelho escolar
.
É da sua primordial missão levar o primeir
o facho de luz ás
populações sertanejas; e o professor constitue o pioneiro das
primeiras explorações em prol do alphabeto.
É a escola isolada que vae preparar o terr
eno para futurosas colheitas.
Sobre este ponto de vista, ella se sobr
epuja, em benecios, o grupo
escolar
, pois é da zona rural que corre, como das pequenas fontes
para os rios, os elementos da vida para as cidades e as reservas de
gente sadia e forte para a sociedade.
Eis porque a alphabetização da zona rural do Estado deve mer
ecer
os mais desvelados cuidados dos poderes publicos. (THOMPSON,
1918, p. 24).
N
as políticas públicas do estado de São P
aulo, tanto os grupos
escolares quanto as escolas isoladas foram utilizados como meios de
expansão da escolarização primária. É fato, portanto, que esses dois tipos
Algumas das discussões deste capítulo saíram publicadas no artigo intitulado “Entre limites geográcos e
pedagógicos: organização do trabalho escolar nas escolas isoladas e nos grupos escolares (São P
aulo, 1892-
1950)” (ORIANI, 2018a).
Angélica P
all Oriani
64 |
de escola assumiram papel importante e estratégico na difusão do ensino
primário na capital e no interior do estado.
O descompasso entre as políticas públicas de criação de escolas na
capital,e nas sedes dos municípios do interior e nas vilas, bairros afastados e
zonas rurais é um aspecto que merece destaque na difusão da escolarização
primária paulista nas primeiras décadas do século XX. Esse descompasso
decorre de uma opção da política republicana em atender pr
eferencialmente
as zonas urbanas em detrimento das zonas rurais (SOUZA, 1998; 2009).
N
o estado de São P
aulo, a disseminação da escolarização primária
moderna concretizada na gura dos grupos escolares ocorr
eu a partir da
expansão desses estabelecimentos, acompanhando o desenvolvimento
urbano, os rastros do café, a construção das ferrovias e a exploração
progressiv
a para o oeste deste estado (SOUZA, 2009). A gura das escolas
isoladas associou-se ao espaço rural e, apesar de essas escolas existirem
nos espaços urbanos, foram estigmatizadas com o estatuto de escolas
tipicamente rurais (SOUZA, 2009; Á
VILA, 2013).
Ao analisar o processo de implantação dos grupos escolares no
estado de São P
aulo, Souza (1998) arma que no âmbito dos projetos de
escolarização dos países que lograram a constituição de sistemas nacionais
de ensino, ainda no século XIX, estava implicado o atendimento tanto dos
núcleos urbanos quanto dos núcleos rurais, para o que o uso de escolas
isoladas se fazia necessário. A r
essalva de Souza (1998) é contundente e,
segundo essa autora, no caso do estado de São P
aulo observa-se
[...] justamente a ausência de uma política de expansão e melhoria do
ensino que beneciasse tanto a população rural quanto a população
urbana. De fato, a política educacional dedicou-se muito mais à
criação de grupos escolares nos núcleos urbanos e à dotação dessas
escolas de melhores recursos em detrimento de uma política em
favorecimento das escolas isoladas. (SOUZA, 1998, p. 90).
A constatação de Souza (1998) indicando a supr
emacia das cidades e
do espaço urbano em relação ao espaço rural nutre o debate que proponho
com este capítulo. P
ara além das questões relacionadas ao local onde
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 65
as escolas isoladas estavam inseridas, o que as teria secundarizado no
âmbito das políticas públicas, busco problematizar que as escolas isoladas
congregavam um conjunto de elementos que lhes conferia um caráter
secundário e um objetivo modesto no âmbito das políticas públicas para a
expansão da educação primária em relação aos grupos escolares, os quais se
referiam também à sua organização pedagógica, a qual mantinha vestígios
do ensino mútuo, característicos do período imperial brasileiro, como
armam Souza (2009) e Car
doso (2013).
Esses dois elementos – geográco e pedagógico – em conjunto,
constituíram a tensão diferenciadora entre as escolas isoladas e os grupos
escolares no âmbito das políticas públicas para a expansão das escolas
primárias no estado de São P
aulo, e é esse espaço de tensão que busco
trazer à tona com este capítulo
.
T
omar como objeto de reexão essa zona
de tensão conduziu meu
olhar para os debates em torno da escolarização da infância no período
entre 1917 e 1947, resultados de disputas e tentativ
as de apaziguamento
de ideias que muitas vezes eram divergentes. As opções tomadas no
âmbito político e legislativo e as ideias que serviram como suporte para
as formulações políticas auxiliam a entender os limites geográcos e
pedagógicos (e simbólicos) no bojo dos projetos republicanos para a
escolarização primária neste estado.
2.1
t
ensões
em
torno
de
limites
N
os anos nais da primeira década do século XX, a expansão da
escolarização primária para a população se evidenciava como problema
crucial para a constituição da N
ação proclamada pelos republicanos, tendo
em vista que a escola seria um importante elemento para a civilização, para
a contenção de ideias e para a disseminação de valores morais especícos.
N
esse contexto social, a escola primária passou a ser pensada
como ferramenta de combate à ameaça representada pelos imigrantes
que disseminavam ideias anarco-sindicalistas, r
eivindicando melhores
condições de vida e de trabalho, exercendo pr
essões políticas a partir de
Angélica P
all Oriani
66 |
greves
2
e preocupando as autoridades educacionais no que se referia à
formação da identidade nacional brasileira. N
as zonas urbanas, a ameaça
do imigrante se consolidava na imagem do operário grevista e, nas z
onas
rurais, a ameaça se consolidava na imagem da criação de escolas étnicas,
com ensino em outra língua que não o português, e a disseminação de
cultura e de valores que não necessariamente eram os desejados pelos
republicanos. Além disso, é preciso considerar que os operários eram, em
parte, recrutados na zona rural do estado e, por isso, a contenção de ideias
e a moralização baseada em valores r
epublicanos para a constituição da
N
ação se tornavam elementos indispensáveis tanto na zona urbana, quanto
na zona rural.
Se do ponto de vista dos r
epublicanos havia demandas especícas por
escolarização na capital e nos centros urbanos e nas zonas rurais no interior
do estado, a elaboração de estratégias para a expansão da escolarização
primária de modo a alcançar os grupos populacionais citadinos e rurais e
contemplar os objetivos para a escolarização de cada um desses grupos se
tornou elemento crucial.
P
or serem escolas “
tipicamente urbanas” (SOUZA, 1998), a localização
dos grupos escolares não demandou inicialmente uma classicação a partir
do local em que eles estavam inseridos. A construção dos prédios dessas
instituições nas cidades do interior do estado de São P
aulo demonstrava
o cuidado dos administradores do Estado na delimitação de municípios
para a instalação, na escolha da localização centralizada nos municípios e
na seleção de terrenos de “[...] quadras inteiras, ou grandes lotes de esquina
que proporcionassem uma visualização completa do edifício e permitisse
múltiplos acessos
” (BUFF
A; PINT
O, 2002, p. 43-44), com o que é possível
compreender a lógica do “
primado da visibilidade” (CAR
V
ALHO, 1989)
a qual serviu de base para a constr
ução de prédios de grupos escolares
majestosos e bem situados nas áreas urbanas.
Destaca-se principalmente o movimento de gr
eve deagrado em 1917, que teve início em São P
aulo e se
espalhou pelo Rio de Janeir
o e pelo Rio Grande do S
ul. De acordo com Linhares (1977), em julho de 1917,
a greve geral paralisou a cidade de São P
aulo durante vários dias, parando transportes, fechando comércios e
ocupando a capital. A partir de negociações entre os patrões e os líderes do mo
vimento grevista, foi concedido
o aumento desejado pelos operários. As consequências do movimento de grev
e e das inuências das ideias
anarquistas e socialistas no estado de São P
aulo se consolidaram com a criação do Partido Comunista do Brasil,
em março de 1922.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 67
P
ensando no caso dos grupos escolares de Curitiba, B
encostta
(2001) problematiza aspectos dos projetos arquitetônicos durante a fase de
implantação dessas escolas nesse estado. A
pesar de o objeto de investigação
desse autor se situar no estado do P
araná, há aspectos que transpassam as
fronteiras geográcas entre os dois estados e que servem para problematizar
as escolhas gov
ernamentais a respeito dos espaços para a construção dos
grupos escolares. A esse respeito, Bencostta (2001) arma:
A construção de edifícios especícos para os grupos escolares foi
uma preocupação das administrações dos Estados que tinha no
urbano o espaço privilegiado para a sua edicação, em especial,
nas capitais e cidades prósperas economicamente. Em regra geral,
a localização dos edifícios escolares deveria funcionar como ponto
de destaque na cena urbana, de modo que se tornasse visível,
enquanto signo de um ideal republicano, uma gramática discursiva
arquitetônica que enaltecia o nov
o regime.
Esse destaque conferido à localização dos grupos escolares nos espaços
urbanos também contribuiu para a elaboração de percepções sociais e
representações dos morador
es das cidades a respeito da escolarização; nessas
representações, o grupo escolar era r
econhecido como uma inovação que
evidenciava os sinais da instauração da ordem r
epublicana na escolarização.
N
o que se refere às escolas isoladas, entr
etanto, a questão da
localização emergiu como problema em decorrência da necessidade de
conferir certa racionalidade administrativa durante a expansão das escolas,
principalmente pelo interior do estado. A classicação e a adjetiv
ação das
escolas isoladas a partir do local em que elas estavam inseridas, gerando,
com isso, a construção da diferença entre a escola do espaço urbano e a
do espaço rural, se consolidou com a publicação da Lei nº 1.579, de 19
de dezembro de 1917, a qual deniu a diferenciação pedagógica entr
e as
escolas isoladas urbanas, distritais e rurais, a partir da duração do curso
primário em cada uma dessas escolas.
Essa diferença, contudo, não foi cunhada inicialmente a partir da
adjetivação “
rural”, “
distrital” e “
urbano
”. De acor
do com Souza (2014),
Á
vila; Souza (2013) e Á
vila (2013) a constituição da diferença entre
Angélica P
all Oriani
68 |
as escolas urbanas e rurais foi construída a par
tir da diferenciação na
classicação das escolas isoladas em duas categorias: de sede de bairro ou
distrito de paz e de sede de município.
A constituição da diferença do ponto de vista normativo tev
e início
com o Decreto nº 1.239, de 30 de setembr
o de 1904, o qual regulamentou
a execução da Lei nº 930, de 13 de agosto de 1904, que havia modicado
algumas disposições das leis a respeito da instrução pública. A partir do
Decreto nº 1.239, o ensino público pr
eliminar poderia ser oferecido em:
[...]
I. Escholas ambulantes;
II. Escholas isoladas situadas em bairros
3
ou sédes de districtos de
paz;
III. Escholas isoladas situadas nas sédes de municipios;
IV
. Grupos escholares;
V
. Eschola modelo anexa á Eschola Normal da Capital ou J
ardim
da Infancia. (SÃO P
AUL
O, 1904b, p. 1).
A respeito da diferença entr
e o que era considerado bairro, sede de
distrito de paz e município, esse decreto apresenta apenas indicações sobr
e
a questão do perímetro urbano e da cobrança do imposto predial. N
esse
sentido, as escolas isoladas situadas em bairros e em sedes de distritos de paz
poderiam ou não estar suscetíveis à cobrança de imposto predial, enquanto
que as situadas nas sedes dos municípios estariam suscetíveis à cobrança
de imposto predial, pois estariam dentro dos limites do perímetr
o urbano.
U
m pouco mais esclarecedor em relação aos critérios de diferenciação,
o Artigo 48 do Decreto nº 2.225, de 16 de abril de 1912, que manda
Não consegui localizar
, até o momento, quais eram as exatas denições do conceito de «bairro» no momento
em que essas leis foram publicadas. Souza e Á
vila (2013) já questionaram essa adjetivação, buscando inquirir a
designação da escola de bairro. A partir de Barr
os (2004) e de Bezerra (2011), as autoras indicaram que o uso
do termo «bairro» pode denotar uma porção de território localizada nas proximidades de um núcleo urbano e,
nesse sentido, o bairro poderia se referir ao arrabalde ou arraial. A partir da análise da documentação legislativa,
Souza e Á
vila (2013) indicam que o termo escola de bairro possivelmente esteja designando a escola localizada
em povoados nos arrabaldes da cidade ou aquelas situadas em zonas consideradas pr
opriamente agrárias ou
rurais. É com essa perspectiva de Souza e Á
vila (2013) que também conduzo minha interpretação a r
espeito das
escolas isoladas de bairro.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 69
observar a consolidação das leis, decretos e decisões sobre o ensino primário
e as escolas normais delimita, em consonância com o Decreto nº 1.239, de
30 de setembro de 1904, que:
§ 1º. São escolas de séde de município as escolas do municipio
da Capital e as de sedes dos outros municípios do Estado, sendo
como taes consideradas as escolas situadas no perimetro urbano,
embora em logares denominados bairros, uma vez que estes sejam
parte integrante da cidade, estejam sujeitos ao pagamento do
imposto predial e sejam pelo Go
verno declarados parte da séde
do municipio.
§ 2º. São escolas de bairro ou séde de districto de paz as
situadas
nos bairros e nas sedes de districto de paz, fora do perimetro urbano
da séde do municipio, estejam ou não sujeitos ao pagamento do
imposto predial.
(SÃO P
A
ULO, 1912, p
. 11).
N
os dois decretos – Decr
eto nº 1.239, de 30 de setembro de 1904
e Decreto nº 2.225, de 16 de abril de 1912 – destaca-se a indicação de
que para a localização das escolas era preciso atender tanto à necessidade
de disseminar o ensino primário, quanto à importância do núcleo da
população em idade escolar que seria atendido. I
sso signica que, mais
do que a classicação da escola de sede de bairro ou de sede de distrito
de paz como inferior em relação à de sede de município, a legislação
demarcou a diferença entr
e a escola isolada a partir de seu critério de
localização com o objetivo de disseminar a escolarização primária e
expandir o alcance das escolas.
A incursão dos termos “bairro
”, “
distrito de paz
” e “
município
”,
conforme indicados nesses dois documentos legislativos, gura como matriz
a partir da qual se iniciou o processo de construção da diferença entre as
escolas isoladas, que se estabeleceu primeiramente em nível geográco para
ser
, na sequência, encaminhada em termos de diferenciação pedagógica.
O Decreto nº 2.368, de 14 de abril de 1913, atuou nesse sentido
ao apro
var o regulamento das escolas de bairro (localizadas em centr
os
agrícolas, pov
oados e distritos de paz), classicando-as em duas categorias:
na primeira, estariam incluídas as escolas distantes 20 quilômetros de
Angélica P
all Oriani
70 |
uma estrada de ferro e na segunda, estariam incluídas as demais escolas.
Independentemente da categoria, a duração do ensino ofer
ecido nas escolas
de bairro era de dois anos. Com essa norma foram dados os primeiros passos
no sentido da diferenciação pedagógica operando nas escolas adjetivadas
como “
de bairro
”.
Com a Lei nº 1.579, de 19 de dezembro de 1917, os termos rural
e urbano foram utilizados para a classicação das escolas isoladas do
estado de São P
aulo; dessa diferenciação se delineou a duração do curso
primário oferecido em cada uma das modalidades de escola, conforme é
possível observar:
Artigo 1º.
As escolas isoladas do estado cam classicadas em –
ruraes, districtaes e urbanas.
Artigo 2º.
São escolas rurais as localisadas nas propriedades
agrícolas, nos núcleos coloniais e nos centros fabris distantes de
séde de municipio.
§ 1º. O curso destas escolas será de dois anos, devendo o
programma de ensino ser adaptado ás necessidades da zona em que
funccionarem.
§ 2º. Dentro do districto de paz em que forem cr
eadas, as escolas
serão de preferencia localisadas nos núcleos coloniaes e nas
propriedades agrícolas e fabris cujos donos ou administradores
oferecerem casa para r
esidencia do professor e sala de aula.
§ 3º. Os vencimentos dos professor
es dessas escolas serão eguaes as
das escolas districtaes (ou de bairro).
Artigo 3º.
As escolas districtaes são as situadas em bairros ou séde
de districto de paz.
§ unico. O curso destas escolas será de tr
ês anos, e o respectivo
programma, consequentemente mais desenvolvido que os das
escolas ruraes.
Artigo 4º.
As escolas urbanas (ou de séde) são as creadas em séde
do municipio.
§ unico. O curso destas escolas será de quatr
o anos, e o seu
programma abrangerá todo o ensino preliminar
. (SÃO P
AUL
O,
1917, p. 1).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 71
A respeito da publicação dessa lei, vale destacar o conteúdo da
Mensagem
apr
esentada por Altino Arantes, então P
residente do estado de São
P
aulo, ao Congresso Legislativo, em 14 de julho de 1918. N
essa mensagem,
Altino Arantes destaca a publicação da lei como uma ação estadual capaz de
sanar as diculdades do aparelho educacional paulista e indica:
As escolas isoladas, de acordo com a citada lei, estão sendo
classicadas em diversas categorias. P
ara o seu provimento, o
Gov
erno tem dado preferencia aos municipios no
vos ou longiquos,
e aos que são grande núcleo de população extrangeira ou se
encontram menos providos de instrucção
.
Dentro em pouco serão installadas as escolas ruraes, que deverão
funccionar nos centros agrícolas, onde a população escolar é em
grande parte, sinão em sua totalidade, descendente de extrangeiros.
A acção do Estado, que até agora se fazia sentir melhor nos centros
urbanos, passará a ser exercida, com igual intensidade na zona
rural, até agora menos favorecida.
Sem despreoccupar-se das cidades, onde as escolas já satisfaz
em ás
necessidades da população, vae o Estado convergir todos os seus
esforços, em prol da disseminação do ensino, em pontos remotos,
em que ele se torna mais necessário, quer para os descendentes de
extrangeiros, procurando dest
’arte integral-os na vida politica do
paiz, quer para os núcleos da população nacional, proporcionando
a seus habitantes os elementos de que carecem, para se tornarem
também factores do nosso progr
esso economico. (ARANTES,
1918, p. 8).
É, portanto, no movimento de expansão das escolas primárias
principalmente pelos espaços rurais e afastados do interior de São P
aulo
que a classicação das escolas isoladas a partir da localização se tornou uma
pertinente estratégia estadual para a expansão racional dessas escolas. N
esse
sentido, os limites geográcos conferiram certas congurações especícas
que começaram a ser construídas em termos classicatórios os quais se
tornaram denidores a partir da Lei nº 1.579, de 19 de dezembro de 1917.
Apesar dessas classicações e do dir
ecionamento pedagógico que
começou a se efetuar com a publicação dessa lei, a mobilidade da escola
Angélica P
all Oriani
72 |
isolada, como aspecto geográco e pedagógico, também merece destaque.
Apesar das denúncias do insucesso da expansão da escolarização primária
paulista, Oscar ompson, na condição de Dir
etor Geral da Instrução
P
ública P
aulista, conferiu papel signicativo às escolas isoladas como meio
de alcance das crianças que moravam em bairros, em distritos, em vilas
e nas zonas rurais, em relatório que apresentou a R
odrigues Alves, então
Secr
etário do Interior
, o qual foi publicado no
A
nnuário do ensino do estado
de São P
aulo
(1918).
Em abordagem conv
ergente com a apresentada pelo P
residente de
Estado Altino Arantes, conforme citei anteriormente, Oscar ompson
enfatiza que era nas zonas rurais e nos bairros e vilas longínquas que a
escola isolada assumia a função de ser o principal instrumento de expansão
da escolarização, o que lhes conferia o caráter de “
célula viva
”, de “
unidade
escolar de maior importância no aparelho pedagógico paulista
” e de “
mola
principal” no mo
vimento expansivo em prol da alfabetização das crianças.
T
odavia, apesar do destaque conferido às escolas isoladas no alcance
às populações que habitavam zonas longínquas, ao nal da primeira metade
da década de 1920, a quantidade de escolas isoladas e de grupos escolares era
ainda insuciente para atender à demanda por escolas. N
o valor das cifras, a
expansão da escolarização para todas as crianças compreendendo um ensino
gradual e completo, conforme havia sido proposto por Caetano de Campos
4
na gura do grupo escolar
5
, começava a se evidenciar como impro
vável.
A concretização das avaliações a r
espeito dessas falhas na educação
neste estado era emblemática e a questão que Oscar ompson levantou
se constituía como um dos grandes dilemas políticos que precisava ser
encarado: o que fazer para educar as 232.543 crianças em idade escolar
Antônio Caetano de Campos (1844-1891) formou-se médico, mas por conta de problemas de saúde durante
seu alistamento como cirurgião junto à Marinha Brasileira, acabou mudando-se para a capital paulista,
dedicando-se à educação. F
oi indicado por Rangel P
estana e convidado por Prudente de Moraes para assumir
a direção da Escola N
ormal da Capital, tendo como missão desenvolver uma escola de acordo com as ideias
republicanas
e reformar o ensino público paulista, o grupo escolar
, instituição que se consolidaria como símbolo
do progresso almejado pelos republicanos.
A escola graduada foi implementada a partir da publicação da Lei nº 169, de 7 de agosto de 1893 e
regulamentada por meio do Decreto nº 248, de 26 de julho de 1894, que estabelecia a r
eunião de diversas
escolas em um raio xado para a obrigatoriedade escolar em apenas um prédio.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 73
que estavam sem escolas crescendo analfabetas e constituindo elementos
negativos ao progr
esso do estado? (THOMPSON, 1918).
A carta aberta escrita por Sampaio Dória buscou propor uma
solução a esse dilema. P
ara Sampaio Dória, a glória do B
rasil dependida
da alfabetização de seu pov
o; tratava-se da questão nacional por excelência,
já que por meio dela seria possível “
desenvolver a cultura de seus lhos
”,
pov
o “
acabrunhado e murcho, numa indiferença que apavora
” e “
assimilar
o estrangeiro que aqui se instala em busca da fortuna esquiva
” (DÓRIA,
1918, p. 58-59).
A solução proposta por Sampaio D
ória foi a de duplicar as escolas
primárias, pois se as escolas que já existiam satisfaziam metade das
necessidades, a duplicação satisfaria a outra metade. P
ara Sampaio Dória
(1918, p. 62), “[...] entr
e alfabetizar 50%, com a dadiva de mais algumas
noções, e alfabetizar o total sem esta dadiva, o bem do po
vo se inicia por
esta ultima alternativa.
”. A escola, do ponto de vista proposto por S
ampaio
Dória, deveria ser alfabetizante, pois com isso não seria compr
ometido o
orçamento do estado e a escola cumpriria com seu propósito: o de ensinar
a ler e a escrever
.
O plano de metas elaborado por Sampaio D
ória para a consecução
da escola que propunha se baseava nas seguintes medidas:
1.º - Separar
, onde for oportuno, em dous períodos de duas horas e
meia cada um, os dous anos da escola isolada actual;
2.º - Admittir somente o primeiro periodo para as escolas ruraes
com duas sédes por anno;
3.º - Simplicar o programma da escola primaria, de modo que, no
primeiro período, domine o ensinar a ler
, escrever e contar
, e seja o
segundo um aperfeiçoamento do primeiro;
4.º - P
romover do primeir
o para o segundo período todos os alunos
que tiverem tido o benecio de um anno escolar
, só podendo os
atrasados repetir de anno, se não houver candidatos aos lugar
es que
cariam occupados.
(DÓRIA, 1918, p. 64-65).
Angélica P
all Oriani
74 |
A proposta de Sampaio D
ória dava uma resolução ao grande pr
oblema
da urgência de se difundir o ensino primário para a população e, como
armam Antunha (1976) e Carvalho, M. (2003; 2011b), se fundamentava
na opção política desse militante e ideólogo da Liga N
acionalista de São
P
aulo
6
. M
unido dessas propostas e na condição de Diretor da Instrução
P
ública de São P
aulo, em 1920, Sampaio Dória r
eformou a instrução
pública paulista, a partir da publicação da Lei nº 1.750, de 8 de dezembro
e do Decreto nº 3.356, de 31 de mar
ço de 1921, que a regulamentou.
Estava lançada a ideia da escola alfabetizante, a qual, segundo
Antunha
7
(1976, p. 183), era
A Liga Nacionalista
de São P
aulo foi fundada em São P
aulo em 27 de julho de 1917 a partir da campanha
cívica em favor do nacionalismo, do culto à pátria, do voto secreto e do serviço militar obrigatório. A escola
era considerada o grande centro da regeneração social e, portanto, o seu papel na iniciativa de desenvolvimento
da educação cívica era de grande destaque. A inuência da Liga N
acionalista no magistério paulista na década
de 1920 pode ser compreendida como um movimento que unia o ideal de r
evalorização da educação e da
gura do professor à insatisfação do magistério em relação ao funcionamento das escolas. N
a condição de
Diretor Geral da I
nstrução Pública, Oscar ompson aderiu à Liga, solicitou aos professor
es que se liassem,
bem como expediu recomendações para inspetores de ensino e diretor
es, nas quais solicitava a concretização
de fundamentos do ensino cívico e da moral, estabelecia a necessidade de intensicar o estudo de história, de
geograa e de música (ANTUNHA, 1976). Com isso, é possível dimensionar a inuência da Liga N
acionalista
nos meandros de reexão sobre a escolarização e na elaboração de políticas públicas para o ensino neste estado
.
7
As medidas introduzidas pela Reforma de 1920 foram sintetizadas por Antunha (1976) em no
ve pontos:
(a) “
A radical modicação efetuada nos níveis inferiores do ensino público (art.1.º) com a redução do ensino
primário a dois anos e a consequente criação do ensino médio de dois anos de duração, correspondente aos
3º. e 4º. ano primários, então extintos;
(b) A redução da obrigatoriedade e gratuidade da frequência escolar primária. As crianças legalmente
obrigadas a frequentar o curso primário de dois anos passaram a ser as de 9 e 10 anos de idade.
(c) A taxação do curso médio;
(d) A unicação das escolas isoladas ao tipo único de dois anos;
(e) A redistribuição de professores de 3º e 4º ano, que caram em disponibilidade, para as no
vas classes
alfabetizadoras de 1º. e 2º. ano a serem formadas;
(f
) O desdobramento das escolas isoladas e também do trabalho do professor das escolas em que fosse
excessiva a matrícula e no caso de não haver condições para a existência de dois professor
es;
(g) Isenção aos pobres das taxas em todos os graus do ensino;
(h) A “
proscrição” escolar às crianças de 7 e 8 anos. As crianças dessa idade deixav
am de ser obrigadas
à frequência escolar e, mais que isso, não lhes seria permitido o ingresso nas escolas públicas antes de
completarem 9 anos de idade;
(i) A criação de duas mil escolas isoladas
”. (ANTUNHA, 1976, p. 162-163).
Além dessas medidas, outras acompanharam a Reforma de 1920, como a disseminação de ideias nacionalistas,
a importância concedida aos conteúdos de geograa e história do Brasil, da moral e do civismo e do ensino em
língua vernácula, bem como o desenvolvimento de práticas de escotismo e exercícios físicos.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 75
[...] uma escola de emergência, destinada a disseminar rapidamente
a leitura e a escrita ao maior número e nos lugares onde não fosse
possível fornecer-se mais educação. P
ara o governo as ideias de
Dória apareciam simplesmente como a solução
para o problema do
barateamento do custo do ensino e como tal deveriam ser levadas
às suas últimas consequências.
Carvalho, M. (2003) complementa as armações de Antunha (1976)
e analisa que
[...] a prioridade da difusão do ensino sobre questões atinentes
à sua qualidade é legível na urgência das metas e no roteiro das
cifras que determinam a lógica da Reforma. O sistema escolar era
racionalizado de modo a conciliar a alegada exiguidade de recursos
nanceiros gov
ernamentais às metas democráticas de generalização
dos benefícios escolares. N
o confronto dos números, era construído
o dilema: dar uma escola de 4 anos a alguns, excluindo os outros ou
generalizar o ensino elementar de 2 anos a todos. A Reforma opta
pela segunda via. (CAR
V
ALHO, M., 2003, p
. 37).
A Reforma de 1920 pode ser entendida, portanto, como uma
tentativa de reorganizar o sistema de ensino público paulista
de modo
a incluir a população marginalizada, e para atingir esse objetivo foi
destacado o papel conferido às escolas isoladas como meio de alcance a
essas populações geogracamente (e culturalmente) situadas à margem.
O destaque que Sampaio D
ória conferiu às escolas isoladas se
justica pela compreensão desse reformador de que o grande pr
oblema
do analfabetismo infantil se concentrava na zona rural, nas vilas e nos
bairros afastados. P
or esse motivo, no plano da R
eforma de 1920, Sampaio
Dória tinha por fundamento a criação de duas mil escolas isoladas, de
modo a suprir essa carência. A
pesar da proposta, o crescimento das escolas
isoladas durante o período de vigência da Reforma (1920-1925) não foi
tão acentuado; segundo Antunha (1976), seu crescimento se evidenciou
internamente, em decorrência do desdobramento dos turnos, o que levou
a um aumento na quantidade de matrículas nessas escolas.
Angélica P
all Oriani
76 |
N
esse sentido, na capital houve diminuição na quantidade geral de
escolas isoladas, o que foi ocasionado pelo agrupamento de escolas isoladas
em escolas reunidas. N
o interior
, a quantidade de escolas isoladas também
se manteve praticamente a mesma, com uma leve diminuição: em 1920
havia 1453 escolas isoladas e, em 1925, havia 1251. As matrículas, porém,
cresceram no interior do estado, o que, de acor
do com a análise de Antunha
(1976, p. 198), indica tanto um “[...] bom trabalho de aliciamento da
população escolarizável [...]” quanto o resultado do desdobramento dos
turnos nas escolas isoladas.
T
odavia, cabe destacar que para Sampaio D
ória não havia
diferenciação entre a escola urbana e a escola rural, esse aspecto era apenas
formalidade, já que sua aposta era em uma escola instrutiva, alfabetizante e
capaz de inserir os indivíduos no meio em que ele estava situado
.
O movimento e os debates gerados a partir da Reforma S
ampaio
Dória expuseram algumas questões que já vinham dando sinais de
problemáticas no âmbito da expansão da escolarização paulista e que
se referia justamente ao tipo de escola para cada espaço geográco com
o objetivo de alcançar alguns grupos sociais. E nesse sentido, apesar do
malogro da aposta de Sampaio D
ória em dois anos de escolarização – o
qual resultou na sua exoneração do cargo de D
iretor Geral da I
nstrução
P
ública do Estado de São P
aulo, em 1921, e na derrogação da Reforma,
em 1925 – sobressaíram questões que se referiam justamente à tentativ
a
de expansão de uma escola modelar
, do ponto de vista do reformador
,
para as populações marginalizadas, e à equiparação de dois tipos de
escolas diferentes, com dois públicos diferentes e localizadas em dois
espaços diferentes.
Em face dos perigos da “
escola alfabetizante
”, veio à tona a ideia
de que em matéria de educação não se tratava de oferecer a escolarização
primária para todas as crianças indiscriminadamente, unicando a
escolarização primária em torno de um modelo que se aproximava do das
escolas isoladas rurais; tratava-se, portanto, de manter escolas primárias para
suprir qualitativamente às demandas especícas por escolarização
. N
esse
sentido, ganhou vez a luta por uma escola que oferecesse uma educação
integral para formar a elite esclarecida (CAR
V
ALHO, M., 2003); em
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 77
contrapartida, a escola para o povo passou a ser pensada como ferramenta
de controle, de higiene e de xação
.
Ganhou força o discurso cívico que apr
egoava a necessidade de
atuar junto às elites, promo
vendo uma “[...] reforma das mentalidades,
[...] convencendo-as da necessidade de regenerar pela educação as
populações brasileiras, moldando-as como pov
o saudável e produtivo
[...]”. (CAR
V
ALHO, M., 2003, p. 47).
N
a produção desse discurso, destacaram-se as vozes entoadas
por membros de sociedades e associações educacionais que atuaram
para dar um direcionamento às campanhas educacionais nas décadas
de 1920 e 1930 em São P
aulo e no Brasil e que contribuíram para a
constituição de um “
campo de disputas educacionais
” (NER
Y
, 2009),
o qual foi delineado tendo como perspectiva um projeto de r
eforma
moral e intelectual do Brasil a partir da educação (CAR
V
ALHO, M.,
2003) e, principalmente, em decorrência desse projeto, a estratégia de
expansão de uma educação moralizadora e capaz de conter os uxos
populacionais em direção às cidades
8
.
N
essas diferentes polarizações em torno das no
vas funções atribuídas
à escola, era consenso que
[...] a escola deveria deixar de ser um “
aparelho formal de
alfabetização
” para tornar-se um organismo vivo, capaz de reetir
o meio
”; devia “
afeiçoar a inteligência infantil aos problemas do
seu ambiente próprio, radicando o aluno ao seu pequeno torrão
”.
Mas devia tornar-se, na formulação de Lourenço F
ilho, “
um órgão
que coordene, no sentido de implantar os ideais de reno
vação
.
”.
(CAR
V
ALHO, M., 2000, p. 241, grifos da autora).
De acordo com Carvalho, M. (2000), as propostas em torno da
regeneração nacional esbarravam na r
eformulação da escola e de seus
P
ara além do signicado político e das posições assumidas nas discussões, especialmente no âmbito da
Sociedade de Educação de São P
aulo e na Associação Brasileira de Educação, as quais foram objeto de análise
de Nery (2009) e Carvalho, M. (1998), respectivamente, interessam para os ns deste livr
o os resultados dos
debates gerados por essas associações que congregaram professores, médicos e engenheir
os, no que diz respeito
à atribuição do sentido que foi dado à escolarização e, especicamente o que desse sentido pode ser atribuído
às escolas isoladas.
Angélica P
all Oriani
78 |
propósitos. Essa repr
esentação negativa em torno da “
escola alfabetizante
”
serviu de justicativa para a elaboração de argumentos em prol de novos
ns para uma nov
a escola primária que precisava ser remodelada.
Como se observa, a “
dívida republicana
” (CAR
V
ALHO, M., 2003)
e a inaptidão de solucionar de fato os problemas em torno da escolarização
da infância que alimentaram o debate do movimento ao nal da década de
1910 tiveram um deslocamento a partir dos anos nais de 1920. Com isso,
tornou-se nítida a derrocada do modelo escolar paulista a partir da segunda
metade da década de 1920 e se evidenciaram os sinais do esgotamento da
lógica que presidia a normatização das práticas pedagógicas
9
. Com isso, se
avultam nov
os sentidos a respeito da função que a escola primária assume
no cenário político e econômico na sociedade.
Carvalho, M. (2011) indica que a emergência e a circulação de novas
ideias a respeito da pedagogia da educação no
va e a gradativa substituição
da pedagogia moderna, a qual subsidiava as aspirações dos republicanos
em matéria de educação foram aspectos cruciais para o processo de
esgotamento do modelo escolar paulista. P
ara Car
valho, M. (2011, p. 195
grifos da autora),
[...] as normas pedagógicas que vinham até então balizando as
iniciativas de institucionalização da escola paulista são postas em
questão, e duas posições se rmam, reivindicando para si, cada
uma delas, o estatuto de pedagogia
moderna
ou
nov
a,
porque
ativa.
[...] É dessa disputa que a chamada
pedagogia da escola nova
emerge vencedora, reivindicando para si o monopólio do no
vo e do
moderno e produzindo, pejorativamente, os saberes pedagógicos
concorrentes como “
pedagogia tradicional”.
N
esse sentido, também as disputas em torno da revisão das nalidades
da escola primária, bem como sobre a elaboração de estratégias para a
9
É possível considerar a equiparação das escolas normais livres como um dos sinais do esgotamento do modelo
escolar paulista. Se na lógica que encaminhava o modelo escolar paulista a formação de professor
es assumia o
estatuto de elemento-chave para a irradiação de práticas modelares e, nesse sentido, a Escola N
ormal se tornava
o espaço de grande importância para ensinar a ensinar
, com a equiparação dessas instituições de ensino às escolas
confessionais e particulares, é possível entender que a expansão da escolarização às populações marginalizadas
ganhou mais ênfase do que a propagação de um modelo pedagógico especíco.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 79
extensão da escola até as populações marginalizadas podem ser entendidas
como sinais do esgotamento do modelo escolar paulista.
A valorização das no
vas ideias a respeito da educação e as lutas
de oposição criadas entre velho x no
vo e tradicionalismo x r
enovação,
como bem analisou Carvalho, M. (2003, 2011), passaram, portanto, a
ser delineadoras do movimento educacional que buscou r
eestruturar
a escolarização primária durante as décadas de 1920 e 1930
10
. N
esse
movimento, as disputas ideológicas em torno do pr
ojeto de nação brasileira
que era almejada se avultaram, trazendo consigo discussões em torno das
diferenças entre as escolas localizadas no espaço rural e as localizadas no
espaço urbano, as quais poderiam ser resumidas no binômio: diferenciar
ou uniformizar
.
Em decorrência da publicação do D
ecreto nº 3.858, de 11 de junho
de 1925, a instrução pública paulista foi reformada sob a batuta de P
edro
V
oss, que havia assumido a Diretoria Geral da I
nstrução Pública, em
outubro de 1924. Dentr
e as diversas disposições da Reforma, a duração do
curso primário voltou a ser de quatro anos nos grupos escolares e passou
para três anos tanto nas escolas isoladas – urbanas e rurais – quanto nas
escolas reunidas. Com essa r
eforma, de acordo com Souza (2006), houv
e
um nítido recuo na política de expansão das escolas reunidas e inúmeras
dessas escolas foram convertidas em grupos escolares ou desmembradas em
escolas isoladas.
Quando assumiu o cargo de Dir
etor Geral da Instrução P
ública, um
dos grandes objetos de preocupação de P
edro
V
oss se referia à necessidade
de
reorganização dos quadros de pr
ofessores – de modo que esses assumissem
suas funções – e à localização de escolas para que mais alunos pudessem
ser atendidos (NER
Y
, 2009). A preocupação desse diretor em resolv
er os
10
Segundo Carvalho, M. (2003, p. 47-48), nesse embate entre o v
elho X o novo e o papel que a escola
desempenhava para o futuro do país, as iniciativas da ABE pr
ecisam ser dimensionadas: “O presente é
reiteradamente condenado e lastimado, sendo caracterizado de modo a fundamentar temores de catástr
ofes
iminentes, que atingirão o país se a campanha educacional não obtiver resultados desejados. Ao futur
o
insistentemente se alude como dependente de uma política educacional: futuro de glórias ou pesadelos, na
dependência da ação diretora de uma elite que direcione, pela educação, o processo de transformação do país.
Na oposição construída por imagens de um país pr
esente condenado e lastimado e de um país futuro desejado é
que se constitui a importância da educação como espécie de chave mágica que viabilizará a passagem do pesadelo
para o sonho.
”.
Angélica P
all Oriani
80 |
problemas dos professor
es, de acordo com a suposição de N
ery (2009),
pode ter imprimido à reforma um caráter mais técnico do que pedagógico,
o que teria contribuído para as críticas que foram tecidas a esse reformador
,
instauradas em adjetivações tais como “
conservador” e “
reacionário
” por
aqueles que se intitulavam “
reno
vadores
”.
N
o empreendimento da análise acerca das críticas à R
eforma de
1925, N
ery (2009) conduz sua interpretação indicando a estruturação do
Inquérito
11
dirigido por F
ernando de A
zevedo para o jornal
O E
stado de S.
P
aulo
em 1926 a partir da nalidade de endossar as opiniões de educadores
que se vinculavam a grupos opostos ao da Diretoria G
eral da Instrução
P
ública e que eram contrários à reformulação operada no sistema de ensino
em São P
aulo por meio do Decreto de 1925.
N
ery (2009) demonstra como a escolha dos par
ticipantes do
Inquérito
12
, a grande maioria deles vinculados à Sociedade de Educação e
nenhum vinculado à Dir
etoria Geral da Instrução P
ública de São P
aulo,
se constituiu numa escolha deliberada de F
ernando de A
zevedo a respeito
das vozes que ele queria que fossem entoadas a r
espeito do ensino naquele
11
O Inquérito foi publicado em livro em 1937, lançado pela Companhia Editora N
acional sob o título
A
educação pública em São P
aulo
:
problemas e discussões.
Vidal (2011) analisa que a publicação do Inquérito de
1926 sob a forma de livro em 1937 funcionou como o lançamento de uma plataforma política. Redigida após a
experiência de Azevedo na Diretoria G
eral do Distrito F
ederal (1927-1930) e no Departamento de Educação de
São P
aulo (1933), depois da publicação do
Manifesto dos Pioneiros da Educação N
ova
(1932) e no momento em
que ele assumiria a direção do Instituto de Educação de S
ão P
aulo (1933), a republicação do Inquérito também
rearmava o compromisso de F
ernando de A
zevedo com a educação, com os diagnósticos e reexões efetuados
ao longo dos anos e creditava conança e seriedade ao livro
. Além disso, a escolha da editora Cia Editora
Nacional também não era acaso, segundo
Vidal (2011, p. 115-116): “E
vitando as grácas do jornal e optando
pela Coleção Brasiliana, da Biblioteca P
edagógica Brasileira, Azevedo, ao mesmo tempo, controlava a produção
do volume – é preciso lembrar que desde 1931 era diretor da coleção – e conferia ao empr
eendimento o caráter
de publicação cientíca.
”. Nova r
eedição do inquérito foi publicada em 1957 pela Companhia Melhoramentos
sob o título
A educação na encruzilhada.
Nessa época, F
ernando de Azevedo ocupava o cargo de diretor do
Centro Regional de P
esquisas Educacionais e de professor e chefe do Departamento de Sociologia da F
aculdade
de F
ilosoa, ambos da Universidade de S
ão P
aulo. Desse ponto de vista e desse local do discurso, Azevedo
ressituou o Inquérito (VIDAL, 2011) e nov
amente o trouxe ao debate. Os signicados que as reedições do
Inquérito tiveram para a educação nos diferentes momentos em que vieram a lume os conguram como “[...]
peça da retórica de Azevedo na reconstrução constante que produziu das disputas na ar
ena educativa e da
memória do campo educacional.
” (
VIDAL, 2011, p. 117). A propósito da narrativa de F
ernando de A
zevedo
ter congurado uma forma de se pensar a educação da década de 1920, ver especialmente Carvalho, M. (1998).
12
As seções do Inquérito são: Ensino P
rimário e N
ormal; Ensino
T
écnico e Prossional e Ensino S
ecundário e
Superior
. Sobre o ensino primário e normal, foram ouvidos: F
rancisco Azzi, Antonio de Almeida Júnior
, Renato
Jar
dim, José Escobar
, Sud M
ennucci e Manoel B. Lourenço F
ilho. Sobre o ensino técnico e prossional, foram
ouvidos: P
aulo P
estana, N
avarro de Andrade, J. Mello M
oraes, Roberto Mange, eodoro B
raga e P
aim Vieria.
Sobre o ensino secundário e superior
, foram ouvidos: Ruy de P
aula Souza, Mario de S
ouza Lima, Amadeu
Amaral, Ovídio Pires de Campos, Raul B
iquet, eodoro Ramos, Reynaldo P
orchat e Arthur Neiva.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 81
momento. Além disso, o dir
ecionamento efetuado por F
ernando de
Azevedo no sentido de conferir uma tônica especíca à argumentação, a
qual encaminharia para as diretrizes do diagnóstico de que era urgente a
instauração do “
nov
o
” na instrução pública paulista em oposição ao “v
elho
”
sinalizava a “
tessitura de uma rede
” (VIDAL, 2011) de intelectuais que se
propunha pensar sobre a escolarização paulista a partir de no
vas vertentes.
É no âmbito dessas formulações político-pedagógicas e desse campo
de disputas que as questões relativas ao acesso e à permanência das crianças
nas escolas primárias foram balizadas a partir das prerrogativas de defesa de
uma escola única ou de uma escola diferenciada.
As divergências de opiniões no Inquérito a r
espeito da universalização
do acesso em detrimento da qualidade do ensino são bastante repr
esentativas
das discussões que se constituíam naquele momento.
Vidal (2011) analisa
que para Renato J
ardim, F
rancisco Azzi e Almeida J
únior
, a universalização
do acesso incorrendo na redução da duração do ensino primário, ainda
que não fosse o ideal, poderia ser evocada em razão do objetivo de atender
toda a população. P
ara Lourenço F
ilho, o princípio democrático se fazia
sentir na defesa de dois tipos de escola: a integral urbana e a reduzida
rural. P
ara S
ud Mennucci, a solução do pr
oblema perpassava pelo “[...]
m da gratuidade escolar como forma de generalizar a educação integral.
”
(VIDAL, 2011, p. 111), já que, segundo M
ennucci (1937, p. 112), “P
or
questões economicas, quisemos fazer as nossas escolas primarias de um
typo único e uniforme [...]”.
A questão da diferenciação ou da variedade do ensino, apesar de não
ser consensual, de acordo com N
er
y (2009), convergia mais em torno da
vertente que apontava para a necessidade de conferir certa maleabilidade
ao ensino, em decorrência de razões pedagógicas, sociais e econômicas,
as quais sustentavam a ideia de que o ensino deveria estar adaptado às
necessidades industriais, pastoris e agrícolas de cada região
. A esse respeito
Vidal (2011, p 111) considera:
O grupo de educadores sustentava que a rápida difusão do ensino
a toda população em idade escolar era a maneira mais ecaz de
responder aos no
vos apelos da modernidade: reter o homem no
campo, adaptar o indivíduo ao trabalho produtivo, nacionalizar o
Angélica P
all Oriani
82 |
imigrante, conter os movimentos contestatórios, considerados, na
década de 1910 e principalmente a partir das greves de 1917 e
1918, como ameaça ao desenvolvimento econômico.
Os debates e as polarizações nas defesas em favor da difer
enciação
e/ou da uniformização das escolas localizadas nos espaços urbanos e nos
espaços rurais também estiveram presentes em outros espaços como os das
Conferências N
acionais da Educação promovidas pela Associação B
rasileira
de Educação, conforme analisadas por Á
vila (2013). N
essas Conferências,
segundo Á
vila (2013), a tendência foi de defesa da escola adaptada ao
espaço em que estava inserida, e nesses debates a voz de Lour
enço F
ilho,
por exemplo, ganhou eco em favor de uma escola que no espaço rural não
fosse apenas um “[...] órgão de alfabetização, mas, sobretudo, uma escola
de aprendizado agrícola.
” (Á
VILA, 2013, p. 46).
As polêmicas em torno da diferenciação e da simplicação do ensino
das escolas isoladas rurais permaneceram e, se com a Reforma de 1925,
tanto escola isolada urbana quanto rural ofereciam o ensino primário em
três anos, com a R
eforma da Instrução P
ública de 1927, publicada por
meio da Lei nº 2.269, de 31 de dezembro, a duração do curso foi alterada
para três anos na escola isolada urbana e dois na escola isolada rural, o
que foi mantido no Decreto nº 4.600, de 30 de maio de 1929, o qual
regulamentou a Lei nº 2.269, de 31 de Dezembr
o de 1927, e a Lei nº
2.315, de 31 de Dezembro de 1928, que r
eformaram a instrução pública
do estado de São P
aulo.
Além da duração do ensino primário, é importante destacar a
proposta da Reforma de 1927, elaborada por Amadeu M
endes, quando
este professor esteve à fr
ente da Diretoria Geral da I
nstrução P
ública, entre
1927 e 1930. O conjunto de medidas adotadas por essa reforma pode ser
entendido a partir da tentativa de expandir a escolarização para o interior
do estado de São P
aulo.
A esse respeito, como já problematiz
ei no capítulo anterior
, a
equiparação das Escolas N
ormais Livres com as Escolas N
ormais Ociais,
bem como a autorização do pro
vimento de professores leigos para as
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 83
escolas isoladas, urbanas e rurais, e para as escolas reunidas, caso elas
estivessem vagas por mais de 30 dias, são ex
emplos signicativos desse
caráter assumido pela reforma.
Além disso, há que se considerar a tentativa de promo
ver a
escolarização no espaço rural por meio do subvencionamento de escolas
rurais particulares
13
, no valor de seis mil réis mensais por aluno que
frequentasse a escola.
É possível observar
, portanto, que a Reforma da Instrução P
ública
desenvolvida por Amadeu M
endes se caracteriza como uma continuidade
em relação a esse mo
vimento de expansão da escolarização para o interior
de São P
aulo, que caracteriza a década de 1920. O caráter emergencial das
medidas adotadas pela reforma para a criação de condições de atendimento
da população marginalizada, por meio da formação de professores, do
pro
vimento das escolas que permaneciam vagas e do subvencionamento
das escolas rurais particulares indica a tentativa do reformador de adentrar
os espaços mais afastados e de alfabetizar e civilizar aqueles que estavam à
margem da escolarização.
Isso não signica, por
ém, que a diferenciação entre a escola isolada e
o grupo escolar não se evidenciasse. A cisão a partir dos limites geográcos
entre essas duas instituições estava bem posta e se evidenciav
a na organização
pedagógica simplicada contida nos dois anos de escolarização primária
oferecidos nas escolas isoladas rurais. Além disso, os programas de ensino
apro
vados em 1929
14
indicavam os limites entre as instituições urbanas
e rurais, com a aprovação de um pr
ograma de ensino para os grupos
escolares, um programa de ensino para as escolas isoladas urbanas e escolas
reunidas urbanas e um programa de ensino para as escolas isoladas rurais
e escolas reunidas rurais. É possível constatar esse aspecto per
ene acerca da
13
As condições para que o governo subv
encionasse as escolas particulares eram: “[...] a)ser o ensino ministrado
em portuguez; b)
obser
varem os programmas das escolas ruraes do Estado; c)funccionar diariamente durante
tres horas pelo menos;
d)
terem a matricula minima de 15 (quinze) alumnos e a fr
equencia média mensal de
10 (dez);
e)
sujeitarem-se á scalização e orientação da Dir
ectoria Geral da Instrucção Publica;
f
)
enviarem
mensalmente ao inspector districtal os mappas de movimento escolar
.
” (SÃO P
AULO, 1927, p. 2).
14
O Decreto nº 4.600, de 30 de maio de 1929, regulamentou a Lei nº 2.269, de 31 de dezembr
o de 1927, e
a Lei nº 2.315, de 21 de dezembro de 1928. P
roblematizarei a questão dos programas de ensino no pró
ximo
item deste capítulo.
Angélica P
all Oriani
84 |
diferenciação geográca fazendo-se sentir na difer
enciação da organização
pedagógica dessas instituições.
Às discussões em torno da uniformização do currículo da escola
primária e da adaptação dos programas de ensino da escola rural, bem como
às discussões sobre as nalidades da escola primária urbana e rural no nal da
década de 1920 e nos anos iniciais de 1930, é preciso acrescentar as questões
que passaram a se fazer presentes a partir de 1930, as quais decorreram da
instabilidade política, a partir do processo de centralização de poder no nível
federal, iniciado quando Getúlio
V
argas assumiu o poder
15
.
Esse processo troux
e consequências signicativas especialmente para
o estado de São P
aulo que, devido à sua estabilidade econômica, gozava
de muitos benefícios em decorrência da autonomia de que dispunha no
momento da estruturação administrativa descentralizada que teve vigência
durante a P
rimeira República. Essas condições de autonomia conferiam a
este estado o estatuto de liderança (CAPELA
TO, 1981) política no país,
o que passou a ser minado com as organizações administrativas e políticas
efetuadas por Getúlio
V
argas.
N
esses momentos de instabilidade política, as repercussões se
zeram sentir na Dir
etoria Geral da Instrução P
ública. Com as inúmeras
substituições na interventoria do estado, entre os anos de 1930 e 1936, sete
prossionais
16
passaram pelo cargo de Dir
etor Geral da Instrução P
ública
17
.
Essas substituições e as vertentes pedagógicas que balizavam as ações
de cada um dos diretor
es, bem como as que subsidiaram a elaboração das
15
Principalmente em decorr
ência da perda de autonomia dos estados ocasionada pela direção tomada pelo
governo de Getúlio
V
argas no sentido de unicação do poder na esfera federal, as lideranças políticas paulistas
se perceberam destituídas de seu poder
. Em abril de 1931, houve uma tentativa de golpe, comandada pelo
general Isidoro D
ias Lopes, e em julho de 1932, teve início a Revolução Constitucionalista. É pertinente deixar
registrado que durante os quinze anos de duração do go
verno de Getúlio V
argas os conitos entre as lideranças
políticas paulistas e o governo federal foram per
enes (CAPELA
TO, 1981).
16
O cargo de Diretor Geral da I
nstrução Pública cou ocupado da seguinte forma nesse período: Lourenço
F
ilho, entre outubro de 1930 e novembr
o de 1931; Sud M
ennucci, entre novembr
o de 1931 e maio de 1932;
João
T
oledo, entre maio e outubro de 1932; F
ernando de Azevedo, entre janeiro e julho de 1933; S
ud Mennucci,
entre 5 e 24 de agosto de 1933; F
rancisco Azzi, entre agosto de 1933 e agosto de 1934; Luis M
otta Mercier
,
entre setembro de 1934 e setembro de 1935; e Almeida J
únior
, entre setembro de 1935 e abril de 1938.
17
Nesse período a publicação dos
A
nnuarios do Ensino do E
stado de São P
aulo
cou interrompida e no volume
relativo aos anos de 1935-1936, em um anexo estavam contidos os r
esumos das atividades realizadas por aqueles
que ocuparam o cargo nesse período (NER
Y
, 2009; VICENTINI; GALLEGO, 2011).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 85
reformas educacionais publicadas nesse período demonstram o clima de
mudanças e de intensidades que caracterizou esse momento da história
da educação paulista, em sintonia com a história da educação nacional,
o que demarca os sentidos que vão sendo atribuídos à escola primária
nesse momento especíco, os quais foram redimensionados em relação ao
momento histórico que lhe antecede.
A esse respeito, os períodos em que Lourenço F
ilho, S
ud Mennucci
e F
ernando de A
zevedo ocuparam o cargo de Dir
etor Geral da Instrução
P
ública constituem momentos importantes na reorganização da educação
primária paulista.
Entre outubr
o de 1930 e novembro de 1931, Lour
enço F
ilho esteve
à frente da D
iretoria Geral da Instrução P
ública. As mudanças que este
professor implantou à frente da D
iretoria indicam sua preocupação em
conferir organicidade e racionalidade à administração da educação, com
vistas ao estudo e à reformulação do próprio sistema de ensino paulista
(MA
TE, 2002, 2011; SOUZ
A, 2009).
Mate (2002) analisa que as experiências acumuladas a partir dos
diversos cargos que Lourenço F
ilho ocupou e as medidas que implantou
em algumas esferas da educação se constituíram em aspectos importantes
para a atuação desse professor como Dir
etor Geral da Instrução P
ública
no estado de São P
aulo. Essa autora argumenta, também, que as questões
que nortearam a elaboração das estratégias de Lourenço F
ilho à frente da
Dir
etoria situavam a relação entre educação e trabalho em um vínculo
estreito e a base na qual se assentava essa r
elação era a de que era preciso
treinar os sujeitos para um no
vo ritmo de vida social, associado à eciência,
à produtividade e, principalmente, à reforma moral e dos costumes.
P
ara efetivar suas propostas, Lourenço F
ilho exonerou todos os
mais de 1000 professores leigos interinos do estado, por meio do D
ecreto
nº 4.780, de 28 de nov
embro de 1930. Além disso, estabeleceu nov
as
condições para a equiparação das escolas normais livres às ociais, por meio
do Decreto nº 4.794, de 17 de dezembr
o de 1930. Segundo Mate (2011),
a exoneração dos professor
es leigos e o controle maior sobre a equiparação
das escolas normais livres podem ser entendidos em razão da necessidade
Angélica P
all Oriani
86 |
evocada pelos reno
vadores de r
eformar o professor que baseava sua prática
no “
empirismo
” e no “
espontaneísmo
”, termos que, segundo Mate (2011),
eram constantemente utilizados pelos reno
vadores para criticar a situação
da educação naquele momento. N
esse sentido, essa Reforma minimizava
os principais pontos da Reforma de 1927, que foram projetados para
expandir o ensino primário pelo interior do estado
18
.
Outro aspecto importante de ser destacado a respeito da atuação
de Lourenço F
ilho como Diretor Geral da I
nstrução Pública se r
efere à
propaganda que esse professor fez em prol da Escola N
ova. As análises
de N
ery (2009) e de Mate (2002; 2011) evidenciam o uso estratégico da
revista
Escola N
ova
para a difusão das propostas e estratégias pedagógicas
e administrativas que Lourenço F
ilho utilizou para mudar a escola. Essa
revista, que se intitulava
R
evista de Educação
e era publicada pela Dir
etoria
Geral da Instrução P
ública, passou a ser intitulada
Escola N
ova
e com esse
título foram publicados seis números.
Com exceção do primeiro númer
o da revista, que não abor
dou tema
especíco, mas que se deteve em apresentar a no
va gestão da Dir
etoria
Geral da Instrução P
ública, os cinco outros números da
Escola N
ova
abordaram temas pontuais: os programas escolar
es (nov
embro e dezembro
de 1930); iniciação ao estudo dos testes (março e abril de 1931); orientação
prossional (maio e junho de 1931); e cinema na escola (julho de 1931)
(MA
TE, 2011).
As questões a respeito da elaboração dos programas de ensino
e da autonomia didática tinham por base a ideia de que cada professor
deveria moldar seu programa de ensino, ajustando-o ao grupo de alunos
e ao meio em que estivesse inserido
. Com essa ideia estava concretizada a
noção de Lourenço F
ilho de que os princípios da psicologia infantil e os
princípios da organização e da racionalidade pedagógica deveriam servir
de pano de fundo para a elaboração do programa de ensino pelo professor
18
V
ale destacar que Lourenço Filho se mostrou controlador
no exercício do cargo de Diretor G
eral da Instrução
Pública P
aulista, tendo expedido uma circular
, em 1º. de novembr
o de 1930, contendo uma série de questões
aos professores sobre a atuação deles durante o mo
vimento revolucionário. Como o questionário não foi bem
visto pelos professores, Lourenço F
ilho se explicou armando que buscava reunir maiores informações a respeito
da realidade escolar do estado de São P
aulo. A respeito dessa circular e da recepção ao questionário, conferir
Nery (2009).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 87
(SOUZA, 2009). No sentido de auxiliar os pr
ofessores, a administração do
ensino deveria fornecer um roteiro e cabia
ao professor a construção dos
programas de ensino
. Souza (2009) indica que esse raciocínio direcionava
a defesa desse professor pelo programa de ensino mínimo
.
Lourenço F
ilho deixou o cargo de Diretor G
eral da Instrução
P
ública no nal de 1931, com a saída do interventor federal João Alberto
e a nomeação de Laudo F
erreira de Camargo (SOUZ
A, 2009). P
ouco
tempo depois, foi convidado para chear o gabinete de F
rancisco Campos,
Ministro da E
ducação e Saúde P
ública, bem como para auxiliar na criação
da F
aculdade de Educação, Ciências e Letras do Distrito F
ederal, cujo
projeto não vingou (MONAR
CHA, 2010).
Após a saída de Lour
enço F
ilho, Sud M
ennucci ocupou o cargo de
Dir
etor Geral da Instrução P
ública, no período entre no
vembro de 1931 e
maio de 1932. As críticas desse educador à cópia de modelos estrangeiros
como alternativas para sanar os problemas da educação brasileira se
assentavam em suas ideias a respeito das especicidades de nossas escolas.
S
uas posições acerca da educação contrariavam
19
o movimento escolano
vista
que buscava nos princípios losócos da Escola N
ova as estratégias
pedagógicas para inaugurar no Brasil um sistema de ensino r
enovado
.
Como uma grande bandeira defendida por S
ud Mennucci, a
ruralização do ensino
20
, que funcionava como uma “[...] alternativa
pedagógica e contraponto político à proposta dos escolano
vistas
”
19
Em decorrência de sua oposição ao mo
vimento escolanovista, Mennucci env
olveu-se em inúmeras polêmicas
a respeito do ensino. E
m uma delas, que cou conhecida como “
A escola paulista
”, Mennucci travou um debate
com Renato J
ardim, então diretor da S
ociedade de Educação, da qual participavam, também, Fernando de
Azevedo e Lourenço F
ilho, nas páginas do jornal
O Estado de S. P
aulo,
a respeito da avaliação de M
ennucci
sobre aquilo que esse professor tomaria como nacionalização da escola ativa. As análises de N
er
y (2009) a
respeito desse debate indicam que o ponto inicial do debate foi a publicação de um artigo de Mennucci no
jornal
O Estado de S. P
aulo
no qual defendia que, em São P
aulo, o sistema de ensino era misto, ou seja, reunia
os elementos da escola ativa e da escola tradicional. P
onderando a respeito dessa defesa de Mennucci, Renato
Jar
dim iniciou o debate com esse professor em defesa do esclarecimento das ideias da escola ativa, as quais
perpassavam, também, pelas questões da origem do método analítico. Esse debate com R
enato Jar
dim é bastante
esclarecedor a respeito da posição de S
ud Mennucci em r
elação ao movimento escolanovista.
20
Na pr
odução de Sud M
ennucci a respeito da ruralização do ensino, merecem destaque
A Crise br
asileir
a de
educação,
publicado em 1930,
Aspetos piracicabanos da educação rur
al
, publicado em 1934, e
A ruralização,
publicado em 1944. A atuação de Sud M
ennucci em prol da defesa da escola rural brasileira, a elaboração teórica
e a produção de estratégias político-pedagógicas para a difusão da escola rural demonstram o envolvimento desse
professor com as questões rurais na educação.
Angélica P
all Oriani
88 |
(DEMAR
TINI, 1988, p. 320), foi a tônica da reforma empr
eendida na
instrução pública a partir do Decreto nº 5.335, de 7 de janeiro de 1932.
Dentre as div
ersas mudanças que promoveu, mer
ecem destaque
a reorganização do ensino rural e o reajuste dos quadros do magistério
primário. Estav
am previstas, também: a instalação de cinco escolas normais
rurais, a criação de grupos escolares rurais e escolas isoladas vocacionais
rurais, e a instalação de uma Inspetoria
T
écnica do Ensino Rural (SÃ
O
P
AULO, 1932).
P
ara Vicentini e Gallego (2011, p
. 333),
A reforma empreendida em 1932 colocou em evidência os
conitos existentes no campo educacional brasileiro quanto às
orientações que deveriam nortear as mudanças em nossos sistemas
de ensino. N
um momento em que a maioria das reformas buscava
implementar a Escola N
ova no B
rasil, Sud M
ennucci procurou
reorganizar o ensino paulista privilegiando questões de ordem
administrativa com vistas a atender o aumento da demanda por
vagas nos locais onde havia maior procura. Além disso, a R
eforma de
1932 tinha por objetivo favorecer o desenv
olvimento do ruralismo
pedagógico em São P
aulo de maneira que permitisse ao Brasil ter
condições de cumprir sua condição agrícola, contrapondo-se, assim
à importação de modelos de outros países, duramente criticada por
Mennucci em div
ersas de suas obras.
Em decorrência dessas constantes mudanças losócas, administra
-
tivas e pedagógicas, as quais caracterizaram as reformas efetuadas no âmbi
-
to da educação paulista durante a década de 1930 por conta da passagem
desses três educadores pelo cargo de D
iretor Geral da I
nstrução Pública,
crescia uma ânsia em prol da unicação e da continuidade de pr
ojetos e,
em paralelo, fermentavam as ideias em favor de uma escola r
enovada, ativa,
redenida a partir de princípios cientícos e ancorada em práticas reno
va
-
das. Essa tentativa de unicação do aparelho escolar paulista guiada pela
vertente do escolanovismo viria a congurar as bases do Código de 1933,
instituído a partir do Decreto nº 5.884, de 21 de abril de 1933, elaborado
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 89
sob a responsabilidade de F
ernando de Azevedo
21
, que ocupou o cargo de
Dir
etor Geral da Instrução P
ública entre janeiro e julho de 1933.
Com o Código de Educação, as escolas públicas primárias do estado
de São P
aulo foram categorizadas em: escolas isoladas, grupos escolares,
cursos populares noturnos e escolas experimentais. N
essa reforma a
adjetivação “
urbana
” e “
r
ural” das escolas isoladas desapar
eceu e essas escolas
passaram a ser de um tipo único, independente de sua localização, com
três anos de duração
. N
os grupos escolares, a duração do ensino primário
manteve-se de quatro anos, com um quinto ano de caráter pr
é-vocacional,
o que demonstraria, segundo Souza (2011), a pr
eocupação de Azevedo
com a formação voltada para o trabalho para as camadas populares.
A prescrição importante que consta no Código de Educação se refer
e
à instalação das granjas escolares, as quais se referiam a “[...] uma ár
ea
cultivável de pelo menos tr
ês hectares, tendo edifício com salas de aula, e os
aposentos necessários á residência do professor
.
” (SÃO P
AULO, 1933, p
.
28). Com o objetivo de promo
ver o auxílio das granjas escolares, estavam
previstas na legislação as M
issões
T
écnicas e Culturais, as quais, de acordo
com Souza e Á
vila (2013) foram inspiradas nas missões mexicanas, iniciadas
em 1922. Essas autoras analisam que as Missões
T
écnicas e Culturais
conforme propostas no Código de Educação tinham por nalidade “[...]
prestar assistência técnica aos professor
es, subsidiá-los com materiais de
estudo e de trabalho, o que incluía desde biblioteca, aparelhos de projeção
e de radiotelefonia, até instrumentos agrícolas, mudas e sementes.
”
(SOUZA; Á
VIL
A, 2013, p. 12).
De todo modo, a opção de reconstrução social a partir da reconstrução
educacional se fez presente no Código de Educação, como atesta S
ouza
(2011, p. 351):
[...] o Código de Educação do Estado de São P
aulo tornou-se um
documento emblemático da política de reconstrução educacional
defendida pelos reno
vadores. Gozando de “
plenos poderes
” na
Diretoria de E
nsino, F
ernando de Azevedo, juntamente com um
21
De acordo com S
ouza (2011), no período em que foi Diretor Geral da Instrução P
ública P
aulista outra
iniciativa que marcou a atuação desse professor no cargo, além da elaboração do Código de Educação, foi a
criação de 1.024 escolas visando à expansão do atendimento do ensino primário na zona rural (SOUZA, 2011).
Angélica P
all Oriani
90 |
grupo de educadores, pode conceber e detalhar em forma de lei
como deveria funcionar o sistema de ensino com base nos princípios
da moderna pedagogia. A inovação maior
do Código não residiu,
portanto, no teor das concepções norteadoras, essas já amplamente
difundidas, mas no modo como essas ideias foram articuladas num
plano global de reestruturação da educação pública.
P
or esse motivo, para Souza (2011), a importância da publicação
do Código de Educação se situaria justamente nesse mo
vimento de ações
reformistas que no início da década de 1930 buscaram alicerçar as bases do
movimento de r
enovação educacional visando à r
enovação da sociedade
22
.
As questões em torno da modernização do país, da industrialização
e da necessidade de usar a escola localizada no espaço rural como meio de
xar e moralizar os indivíduos a partir de valores considerados necessários
para a formação da nov
a sociedade, como se obser
va, constituíram o
pano de fundo das discussões em torno das nalidades e da necessidade
de diferenciação da escola como uma ferramenta de controle sobr
e uma
população especíca, sobre seus hábitos e seus costumes (CAR
V
ALHO,
2003) a partir da década de 1930.
Á
vila (2013) indica que as políticas formuladas em esfera estadual
acerca da escolarização primária paulista estavam em sintonia com as
propostas que se divulgavam em esfera nacional acerca dos objetiv
os que
a educação deveria assumir no que se refer
e à formação do homem, bem
como evidencia que o projeto político de Getúlio
V
argas destinou atenção
às escolas rurais por considerá-las estratégicas para a modernização da
sociedade brasileira. De acordo com esse pr
ojeto político, por meio da
intervenção estratégica no campo, buscava-se sanar a inaptidão do «homem
rural», sem preparo prossional, para integrá-lo à no
va realidade do país, a
qual passava pela perspectiva modernizadora que seria levada a cabo com a
industrialização e a urbanização.
22
Souza (2011) indica que os princípios da Escola N
ova foram introduzidos sistematicamente na instrução
paulista a partir de 1930, mas permaneceram como orientação ocial do ensino até meados do século XX. A
longevidade do predomínio dessa orientação, como analisa Souza (2011), se deveu em parte à circulação e à
apropriação dessas ideias, que se enraizaram na cultura escolar brasileira.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 91
N
esse momento, a educação primária passou a ser considerada a
partir do papel que poderia ter como fator de produção e de integração
nacional, e, sob esse enfoque, a escola rural passou a ser vista “[...] não
somente como um local em que deveria ensinar a ler e a escrev
er e inserir
os sujeitos numa nov
a forma de organização social, mas como um meio de
contenção do uxo migratório, de saneamento do interior e de formação
técnica.
” (Á
VILA, 2013, p. 101).
P
or essa linha política de expansão da escolarização primária para a
xação do homem no campo que tornava “[...] a escola o
locus
de difusão
dos conhecimentos relativos às no
vas técnicas agrícolas e de educação
sanitária – noções de higiene e combate de doenças – com o intuito de
levar a modernização à zona rural.
” (Á
VILA, 2013 p. 109), as políticas
de expansão da educação rural, segundo Á
vila (2013), adquiriram um
caráter que se sobrepôs ao combate ao analfabetismo operado durante a
década de 1920.
Essa autora analisa as intensas estratégias tomadas pelo interventor
estadual Adhemar de B
arros no sentido de expandir o ensino, especialmente
considerando o aumento demográco desenfreado pelo qual passava o
estado de São P
aulo naquele momento e o papel que essa expansão teve em
face da ocupação populacional de nov
as áreas do estado e da abertura de
nov
as cidades pelo interior do estado.
Com a saída de Adhemar de B
arros, em 1941, assumiu como
interventor no estado de São P
aulo, F
ernando de Souza Costa, que
permaneceu no cargo até 1945. A continuidade na política de expansão das
escolas efetuadas por Adhemar de B
arros em sintonia com os propósitos do
Estado N
ov
o se evidenciaram com a terceira indicação de Sud M
ennucci
para o cargo de Dir
etor Geral da Instrução P
ública, no nal de 1943, o
qual esse professor ocupou até 1945, quando se demitiu em razão do m
do gov
erno de Getúlio.
Á
vila (2013) indica que uma das primeiras medidas efetuadas
por M
ennucci foi a criação da Assistência
T
écnica do Ensino Rural, por
meio do Decreto-Lei nº 13.635, de 21 de outubr
o de 1943, que buscou
orientar e auxiliar as atividades ruralistas no ensino primário.
T
odavia,
Angélica P
all Oriani
92 |
segundo essa autora, a passagem de S
ud Mennucci pela D
iretoria Geral
de Ensino não alterou signicativamente a expansão da escolarização
rural. Embora tenha havido gradativo crescimento da r
ede de ensino
primário rural paulista, o ritmo foi menos intenso do que o obser
vado
no período anterior (Á
VILA, 2013).
Com a publicação da Consolidação das Leis de ensino do Estado
de São P
aulo, por meio do Decreto n. 17.698, de 26 de no
vembro de
1947, ainda eram notadas algumas das prescrições que estavam vigentes
no Código de Educação de 1933, especialmente as que se referiam à
classicação das escolas isoladas em rurais, distritais e urbanas. Destaca-
se nesse decreto, porém, a difer
enciação que se estabeleceu entre as
modalidades de ensino. A partir de então, educação primária e educação
rural não seriam mais as mesmas.
A educação primária seria aquela ministrada nas escolas isoladas,
nos grupos escolares e nos cursos primários anexos às escolas normais, no
curso primário, de cinco anos, subdividido em primário comum de quatro
anos e complementar de um ano, do Instituto de Educação “Caetano de
Campos
” nos cursos populares noturnos.
A educação rural seria ministrada nas escolas típicas rurais, nos
grupos escolares rurais, nos cursos de agricultura das escolas normais e nos
cursos especiais intensivos destinados aos professor
es.
N
esse sentido, como destacam Souza e Á
vila (2013), na Consolidação
das Leis e Ensino do estado de São P
aulo é possível observar a ideia de um
modelo de escola rural que se voltava para a vocação agrícola o qual se
remetia à institucionalização de grupos escolares rurais, durante a década
de 1930. Isso evidencia que, de
fato, “[...] o estado de São P
aulo se valeria
de dois modelos de educação primária na zona rural durante os anos 1930
e 1940 – escolas rurais de ensino comum e escolas típicas rurais baseadas
nas concepções ruralistas de educação.
” (SOUZ
A; Á
VIL
A, 2013, p. 12).
Além disso, é preciso destacar
, também, que se no Código de
Educação de 1933 prev
aleceu a tendência escolanovista de um ensino
comum, na Consolidação das leis de ensino do estado de São P
aulo
cou evidente o prevalecimento da tendência ruralista (SOUZA, 2014),
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 93
com o que foi raticada a diferenciação da escolarização primária. N
essa
perspectiva da diferenciação, a escola isolada, apesar de se localizar no
espaço rural, era considerada escola primária comum, enquanto que para
a escola típica rural, deveria haver nalidade e programa escolar especíco,
os quais xassem as crianças no espaço rural.
Com os aspectos que explorei anteriormente, é possível constatar que
as tensões em torno dos limites geográcos estiveram no cerne das discussões
acerca dos ns da educação primária paulista no período que abordo neste
livro
. N
o âmbito desses debates as questões em torno do urbano x rural
resultaram no beneciamento do espaço urbano sobre o rural.
Os privilégios concedidos ao espaço urbano e ao grupo social
urbano foram perenes nas disputas em torno da expansão da escolarização
primária paulista. N
essa zona de tensões, o privilégio foi concedido
ao grupo escolar e ao espaço urbano. A duração do ensino primário
atrelada aos espaços em que as escolas isoladas estavam inseridas, bem
como a secundarização que essas escolas tiveram no âmbito das políticas
republicanas ensejam o entendimento de que para a população de baixa
renda que habitava a z
ona rural ou afastada dos centros urbanos se
fazia necessária uma escola especíca: reduzida, simplicada e capaz de
ensinar a ler
, escrever
, contar
, moralizar
, higienizar
, nacionalizar e xar os
indivíduos em seus respectivos espaços.
2.2 l
imites
em
t
orno
de
tensões
N
as tensões em torno dos limites que diferenciavam as escolas
isoladas e os grupos escolares entrecruzam questões pedagógicas que foram
estabelecidas legalmente como diferenciadores dessas duas instituições.
Como apresentei anteriormente, a distinção geográca e pedagógica
das escolas isoladas e a classicação dessas instituições como “
urbanas
” ou
“
rurais
” a partir da Lei nº 1.579, de 19 de dezembro de 1917 sistematizaram
de fato as diferenciações que já começavam a ser instauradas desde 1904,
com a publicação do Decreto nº 1.239.
Angélica P
all Oriani
94 |
N
esse sentido, os adjetivos que as escolas isoladas receberam como
denidores do espaço geográco nos quais estavam situadas se constituíram
como os critérios elementares para a denição da duração do curso e, por
consequência, para a organização dos saberes escolares que dev
eriam ser
disseminados nessas instituições.
As constantes oscilações na duração do curso primário oferecido
nas escolas isoladas e a inclusão e/ou exclusão de determinadas matérias
e conteúdos curriculares indicam que, no processo de organização do
ensino primário paulista, não houve muito consenso
. As disputas em
torno daquilo que era considerado necessário para a formação do cidadão
republicano, bem como sobre quem era esse cidadão r
epublicano almejado
passaram não apenas pelas nalidades das escolas primárias, mas, também,
pelo conjunto de conhecimentos que cada uma das instituições divulgava.
Ao analisar os diferentes pr
ogramas de ensino das escolas primárias
paulistas, Shieh (2010) identica os saber
es escolares que deveriam ser
ensinados nos grupos escolares, nas escolas-modelo, nas escolas isoladas,
nas escolas-modelo isoladas e nas escolas reunidas, entre os anos de 1887
e 1929. As conclusões de Shieh (2010) indicam a prioridade dos grupos
escolares e das escolas-modelo nas políticas republicanas no que se r
efere à
organização dos programas de ensino, o que evidencia “[...] o peso desigual
atribuído aos diferentes tipos de escolas primárias pelo poder público [...]”
(SHIEH, 2010, p. 171).
Além desse aspecto, a autora enfatiza a vinculação dos conteúdos
e das matérias ensinadas nos grupos escolares e nas escolas-modelo com
o desenvolvimento da nacionalidade e da moralização das crianças, isso
porque essas duas instituições se inseriam nos centros urbanos e podiam
conter as possíveis dissidências dos lhos de imigrantes que se matriculavam
nas escolas graduadas – especialmente no momento em que as greves
operárias passaram a eclodir na capital – e intensicar a propaganda em
favor de bons hábitos, bons costumes e da higiene. N
o que se refere aos
programas de ensino das escolas isoladas, Shieh (2010) analisa que, embora
os conteúdos não se limitassem ao ler
, ao escrever e ao contar
, eles não
avançavam muito além disso, e ofer
eciam matérias básicas e rudimentares,
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 95
as quais tinham por nalidade despertar o gosto pela vida rural (SHIEH,
2010).
Shieh (2010) também estabelece 1904 como marco da distinção
pedagógica das instituições escolares e indica que, enquanto os grupos
escolares e as escolas-modelo tiveram um pr
ograma de ensino aprovado
em 1905, com a publicação do Decreto nº 1.281, de 24 de abril, as escolas
isoladas teriam tido apenas em 1911, por meio do Decreto nº 2005, de 13
de fevereir
o, um programa de ensino estipulando os conteúdos curriculares
que deveriam ser ensinados nas escolas isoladas do estado
. A esse respeito,
Souza (2009, p
. 85) analisa que a revisão dos programas de ensino e da
organização curricular da escola primária efetuada a partir de 1905 foi
uma tentativa de “[...] adequação da seleção cultural aos diferentes tipos de
escolas existentes no estado.
”.
Difer
entemente dos grupos escolares que com o decreto de 1905
haviam sido organizados em quatro séries que correspondiam a
um ano
letivo cada, o programa de ensino das escolas isoladas r
egulamentado a
partir do decreto de 1911 organizou a duração do ensino nessas instituições
em três seções e não anos, graus ou séries, possivelmente pr
evendo a
presença de alunos em diferentes nív
eis de adiantamento e a possibilidade
de disposição e agrupamento dos alunos por seções.
Sobr
e a questão da organização das atividades didáticas, é notório
que com a implantação dos grupos escolares de certo modo foram
oferecidos alguns modelos de divisão do tempo da escola. S
ouza (1998, p.
214) distingue que
Se a escola de primeiras letras, reinado do ensino individual vicejav
a
sobre um tempo aleatório, marcado pelo ritmo da apr
endizagem
do aluno, o término do compêndio ou a livre decisão do professor
,
a escola primária republicana pôs em marcha a organização
racional do ensino na qual o emprego do tempo ganha relev
ância
e signicado.
Gallego (2008) também apresenta discussões pertinentes a respeito
do processo de construção do tempo nas escolas primárias no período de
Angélica P
all Oriani
96 |
1846 a 1890, que antecede a implantação dos grupos escolares em São
P
aulo. Essa autora problematiza a transição do tempo da infância para o
tempo da escola e, com isso, analisa o conjunto de medidas administrativo-
burocráticas que foram arquitetadas a partir do nal do século XIX de
modo a construir “[...] a temporalidade identitária da instituição escolar
.
”
(GALLEGO, 2008, p. 294).
P
roblematizando questões refer
entes aos calendários, aos limites de
idade, ao horário de permanência das crianças na escola e principalmente
à estruturação de um “
tempo didático
”, o que condensa a duração do
ensino primário, à ordenação dos conteúdos que deveriam ser ensinados às
crianças, aos modos de ensinar
, de aprender e ao empr
ego do tempo, Gallego
(2008, p. 293, grifo da autora) destaca que nos anos que antecederam a
implantação da moderna escola burguesa no estado de São P
aulo
[...] notam-se os esforços de construção da organização pedagógica
que é tomada como
a
forma de ensinar e aprender: delimita-se um
percurso; há uma transição entre os modos individuais de ensino
para aquele dado no coletivo, pelo qual a economia de tempo e os
ritmos de ensino passam a ser coletivos; o tempo devia ser cada vez
mais repartido entre as atividades, sendo expressiv
a a inclusão de
pautas no cotidiano – oração, chamada, recreio, sendo r
ecomendável
a distribuição das matérias nas horas de estudo, sem que houvesse
desperdício de tempo
. No interior de uma ciência escolar
, o emprego
do tempo, ou melhor a programação de diferentes momentos, é
correlativo de uma moderna concepção de escola.
N
esse sentido, os momentos que antecederam a implantação dos
grupos escolares desencadearam a inclusão de normas e regras xas que
versavam sobr
e a organização do tempo escolar
, a qual institucionalizou os
limites de funcionamento da escola, xando o início e o m do ano letivo,
do período escolar
, das matrículas, das férias, dos exames. É pertinente
observar também nas escolas isoladas alguns vestígios do controle da
organização do tempo, os quais, de certo modo, ressignicaram a utilização
do tempo nessas instituições após implantação dos grupos escolares.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 97
A esse respeito, o horário-modelo das escolas isoladas, publicado em
1911, no Decreto nº 2.004, de 13 de fev
ereiro e organizado a partir de
ditames de uma cadência de trabalho, é um exemplo signicativo dessa
organização do tempo escolar
.
F
igura 10
– Horário-modelo das escolas-modelo isoladas
23
F
onte:
Decreto nº 2.004, de 13 de fever
eiro de 1911 (SÃO P
AULO, 1911).
É pertinente destacar que certa divisão no tempo das escolas isoladas
e a subdivisão das salas em níveis de adiantamento também já eram práticas
utilizadas pelos professores das escolas de primeiras letras no período
que antecedeu a implantação dos grupos escolares em São P
aulo, em
decorrência da utilização do método de ensino mútuo
24
. Quando Cardoso
23
Apesar de o horário-modelo ser para as escolas-modelo isoladas, as práticas nas escolas-modelo deveriam ser
adotadas nas escolas isoladas. As indicações no decreto são de que, quando o horário não pudesse ser elmente
seguido, poderia ser adaptado às condições especiais de cada escola. A respeito do horário-modelo, é interessante
destacar
, também, que apesar de a divisão do horário contar com três seções, a organização das matérias divide a
escola em quatro grupos, como é possível observar com as quatro colunas. É possível questionar se a organização
pedagógica das escolas isoladas, conforme proposta nesse horário-modelo, não era uma aproximação da
organização pedagógica dos grupos escolares, em quatro séries.
24
Nos anos iniciais do século XIX, o método de ensino individual era utilizado para a instrução pública paulista.
A partir de 1824, de acordo com Cardoso (2013), com a defesa de Rafael
T
obias Aguiar, o método de ensino
lancasteriano ou mútuo foi sugerido como uma aposta na universalização do ensino, o qual se restringiria à
leitura, à escrita e às operações elementares de aritmética. Em 1825, com a publicação da Decisão nº 182, o
governo imperial ocializou a adoção do método de ensino lancasteriano ou mútuo nas pr
ovíncias brasileiras e,
por meio da Decisão nº 232, foram criadas escolas de ensino mútuo na capital do Império, e duas na pro
víncia
Angélica P
all Oriani
98 |
(2013) analisa a organização do trabalho didático nas escolas isoladas
paulistas, o recorte dessa autora perpassa os momentos que antecedem a
implantação das escolas graduadas e os momentos em que escola isolada e
escola graduada coexistem.
As constatações dessa autora se referem ao contr
ole e classicação
dos alunos das turmas e também à organização do tempo escolar
. Em uma
escola de I
tu, por exemplo, o relato do pr
ofessor F
elix do Amaral indica
que no ano de 1828, dos 77 matriculados, 65 eram frequentes, e esses
eram classicados em sete classes, as quais contavam com sete monitores
(CARDOSO, 2013). Sobr
e a organização do tempo escolar
, Cardoso
(2013) apresenta a rotina do pr
ofessor Bernardino de Carvalho, na cidade
de Silveiras, que data de julho de 1868. As atividades eram bastante
cronometradas e os exer
cícios de caligraa, aritmética, leitura de impressos,
lições de doutrina, de gramática, de manuscritos, de tabuada e de sistema
métrico eram divididas em intervalos de quarenta e cinco minutos a uma
hora de duração, entre às 8h e às 16h.
As armações de Cardoso (2013) permitem compr
eender alguns
vestígios das práticas de organização do tempo nas escolas isoladas no
período que antecedeu a implantação dos grupos escolares; é certo que a
divisão do tempo operada nas escolas de primeiras letras se vincula a outro
modelo pedagógico que sustenta as práticas, baseado nos princípios do
método lancasteriano ou mútuo, o que foi alterado com a implantação das
escolas graduadas, em que o controle do tempo era regulado por princípios
cientícos, ancorados em discussões médicas sobre a fadiga e o rendimento
em torno da aprendizagem e, também, em questões que perpassavam o
sentido que o tempo passou a ter
, não sendo vinculado mais ao tempo da
natureza, mas sim ao tempo do relógio e do trabalho, seguindo a lógica do
capital (SOUZA, 1998).
de São P
aulo, uma na capital e outra em Santos (CARDOSO, 2013). As discussões em torno do método
de ensino como organização da classe e como forma de ensinar passaram a ganhar destaque entre as décadas
de 1840 e 1870, dando lugar à adoção de métodos mistos, os quais buscavam aliar as vantagens do método
individual com as vantagens do método lancasteriano ou mútuo. Essa vertente de discussões sobre os métodos,
as quais, de acordo com F
aria Filho (2000) incidem sobre a forma de organizar as classes, sofreu uma importante
inexão a partir de 1870, principalmente em decorrência das ideias e das experiências do educador suíço J
ean-
Henri P
estalozzi, as quais geraram certo deslocamento das discussões sobre os métodos para as discussões sobre
as relações pedagógicas de ensino e aprendizagem. Esse deslocamento norteou os caminhos para a adoção do
método intuitivo, o qual balizou as iniciativas republicanas na/por ocasião da implantação da escola graduada.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 99
A esse respeito, as problematizações de G
allego (2008) permitem
compreender outros indícios sobr
e o controle do tempo das escolas no
período que antecede a implantação dos grupos escolares e o questionamento
dessa autora se refere justamente à impr
ecisão em alguns relatórios de
professores quanto aos horários de início e de encerramento das aulas.
Segundo Gallego (2008), o pr
eenchimento obrigatório do horário de início
das aulas e a presença de respostas como “lá pelas 8 horas
” nos relatórios
dos professores evidenciam pontos r
epresentativos das vivências temporais
naquele momento.
Os investimentos do go
verno no sentido de fornecer relógios às
escolas de modo a driblar os atrasos dos professores e dos alunos, bem como
as tentativas de controle da fr
equência, de pontualidade e de organização
escolar constituíram, segundo Gallego (2008), algumas das iniciativas
administrativo-burocráticas que visavam conferir racionalidade, contr
ole e
organização das atividades escolares objetivando atingir a organização da vida
pessoal dos indivíduos a partir da escola e, nesse sentido, a vinculação entre
o tempo da infância e o tempo da escola passaram a se constituir elementos
cruciais. Essas tentativas resultavam da necessidade de conferir à escola o
estatuto de modelo sobre como pensar
, agir
, sentir e ser
, o que talvez tenha
se evidenciado com uma racionalidade administrativa e com ferramentas de
controle ainda maior quando foram implantados os grupos escolares.
A organização cronometrada do tempo escolar cadenciava o ritmo
do ensino e o tempo da aprendizagem. Os tempos da escola, como arma
Souza (1998, p
. 222), conguraram-se como “[...] um dos primeiros
tempos úteis, cronometrados, controlados e exigidos, percebidos pelas
crianças. N
esse sentido, ele educa, modela e conforma, prestando-se aos
desígnios da civilização.
”.
É possível constatar
, portanto, que com a implantação dos grupos
escolares a organização do tempo escolar das escolas isoladas também foi
sendo vinculada às nov
as formas de se compreender o tempo. N
esse sentido,
a proposição de calendários, de período de matrículas, de férias e as tentativas
de ordenação do tempo dessas escolas eram aspectos constantes também nas
escolas isoladas. Apesar das discussões em torno da difer
enciação das escolas
isoladas em relação aos grupos, com períodos de férias e de exames nais
Angélica P
all Oriani
100 |
diferenciados para o atendimento das demandas especícas dessas escolas,
bem como com os problemas de frequência nas escolas isoladas, que gerav
a
certa oscilação na quantidade de alunos, é possível constatar a organização
temporal fazendo-se sentir também nessas instituições.
Quanto às matérias ensinadas nos grupos escolares e nas escolas
isoladas, é possível constatar a diferenciação e o apelo prático que conferiu
o vínculo entre os conteúdos curriculares das escolas isoladas aos locais
em que elas estavam inseridas e ao modelo de indivíduo que era almejado
formar com esses conteúdos culturais. A simplicação dos programas
escolares das escolas isoladas decorreu da visão de que essas instituições
eram mais singelas e modestas do que os grupos escolares. Ao longo do
período, o processo de diferenciação entr
e as escolas isoladas e os grupos
escolares, que começou efetivamente na década de 1910, permaneceu nas
décadas seguintes, em alguns momentos acentuando mais a diferença entr
e
as instituições e delimitando com mais ênfase o vínculo da escola isolada
ao atendimento da população rural.
P
ara oferecer uma maior visualização acerca dos programas de ensino
destinados aos grupos escolares e às escolas isoladas, apresento no quadro
abaixo as matérias que deveriam ser ensinadas nessas instituições entr
e
1905
25
, quando se iniciou o processo de diferenciação entr
e os programas
de ensino das escolas primárias paulistas, até 1933, pois a reformulação
instituída com o Código de Educação de 1933 engloba o período restante
do recorte temporal da pesquisa que resultou neste livro
.
25
Antes de 1905, em 1894, o Decreto nº 248, de 26 de julho, apro
vou o regimento interno das escolas públicas,
e com isso estão indicadas as matérias que deveriam ser ministradas no curso preliminar
, o qual poderia ocorrer:
nas escolas preliminares, nas escolas preliminar
es intermédias e nas escolas provisórias. Optei por r
ecuar o
recorte temporal para o ano de 1905 em razão do início do processo de diferenciação pedagógica entre as escolas
isoladas e os grupos escolares.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 101
Q
U
ADR
O 1
– Matérias contidas nos programas de ensino dos grupos
escolares e das escolas isoladas paulistas e legislação correspondente
(1905-1933)
Legislação
correspondente
Matérias contidas nos programas de ensino
Decreto nº 1.281, de 24
de abril de 1905.
Grupos escolar
es
26
Leitura, Linguagem, Caligraa, Aritmética, Geograa, História do B
rasil,
Ciências F
ísicas e Naturais, H
igiene, Instrução Cívica e Moral, H
igiene,
Ginástica e Exer
cícios Militares, M
úsica, Desenho, Geometria e
T
rabalhos
Manuais.
Decreto nº 2.005, de 13
de fevereiro de 1911.
Escolas Isoladas
Leitura, Linguagem, Caligraa, Aritmética, História, Geograa, Ciências
naturais (Animais, Plantas e Lições gerais), Desenho, Canto,
T
rabalho Manual
e Ginástica.
Decreto nº 2.368, de 14
de abril de 1913.
Escolas isoladas de bairro
Leitura, Linguagem Oral, Linguagem Escrita, Aritmética, Geograa, História
do Brasil, N
oções de Coisas, Educação Cívica,
T
rabalhos Manuais e Caligraa.
Decreto nº 2.944, de
8 de agosto de 1918,
que regulamentou a
Lei nº 1.579, de 19 de
dezembro de 1917.
Grupo escolar
Leitura, Linguagem Oral, Linguagem Escrita, Caligraa, Aritmética,
Geometria, Geograa, História do B
rasil, Instrução Moral e Cívica, Ciências
F
ísicas e Naturais, H
igiene, Música, D
esenho,
T
rabalho Manual, Ginástica e
Economia Doméstica.
Escola isolada urbana
Leitura, Linguagem Oral, Linguagem Escrita, Aritmética, Geograa, História
do Brasil, Ciências F
ísicas e Naturais, I
nstrução Moral e Cívica,
T
rabalhos
Manuais, M
úsica, Caligraa, Geometria, Desenho, Ginástica e E
ducação
Doméstica.
Escola isolada rurais e distritais
Leitura, Linguagem Oral, Linguagem Escrita, Aritmética, Geograa, História
do Brasil, Ciências F
ísicas e Naturais, I
nstrução Moral e Cívica,
T
rabalhos
Manuais, M
úsica, Caligraa, Geometria, Desenho e Ginástica.
Decreto nº 3.356, de 31
de maio de 1921.
P
ara todas as instituições de ensino primário
Leitura; Linguagem Oral; Linguagem Escrita; Aritmética, Geometria,
Geograa, História do B
rasil, Ciências Físicas e N
aturais, Higiene, Instrução
Moral e Cívica, Desenho,
T
rabalhos Manuais, Ginástica, Caligraa.
26
Nesse pr
ograma escolar também estavam incluídas as escolas-modelo.
Angélica P
all Oriani
102 |
Decreto nº4.101, de 14
de dezembro de 1926
que regulamentou a
lei nº 2.095, de 24 de
dezembro de 1925.
Grupos escolar
es
27
Leitura, Linguagem, Caligraa, Desenho, Geometria, Cálculo Aritmético,
Cosmograa, Geograa, Ciências F
ísicas e Naturais, H
igiene, Geograa do
Brasil e do Estado de São P
aulo, História do Brasil, Br
eves Noções sobr
e a
Constituição F
ederal e Estadual, Canto e Solfejo, Educação M
oral, Ginástica
e T
rabalhos
Manuais.
Escolas isoladas urbanas e rurais
Leitura, Caligraa, Linguagem Oral, Linguagem Escrita, Aritmética, F
ormas,
Desenho, Geograa, História, I
nstrução Moral e Cívica, Lição de Coisas,
M
úsica,
T
rabalhos Manuais, Ginástica, Ciências F
ísicas e Naturais.
Decreto nº 4.600, de
30 de maio de 1929,
que regulamentou a
Lei nº 2.269, de 31 de
dezembro de 1927 e a
Lei nº 2.315, de 21 de
dezembro de 1928.
Grupos escolar
es
Leitura e Escrita, Exercícios de R
edação, Caligraa, Aritmética Prática,
Geometria P
rática, Noções úteis de Ciências F
ísicas e Naturais e de F
isiologia
e Higiene, Elementos da G
eograa Geral, do Brasil e de São P
aulo, História,
Instrução Cívica, Desenho, M
úsica, Canto Orfeônico,
T
rabalhos Manuais,
Escotismo para meninos e Ginástica.
Escolas isoladas urbanas
28
Leitura e Escrita, Exercícios de R
edação, Cálculo, Noções de Geometria P
rática,
Conhecimentos relativos aos animais, às plantas e aos fenômenos da natureza,
Noções de F
isiologia e de Higiene, Ideia geral do mundo e do conhecimento
geográco da localidade, do Brasil e do estado de São P
aulo, História, Instrução
Cívica, Desenho, Canto,
T
rabalhos Manuais e Ex
ercícios Físicos.
Escolas isoladas rurais
29
Leitura e Escrita, Exercícios de R
edação, Cálculo, Conhecimentos Úteis e
Intuitivos relativ
os aos animais, às plantas e aos fenômenos da natureza, Noções
de F
isiologia e de Higiene, Conhecimento geográco da localidade, do Brasil e
do estado de São P
aulo, História, Instrução Cívica, Desenho educativo, Canto,
T
rabalhos Manuais e Exer
cícios Físicos.
Decreto nº 5.884, de 21
de abril de 1933.
Grupos escolar
es e escolas isoladas
30
Leitura, Linguagem Oral e Escrita, Aritmética e Geometria, Geograa,
História do Brasil e I
nstrução Cívica, Ciências Físicas e N
aturais,
T
rabalhos
Manuais, Desenho, Desenho, Caligraa, Canto e G
inástica.
F
onte:
SÃO P
AULO (1905, 1911, 1913, 1918, 1921, 1925, 1929, 1933); SHIEH (2010).
Como é possível observar
, ao longo do período há certa manutenção
nas matérias que deveriam ser ensinadas tanto nos grupos escolares, quanto
27
Nesse pr
ograma escolar também estavam incluídas as escolas-modelo e as escolas reunidas. P
orém, enquanto
a duração do curso primário nas escolas reunidas era de três anos, nos grupos escolares e nas escolas-modelo era
de quatro anos.
28
Nesse pr
ograma escolar também estavam incluídas as escolas reunidas urbanas.
29
Nesse pr
ograma escolar também estavam incluídas as escolas reunidas rurais.
30
No Código de E
ducação de 1933 não há diferenciação entre o programa de ensino das escolas isoladas e
dos grupos escolares, constando apenas as matérias do programa de ensino da educação primária, as quais
apresentei acima.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 103
nas escolas isoladas. A esse respeito, S
ouza (2009) argumenta que as
prescrições sobre “
o que ensinar” demonstram certa estabilidade na seleção
cultural efetuada a respeito do ensino primário ao longo do século XX.
As matérias de leitura, linguagem oral e escrita, aritmética, geograa,
história, instrução cívica, caligraa e noções de ciências naturais e físicas
de certo modo foram mantidas ao longo do período, mesmo com as
reformulações dos programas de ensino
. Em contrapartida, “[...] a
variabilidade das prescrições metodológicas r
evela a inuência das inov
ações
no campo da pedagogia, arena na qual estiveram em disputa difer
entes
concepções de escola primária e de educação.
” (SOUZ
A, 2009, p. 90).
É notório, porém, que, nesse conjunto de matérias, aquelas destinadas
aos grupos escolares se evidenciam como mais amplas e mais destinadas à
formação da mente, do espírito e do corpo, e as das escolas isoladas, como
Shieh (2010) também já havia destacado, acabam por se vincular a uma
ideia de praticidade, com a inclusão de matérias sobre questões da vida
doméstica, da indústria, do comércio e da fazenda, ou de noções r
elativas
às plantas, aos animais, ao espaço geográco local, bem como de trabalhos
manuais adaptados à zona em que a escola estava inserida e de siologia e
higiene visando à saúde do aluno.
É possível constatar o apelo essencialmente prático e funcional
das matérias das escolas isoladas, especialmente as rurais e distritais,
se comparadas com os programas de ensino dos grupos escolares
31
. É
interessante notar
, também, que ao passo que a diferenciação pedagógica
entre as instituições de ensino começa a ser ensejada com a publicação do
programa de ensino dos grupos escolares, em 1905, e é estabelecida em
1917, parece que foi ao nal da década de 1920 que essas diferenças foram
se consolidando, e o apelo ao programa de ensino essencialmente prático
visando à xação dos indivíduos no meio em que viviam estabelece os
limites entre essas instituições com mais ênfase. Essas diferenciações podem
ser compreendidas em decorrência da divulgação de ideias escolano
vistas
e ruralistas, as quais ganhavam espaço e adeptos no cenário brasileiro e
paulista, fazendo sentir as disputas em torno dos ns da escola primária e
31
Maiores discussões a r
espeito dos programas de ensino dos grupos escolares, ver especialmente Souza
(1998; 2009).
Angélica P
all Oriani
104 |
em consequência sobre o que deveria ser ensinado nas escolas (urbanas e
rurais) (Á
VIL
A, 2013).
Entre a pr
oposição de ideias de modelos pedagógicos e de programas
de ensino e a efetivação ou o cumprimento deles há um “hiato
”, como
Carvalho (2003) destacou. Souza (1998, 2009) já analisou as diculdades
que os professores encontrav
am para efetivar os programas de ensino nos
grupos escolares, evidenciando, a esse respeito, a atuação dos inspetor
es de
ensino no sentido de orientar os professores
32
, de modelar e de avaliar as
práticas de ensino.
Se nos grupos escolares as diculdades para fazer cumprir o pr
ograma
de ensino eram tamanhas, o que dizer das escolas isoladas, que ainda
contavam também com condições precárias de mobiliário e com a ausência
de materiais didáticos? A esse respeito, alguns relatórios que se r
eferem
ao período anterior à implantação dos grupos escolares evidenciam as
diculdades dos professores das escolas isoladas de cumprir os pr
ogramas.
Em alguns dos
Relatórios das delegacias r
egionais de ensino
estão pontuadas
as diculdades dos professores em ex
ecutar os programas de ensino,
especialmente em decorrência da ausência de materiais e da diculdade de
organizar as atividades didáticas para a turma com alunos em diferentes
níveis de adiantamento
.
Diculdades como essas e outras acabavam por endossar as discussões
a respeito do currículo comum e do currículo diferenciado para as escolas
urbanas e para as escolas rurais, veiculando a ideia da simplicação dos
32
Nos
R
elatórios das delegacias regionais de ensino
há informações de que mensalmente os professor
es das escolas
isoladas faziam reuniões de orientação com os inspetores de ensino
. Nessas reuniões, os pr
ofessores dessas escolas
recebiam prescrições a respeito de metodologias de ensino, orientações teóricas e algumas aulas-modelo eram
proferidas a título de exemplicação; além disso, nessas reuniões os pr
ofessores das escolas isoladas recebiam
seus pagamentos, portanto, considero que a presença desses professores era praticamente maciça. A
pesar de não
ter localizado até o momento alguma ata relativa a essas reuniões, penso que esse documento traria v
estígios
bastante pertinentes para uma devida aproximação tanto da realidade das escolas isoladas, quanto dessas práticas
de orientação e modelação de práticas efetuadas pelos inspetores de ensino. Essa tentativ
a de “
modelização
” das
práticas pedagógicas dos professores das escolas isoladas pode ser percebida no
Relatório da delegacia r
egional de
ensino de Ribeirão P
reto
, relativo ao ano de 1936, no qual o delegado de ensino F
rancisco Alves Mourão indica
que os inspetores de ensino auxiliavam os trabalhos dos professor
es, especialmente dos que estavam nos núcleos
rurais, “[...] guiando-os nos passos mais diceis da execução do programma e resolvendo, com sabedoria,
as suas diculdades. As palestras pedagogicas tambem têm constituido, pelo acerto da orientação que lhes
têm imprimido os inspectores e auxiliares de inspecção – utilissima forma de orientação do professorado
.
”
(MOURÃO, 1937, p. 29).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 105
conteúdos curriculares das escolas isoladas e a estreita vinculação desses
conteúdos com as atividades do ambiente rural, de modo a xar os
indivíduos nesse espaço e evitar o êxodo do campo para a cidade.
P
ara a avaliação dos programas de ensino, os exames nais se
constituíram em dispositivos que, segundo Souza (2009), corr
oboraram
para a conguração da escola primária ao longo do século XX, e a ênfase
dada à celebração do mérito conferiu à escola primária o estatuto de
respeitável por todos os rituais que env
olviam essas práticas.
33
Souza (1998) compara que, enquanto as escolas de primeiras letras
não contavam com uma avaliação sistemática e r
egular e os alunos eram
avaliados apenas quando eram considerados aptos e haviam concluído
a aprendizagem de determinado conteúdo, a ino
vação republicana da
graduação do ensino atribuiu valor signicativo à avaliação, já que a
necessidade de constante classicação e seleção dos alunos estava imbricada
à estruturação do sistema de ensino graduado.
A padronização das avaliações dos alunos das escolas, todavia, era
objeto de constante reclamação por parte dos inspetores e delegados
de ensino. O
s exames ocorriam no nal do mês de novembr
o, o que
prejudicava a av
aliação do desempenho e da frequência dos alunos das
escolas isoladas rurais, já que além de coincidir com a época de colheitas, o
que esvaziava as escolas, também podia ter como fator complicador a não
reno
vação de contratos de colonos, de que decorria a mudança das famílias
em determinadas fazendas e o abandono da escola por parte das crianças
(CELESTE FILHO, 2012).
No
Relatório da Delegacia R
egional de Rio Pr
eto
do ano de 1940, o
delegado W
aldomiro Prado S
ilveira é muito enfático ao divulgar essa ideia
da importância dos exames nais e o seu apelo é bastante representativo
33
De acordo com S
ouza (1998, p. 242-243), “
A reforma republicana da instrução pública instituiu nos
dispositivos legais o exame como atividade sistemática e contínua no ensino primário, submetendo-o a uma
série de normatizações. U
m capítulo inteiro é dedicado a ele no Regimento Interno das Escolas P
úblicas do
Estado de São P
aulo de 1894. Por este r
egulamento foram estabelecidos exames públicos a serem realizados
por bancas examinadoras compostas pelo inspetor do distrito, como presidente, por dois examinadores por ele
nomeados e pelo respectivo professor da escola ou classe. [...] Compr
eendiam os exames provas escritas, práticas
e orais. Escritas, as de ditado, composição e questões práticas de aritmética. P
ráticas, as provas de caligraa e
desenho, e orais, todas as demais matérias.
”.
Angélica P
all Oriani
106 |
desse m meritocrático. D
e acordo com esse delegado de ensino, para o
professor
, o exame seria o momento mais sério de sua prossão, em que
sua capacidade intelectual, seu esforço ao longo do ano e o seu “
pendor
prossional” seriam aferidos. Além disso, segundo S
ilveira (1940), a
carreira e os interesses nanceir
os do professor estariam em jogo.
O aluno, segundo esse delegado, “[...] espera o exame como quem
aguarda uma dádiva ou um castigo
.
” Esse seria “[...] o ponto culminante
do seu esforço e a razão única de sua permanencia na escola.
” (SIL
VEIRA,
1940, p. 99). O estado, por sua v
ez, veria nos exames nais o balanço
de suas despesas com o servidor público a que a escola fora entregue e
também com os materiais e esforços nanceiros empr
egados na escola.
Como se observa, a tentativa é a de legitimar a noção do merecimento
pelo esforço empregado e o agraciamento pela tar
efa árdua ex
ecutada com
maestria ou, no caso contrário, a exibição da falha, do erro e a punição,
como consequência.
As chas de exames dos alunos do 1º, 2º e 3º ano das escolas isoladas
da região de Rio P
reto, as quais foram organizadas pelos inspetores de
ensino da região a m de facilitar as práticas de exames nessas instituições,
auxiliam a visualização de alguns elementos da cultura da seleção e da
prática de punição ou de exaltação
34
.
34
As indicações que constam no
Relatório
são de que as chas de leitura, aritmética, geograa, história e noções
comuns eram levadas para a escola em cópias mimeografadas visando à economia de tempo durante os exames.
Segundo Silveira (1940), havia sido estabelecido que todas as escolas isoladas r
egidas por professores estagiários
na região teriam os exames presididos por inspetores escolar
es, em decorrência da inserção efetiva desses
professores na carreira do magistério público, o que dependia dos r
esultados dos exames. Além disso, também
havia sido assentado que todos os exames das escolas isoladas estaduais seriam realizados por “
autoridades
educacionais
” (SIL
VEIRA, 1940), tais como inspetores ou diretores de grupo escolar e nunca por um adjunto
ou outro professor
. Em vista da presença dos inspetores de ensino nos exames das escolas isoladas, as chas de
exames mimeografadas auxiliariam as atividades avaliativas e poupariam o tempo da cópia por parte dos alunos.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 107
F
igura 11
– F
icha adotada para exame de leitura no 1º. ano e no 2º. ano
das escolas isoladas da região de Rio P
reto (1940)
F
onte:
Relatório da Delegacia Regional de E
nsino de Rio Pr
eto
(1940).
Angélica P
all Oriani
108 |
F
igura 12
– F
icha adotada para exame de leitura do 3º. ano, de ditado
para o 1º. ano e de linguagem para o 2º. e 3º. ano das escolas isoladas da
região de Rio P
reto (1940)
F
onte:
Relatório da Delegacia Regional de E
nsino de Rio Pr
eto
(1940).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 109
F
igura 13
– F
icha adotada para exame de aritmética para o 1º. ano das
escolas isoladas da região de Rio P
reto (1940
)
F
onte:
Relatório da Delegacia Regional de E
nsino de Rio Pr
eto
(1940).
F
igura 14
– F
icha adotada para exame de aritmética para o 2º. ano das
escolas isoladas da região de Rio P
reto (1940)
F
onte:
Relatório da Delegacia Regional de E
nsino de Rio Pr
eto
(1940).
Angélica P
all Oriani
110 |
F
igura 15
– F
icha adotada para exame de aritmética para o 3º. ano das
escolas isoladas da região de Rio P
reto (1940)
F
onte:
Relatório da Delegacia Regional de E
nsino de Rio Pr
eto
(1940).
F
igura 16
– F
icha adotada para exame de cartograa do 3º. ano das
escolas isoladas da região de Rio P
reto (1940)
F
onte:
Relatório da Delegacia Regional de E
nsino de Rio Pr
eto
(1940).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 111
F
igura 17
– F
icha adotada para exame de história, de geograa do 2º.
ano e de noções comuns do 3º. ano das escolas isoladas da região de Rio
P
reto (1940)
F
onte:
Relatório da Delegacia Regional de E
nsino de Rio Pr
eto
(1940).
Angélica P
all Oriani
112 |
F
igura 18
– F
icha adotada para exame de história, de geograa do 3º.
ano e de ditado geográco do 3º. ano das escolas isoladas da região de
Rio P
reto (1940)
F
onte:
Relatório da Delegacia Regional de E
nsino de Rio Pr
eto
(1940).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 113
Como se observa nas guras acima, as provas de ditado, leitura e
linguagem se concentravam em aspectos relativ
os à compreensão sonora
e discursiva, à entonação durante a leitura, à pausa e à leitura corrente,
à reprodução discursiv
a e à distinção fonética. As provas de aritmética
versavam sobr
e problemas que buscavam ser práticos, numa tentativa
de aproximar a aritmética da r
ealidade dos alunos. P
or isso, as questões
envolviam as dimensões de um terreno, a compra de uma peça de faz
enda
e o uso de dinheiro, bem como a utilização de objetos cotidianos, como
roupas, livros e o
vos.
As pro
vas de geograa enfocavam algumas delimitações espaciais do
estado de São P
aulo, como nomes de rios, de estradas de ferro, nomes
de portos, identicação de cidades do interior do estado. A pro
va de
cartograa destinada ao 3º. ano, segundo consta no
Relatório,
seria feita
como um ditado cartográco e os dez pontos que constam ao nal da
imagem 18 deveriam ser indicados no mapa da imagem 16 em um período
de dez minutos.
As pro
vas de história se concentravam em guras históricas e, nesse
sentido, as perguntas eram iniciadas com “
quem foi?” ganham certo
destaque no rol das questões desses exames para o 2º. e 3º. anos das escolas
isoladas dessa região
.
Como “
ritos e espetáculos
”, os exames nais nos grupos escolares
foram testemunhos da disseminação de uma prática escolar que se enraizou
em modelos exemplar
es (SOUZA, 1998; 2009). P
enso que essa forma de
conduzir a análise sobre os grupos escolares também pode trazer pontos
importantes para compreender as práticas de avaliação nas escolas isoladas,
as quais buscavam também a exemplaridade
35
.
É pertinente constatar
, a partir das discussões em torno dos programas
de ensino das escolas isoladas, das práticas de organização das classes
36
e
35
A propósito da aplicação das prov
as de exames nais nos grupos escolares, informo que o controle sobre
as regras e normas para seguir durante e após as pro
vas nessas instituições, conforme consta no
Relatório da
delegacia regional de Rio P
reto
relativ
o ao ano de 1940, indica um cuidado maior dos inspetores escolares com
essa prática nos grupos escolares, se comparados com as escolas isoladas.
36
A respeito da organização das escolas isoladas, as informações que constam no
Relatório da delegacia r
egional
de Ribeirão P
reto
relativo ao ano de 1936 são pertinentes. N
esse
Relatório,
o delegado regional Francisco Alves
Mourão informa que as escolas isoladas da r
egião de Ribeirão Preto “[...] organizaram-se, neste anno, como
Angélica P
all Oriani
114 |
dos exames nais aos quais os alunos dessas instituições eram submetidos,
que muitos dos elementos do modelo de escolarização do grupo escolar
estiveram presentes na organização pedagógica das escolas isoladas.
Considero, a esse respeito, que as práticas pedagógicas nas escolas
isoladas não se constituíram em total oposição às práticas dos grupos
escolares, como que em uma contradição entr
e “luz
” e “
ausência de luz
”,
mas havia alguns lampejos de práticas nas escolas isoladas que ocorriam
em sintonia com as práticas dos grupos escolares. N
esse sentido, penso que
as ressignicações, reconstruções e adaptações efetuadas pelos professor
es
nessas instituições se tornam os elementos-chave para entender as “
táticas
”
(CER
TEAU, 2007) que esses indivíduos utilizaram para driblar as
condições precárias nas quais estavam imersos.
M
ediante os aspectos que explorei anteriormente, é possível
questionar se as nalidades das escolas isoladas foram alteradas do ponto
de vista temporal, por mais que tenha havido alteração na organização
pedagógica dessa instituição e na duração do curso primário oferecido
nessas escolas.
T
eriam as escolas isoladas assumido as funções de uma
“
escola alfabetizante
”, no sentido que Antunha (1976) e Car
valho (2003)
problematizam? Atendendo às populações marginalizadas, existindo nos
espaços rurais ou nos espaços urbanos afastados das regiões centrais,
essas instituições foram localizadas, organizadas e conduzidas a partir
de propósitos singelos e modestos de atendimento de um grupo social
especíco, menos favorecido na malha social do trabalho
.
N
o sentido que venho considerando as escolas isoladas, penso que
ao longo do período entre 1917 e 1947 essas instituições não sofreram
alterações bruscas na nalidade que foi a elas foi conferida, isto é, não
houve deslocamentos que alterassem
signicativamente
sua conguração e
seu sentido: a escola isolada foi a escola utuante que deveria ser pro
visória
nos locais onde os grupos escolares ainda não haviam sido instalados,
sempre, isto é, com a clássica distribuição de alunos em 1º, 2º e 3º anos, ou ainda apenas em 1º anno, com
secções A, B e C, em virtude do adiantamento diferente das creanças que se apresentam á matricula. É esta, a
nosso ver
, a única organização que permite á escola isolada manter a marcha normal do ensino e a execução do
programma.
T
emos aconselhado entretanto a benecio do ensino, quando haja duas escolas isoladas em uma
mesma fazenda ou bairro, e quando é possível, que uma das professoras que com o 1º anno, ensinando a outra
o 2º, ou 2º e 3º, reunidos. V
isamos com esta determinação aproveitar as vantagens da homogeinade da classe,
sem acarretar prejuízo para o pr
ofessor
, que sempre recebe bem o nosso conselho
.
” (MOURÃO, 1937, p
. 29).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 115
que buscou conter os uxos de êxodo do campo e xar os indivíduos nos
meios em que viviam, que buscou divulgar hábitos e valores civilizados,
que buscou nacionalizar e moralizar os indivíduos; foi a escola singela, que
expunha as chagas de um sistema de ensino que não conseguia alcançar
todas as crianças, mas foi também a escola que deveria adentrar os sertões
paulistas, espalhando as sementes do saber pelos diferentes espaços em que
estivesse inserida.
Os limites entre uma “
escola civilizante
” e uma “
escola alfabetizante
”,
dentro da abordagem conferida por Carvalho, M. (1998; 2003), evidenciam
que nas zonas de tensão das políticas públicas para a escolarização primária
paulista, as diferenciações geográcas e pedagógicas tinham por m
evidenciar os dois pesos distintos que foram dados aos diferentes grupos
sociais que frequentavam a escola primária. A v
eiculação da ideia de que
o grupo escolar era característico da área urbana e a repr
esentação que foi
sendo construída e perpetuada a esse respeito de certo modo podem ser
entendidas como uma tentativa de mascarar a distinção social que foi sendo
efetuada por meio dessas duas formas de escolarização primária, as quais
sem dúvida se construíram nas divisões geográcas do rural e do urbano,
mas também se construíam nas divisões geográcas dentro do próprio limite
urbano. É notório, também, que além dos limites geográcos, as z
onas de
tensão entre a escola isolada e o grupo escolar tenham se constituído a
partir das diferenciações na organização pedagógica dessas instituições e,
nesse sentido, o estigma se consolidou de tal forma que a escola isolada
carregou o estatuto de rural, independentemente de ser isolada urbana.
Considero, portanto, que as tensões entre os limites estabelecidos
entre as escolas isoladas e os grupos escolares nas políticas públicas para a
escolarização primária paulista se situaram tanto no âmbito geográco, para
o que as disputas entre o urbano e o rural estavam no âmago da questão,
quanto no âmbito pedagógico, com a simplicação dos programas de
ensino apro
vados para as escolas isoladas em comparação com os aprov
ados
para os grupos escolares e a duração do ensino primário também reduzida
nas escolas isoladas.
Entre limites e tensões, nas políticas públicas paulistas para a
expansão da escolarização primária foram estabelecidas duas escolas, as
Angélica P
all Oriani
116 |
quais se situavam em dois lugares e se r
esponsabilizavam por atender dois
grupos sociais especícos. N
essas tensões, de certo modo perenes, as opções
por tornar a escola isolada uma escola alfabetizante e o grupo escolar uma
escola civilizante parecem ter prev
alecido.
| 117
C
apítul
o
3
E
E
S
P
O
A ninguém é licito ignorar a infelicidade da escola isolada em relação
ao grupo escolar
, tanto do ponto de vista technico como administrativo
.
Mal instalada, sem attractivos para o alumno nem grande eciencia para
o professor
, com a scalização dicultada pela sua própria dispersão, a
escola isolada é apparelho que apenas se tolera onde não haja possibilidade
de se criar grupo escolar
. [...]
Mas a escola isolada precisa existir
. Primeiro, em virtude da
disseminação demographica. A zona rural, e mesmo alguns distritos
de paz e pequenas cidades, com o seu reduzido número de crianças
não ensejam a installação de um grupo escolar
. A escola isolada
se faz, por isso, em sua modéstia, um instrumento de penetração
cultural, no campo e na matta, e quando entregue a professor
eciente, representa um padrão de vida social mais alta, posto aos
olhos da gente inculta, mudamente convidada a nivelar-se por ella.
Outra razão da existência das escolas isoladas – já o zemos sentir
– é a falta de prédios para os grupos escolares. Razão deplorável,
mas presente. Como comprehender
, por exemplo, a existência de
escolas isoladas – e quanto à installação, péssimas escolas isoladas
–, em pleno coração da Capital paulista? Mas ahi estão ellas e
são quase duzentas, até que os nov
os prédios de grupo escolar as
possam recolher
.
(ALMEIDA JÚNIOR, 1937-1933, p. 218-219).
P
arte das discussões que constam neste capítulo foram publicadas no artigo “Movimento de expansão da
escolarização primária pelo estado de São P
aulo (1917-1945)” (ORIANI, 2018b).
Angélica P
all Oriani
118 |
3
.
1
a
Co
m
p
an
h
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n
d
o
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f
e
r
ro
v
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m
p
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n
h
a
n
d
o
a
p
ro
d
u
ç
ão
C
a
f
e
e
i
r
a
De acordo com M
onbeig (1984), o processo de ocupação territorial do
estado de São P
aulo foi caracterizado por ações pioneiras que promo
veram
a expansão para nov
as áreas do estado, sem, todavia, incorrer no abandono
de áreas mais antigas. Até por v
olta do nal do século XIX, a população
do estado concentrava-se nas regiões do litoral, nas altas terras do
V
ale do
P
araíba, e na depressão que se estendia entre essas regiões. Além dessas
regiões, os planaltos e as orestas a oeste de S
ão P
aulo e ao nor
te do P
araná
eram considerados um vasto sertão, uma região desconhecida e habitada
por índios. Conforme M
onbeig (1984) analisa, a ocupação territorial do
estado de São P
aulo, a partir de frentes pioneiras, ocorreu a partir de três
vias: de Botucatu e de Lençóis em direção ao rio P
aranapanema, com
Campos N
ov
os e Bela V
ista; pela via tradicional do rio
Tietê; e por uma
terceira via que se dirigiu para o Rio G
rande, com Catanduva e São J
osé
do Rio P
reto
.
A produção de café teve papel importante para a marcha de ocupação
territorial de São P
aulo, especialmente quando essa produção foi dirigida
para a região do oeste paulista. A esse respeito, P
ossas (2008) esclarece:
A instalação de fazendas de café no Oeste P
aulista, na segunda
metade do século XIX, passou a ser muito bem expressa no
vocabulário da época: era o “
abrir fazendas
” em solo virgem.
Essa meta garantia o atendimento de uma demanda do mercado
internacional, que colocava o Brasil como um dos principais países
exportadores [...]
Em ritmo desenfreado, acelerou-se a criação de patrimônios, de
vilas e de novas faz
endas, que passaram a exercer papel fundamental
na garantia de acesso e de posse efetiva de nov
as zonas pioneiras.
N
o entanto, outras providências deveriam acompanhar essa
explosão para o Oeste P
aulista, introduzindo meios de transporte
mais ecazes e ecientes. Estes eram imprescindív
eis ao translado
de trabalhadores agrícolas, implementos e maquinários, e essenciais
à remessa da produção cafeeira das fazendas interiorizadas para o
P
orto de Santos e para a circulação de mercadorias necessárias à
nova sociedade em formação
.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 119
F
oram os trilhos que passaram a costurar os centros cafeeiros
e aumentaram signicativamente o uxo de penetração e
escoamento, permitindo quebrar os limites que até então existiam
entre o mundo urbano e o rural.
Outro ritmo de vida foi assim introduzido
. A sonoridade do bufar
ritmado das máquinas fumegantes cortando a natureza, borrifando
o espaço com fagulhas, possibilita construir outra imagem, uma
metáfora desaadora de sua presença nesse sertão dilatado, que
vivia até então sem o tempo cronometrado, sem a propriedade
privada e suas relações individualizadas
2
. (POSSAS, 2008, p. 41).
Em articulação com a produção do café, as ferro
vias que a seguiam
também contribuíram para a abertura de novos territórios
3
. A “
epopeia
bandeirante
” (ANTUNHA, 1976) da ocupação territorial deste estado
teve por base o caminho percorrido pelas estradas de ferr
o
4
o qual originou
a criação de pov
oados, vilas e cidades, que se formaram como as “
contas
de um rosário
” (MONBEIG, 1984) ao longo das ferro
vias e nos arredores
das estações de trem
5
.
Especicamente nessa passagem, a autora se refere aos índios caingangues que viviam na região oeste paulista
e contra os quais os paulistas travaram grandes batalhas pela conquista da terra. Essa região era conhecida,
portanto, como sertão inóspito, desconhecido, de difícil acesso devido à presença de índios (POSSAS, 2008).
Conforme Carvalho, D. (2007, p. 5-6) arma, “[...] a principal contribuição da N
oroeste do Brasil se deu no
campo econômico. Sabe-se que a pr
odução cafeeira foi a base da economia brasileira desde meados do século
XIX até a década de 30 do século XX. P
orém, na virada do século XIX para o XX, a área plantada de café já
absorvia toda a região habitada e conhecida do estado de São P
aulo. E a N
oroeste do Brasil, como ferro
via de
penetração, introduziu toda uma região no processo de expansão da produção cafeeira, que se encontrav
a até
então limitada àquela região já conhecida, permitindo a continuação da supremacia do sistema agr
oexportador
brasileiro por pelo menos mais três décadas.
”
Segundo G
uiraldello (2002, p. 156): “N
os povoados da zona N
oroeste, a Companhia Estrada de F
erro do Brasil
faria as vezes da via mais importante, arterial de escoamento para a futura produção em direção ao porto, capital ou
Mato G
rosso. A ferro
via era ainda um outro fator particular da zona e que propiciava seu desenvolvimento. As vilas
não brotavam do nada, o transporte ferroviário garantia acesso ao no
vo núcleo, viabilizando sua ocupação inicial. A
estrada de ferro constituía um poderoso chamariz para a população urbana. Ao contrário dos patrimônios gerados
no m do século XIX, baseados apenas na lavoura cafeeira, e à espera constante e angustiante de uma estrada de
ferro como forma de desenvolvê-los, os po
voados da Zona N
oroeste formam-se junto a ela visando à viabilização
do parcelamento rural e da consequente produção agrícola ainda a se plantar
.
”.
De acordo com P
ossas (2008), a presença de operários no oeste paulista também decorreu da presença da
estrada de ferro. Além desses prossionais, a partir dos primeiros anos do século XX, os comér
cios locais, a
comercialização de terras, os bancos e os caixeiros-viajantes exigindo hotéis e pensões, zeram com que se
desenvolvesse, também, uma extensa malha comerciária nesses pequenos vilarejos e cidades que se fundaram ao
redor dos trilhos do trem (POSSAS, 2008).
Angélica P
all Oriani
120 |
Em termos gerais, foi essa conguração econômica e demográca que
acentuou o desenvolvimento do estado de São P
aulo e o encaminhamento
gradativo da população em direção à r
egião oeste paulista, especialmente
a partir da década de 1920: quanto mais café era produzido nessa região,
mais era necessário escoar esse produto e, com isso, mais trabalhadores
eram requisitados. J
unto desses trabalhadores, geralmente famílias de
imigrantes ou de migrantes
6
, homens, mulheres e crianças, que precisav
am
ser escolarizadas.
De acordo com S
ouza (2009), a expansão da escolarização primária
acompanhou essas características regionais de desenvolvimento econômico
e urbano do estado. P
or esse motivo, Souza (2009, p. 131) arma que a
“[...] expansão do ensino acompanhou os rastros do café e a ‘
marcha para
o Oeste
’.
”.
A análise de Costa (1983) a respeito da expansão da escolarização
primária durante a P
rimeira República é pertinente para entender o
movimento de criação de escolas isoladas e de grupos escolar
es pelo estado
de São P
aulo.
Considerando a criação de escolas isoladas, Costa (1983) arma que
entre 1899 e 1919 foram criadas 4.417 escolas em todo o estado, mas as
taxas de crescimento das escolas isoladas foram modestas, tendo variado
entre 1,3% e 10,5%. Entr
e 1890 e 1895, as taxas foram mais crescentes na
criação de nov
as escolas; entre 1896 e 1904 houve um decréscimo na criação
de nov
as escolas isoladas; e entre 1905 e 1919 as taxas de crescimento das
escolas isoladas foram mais constantes, sem muitas oscilações. P
ara Costa
(1983), os
[...] seis anos iniciais (1890-1895), estão caracterizados por grande
“
euforia
” de criação de escolas preliminares. A menor taxa anual
de aumento de escolas criadas nestes seis anos foi de 72,4%. As
elevadíssimas taxas de crescimento desse período são explicáv
eis
De acordo com P
ossas (2008, p. 41), a presença maciça de migrantes e imigrantes no oeste paulista deve ser
compreendida em decorrência da característica de zona pioneira que essa r
egião assumiu, nas décadas nais do
século XIX, mas, especialmente, nas décadas iniciais do século XX: “[...] ao falar da frente N
oroeste, é preciso
identicá-la ao movimento migratório incessante como fato concreto, uma v
ez que essa região representou um
campo enorme de possibilidades, principalmente para os setores de baixa renda, que enfrentav
am situação de
penúria nas capitais. Essa região, com constante uxo de forasteiros, transformava as cidades r
ecém-fundadas
em verdadeiro ‘
chão de passagem
’ [...]”.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 121
a partir da obstinada ideia de disseminação do ensino primário,
e representam, nestes primeir
os anos da República, a maneira de
implantá-lo efetivamente. A instituição dos grupos escolares foi,
em parte, responsável pela desaceleração do ritmo de criação de
escolas isoladas, vericada no período subsequente. A ideia de
instrução popular ou os esforços para realizá-la intensicaram-se a
partir do momento em que se pôde utilizar o Grupo Escolar como
modalidade mais eciente para ampliar a rede escolar
. (COST
A,
1983, p. 93).
N
o que se refere à quantidade geral de matrículas nas escolas isoladas
em relação aos grupos escolares no estado de S
ão P
aulo, Costa (1983, p.
122-123) indica que, no começo do século XX,
O ritmo de crescimento de matrículas em grupos escolares,
típicos das áreas urbanas, rev
elou-se muito mais intenso que o
das matrículas em escolas isoladas, unidades escolares próprias das
zonas rurais, marcando consequentemente maior intensidade da
demanda social por educação nas zonas urbanas. [...]
O crescimento das matrículas em grupos escolares deu-se a taxas
mais elevadas que o das matrículas em escolas isoladas. De 1900 a
1908, em termos absolutos, prevaleciam as matrículas em escolas
isoladas porque ainda era reduzido o número de grupos escolares e
não ocorrera ainda o desdobramento
. Em 1900, havia 15.551 alunos
matriculados em escolas isoladas e 15.280 em grupos escolares,
em 1908, o contingente de matrículas em grupos escolares não
chegou a dobrar
, enquanto o número de alunos em escolas isoladas
aumentou duas vezes e meia. A partir de 1908, o crescimento da
matrícula geral em grupos escolares foi extraordinariamente rápido:
de 1908 a 1927 aumentou 524% enquanto, neste mesmo período,
em escolas isoladas, o aumento foi de 90%.
Em termos gerais, a quantidade de escolas isoladas pro
vidas na capital
e no interior do estado de São P
aulo entre 1898 e 1937 e a quantidade total
de matriculados nessas instituições podem ser visualizadas no Quadro 2,
que apresento a seguir
. Informo que elaborei esse quadro e o que apr
esento
na sequência a partir da consulta aos
Annuários do ensino do estado de São
Angélica P
all Oriani
122 |
P
aulo
e do artigo de José Ribeiro Escobar
, o qual foi elaborado para o
Anuário do M
inistério da Educação
e que foi publicado, também, na
Revista
de Educação
do ano de 1933, sob o título “H
istórico da instrução pública
paulista
”. Aprov
eito para destacar que algumas das informações fornecidas
nos
Annuários
se contradiziam, principalmente quando se mencionava a
quantidade geral de escolas isoladas; por isso tomo esses valores apenas
no sentido de fornecer certa visualização acerca da quantidade de escolas
isoladas. A questão das estatísticas escolares pode ser problematizada
em função da construção da imagem de escola que era divulgada com
esses documentos ociais, a qual, de acordo com G
il (2007), em muitos
momentos, pode ter sido uma imagem inversa da realidade
que era
vista de fato.
T
odavia, apesar de contraditórias em algumas passagens, as
informações contidas nos
Annuários
auxiliam na medida em que permitem
certa visualização da escolarização primária paulista no momento em
questão. R
essalto, nesse sentido, que não tomei esses números como
quantidades absolutas, ou como “
pro
vas
” para uma argumentação, mas
como aproximações de uma r
ealidade, como vestígios que auxiliam nessa
etapa de visualização da expansão primária.
Quadro 2
– Quantidade de escolas isoladas pr
ovidas e de matrículas na
capital e no interior de São P
aulo (1898-1937)
Escolas isoladas
Capital
Interior
T
otal
Alunos
matriculados
1898
66
1.084
1.150
31.568
1899
82
968
1.050
34.012
1900
85
149
234
15.551
1901
108
521
629
15.509
1902
110
692
802
20.901
1903
114
502
616
18.674
1904
--
--
--
26.107
1905
--
745
745
26.333
1906
--
886
886
29.195
1907
129
993
1.122
34.923
1908
145
1.176
1.321
38.152
1909
103
1.230
1.333
39.194
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 123
1910
86
1.121
1.316
45.758
1911
116
955
1.071
51.531
1912
144
1.048
1.192
52.674
1913
187
1.025
1.212
57.188
1914
173
1.039
1.212
58.138
1915
182
1.232
1.414
60.858
1916
193
1.362
1.555
63.603
1917
153
1.252
1.405
54.136
1918
125
1.595
1.720
57.911
1919
89
1.562
1.651
55.623
1921
134
--
134
--
1923
61
1.502
1.563
81.062
1926
7
31
1.429
1.460
66.041
1936
425
2.808
3.233
--
1937
407
3.564
3.971
--
F
onte:
Annuarios do ensino do estado de São P
aulo
(1907-1937); Escobar (1933).
Como é possível observar
, há um crescimento constante na
quantidade de escolas isoladas pro
vidas no estado de São P
aulo e a presença
dessas escolas é muito mais signicativa no interior do estado
. Há que
se considerar também a quantidade de escolas isoladas que não eram
pro
vidas durante o ano, ou a quantidade de escolas que, apesar de terem
sido pro
vidas no começo do ano, vagavam ao longo do ano em decorrência
de licenças e afastamentos de professores.
A esse respeito, no
A
nnuario do ensino do estado de São P
aulo
refer
ente
ao ano de 1916, por exemplo, a indicação é que, das 894 escolas isoladas
de sede de município existentes, apenas 254 estavam pro
vidas, ou seja,
28,4%; e das 3.745 escolas isoladas de bairro existentes, apenas 2.851
estavam pro
vidas, ou seja, 76%. A partir dessa relação de pro
vimento mais
acentuada no espaço rural do que no espaço urbano, é possível questionar
que a presença de grupos escolares nos espaços urbanos pode ter sido um
fator que desacelerou o pro
vimento de escolas isoladas; por esse motivo,
Segundo Escobar (1933) a quantidade total de escolas isoladas pro
vidas em São P
aulo (Capital e Interior) em
1924 era 1.505; em 1925, 1.328; em 1927, 1628; em 1928, 2.684.
Angélica P
all Oriani
124 |
nos espaços rurais havia uma quantidade maior de escolas providas em
decorrência de os grupos escolares não alcançar
em esses espaços.
Costa (1983) arma que, apesar de a quantidade geral das escolas
isoladas ter aumentado em termos absolutos ao longo dos anos, o número
de escolas pro
vidas tendeu
à
diminuir ao longo do tempo. Assim, se
em 1890, das 1.072 escolas existentes em todo o estado de São P
aulo,
832 estavam pro
vidas e 240 vagas, o que repr
esentaria 77,6% de escolas
pro
vidas; em 1927, das 4.263 escolas isoladas existentes no Estado, 1.604
estavam pro
vidas e 2.659 estavam vagas, o que repr
esentaria 37,6% das
escolas pro
vidas.
A título de comparação, apresento a seguir
, no Quadro 3, a
quantidade de grupos escolares, de classes de grupos e de matrículas nessas
instituições no estado de São P
aulo.
Quadro 3
– Quantidade de grupos escolares, de classes de grupos e de
matrículas na capital e no interior de São P
aulo (1898-1937)
Grupos Escolares
Capital
Interior
T
otal de classes
Alunos
matriculados
1898
8
30
--
11.453
1899
8
27
--
12.555
1900
10
35
--
15.280
1901
10
39
--
16.840
1902
10
41
--
19.352
1903
11
47
--
21.673
1904
11
51
--
20.689
1905
13
55
--
22.779
1906
15
57
--
24.536
1907
16
60
--
25.498
1908
18
63
--
30.460
1909
24
68
--
41.275
1910
25
77
--
53.445
1911
25
85
--
630.30
1912
26*
89
--
70.051
1913
27*
103
1.700
76.723
1914
28*
122
1.075
89.724
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 125
1915
28*
132
2.204
96.631
1916
28*
135
1.254
96.406
1917
28
133
1.724
94.827
1918
30
146
2.412
101.129
1919
31
156
--
111.135
1921
31
164
2.141
116.915
1923
31
168
--
105.214
1926
8
47
236
2.322
169.937
1929
47
250
4.249
191.320
1935
116
481
6.717
--
1937
128
500
--
--
F
onte:
Annuarios do ensino do estado de São P
aulo
(1907-1937); Escobar (1932); Costa (1983).
* V
alores aproximados
A partir das informações que sistematizei no Quadro acima, é possível
constatar o crescimento constante tanto na quantidade de grupos escolares
quanto na quantidade de classes de grupos ao longo dos anos iniciais
do século XX, especialmente a partir de 1920, o que promoveu maior
alcance à população infantil. Apenas entr
e 1919 e 1921 o crescimento
na quantidade de grupos escolares apresentou certa estagnação; isso
porque, em decorrência da R
eforma Sampaio D
ória, em 1920, a criação
e a instalação dos grupos escolares foi interrompida (SOUZA, 2009),
e a intensicação na criação de nov
as escolas nesse período foi sentida,
segundo Souza (2009) e Antunha (1976), nas escolas r
eunidas: em 1920
havia 52 escolas reunidas em S
ão P
aulo e em 1924, esse valor passou para
357 unidades (SOUZA, 2009, p. 122).
A respeito do alcance dos grupos escolares, é pr
eciso destacar a
prática de desdobramento dos turnos, a qual teve início a partir de 1908.
Essa prática, segundo Escobar (1933) iniciou-se com o desdobramento
de 27 grupos escolares. Conforme Souza (2009) analisa, a prática de
tresdobramento foi iniciada em 1928 para atender à demanda crescente,
De acordo com informações em Escobar (1933), em 1924, no estado de S
ão Paulo, havia um total de 200
grupos com 2.322 classes funcionando. Em 1925, houve um aumento para 275 grupos com 3.663 classes
funcionando. Em 1927, houve uma queda na quantidade geral e passou para um total de 224 grupos, mas
houve um aumento na quantidade de classes funcionando, que chegou a 4.020. Em 1928, havia um total de
297 grupos escolares e 4.166 classes funcionaram no estado.
Angélica P
all Oriani
126 |
principalmente nos grandes centros urbanos.
T
odavia, Souza (2009 p
.
142-143) alerta que
[...] essa ampliação interna ocorreu principalmente nos primeiros
grupos instalados, motivada, possivelmente, pela demanda por
essas escolas localizadas no centro da cidade, tradicionalmente
consideradas de melhor qualidade e com estrutura do prédio
em melhores condições. São grandes estabelecimentos de ensino
primário com 20, 30 e mais classes funcionando em dois e três
períodos. Mas, se isso ocorria nas maiores cidades como S
ão
P
aulo, Campinas, Ribeirão P
reto, Piracicaba, S
antos, entre
outras, até metade do século XX predominariam as pequenas
escolas, grupos com 8, 12, 16 classes e nos distritos de paz
grupos com quatro e seis classes.
O crescimento na quantidade de escolas e de matrículas tanto nas
escolas isoladas quanto nos grupos escolares, de modo geral, pode ser
compreendido como decorrência da maior demanda social por educação
.
De acordo com Costa (1983), o ritmo de cr
escimento das matrículas nos
grupos escolares se mostrou mais intenso que o da matrícula nas escolas
isoladas, o que indicaria que a intensidade da demanda por escolarização
teria sido mais acentuada em zonas urbanas do que nas zonas rurais,
considerando, nesse sentido, os grupos escolares como instituições das
áreas urbanas e as escolas isoladas como instituições das áreas rurais.
A análise de Costa (1983) indica a articulação entre a escolarização
primária e o caráter urbanizador que essa assume para a transmissão de
um conteúdo cultural relacionado ao estilo de vida social, cultural e
econômico urbano. P
or esse motivo, embora a população que habitava
as áreas rurais e periféricas fosse a grande maioria durante as primeiras
décadas do século XX, era na zona urbana que estava concentrada a grande
parte da população de crianças que frequentava as escolas.
Considerando a distribuição regional e o po
voamento do estado de
São P
aulo, Costa (1983) indica que o movimento de criação de escolas
isoladas acompanhou os trilhos da estrada de ferro e se nos ns do império
a produção de café abandonou as terras do
V
ale do P
araíba e adentrou
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 127
o centro do estado dominando a região de Campinas, nos anos iniciais
do século XX a marcha para o oeste, nas regiões da N
oroeste e da Alta
P
aulista
9
, que passaram a repr
esentar a taxa crescente na criação de escolas.
Segundo a autora, na r
egião do V
ale do P
araíba, a criação de escolas
isoladas foi signicativa no período entre 1890 e 1899, mas essa r
egião
perdeu o destaque na criação de escolas, acompanhando a per
da de sua
importância demográca e econômica (COST
A, 1983). N
o mesmo período
as regiões N
oroeste e Alta P
aulista, que eram inexpressivas na criação de
escolas, ascenderam rapidamente, tendo sido destaque na criação de nov
as
escolas isoladas ao nal de 1919.
P
ensando na expansão das escolas isoladas, os indicadores de
matrículas gerais relativas ao início do ano, matrículas efetiv
as relativas ao
nal do ano e quantidade de crianças promo
vidas auxiliam na visualização
do movimento de expansão das escolas pelo estado
.
Apesar da expansão gradativa da escolarização primária pr
omovida
pelo gov
erno estadual, municipal e pelas iniciativas particulares, o acesso
às escolas acabou se restringindo aos morador
es das áreas urbanas em
detrimentos dos moradores da zona rural, bem como foram assistidos,
dentro da área urbana, difer
entes setores da população, prefer
encialmente
os nanceiramente bem situados na estrutura econômica e social.
P
or esse motivo, de acordo com S
ouza (2009), para problematizar a
democratização da escolarização primária, seria necessário levar em conta
“[...] a extensão do número de escolas e os dados relativ
os à promoção
e permanência dos alunos na escola primária.
”, além das “[...] condições
materiais da rede física, o cr
escimento interno das escolas, a distribuição
regional da rede escolar
.
” (SOUZA, 2009, p. 117).
N
esse sentido, as relações estreitas entr
e o impulso demográco nas
diferentes regiões do estado de S
ão P
aulo, o desenvolvimento econômico,
De acordo com M
onbeig (1984, p. 8), os “[...] paulistas designam as regiões pelos nomes das companhias de
estradas de ferro que as servem. Os pioneiros os fazem preceder
, frequentemente, do adjetivo ‘
Alta
’. [...] A Alta
Sorocabana é a região situada a O
este de Assis, servida pela Companhia de Estradas de Ferro Sorocabana, entr
e o
P
aranapanema e o P
eixe. A Alta P
aulista é a região a Oeste de Piratininga, entre o P
eixe e o Aguapeí. A Noroeste
é a região a Oeste de Bauru [...]. Quanto à Alta
Araraquarense, é a região de Rio P
reto, servida pela Companhia
de Estradas de F
erro Araraquarense.
”.
Angélica P
all Oriani
128 |
a expansão da via férrea e o crescimento quantitativ
o das escolas isoladas e
dos grupos escolares, bem como de matrículas nessas instituições de ensino
conduzem a uma divisão regional do estado de S
ão P
aulo baseada mais em
termos econômicos do que puramente geográcos.
É pertinente, a esse respeito, a divisão do estado de São P
aulo em
zonas de desenvolvimento da população, conforme proposta por Camargo
(1981)
10
e por Lov
e (1982). Com essa divisão, o estado de São P
aulo ca
organizado em 10 zonas, as quais têm como critério de distinção os nomes
das estradas de ferro que lhes servem: Capital; V
ale do P
araíba e Litoral
N
orte; Central; Mogiana; B
aixa P
aulista; Araraquarense, Douradense e
P
aulista; Nor
oeste e Alta P
aulista; Alta Sorocabana; B
aixa Sorocabana; e
Santos e Litoral S
ul
11
.
Considerando esses aspectos, delimitei a divisão do estado de
São P
aulo em zonas seguindo o esquema organizado especialmente por
Camargo (1981). É importante elucidar o processo de organização das
informações que estavam agrupadas em diferentes categorias, decorrentes
de diferentes divisões regionais do estado de S
ão P
aulo.
Em 1916, conforme consta no
A
nnuario do ensino do estado de
São P
aulo
publicado em 1917, o estado estava dividido em 21 zonas, as
quais eram scalizadas pelos inspetores de ensino
. Cada uma dessas zonas
agrupava uma quantidade de municípios e escolas estaduais, municipais e
particulares, cuja scalização era responsabilidade desses inspetor
es
12
. Com
a publicação da Lei nº 1.750, de 8 de dezembro de 1920, o estado de São
P
aulo foi dividido em 15 delegacias regionais de ensino e cada uma das
delegacias poderia dispor de distritos; a delegacia da Capital, por exemplo,
10
Camargo (1981) amplia as zonas organizadas por Sérgio Milliet em seu livr
o
O roteiro do café
e outros
ensaios
(1941). Segundo Camargo (1981) indica, Milliet estabeleceu sete zonas econômico-demográcas para
problematizar o roteiro da produção do café no estado de S
ão P
aulo entre os anos de 1836 e 1934. Camargo
(1981) utiliza esse esquema geral de Milliet, mas inclui a zona da Capital, de Santos e do litoral S
ul e inclui,
também, a região da Baixa S
orocabana, bem como atualiza os dados de recenseamento geral que foi realizado
em 1940, que não havia sido utilizado por Milliet (CAMAR
GO, 1981).
11
Utilizando a divisão efetuada por Camargo (1981), Costa (1983) subdivide o estado de S
ão P
aulo nas
seguintes regiões: V
ale do Paraíba e Litoral N
or
te; Mogiana; Baixa S
orocabana e Litoral Sul; Central e Litoral
Médio; Alta S
orocabana; P
aulista e Araraquarense; e N
oroeste e Alta P
aulista.
12
P
ara se ter uma ideia a respeito de quais municípios e a quantidade de escolas que estavam sob responsabilidade
da scalização dos 21 inspetores de ensino em 1916, ver
Annuário do ensino do estado de S
ão P
aulo
(1917),
especialmente as páginas 24 a 27.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 129
tinha nov
e distritos e as de Bauru e de Catanduva tinham uma cada. N
essa
organização, os inspetores de ensino atuavam no sentido de localizar e
scalizar as escolas, bem como enviavam os relatórios mensais às delegacias
regionais de ensino, os quais eram apreciados pelos dir
etores regionais.
Conforme consta no
Annuario do ensino do estado de S
ão P
aulo
publicado em 1923, neste ano, o estado de São P
aulo estava dividido em
delegacias, mas as informações disponíveis estão agrupadas em quinze
regiões. N
o
Annuario do ensino do estado de São P
aulo
publicado em 1926
as informações estão organizadas em quatro zonas e em cinquenta distritos.
A partir da publicação do Código de Educação de 1933, o estado de São
P
aulo foi dividido em 21 delegacias regionais de ensino e cada uma dessas
regionais era responsáv
el por uma quantidade de municípios. A partir
dessa divisão que os
Relatórios dos delegados de ensino
eram elaborados.
Como se observa há uma grande disparidade na organização
regional do estado de S
ão P
aulo nesse período. P
or consequência da não
uniformidade na apresentação dos dados contidos nos
A
nnuario do ensino
do estado de São P
aulo
e nos
Relatórios dos delegados de
ensino
as zonas,
regionais e distritos agruparam municípios diferentes ao longo do período,
em decorrência do rápido desmembramento de municípios, do cr
escimento
populacional e da dispersão geográca pelo estado. Com isso, as divisões
em zonas e regiões não permaneceram com os mesmos municípios nesse
processo de organização do estado para ns de scalização da escolarização
.
P
or esse motivo, minha atividade no agrupamento e sistematização
das quantidades de escolas isoladas, de grupos escolares, de matrículas gerais
e efetivas nessas instituições e de promo
vidos, com o que produzi os quadros
que estão em anexo a este livro, decorr
em de um levantamento minucioso
dessas informações por município e não por regiões, principalmente, quando
considerei as informações contidas nos
A
nnuario do ensino do estado de São
P
aulo,
que são bem mais díspares do que as que estão contidas nos
R
elatórios
dos delegados de ensino,
já que nestes documentos há certa proximidade da
divisão regional conforme desenvolvida por Camargo (1981).
Minha atuação na organização dessas informações foi criteriosa
e seletiva, pois incidiu na desconstrução de algumas catalogações e
Angélica P
all Oriani
130 |
no reagrupamento das informações, com as inserções necessárias para
a ordenação que optei por desenvolv
er com a pesquisa que resultou
neste livro
.
Apesar de utilizar a divisão r
egional proposta por Camargo (1981)
como uma forma de agrupamento das informações, também tive de realizar
algumas opções de cunho organizativo para a apresentação dos dados e, a
partir delas, agreguei as zonas Baixa P
aulista e Araraquarense, apr
esentadas
separadas pelo autor
. P
ara isso, considerei especicamente a divisão dos
municípios conforme indicados nos
Relatórios dos delegados de ensino
,
que
forneciam um agrupamento que considerei inadequado separar
.
Além disso, a divisão da zona Baixa S
orocabana, conforme
apresentada por Camargo (1981), cou lacunar em termos documentais
e não consegui localizar até o momento algum
Relatório de delegacia
regional de ensino
no qual estiv
essem incorporados os municípios dessa
zona. Em decorr
ência dessa diculdade na localização e sistematização das
informações, não incluí essa zona na análise que desenvolvi. Além disso,
na indicação dos municípios sob responsabilidade da Delegacia r
egional
de ensino de Santos, o município de Caraguatatuba consta dentro da z
ona
que seria Litoral S
ul. P
ortanto, apesar de geogracamente esse município
se localizar no Litoral N
orte, optei por agrupá-lo em função do
Relatório
da delegacia regional de ensino
.
Com essas opções, deni as seguintes zonas para a apresentação dos
dados a respeito da expansão da escolarização primária: Capital;
V
ale do
P
araíba e Litoral Norte
13
; Santos e Litoral S
ul; Central; Mogiana; Baixa
P
aulista e Araraquarense; N
oroeste e Alta P
aulista; e Alta Sorocabana.
N
o âmbito de cada uma dessas zonas incorporei as informações das
regionais de ensino
. N
esse processo, busquei conferir certa visibilidade
ao conjunto dos municípios que faziam parte dessas regiões, as quais
por sua vez faziam parte de cada uma das zonas que delimitei a partir de
Camargo (1981).
13
Deixei indicado o nome dessa zona como
V
ale do P
araíba e Litoral Norte, apesar de os municípios do Litoral
Norte não estar
em nela englobados, pois optei por manter a denominação da zona conforme proposta por
Camargo (1981) e por Love (1982).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 131
P
ara analisar o movimento de expansão das escolas isoladas,
optei por acompanhar a quantidade de escolas isoladas ao longo do
período abordado por essa pesquisa e ao fazê-lo busquei comparar com a
quantidade de grupos escolares nas regiões. I
sso porque considero que para
compreender o alcance da escolarização por meio das escolas isoladas seria
pertinente analisar de modo comparado o alcance da escolarização por
meio dos grupos escolares.
T
odavia, no que se refere aos grupos escolares,
também considerei as práticas de desdobramento e tresdobramento e, por
isso, analisei a quantidade de classes de grupos escolares nas diversas zonas
do estado.
Apr
esento, na sequência, mapa que elaborei
14
a partir dos mapas de
Camargo (1981) e de Lov
e (1982).
Mapa 1
– M
apa do estado de São P
aulo dividido em zonas, a partir de
Camargo (1981) e Lov
e (1982)
F
onte:
Elaboração própria a partir de Camargo (1981) e Love (1982).
14
Informo que a diagramação do mapa foi feita pelo programador de computadores M
arcelo Hugo R
omeu Dias.
Angélica P
all Oriani
132 |
3.2 u
ma
populaçã
o
CresCente
e
a
esColarizaçã
o
primária
:
a
exp
ansão
em
númer
os
De acordo com Camargo (1981), a população no estado de S
ão
P
aulo cresceu de modo contínuo e intenso desde o nal do século XIX até
a metade do século XX. Com um pouco mais de um milhão e duzentos mil
habitantes no ano de 1886, em 1945 o estado contou com oito milhões
de habitantes, o que signicou um aumento de oito vezes. Apenas entr
e
1900 e 1945, a população do estado de São P
aulo passou de 2.279.608
para 7.727.424, ou seja, aumentou em 338% a quantidade geral de seus
habitantes (CAMAR
GO, 1981).
A respeito dos locais por onde esses habitantes estavam distribuídos, o
censo de 1934, por exemplo, indicou que 63,3% dos 6.433.327 habitantes
encontravam-se na zona rural, isto é 4.069.170, enquanto 36,7% se
localizavam na zona urbana. Essa r
elação entre os habitantes da zona rural
e da zona urbana, todavia, se tornou mais tênue ou mais distante de acor
do
com o desenvolvimento econômico das diversas r
egiões do estado de São
P
aulo. N
a região da capital do estado, por ex
emplo, em 1940, apenas 8,8%
da população residiam na zona rural. J
á, no mesmo ano, na região da Alta
Sorocabana 77,8% dos habitantes viviam na
zona rural, isto é, mais de
560.000 pessoas.
As características das regiões e a quantidade de habitantes residindo
na zona rural ou na zona urbana pode ser um indicador da distribuição das
escolas entre essas zonas. A extensão da escolarização primária entr
e as regiões
de acordo com a instituição de ensino – grupo escolar ou escola isolada –
ajuda a colocar em perspectiva os limites do acesso à escola primária
15
.
N
a capital do estado de São P
aulo, a quantidade geral de escolas
isoladas passou de 139, em 1917, para 64, em 1926, ou seja, diminuiu
53,96%, enquanto a quantidade de grupos escolares, no mesmo período,
passou de 28 para 53, tendo aumentado 89,29%. A quantidade de classes
dos grupos escolares aumentou 32,12%, tendo passado de 606 para 837.
15
Os quadros contendo a sistematização das informações que discuto neste item estão apresentados no Anexo
.
Optei por não incluí-los no texto e me concentrar na análise dos dados, pois considerei que a leitura do capítulo
estava sobrecarregada com os quadr
os.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 133
N
o período entre 1917 e 1944, as matrículas gerais nas escolas isoladas
diminuíram 54,72%: em 1917, mais de dez mil crianças se matricularam
nas escolas isoladas e, em 1944, quase cinco mil crianças se matricularam.
N
os grupos escolares no mesmo período, o aumento na quantidade de
matrículas gerais foi signicativo: passou de pouco mais de vinte e seis mil
crianças em 1917 para mais de cem mil, em 1944, correspondendo a um
aumento de 382,17%.
J
á as matrículas efetivas, isto é, as crianças que ainda estavam
matriculadas ao nal do ano letivo, em 1917, correspondiam a 55,76%
do total de matriculados no começo do ano, ou seja, quase que metade das
crianças matriculadas havia se evadido da escola isolada durante o ano
. J
á em
1944, essa quantidade diminuiu e permaneceram até o nal do ano letivo
80,18% do total de crianças matriculadas no começo do ano. N
os grupos
escolares, as matrículas efetivas indicam que, de modo geral, havia maior
permanência das crianças que estavam matriculadas nessas instituições;
enquanto que, em 1917, 83,62% das crianças permaneciam matriculadas,
ao nal do ano letivo; em 1944, esse valor subiu para 86,67%.
A questão da promoção geral dos alunos em cada uma dessas
instituições também é um dado signicativo a respeito da capital paulista.
N
o ano de 1920, as escolas isoladas promo
veram apenas 6,92% do total
dos alunos matriculados nessas instituições. N
o mesmo ano, 77,05% dos
alunos matriculados nos grupos escolares foram promo
vidos. N
o ano de
1944, apenas 27,78% das crianças matriculadas no nal do ano letivo
nas escolas isoladas foram promo
vidas; nos grupos escolares, 59,77% das
crianças foram promo
vidas (Quadros 1-3 em Anexo).
É possível compreender
, portanto, que na capital do estado de São
P
aulo foram os gr
upos escolares que alcançaram a maior quantidade de
crianças que habitavam essa região
. M
esmo com a presença maciça dos
grupos escolares nessa região, ainda em 1944 havia uma quantidade de
escolas isoladas atendendo a uma parcela da população, a qual residia
em vilas e bairros afastados, mesmo dentro dos grandes municípios da
capital. Apesar da grande densidade demográca, dentr
o dos limites
urbanos da capital paulista ainda havia uma série de bairros e locais que
não comportava a instalação de grupos escolares e que eram servidos por
Angélica P
all Oriani
134 |
escolas isoladas. N
o
Relatório da delegacia r
egional da Capital
(1944), por
exemplo, as informações são de que, no ano de 1943, haviam sido criadas
algumas escolas isoladas de bairros nos seguintes locais:
Vila Saiago,
Vila
Carrão, Guaiúma, Osasco,
Vila R
omana, P
residente Altino, Pirituba,
T
aipas, J
açanã, Cotia, Mogi das Cruzes, S
anto André, Carapicuíba e
P
arnaíba (RICCHET
TI, 1943).
P
or esse motivo, até mesmo na capital, a existência das escolas
isoladas foi necessária como instituição auxiliar ao grupo escolar no papel
de disseminação da escolarização primária.
O crescimento populacional da região do
V
ale do P
araíba e do Litoral
N
orte, como Camargo (1981) arma, foi bastante lento, especialmente
a partir de 1920. Se ao nal do século XIX, a população dessa zona
representav
a 27,5% do restante da pro
víncia, em 1900 representav
a 17,8%;
em 1920, 7,4%; em 1934, 6,6% e em 1945, 4,9%. Esse decréscimo da
população, entretanto, não se processou em todos os municípios da z
ona
de modo semelhante. Em alguns municípios, a população aumentou e,
em outros, houve certa recuperação da quantidade anterior de habitantes,
como é o caso dos municípios de
T
aubaté e Guaratinguetá.
Camargo (1981) indica que nessa zona havia um alto índice de
ruralização. Em 1934, 70,4% dos habitantes viviam na r
egião rural, ou
seja, 292.887 dos 471.767 habitantes; em 1940, esse valor diminuiu e
apenas 62,1% da população viviam na região rural: 335.696 dos 476.841
habitantes da zona.
A respeito da quantidade de escolas isoladas e de grupos escolares nessa
zona, tanto a região de
T
aubaté
16
, quanto a de Guaratinguetá
17
apresentaram
aumento signicativo na quantidade total de estabelecimentos. N
a região
de Guaratinguetá, por ex
emplo, entre 1917 e 1943, houve um aumento
de 26 escolas isoladas na região, e de 115 passou para 141, o que signica
um aumento de 23,61% na quantidade geral de escolas isoladas. E a
16
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de
T
aubaté
, as cidades
vinculadas à delegacia regional de
T
aubaté eram: Caçapava, J
acareí, Jambeir
o, Natividade, P
araibuna, São Bento
do Sapucaí, São J
osé dos Campos, São Luiz do Paraitinga,
T
remembé, Campos de Jor
dão.
17
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de G
uaratinguetá
,
as cidades vinculadas a essa delegacia regional eram: Apar
ecida, Areias, Bananal, Cachoeira, Cruzeiro, C
unha,
Lorena, Piquete, Queluz, S
ão José do B
arreiro, Silveiras.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 135
quantidade de grupos escolares no mesmo período passou de 7 para 21,
o que signicou um aumento de 200%. As classes de grupos escolares
também aumentaram: de 85 para 183 classes, o que signicou 115,8% de
aumento no período.
N
a região de
T
aubaté, no mesmo período, houve um aumento de
71,79% na quantidade de escolas isoladas: 78 em 1917, e 134 em 1943.
E na quantidade de grupos escolares o aumento foi de 616,67%: tendo
passado de seis em 1917, para 43 em 1943. As classes de grupos tiveram
um aumento de 369,01%, chegando a 333 classes em 1943, um aumento
em mais de duzentas unidades se comparado ao ano de 1917.
As matrículas gerais nas escolas isoladas na região de G
uaratinguetá
e na região de
T
aubaté aumentaram: respectivamente 47,18% e 83,41%.
Se pouco mais de quatro mil crianças haviam se matriculado em 1917 em
cada uma dessas regiões, em G
uaratinguetá a quantidade seria de pouco
mais de seis mil crianças, em 1943, e em
T
aubaté seria de mais de oito mil
crianças, em 1937.
N
os grupos escolares o aumento na quantidade de matrículas foi,
respectivamente, de 176,33% e 173,38%. E
m 1917, quase três mil crianças
haviam se matriculado nos grupos escolares de Guaratinguetá; em 1943,
esse valor passou para pouco mais de oito mil. Em
T
aubaté, quase quatro
mil crianças se matricularam nos grupos escolares e em 1937 mais de dez
mil haviam sido matriculadas.
Em 1917, permaneceram matriculados nas escolas isoladas de
Guaratinguetá ao nal do ano letivo 59,68% dos alunos, isto é, um pouco
mais de 2.500 crianças; nos grupos escolares esse valor foi de 83,71%, o
que correspondia a quase 2.500 crianças. N
o mesmo período, em
T
aubaté,
80,38% das crianças matriculadas no começo do ano nas escolas isoladas
ainda frequentavam as escolas, o que corr
espondia a quase 3.700 crianças
e 73,52% ainda frequentavam os grupos escolares, quase 3.000 crianças.
J
á no ano de 1943, em Guaratinguetá, 72,94% das crianças
matriculadas nas escolas isoladas ainda frequentavam as escolas no nal do
ano letivo, isto é, pouco mais de 4.500 crianças, e 80,59% frequentav
am
o grupo escolar
, pouco mais de 6.500 crianças. Em 1937, em
T
aubaté,
Angélica P
all Oriani
136 |
67,31% das crianças matriculadas nas escolas isoladas frequentavam as
escolas no nal do ano letivo, o que correspondia a quase 5.700 crianças, e
74,64% frequentavam o grupo escolar
, quase 7.600 crianças.
A respeito das promoções, constatei o aumento na quantidade de
promoções gerais nas escolas isoladas de Guaratinguetá entr
e os anos
de 1932 e 1942. Se em 1932 apenas 471 crianças das mais de tr
ês mil
matriculadas haviam sido apro
vadas, ou seja, 18,35%, em 1942, mais de
duas mil e duzentas foram apro
vadas, o que corresponde a 47,84% do total
de crianças matriculadas. N
os grupos escolares, entre 1917 e 1943 houve
uma leve diminuição na quantidade de apro
vados: enquanto 72,41%,
isto é, 1.700 crianças haviam sido promo
vidas em 1917, 72,25% foram
promo
vidas em 1943, mais de 4.700 crianças.
N
a região de
T
aubaté, houve aumento tanto na quantidade de
promoções nas escolas isoladas, quanto nos grupos escolares. Em dois
anos o aumento nas promoções gerais nas escolas isoladas dessa região foi
de quase 10%: em 1935, 47,92% das crianças efetivamente matriculadas
haviam sido promo
vidas; em 1937 esse valor aumentou para 57,47%. N
os
grupos escolares, entre 1917 e 1937, o aumento foi de quase 30%, e se em
1917, 38,87% das crianças matriculadas efetivamente nos grupos escolares
dessa região haviam sido promo
vidas, em 1937 esse valor aumentou para
66,17%. (Quadros 4-9, em Anexo).
Com essas informações, é possível compreender que os municípios
da zona do
V
ale do P
araíba e do Litoral N
orte tiveram aumento signicativo
e ascendente nas matrículas tanto nas escolas isoladas quanto nos grupos
escolares. A
pesar de a população dessa região habitar a zona rural, foram
os grupos escolares que alcançaram uma parcela signicativa da população
.
T
odavia, ao contrário da região da capital, a difer
ença entre as matrículas
nas escolas isoladas e nos grupos escolares dessa região não é tão expr
essiva,
o que leva a considerar certa proximidade no atendimento e na expansão
das escolas primárias por meio das escolas isoladas e dos grupos escolares.
A região de S
antos e do Litoral Sul faz parte do considerado
“
pov
oamento antigo
” (CAMAR
GO, 1981; MONBEIG, 1984), ou
seja, teve crescimento populacional nos anos nais do século
XIX. Essa
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 137
zona passou dos 42.430 habitantes em 1886 para 283.754 em 1940. Ao
considerar os municípios, Camargo (1981) arma que Santos teve um
desenvolvimento bastante acentuado, tendo passado de 16.000 habitantes
em 1886, para 170.000 em 1940.
Além de Santos, as cidades de Iguape, P
rainha, J
acupiranga, São
Vicente, G
uarujá e Cananéia também apresentaram ritmo populacional
crescente, passando dos 80.000 habitantes em 1940.
N
essa região, os habitantes viviam predominantemente na z
ona
urbana; trata-se de um pouco mais de 25% da população geral vivendo
na zona rural, especialmente nos municípios de Santos, G
uarujá e São
Vicente. Em S
antos, por exemplo, apenas 5% da população habitava a
zona rural em 1934. J
á em outros municípios, como Iguape, por ex
emplo,
predominava a população que habitav
a a zona rural, não tendo chegado a
20% a população que vivia na zona urbana.
A quantidade de escolas da região de S
antos
18
aumentou de modo
signicativo
. Em 1917 havia 47 escolas isoladas, em 1943, 158, o que
signica 236,17% de aumento. As unidades de grupos escolares passaram
de 7 para 31, no mesmo período, o que representou um aumento de
342,86%. As classes de grupos aumentaram 278,16%, passando de 87
classes em 1917 para 329 em 1943.
A respeito da quantidade de matrículas gerais, o aumento entre 1917
e 1943 foi intenso: 216,66% nas escolas isoladas – de um pouco mais de
duas mil matrículas em 1917 para um pouco mais de sete mil, em 1943;
e 272,76% nos grupos escolares – de quase quatro mil crianças em 1917
para um pouco mais de quatorze mil, em 1943. A respeito das matrículas
efetivas, em 1917, 94% das crianças permaneceram nas escolas isoladas,
o que correspondia a um pouco mais de duas mil, enquanto 73,36%
permaneceram nos grupos escolares, o que correspondia a quase tr
ês mil
crianças. J
á em 1943, 80,71% das crianças permaneceram nas escolas
isoladas ao nal do ano letivo, o que correspondia a quase seis mil crianças,
e 83,41% permaneceram nos grupos escolares, quase doze mil crianças.
18
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de Santos
as cidades
vinculadas a essa delegacia regional eram: Guarujá, Ubatuba, Caraguatatuba,
Vila Bela, São Sebastião, S
ão
Vicente, I
tanhaém, Iguape, Cananeia, Jacupiranga, Xiririca.
Angélica P
all Oriani
138 |
As promoções gerais nas escolas isoladas e nos grupos escolares,
assim como nessas instituições da capital e da zona do
V
ale do P
araíba e
do Litoral N
orte, eram poucas se comparadas ao total de matriculados
ao nal do ano letivo, mas houve um aumento nas duas instituições ao
longo dos anos. Em 1926, por exemplo, apenas 37,34% das crianças
matriculadas no nal do ano letivo nas escolas isoladas foram promo
vidas
e nos grupos essa quantidade foi de 52,51%. Em 1943, esse valor
passou para 55,88% nas escolas isoladas e 74,05% nos grupos escolares.
(Quadros 10-12, em Anexo)
N
o V
ale do P
araíba e Litoral N
orte, os gr
upos escolares atenderam
uma parcela signicativa da população infantil e seu cr
escimento tanto
na quantidade de instituições quanto interno foi signicativo
. As
escolas isoladas, porém, também aumentaram quantitativamente e com
praticamente a metade das classes dos grupos escolares alcançou metade da
população infantil que o grupo escolar alcançou. Mesmo com quantidade
signicativa de crianças que frequentou os grupos, é possível constatar uma
quantidade também signicativa de crianças que frequentou as escolas
isoladas nessa zona.
Cobrindo a região de Campinas
19
, Piracicaba
20
, J
undiaí
21
,
Sorocaba
22
, I
tapetininga
23
, a zona Central do estado de São P
aulo teve
um crescimento populacional contínuo, tendo ultrapassado os 850.000
habitantes em 1945 (CAMAR
GO, 1981). A impor
tância da população
dessa zona, de acordo com Camargo (1981) decr
esceu à medida que as
zonas no
vas ganharam destaque.
19
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios
da delegacia regional de ensino de Campinas
as
cidades vinculadas a essa delegacia regional eram: Águas de P
rata, Amparo, Itapira, Lindoia, M
ogi-Guassu,
Mogi-M
irim, P
edreira, Pinhal, S
ão João da Boa
Vista, Serra N
egra e Socorro.
20
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios
da delegacia regional de ensino de Pir
acicaba
as cidades
vinculadas a essa delegacia regional eram: Americana, Capivari Indaiatuba, M
onte-Mor
, São P
edro, Rio das
P
edras e Santa Bárbara.
21
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de J
undiaí,
as cidades
vinculadas a essa delegacia regional eram: Atibaia, Bragança, I
tatiba, J
oanópolis, Nazaré e P
iracaia.
22
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de Sorocaba,
as cidades
vinculadas a essa delegacia regional eram: Boituva, Cabreúv
a, Campo Largo, Conchas, Itu, Laranjal, P
ereiras,
Piedade, Pilar
, P
orangaba, P
or
to F
eliz, Salto, São Roque,
T
atuí,
Tietê e U
na.
23
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios
da delegacia regional de ensino de Itapetininga,
as cidades vinculadas a essa delegacia regional eram: Angatuba, Apiaí, B
uri, Capão Bonito, Guareí, I
taberá,
Itaporanga, I
tapeva, I
tararé, Iporanga, Ribeira, S
arapuí e São Miguel Arcanjo
.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 139
Apesar de alguns municípios dessa zona ter
em tido certa diminuição
na população, como é o caso de Atibaia, N
azaré Piracaia, I
tu, Indaiatuba
M
onte-Mor
, Cabreúva e Salto, outr
os tiveram aumento da população,
como é o caso de Campinas, I
tapetininga, Angatuba, Sorocaba, P
iedade,
São R
oque,
T
atuí, P
orto F
eliz, Conchas,
T
ietê, Laranjal, Piracicaba, S
ão
P
edro e Santa B
árbara.
N
essa zona também se destaca a tendência de urbanização da
população. E
m 1934, 67,2% da população viviam na zona rural; essa
quantia diminuiu para 58,6% em 1940. De acordo com Camargo (1981),
alguns municípios tiveram a proporção entr
e os habitantes da zona urbana
e da zona rural equilibrada, com tendências mais acentuadas para a
urbanidade do que para a ruralidade.
A esse respeito, em 1940, habitavam a z
ona urbana: em Campinas e
Americana, 63,4% da população; em Sorocaba e Campo Largo, 60,2% da
população; em J
undiaí e Itatiba, 49,6% da população; em I
tu, Indaiatuba,
M
onte-Mor
, Cabreúva e Salto, 42,6% da população (CAMAR
GO, 1981).
Outros municípios dessa zona, por
ém, apresentavam um índice de
ruralização mais elevado, como é o caso de municípios Atibaia, N
azaré,
Piracaia, J
oanópolis, que em 1940 tinham 82,6% da população vivendo
na zona rural; São R
oque e U
na tinham 75,5%; Bragança, 73,2%; P
orto
F
eliz, Boituva,
T
ietê, Conchas e Laranjal tinham 72,6%, e Capivari tinha
70,5% de seus habitantes vivendo na zona rural.
A escolarização primária nessa zona teve cr
escimento signicativo
tanto na quantidade de unidades escolares, quanto de matrículas. O
aumento das escolas isoladas nas regiões de Campinas, P
iracicaba, J
undiaí,
Sorocaba e I
tapetininga entre os anos de 1917 a 1941-1943 foi signicativo,
e o destaque é a região de J
undiaí, que teve aumento de 178% – tendo
passado de 50 escolas isoladas, em 1917, para 139, em 1943 – seguido da
região de P
iracicaba, com 171,79% de aumento – tendo passado de 78
escolas isoladas, em 1917, para 134, em 1943.
As outras regiões tiveram aumento entr
e 70% e 110%. N
o mesmo
período, Piracicaba e I
tapetininga tiveram aumento mais signicativo na
quantidade de grupos escolares e de classes de grupos. Piracicaba aumentou
Angélica P
all Oriani
140 |
em 616,67% a quantidade de grupos – tendo passado de seis para 46
unidades no período – e em 369,01% a quantidade de classes – de 71 para
333 – e I
tapetininga, que aumentou em 325% a quantidade de grupos
escolares – tendo passado de quatro unidades, em 1917, para 17, em
1943 – e em 350% a quantidade de classes – tendo aumento 105 classes,
passando de 30 para 135 no período.
As matrículas nas escolas isoladas e nos grupos escolares também
aumentaram entre os anos de 1917 e 1940-1941 nas regiões dessa z
ona,
e o destaque da quantidade de matrículas gerais nas escolas isoladas
é Piracicaba, que teve aumento de 256,55%, com pouco mais de duas
mil crianças em 1917 e passou a mais de seis mil em 1943.
T
ambém na
matrícula dos grupos escolares, Piracicaba teve uma expansão signicativ
a,
463,98% de aumento: de quase três mil crianças matriculadas nos grupos
escolares, em 1917, passou a mais de trez
e mil, em 1943. A região de
Piracicaba é seguida por I
tapetininga, com 461,53% de aumento nas
matrículas gerais nos grupos escolares, o que correspondeu a um aumento
de cinco mil matrículas. Em todas as regiões dessa z
ona os grupos escolares
matricularam mais crianças.
Há que se considerar apenas que o aumento na quantidade de
matrículas nas escolas isoladas da região de J
undiaí foi mais acentuado ao
longo do período do que nos grupos escolares. Apesar do aumento mais
signicativo nas matrículas gerais nas escolas isoladas, os grupos escolares
em J
undiaí alcançaram uma quantidade maior de crianças, todavia, a
diferença entre as
matrículas nas escolas isoladas e nos grupos escolares
foi pouca, especialmente em 1943, quando 6.579 crianças haviam se
matriculado no início do ano nas 139 escolas isoladas e 7.703 haviam se
matriculado nas 180 classes de grupos escolares.
Além da região de J
undiaí, a região de I
tapetininga também
apresentou algumas peculiaridades em r
elação ao alcance das escolas
isoladas. Apesar de o aumento nas matrículas e na quantidade de grupos
escolares dessa região ter sido muito mais expr
essiva do que o aumento nas
escolas isoladas, houve predomínio de maior alcance das escolas isoladas
dessa região ao longo do período
. Apenas no ano de 1926 houve uma
quantidade maior de classes de grupos escolares do que de escolas isoladas,
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 141
o que também modicou a quantidade de matrículas. N
os outros anos,
porém, essa região tev
e predomínio das escolas isoladas sobre os grupos
escolares, o que a torna singular em relação às outras r
egiões dessa zona.
Isso pode ser decorr
ente do alto índice de ruralização dessa região, além do
fato de que nessa região poucos municípios contavam com uma quantidade
signicativa de habitantes. Em 1934, por ex
emplo, conforme é apresentado
no
Relatório da delegacia regional de I
tapetininga,
apenas este município
tinha mais de 10.000 habitantes, I
tararé tinha 3.900 habitantes, F
axina
tinha 3.660 habitantes e Capão Bonito tinha 1.900 habitantes. As outras
cidades não tinham mais de 1.000 habitantes. P
or esse motivo, é possível
que as escolas isoladas tenham sido as que mais efetivamente alcançaram a
população infantil dos municípios dessa região
.
Entre o período de 1917 e 1941/1943, há certa diminuição na
permanência das crianças nas escolas isoladas. Se em 1917, 99,95%
estavam matriculadas nas escolas isoladas da região de I
tapetininga, em
1926, esse valor diminuiu para 68,18% e, em 1943, subiu para 73,07%, o
que representav
a a permanência de quase três mil crianças. De modo geral,
a permanência nas escolas isoladas oscilou entre 79% e 99% em 1917, mas
teve uma diminuição gradativa e chegou à oscilação entr
e 68% e 74%.
As promoções nas escolas isoladas no período entre 1926 e 1941/43
aumentaram e se em 1926 praticamente não era apro
vada a metade dos
alunos matriculados (apenas Piracicaba apro
vou 54,47% dos alunos
matriculados efetivamente), em 1941/43, as apro
vações oscilaram entre
58% e 68%. N
os grupos escolares as apro
vações também aumentaram,
tendo variado entre 55% e 70% em 1926 e 72% e 78% em 1941/1943.
Apenas S
orocaba registrou uma quantidade de apr
ovações bastante aquém
das outras regiões, contando com 5,54% de apro
vações nos grupos escolares
em 1926. (Quadros 13-27, em Anexo).
A respeito dessa zona, é possív
el obser
var a presença marcante dos
grupos escolares, mas, também a presença substancial das escolas isoladas,
tanto nos municípios de grande volume populacional, como Campinas,
Sorocaba e P
iracicaba, quanto nos municípios menores, como I
tapetininga,
por exemplo
. N
o caso especíco desses municípios menores, a superação
na quantidade de escolas isoladas e de matrículas nas escolas isoladas
Angélica P
all Oriani
142 |
em relação aos grupos escolares permite o questionamento a r
espeito do
alcance de cada uma dessas instituições, bem como ajuda a compreender
a diferenciação do acesso aos diferentes tipos de instituições de ensino a
partir dos grupos sociais e econômicos e a par
tir dos locais em que esses
grupos viviam.
A zona M
ogiana, de acordo com Camargo (1981), cr
esceu
populacionalmente entre 1886 e 1920, tendo apresentado cr
escimento
moderado entre 1920 e 1934 e decitário a partir de 1934 até 1940.
Em 1900, com 464 mil habitantes, a população dessa zona r
epresentava
a quinta parte da população de todo o estado de São P
aulo. Em 1945,
aproximando-se dos 850 mil habitantes, essa zona r
epresentou 10,9% do
total da população do estado (CAMAR
GO, 1981).
Se entr
e 1886 e 1900 todos os municípios dessa zona aumentaram
sua população, entre 1900 e 1940 alguns grupos de municípios decresceram
e outros cresceram demogracamente.
N
o ano de 1934, 23% da população dessa zona se xava nas cidades
e, desse modo, 670.833 habitantes do total de 871.389 viviam na zona
rural. Em 1940, esse índice se elevou para 30,3% e, do total que havia
decrescido, de 843.148 habitantes, 587.874 viviam no campo
. Essa zona,
como arma Camargo (1981) era predominantemente rural e não possuía
mais do que cinco cidades com mais de 10.000 habitantes.
Considerando a escolarização primária, houve um aumento
expressivo na quantidade de escolas isoladas e de grupos escolares nessa
zona, no período entre 1917 e 1942/43.
T
anto na região de Casa Branca
24
quanto na região de Ribeirão P
reto
25
, o aumento foi maior na quantidade
geral de escolas isoladas do que de grupos escolares, respectivamente
555,88% e 686,49%. Com isso, se em 1917 havia 34 escolas isoladas em
Casa Branca e 37 em Ribeirão P
reto, em 1942-1943, havia 223 e 291,
24
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de Casa B
ranca,
as
cidades vinculadas a essa delegacia regional eram: Caconde, Cajuru, Grama, M
ococa, Santo Antônio da Alegria,
Santa Rosa, S
ão José do Rio P
ardo, São Simão, Serra Azul,
T
ambaí,
T
apiratiba e V
argem Grande.
25
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de Ribeir
ão Pr
eto,
as cidades vinculadas a essa delegacia regional eram: Batatais, B
rodowski, Cravinhos, F
ranca, Guará, Guayra,
Igarapava, I
tuverava, J
ardinópolis, Morro Agudo, N
uporanga, Orlândia, Patrocínio do S
apucaí, P
edregulho,
São J
oaquim e Sertãozinho.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 143
respectivamente. P
orém, apenas na região de Casa Branca a quantidade
geral de escolas isoladas (223) superou a quantidade de classes de grupos
escolares (203), pois na região de Ribeirão P
reto, apesar do maior aumento
na quantidade geral de escolas isoladas, a quantidade de classes de grupos
escolares era quase o dobro da quantidade de escolas isoladas. A quantidade
de grupos escolares também aumentou signicativamente: 266,67% em
Casa Branca, tendo passado de 6 para 22 unidades no período; e 340%
em Ribeirão P
reto, tendo passado de 126 para 467 unidades no período
.
A quantidade de classes também aumentou nessas duas regiões: de 91, em
1917, para 203, em 1942, em Casa Branca, o que corr
esponde a 123,1%
de aumento; e de 126, em 1917, em Ribeirão P
reto, para 467 em 1943, o
que corresponde a 270,63% de aumento
.
A quantidade de matrículas também teve aumento muito mais
expressivo nas escolas isoladas do que nos grupos escolares dessa z
ona.
N
a região de Casa B
ranca o aumento nas matrículas gerais nas escolas
isoladas foi de 730,43% e em Ribeirão P
reto foi de 813,65%, enquanto
o aumento nas matrículas gerais nos grupos escolares foi respectivamente
de 133,90% e 278,35%. N
esse sentido, em 1917 quase mil e quinhentas
crianças se matricularam nas escolas isoladas de Casa Branca, e em 1943
esse valor aumentou para pouco mais de onze mil. N
os gr
upos escolares,
quase quatro mil crianças se matricularam, em 1917, e pouco mais de no
ve
mil, em 1942.
N
a região de Casa B
ranca a quantidade de crianças matriculadas
no início do ano nas escolas isoladas foi menor do que a quantidade de
crianças matriculadas nos grupos até o ano de 1926. N
o recenseamento
seguinte, a que tive acesso, a quantidade de matriculados nas escolas isoladas
passou a exceder a quantidade de matriculados nos grupos escolares, tendo
permanecido até 1943 superando essa quantidade. N
a região de Ribeirão
P
reto, essa superação na quantidade de matrículas não ocorr
eu e é possível
observar que os grupos escolares alcançaram uma quantidade maior de
crianças desde 1917 até 1943.
A permanência das crianças nas escolas isoladas das regiões da zona
M
ogiana diminuiu levemente ao longo dos anos. Se em 1917, 99,95% das
crianças que se matricularam no início do ano letivo nas escolas isoladas de
Angélica P
all Oriani
144 |
Casa Branca e 75,38% das de Ribeirão P
reto permaneciam matriculadas
no nal do ano letivo, em 1942 e em 1943 permaneceram respectiv
amente
99,7% e 67,41%.
N
os grupos escolares nessas regiões também houve um lev
e
decréscimo na permanência das crianças matriculadas; em 1917, 82,23%
das crianças de Casa Branca e 84,26% das crianças de Ribeirão P
reto
permaneciam nos grupos escolares no nal do ano letivo, e em 1942/1943
essa quantidade foi de 81,91% e 83,66%.
A respeito das promoções nessas duas r
egiões, houve divergências. N
a
região de Casa B
ranca houve diminuição na quantidade geral de promoções
tanto nos grupos escolares quanto nas escolas isoladas. Em 1926, 52,75%
das crianças matriculadas no nal do ano letivo eram apro
vadas nas escolas
isoladas, em 1942 esse valor diminuiu para apenas 29,67%. N
o mesmo
período, a quantidade de crianças apro
vadas nos grupos escolares diminuiu
de 63,7%, em 1926, para 24,83%, em 1942.
N
a região de Ribeirão P
reto, todavia, houve um acréscimo
signicativo na quantidade de apro
vações gerais. N
as escolas isoladas,
em 1926, 34,89% das crianças matriculadas ao nal do ano letivo eram
apro
vadas e, em 1943, essa quantidade aumentou para 63,57%. N
os
grupos escolares esse valor é ainda mais signicativo: em 1926, apenas
6,34% das crianças eram apro
vadas e, em 1943, 78,52% das crianças
foram apro
vadas. (Quadros 28-33, em Anexo)
Com isso, é possível constatar que, nessa zona pr
edominantemente
rural (CAMAR
GO, 1981), as escolas isoladas tiveram papel mais
signicativo e atuante, ocorrendo, até mesmo, a suplantação na quantidade
geral de escolas isoladas e de crianças matriculadas nessas escolas na região
de Casa Branca. N
a região de Ribeirão P
reto, apesar de os grupos escolares
terem tido uma maior quantidade de matrículas do que as escolas isoladas,
há uma quantidade signicativa de crianças matriculadas nas 291 escolas
isoladas em 1943: 14.655. Considerando-se que os grupos escolares dessa
zona com 491 classes tinham 20.310 crianças matriculadas, é possível
observar o alcance expressivo das escolas isoladas nessa zona.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 145
De acordo com Camargo (1981), as r
egiões que constituem as zonas
Baixa P
aulista e Araraquarense aumentaram sucessivamente sua população
entre os anos de 1900 e 1940. Em alguns casos, ocorr
eu a triplicação e
até a quadruplicação da quantidade de habitantes entre 1900 e 1934.
Araraquara, por exemplo, triplicou sua população entr
e 1886 e 1900 e
depois aumentou em mais 40,7% sua população, chegando aos 67.724
habitantes em 1940. Outros municípios também tiv
eram um aumento
signicativo da população
. O grupo formado pelos municípios de Barretos-
Cajobi-Olímpia-Colina-G
uaíra, de acordo com Camargo (1981), tinham,
em 1900, 9.586 habitantes e o aumento de 1.227,1% em 40 anos fez com
que, em 1940, esses municípios tivessem juntos 132.006 habitantes.
Mas há o caso de municípios que tiveram certo declínio na sua
população a partir de 1920, como Araras, P
almeiras, São Carlos, S
anta Rita,
M
onte Alto, Pirangi, Ariranha, Boa Esperança, Dourado e D
ois Córregos.
J
aú, como um dos mais antigos da zona Araraquarense, por ex
emplo, teve
desenvolvimento ascendente entre 1886 e 1934 tendo passado de 18.341
para 53.779 habitantes, mas diminuiu em 17,9% a sua população a partir
de 1934 até 1945 (CAMAR
GO, 1981).
Há que se considerar também as regiões de po
voamento mais
recente, as quais também constituem essas zonas. Rio P
reto é um exemplo
representativ
o, que com 3.221 habitantes em 1900 passou para 126.796
habitantes em 1920. Em 1934, sua população aumentou mais 149,4%
e se espalhou por nov
os municípios, como Cedral, Mirassol, M
onte
Aprazível,
T
anabi, N
ova G
ranada, P
otirendaba, Uchoa, J
osé Bonifácio
e Ibirá. De acor
do com Camargo (1981), em 1940, esse conjunto de
municípios, mais os nov
os municípios de P
alestina e P
aulo de F
aria
contabilizaram 388.166 habitantes.
Outro município de grande cr
escimento populacional foi Catanduva,
criado em 1917. Em 1920, sua população contava com um pouco mais
de 16.000 habitantes; em vinte anos sua população teve um aumento de
154,7%, tendo chegado aos 40.752 habitantes em 1940.
Segundo Camargo (1981) alguns municípios da zona B
aixa P
aulista
tiveram tendência à aglomeração urbana, especialmente Rio Claro,
Angélica P
all Oriani
146 |
Araraquara, Descalvado, P
orto F
erreira, Pirassununga, Limeira e São
Carlos, com cerca de 30% da população vivendo na z
ona urbana em 1934.
Catanduva e J
aú apresentavam um índice bastante elevado de habitantes
vivendo na zona urbana em 1934: r
espectivamente, 47,4% e 42,1%. A
diferença entre os municípios dessas z
onas, Baixa P
aulista e Araraquarense,
está justamente na disposição e na aglomeração de regiões de po
voamento
antigo e de pov
oamento recente, o que gerou certa tendência à ocupação
do espaço urbano nas regiões mais antigas em relação à ocupação do espaço
rural nas regiões de pov
oamento mais recente, no qual a atividade agrícola
era predominante.
A escolarização primária nas regiões dessas zonas, de modo geral,
aumentou quantitativamente, da mesma forma como ocorreu nas outras
zonas do estado de São P
aulo. N
as regiões de J
aboticabal
26
, Araraquara
27
,
São Carlos
28
, Rio Claro
29
e Rio P
reto
30
, a quantidade geral de unidades de
escolas isoladas e de grupos escolares aumentou expressivamente ao longo
do período entre 1917 e 1940-1945, com ex
ceção de São Carlos, que teve
aumento na quantidade de grupos escolares até 1943 e diminuição em
1945.
O aumento do número de escolas isoladas nas regiões dessa z
ona
foi bastante expressivo
. Apenas na r
egião de Rio P
reto, por exemplo, o
aumento foi de 7.866,67%, tendo passado de três escolas isoladas em 1926
para 239 em 1943. Seguem nessa or
dem de crescimento na quantidade de
escolas isoladas as regiões de: Araraquara, com 900% de aumento, tendo
26
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de J
aboticabal,
as
cidades vinculadas a essa delegacia regional eram: Cajobi, M
onte Alto, Pitangueiras, Viradouro, B
arretos,
Bebedouro, Colina, Pirangi, G
uariba, No
va Granada, O
límpia e Palestina.
27
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de Ar
araquara,
as
cidades vinculadas a essa delegacia regional eram: Matão,
T
aquaritinga, F
ernando Pr
estes, Santa Adélia,
Ariranha, Pindorama, Catanduva, I
tajuí, M
undo No
vo e
T
abapuã.
28
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de São Car
los,
as
cidades vinculadas a essa delegacia regional eram: Bariri, Boa Esperança, Bocaina, Borbor
ema, Dourado,
Ibitinga, Itápolis, I
acanga, N
ovo Horiz
onte e Ribeirão Bonito.
29
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de Rio Claro,
as
cidades vinculadas a essa delegacia regional eram: Anápolis, Barra Bonita, B
ica de P
edra, Brotas, Dois Córr
egos,
Itirapina, J
aú, Limeira, Mineiros e
T
orrinha.
30
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de Rio P
reto,
as
cidades vinculadas a essa delegacia regional eram: Cedral, Ibirá, Inácio, U
choa, J
osé Bonifácio, Mirassol, Monte
Aprazível, P
otirendaba e
T
anabi.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 147
passado de 18 escolas isoladas, em 1917, para 180, em 1940; J
aboticabal,
com 727,27% de aumento, tendo passado de 22 escolas isoladas, em 1917,
para 182, em 1942; São Carlos, com 333,33% de aumento; tendo passado
de 21 escolas isoladas, em 1917, para 91, em 1945; e Rio Claro, com
117,4% de aumento, tendo passado de 69 escolas isoladas, em 1917, para
150, em 1937.
As unidades de grupos escolares também tiveram aumento expressiv
o
nas regiões dessa zona no período
. J
aboticabal liderou a zona no quesito de
aumento de unidades de grupo com 925% – de quatro unidades para 41 –
sendo seguido por Rio P
reto, com aumento de 875% – de quatro unidades
para 39 –, Araraquara, com aumento de 833,33% – de três unidades para
28 –, Rio Claro, com aumento de 285,71% – de sete unidades para 27
– e São Carlos que teve aumento de 283,33% – de seis unidades para
23, entre 1917 e 1943, mas tendo diminuído a quantidade de grupos
escolares e passado para 14, em 1945. N
ão é possível armar
, no entanto,
se houve diminuição na quantidade de municípios sob responsabilidade
da regional de S
ão Carlos, ou se houve fechamento de grupos, pois não
localizei informações a respeito
. Além disso, as informações a respeito da
região de S
ão Carlos estão bastante fragmentadas e faltam muitos detalhes,
o que poderia signicar apenas um erro na contagem e não a diminuição
de grupos escolares de fato.
O aumento na quantidade de classes de grupos escolares também foi
signicativo, e o destaque é a região de J
aboticabal, com um aumento de
mais de 300 classes, a seguir Rio P
reto, com um aumento de mais de 270
classes, Araraquara, com um aumento de mais de 200 classes, Rio Claro,
com um aumento de mais de 130 classes e São Carlos, com um aumento
de mais de 80 classes.
A respeito das matrículas gerais e efetivas nas escolas isoladas dessas
zonas, o aumento ao longo do tempo foi bastante expressiv
o em todas
as regiões. N
essa zona, como nos outros quesitos, o destaque é a região
de Rio P
reto, com aumento de 7.155,92% na quantidade de matrículas
gerais nas escolas isoladas. Se 152 crianças estavam matriculadas nas escolas
isoladas de Rio P
reto, em 1917, 11.029 se matricularam em 1943. Essa
região é seguida pelas regiões de: S
ão Carlos, com aumento de 827,1%
Angélica P
all Oriani
148 |
nas matrículas gerais nas escolas isoladas – de pouco mais de 500 crianças
matriculadas, em 1917, passou para quase cinco mil, em 1945; Araraquara,
com aumento de 648,09% – de quase mil crianças matriculadas, em 1917,
passou para um pouco mais de 7.000, em 1940; J
aboticabal, com aumento
de 575,03% – de quase mil e quinhentas crianças matriculadas, em 1917,
passou para quase dez mil, em 1942; e Rio Claro, com aumento de 78,18%
– de um pouco mais de 2.500 crianças matriculadas, em 1917, passou para
quase cinco mil em 1937.
T
ambém nas matrículas gerais nos grupos escolares, o aumento mais
signicativo na zona foi na r
egião de Rio P
reto, com 581,47% – de pouco
mais de duas mil matrículas em 1926 passou a mais de quatorze mil em
1943. Essa região foi seguida pelas regiões de: J
aboticabal, com 530,46%
de aumento – de um pouco mais de 2.500 crianças matriculadas, em
1917, passou para mais de 16.000, em 1942; Araraquara, com 422,68%
de aumento – de um pouco mais de 2.000 crianças matriculadas, em
1917 passou para mais de 10.000, em 1940; São Carlos, com 95,37% de
aumento – de quase 3.000 crianças matriculadas, em 1917, passou para
quase 6.000, em 1945; e por Rio Claro, com 83,40% de aumento – de
um pouco mais de 5.000 crianças matriculadas, em 1917, passou para um
pouco mais de 9.000, em 1937.
Em algumas regiões dessa z
ona, a permanência dos alunos nas
escolas isoladas em geral aumentou ao longo do período; em outras, no
entanto, diminuiu. Em J
aboticabal diminuiu a quantidade de crianças
que ao nal do ano letivo ainda estavam na escola; em 1917, 87,69%
das crianças matriculadas no início do ano ainda estavam frequentando
no nal do ano letivo; em 1942, essa quantidade diminuiu para 71,03%.
Em Araraquara a permanência nas escolas isoladas aumentou; em 1917,
60,29% das crianças ainda estavam nas escolas isoladas ao nal do
ano letivo e, em 1940, esse valor subiu para 88,66%. A r
egião de Rio
P
reto também registr
ou aumento na permanência estudantil: em 1926,
61,84% das crianças ainda estavam nas escolas isoladas ao nal do ano
letivo e, em 1943, 73,27% das crianças ainda frequentav
am as escolas
isoladas da região
.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 149
A permanência das crianças nos grupos escolares aumentou em todas
as regiões dessa zona. N
a região de J
aboticabal, em 1917, 78,9% das crianças
que haviam se matriculado no início do ano letivo ainda permaneciam
matriculadas ao nal do ano letivo; na região de Araraquara a permanência
correspondia a 78,71%; na região de S
ão Carlos correspondia a 81,2%;
na região de Rio Claro corr
espondia a 80,03%; e na região de Rio P
reto
correspondia a 70,3%. Entr
e 1937 e 1943, nessas regiões, a quantidade
de crianças que permaneceram nos grupos escolares foi de: 84,69% em
J
aboticabal, no ano de 1943; 99,93% em Araraquara, no ano de 1940;
87,63 em São Carlos, no ano de 1933, com declínio para 72,71% no ano
de 1943; 99,57% em Rio Claro, no ano de 1937; e 85,94% em Rio P
reto,
no ano de 1943.
Aumentou, também, ao longo do período a quantidade de alunos
promo
vidos nas escolas isoladas. Se em 1926, esse valor oscilava entr
e 30%
e 50% do total de alunos promo
vidos ao nal do ano letivo, em 1940-
1943, esse valor aumentou, tendo oscilado entre 40% e quase 70%.
Em 1926, na região de J
aboticabal apenas 38,16% das crianças
matriculadas efetivamente nas escolas isoladas eram promo
vidas, em 1942,
esse valor aumentou para 45,6%. Em Araraquara, ainda em 1926, 41,29%
das crianças eram promo
vidas e em 1940, esse valor subiu para 69,18%.
Em Rio Claro, as informações disponíveis são apenas a r
espeito do ano
de 1926 e indicam que 50,27% dos alunos matriculados efetivamente
nas escolas isoladas dessa região haviam sido apro
vadas. Em Rio P
reto, no
ano de 1926, 43,61% das crianças matriculadas efetivamente nas escolas
isoladas eram promo
vidas e em 1943 esse valor subiu para 60,9%
31
.
A promoção nos grupos escolares também aumentou ao longo do
período. E
m J
aboticabal, as promoções variaram entre 43,10%, em 1917,
e 54,99%, em 1926, e 62,78%, em 1942. Em Araraquara, as promoções
passaram de 39,17%, em 1917, para 68,63%, em 1926, e 78,87%, em
31
As informações a respeito da promoção dos alunos nas escolas isoladas da região de S
ão Carlos estão confusas
e até mesmo contraditórias, com uma quantidade excessivamente maior de alunos promo
vidos ao nal do ano
letivo em relação à quantidade de matriculados efetivamente nas escolas. P
or não ter conseguido outros meios
de acesso a esses dados que pudessem me oferecer caminhos alternativos para reunir maior
es informações a
respeito da promoção dos alunos, não consegui analisar os dados a respeito da pr
omoção dos alunos na região
de São Carlos.
Angélica P
all Oriani
150 |
1940. Em São Carlos, as pr
omoções passaram de 31,76%, em 1917, para
63,66%, em 1926, e 72,71%, em 1943. Em Rio Claro, as promoções
oscilaram com intensidade maior: em 1917, 39,78% das crianças
matriculadas ao nal do ano haviam sido promo
vidas, em 1926, esse valor
caiu vertiginosamente para 1,31%, com apenas 99 das 7.551 crianças
matriculadas promo
vidas, em 1937, não há informações a respeito de
promo
vidos. Em Rio P
reto, em 1926, 62,63% das crianças matriculadas
efetivamente nos grupos escolares eram promo
vidas; esse valor subiu para
82,27%, em 1943. (Quadros 34-48, em Anexo)
Com essas informações, é possível constatar o mo
vimento intenso da
expansão na criação de escolas isoladas e grupos escolares e na ampliação
interna especialmente dos grupos para o atendimento de uma população
que gradativamente se locomo
veu para essa zona do estado de São
P
aulo.
Como nas outras regiões do estado, a expansão da escolarização ocorr
eu
a partir das escolas isoladas e dos grupos escolares, todavia, nessa região,
o destaque é justamente o crescimento intenso na quantidade de escolas
isoladas no período entre 1917 e 1940-1943. É certo que, nessas regiões, o
crescimento na quantidade de estabelecimentos ocorreu tanto nas escolas
isoladas quanto nos grupos escolares, porém, foi possível constatar certa
intensidade na criação de escolas isoladas, especialmente nas regiões no
vas
do estado, como Rio P
reto, por ex
emplo. Apesar disso, em decorr
ência da
quantidade maior de classes, os grupos escolares alcançaram mais crianças
do que as escolas isoladas.
A zona N
oroeste e Alta P
aulista foi uma “
zona pioneira
” (CAMARGO,
1981; MONBEIG, 1984), a qual se desenvolveu com grande rapidez em
decorrência de um contingente populacional advindo de outras zonas.
Segundo Camargo (1981), a rapidez do crescimento populacional
dessa zona impressiona: no início do século XX, a população da z
ona não
atingia 10.000 habitantes, tendo passado para 136.454 habitantes, em
1920. O grande aumento populacional nessa zona ocorreu entr
e 1920
e 1934, quando houve um crescimento de 356,6% na quantidade de
habitantes, somando, nesse ano, 618.990 habitantes e aumentando mais
38,4% até 1940, quando chegou aos 856.506 habitantes.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 151
Essa zona era predominantemente rural. Em 1934, apenas 18% da
população vivia nas zonas urbanas, tendo passado para 25,6% em 1940, isto
é, 637.253 dos 856.506 habitantes viviam em fazendas e sítios. Os maior
es
municípios desta zona eram Bauru, M
arília e Lins, os quais contavam,
em 1940, respectivamente, com 33.981, 28.358 e 20.468 habitantes. O
s
municípios de Pirajuí, P
ompéia e Araçatuba tinham uma população acima
de 10 mil habitantes.
A escolarização primária nas regiões dessa zona aumentou, assim
como no restante do estado
. N
a região de Bauru
32
, o aumento foi semelhante
e tanto nas escolas isoladas, quanto nos grupos escolares o crescimento
em unidades foi de 75% entre 1917 e 1933. Assim, em 1917 havia 18
escolas isoladas e 2 grupos escolares em Bauru; em 1933, havia 153 escolas
isoladas e 17 grupos escolares.
N
a região de Lins
33
, o aumento foi muito mais expressivo na
quantidade de escolas isoladas do que de grupos escolares: 330% de
aumento de escolas isoladas, tendo passado de uma escola, em 1917, para
331, em 1943, e 64% de aumento de unidades de grupos escolares, tendo
passado de cinco grupos escolares, em 1926, para 37, em 1943. Há que se
considerar
, também, a criação tardia de grupos escolares nessa r
egião, tendo
sido contabilizado grupo escolar nessa região apenas a partir do
Annuario
de 1926. Isso signica que durante um grande período havia apenas uma
escola isolada nessa região
.
O aumento na quantidade de classes de grupos escolares foi
signicativo, porém modesto em r
elação às outras zonas do estado de São
P
aulo: na região de Bauru, o aumento foi de 69,56%, tendo passado de 23
classes, em 1926, para 183, em 1933; na região de Lins o aumento foi de
56,66%, tendo passado de 51 classes, em 1926, para 340, em 1943.
As matrículas nas regiões dessa zona tiv
eram aumento expressivo, mas
o grande destaque foi o aumento nas matrículas gerais nas escolas isoladas
32
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de Bauru,
as cidades
vinculadas a essa delegacia regional eram: Agudos, A
vaí, Duartina, Gália, Garça, Marília, P
ederneiras, Pirajuí,
Piratininga e P
residente Alves.
33
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de Lins,
as cidades
vinculadas a essa delegacia regional eram: Andradina, Araçatuba, A
vanhandava, Birigui, Cafelândia, Cor
oados,
Getulina, Glicério, Guararapes, P
enápolis, P
ereira Barr
eto, Promissão e
V
alparaíso.
Angélica P
all Oriani
152 |
da região de Lins no período de 26 anos: 2.367,79%: o que corresponde a
68 crianças matriculadas, em 1917, e mais de 16.000, em 1943. N
a região
de Bauru, o aumento nas matrículas gerais nas escolas isoladas também foi
signicativo: 532,28% em 16 anos, de quase mil crianças matriculadas, em
1917, para quase seis mil, em 1933. O aumento de 779,78% nas matrículas
nos grupos escolares da região de B
auru também merece destaque: de
quase mil matrículas em, 1917, para mais de oito mil, em 1933; e na
região de Lins o aumento foi de 444,03%, tendo passado de quase tr
ês mil
matrículas, em 1926, para mais de quinze mil, em 1943.
A permanência nas escolas isoladas diminuiu tanto na região de
Bauru quanto na região de Lins, em 1917, 99,56% e 70,59% de crianças
que se matricularam no início do ano ainda estavam matriculadas no nal
do ano letivo nas escolas dessas regiões, r
espectivamente. Em 1933, na
região de B
auru esse valor caiu para 47,93%; em 1943, na região de Lins,
esse valor caiu para 69,38%.
A permanência nos grupos escolares na região de B
auru diminuiu
ao longo do período, de 81,5% de permanência, em 1917, passando para
74,35%, em 1933. N
a região de Lins, por outro lado, a permanência nos
grupos escolares aumentou: de 62,94%, em 1926, passou para 81,45%,
em 1943.
As promoções gerais nas duas instituições de ensino dessa zona
aumentaram. N
a região de B
auru, as escolas isoladas promoveram apenas
19,92% dos alunos matriculados no nal do ano letivo, em 1926, mas
promo
veram 89,97% dos matriculados, ao nal de 1933. N
a região de
Lins, as escolas isoladas promo
veram 34,54% do total de alunos que
estavam matriculados ao nal do ano letivo, em 1926; esse valor subiu
para 67,63%, em 1943.
As promoções nos grupos escolares também aumentaram. N
a região
de Bauru esse valor era de 50,49%, em 1926, e subiu para 75,38%, em
1933. N
a região de Lins esse valor era 47,69%, em 1926, e subiu para
84,35%, em 1943. (Quadros 49-54, em Anexo)
É possível constatar
, portanto, que nessa «zona pioneira»
(CAMAR
GO, 1981; MONBEIG, 1984) o movimento de expansão da
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 153
escolarização primária teve força especialmente com as escolas isoladas,
possivelmente em decorrência da grande quantidade de habitantes da z
ona
rural e da pequena porcentagem populacional que vivia nas zonas urbanas.
N
a região de B
auru, a relação entre as matrículas nos grupos escolares e as
matrículas nas escolas isoladas é bastante próxima e na r
egião de Lins, as
matrículas gerais nas escolas isoladas superam no ano de 1943 as matrículas
nos grupos escolares. N
essa zona é possível constatar a atuação bastante
contundente da escola isolada para a disseminação do ensino primário.
A zona da Alta Sor
ocabana, de acordo com Camargo (1981), se
constituiu como uma “
zona pioneira
” no estado de São P
aulo, assim como
a N
oroeste e Alta P
aulista; todavia, essa zona se constituiu agregando
municípios nov
os juntos aos velhos. N
os municípios velhos – São M
anoel,
Botucatu, Piraju, Bela
Vista, Lençóis, A
varé e S
anta Cruz do Rio P
ardo –
estavam concentrados 71.903 habitantes em 1886.
O grande surto demográco dessa zona ocorreu entr
e 1900 e 1920
(CAMAR
GO, 1981), com um crescimento de 187,4% da população, a
qual passou para 300.000 habitantes. Com isso, nov
os municípios foram
criados: Assis, Cerqueira César
, I
paussu, Óleo, Ourinhos, P
almital, Platina
e Salto G
rande, como extensões dos municípios antigos.
Em 1934, a população dessa zona ultrapassou os 600.000
habitantes. Em 1940, só no conjunto de municípios P
residente Prudente,
Santo Anastácio, P
residente V
enceslau, Regente F
eijó, Martinópolis e
P
residente Bernar
des a população somava 200.000 habitantes, o que,
segundo Camargo (1981), caracterizou a região de desenv
olvimento mais
impressionante dessa zona, uma das mais pr
ósperas do estado. Além disso,
o grande destaque era o município de P
residente P
r
udente como uma
capital regional (CAMAR
GO, 1981).
Além de P
residente P
r
udente, no entanto, há diversos outros
municípios cujo crescimento populacional foi rápido e intenso
. O
conjunto de municípios Santa Cruz do Rio P
ardo, Espírito S
anto do
T
ur
vo, Bernardino de Campos e Chavantes, por ex
emplo, passou de
36.877 habitantes, em 1920, para 66.696 habitantes, em 1940. Assis, Bela
Vista e Cândido M
ota tiveram aumento de 993,2%, entre 1900 e 1940.
Angélica P
all Oriani
154 |
Outros municípios dessa zona, por
ém, tiveram declínio na população,
como é o caso de São M
anoel, Agudos, Lençóis, Bocaiuva, I
paussu, Piraju,
P
almital, Platina e Santa Bárbara do Rio P
ardo
.
Essa zona apresentou um grande índice de ruralismo e, em 1940,
segundo Camargo arma (1981), tinha uma das mais elevadas porcentagens
de população vivendo na zona rural: 77,8% da população, ou seja, 560.000
habitantes viviam na zona rural e, assim se evidencia a importância das
atividades agrícolas para essa zona. Além disso, Botucatu era o único
município da zona com mais de 20.000 habitantes, e P
residente Prudente
contava com 17.927 habitantes na zona urbana e 57.879 na zona rural.
Camargo (1981) arma que no grupo de municípios mais
antigos dessa zona, a população era numericamente pouco importante;
em decorrência do cr
escimento populacional, o prolongamento
de municípios deu origem a regiões no
vas, as quais tornaram a zona
numericamente importante.
A respeito da escolarização primária, constatei crescimento
signicativo na quantidade de escolas isoladas e de grupos escolares.
As unidades das escolas isoladas aumentaram 136,59% na região de
Botucatu
34
, de 41 escolas isoladas, em 1917, passou para 97, em 1937. N
a
região de P
residente P
rudente
35
o aumento foi de 251%: em 1926, havia
nov
e escolas isoladas e, em 1940, esse valor aumentou para 235. N
a região
de Santa Cruz do Rio P
ardo
36
, o aumento foi de 403,85%: em 1917, havia
26 escolas isoladas e, em 1942, passou a contabilizar 131 escolas.
Os grupos escolares aumentaram de modo mais intensivo nas
regiões dessa zona. E
ntre 1917 e 1940, na região de Botucatu, o aumento
na quantidade de grupos escolares foi de 366,67%, com um aumento de
34
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de Botucatu,
as cidades
vinculadas a essa delegacia regional eram: A
varé, Anhembi, Bocaiúva, Bofete, Bom Sucesso, Cerqueira César
,
Itaí, I
tatinga, Lençóis, Santa Bárbara do Rio P
ardo e São Manoel.
35
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de P
residente P
rudente,
as cidades vinculadas a essa delegacia regional eram: Álvares M
achado, Pr
esidente V
enceslau, Presidente
Bernardes, Quatá, R
egente Feijó, Rancharia e S
anto Anastácio.
36
De acordo com as informações disponíveis nos
R
elatórios da delegacia regional de ensino de Santa C
ruz do Rio
P
ardo,
as cidades vinculadas a essa delegacia regional eram: Bernardino de Campos, Chav
antes, F
artura, Ipaussu,
Óleo, Ourinhos, Piraju, S
anto Grande, S
ão P
edro do
T
urvo e
T
aquari.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 155
170,83% no número de classes de grupos. Com isso, as seis unidades de
grupos escolares que contavam com 72 classes em 1917, passaram a 28
unidades de grupos em 1940 e 195 classes em 1937.
Entre 1926 e 1940, o aumento de unidades de grupos escolares
na região de P
residente P
rudente foi de 210% com 162% de aumento
no número de classes. O único grupo escolar da região de 1926
contava com 10 classes; em 1940, os 22 grupos escolares da região
contabilizavam 172 classes.
Entre 1917 e 1942, na r
egião de Santa Cruz do Rio P
ardo o
aumento nas unidades de grupos escolares foi de 566,67%, com 338,23%
de aumento nas classes de grupos. Os três grupos escolares da região
tinham 34 classes, em 1917; em 1942, os 20 grupos da região contavam
com 149 classes.
A respeito das matrículas nas regiões dessa z
ona, constatei o aumento
mais expressivo nas escolas isoladas, no período: 269,04% de
aumento na
região de Botucatu – tendo passado de pouco mais de 1.600 crianças para
um pouco mais de 6.000 – e 608,05% na região de S
anta Cruz do Rio
P
ardo – tendo passado de quase mil crianças para um pouco mais de 7.000.
N
a região de P
residente P
rudente, as matrículas em 1926 indicam
uma quantidade pequena de crianças tanto nas escolas isoladas quanto
nos grupos escolares, uma média de 500 crianças nas 10 classes de grupos
e 500 crianças nas nov
e escolas isoladas da região. E
m 1940, apesar de
a quantidade de matrículas gerais nos grupos e nas escolas isoladas
estar agrupada, é possível constatar o aumento expressivo das crianças
matriculadas nas escolas primárias dessa região: em 1926, 1058 crianças
estavam matriculadas nas escolas dessa região (542 nas escolas isoladas e
516 no grupo escolar); em 1940, as matrículas gerais foram para 22.605
crianças, isto é teve um aumento de 2.036,58% na quantidade geral de
matrículas na região
.
A permanência nas escolas isoladas na região de Botucatu aumentou;
em 1917, 45,37% das crianças que haviam se matriculado no início do ano
letivo ainda estavam nas escolas no nal do ano; em 1940, esse valor subiu
para 64,18%. A permanência nos grupos escolares na região de Botucatu
Angélica P
all Oriani
156 |
diminuiu: em 1917, 81,42% das crianças que haviam se matriculado no
início do ano haviam permanecido no nal do ano; em 1940, esse valor
diminuiu para 78,86%. N
a região de S
anta Cruz do Rio P
ardo, tanto a
permanência nas escolas isoladas quanto nos grupos escolares diminuiu:
em 1917, 79,58% das crianças haviam permanecido nas escolas isoladas e
81,58% nos grupos; em 1942, esses valores caíram respectiv
amente para
69,72% e 80,16%.
N
a região de P
residente P
rudente, em 1926, 63,65% das crianças
haviam permanecido nas escolas isoladas ao nal do ano letivo e 75%
haviam permanecido nos grupos escolares. Em 1940, tanto nos grupos
quanto nas escolas isoladas, haviam permanecido 72,7% das crianças.
Sobr
e as promoções nas escolas isoladas das regiões dessa zona, há
aumento ao longo dos anos. Em 1926, na região de Botucatu, 43,48% das
crianças que estavam matriculadas no nal do ano letivo eram pr
omovidas,
em 1940 esse valor subiu para 56,1%. N
a região de Santa Cruz do Rio
P
ardo, em 1926, 25,94% das crianças nas escolas isoladas foram promo
vidas
e em 1943, esse valor subiu para 60,98%.
N
os grupos escolares o aumento nessas duas regiões também foi
expressivo
. N
a região de Botucatu, em 1918, 38,38% das crianças foram
promo
vidas e, em 1940, esse valor subiu para 65,68%. N
a região de Santa
Cruz do Rio P
ardo, de 38,37%, em 1917, as promoções passaram para
79,65%, em 1942.
N
a região de P
residente P
rudente, em 1926, 48,12% das crianças
das escolas isoladas eram promo
vidas e 52,71% nos grupos escolares; em
1940, nas duas instituições da região, foram promo
vidas 60,98% das
crianças matriculadas ao nal do ano letivo
. (Quadros 55-64, em Anexo)
É possível constatar
, portanto, que, como uma «zona pioneira»
(CAMAR
GO, 1981), a formação singular desses municípios de
pov
oamento antigo e de povoamento r
ecente fornece alguns elementos
importantes para entender a escolarização primária sendo oferecida à
população a partir de escolas isoladas e de grupos escolares. De modo geral,
em toda a zona houve um alcance grande dos dois tipos de instituição
de ensino primário.
T
odavia, assim como em algumas outras zonas do
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 157
estado de São P
aulo, o número maior de classes de grupos em relação ao
número de escolas isoladas gerou uma capacidade de alcance maior dessas
instituições em relação às escolas isoladas. É inegável, por
ém, o alcance
também signicativo destas escolas no atendimento de uma grande parcela
da população paulista, especialmente no interior do estado de São P
aulo.
P
ara fornecer maior visualização a respeito das informações que
discuti anteriormente, apresento nos M
apas 2 e 3
37
, a quantidade de alunos
matriculados nas escolas isoladas e nos grupos escolares nas zonas do estado
de São P
aulo. O primeiro mapa concr
etiza as informações relativas ao ano
de 1917 e o segundo mapa concretiza as informações r
elativas aos anos de
1940/1945, isso porque nem todas as fontes documentais apresentav
am os
indicadores de matrículas do ano de 1945.
Mapa 2
– Quantidade de alunos matriculados nas escolas isoladas e nos
grupos escolares no estado de São P
aulo (1917)
F
onte: Elaboração própria.
37
Informo que a diagramação dos mapas foi feita pelo programador de computadores M
arcelo Hugo R
omeu
Dias.
Angélica P
all Oriani
158 |
Mapa 3
– Quantidade de alunos matriculados nas escolas isoladas e nos
grupos escolares no estado de São P
aulo (1940/1945)
F
onte: Elaboração própria.
Com os mapas que apresentei anteriormente nota-se a
representatividade das escolas isoladas no atendimento das crianças pelo
estado de São P
aulo no período abordado, com o que é possível aquilatar o
papel das escolas isoladas em conjunto com os grupos escolares na expansão
da escolarização primária por este estado.
3.3 m
oviment
o
de
exp
ansã
o
das
esColas
isoladas
pelo
est
ado
de
s
ão
p
a
ulo
Segundo Camargo (1981), o sincronismo entr
e as tendências de
crescimento e de distribuição da população pelo estado de S
ão P
aulo se
fortaleceu a partir da expansão da produção cafeeira. Ainda segundo esse
autor
, durante os anos nais do século XIX e iniciais do século XX, o
paralelismo entre o declínio da população em uma determinada zona em
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 159
decorrência da diminuição da produção cafeeira, bem como o mo
vimento
contrário, de crescimento populacional em uma determinada zona
em decorrência da intensa produção cafeeira se tornou constitutiv
o da
realidade paulista.
Como mencionei anteriormente, o movimento de expansão da
escolarização primária paulista acompanhou o desenvolvimento econômico
deste estado – o qual se vinculou à produção de café e à construção de
estradas de ferro – e o mo
vimento pioneiro de ocupação e desbravamento
de nov
as zonas territoriais. Assim, a marcha de produção de café, de
pov
oamento e também de escolarização a partir do nal da primeira década
do século XX foi em direção à região oeste do estado
.
Os dados relativ
os à quantidade de escolas isoladas e de grupos
escolares, bem como os relativ
os às matriculadas gerais, efetivas e ao total
geral de promo
vidos nessas instituições pelas zonas do estado de São P
aulo
auxiliam a visualização de certo panorama a respeito da expansão das
escolas isoladas em comparação com a expansão dos grupos escolares.
De fato, a escolarização primária paulista tanto na capital quanto no
interior do estado ocorreu principalmente a partir dos grupos escolares.
P
or mais que os dados que sintetizei contenham pequenos equívocos para
mais ou para menos – como armei, eles auxiliam apenas ao oferecer certa
visualização, mas não são tomados como dados dedignos –, os grupos
escolares atingiram uma quantidade maior de crianças e as matrículas
gerais e efetivas de certo modo evidenciam esse alcance.
T
odavia, é possível constatar a presença signicativ
a das escolas
isoladas como meios de extensão da escolarização primária às crianças,
principalmente às que habitavam o interior do estado de São P
aulo. H
á
diversas regiões, por ex
emplo, que a quantidade de matrículas gerais
nos grupos escolares excede com uma margem pequena a quantidade de
matrículas das escolas isoladas e possivelmente isso decorre da quantidade
menor de escolas isoladas se comparadas às classes de grupos.
As características econômicas das zonas do estado de S
ão P
aulo
fornecem alguns elementos que auxiliam o entendimento da maior ou
menor quantidade de escolas isoladas ou de grupos escolares. Em uma
Angélica P
all Oriani
160 |
primeira aproximação, o índice de ruralidade mais ou menos elevado
nas regiões que compunham as zonas e a quantidade de habitantes dos
municípios podem ser umas das explicações para a presença de uma
quantidade maior de escolas isoladas em algumas regiões.
É bem pro
vável que os municípios, as regiões e as z
onas mais
ruralizados e menos urbanizados e os municípios com uma quantidade
menor de habitantes tenham tido mais escolas isoladas do que grupos
escolares em decorrência dos altos inv
estimentos que eram necessários
para a criação e manutenção dos prédios dos grupos. Esses aspectos podem
ser considerados fatores diferenciador
es dos municípios mais urbanizados
e mais populosos, cuja quantidade de habitantes e de crianças em fase
de escolarização requeria a criação de dezenas de grupos escolares no
município e na região, muitas vezes com desdobr
o e/ou tresdobro, como é
o caso das regiões de Campinas, Ribeirão P
reto e J
aboticabal, por exemplo.
N
esse sentido, considerando as zonas do estado de São P
aulo, é possível
constatar o movimento corr
elacionado entre o índice de urbanização das
zonas e das regiões e a pr
esença mais acentuada das escolas isoladas. N
a
capital do estado essa correlação se torna evidente com a diminuição na
quantidade de escolas isoladas e de crianças matriculadas nessas escolas
ao longo do período analisado e, em contrapartida, o crescimento
signicativo na quantidade de grupos, bem como o crescimento interno
dos grupos, acompanhados do aumento na quantidade de matrículas
nesses estabelecimentos.
Assim como na capital, em algumas zonas inteiras e em algumas
regiões observei que do ponto de vista temporal o predomínio em
quantidade de escolas primárias e de matrículas foi de grupos escolares em
comparação com as escolas isoladas.
N
a zona de Santos e do Litoral S
ul, nas regiões de Campinas e J
undiaí
da zona Central, na região de Ribeirão P
reto da zona M
ogiana, na zona
Baixa P
aulista e Araraquarense, na região de B
auru da zona N
oroeste e
Alta P
aulista e nas regiões de Botucatu e Santa Cruz do Rio P
ardo da zona
Alta Sorocabana, os grupos escolares pr
edominaram quantitativamente ao
longo do período, tanto em unidades escolares, quanto em matrículas.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 161
N
a zona do V
ale do P
araíba e Litoral N
orte e nas regiões de Sorocaba,
Piracicaba e I
tapetininga da zona Central, temporalmente, a tendência foi
de decréscimo na quantidade de escolas isoladas – que eram em maior
quantidade durante o ano de 1917 – e de acréscimo na quantidade de
grupos escolares suplantando a quantidade de escolas isoladas.
Apenas as r
egiões de Lins, da zona N
oroeste e Alta P
aulista, e de
P
residente P
r
udente, da zona Alta Sorocabana, ao longo do período
analisado mantiveram uma quantidade maior de escolas isoladas do que
de grupos escolares, possivelmente em decorrência dos elev
ados índices de
ruralização da região.
A respeito do crescimento na quantidade de escolas isoladas ao longo
do período que abordei, destaco que constatei uma queda na quantidade
de escolas isoladas e nas matrículas nessas instituições especialmente no
interior do estado no ano de 1926, em comparação com o ano de 1918.
Há regiões em que a diminuição na quantidade de instituições ou de
matrículas apresentou apenas uma leve diminuição; há outras, entr
etanto,
em que a queda foi considerável. Em S
ão Carlos, entre 1918 e 1926, a
diminuição de cinco escolas isoladas resultou na diferença de 565 crianças
matriculadas em 1926 se comparada com 1918. Araraquara também se
destacou nesse aspecto: em 1918 havia 26 escolas isoladas, as quais haviam
matriculado 1.170 crianças; em 1926, as escolas isoladas diminuíram pela
metade e as 13 instituições matricularam apenas 596 crianças.
Essa queda em 1926 na quantidade de escolas isoladas, porém, não
impactou todas as regiões do estado; nas zonas consideradas de po
voamento
recente, não houve diminuição na quantidade de escolas e de matrículas e,
pelo contrário, o ritmo de crescimento dessas instituições nessas zonas foi
sempre crescente, no
sentido de terem sido criadas nov
as escolas e de mais
crianças serem matriculadas. É importante destacar
, também, que apesar
dessa queda na quantidade geral de escolas isoladas no ano de 1926, nos
anos seguintes essas escolas voltaram a crescer numericamente nas r
egiões,
em ritmo progressiv
o.
Em contrapartida, o movimento de cr
escimento dos grupos escolares não
apresentou, em termos gerais, nenhuma queda acentuada, nem na quantidade
Angélica P
all Oriani
162 |
de unidades, nem na de classes, nem nas matrículas, e o ritmo de crescimento
dessas instituições de ensino encaminhou-se em sentido ascendente.
P
enso que essa queda na quantidade de escolas isoladas pode ser
resultado da R
eforma Sampaio Dória, que tev
e vigência entre 1920 e 1925,
pois como Antunha (1976) já havia indicado, apesar de as escolas isoladas
terem sido o foco desse r
eformador
, o crescimento dessas instituições não
foi tão acentuado no período em que essa reforma teve vigência e, nesse
sentido, as informações que organizei também conrmam a análise desse
autor a respeito dos impactos efetivos dessa r
eforma para as escolas isoladas.
T
odavia, de acordo com Antunha (1976), as matrículas nas escolas
isoladas no interior do estado haviam aumentado no período de vigência
da Reforma.
T
endo em vista as informações que reuni, é possível considerar
que o crescimento nas matrículas não ocorreu de modo uniforme em todas
as regiões do interior do estado e que em algumas regiões houv
e decréscimo
das matrículas, em decorrência do fechamento de algumas escolas isoladas
e possivelmente do desdobramento dessas escolas em escolas reunidas – já
que essas escolas foram as que mais cresceram quantitativamente durante
a vigência da Reforma S
ampaio Dória, apesar da aposta desse reformador
nas escolas isoladas (SOUZA, 2009).
A esse respeito, é importante destacar que enquanto para Sampaio
Dória a aposta da R
eforma eram as escolas isoladas, para Guilherme
K
uhlmann – que ocupou o cargo de Diretor G
eral da Instrução P
ública
após a exoneração de Sampaio D
ória – a aposta da Reforma de 1920 eram
as escolas reunidas. N
o
Annuario do ensino do estado de São P
aulo
refer
ente
ao ano de 1923, K
uhlmann indica que as escolas reunidas constituem
o “[...] arcabouço da Reforma. I
nstalladas nos núcleos mais populosos,
terão como complemento, nos menores núcleos, a escola rural [...]”.
(KUHLMANN, 1923, p. 23).
P
ara Kuhlmann, os benefícios em favor da escola r
eunida eram vários:
São os estabelecimentos que mais convém ao Estado
. Economicas e
ecientes, com pessoal administrativo limitadissimo, de instalação
facil, simples e barata, as escolas reunidas resolv
em o problema do
ensino primário.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 163
Com a reunião de varias escolas em um só pr
édio, sob a direcção
de um professor
, desaparecem os inconvenientes que muitas vezes
se encontram na escola isolada.
T
orna-se ainda mais frequente a
scalização e, como consequencia, há maior estimulo no trabalho
e mais eciencia no ensino; há melhor emprego das energias do
professor que, desobrigado de outros dever
es que a escola isolada
lhe impunha, tem mais tempo para se dedicar exclusivamente aos
trabalhos enormes de sua classe; a existencia de acção directora
trará prompta assistencia pedagógica aos professores e dará, como
consequencia, mais precisa orientação á marcha do ensino, e a
indispensável uniformização didactica; o conhecimento mais
perfeito do núcleo escolar
, agora facil, produzira maior contacto
entre a escola e a população, e, por conseguinte, aplicação mais
ampla da obrigatoriedade; corrigem-se os defeitos hygienicos das
instalações escolares que se encontram, ás vezes, na escola isolada;
ca assegurada a instalação denitiva das escolas e os professores
são postos ao abrigo das surprezas e imposições dos senhorios,
nem sempre módicos nos alugueis e razoaveis nas exigências. A
casa passa a ser paga pelo Estado, que desse modo completa sua
obra de assistência, elevando indirectamente os vencimentos do
professor
, não mais desfalcados dos preços do aluguel da sala.
(KUHLMANN, 1923, p. 21-22).
É possível supor
, nesse sentido, que as ações de K
uhlmann tenham
sido direcionadas para a ampliação das escolas reunidas e, por esse motiv
o,
nesse período de vigência da Reforma S
ampaio Dória, as propostas desse
reformador para a criação das escolas isoladas não tenham sido efetivadas
em decorrência do curto período em que Sampaio D
ória esteve no cargo
de Dir
etor Geral da Instrução P
ública.
A partir das informações que reuni, é possível conrmar o papel
importante que os grupos escolares tiveram na expansão da escolarização
primária no estado de São P
aulo, com uma quantidade maior de unidades
espalhadas pelas diversas zonas do estado, ora em maior quantidade do que
as escolas isoladas, ora em quantidade um pouco mais reduzida.
Os grupos escolares foram a grande aposta republicana para a
disseminação da escolarização primária e, nessas instituições, os republicanos
Angélica P
all Oriani
164 |
consideravam estarem congr
egados os preceitos da modernidade
pedagógica pretendida a partir da escola, os quais estavam comprometidos
com as perspectivas políticas de modernização da sociedade brasileira. P
or
esse motivo, a disseminação dos grupos escolares com o intuito de levar a
escolarização primária para a população infantil se constituiu como uma
proposta republicana que deliberadamente buscou ocupar todas as r
egiões
do estado de São P
aulo, não apenas para ensinar a leitura e a escrita –
como os “[...] instrumentos culturais que passavam a ser cada vez mais
valorizados [...]” (SOUZA, 2006, p. 51) –, mas para reformar a sociedade
a partir da escola.
A disseminação da escolarização por meio das escolas isoladas, não
era uma proposta construída e almejada pelos republicanos, visto que sua
existência remete às escolas de primeiras letras do período imperial brasileiro
(SOUZA, 2009; CARDOSO, 2013). Essas escolas constituíam uma
continuidade que precisava funcionar em decorr
ência da impossibilidade
de alcance dos grupos aos locais mais remotos do estado. P
or esse motivo,
a ideia republicana, como já destacou Antunha (1976) e como se evidencia
na epígrafe que selecionei para este capítulo – um trecho do
A
nnuario do
ensino do estado de São P
aulo
, o qual foi elaborado por Almeida J
únior na
função de Dir
etor Geral da Instrução P
ública – o crescimento dos grupos
escolares resultaria na incorporação das escolas isoladas, as quais seriam
elementos pro
visórios nas diversas regiões e zonas do estado, enquanto um
grupo escolar não tivesse sido instalado.
P
elo motivo de funcionarem nos locais em que os grupos escolares
não haviam chegado, as escolas isoladas foram mais presentes nos espaços
rurais, nos distritos e nas vilas do que nos espaços urbanos. Isso se evidencia
pela maior quantidade de escolas isoladas em zonas rurais do que em zonas
urbanas.
P
ara se ter uma ideia, no ano de 1918, das 1.065 escolas isoladas do
interior do estado de São P
aulo – nos dados a respeito da Capital as escolas
isoladas não estão subdivididas – apenas 324 eram escolas isoladas urbanas
e as 741 restantes eram distritais, termo que considero ser utilizado no
sentido de rural ou de afastado do centro urbano, já que nas indicações
do
Annuario
não havia escola isolada caracterizada como r
ural. Essa
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 165
relação entre escola isolada urbana e rural também se evidencia nos anos
subsequentes, com uma quantidade bastante elevada de escolas rurais em
relação à quantidade de escolas urbanas
38
.
Apesar da pr
esença mais efetiva nos espaços rurais, é preciso
considerar que mesmo que presente em menor quantidade nos espaços
urbanos, a imagem das escolas isoladas carregou os vestígios de uma escola
de menor qualidade se comparada com a imagem dos grupos escolares. A
esse respeito, tanto Costa (1983), quanto S
ouza (1998; 2009) e F
aria Filho
(1997) já haviam destacado a relação entre a gura dos grupos escolar
es no
espaço urbano no âmbito das políticas republicanas e, em contrapartida,
a gura das escolas isoladas relacionada aos espaços rurais, aos bairros
afastados do centro e aos distritos.
A esse respeito, também considero que o desempenho dos alunos
nos exames nais nas escolas isoladas possa ter sido um dos elementos
que contribuiu para a divulgação de que essas instituições tinham menor
qualidade do que os grupos escolares. A partir dos dados relativos à
promoção nas escolas isoladas e nos grupos escolares, identiquei que estes
eram mais ecientes em termos de apro
vação de alunos do que as escolas
isoladas. As questões a respeito da frequência nas escolas isoladas e das
poucas apro
vações nessas instituições, se comparadas com as dos grupos
escolares, também podem ter corroborado para a construção da imagem
da escola isolada como uma escola menos eciente que o grupo escolar
39
.
Além disso, como já alertou Souza (1998; 2009), considerar o local
em que as escolas isoladas e os grupos escolares estavam inseridos signica
considerar também o público que acessava tais escolas e, a esse respeito,
a autora destaca o privilégio que acabou por ser conferido às populações
38
Não consegui
reunir as informações a respeito da localização das escolas isoladas de todos os anos, pois nem
todos os
Relatórios
indicavam essas diferenciações; apenas do ano de 1918, em que essas informações estavam
organizadas a respeito de todas as regiões. As informações que consegui recuperar e r
eunir deixei indicadas nos
Quadros em Anexo
.
39
Destaco que não consegui problematizar as causas da reduzida taxa de promoções nas escolas isoladas e nos
grupos escolares, pois esse aspecto transpassou os objetivos da pesquisa de doutorado.
T
odavia, considero que
esse ponto se evidenciou como crucial para o aprofundamento do debate a respeito das escolas isoladas paulistas
e esses dados se sobressaem como pertinentes para a devida problematização posterior
. Com isso, deixo indicada
a necessidade de tomar esses elementos de promoção e permanência como objetos de pesquisa para o avanço da
discussão sobre o acesso e o atendimento das crianças nas escolas primárias deste estado.
Angélica P
all Oriani
166 |
urbanas e, principalmente, aos grupos bem privilegiados nanceiramente
dentro da estrutura econômica e social. Assim, foi mais recorrente o
atendimento dos moradores das áreas urbanas do que o atendimento dos
moradores da zona rural.
A respeito da população atendida pelas escolas isoladas, Car
doso
(2013) apresentou elementos pertinentes ao analisar alguns livros de
matrículas dessas escolas no período entre 1905 e 1913 a m de identicar
as prossões dos pais dos alunos.
Em cinco livros de matrículas de bairros da capital do
estado, em um
livro da cidade de São
Vicente e em dois livros de matrículas da cidade de
Santa Rita do P
assa Quatro, Car
doso (2013) constatou que as prossões
dos pais das crianças matriculadas nessas instituições se relacionavam a
atividades “
menos favorecidas
” (CARDOSO, 2013) na formação do
proletariado paulista, tais como: operário, serrador
, sapateiro, comer
ciante,
pedreiro, r
oceiro, lavadeira, carroceiro, cocheir
o, soldador
, pintor
, entre
outros.
40
Em alguns dos livros de matrículas das escolas isoladas dos municípios
de Marília, Gar
ça, Gália, Oriente e P
ompéia refer
entes às décadas de
1940 a 1970 que localizei durante o desenvolvimento inicial da pesquisa
de doutorado cujos resultados apresento neste livr
o, pude constatar que
a prossão mais recorr
ente nas escolas isoladas, independentemente de
essas instituições serem urbanas, rurais ou distritais era a de lavrador;
quantitativamente, essa prossão foi a mais indicada pelos pais durante
matrícula de seus lhos.
Além de lavrador
, havia, também, outras prossões bastante
recorrentes nos livr
os, a saber: carpinteiro, motorista, tratorista, ferreiro,
carroceiro, sapateiro, oleir
o, pedreiro, operário, comerciante, funcionário
público, maquinista, viajante, retireir
o, administrador de fazenda,
scal de fazenda, pintor e sitiante. Em menor quantidade, apar
ecem
indicadas também, as seguintes prossões: granjeiro, escriturário, lix
eiro,
40
Cardoso (2013) destaca que apenas na escola isolada de São
Vicente algumas prossões destoavam do restante
e os lhos do médico, dos banqueiros, do guarda-livros, do scal geral da estrada de ferr
o, do alferes e do gerente
estavam matriculados nessa escola em 1907, possivelmente porque o grupo escolar no município de São
Vicente
foi instalado apenas em agosto de 1913 (CARDOSO, 2013).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 167
arrendatário, meeiro, colono, v
endedor
, porteiro, tapeceiro, ferro
viário,
hoteleiro, padeiro, mecânico, barbeiro, eletricista, encanador
, peixeiro,
sinaleiro, soldado, militar e eletricista
41
.
A prossão das mães das crianças matriculadas raramente era
mencionada, apesar de ser indicado o preenchimento com a prossão
dos pais. Quando mencionada, a indicação era “
prendas domésticas
” ou
“
domésticas
”.
M
esmo que tanto os livros de matrículas que localizei quanto os
que Cardoso (2013) analisou não façam parte do período que abordo,
esses indícios indicam que apesar do intervalo temporal de quase seis
décadas e de os espaços geográcos serem distantes, não houv
e alteração
tão signicativa e prev
aleceram os lhos de trabalhadores de menor poder
aquisitivo matriculados nas escolas isoladas
42
.
Além desse aspecto, também merece destaque o apoio das
municipalidades
43
oferecendo salas e espaços para a instalação de escolas
e o apoio das elites locais para a criação de escolas por terem sido práticas
41
Em apenas uma escola isolada urbana e mista da V
ila Jardim, na cidade de M
arília encontrei três prossões
que destoaram de todo o restante: dentista, vereador e pr
ofessor
.
42
Apesar de posteriores ao período que abor
do, nos livros de matrículas que localizei tentei identicar a prossão
dos pais por modalidade de escola – urbana, rural e distrital – e pude observar que nas escolas localizadas em
núcleos rurais, a presença de lhos de lavradores nas escolas foi maciça. Há escolas em que todas as crianças
matriculadas no ano eram lhas de lavradores. N
essas escolas isoladas rurais, havia, também, uma grande
quantidade de crianças cujos pais tinham prossão ligada ao meio rural, como tratoristas, granjeiros, sitiantes,
scais de fazenda, administradores de fazenda, arr
endatários e, em alguns casos, funcionários públicos. Nas
escolas isoladas rurais, não era frequente a matrícula de lhos de operários, ferroviários, mecânicos, eletricistas e
encanadores; essas crianças estavam matriculadas, majoritariamente, nas escolas isoladas urbanas, de bairros ou
vilas. Nas escolas isoladas distritais, a maior parte das crianças é, também, lha de trabalhador
es rurais e, mais
especicamente de lavradores; todavia, nas escolas isoladas distritais, há uma quantidade razoável de crianças
matriculadas, as quais eram lhas de operários. Nas escolas isoladas urbanas, as crianças matriculadas eram lhas
de diversos tipos de trabalhadores, os quais geralmente tinham prossões ligadas ao meio urbano, por
ém, há
uma quantidade signicativa de lhos de trabalhadores rurais matriculados, especialmente, de lavradores. N
as
escolas isoladas rurais, portanto, a matrícula cou quase que restrita aos lhos de trabalhadores do meio rural.
Nas escolas isoladas distritais, a r
elação entre as prossões rurais e urbanas foi mais estreita, porém os lhos de
trabalhadores rurais também eram maioria. N
as escolas isoladas urbanas, porém, além dos trabalhadores cujas
prossões eram mais relacionadas ao meio urbano, havia uma quantidade signicativa de lhos de trabalhador
es
rurais, especialmente lavradores, o que fazia com que a relação entre os lhos de trabalhador
es rurais e urbanos
que frequentavam essa modalidade de escola isolada quase se equilibrasse.
43
Os municípios eram responsáveis pela promoção de matrículas, pela fr
equência e pela scalização das escolas
isoladas. Além disso, também eram responsáveis pela elaboração das estatísticas anuais a r
espeito da escolarização.
Angélica P
all Oriani
168 |
recorrentes especialmente
pelo interior do estado de São P
aulo
44
. Como
consequência do apoio municipal e das elites locais, e contrariando a
imagem do casebre rústico, algumas regiões e vilas acabavam contando
com as escolas isoladas funcionando nos “
melhores pr
édios do bairro
”.
N
a região de J
aboticabal, por exemplo, o delegado Dorival D
ias Minhoto
destaca no
Relatório da delegacia r
egional
que “Inumeras escolas isoladas
funcionavam em prédios ótimos mandados construir pelas P
refeituras e
por particulares.
” (MINHO
T
O, 1939, p. 16).
N
esse mesmo
Relatório
, a questão dos pr
édios das escolas isoladas é
destacada pelo inspetor de ensino do 3º. distrito da região, A
délio F
erraz de
Castro, e a recomendação desse inspetor é a de que o apoio do município
na construção de prédios que estivessem dentro das condições higiênico-
pedagógicas poderia ser muito mais interessante tanto para o município
quanto para o estado. Com isso, é possív
el obser
var a tentativa, que foi
perene no âmbito estadual, de transferir ao máximo as r
esponsabilidades
para a construção e manutenção das escolas isoladas.
Seria de bom alvitre que os G
overnos M
unicipais, em vês de
manter escolas a suas expensas – escolas que, em regra geral, não
apresentam resultados que compensem os gastos com elas efetuados
– construíssem prédios para o funcionamento das escolas estaduais.
(CASTR
O, 1939, p. 85).
O apoio das municipalidades e das elites locais pode ser
compreendido, como aspecto articulado às reivindicações popular
es por
escolas. As iniciativas populares no sentido de solicitar às autoridades
educacionais a instalação de escolas em determinados núcleos habitacionais
era prática frequente, o que contrariava as ideias divulgadas em r
elatórios
e na literatura educacional do período, de que a população do ambiente
rural era avessa à escolarização. Estudos como os de Demartini (1989a;
1989b), por exemplo, têm permitido r
edimensionar a típica representação
do caipira como um indolente, um caboclo avesso à escola e incapaz de
entender os benefícios da escolarização para si e para seus lhos.
44 Destaco, também, que, sobretudo nos anos iniciais da República, a construção dos prédios
dos grupos
escolares dependia do orçamento municipal.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 169
A solicitação popular por escolas e a atuação das elites locais na criação
dessas escolas pode ser compreendida em decorrência da importância
política e simbólica que a criação de uma escola representav
a
45
. N
as zonas
rurais, por exemplo, a criação e a manutenção de uma escola funcionando
em uma fazenda se tornava um grande atrativo para os colonos, o que
deixava a fazenda com “
aparência de lugar civilizado
”, como indica Souza
(1992). Com essa interferência local para a criação de escolas, também se
estabelecia uma relação de recipr
ocidade entre o fazendeiro e os colonos,
a qual girava em torno de questões de privilégios, de apoio eleitoral e de
fortalecimento do poderio simbólico e oligárquico desses chefes políticos
locais (DEMAR
TINI, 1989a; 1989b).
As solicitações por escolas elaboradas pela população de um
determinado bairro ou fazenda eram compostas, majoritariamente, por
uma carta destinada ao responsável pela instrução pública da região, na
qual era apresentada a importância da instalação de uma escola naquela
região, bem como o comprometimento dos popular
es que garantiam
que o fazendeiro cederia espaço e condições para que a instalação da
escola ocorresse
46
.
O abaixo assignado proprietário residente do
bairro S. J
oão dos
Balbuinos declara que dá sala para funccionamento de escola e ao
mesmo tempo casa para moradia da professora d. Sebastiana de
Hollanda Cavalcanti, que é casada.
Pirajuhy
, 2 de abril de 1928.
J
acomo Bergamohi
Além dessa carta de comprometimento dos populares, acompanhava
um recenseamento das crianças da região – no qual estav
am informados
nomes, idades, liação e se as crianças já sabiam ou não ler – e
um abaixo
assinado com a assinatura dos populares envolvidos na solicitação
. N
o
caso do recenseamento apresentado por J
acomo Bergamohi, estavam
45
Não eram apenas as benfeitorias do apoio de particular
es para a criação e construção de escolas isoladas que os
delegados relatavam. Em alguns casos, o destaque é justamente a ação impeditiva de faz
endeiros maltratando as
professoras da escola ou impedindo as crianças de estudar e, principalmente, os resultados dessas ações, muitas
vezes truculentas, que geravam o fechamento da escola.
46
No Ar
quivo Público do Estado de S
ão P
aulo, há uma quantidade signicativa de documentos dessa natureza.
Angélica P
all Oriani
170 |
listados 20 meninos com idade entre 8 e 12 anos e 21 meninas com
idade entre 8 e 12 anos.
Em muitos casos, porém, esses pedidos por escolas advindos dos
populares acabavam esbarrando em outr
os entraves de ordem política. P
or
esse motivo, a criação de escolas isoladas acabava dependendo mais das
interferências políticas locais do que do próprio fato de haver ou não uma
quantidade mínima de crianças em fase de escolarização, pois esse aspecto
pesava menos para as autoridades escolares. (DEMAR
TINI, 1989a).
Desse modo, é possível compr
eender que as políticas locais operaram
assiduamente no processo de criação de escolas como forma de manutenção
de determinados de privilégios políticos junto ao gov
erno estadual
47
.
T
odavia, apesar de ser sustentado por políticas oligárquicas, o apoio das
elites locais para a criação e manutenção de escolas isoladas contribuiu no
processo de expansão do ensino, especialmente nas zonas rurais do estado
de São P
aulo, na medida em que os chefes políticos locais se esforçavam
para criar escolas e mantê-las funcionando (SOUZA, 1992).
Há que se destacar
, também, a relação não tão paralela entre a
expansão da escolarização primária por meio da criação e funcionamento
de escolas e a extensão efetiva dessa escolarização à população
. Os dados
que sistematizei a respeito da permanência e da pr
omoção dos alunos
nas escolas isoladas e nos grupos escolares são elementos pertinentes
para problematizar o alcance efetivo da escolarização até as crianças no
período em questão.
A quantidade de alunos que abandonou ambas as instituições ao
longo do ano letivo evidencia que a expansão da escolarização primária
não pode ser analisada apenas a partir da criação de escolas em uma
determinada região ou zona, pois a criação de escolas isoladas e também
de grupos escolares não signicou o atendimento de fato da população,
nem tampouco, a democratização do ensino. A partir dos indicador
es
47
Como arma Hollanda (2008), nos primeiros anos r
epublicanos, a política da reciprocidade entre presidentes
de estado e as oligarquias congurou um modelo político de apoio em troca de garantias e privilégios por parte
do governo estadual. A
poiando as ações das oligarquias, os presidentes de estado tinham condições de zelar
pela delidade nas eleições; sendo apoiados pelos presidentes de estado, as oligarquias faziam-se ver
dadeiras
soberanas locais (HOLLANDA, 2008).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 171
de promoção que sistematizei, é possível constatar que, de modo geral, a
tendência foi de aumento na quantidade de promoções gerais tanto nas
escolas isoladas quanto nos grupos escolares.
As relações entr
e demanda e oferta também merecem destaque e
a questão que permanece se refere ao alcance da população em fase de
escolarização nos municípios, nas regiões e nas zonas do estado de S
ão
P
aulo. N
as diversas zonas e r
egiões do estado de São P
aulo, as crianças
que estavam de fato matriculadas nessas instituições não correspondiam
ao total de crianças em fase de escolarização. A esse r
espeito, penso que
seria pertinente problematizar o alcance das escolas isoladas e dos grupos
escolares em relação à quantidade de crianças em fase de escolarização dos
municípios, das regiões ou das zonas para traz
er à tona as questões entre a
demanda e a oferta por escolarização.
P
or m, mesmo com a grandiosidade representada pela gura dos
grupos escolares, as escolas isoladas foram decisivas para a expansão da
escolarização primária para as crianças no estado de São P
aulo, especialmente
no interior
, seja pelo número signicativo de instituições que coexistiram
com os grupos escolares, seja pela quantidade de matrículas, quase
pareada em algumas regiões com a dos grupos escolar
es, a atuação das
escolas isoladas também foi decisiva no papel de disseminar a escolarização
primária e atuar como uma “ilha de saber” (SIL
V
A, D., 2004), como um
farol de cultura nos diversos e difer
entes sertões paulistas, muitos dos quais
dentro dos próprios limites urbanos.
172 |
| 173
E
S
P
Enquanto a pesquisa é interminável, o texto deve ter um m [...]
(CER
TEAU, 2002, p. 94).
N
este livro, analisei a expansão das escolas isoladas pelo estado de
São P
aulo no período de 1917 a 1947. P
ara problematizar o movimento
de expansão dessas instituições de ensino e compreendê-las dentro das
estratégias republicanas de disseminação da escolarização primária,
analisei as representações de administrador
es e diretores da instrução
pública paulista contidas em relatórios de delegacias de instrução pública e
anuários de ensino e as políticas relativas à expansão da instrução pública
primária, com o que constatei a secundarização das escolas isoladas nos
planos administrativos de expansão da escolarização
. Apesar dessa visão,
também constatei a presença intensa de tais instituições ao longo do
período analisado, evidenciando o papel signicativo dessas escolas na
expansão da educação primária no estado de São P
aulo.
M
ediante a análise que desenvolvi, explorei os limites e as tensões
que se estabeleceram entre as escolas isoladas e os grupos escolares tanto
do ponto de vista prescritivo – para o que analisei as r
epresentações dos
administradores de ensino a respeito das escolas isoladas e as políticas
públicas para a expansão da escolarização primária –, quanto de um ponto
de vista efetivo – com uma aproximação, ainda que par
cial, da distribuição
regional da expansão e alcance das escolas isoladas e dos grupos escolares
no estado de São P
aulo.
Angélica P
all Oriani
174 |
Do ponto de vista pr
escritivo, as políticas e reformas efetuadas no
estado de São P
aulo no período que delimitei permitiram compreender
certa visão republicana de educação primária a qual considerava os limites
urbanos como prioritários para a elaboração de políticas de expansão
escolar e a dedicação lacunar e até ausente para o espaço rural.
A esse respeito, alguns trabalhos que apresentei sobr
e a constituição
das escolas isoladas em outros estados brasileiros permitiram visualizar
que o movimento de expansão dessa instituição escolar no estado de S
ão
P
aulo ocorreu de modo relativamente semelhante ao ocorrido em outr
os
estados. N
a P
araíba, no P
araná, em Minas Gerais, no M
ato Gr
osso, no Rio
G
rande do Sul, em S
anta Catarina e em
T
ocantins, a expansão das escolas
isoladas cumpriu o papel de alcançar a uma população especíca a qual
era marginalizada espacial e socialmente e, também nesses estados, como
analisaram, respectivamente, P
inheiro (2001), Ritt (2009), V
ieira (2011),
Reis (2011), G
il (2016), Á
vila (2013) e Dourados (2012), a dualidade que
existiu entre os grupos escolares, considerados instituições urbanas, e as
escolas isoladas, consideradas instituições rurais, foi aspecto central para
a elaboração das políticas públicas de atendimento às populações de cada
um desses espaços.
A questão da distinção classicatória entre a escola isolada e o
grupo escolar se demonstrou como elemento central nos diferentes
trabalhos a respeito do tema e isso evidencia que, independentemente da
fronteira geográca dos estados, as escolas isoladas carregaram v
estígios
de inferioridade e de articulação com o espaço rural, enquanto os gr
upos
escolares congregaram os aspectos da modernidade pedagógica que se
articulava com a ordem e as práticas urbanas, como analisaram F
aria F
ilho
(1996) e Souza (1998, 2009).
U
m aspecto que busquei enfatizar
, no entanto, se refere justamente à
existência de escolas isoladas urbanas; apesar do estigma da imagem da escola
isolada como a escola rural, da fazenda, havia, também, escolas isoladas
urbanas, localizadas em bairros. É esse ponto que considero crucial para
o entendimento das escolas isoladas: a imprecisão conceitual em relação
a essas instituições; escola isolada e escola rural foram simbioticamente
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 175
associadas e escola isolada se tornou quase que um sinônimo de escola
rural, mesmo com a existência de escolas isoladas urbanas.
Com isso, problematizei se a questão que envolv
eu a construção da
imagem da escola isolada como escola inferior não se referia tão somente
ao espaço no qual ela estava inserida, mas, também à sua organização
pedagógica e à população que atendia.
T
ratava-se, portanto, de tensões
entre os limites espaciais, pedagógicos e sociais que diferenciav
am as
escolas isoladas dos grupos escolares. Essas tensões e esses limites ensejam
a interpretação de que a diferenciação das escolas primárias tinha por
princípio a escolarização da infância baseada em distintos grupos sociais.
A análise dos
Relatórios das delegacias r
egionais de ensino
e dos
Annuários do ensino do estado de S
ão P
aulo
revelou diversos aspectos
pertinentes sobre a repr
esentação que foi construída a respeito das escolas
isoladas como instituições que deveriam ser pro
visórias, deixando de
existir quando um grupo escolar fosse instalado no espaço em que a escola
isolada estava localizada. P
or meio das avaliações dos delegados regionais e
de alguns dos diretor
es gerais da instrução pública paulista, problematizei
que a perspectiva da pro
visoriedade dessas instituições passava pelo crivo
da ideia de que por consequência lógica os grupos escolares cresceriam
quantitativamente, alcançariam os espaços urbanos, as comunidades mais
afastadas dos espaços urbanos e, também, os espaços rurais; nessa lógica,
as escolas isoladas seriam pouco a pouco absorvidas e incorporadas pelos
grupos escolares, deixando de existir
.
A pro
visoriedade, no entanto, se tornou permanente e, durante
muitas décadas, as escolas isoladas estiveram presentes nos espaços urbanos
e rurais em São P
aulo instruindo as crianças deste estado. Reis (2011)
arma que no caso de Mato G
rosso, a criação dos grupos escolares não
implicou o desaparecimento das escolas isoladas, pois estas continuaram
a existir por conta da dimensão territorial do estado mato-grossense, das
demandas por escolarização e, principalmente da função que ocupavam
na estratégia republicana de adentrar os “
sertões
” e civilizar os “bárbaros
”.
P
enso que também no estado de São P
aulo (e possivelmente em
outros estados brasileiros) a dimensão territorial e as demandas cada vez mais
Angélica P
all Oriani
176 |
crescentes por escolarização mantiveram a existência das escolas isoladas.
Do mesmo modo como as escolas isoladas no M
ato Gr
osso, na P
araíba,
em Minas Gerais, no P
araná, em Santa Catarina, no Rio G
rande do Sul,
no Rio de J
aneiro, em
T
ocantins, também no caso das escolas isoladas no
estado de São P
aulo a função que essas instituições desempenharam foi a
de levar a escolarização aos espaços mais remotos, adentrando os sertões e
contribuindo para a divulgação de valores morais, higiênicos e nacionalistas.
Do ponto de vista efetivo, constatei, tendo como perspectiv
a a
quantidade de grupos escolares e de matrículas nessas instituições pelas
zonas do estado de São P
aulo, que as escolas isoladas também tiveram papel
importante no atendimento às crianças em idade escolar
. O movimento de
expansão das escolas isoladas, assim como o dos grupos escolares, analisado
por Souza (2009), partiu das regiões de po
voamento mais antigo em direção
às regiões de po
voamento recente situadas principalmente no oeste do estado
.
Ao longo do período abor
dado neste livro, observei que, no processo
de expansão, não houve apenas a diminuição da quantidade de escolas
isoladas e o crescimento da quantidade de grupos escolares, como uma
aposta de absorção das escolas isoladas pelos grupos escolares; mas muitas
escolas isoladas foram mantidas e muitas outras foram criadas, até mesmo
em regiões em que a presença dos grupos escolar
es era mais intensa do que
a presença das escolas isoladas.
Em muitas regiões e z
onas, por exemplo, a quantidade de matrículas
gerais nas escolas isoladas quase se igualava à dos grupos escolares; em
outras regiões, a quantidade de classes de grupos escolares era o dobro da
quantidade de escolas isoladas e, por isso, as matrículas gerais nas escolas
isoladas somavam a metade das matrículas nos grupos escolares. I
sso enseja
a problematização de que a expansão da escolarização primária em algumas
zonas do estado de São P
aulo ocorreu de forma quase paralela entr
e os
grupos escolares e as escolas isoladas.
Constatei que as regiões nas quais havia mais habitantes na z
ona
rural do que na zona urbana apresentavam uma quantidade maior de
escolas isoladas do que as em que a população vivia mais dentro dos
limites urbanos do que dentro dos limites rurais. N
o entanto, a questão de
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 177
a população habitar a zona rural e/ou urbana não pode ser tomada como
uma explicação única para a presença maior ou menor das escolas isoladas
nas regiões, pois havia regiões com uma grande pr
esença de habitantes na
zona rural que tinham uma quantidade signicativa de grupos escolares se
comparados à quantidade de escolas isoladas.
P
enso que a questão da tensão entre os espaços urbanos e rurais,
apesar de ser crucial para o entendimento do desenvolvimento econômico,
social, político e cultural de um município, de uma região ou de uma zona,
não pode ser considerada como aspecto único a partir do qual pode ser
analisada a presença das escolas isoladas; há outras questões mais especícas
que podem contribuir para o entendimento da expansão e da promoção da
escolarização primária pelas regiões do estado
.
Considero que mesmo com alguns limites em relação à maior
aproximação das r
ealidades das regiões, o mapeamento do movimento de
expansão das escolas isoladas pelo estado de São P
aulo e a divisão preliminar
em zonas que desenvolvi permitiram uma abor
dagem inicial com a qual
pude analisar a expansão dessas escolas por este estado.
Algumas lacunas, no entanto, acabam se evidenciando. D
iante
da grande quantidade de informação e mediante a dimensão territorial
do estado de São P
aulo, não consegui analisar detalhadamente aspectos
históricos, sociais, econômicos, políticos e culturais de cada uma das zonas,
das regiões e dos municípios que indiquei. M
esmo incorrendo no risco de
problematizar as questões mais aparentes do mo
vimento de expansão das
escolas isoladas pelo estado de São P
aulo, encarei a análise que desenvolvi
em uma escala (REVEL, 1981) mais ampla e, com isso, considero ter
fornecido certa visualização geral a respeito da quantidade de escolas
isoladas que existiam nas diversas zonas e r
egiões do estado São P
aulo.
É notória, porém, a necessidade de aquilatar a abor
dagem a respeito
dessa expansão, aprofundando mais o olhar para as tramas (VEYNE, 1998)
que passam despercebidas quando o foco está ajustado para o nível macro
.
N
esse sentido, diminuir a escala de observação e problematizar mais o
especíco, contemplando aspectos geográcos, políticos, econômicos,
sociais, culturais e educacionais seria um caminho pertinente a ser traçado.
Angélica P
all Oriani
178 |
A esse respeito, a tendência de analisar os municípios como unidades
mínimas, não apenas administrativas ou políticas, mas também como
unidades pedagógicas (CAR
V
ALHO; C. H.; CAR
V
ALHO, L. B., 2010;
GONÇAL
VES NET
O; CAR
V
ALHO, 2012
)
, tem apontado alguns
caminhos pertinentes para pensar as especicidades e problematizar as
ações municipais voltadas para a expansão da educação primária.
P
ensando nas ações municipais, também ouso destacar a importância
do desenvolvimento de pesquisas a respeito das escolas municipais como
propagadoras da escolarização primária, bem como a respeito do papel
desempenhado pelas escolas reunidas e pelas escolas particulares. N
ão
há dúvidas de que todas essas formas de escolarização contribuíram com
maior ou menor intensidade para a expansão da escolarização pelos diversos
espaços paulistas e brasileiros, e trazê-las para o centro das discussões a
respeito da história da educação no B
rasil contribui para alargar mais ainda
o olhar sobre as escolas primárias.
Afastando-me do tom conclusivo, considero que entr
e prescrições
e efetivações, as escolas isoladas em São P
aulo tiveram papel signicativo
no atendimento das crianças deste estado, especialmente no interior
, pois,
sozinhos, os grupos escolares não teriam alcançado tantas crianças quanto
alcançou com o auxílio das escolas isoladas. É notória a contribuição
dessas instituições em conjunto com os grupos escolares na expansão da
escolarização primária, assim como também é notório que a oferta de
vagas nessas duas instituições ainda não foi suciente para atingir toda a
demanda por escolarização.
A análise da expansão das escolas isoladas paulistas auxiliou a
aproximação – ainda que pr
eliminar – do alcance da escolarização primária
nas regiões do estado de S
ão P
aulo. M
uitos pontos ainda caram sem nós
na problematização desse mo
vimento de expansão e muitas vozes ainda
caram caladas. O ponto de vista ocial e as vozes autorizadas foram
ouvidas porque os seus ruídos caram registrados, mas as vozes dos faz
eres
ordinários (CER
TEA
U, 2007), as vozes docentes, muitas vezes desviantes
e dissonantes, ainda não consegui ouvir; seus registros foram se per
dendo
ao longo dos anos e encontrá-los vem se mostrando tar
efa árdua. Dar voz
a esses indivíduos silenciados ao longo dos anos possivelmente permitirá
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 179
uma aproximação muito mais signicativa do que há de efetiv
o na história
das escolas isoladas paulistas.
A escrita da história das escolas isoladas em São P
aulo vem sendo
produzida e com este livro penso ter contribuído para o pr
eenchimento de
algumas lacunas, as quais são preliminares em face dos aspectos que ainda
precisam ser explorados a respeito dessas instituições de ensino
. Como
indiquei na apresentação do livro, delineei o texto de
modo que a sua
nalização é deliberadamente um começo, pois é nesse horizonte à vista
que insiro esse objeto de pesquisa mo
vediço.
Esperando pelo diálogo profícuo em torno das diversas questões que
este livro venha a promo
ver
, minha expectativa é de que ele contribua para
despertar nos leitores tanta avidez pela compreensão da história das escolas
isoladas quanto despertou em mim.
r
eferênCias
a) f
ontes
doCument
ais
ALMEIDA JÚNIOR, Antonio F
erreira de.
P
roblemas ger
aes do ensino primário
.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1937.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1907-1908.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1908-1909.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1909-1910.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1910-1911.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1911-1912.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1913.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1914.
Angélica P
all Oriani
180 |
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1917.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1918.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1919.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1920-1921.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1923.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1926.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1935-1936.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
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a
Qu
antidade
geral
de
esColas
isoladas
,
de
gr
upos
esColares
,
de
Classes
de
grupos
,
de
ma
tríCul
as
gerais
e
efetiv
as
e
de
pr
omovidos
nas
esColas
isoladas
e
nos
gr
upos
esColares
,
por
região
e
por
z
ona
(s
ão
p
a
ulo
,
1917-1947
)
s
umário
1. Zona da Capital
...............................................................
194
2.
V
ale do P
araíba e Litoral Norte
....................................
195
Região de Guaratinguetá.............................................
195
Região
de T
aubaté.......................................................
196
3. Zona de Santos e Litoral S
ul
..........................................
197
Região de Santos.........................................................
197
4. Zona Central
...................................................................
198
Região de Campinas....................................................
198
Região de Piracicaba...................................................
199
Região de J
undiaí........................................................
200
Região de Sorocaba.....................................................
201
Região de I
tapetininga................................................
202
5. Zona M
ogiana
.................................................................
203
Região de Casa Branca...............................................
203
Região de Ribeirão P
reto............................................
204
Angélica P
all Oriani
194 |
6. Zona Baixa P
aulista e Araraquarense
..........................
205
Região de J
aboticabal..................................................
205
Região de Araraquara..................................................
206
Região de São Carlos..................................................
207
Região de Rio Claro
....................................................
208
Região de Rio P
reto....................................................
209
7. Zona N
oroeste e Alta P
aulista
........................................
210
Região de Lins...........................................................
210
Região de Bauru.........................................................
210
8. Zona Alta Sorocabana
....................................................
212
Região de P
residente P
rudente....................................
212
Região de Botucatu.....................................................
213
Região de Santa Cruz do Rio P
ardo............................
215
1.
C
apit
al
Quadro 1
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos escolares e
de classes de grupos na Capital do estado de São P
aulo (1917-1926)
Instituição
1917
1918
1920
1926
Escola Isolada
139
125
79
64
Grupo Escolar
Classes
28
606 classes
30
618 classes
31
448 classes
53
837 classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937).
Quadro 2
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de promo
vidos nas
escolas isoladas da Capital do estado de São P
aulo (1917-1944)
Escola Isolada
1917
1918
1920
1926
1942
1944
Matrícula geral
10.740
5.591
4.039
7.349
4.328
4.863
Matrícula efetiva
5.988
3.877
2.732
4.994
3.314
3.899
Pr
omovidos
--
--
189
1.910
2.501
1.083
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Capital (1944).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 195
Quadro 3
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de promo
vidos
nos grupos escolares da Capital do estado de São P
aulo (1917-1944)
Grupo Escolar
1917
1918
1920
1926
1942
1944
Matrícula geral
26.827
28.018
21.886
47.879
103.864
102.525
Matrícula efetiva
22.435
22.909
16.861
37.576
89.630
88.858
Pr
omovidos
10.051
13.449
3.473
21.848
71.688
53.107
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Capital (1944).
2.
v
ale
do
p
araíba
e
l
itoral
n
or
te
r
egião
de
g
u
ara
tinguet
á
Quadro 4
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos escolares
e de classes de grupos na região de Guaratinguetá, na zona do
V
ale do
P
araíba e Litoral Norte (1917-1943)
Instituição
1917
1918
1926
1934
1936
1942
1943
Escola
Isolada
115
86
68 distritais
18 urbanas
141
122
150
13 urbanas
137 rurais
149
92 1º estágio
57 2º estágio
141
Grupo
Escolar
Classes
7
85 classes
10
101 classes
13
150 classes
20
167 classes
20
169 classes
21
177 classes
21
183 classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Guaratinguetá (1934-1943).
Quadro 5
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de promo
vidos
nas escolas isoladas na região de G
uaratinguetá, na zona do V
ale do
P
araíba e Litoral Norte (1917-1943)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1932
1933
1934
1936
1942
1943
Matrícula geral
4.216
2.819
5.572
3.758
5.273
5.505
6.820
6.526
6.205
Matrícula efetiva
2.516
2.476
3.688
2.567
3.598
3.906
4.815
4.728
4.526
Pr
omovidos
--
--
--
471
1.404
1.776
2.225
2.262
--
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Guaratinguetá (1934-1943).
Angélica P
all Oriani
196 |
Quadro 6
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de promo
vidos
nas escolas isoladas na região de G
uaratinguetá, na zona do V
ale do
P
araíba e Litoral Norte (1917-1943)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1932
1933
1934
1942
1943
Matrícula geral
2.953
4.127
6.280
7.261
7.544
7.489
7.881
8.160
Matrícula efetiva
2.472
3.176
4.560
6.037
5.715
5.778
6.405
6.576
Pr
omovidos
1.790
1.770
2.352
1.496
3.613
3.845
4.492
4.751
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Guaratinguetá (1934-1943).
r
egião
de
t
a
uba
té
Quadro 7
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos escolares e
de classes de grupos na região de
T
aubaté, na zona do V
ale do P
araíba e
Litoral N
orte (1917-1943)
Instituição
1917
1918
1926
1933
1938
1940
1941
1942
1943
Escola
Isolada
78
89
66 distritais
23 urbanas
103
100
111
130
131
141
134
Grupo
Escolar
Classes
6
71
classes
9
87
classes
12
135
classes
41
--
classes
45
331
classes
45
337
classes
45
336
classes
43
325
classes
43
333
classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
T
aubaté (1933-1943).
Quadro 8
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de promo
vidos
nas escolas isoladas na região de
T
aubaté, na zona do V
ale do P
araíba e
Litoral N
orte (1917-1937)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1935
1936
1937
Matrícula geral
4.598
3.850
3.013
7.467
8.081
8.433
Matrícula efetiva
3.696
3.141
1.277
5.488
5.507
5.676
Pr
omovidos
--
--
--
2.630
3.016
3.262
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
T
aubaté (1933-1943).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 197
Quadro 9
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de promo
vidos
nos grupos escolares na região de
T
aubaté, na zona do V
ale do P
araíba e
Litoral N
orte (1917-1937)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1935
1936
1937
Matrícula geral
3.726
3.702
3.925
9.714
10.227
10.186
Matrícula efetiva
2.946
2.975
2.149
7.283
7.466
7.603
Pr
omovidos
1.145
1.467
1.757
4.746
5.265
5.031
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
T
aubaté (1933-1943).
3. s
ant
os
e
l
it
oral
s
ul
r
egião
de
s
ant
os
Quadro 10
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos escolares e
de classes de grupos na zona de Santos e Litoral S
ul (1917-1943)
Instituição
1917
1918
1926
1936
1937
1939
1940
1941
1943
Escola
Isolada
47
49
28 urbanas
21
distritais
40
137
133
131
140
144
158
Grupo
Escolar
Classes
7
87
classes
8
102
classes
9
141
classes
24
260
classes
26
276
classes
29
293
classes
29
300
classes
29
300
classes
31
329
classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Santos (1936-1943).
Quadro 11
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na zona de Santos e do Litoral S
ul
(1917-1943)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1936
1941
1943
Matrícula geral
2.233
2.186
2.018
6.135
6.897
7.071
Matrícula efetiva
2.097
1.439
1449
4.859
5.331
5.707
Pr
omovidos
--
--
541
1.834
2.542
3.189
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Santos (1936-1943).
Angélica P
all Oriani
198 |
Quadro 12
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na zona de Santos e do Litoral S
ul
(1917-1943)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1936
1941
1943
Matrícula geral
3.825
4.171
5.825
11.164
13.549
14.258
Matrícula efetiva
2.806
3.465
4.363
9.429
11.552
11.893
Pr
omovidos
1.324
1.581
2.291
4.976
7.832
8.807
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Santos (1936-1943).
4. C
entral
r
egião
de
C
amp
inas
Quadro 13
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos
escolares e de classes de grupos na região de Campinas, na zona
Central (1917-1941)
Instituição
1917
1918
1926
1941
Escola Isolada
135
129
100 distritais
29 urbanas
133
246
5 urbanas
241 rurais
Grupo Escolar
Classes
12
167 classes
12
172 classes
24
308 classes
42
479 classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Campinas (1941).
Quadro 14
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de Campinas, na zona Central
(1917-1941)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1941
Matrícula geral
5.024
4.652
5.972
11.992
Matrícula efetiva
3.897
4.183
3.955
8.193
Pr
omovidos
--
--
1.595
5.609
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Campinas (1941).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 199
Quadro 15
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de Campinas, na zona Central
(1917-1941)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1941
Matrícula geral
6.942
7.121
12.319
20.400
Matrícula efetiva
5.894
5.870
9.561
17.030
Pr
omovidos
2.557
2.994
5.278
12.345
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Campinas (1941).
r
egião
de
p
ira
CiCaba
Quadro 16
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos
escolares e de classes de grupos na região de P
iracicaba, na zona
Central (1917-1943)
Instituição
1917
1918
1926
1933
1938
1940
1941
1942
1943
Escola
Isolada
78
89
23 urbanas
66
distritais
27
100
111
130
131
141
134
Grupo
Escolar
Classes
6
71
classes
9
87
classes
12
127
classes
41
--
classes
45
331
classes
45
337
classes
45
336
classes
43
325
classes
43
333
classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Piracicaba (1936-1943).
Quadro 17
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de Piracicaba, na zona
Central (1917-1943)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1938
1940
1941
1942
1943
Matrícula geral
2.359
2.987
1.129
4.257
6.092
5.921
6.328
6.052
Matrícula efetiva
2.269
2.676
795
--
4.320
4.305
4.840
4.741
Pr
omovidos
--
--
433
2.798
3.105
9.036
3.251
3.151
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Piracicaba (1936-1943).
Angélica P
all Oriani
200 |
Quadro 18
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de Piracicaba, na z
ona
Central (1917-1943)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1938
1940
1941
1942
1943
Matrícula geral
2.990
3.754
4.986
11.909
14.052
13.570
13.782
13.873
Matrícula efetiva
2.537
2.969
3.954
--
11.978
11.702
11.925
12.227
Pr
omovidos
1.144
1.331
2.796
8.961
9.168
3.021
9.074
9.603
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Piracicaba (1936-1943).
r
egião
de
J
undiaí
Quadro 19
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos escolares e
de classes de grupos na região de J
undiaí, na zona Central (1917-1943)
Instituição
1917
1918
1926
1943
Escola Isolada
50
52
32 distritais
20 urbanas
74
139
Grupo Escolar
Classes
6
88 classes
7
93 classes
10
130 classes
16
180 classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Jundiaí (1943).
Quadro 20
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de J
undiaí, na zona
Central (1917-1943)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1943
Matrícula geral
2.230
2.882
3.134
6.579
Matrícula efetiva
2.057
1.856
2.323
4.863
Pr
omovidos
--
--
1041
3.380
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Jundiaí (1943).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 201
Quadro 21
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de J
undiaí, na zona
Central (1917-1943)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1943
Matrícula geral
3.546
3.780
5.360
7.703
Matrícula efetiva
3.007
3.156
4.210
6.755
Pr
omovidos
833
1.688
2.700
5.303
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Jundiaí (1943).
r
egião
de
s
or
oCaba
Quadro 22
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos escolares e
de classes de grupos na região de Sorocaba, na z
ona Central (1917-1940)
Instituição
1917
1918
1926
1940
Escola Isolada
137
147
82 distritais
65 urbanas
106
233
30 urbanas
203 rurais
Grupo Escolar
Classes
9
136 classes
10
142 classes
20
218 classes
32
338 classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Sorocaba (1940).
Quadro 23
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de Sorocaba, na z
ona
Central (1917-1940)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1940
Matrícula geral
5.704
5.144
4.491
10.381
Matrícula efetiva
4.545
3.987
3.164
7.657
Pr
omovidos
--
--
1.420
4.648
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Sorocaba (1940).
Angélica P
all Oriani
202 |
Quadro 24
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de Sor
ocaba, na zona
Central (1917-1940)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1940
Matrícula geral
5.247
5.610
7.905
15.238
Matrícula efetiva
3.790
5.043
5.574
12.608
Pr
omovidos
1.766
2.346
309
9.397
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Sorocaba (1940).
r
egião
de
i
t
apetininga
Quadro 25
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos
escolares e de classes de grupos na região de I
tapetininga, na zona
Central (1917-1943)
Instituição
1917
1918
1926
1936
1942
1943
Escola Isolada
72
67
20 urbanas
47 distritais
66
142
22 urbanas
120 rurais
--
158
Grupo Escolar
Classes
4
30 classes
5
38 classes
7
77 classes
14
107 classes
17
17
135 classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Itapetininga (1936-1943).
Quadro 26
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de I
tapetininga, na zona
Central (1917-1943)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1936
1942
1943
Matrícula geral
2.204
2.156
2.511
--
6.974
6.759
Matrícula efetiva
2.194
1.987
1.712
4.030
5096
4.939
Pr
omovidos
--
--
616
1.972
--
2.878
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Itapetininga (1936-1943).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 203
Quadro 27
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de I
tapetininga, na zona
Central (1917-1943)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1936
1942
1943
Matrícula geral
1.084
1.284
3.050
--
6.011
6.087
Matrícula efetiva
884
997
2.245
3.907
--
4.925
Pr
omovidos
339
627
1.298
2.818
4.897
3.659
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Itapetininga (1936-1943).
5. m
ogiana
r
egião
de
C
asa
b
ranCa
Quadro 28
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos
escolares e de classes de grupos na região de Casa B
ranca, na zona
M
ogiana (1917-1942)
Instituição
1917
1918
1926
1936
1937
1938
1939
1940
1942
Escola
Isolada
34
33
4
urbanas
29
distritais
76
216
235
237
235
234
223
Grupo
Escolar
Classes
6
91
classes
8
214
classes
11
154
classes
20
186
classes
20
188
classes
20
192
classes
21
197
classes
21
201
classes
22
203
classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Casa Branca (1936-1942).
Angélica P
all Oriani
204 |
Quadro 29
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de Casa Branca, na zona
M
ogiana (1917-1942)
Escola
Isolada
1917
1918
1926
1936
1937
1938
1939
1940
1942
Matrícula
geral
1.403
1.471
3.539
11.586
11.902
12.581
13.272
12.218
11.651
Matrícula
efetiva
1.334
997
2.398
7.129
7.395
7.747
8.094
7.096
7.901
Pr
omovidos
--
--
1.265
3.962
4.109
4.245
4.509
4.319
2.344
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Casa Branca (1936-1942).
Quadro 30
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de Casa Branca, na z
ona
M
ogiana (1917-1942)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1936
1937
1938
1939
1940
1942
Matrícula geral
3.855
4.094
6.394
8.359
8.608
8.672
8.920
9.213
9.017
Matrícula efetiva
3.170
3.398
4.892
6.537
6.796
6.922
7.323
7.184
7.386
Pr
omovidos
1.304
1.818
3.116
5.219
5.240
5.049
5.074
5.057
1.834
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Casa Branca (1936-1942).
r
egião
de
r
ibeirã
o
p
reto
Quadro 31
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos escolares
e de classes de grupos na região de Ribeirão P
reto, na zona M
ogiana
(1917-1943)
Instituição
1917
1918
1926
1934
1936
1943
Escola Isolada
37
60
12 urbanas
48 distritais
62
184
268
28 urbanas
140 rurais
291
153 1º
estágio
138 2º
estágio
Grupo Escolar
Classes
10
126 classes
11
153 classes
20
255 classes
32
343 classes
42
470 classes
44
467 classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Ribeirão Preto (1934-1943).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 205
Quadro 32
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de Ribeirão P
reto, na zona
M
ogiana (1917-1943)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1934
1936
1943
Matrícula geral
1.604
2.128
4.227
9.712
15.200
14.655
Matrícula efetiva
1.209
1.919
2.858
--
8.759
9.879
Pr
omovidos
--
--
997
3.063
--
6.280
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Ribeirão Preto (1934-1943).
Quadro 33
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de Ribeirão P
reto, na zona
M
ogiana (1917-1943)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1934
1943
Matrícula geral
5.368
6.197
10.918
16.550
20.310
Matrícula efetiva
4.523
4.858
8.377
12.999
16.991
Pr
omovidos
1.787
2.935
531
8.962
13.342
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Ribeirão Preto (1934-1943).
6. b
aixa
p
a
ulist
a
e
a
raraQu
arense
r
egião
de
J
abo
tiCabal
Quadro 34
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos escolares
e de classes de grupos na região de J
aboticabal, na zona Baixa P
aulista e
Araraquarense (1917-1942)
Instituição
1917
1918
1926
1938
1939
1940
1942
Escola Isolada
22
45
8 urbanas
37
distritais
--
177
26
urbanas
151 rurais
191
31
urbanas
160 rurais
193
28
urbanas
165 rurais
182
13
urbanas
169 rurais
Grupo Escolar
Classes
4
56 classes
6
76 classes
12
149
classes
36
317
classes
38
335
classes
38
341
classes
41
365
classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Jaboticabal (1938-1942).
Angélica P
all Oriani
206 |
Quadro 35
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de J
aboticabal, na zona Baixa
P
aulista e Araraquarense (1917-1942)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1938
1939
1940
1942
Matrícula geral
1.430
1.945
247
9.609
10.935
10.567
9.653
Matrícula efetiva
1.254
1.369
152
6.004
7.302
6.737
6.856
Pr
omovidos
--
--
58
--
3.798
4.193
3.126
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Jaboticabal (1938-1942).
Quadro 36
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de J
aboticabal, na zona B
aixa
P
aulista e Araraquarense (1917-1942)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1938
1939
1940
1942
Matrícula geral
2.626
3.448
6.695
15.263
16.148
16.272
16.545
Matrícula efetiva
2.072
2.718
5.045
12.148
12.756
13.114
14.012
Pr
omovidos
893
856
2.774
--
9.258
9.671
8.797
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Jaboticabal (1938-1942).
r
egião
de
a
rara
Qu
ara
Quadro 37
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos escolares
e de classes de grupos na região de Araraquara, na zona Baixa P
aulista e
Araraquarense (1917-1940)
Instituição
1917
1918
1926
1936
1940
Escola Isolada
18
26
7 urbanas
19 ditritais
13
137
16 urbanas
128 rurais
180
Grupo Escolar
Classes
3
41 classes
4
51 classes
8
106 classes
31
--
28
248 classes
F
onte
:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Araraquara (1936-1940).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 207
Quadro 38
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de Araraquara, na zona Baixa
P
aulista e Araraquarense (1917-1940)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1940
Matrícula geral
944
1.170
596
7.062
Matrícula efetiva
569
832
373
6.261
Pr
omovidos
--
--
154
4.331
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Araraquara (1936-1940).
Quadro 39
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de Araraquara, na zona B
aixa
P
aulista e Araraquarense (1917-19
40)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1940
Matrícula geral
2.024
2.279
4.790
10.579
Matrícula efetiva
1.593
1.880
4.281
9.828
Pr
omovidos
624
966
2.938
7.751
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Araraquara (1936-1940).
r
egião
de
s
ã
o
C
arlos
Quadro 40
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos
escolares e de classes de grupos na região de S
ão Carlos, na zona Baixa
P
aulista e Araraquarense (1917-1945)
Instituição
1917
1918
1926
1933
1942
1943
1945
Escola
Isolada
21
33
6 urbanas
27
distritais
28
122
182
22 urbanas
160 rurais
196
25 urbanas
171 rurais
91
Grupo
Escolar
Classes
6
65 classes
7
78 classes
9
112 classes
19
164 classes
23
210 classes
23
215 classes
14
146 classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
São Carlos (1933-1945).
Angélica P
all Oriani
208 |
Quadro 41
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de São Carlos, na zona B
aixa
P
aulista e Araraquarense (1917-1945)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1933
1942
1943
1945
Matrícula geral
519
1.145
580
1.813
6.462
6.684
4.812
Matrícula
efetiva
519
959
195
3.371
--
--
--
Pr
omovidos
--
--
456
--
4.238
4.525
--
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
São Carlos (1933-1945).
Quadro 42
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de São Carlos, na z
ona Baixa
P
aulista e Araraquarense (1917-1945)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1933
1942
1943
1945
Matrícula geral
2.936
3.515
4.705
5.996
8.037
8.089
5.736
Matrícula efetiva
2.384
2.827
3.574
5.254
--
--
--
Pr
omovidos
757
1.497
2.275
--
6.359
6.691
--
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
São Carlos (1933-1945).
r
egião
de
r
io
C
lar
o
Quadro 43
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos escolares
e de classes de grupos na região de Rio Claro, na zona B
aixa P
aulista e
Araraquarense (1917-1937)
Instituição
1917
1918
1926
1937
Escola Isolada
69
68
20 urbanas
48 distritais
71
150
Grupo Escolar
Classes
7
113 classes
7
127 classes
16
101 classes
27
247 classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Rio Claro (1937).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 209
Quadro 44
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de Rio Claro, na zona B
aixa
P
aulista e Araraquarense (1917-1937)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1937
Matrícula geral
2.690
2.792
3.075
4.793
Matrícula efetiva
2.190
2.179
2.200
5.135
Pr
omovidos
--
--
1.106
--
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Rio Claro (1937).
Quadro 45
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de Rio Claro, na zona B
aixa
P
aulista e Araraquarense (1917-1937)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1937
Matrícula geral
5.023
5.221
9.830
9.212
Matrícula efetiva
4.020
3.930
7.551
8.814
Pr
omovidos
1.599
362
99
--
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Rio Claro (1937).
r
egião
de
r
io
p
ret
o
Quadro 46
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos
escolares e de classes de grupos na região de Rio P
reto, na zona Baixa
P
aulista e Araraquarense (1917-1943)
Instituição
1926
1931
1932
1933
1934
1940
1943
Escola Isolada
3
49
73
117
111
181
239
Grupo Escolar
Classes
4
44
classes
--
77
classes
10
99
classes
10
99
classes
10
99
classes
21
165
classes
39
323
classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Rio Preto (1931-1943).
Angélica P
all Oriani
210 |
Quadro 47
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de Rio P
reto, na zona B
aixa
P
aulista e Araraquarense (1917-1937)
Escola Isolada
1926
1931
1932
1933
1934
1940
1943
Matrícula geral
152
777
1.416
5.261
4.804
9.240
1
1.029
Matrícula efetiva
94
578
1.305
4.365
3.689
6.548
8.080
Promovidos
41
189
2
11
1.229
2.385
4.394
4.921
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Rio Preto (1931-1943).
Quadro 48
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de Rio P
reto, na zona B
aixa
P
aulista e Araraquarense (1917-1937)
Grupo Escolar
1926
1931
1932
1933
1934
1940
1943
Matrícula geral
2.067
4.101
4.815
4.782
5.985
7.665
14.086
Matrícula efetiva
1.453
3.009
3.723
3.683
3.929
6.474
12.105
Pr
omovidos
910
1.995
1.260
2.296
1.861
3.937
9.959
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Rio Preto (1931-1943).
7.
n
or
oeste
e
a
l
t
a
p
a
ulist
a
r
egião
de
l
ins
Quadro 49
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos escolares
e de classes de grupos na região de Lins, na zona N
oroeste e Alta
P
aulista (1917-1943)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1943
Matrícula geral
68
456
562
16.169
Matrícula efetiva
48
267
388
11.218
Pr
omovidos
--
--
134
7.587
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Lins (1936-1943).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 211
Quadro 50
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de Lins, na zona N
oroeste e
Alta P
aulista (1917-1943)
Instituição
1917
1918
1926
1936
1943
Escola Isolada
1
11
4 urbanas
7 distritais
13
187
24 urbanas
163 rurais
331
Grupo Escolar
Classes
--
--
5
51 classes
21
187 classes
37
340 classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino
: Lins (1936-1943).
Quadro 51
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de Lins, na zona N
oroeste e
Alta P
aulista (1917-1943)
Grupo Escolar
1926
1943
Matrícula geral
2.855
15.532
Matrícula efetiva
1.797
12.650
Pr
omovidos
857
10.670
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Lins (1936-1943).
r
egião
de
b
a
ur
u
Quadro 52
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos escolares
e de classes de grupos na região de Bauru, na zona N
oroeste e Alta
P
aulista (1917-1933)
Instituição
1917
1918
1926
1932
1933
Escola Isolada
18
16
5 urbanas
11 distritais
30
153
32 urbanas
121 rurais
153
18 urbanas
135 rurais
Grupo Escolar
Classes
2
23 classes
2
24 classes
5
55 classes
19
158 classes
17
183 classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Bauru (1932-1933).
Angélica P
all Oriani
212 |
Quadro 53
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de Bauru, na zona N
oroeste e
Alta P
aulista (1917-1933)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1932
1933
Matrícula geral
920
765
1.608
5.391
5.817
Matrícula efetiva
879
531
939
2.721,1
2.788,4
Pr
omovidos
--
--
187
750
2.500
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Bauru (1932-1933).
Quadro 54
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de Bauru, na zona N
oroeste e
Alta P
aulista (1917-1933)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1932
1933
Matrícula geral
989
1.127
2.884
7.662
8.701
Matrícula efetiva
806
885
2.066
5.889,2
6.469,6
Pr
omovidos
409
293
1.043
3.283
4.876
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1917-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Bauru (1932-1933).
8. a
l
t
a
s
oroCabana
r
egião
de
b
o
tuCa
tu
Quadro 55
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos
escolares e de classes de grupos na região de Botucatu, na zona Alta
Sorocabana (1917-1940)
Instituição
1917
1918
1926
1933
1935
1937
1940
Escola Isolada
41
41
14 urbanas
27 distritais
38
116
116
97
--
Grupo Escolar
Classes
6
72 classes
6
66 classes
8
97 classes
16
142 classes
26
--
24
195 classes
28
--
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1926-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Botucatu (1933-1940).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 213
Quadro 56
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de Botucatu, na zona Alta
Sorocabana (1917-1940)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1933
1935
1937
1940
Matrícula geral
1.631
1.681
1.719
2.543
5.821
5.663
6.019
Matrícula efetiva
740
1.197
1.166
1.029
3.768
3.094
3.863
Pr
omovidos
--
--
507
856
1.905
1.550
2.167
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1926-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Botucatu (1933-1940).
Quadro 57
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de Botucatu, na zona Alta
Sorocabana (1917-1940)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1933
1935
1937
1940
Matrícula geral
2.912
2.503
4.080
5.270
9.440
8.897
9.642
Matrícula efetiva
2.371
2.021
3.078
1.328
7.373
6.978
7.604
Pr
omovidos
910
1.093
596
2.457
4.994
4.722
4.994
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1926-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Botucatu (1933-1940).
r
egião
de
p
residente
p
r
udente
Quadro 58
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos escolares
e de classes de grupos na região de P
residente P
r
udente, na zona Alta
Sorocabana (1926-1940)
Instituição
1926
1940
Escola Isolada
9
235
Grupo Escolar
Classes
1
10 classes
22
172 classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1926-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Presidente P
r
udente (1940).
Angélica P
all Oriani
214 |
Quadro 59
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de P
residente P
r
udente, na
zona Alta Sor
ocabana (1926)
Escola Isolada
1926
Matrícula geral
542
Matrícula efetiva
345
Pr
omovidos
166
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1926-1937).
Quadro 60
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de P
residente P
r
udente, na
zona Alta Sor
ocabana (1926)
Grupo Escolar
1926
Matrícula geral
516
Matrícula efetiva
387
Pr
omovidos
204
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1926-1937).
Quadro 61
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos no grupo escolar e na escola isolada na região de P
residente
P
rudente, na zona Alta Sorocabana (1940)
Escola Isolada e G
rupo Escolar
1940
Matrícula geral
22.605
Matrícula efetiva
16.433
Pr
omovidos
11.331
F
onte:
Relatório da delegacia regional de ensino:
P
residente P
rudente (1940).
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 215
r
egião
de
s
ant
a
C
ruz
do
r
io
p
ardo
Quadro 62
– Quantidade geral de escolas isoladas, de grupos escolares e
de classes de grupos na região de Santa Cruz do Rio P
ardo, na zona Alta
Sorocabana (1917-1942)
Instituição
1917
1918
1926
1936
1942
Escola Isolada
26
26
5 urbanas
21 distritais
18
142
19 urbanas
123 rurais
131
1º estágio: 94
2º estágio: 37
Grupo Escolar
Classes
3
34 classes
4
41 classes
6
60 classes
16
116 classes
20
149 classes
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1926-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Santa Cruz do Rio P
ardo (1936-1942).
Quadro 63
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nas escolas isoladas na região de Santa Cruz do Rio P
ardo, na
zona Alta Sor
ocabana (1917-1940)
Escola Isolada
1917
1918
1926
1942
Matrícula geral
994
1.096
1.205
7.038
Matrícula efetiva
791
895
852
4.907
Pr
omovidos
--
--
221
2.992
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1926-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Santa Cruz do Rio P
ardo (1936-1942).
Quadro 64
– M
atrícula geral, matrícula efetiva e total geral de
promo
vidos nos grupos escolares na região de Santa C
ruz do Rio P
ardo,
na zona Alta Sor
ocabana (1917-1940)
Grupo Escolar
1917
1918
1926
1942
Matrícula geral
1.428
1.585
2.798
7.196
Matrícula efetiva
1.165
1.284
1984
5.768
Pr
omovidos
447
639
1.110
4.594
F
onte:
Annuário do ensino do estado de São P
aulo
(1926-1937);
Relatório da delegacia r
egional de ensino:
Santa Cruz do Rio P
ardo (1936-1942).
216 |
| 217
A
i
nstr
ument
o
de
pesQ
uisa
–
f
ontes
p
ara
a
pesQuisa
sobre
a
hist
ória
das
esColas
isol
adas
em
s
ão
p
a
ulo
(1917-1947)
Em história, tudo começa com o gesto de
separ
ar
,
de reunir
, de
transformar em “
documentos” certos objetos distribuídos de outra
maneira. Esta nova distribuição cultural é o primeir
o trabalho. N
a
realidade, ela consiste em
produzir
tais documentos, pelo simples
fato de recopiar
, transcrever ou fotografar estes objetos mudando
ao mesmo tempo o seu lugar e o seu estatuto. Este gesto consiste
em “isolar” um corpo, como se faz em física, e em “
desgurar” as
coisas para constituí-las como peças que preencham lacunas de um
conjunto, proposto
a priori.
Ele forma a “
coleção
”. [...] O material
é criado por ações combinadas, que o recortam no universo do
uso, que vão procurá-lo também fora das fronteiras do uso, e que
o destinam a um reemprego coer
ente. E o vestígio dos atos que
modicam uma
ordem
recebida e uma visão social. (CER
TEAU,
2002, p. 80 grifos do autor).
Angélica P
all Oriani
218 |
s
umário
Apresentação
..................................................................................................................
219
Referências
.....................................................................................................................
222
1.
Abaixo-assinado, recenseamento escolar e criação de escolas
.......................................
222
1.1
Abaixo-assinado e recenseamento de crianças em fase de escolarização
..............
222
1.2
Criação de escolas ............................................................................................
225
2.
Ofícios de transferência, de indicação de professor
es para escolas isoladas
e de exoneração
..............................................................................................................
226
2.1
Ofício indicando a nomeação de professores para escola isolada
......................
226
2.2
Ofícios solicitando transferência de escola isolada
............................................
227
2.3
Ofício solicitando exoneração da escola isolada
...............................................
228
3.
Relatórios de inspetores
...............................................................................................
228
3.1
Pr
estação de contas
..........................................................................................
229
4.
Ofícios diversos
..........................................................................................................
230
5.
Annuários
do ensino do estado de São P
aulo (1907-1937)
..........................................
232
6.
Relatórios das delegacias regionais de ensino (1933-1945)
..........................................
233
7.
Legislações estaduais (1893-1947)
..............................................................................
240
Instituições e Acervos consultados
..................................................................................
242
Catálogos digitais, bases de dados de bibliotecas disponíveis on-line
...............................
243
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 219
a
present
açã
o
Este instrumento de pesquisa resulta das atividades que desenvolvi
para a consecução dos objetivos da pesquisa de doutorado em Educação,
que resultou neste livro
. A elaboração do instrumento de pesquisa, dentro
dos propósitos da pesquisa, contribuiu na medida em que me auxiliou na
sistematização e na repertorização dos documentos que localizei nos diversos
acervos que consultei. Essas atividades de consulta nos acer
vos contribuíram
para a pesquisa, pois, a partir delas, pude ter acesso a uma quantidade
signicativa de diferentes documentos sobr
e a escola isolada paulista.
Ora organizados e catalogados, ora amontoados e empoeirados, os
documentos que localizei, em si, não dispunham da lógica com a qual
servem aos propósitos da pesquisa que aqui apresento. E
m fundos e coleções
diferentes, em acervos muitos quilômetros afastados uns dos outros, todos
esses documentos existiam e “
funcionavam
” em uma outra sintonia, não
necessariamente na mesma da pesquisa que venho desenvolvendo
.
É nessa perspectiva que minha atuação como pesquisadora na área
de história da educação tornou-se crucial e, também, delicada
1
. T
enho
ciência de que os documentos tiveram uma existência que lhes conferiu
certa inteligibilidade no momento em que estavam sendo elaborados e/
ou utilizados – não necessariamente a mesma com a qual desenvolvo
minha pesquisa – e de que a lógica do arquivista e do “
armazenador
” dos
documentos, muitas vezes não é a mesma lógica a partir da qual venho
encaminhando minhas atividades.
P
or esse motivo, após as consultas aos acervos, busquei organizar os
documentos para situá-los dentro da lógica da pesquisa, pois é nessa lógica
que os documentos adquirem o sentido que quero dar a eles.
T
odavia,
mais do que “
amontoar
” esses documentos localizados – solitários em sua
essência – e os catalogar de acordo com a lógica que servisse aos meus
Em sua essência, a atividade do pesquisador nos acervos pode parecer fácil e metódica. As atividades nos
acervos, entretanto, são as que, no âmbito da pesquisa histórica em educação – geralmente desenvolvida pelo
graduado em P
edagogia que arrisca sua entrada no campo da historiograa e, por
tanto, em muitas vezes, atua
sem ter tido formação no campo historiográco – tornam-se mais importantes, motivo pelo qual a atenção
precisa ser redobrada. Em muitos momentos, um documento pode mudar todas as ideias com as quais o
pesquisador vinha trabalhando e, por esse motivo, a paciência e a cautela na leitura dos documentos tornam-se
os elementos principais para o trabalho nos acervos.
Angélica P
all Oriani
220 |
propósitos de pesquisa, eu busquei articulá-los em um “
feixe de relações
”
(FOUCAUL
T
, 2008, p. 50) de modo a unir
, em um todo coerente aos
propósitos da pesquisa, aquilo que
a priori
não necessariamente estava
unido e articulado.
P
or esse motivo, tive cuidado ao sistematizar a documentação a qual
localizei de modo a organizá-la em um todo coerente com o pr
opósito da
pesquisa, pois tenho ciência de que é nessa lógica interna que a organização
e a categorização adquirem o sentido que busco dar a ela.
Bellotto (1979) arma que os instrumentos de pesquisa “[...]
constituem-se em vias de acesso do historiador ao documento, sendo a chave
da utilização dos arquivos como fontes primárias da H
istória.
”. (p. 133).
N
esse sentido, para o trabalho historiográco, os instrumentos de pesquisa
tornam-se fundamentais na medida em que permitem ao historiador acessar
e repertoriar as fontes de pesquisa de modo a conferir certa inteligibilidade
para a elaboração de um objeto coerente aos propósitos da pesquisa. Como
um repertório de fontes as quais podem ser constantemente localizadas, os
instrumentos de pesquisa são mutáveis e alterados na medida em que as
referências localizadas podem ser incorporadas no instrumento
.
Cabe, portanto, explicitar os procedimentos utilizados para a
elaboração deste instrumento de pesquisa e para a apresentação das
referências dos documentos localizados. P
ara normalizá-los utilizei a
N
orma Brasileira de R
eferências (NBR 6023), da Associação Brasileira
de N
ormas
T
écnicas (ABNT
-2002). F
oi necessário, porém, adequar
essas normas às especicidades e aos objetivos da pesquisa, no caso, por
exemplo, da não indicação de todos os elementos fundamentais para a
elaboração das referências, como os ofícios nos quais as datas ou seus
autores não estejam r
egistrados, ou então, nos casos de termos de visitas
ou de exames nais. N
esses casos, busquei apresentar a r
eferência de
modo mais descritivo possível e, nos casos de impr
ecisão, deixei registrada
a dúvida a partir da utilização de colchetes. Destaco, também, que para
referenciar os documentos mantiv
e a ortograa de época e a forma com
que no documento está indicada a nalidade dele, para ser o mais el
possível às características dos documentos.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 221
Até o momento, reuni o total de 220 r
eferências de documentos os
quais localizei em diversos acervos. Ordenei essas r
eferências em seções
categorizadas de acordo com o tipo de documento e, com essa organização,
obtive as seguintes subseções:
abaixo-assinado
, recenseamento de crianças em
fase de escolarização e criação de escolas; ofícios de tr
ansferência, de indicação
de professor
es par
a escolas isoladas e de exoner
ação; r
elatórios de inspetores;
ofícios diversos; A
nnuários do Ensino do E
stado de São P
aulo; Relatórios das
Delegacias Regionais de E
nsino e legislações estaduais.
Em algumas das seções incluí subseções, de modo a delimitar mais
ainda os tipos de textos organizados pela sua tipologia. Esse é o caso das
seções “
Abaixo-assinado, r
ecenseamento de crianças em fase de escolarização
e criação de escolas
”, “Ofícios de transferência, de indicação de professores
para escolas isoladas e de exoneração
” e “Relatórios de delegados de ensino
”.
N
o quadro abaixo, apr
esento as quantidades de referências de acor
do
com cada uma das seções deste instrumento de pesquisa. Informo que em
cada seção está contabilizado o total de referências, portanto, no caso de
seções em que haja subseção, minha opção foi por contabilizar o total da
seção, incluindo todas as subseções.
Q
U
ADR
O 1
– Quantidade de refer
ências de documentos do
instrumento de pesquisa, por seção
Seção
Quantidade de
refer
ências
Abaixo-assinado, recenseamento de crianças em fase de escolarização e criação de
escolas
47
Ofícios de transferência, de indicação de professor
es para escolas isoladas e de
exoneração
25
Relatórios de inspetores
23
Ofícios diversos
19
Annuários do ensino do estado de São P
aulo
15
Relatórios das delegacias regionais de ensino
67
Legislações estaduais
24
T
otal
220
Angélica P
all Oriani
222 |
r
eferênCias
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS.
N
orma Brasileir
a de
Refer
ências (NBR 6023)
. Rio de J
aneiro, 2002.
BELLO
TT
O, Heloísa Liberali. Os instrumentos de pesquisa no processo historiográco
.
In
: CONGRESSO BRASILEIRO DE AR
QUIVOL
OGIA, 4, 1979, Rio de Janeir
o.
Anais
[...]
.
Rio de J
aneiro: AAB, 1979. p. 133-147.
CER
TEAU, Michel de.
A escrita da história.
2. ed. Rio de J
aneiro: F
orense Univ
ersitária,
2002.
FOUCAUL
T
, Michel.
A
Ar
queologia do saber
.
7. ed.
T
radução de Luiz F
elipe Baeta N
eves.
F
orense U
niversitária: Rio de Janeiro, 2008.
1. a
baixo
-
assinado
,
reCenseament
o
de
Crianças
em
f
ase
de
esColarizaçã
o
e
Criaçã
o
de
esColas
1.1 a
baixo
-
assinado
e
reCenseament
o
de
Crianças
em
f
ase
de
esColarizaçã
o
ABAIXO ASSIGNADO ao ex
celentíssimo senhor director geral da instrucção publica.
Rocinha, São P
aulo, 14 de fevereiro de 1924.
ABAIXO ASSIGNADO ao ex
celentíssimo senhor director geral da instrucção publica.
Boreby
, São P
aulo, 20 de agosto de 1924.
ABAIXO ASSIGNADO ao ex
celentíssimo senhor director geral da instrucção publica.
Itajob
y
, São P
aulo, 1 de junho de 1926.
CRIANÇAS EXISTENTES NA F
AZENDA LARANJA AZEDA. Recenseamento.
Capivary
, São P
aulo, 7 de março de 1928.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
ropoe-se a localização de
escola no Bairro das P
osses, na F
azenda laranja azeda. Capivary
, São P
aulo, 7 de março
de 1928.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
ropoe-se a localização de
duas escolas mixtas ruraes no município de Araraquara: uma na fazenda Guanabara e
outra na fazenda Bôa V
ista. Araraquara, São P
aulo, 7 de março de 1928.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
ropoe-se a localização de
duas escolas mixtas ruraes no município de Araras: uma na fazenda Campo Alto e outra
na colônia P
romissão da F
azenda Campo Alto. Araras, São P
aulo, 20 de março de 1928.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
ropoe-se a localização de
uma escola mixta rural na F
azenda J
atahy
. São Simão, São P
aulo, 4 de abril de 1928.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 223
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
ropoe-se a localização de
uma escola na F
azenda Mombuca. I
paussu, São P
aulo, 25 de abril de 1928.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
ropoe-se a localização de
uma escola mixta no Bairro I
peró. Sorocaba, S
ão P
aulo, 26 de abril de 1928.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
ropoe-se a localização de
uma escola rural na F
azenda Santo Antônio
. Santa Cruz do Rio P
ardo, São P
aulo, 28 de
abril de 1928.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
ropoe-se a localização de
uma escola feminina na F
azenda Santo Antônio. S
anta Cruz do Rio P
ardo, São P
aulo, 28
de abril de 1928.
O ABAIXO ASSIGNADO DECLARA que fornecerá pensão por oitenta mil réis a
professora que for nomeada para reger a escola... Estação N
ogueira, São P
aulo, 31 de
outubro de 1924.
O ABAIXO ASSIGNADO pr
oprietário residente no bairro São J
oão dos Balbinos declara
que dá sala para funcionamento da escola e ao mesmo tempo moradia para a professora...
Pirajuhí, 2 de abril de 1928.
O ABAIXO ASSIGNADO DECLARA que fornecerá uma sala para funcionamento da
escola em sua fazenda. Gállia, 26 de março de 1928. [A
companha carta do proprietário
da fazenda].
O ABAIXO ASSIGNADO DECLARA que fornecerá uma sala para funcionamento da
escola na V
ila Ribeiro. Lins, 14 de março de 1928.
O ABAIXO ASSIGNADO DECLARA que fornecerá uma sala para funcionamento da
escola na F
azenda Santa Emília. Lins, 9 de março de 1928.
O ABAIXO ASSIGNADO na qualidade de pr
oprietário da F
azenda Bôa
Vista declara
que fornecerá sala para a escola funcionar
. Araraquara, São P
aulo, 20 de março de 1928.
O ABAIXO ASSIGNADO na qualidade de pr
oprietário da F
azenda Guanabara declara
que fornecerá sala para a escola funcionar
. Araraquara, São P
aulo, 19 de março de 1928.
O ABAIXO ASSIGNADO na qualidade de pr
oprietário da F
azenda N
ov
a América
declara que fornecerá sala para a escola funcionar
. Descalvado, São P
aulo, 2 de abril de
1928.
O ABAIXO ASSIGNADO na qualidade de pr
oprietário da F
azenda Rio Claro declara
que fornecerá sala para a escola funcionar
. Santa Rita do P
assa Quatro, São P
aulo, 17 de
março de 1928.
O ABAIXO ASSIGNADO na qualidade de pr
oprietário da F
azenda Barrinha declara
que fornecerá sala para a escola funcionar
. Santa Rita do P
assa Quatro, São P
aulo, 17 de
março de 1928.
Angélica P
all Oriani
224 |
O ABAIXO ASSIGNADO na qualidade de pr
oprietário da F
azenda Santa A
delaide
declara que fornecerá sala para a escola funcionar
. Bairro Bebedouro
. Santa Rita do P
assa
Quatro, São P
aulo, 17 de março de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. Município de P
irajuhí, Bairro de São J
oão dos
Balbinos, Dir
etoria de Cafelândia, 3 de abril de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. F
azenda Saltinho (séde), M
unicípio de Cafelândia,
Diretoria de Cafelândia, 25 de mar
ço de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. F
azenda Saltinho (S
ecção No
va I
tália), M
unicípio de
Cafelândia, Diretoria de Cafelândia, 25 de mar
ço de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. Vila Ribeiro (perímetro urbano), M
unicípio de Lins,
Diretoria de Cafelândia, 14 de mar
ço de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. F
azenda Santa Emília, M
unicípio de Lins, Diretoria
de Cafelândia, 9 de março de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. F
azenda Guanabara, M
unicípio de Araraquara,
Diretoria de Araraquara, 29 de fev
ereiro de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. F
azenda Bôa V
ista, Município de Araraquara,
Diretoria de Araraquara, 29 de fev
ereiro de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. Município de D
escalvado, F
azenda N
ov
a América,
13 de abril de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. Município de Araras, F
azenda Campo Alto, 20 de
março de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. Município de Araras, Colônia P
romissão da F
azenda
Campo Alto, 20 de março de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. Bairro Santa M
aria, F
azenda Rio Claro
. M
unicípio
de Santa Rita do P
assa Quatro, 15 de março de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. F
azenda Barrinha, M
unicípio de Santa Rita do P
assa
Quatro, 15 de março de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. Bairro Bebedouro
. F
azenda Santa A
delaide,
M
unicípio de Santa Rita do P
assa Quatro, 15 de março de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. F
azenda J
atahy
. M
unicípio de São Simão, 4 de abril
de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. F
azenda Mombuca. M
unicípio de Ipaussu, 25 de
abril de 1928.
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. Bairro I
peró, em Campo Largo. M
unicípio de
Sorocaba, 26 de abril de 1928.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 225
RECENSEAMENT
O ESCOLAR. F
azenda Santo Antônio
. M
unicípio de Santa Cruz do
Rio P
ardo, 26 de abril de 1928.
1.2 C
riaçã
o
de
esColas
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Solicita a creação de escola
mixta, rural na fazenda Laranja Azeda, no bairro das P
ósses, em Capivary
. São P
aulo, 11
de abril de 1928.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Solicita a creação de escola
mixta, rural, no bairro São J
oão dos Balbinos, em P
irajui. São P
aulo, 14 de abril de 1928.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Solicita a creação de escola
masculina rural, na fazenda N
ossa Senhora Appar
ecida no município de Gallia. São
P
aulo, 13 de abril de 1928.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Solicita a creação de quatro
escolas isoladas no município de Lins: uma urbana mixta na V
illa Ribeiro, uma rural
mixta, na fazenda Santa Emília, uma rural mixta na fazenda S
altinho e uma rural mixta
na fazenda Seção N
ova I
talia, sendo as duas últimas localizadas em Cafelândia. São P
aulo,
13 de abril de 1928.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Em nome da Comissão
Directora do partido R
epublicano solicita a creação de seis escolas mixtas ruraes no
município de Santa Rita do P
assa Quatro para funcionarem nas fazendas: S
anta Albertina,
F
ortaleza, Cachoeira, Barrinha, V
olta da Serra e R
etirinho. São P
aulo, 9 de abril de 1928.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Solicita a localização das
seguintes escolas no município de Igarapava: mixta, rural do bairro de Cochos, mixta,
rural do bairro Ressaca e mista rural da fazenda P
etrópolis. São P
aulo, 28 de abril de 1928.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Solicita a localização de duas
escolas mixtas, ruraes nos bairros de Carreirão e J
acú, no município de Ourinhos. São
P
aulo, 5 de julho de 1926.
Angélica P
all Oriani
226 |
2. o
fíCios
de
transferênCia
,
de
indiCaçã
o
de
professores
p
ara
esColas
isoladas
e
de
exonera
ção
2.1 o
fíCios
soliCit
ando
transferênCia
de
esCola
isolada
2
COMISSÃO DIRECT
ORA DO PAR
TIDO REPUBLICANO de Campinas indica a
nomeação da professora D. Aracy J
acyra Pires P
imentel para alguma escola que esteja
vaga. 18 de janeiro de 1926.
COMISSÃO DIRECT
ORA DO PAR
TIDO REPUBLICANO de Piratininga pede
a remoção do professor Decio M
oreira da escola masculina rural da Roça Grande, em
Cunha, para a escola masculina urbana das r
eunidas de Santa Luzia do Serr
ote, também
em Cunha. 15 de no
vembro de 1924.
COMISSÃO DIRECT
ORA DO PAR
TIDO REPUBLICANO pede a permuta de
professoras Maria M
ercedes de Araújo e H
ortencia de Souza Barros, r
espectivamente, da
escola mixta rural na fazenda São Bento para a escola rural na fazenda S
anta Barbara, em
M
urungaba. 24 de dezembro de 1924.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA nomeia a professora D. Zilda
Machado de Almeida, licenciada pelo estado de Sergipe para r
eger a 2ª. escola mixta rural
de Itahyba, em S
orocaba. 11 de abril de 1928.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA remov
e a professora D.
Zulmira Rodrigues da escola mixta, rural da fazenda S
anta Maria em Atibaia, para a
escola mixta, rural do bairro de Santos Dumont, município de S
ão Simão
. São P
aulo, 27
de abril de 1928.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA nomeia diversas professoras
leigas para assumirem escolas mixtas ruraes. 19 de abril de 1928.
ESPÍRIT
O SANTO DO PINHAL. D. M
aria Barbosa requer r
emoção de uma das escolas
de Socorro para a de districto de paz de S
anto Antonio do Jar
dim. 13 de junho de 1924.
MEMORIAL. P
edido de remoção da professora Maria da Conceição F
reire de
T
aubaté
para Guaratinguetá. 11 de dezembro de 1924.
PEDIDO DE
TRANSFERÊNCIA da professora D. Ismenia de M
oura da escola rural de
P
ederneiras para o Grupo Escolar
. 9 de abril de 1924.
SECRET
ARIA DOS NEGÓCIOS DO INTERIOR. P
edido de nomeação do professor
Dagmar Costa da escola isolada urbana para G
rupo Escolar na zona Norte. 16 de
dezembro de 1924.
Conforme mencionei, a maior parte dos documentos relativos à escola isolada que está alocada no Arquivo
Público do Estado de S
ão P
aulo se constitui de pedido de transferência de professores. Optei por digitalizar
apenas uma parte dessa documentação, pois o conjunto documental é bastante extenso. P
ara conferir certa
visibilidade, digitalizei parte dessa documentação, aqueles ofícios que considerei, a partir da breve leitura, mais
representativos dos pedidos de transfer
ência.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 227
SECRET
ARIA D’EST
ADO DOS NEGÓCIOS DO INTERIOR. Substituição da
professora da escola mixta, rural da estação J
atahy
, em São S
imão. 22 de outubro de 1924.
2.2 o
fíCio
indiCando
a
nomeaçã
o
de
professores
p
ara
esCola
isolada
CÂMARA MUNICIP
AL DE CAMPOS NO
VOS. S
olicitação de nomeação da professora
leiga D. Esther N
ogueira para provimento de escola mixta vaga no município
. Campos
N
ovos, 23 de março de 1926.
COMISSÃO DIRECT
ORA DO PAR
TIDO REPUBLICANO DO DIRET
ÓRIO DE
Santo Antonio da Alegria pede a nomeação de diversos professor
es para a cidade de Santo
Antonio da Alegria. 1924.
COMISSÃO DIRECT
ORA DO PAR
TIDO REPUBLICANO DO DIRET
ÓRIO DE
T
ieté pede a nomeação de uma professora para a escola mixta rural do bairro Batalheira.
T
ieté, 16 de junho de 1924.
DIRECT
ORIA DAS ESCOLAS REUNIDAS São Vicente de Rio Clar
o propõe a
nomeação da professora D. Marianna M
atos para substituir a professora D. Olga M
edina
na escola mixta rural da fazenda Boa Vista. Rio Clar
o, 24 de dezembro de 1924.
DIRECT
ORIA DO GRUPO ESCOLAR “DR. ALFREDO PUJOL”. N
omeação da
professora D. Maria de O
liveira Damas para substituir a professora D. M
ariana Augusta
F
ernandes na escola mixta do bairro do Bom S
ucesso. Pindamonhangaba, 2 de fev
ereiro
de 1914.
DIRECT
ORIA DO GRUPO ESCOLAR DE VILLA BELLA. N
omeação da professora
D. Catharina de F
reitas Gaia para substituir o professor N
ilo Vieria na escola masculina
rural do bairro Rodamonte. 17 de junho de 1914.
DIRECT
ORIA DO GRUPO ESCOLAR DE IGUAP
E. N
omeação da professora D.
América Massa para substituir a professora D. Argia F
razzarini na escola mixta rural do
bairro do J
uquiá. Pindamonhangaba, 30 de junho de 1924.
DIRECT
ORIA DO GRUPO ESCOLAR DE MOGY DAS CR
UZES. Comunica a
nomeação da professora D. Antonieta de P
aula Ramos para substituir a professora
Maria I
sabel Santos na escola mixta urbana do Socorro, M
ogy das Cruzes, 20 de junho
de 1924.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. N
omeia a professora leiga D.
Conceição Meir
elles Alves para pro
vimento de escola mixta, rural, vaga na fazenda São
J
oão da Matta no município de Altinópolis. Batataes, 2 de junho de 1928.
Angélica P
all Oriani
228 |
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. N
omeia a professora D.
Mer
cêdes Piza para reger a escola mixta, rural da fazenda S
anta Maria, do município de
Agudos. São P
aulo, 10 de junho de 1926.
EST
ADOS UNIDOS DO BRASIL. Estado de S. P
aulo. N
omeação da professora
Eucharia F
alco para substituir
, em comissão, escola mixta da Lapa do Baixo, na Capital.
13 de fevereiro de 1924.
2.3 o
fíCio
soliCit
ando
exonera
ção
da
esCola
isolada
PEDIDO DE EX
ONERAÇÃO da escola rural da fazenda Boa
Vista. São J
oão da
Bocaina,1924.
EST
AÇÃO SANT
A LUCIA. Informe de que a professora da escola rural de uma fazenda
em Pirassununga abandonou a escola por não ter recebido a licença que havia solicitado
.
15 de novembr
o de 1924.
3. r
ela
tórios
de
insp
et
ores
de
ensino
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Roteiro do inspector districtal
Sylvio Barr
os correspondente ao mez de fevereiro de 1928. 64º. D
istricto, Séde Cafelândia.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Roteiro do inspector districtal
Sylvio Barr
os correspondente ao mez de março de 1928. 64º. Districto, S
éde Cafelândia.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Roteiro do inspector districtal
Sylvio Barr
os correspondente ao mez de maio de 1928. 64º. Districto, Séde Cafelândia.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Roteiro do inspector districtal
Sylvio Barr
os correspondente ao mez de junho de 1928. 64º. Districto, Séde Cafelândia.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Roteiro do inspector districtal
Sylvio Barr
os correspondente ao mez de julho de 1928. 64º. Districto, Séde Cafelândia.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Roteiro do inspector districtal
Sylvio Barr
os correspondente ao mez de setembro de 1928. 64º. Districto, S
éde Cafelândia.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Roteiro do inspector districtal
Sylvio Barr
os correspondente ao mez de outubro de 1928. 64º. Districto, S
éde Cafelândia.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Roteiro do inspector districtal
Sylvio Barr
os correspondente ao mez de novembr
o de 1928. 64º. Districto, Séde
Cafelândia.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Relatório dos inspetores de
ensino. Delegacia R
egional de Bauru sob a supervisão de Quintiliano José S
itrangulo
como delegado de ensino, 1933.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 229
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Relatório dos inspetores de
ensino. Delegacia R
egional de P
residente P
rudente sob a super
visão de Alfredo Zagottis
como delegado de ensino, 1936.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Relatório dos inspetores de
ensino. Delegacia R
egional de Lins sob a supervisão de Sylvio da Costa Nev
es como
delegado de ensino, 1936.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Relatório dos inspetores de
ensino. Delegacia R
egional de P
residente P
rudente sob a super
visão de Oscar Augusto
Guelli como delegado de ensino, 1939.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Relatório dos inspetores
de ensino. Delegacia R
egional de Lins sob a supervisão de Otilio de Meira Lara como
delegado de ensino, 1943.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Relatório dos inspetores de
ensino. Delegacia R
egional de P
residente P
rudente sob a super
visão de Miguel Omar
Barreto como delegado de ensino, 1940.
3.1 p
rest
açã
o
de
Cont
as
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
restação de contas do serviço
de inspecção escolar
, relativo ao mez de fevereir
o de 1928, apresentada pelo inspector
Sylvio Barr
os. 64º. Districto, Séde Cafelândia. Contendo r
ecibo de despesa com diárias e
com correspondências ociais.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
restação de contas do serviço
de inspecção escolar
, relativo ao mez de março de 1928, apresentada pelo inspector S
ylvio
Barros. 64º. D
istricto, Séde Cafelândia. Contendo recibo de despesa com diárias, com
correspondências ociais, com tipograa,.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
restação de contas do
serviço de inspecção escolar
, relativo ao mez de maio de 1928, apr
esentada pelo
inspector Sylvio Barr
os. 64º. Districto, Séde Cafelândia. Contendo r
ecibo de despesa
da utilização de automóvel como conduções para visitar escolas da z
ona escolar e com
correspondências ociais.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
restação de contas do serviço
de inspecção escolar
, relativo ao mez de junho de 1928, apresentada pelo inspector S
ylvio
Barros. 64º. D
istricto, Séde Cafelândia. Contendo recibos e cópias de despesas com
correspondências ociais.
Angélica P
all Oriani
230 |
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
restação de contas do serviço
de inspecção escolar
, relativo ao mez de julho de 1928, apresentada pelo inspector S
ylvio
Barros. 64º. D
istricto, Séde Cafelândia. Contendo recibos e cópias de despesas com
correspondências ociais, com a utilização de automó
vel como conduções para visitar
escolas da zona escolar
.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
restação de contas do serviço
de inspecção escolar
, relativo ao mez de agosto de 1928, apresentada pelo inspector
Sylvio Barr
os. 64º. Districto, Séde Cafelândia. Contendo r
ecibos de despesas com diárias,
com utilização de automóvel como conduções para visitar
escolas da zona escolar e com
correspondências ociais.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
restação de contas do serviço
de inspecção escolar
, relativo ao mez de setembro de 1928, apresentada pelo inspector
Sylvio Barr
os. 64º. Districto, Séde Cafelândia. Contendo r
ecibos de despesas com diárias,
com utilização de automóvel como conduções para visitar escolas da z
ona escolar
, com
tipograas, com correspondências ociais, com material escolar e com carretos.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
restação de contas do serviço
de inspecção escolar
, relativo ao mez de outubro de 1928, apresentada pelo inspector
Sylvio Barr
os. 64º. Districto, Séde Cafelândia. Contendo r
ecibos de despesas com diárias,
com utilização de automóvel como conduções para visitar escolas da z
ona escolar
, com
correspondências ociais e com carretos.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. P
restação de contas do serviço
de inspecção escolar
, relativo aos mezes de no
vembro e dezembro de 1928, apresentada
pelo inspector Sylvio Barr
os. 64º. Districto, Séde Cafelândia. Contendo r
ecibos de
despesas com diárias, com utilização de automóv
el como conduções para visitar escolas
da zona escolar
, com tipograas, com correspondências ociais e com material escolar
.
4. o
fíCios
diversos
CÂMARA MUNICIP
AL DE PEDERNEIRAS. S
olicita provimento de diversas escolas
vagas no município. P
ederneiras, 27 de nov
embro de 1900.
CÂMARA MUNICIP
AL DE SÃO P
AULO DOS A
GUDOS. Solicitação de mó
veis e
livros para 1ª escola feminina da V
ila regida pela professora D. Rita Candida F
reire. 21
de junho de 1901.
CÂMARA MUNICIP
AL DE SÃO P
AULO DOS A
GUDOS. Reiteração da solicitação
de móveis e livr
os para 1ª escola feminina da Vila r
egida pela professora D. Rita Candida
F
reire, com descrição detalhada dos mó
veis e livros solicitados. 28 de junho de 1901.
DELEGACIA REGIONAL DE ENSINO DE GU
ARA
TINGUET
Á. Informe de que
as atividades nas escolas do bairro de Sant
’Anna do Bonsucesso serão interrompidas por
motivo de moléstias. 6 de outubro de 1924.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 231
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Relação de professores
concursados que foram providos para escolas isoladas ruraes. 18 de janeiro de 1926. S
ão
P
aulo.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Relação de professores
concursados que foram providos para escolas isoladas urbanas do interior do estado
. São
P
aulo,18 de janeiro de 1926.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Informa a suspensão do
funcionamento de escola mixta, rural da fazenda São J
oão do município de Santa R
osa,
por não ter sido provida. S
ão P
aulo, 12 de março de 1926.
DIRECT
ORIA GERAL DA INSTRUCÇÃ
O PUBLICA. Solicitação de transferências
de bairros de escolas da região de Capivary
. São P
aulo, 11 de abril de1928.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUT
OR SECRET
ARIO DO INTERIOR. P
edido
de provimento da escola na faz
enda Bella Vista, em G
rama. São José do Rio P
ardo, 4 de
fevereiro de 1924.
F
AZENDA SÃO JO
ÃO. S
olicita a retirada do material escolar de prédio da fazenda para
suspensão do funcionamento da escola mixta, rural. Santa Rosa, 3 de fever
eiro de 1923.
INTENDENCIA DA CAMARA MUNICIP
AL DA VILLA DE SÃO P
EDR
O DO
TUR
V
O. Solicitação de móveis para escola feminina r
ecém-instalada. Agosto de 1901.
PEDIDO DE ESCLARECIMENT
O DA
TRANSFERÊNCIA DE BAIRR
O DE
ESCOLA MIXT
A RURAL. Limeira, 26 de setembro de 1924.
PEDIDO DE ESCLARECIMENT
O DA
TRANSFERÊNCIA DE BAIRR
O DE
ESCOLA MIXT
A RURAL. Limeira, 3 de julho de 1924.
PREZADO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUT
OR José Manoel Lobo
. Informe
de que escola não conseguirá atingir o número mínimo de 30 alunos para continuar
funcionando. M
ogy-Guassu, 2 de setembro de 1924.
SECRET
ARIA DA CAMARA MUNICIP
AL DE BAUR
U
.
Solicitação de pagamento
para professores pro
visórios das escolas de Bauru. 5 de fevereir
o de 1900.
SECRET
ARIA D’EST
ADO DOS NEGÓCIOS DO INTERIOR. Solicitação de
pagamento para a professora D. Ir
ene Rodrigues de F
aria. 4 de dezembro de1924.
SECRET
ARIA D’EST
ADO DOS NEGÓCIOS DO INTERIOR. Delegacia Regional
de ensino de Itapetininga. I
ndicação de irregularidades no pro
vimento de professor para
escola mixta. 16 de junho de 1924.
SECRET
ARIA D’EST
ADO DOS NEGÓCIOS DO INTERIOR. Delegacia Regional
de ensino de Pindamonhangaba. Solicitação de informações a r
espeito das condições
de funcionamento e estabilidade de escola mixta, rural da fazenda Sapucaia em
Pindamonhangaba. 8 de maio de 1924.
Angélica P
all Oriani
232 |
SECRET
ARIA D’EST
ADO DOS NEGÓCIOS DO INTERIOR. Delegacia Regional
de ensino de Casa Branca. Solicitação de informações a r
espeito das condições de
funcionamento e estabilidade de escola mixta, rural da fazenda San
’Anna e da Nov
a Era
em Casa Branca. 7 de maio de 1924.
5. a
nnu
arios
do
ensino
do
est
ado
de
s
ão
p
a
ulo
(1907-1937)
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1907-1908
3
.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1908-1909.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1909-1910.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1910-1911.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1911-1912.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1913.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1914.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1917.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1918.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1919.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1920-1921.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1923.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São
P
aulo:T
ypographia do “Diário ocial
”, 1926.
P
or se referirem às fontes documentais, optei por repetir todas as vezes as referência dos anuários, dos ofícios,
dos relatórios e das legislações, apesar de as N
ormas da ABNT (6023/2002) indicarem que na repetição de um
mesmo autor
, ou título de documento na sequência, a expressão repetida pode ser substituída por um traço.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 233
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1935-1936.
ANNUARIO DO ENSINO do Estado de São P
aulo. Livros D
idacticos. São P
aulo:
T
ypographia do “Diário ocial
”, 1936-1937.
6. r
ela
tórios
das
delega
Cias
regionais
de
ensino
(1933-1945)
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE ARARAQU
ARA.
Relatório de 1936
da Delegacia Regional do E
nsino de Ar
ar
aquar
a
. Apresentado ao S
enhor Director do Ensino
pelo Delegado Regional do Ensino O
ttoni P
ompeu Piza. 1937. 100 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE ARARAQU
ARA.
Relatório de 1940
da Delegacia Regional do E
nsino de Ar
araquar
a
. Apresentado ao S
enhor Director G
eral do
Departamento de Educação pelo Delegado Regional do E
nsino José Cloz
el. 1941. 88 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE BAUR
Ú.
Relatório de 1933 da
Delegacia Regional do E
nsino de Baurú
. Apresentado ao D. D. D
iretor Geral do Ensino
Dr
. F
rancisco Azzi pelo Delegado Regional do Ensino Q
uintiliano José S
itrangulo. 1933.
471 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE BO
TUCA
TÚ.
Relatório do
Mo
vimento Letivo de 1933 da Delegacia Regional do E
nsino de Botucatú
. Apresentado ao
D. D. Diretor G
eral do Ensino Exmo. S
nr
. Dr
. F
rancisco Azzi pelo Delegado Regional do
Ensino J
oão
T
eixeira de Lara. 1933. 130 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE BO
TUCA
TÚ.
Relatório de 1935
da Delegacia Regional do E
nsino de Botucatú
. Apresentado ao D. D. D
irector do Ensino
Exmo. S
nr
. Dr
. Antonio F
. Almeida J
unior pelo Delegado Regional do E
nsino João
T
eixeira de Lara. 1935. 70 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE BO
TUCA
TÚ.
Relatório de 1938
da Delegacia Regional do E
nsino de Botucatú
. Apresentado ao D.
D. Diretor Geral do
Departamento de Educação Ilm. S
nr
. Pr
ofessor Joaquim Alvar
es Cruz pelo Delegado
Regional do Ensino J
oão
T
eixeira de Lara. 1939. 161 p
.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE BO
TUCA
TÚ.
Relatório de 1939 da
Delegacia Regional do E
nsino de Botucatú
. Apresentado ao D
ignissimo Diretor Geral do
Departamento de Educação Senhor P
rof. Darío Dias de M
oura pelo Delegado Regional
do Ensino Oscar A
ugusto Guelli. 1940. 68 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE BO
TUCA
TÚ.
Relatório de 1940 da
Delegacia Regional do E
nsino de Botucatú
. Apresentado ao D
igníssimo Diretor Geral do
Departamento de Educação Ilmo
. Sr
. Doutor Antenor Romano B
arreto pelo Delegado
Regional do Ensino Oscar A
ugusto Guelli. 1940. 313 p
.
Angélica P
all Oriani
234 |
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE CAMPINAS.
Relatório de 1941 da
Delegacia Regional do E
nsino de Campinas
. Apr
esentado ao Digníssimo Dir
etor Geral
do Departamento de Educação Excelentíssimo S
enhor P
rofessor Anísio N
ováis pelo
Delegado Regional do Ensino M
ilton de
T
olosa. 1942. 176 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE CASA BRANCA.
Relatório dos
tr
abalhos realizados na Delegacia R
egional do Ensino de Casa B
ranca dur
ante o ano de 1938
.
Apresentado ao D. D. D
iretor Geral do Departamento de Educação P
rofessor Joaquim
Alvares Cruz pelo Delegado R
egional do Ensino Lino A
vancini. 1939. 150 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE CASA BRANCA.
Relatório de 1940
da Delegacia Regional do E
nsino de Casa Br
anca
. Apresentado ao Exm. Senhor D
outor
Diretor G
eral do Departamento de Educação pelo Delegado Regional do Ensino S
ilvio
da Costa N
éves. 1941. 92 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE CASA BRANCA.
Relatório de 1942
da Delegacia Regional do E
nsino de Casa Br
anca
. Apresentado ao D. D. Diretor G
eral
do Departamento de Educação Senhor D
outor Israel Alves dos S
antos pelo Delegado
Regional do Ensino S
ylvio da Costa Nev
es. 1943. 116 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE GUARA
TINGUET
Á.
Relatório
de 1934 da Delegacia Regional do E
nsino de Guar
atinguetá
. Apresentado ao Dignissimo
Director do E
nsino Senhor P
rofessor Luis M
otta Mer
cier pelo Delegado Regional do
Ensino. 1934. 238 p
.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE GUARA
TINGUET
Á.
Relatório
de 1936 da Delegacia Regional do E
nsino de Guar
atinguetá
. Apresentado ao Dignissimo
Director do E
nsino Senhor Dr
. Antonio de Almeida J
unior pelo Delegado Regional do
Ensino Anisio N
ovaes. 1937. 138 p
.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE GUARA
TINGUET
Á.
Relatório de
1942 da Delegacia Regional do E
nsino de Guar
atinguetá
. Apresentado ao D. D. Dir
etor
Geral do Departamento de Educação pelo Delegado R
egional do Ensino [Elyseu das]
Chagas P
ereira. 1943. 76 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE GUARA
TINGUET
Á.
Relatório de
1943 da Delegacia Regional do E
nsino de Guar
atinguetá
. Apresentado ao D. D. Dir
etor
Geral do Departamento de Educação pelo Delegado R
egional do Ensino J
osé P
ereira
Éboli. 1943. 46 p
.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE IT
APETININGA.
Relatório de 1936
da Delegacia Regional do E
nsino de Itapetininga
. A
presentado ao D. D. Diretor do E
nsino
Sr
. Dr
. A. F
. de Almeida J
unior pelo Delegado Regional do E
nsino F
ernando Rios. 1937.
242 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE IT
APETININGA.
Relatório de 1942
da Delegacia Regional do E
nsino de Itapetininga
. A
presentado ao D. D. Dir
etor Geral do
Departamento de Educação pelo Delegado Regional do E
nsino. 1943. 80 p.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 235
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE IT
APETININGA.
Relatório de 1943
da Delegacia Regional do E
nsino de Itapetininga
. A
presentado ao D. D. Dir
etor Geral do
Departamento de Educação Exmo
. Snr
. P
rof. S
ud Mennucci pelo Delegado Regional do
Ensino Licinio Carpinelli. 1945. 79 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE JABO
TICABAL.
T
rabalhos r
ealizados
na Delegacia Regional do E
nsino de J
aboticabal dur
ante o ano letivo de 1938
. Apresentado
ao Exmo. S
nr
. Diretor G
eral do Departamento de Educação pelo Delegado Regional do
Ensino Dorival D
ias Minhoto
. 1939. 92 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE JABO
TICABAL.
T
rabalhos r
ealizados
na Delegacia Regional do E
nsino de J
aboticabal dur
ante o ano letivo de 1939
. Apresentado
ao M. D. Diretor G
eral do Departamento de Educação Snr
. Professor Dario D
ias de
Moura pelo D
elegado Regional do Ensino Doriv
al Dias Minhoto
. 1939. 402 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE JABO
TICABAL.
T
rabalhos de
Inspeção e Q
uadros Estatisticos da Delegacia R
egional do Ensino de J
aboticabal de 1940
.
Apresentado ao M. D. D
iretor Geral do Departamento de Educação do Estado de S
ão
P
aulo Exmo
. Snr
. Dr
. Antenor Romano B
arreto pelo Delegado R
egional do Ensino
Dorival D
ias Minhoto. 1940. 204 p
.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE JABO
TICABAL.
Relatório de 1942
da Delegacia Regional do E
nsino de J
aboticabal
. Apresentado ao S
r
. Dr
. Diretor Geral do
Departamento de Educação pelo Delegado Regional
do Ensino Dorival D
ias Minhoto.
1943. 230 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE JUNDIAÍ.
Relatório de 1943
da Delegacia Regional do E
nsino de J
undiaí
. Apresentado ao M. D. D
iretor Geral do
Departamento de Educação Senhor P
rofessor Sud M
ennucci pelo Delegado Regional do
Ensino Oscar A
ugusto Guelli. 1944. 140 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE LINS.
Relatório de 1936 da Delegacia
Regional do E
nsino de Lins
. Apr
esentado ao D. D. Director do Ensino I
lmo. Sr
. Dr
.
Antonio F
erreira de Almeida J
unior pelo Delegado Regional do Ensino Sylvio da Costa
N
eves. 1937. 126 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE LINS.
Relatório de 1942 da Delegacia
Regional do E
nsino de Lins
. Apr
esentado ao D. D. Diretor Geral do D
epartamento de
Educação Ilmo
. Snr
. Dr
. I
srael Alves dos Santos pelo Delegado R
egional do Ensino Lino
A
vancini. 1943. 181
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE LINS.
Relatório de 1943 da Delegacia
Regional do E
nsino de Lins
. Apr
esentado ao Diretor Geral do Departamento de Educação
pelo Delegado Regional do Ensino O
ttilio de Meira Lara. 1944. 104 p
.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE PIRACICABA.
R
elatório de 1933
da Delegacia Regional do E
nsino de Pir
acicaba
. Apresentado ao Exmo
. S
nr
. D. D. Diretor
Geral do Ensino pelo Delegado R
egional do Ensino F
rancisco F
aria Netto. 1933. 204 p
.
Angélica P
all Oriani
236 |
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE PIRACICABA.
R
elatório de 1938
da Delegacia Regional do E
nsino de Pir
acicaba
. Apresentado ao D. D. D
iretor Geral do
Departamento de Educação pelo Delegado Regional do E
nsino F
rancisco F
aria N
etto.
1939. 120 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE PIRACICABA.
R
elatório de 1940
da Delegacia Regional do E
nsino de Pir
acicaba
. Apresentado ao D. D. D
iretor Geral do
Departamento de Educação Exm. S
nr
. Dr
. Antenor Romano Barr
eto pelo Delegado
Regional do Ensino J
oão
T
eixeira de Lara. 1941. 158 p
.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE PIRACICABA.
R
elatório de 1942
da Delegacia Regional do E
nsino de Pir
acicaba
. Apresentado ao D. D. D
iretor Geral do
Departamento de Educação Exm. S
nr
. Dr
. Israel Alves dos S
antos pelo Delegado Regional
do Ensino J
oão
T
eixeira de Lara. 1942. 110 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE PIRACICABA.
R
elatório de 1943
da Delegacia Regional do E
nsino de Pir
acicaba
. Apresentado ao D. D. D
irector Geral do
Departamento de Educação Exmo
. Snr
. P
rof. S
ud Mennucci pelo Delegado Regional do
Ensino J
oão
T
eixeira de Lara. 1943. 88 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE.
Relatório de 1935 da I
nspetoria Sanitaria de P
residente P
rudente
. Apresentado ao D.
Delegado Regional do Ensino S
enhor P
rofessor Vitor M
iguel Romano pelo Inspetor
Sanitario Dr
. Alfredo Zagottis. 1935. 157 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE.
Relatório apr
esentado ao Snehor do D
epartamento de Educação pelo Delegado Regional de
Ensno de P
r
esidente Prudente refer
ente aos trabalhos r
ealisados no ano letivo de 1939.
1939.
84 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE.
Relatório de 1940 da Delegacia R
egional do Ensino de P
residente P
rudente
. Apresentado
ao D. D. Diretor G
eral do Departamento de Educação Excelentissimo S
enhor Doutor
Antenor Romano Barr
eto pelo Delegado Regional do Ensino M
iguel Omar Barreto
.
1941. 111 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE RIBEIRÃO PRET
O.
Relatório de
1934 da Delegacia Regional do E
nsino de Ribeir
ão Pr
eto
. Apresentado ao D. D. D
irector
Geral do Ensino Exmo
. Snr
. Professor Luis M
otta M
ercier pelo Delegado Regional do
Ensino Dorival D
ias Minhoto
. 1934. 817 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE RIBEIRÃO PRET
O.
Relatório de
1936 da Delegacia Regional do E
nsino de Ribeir
ão Pr
eto
. Apresentado ao M. D. D
irector do
Ensino Exm. Sr
. Dr
. A. de Almeida Junior pelo D
elegado Regional do Ensino F
rancisco
Alves M
ourão. 1937. 124 p
.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 237
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE RIBEIRÃO PRET
O.
Relatório de
1943 da Delegacia Regional do E
nsino de Ribeir
ão Pr
eto
. Apresentado ao S
nr
. Director
Geral do Departamento de Educação pelo Delegado R
egional do Ensino F
rancisco Alves
Mourão
. 1944. 100 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE RIO CLARO.
R
elatório de 1937 da
Delegacia Regional do E
nsino de Rio Claro
. Apr
esentado ao Senhor Doutor Dir
ector do
Ensino pelo Delegado Regional do E
nsino V
aldomiro Guerra Corrêa. 1938. 104 p
.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE RIO PRET
O.
Relatório de 1933 da
Delegacia Regional do E
nsino de Rio Pr
eto
. Apresentado ao Senhor Doutor D
iretor Geral
do Ensino de São P
aulo pelo Delegado Regional do Ensino R
oque Corrêa da Silva. 1933.
367 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE RIO PRET
O.
Relatório de 1934 da
Delegacia Regional do E
nsino de Rio Pr
eto
. Apresentado ao Snr
. Diretor do Ensino pelo
Delegado Regional do Ensino J
osé Cloze. 1935. 48 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE RIO PRET
O.
Relatório de 1940 da
Delegacia Regional do E
nsino de Rio Pr
eto
. Apresentado ao Exm. Sr
. Dr
. Dir
etor Geral
do Departamento de Educação pelo Delegado Regional
do Ensino Wladomiro P
rado
Silveira. 1940. 127 p
.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE RIO PRET
O.
Relatório de 1943 da
Delegacia Regional do E
nsino de Rio Pr
eto
. Apresentado ao Exmo. S
nr
. Diretor G
eral do
Departamento de Educação pelo Delegado Regional do E
nsino Calixto de Souza Aranha.
1943. 36 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SANT
A CRUZ DO RIO P
ARDO.
Relatório de 1935 da Delegacia R
egional do Ensino de Santa C
ruz do Rio P
ardo
: responde
questionario. A
presentado ao D. D. Diretor do E
nsino do Estado de São P
aulo Sr
. Dr
.
Antonio F
erreira de Almeida J
unior pelo Delegado Regional do Ensino. 1935. 98 p
.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SANT
A CRUZ DO RIO P
ARDO.
Relatório de 1936 da Delegacia R
egional do Ensino de Santa C
ruz do Rio P
ardo
. Apresentado
ao D. D. Diretor do E
nsino Sr
. Dr
. A. Almeida J
unior pelo Delegado Regional do Ensino
Collatino F
agundes. 1937. 130 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SANT
A CRUZ DO RIO P
ARDO.
Relatório de 1942 da Delegacia R
egional do Ensino de Santa C
ruz do Rio P
ardo
. Apresentado
ao Senhor D
outor Diretor Geral do Departamento de Educação pelo D
elegado Regional
do Ensino J
oaquim Braga de P
aula. 1942. 97 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SANT
OS.
Relatório de 1935 da
Delegacia Regional do E
nsino de Santos
. Apr
esentado ao D. D. Director do Ensino S
enhor
Doutor Antonio F
erreira de Almeida J
unior pelo Delegado Regional do Ensino Luiz
Damasco P
enna. 1936. 116 p.
Angélica P
all Oriani
238 |
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SANT
OS.
Relatório de 1936 da
Delegacia Regional do E
nsino de Santos
. Apr
esentado ao D. D. Director do Ensino S
enhor
Doutor Antonio F
erreira de Almeida J
unior pelo Delegado Regional do Ensino Luiz
Damasco P
enna. 1937. 115 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SANT
OS.
Relatório de 1938
da Delegacia Regional do E
nsino de Santos
. Apr
esentado ao D. D. Diretor Geral do
Departamento de Educação Senhor P
rofessor Dario Dias de M
oura pelo Delegado
Regional do Ensino Luiz D
amasco P
enna. 1939. 172 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SANT
OS.
Relatório de 1940
da Delegacia Regional do E
nsino de Santos
. Apr
esentado ao D. D. Diretor Geral do
Departamento de Educação Senhor P
rofessor Dario Dias de M
oura pelo Delegado
Regional do Ensino Luiz D
amasco P
enna. 1940. 140 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SANT
OS.
Relatório de 1940
da Delegacia Regional do E
nsino de Santos
. Apr
esentado ao Senhor Diretor G
eral pelo
Delegado Regional do Ensino L
uiz Damasco P
enna. 1941. 222 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SANT
OS.
Relatório de 1943
da Delegacia Regional do E
nsino de Santos
. Apr
esentado ao D. D. Diretor Geral do
Departamento de Educação Senhor P
rofessor Sud M
ennucci pelo Delegado Regional do
Ensino Luiz Damasco P
enna. 1943. 129 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SÃO CARLOS.
R
elatório dos
tr
abalhos da Delegacia Regional do E
nsino de São Carlos em 1933
. A
presentado ao Doutor
Diretor G
eral do Ensino pelo Delegado Regional do Ensino
V
aldomiro Guerra Corrêa.
1934. 228 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SÃO CARLOS.
R
elatório de 1939
da Delegacia Regional do E
nsino de São Carlos
. A
presentado ao Dignissimo D
iretor Geral
do Departamento de Educação Senhor P
rofessor Dario Dias de M
oura pelo Delegado
Regional do Ensino Licinio Carpinelli. 1940. 110 p
.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SÃO CARLOS.
R
elatório da Escola
N
ormal Dr
. Álvaro G
uião
de São Carlos r
eferente ao ano letivo de 1940
. A
presentado ao
D. D. Diretor G
eral do Departamento de Educação Exmo. S
nr
. P
rof. Antenor R
omano
Barreto pelo D
iretor F
. Martins J
únior
. 1940. 142 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SÃO CARLOS.
R
elatório de 1942
da Delegacia Regional do E
nsino de São Carlos
. A
presentado ao Senhor D
iretor Geral do
Departamento de Educação pelo Delegado Regional do E
nsino F
rancisco F
aria N
etto.
1943. 262 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SÃO CARLOS.
R
elatório de 1943
da Delegacia Regional do E
nsino de São Carlos
. A
presentado ao Senhor D
iretor Geral do
Departamento de Educação pelo Delegado Regional do E
nsino P
aulo Monte S
errat.
1943. 70 p.
A expansão das Escolas Isoladas pelo E
stado de São P
aulo (1917-1945)
| 239
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SÃO CARLOS.
R
elatório de 1945
da Delegacia Regional do E
nsino de São Carlos
. A
presentado ao D. D. Dir
etor Geral do
Departamento de Educação Senhor D
outor Milton da Silva R
odrigues pelo Delegado
Regional do Ensino D
omingos F
aro
. 1945. 164 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SÃO P
AULO.
R
elatório de 1942
da Delegacia Regional do E
nsino da Capital
. Apr
esentado ao Sr
. Dr
. Diretor Geral do
Departamento de Educação pelo Delegado Regional do E
nsino Henrique Ricchetti.
1943. 236 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SÃO P
AULO.
R
elatório de 1943
da Delegacia Regional do E
nsino da Capital
. Apr
esentado ao D. D. Diretor Geral do
Departamento de Educação Ilmo
. Snr
. P
rof. S
ud Mennucci pelo Delegado Regional do
Ensino Henrique Ricchetti. 1944. 73 p
.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE SOR
OCABA.
Relatório de 1940
da Delegacia Regional do E
nsino de Sorocaba
. Apr
esentado ao D. D. Diretor Geral do
Departamento de Educação Sr
. Dr
. Antenor Romano Barreto pelo Delegado R
egional do
Ensino W
aldomiro P
rado Silveira. 1941. 115 p
.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE
T
AUBA
TÉ.
Relatório da Delegacia
Regional do E
nsino de
T
aubaté 1934
. Apresentado ao D
irector do Ensino P
rofessor Luis
Motta M
ercier pelo Delegado Regional do Ensino F
rancisco Lopes de Azevedo. 1935.
127 p.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE
T
AUBA
TÉ.
Relatório de 1935 da
Delegacia Regional do E
nsino de
T
aubaté
. Apr
esentado ao Director do Ensino D
r
. Almeida
J
unior pelo Delegado Regional do Ensino F
rancisco Lopes de Azevedo. 1935. 155 p
.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE
T
AUBA
TÉ.
Relatório de 1936 da
Delegacia Regional do E
nsino de
T
aubaté
. Apr
esentado ao Dignissimo Director do E
nsino
Doutor Antonio F
erreira de Almeida J
unior pelo Delegado Regional do Ensino F
rancisco
Lopes de Azevedo. 1937. 220 p
.
RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE
T
AUBA
TÉ.
Relatório de 1937 da
Delegacia Regional do E
nsino de
T
aubaté
. Apr
esentado ao Dignissimo Director do E
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Doutor Antonio F
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unior pelo Delegado Regional do Ensino F
rancisco
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TÓRIO DA DELEGA
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T
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Delegacia Regional do E
nsino de
T
aubaté
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esentado ao Diretor Geral do Departamento
de Educação pelo Delegado Regional do E
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RELA
TÓRIO DA DELEGA
CIA REGIONAL DE
T
AUBA
TÉ.
Relatório de 1942
da Delegacia Regional do E
nsino de
T
aubaté
. Apr
esentado ao D. D. Diretor Geral do
Departamento de Educação S
nr
. Israel Alves dos Santos pelo D
elegado Regional do
Ensino Dirceu F
erreira da Silva. 1942. 73 p
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Angélica P
all Oriani
240 |
7. l
egislações
est
adu
ais
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.al.sp
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.al.sp.
gov
.br/repositorio/legislacao/lei/1904/lei-930-13.08.1904.html.
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cesso em: 5 jan. 2014.
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Acervo permanente da Dir
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Acervo do Centro de Refer
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A expansão das Escolas Isoladas pelo E
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” (Centro do P
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niversidade de São P
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– FE-USP
Biblioteca “P
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Seção de Obras Raras da F
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de São P
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Campinas-SP
Biblioteca do I
nstituto de Estudos da Linguagem da U
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Campinas – FE-U
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on-line
e
sites
na Internet:
Arquivo do Estado de S
ão P
aulo
.
Disponível em: http://www
.arquivoestado
.sp.go
v
.br/arquivospublicos.php.
Assembleia Legislativa do Estado de São P
aulo.
Disponível em: http://www
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Biblioteca digital de teses e dissertações da USP
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Biblioteca digital de teses e dissertações da U
nicamp.
Disponível em: http://libdigi.unicamp
.br/document/list.php?tid=7.
Angélica P
all Oriani
244 |
Banco de teses da Capes – Coor
denação de Aperfeiçoamento de P
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uperior
.
Disponível em: http://www
.capes.go
v
.br/servicos/banco-de-teses.
Base de dados do S
istema de Bibliotecas da U
niversidade Estadual de
Campinas – U
nicamp.
Disponível em: http://www
.sbu.unicamp
.br
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Base de dados
Scientifc E
letronic Libr
ar
y –
SCIELO
Disponível em: http://www
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Catálogo de Bibliotecas da U
niversidade Estadual P
aulista – Unesp
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.parthenon.biblioteca.unesp.br:1701/primo_
library/libweb/action/search.do?vid=U
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.crl.edu/about.
Centro de Refer
ência em Educação “Mário Co
vas
” – Núcleo de memória
da educação paulista.
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.crmarioco
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.br/.
M
emória Estatística do Brasil no Acervo da Biblioteca do M
inistério da
F
azenda no Rio de J
aneiro.
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M
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ência
em Educação “Mário Co
vas
”.
Disponível em: http://www
.crmarioco
vas.sp.go
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.br/.
Serviço de Biblioteca e Documentação da F
aculdade de Educação da
U
niversidade de São P
aulo – FE-USP
Disponível em: http://www
.3fe.usp
.br/seçoes/inst/novo/biblio
.htm.
Sistema de B
iblioteca da F
aculdade de Filosoa, Letras e Ciências
H
umanas da U
niversidade de S
ão P
aulo – FFLCH-USP
Disponível em: http://www
.ch.usp
.br
.
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246 |
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