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no currículo formal, no currículo em ação e no currículo oculto, o que
contribui “para a reprodução de desigualdades sociais”; valorizar “as
contradições e as resistências presentes no processo, buscando-se formas de
desenvolver seu potencial libertador” (MOREIRA; SILVA, 2008, p. 16).
Por sua vez, na Inglaterra, deve-se mencionar Michael Young,
referência da chamada Nova Sociologia da Educação e cujos
desdobramentos no Brasil, somados à sociologia crítica, vêm munindo
pesquisadores para compreender “[...] as relações entre os processos de
seleção, distribuição, organização e ensino dos conteúdos curriculares e a
estrutura de poder do contexto social inclusivo” (MOREIRA; SILVA,
2008, p. 20).
Embasados nessas perspectivas teóricas, Moreira e Silva (2008)
apresentam três temas centrais: currículo e ideologia, currículo e cultura,
currículo e poder. Primeiramente, cabe destacar que ideias, rituais,
materiais, modelos, práticas, símbolos etc, são elementos que transmitem,
incutem, impõem, materializam ou induzem a determinados significados,
linguagens, visões de mundo, vinculadas a interesses de grupos específicos,
tendo em vista as vantagens e o poder que possuem em determinado
momento e contexto histórico-social. São as ideologias e as relações com o
currículo. Por sua vez, a relação currículo, educação e cultura não é nova.
A diferença é que, na Teoria Crítica, essa relação é vista fundamentalmente
como política. A cultura não é vista de forma homogênea, estática, única
e universalmente aceita. É um campo de lutas em que se enfrentam
diferentes concepções de vida social: “é aquilo pelo qual se luta e não aquilo
que recebemos” (MOREIRA; SILVA, 2008, p. 27). Por fim, deve-se
destacar que educação e currículo estão implicados em relações de poder,
manifestas por relações sociais em que certos grupos ou indivíduos estão
submetidos à vontade e arbítrio de outros, gerando divisões de classes,
gêneros, etnias etc. Assim, o currículo expressa as relações sociais de poder