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Júnior do CNPq.
Programa PROEX/CAPES:
Auxílio Nº 0798/2018
Processo Nº 23038.000985/2018-89
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problematiza
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história
da formação de professores primários no
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singular em que as Escolas Normais Li
-
vres passam a ser reconhecidas pelo po
-
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-
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-
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-
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-
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litoral do estado. Trata-se de um tra
-
balho que questionou os momentos de
expansão da formação de professores em
São Paulo durante a Primeira República
e buscou compreender e analisar o pro
-
cesso de expansão das Escolas Normais
Livres na região oeste paulista e o papel
dessas instituições. Para a construção
dessa narrativa foram levantadas fontes
privilegiadas como leis, relatórios, anuá
-
rios de ensino, mas também documentos
encontrados nos arquivos permanentes
da Escola Estadual Leônidas do Amara
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em
Santa
Cruz
do
Rio
Pardo,
e
do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora,
em Lins, como livros de matriculas, li
-
vros de visitas, atas de exames, entre ou
-
tros. Este trabalho ressalta a importância
dos acervos e arquivos escolares para as
investigações sobre a História da Educa
-
ção no Brasil.
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ISBN 978-65-5954-119-
5
(Digita
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ISBN 978-65-5954-118-
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DOI: https://doi.org/10.36311.2021.978-65-5954-119-5
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Campinas: Autêntica, 1999.
15
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3
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4
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ulo; Acerv
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s, em
Maríl
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o Colégio N
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em Lins
-
SP;
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, em San
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Pi
raju
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Escola E
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idente Pruden
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-
SP; Arquiv
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Clyba
s Pinto Fe
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, em A
ssis
-
SP; Arq
uivo Permanente da E
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,
em Araçatuba
-
SP; Arquivo Perm
anente da Escola Estadua
l Caetano de Cam
pos, em São
Paulo;
17
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2007), N
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p.
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Segu
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o o autor (1990,
p. 17):
As repr
esentações do mundo social
,
assim constr
uí
das,
embor
a aspir
em
à
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niversali
dade de um diagnóstic
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ndado na razão,
são sempre
determ
inada
s pelos in
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ada
caso,
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scu
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s utiliza.
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–
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22
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–,
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846
,
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lobando os fec
hamen
tos que ocor
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ia.
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L
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1846, com um
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9
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da instrução, denominado ta
mbém de Ensino Elem
entar
e a Escola
Complem
entar. Segundo Escobar
(
1933,
p.
17),
“o ensin
o prim
ário
const
ava
do cur
so
primário prelim
inar com cinco ano
s de estudo e do curso com
plementar com
quatro.
Sendo este
um verdadeiro cu
rso secundário e havendo fa
lta de
professores, o com
plementar teve direito de
diplomar
professores”.
10
Em 1894,
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la Normal
de São
Paulo
,
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a como
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; e
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1911,
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ária Caet
ano d
e Campos
. C
om a
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oltou a
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inar
-
se
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ano d
e Campos
, e apó
s o Código de Edu
cação de
1933, passou
a deno
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-s
e
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ducação C
aetano de Cam
pos.
24
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s. Essa ins
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a pel
a
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º
.
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julho de
1867
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c
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S
, 2008). De acordo
com
Monarcha (1999), há indícios
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ela fu
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muito
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árias,
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nte ab
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a
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Provincial nº
.
9
, de 22 d
e março de 1874, junto à
Academia d
e Direito de
São Paulo
. Nesse per
íodo, el
a funcionava com dois professor
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ve a
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das
matéri
as
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o programa d
e e
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o (
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S
,
2008). C
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in
in
o (
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, 1998), que funcionou
no
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ár
io da
Gl
ór
ia
. Em
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esidente da Província, de 9
de maio),
a Escola fec
hou n
ovame
nte
por falta de
ver
ba orçame
ntária. O
s
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,
Monarch
a
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, Men
e
s
es (2012), entre
outros,
in
dic
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que o segundo fecha
mento f
oi devido à p
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s (2008), com a
Lei nº
.
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a definitiva
, co
m um currículo
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s
,
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nto d
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lista.
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forma
ndos
da
primeira
dé
cada republicana, Monarcha (2009, p. 210) argumen
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1.2
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1889
-
1930)
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as. P
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Bitte
n
cou
rt (
1
990
,
p. 19), na Primeira
República (1889
-
1930), o
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de São P
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s
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p. 9), p
or sua função de
27
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ser
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combatid
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F, 2003, p. 60-
61).
11
Segundo Carva
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, p. 11), nesse mom
ento é ressa
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alta de preparo e
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o, eram
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12
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1
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Devido às grev
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incômoda para a vida nacional
. Além
disso, o imigra
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28
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, 2000,
p. 106).
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trazendo o progresso” (CARVALHO, 19
89, p. 23). Os republic
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e, por vezes, espetacular” (VIDAL; FARIA FILHO, 2005, p. 5
2).
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29
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22
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23
Para Nery (
2009), Fernando de A
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ireciona as cr
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5, mesmo sem
citar o nome de P
edro Voss, por m
eio das ques
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elaborou e dos pa
rticipante
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s por ele para responder ao Inq
uérito. Contudo, essa discussão não pretende ser es
tendida.
39
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24
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ção
Pú
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24
Fundada em 15 de outubro de 1924, no Rio de Janeiro, tinh
a o objetivo de promo
ver dis
cussões
sobre a educaçã
o no país e reuniu intelectu
ais ligado
s à educaçã
o.
25
Sobre os conflitos e
nvolvendo a ABE
e a Sociedade de Educação, v
er Carv
alho
(1986).
40
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eu
Me
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m v
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(1927
-
1930)
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: Amadeu Mendes s/d
Fonte
:
Rodr
igues (
1930
a
).
42
Em maio de 1927,
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a Revis
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colar e
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,
ver: N
ey (2009)
.
43
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re desagra
dáveis e co
ntrapro
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(LOURENÇO FILHO
27
,
1927, apud NERY, 2009,
p. 104).
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1927), publicada p
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-
set. 1930), sob dupla
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27
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. 19
27.
28
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1927, p.
4.
44
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-
3
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3
5-
Aritmétic
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Geometria
4
-
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2
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6-
Fís
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Químic
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3
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3
7-
Histór
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4
2
8-
Psicol
ogia, Pe
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ogia e
Didá
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3
10
9-
Desenho
4
3
-
10-
Músic
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4
3
-
11-
Ginás
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asculin
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3
3
-
12-
Trabalhos Manua
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feminin
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3
-
-
Font
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Ins
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par
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46
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um lente
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pe
lo inter
ior, o que
não ha
via ocor
rido com
a mesma
proporção em r
efor
mas
anteriores.
De acord
o com
Tanur
i (1979, p. 180)
:
O fundamento da r
ef
orma de 192
7 calcava
-
se na alegação de q
ue não
hav
ia pr
of
essor
es
diplomados e
m núme
ro
su
f
iciente
par
a
preen
chim
ento
das
vaga
s na
s escol
as rura
is e q
ue ur
gia
reorga
niza
r o
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er as ne
cessidades impe
ri
osas do Estado
r
ef
ere
nte à escolar
iz
ação pri
mári
a. Era nova
mente
a tentativ
a de
re
solve
r o pr
oble
ma do analf
abe
tism
o,
qu
e mai
s uma ve
z voltav
a a se
r
que
stionado na década de v
inte,
como se apenas as modificaçõe
s nos
padrões de ensino e na
s estru
tur
as escolares f
ossem suf
i
ci
entes para dar
ao proble
ma o dev
ido eq
uaci
onamento e
soluç
ão a fim de que se
estendesse
a escolari
zação a t
odos os hab
itantes d
as zonas ru
rais
e
29
O termo l
ente si
gnificav
a na época q
ue o professor era o titul
ar da cadeira o
u disciplina.
47
urb
anas. Colocav
a
-
se na for
mação r
ápida de um pr
ofe
ssora
do
numer
oso,
o cer
ne do proble
ma do analfab
etism
o na
z
ona rural.
Foi a partir d
essa
ide
ia de for
mação rá
pid
a qu
e o Co
ngresso
aprovou
a
Reforma de 1927
a
ting
in
do,
prin
cipal
me
nte
, a for
maç
ão
de
profess
ores com a r
ed
ução d
a du
ração d
o Cu
rso Normal
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E
scol
as
N
ormai
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iais.
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professore
s pa
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a atend
er
um
númer
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maior
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e
scol
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p
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ur
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or
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al.
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omo a Re
forma
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me
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ial, a abre
viação
pode
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fato, tal
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etaç
ã
o. No
e
n
tan
to, é
pre
ciso l
ev
ar e
m
conside
ração qu
e houv
e a preocu
pação,
por par
te d
o leg
islador,
em
produ
zir, ain
da que
não da maneira d
ese
jável, u
m
a
e
scol
a
p
rimária d
e
qu
alid
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e.
Tal
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ta
-
se pe
lo
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com o provimen
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s
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s
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s.
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, enfrentar
o proble
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e mais escol
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, mas
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las
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s
sore
s
prep
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s
.
Em dé
cadas an
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es, a
Le
i nº
. 88, de 8 d
e setembro de 1892
e o
Decreto
nº
.
144-B
, de 30 de d
ezembro d
e 1892, já haviam re
gulamentado
o ex
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cício d
a in
icia
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tic
ul
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tor d
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n
sino
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s para su
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is n
e
sse
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to o estad
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e São Pau
lo re
co
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as os
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os
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s,
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s
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N
o
rmais
L
ivres às
E
scolas
N
orma
is
O
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o ano d
e 1900 na Câmar
a dos
48
Deputad
os do Estado d
e São Paul
o, mas não foi conc
luído (
T
ANU
RI
,
1973).
Seg
undo Tanur
i (
1973), h
avia no e
stado
d
e São Pau
lo a Escol
a
Normal Liv
re Lice
u Femin
ino,
de Santos; a Esco
la Normal
Livre
de
Jacare
í, fun
dad
a em 19
02; u
ma em Itu (sem d
ata), qu
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tinta log
o
após sua c
riaç
ão; um C
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m Santa R
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m São P
a
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o.
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Reforma de 1927
també
m con
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hecimen
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co
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s,
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Fe
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Ben
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stru
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L
iceu
Fe
min
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an
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ta
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a Normal
d
a Capi
tal
em
1905. Embora a
equipa
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o ten
ha
sido
ne
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o Lic
eu con
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sor
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s de
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sin
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e
pr
ivad
a
s
.
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tras e
quiparaç
ões
também
fora
m sol
ici
tadas
à
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os D
eputad
os,
como
a do
G
inásio
São
Joaqu
im, de
L
oren
a, em
1911, e a do Colégio Feminino de Jaboticabal, em 1915, mantido pela
Congregaçã
o Belga
de Sant
o André (
mante
nedora
de
E
scol
as
N
ormais na
Europa).
As
E
scola
s
N
or
ma
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ares
e mu
nicip
ais eram d
en
ominad
as
livr
es, ma
s,
er
am submet
idas à
fi
scalizaç
ão d
o gov
ern
o por me
io de
inspe
tore
s
esco
lare
s
nome
ados p
ara cad
a uma d
el
as. Segu
ndo a
R
eforma
de 1927
, as
E
sc
olas
N
orma
is deveriam
atender à
s segui
ntes condi
ções p
ara
que fos
se conced
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ão:
49
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ter
em sido fu
ndadas taes escola
s e ser
em mantidas por naci
onaes,
com cor
po docen
te ta
mbe
m de naci
onae
s;
b)
ser
em seu
s cursos
e programmas or
ganiz
ado
s de acc
ordo com o
re
gimem a
doptado na
s Esco
las no
rmae
s of
fi
ciae
s;
c)
possu
ír
em u
m patr
imoni
o minimo de
duz
entos c
ontos de r
ei
s;
d)
se
re
m situ
adas e
m muni
ci
pios,
que não possu
am Esc
cola Nor
ma
l
offic
ial
;
e) ser o se
u lent
e de ped
agog
ia e dida
ctica de no
meação d
o Governo
,
com vencimentos identic
os aos dos lentes das Escol
as Nor
mae
s
officiaes
(SÃO P
AULO, 1927).
Essas ex
igê
nc
ias
para a equ
ipar
ação m
ostram
ce
rta preo
cupação d
o
gove
rno e
m re
lação às n
ova
s
E
sc
olas
N
o
rma
is
L
ivres que s
e estabeleceri
am
no est
ado, po
is além dess
as exi
gências
,
nã
o e
r
a poss
íve
l e
qu
ipara
r d
uas
esco
las em regi
me de i
nternato
ou exter
na
to no
mesmo
mun
icípio
(
SÃO
PAULO
, 1927).
Como just
if
icativa à
e
quiparaçã
o, o
D
iret
or Ge
ral d
a In
strução
Pública
Amadeu
Mend
es, no Relatório (1927
-
1928) apresentado ao
Secr
etár
io d
o In
ter
ior F
ab
io d
e Sá B
arre
to,
e
m 1
929, argu
menta
q
ue “são
em bom
número os
que não seguem o
m
a
gisté
rio
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bl
ico
,
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efe
rin
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o o
magisté
r
io
par
tic
ul
ar e
ou
tras fór
mas d
e ac
tiv
ida
de
”
(MENDES, 1929, p.
54).
Ai
nda de
acordo com
Mendes
(1929, p
. 57):
P
ara satisfaz
er, ou melhor
, para procurar satisf
azer ás necessi
dades
re
clamadas e
senti
das pela
populaç
ão e
scola
r de i
nnu
mer
as zona
s do
Estad
o, o Gov
erno appe
llou
para a
boa vontad
e daq
ue
lles que
quiz
essem cooperar nesse se
r
vi
ço altamente patr
ióti
co
,
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nome
ado
já ‘mil
duzento
s e dezeset
e profess
ores não
forma
dos’. Es
te numero fal
a
eloquen
tement
e da diffuc
uldad
e em q
ue se
vem o
s dirigent
es do
50
Ensin
o, no que
respeita
á esc
olha d
e profes
sores. S
emelhan
te
conttin
genc
ia su
gger
iu
essa me
dida hoj
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ansf
ormada
em fa
cto:
‘a
criaç
ão das Escolas Normaes Li
vr
es’.
Nesse
sen
tido
, a
E
scol
a
N
or
mal
L
ivr
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f
oi u
ma
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tativ
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solucionar
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lta de pro
fessores
e atender
às
reivin
dic
açõe
s
pela c
riação d
e
nov
as esc
olas
, tan
to pri
márias c
omo secu
nd
árias
. S
egundo Oriani
e Ne
ry
(201
4, p.
175
7) “e
ra fr
eq
ue
n
te a in
icia
tiva popu
lar
n
o sen
tid
o d
e sol
icitar
às autoridad
es e
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cacionais a
instal
açã
o de
escolas e
m de
termin
ados
nú
cleos h
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s, espec
ial
men
te os ru
rais”.
Ainda e
m rel
ação às
N
orm
a
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L
ivres,
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s
argume
nta qu
e
:
As 10 e
scolas
normai
s of
fi
cia
es, diploma
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ma mé
dia de 3
45
alum
nos por an
no, eram ins
uficientes p
ara att
ender ás necess
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do
ensi
no, poi
s par
a cu
mprir o enc
argo c
onstitu
ci
onal de f
orn
ece
r
instruccção gratuita ás 150.000 crianças em id
ade e
scolar e se
m
matricu
la nas zonas rurae
s do Estad
o, de
vendo cada classe ter, em
média 30 alumnos, se
riam nece
ssários 5.
000 prof
essore
s, nú
mero esse
que
as escolas of
fi
ciae
s só num prazo mini
mo de 6 anos poderi
am dar.
O alv
itr
e adoptado para su
ppr
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fi
scali
zação de
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re
tori
a,
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cion
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m dos nossos
prob
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mais sér
ios, o da dif
fu
são do ensino alphabeti
zan
te, f
acili
tando o
prov
ime
nto de es
cola
s,
máxi
me na
z
ona rural, onde, já em 1926,
exi
stem 2.1
56 escolas cr
iadas,
que
se ach
am vagas por f
alta de
prof
ess
ore
s diplomad
os.
Cer
cados de todas as g
ar
antias de uma severa fiscalização e suj
eitos a
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osa
s
disp
osiçõ
es regulamenta
res, esses
estabel
eciment
os
funccio
naram,
no anno findo,
aparelhados p
ara a r
ealiz
ação de seu
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–
formar
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pró
ximo
, o
51
ma
ior num
ero
pos
sível
de
esco
las r
uraes
e
urba
nas
(ME
NDES
, 1929
,
p. 46).
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tif
icat
iv
a
de
Mendes
foi de q
ue
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E
scolas
N
orma
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par
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co
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pro
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sor
es
para
atend
er
à demanda, pois seg
un
do o D
iretor, 2.156
escolas r
urais foram
criadas e
m 1926 e
muitas de
las estavam v
agas por falta d
e professor
es. Em
outro momen
to do Re
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io, e
l
e just
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As 10 escolas nor
mais manti
das pelo Esta
do cus
tavam a
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nte 5
.
500:000$000, o que demo
nstra que as escola
s normaes livres, que
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pre
sentam par
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tado,
se
m le
v
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m conta
as de
spesa
s de
installação,
uma e
conomia de
14.3000:000$000, que p
oderão ser
applicados na disse
minaç
ão do ensino primár
io (M
ENDES, 192
9, p.
58).
As
sim,
a
s
E
scol
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N
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L
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ssitava d
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ápid
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omia qu
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governo teria
na formaç
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rimá
rio.
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Reforma d
e 1927
dete
rminou
que mais d
e uma
E
sc
ola
N
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mal
L
ivre
pode
ria
ser
equiparada
no mesm
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, desde que ho
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uma em r
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o. T
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52
conc
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tração de várias
E
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las
N
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em uma mesma c
idade
.
El
as
também
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essa
s
insti
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s
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m uma e
scola
urb
ana apen
as d
epois de
passar
200
dias
l
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Gru
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s d
epois d
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is 200 d
ias le
tivos e
m esc
olas u
rb
anas o
u
400 dias em escolas
rura
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s. Con
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o, isso
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ma exig
ên
cia para os
dipl
omad
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pel
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N
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iais. T
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dipl
omad
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L
ivres
par
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realment
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as escol
as
de
spro
vid
as
.
Durante a
gestã
o de
Ama
deu Mend
es
a
inda
se ad
mitiam
profes
sore
s
leigos
sob cer
tas condições
. Os artigo
s 39 e
40 perm
item a nom
eação de
prof
essores
leigos,
med
iante
exame
de
admissão, nas
e
scol
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s
r
ura
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30
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s
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as q
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Ger
al, os
dad
os e
stat
íst
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“co
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am
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if
icat
iv
am
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(MENDES, 1929, p. 62). A s
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31
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2013, p
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32
Segundo Souza
(2008, p. 144
), a
s escolas reunidas eram um
tipo de escola provisória e f
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de criar um grupo escolar.
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(1990) alude que, em 1917, havia
192 escolas estrangeiras e em 1939, esse
número cresceu para 310. Mui
tas dessas escolas eram
particulares,
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tidas po
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33
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(1929, p. 44) ressalta
que:
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ENDES
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(2009
) cita uma notícia, publicada em 26
de jan
eiro de 1911, no jornal
Cidade de So
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, que diz:
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s dia
s do
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íssimo
Dr. Camp
os Verguei
ro, só
peça para si
a criaç
ão de distr
itos de p
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ei
ros?
(
SANDANO, 2009, p. 82)
.
34
34
O texto de Sandano não a
presenta a refer
ência compl
eta deste artigo, ape
nas inform
a que é do
jornal Cidade de Sorocaba,
de 26
de janeiro de 1911.
55
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a
E
sc
ola
N
or
m
al em Soro
cab
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somente
com a Re
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09) arg
umen
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ão d
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uiç
ão de trabalhos pelas se
cções da classe
,
organi
zação dos h
orár
ios (
SÃO PAULO, 1929b, p.
27).
Esses c
onh
ec
imen
tos er
a
m ne
ce
ssário
s, po
is
n
as
e
scol
as
i
sol
ada
s e
r
ur
ais er
am o
s pr
ópr
io
s
profe
s
sore
s o
s re
spon
sáve
i
s pel
a esc
r
itur
açã
o
,
matrícula d
os alu
nos, or
gan
ização d
a classe e d
a escola, inc
luindo
os
cuid
ados com l
impeza e
preparo d
a me
re
nd
a. Pela pre
caried
ade
,
o
s
profe
sso
re
s en
con
tr
avam d
i
ficu
ld
ad
es pa
ra
s
e fix
are
m
em e
sco
la
s d
esse
tipo
e busc
avam log
o a remoç
ão p
ara u
m Gru
po E
scolar
36
. Para Bittencourt
36
“
A es
cola
grad
uada
fund
amentava
-
se ess
encia
lment
e na cl
assifica
ção d
os alu
nos pelo
nível d
e
conhecimento
em agru
pamentos supostam
ente hom
ogêneos, implica
ndo a const
ituição da
s classes.
60
(1990, p. 106): “A
precariedade d
as esc
olas isoladas
rurai
s não era
evidentem
ente me
nor, acres
centando
-
se
ain
da qu
e e
ram bastante
insuficien
tes p
ara a
ten
de
r ao n
úmer
o de alunos q
ue v
iviam na re
gião”.
Outr
o
docu
mento
impo
rtan
te q
ue
com
pl
em
en
ta o d
ocu
me
nto
a
nte
rior
fo
i
“
Instrucções Provisórias para a Execução do Progranma de
Didáctica n
as Esc
olas Nor
maes
Livre
s
”
(1
930), publicad
o
també
m na
revista Educação (fas
c
ículo 29, n. 2, ano 3, 1930), que
dá orientações aos
le
nte
s d
e D
idátic
a d
e co
mo d
ev
er
ia ser
min
istr
ad
o o pr
ograma d
e e
nsin
o
dessa d
isciplina. Al
ém d
as atividade
s extrac
lasse, as au
las de
ver
iam ser
organ
izad
as da seg
uin
te maneira:
a) u
ma aula seman
al d
e teoria;
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aulas seman
ais de
prá
tica de e
nsin
o;
c) uma aul
a seman
al d
e d
ireção d
e
classe
. As
au
l
as teóric
as ser
iam d
estinad
as
a
:
[...
] dedu
cção e
commentar
ios dos pr
inc
ipios ge
rae
s do ensi
no, á
ex
posição
e cr
iti
ca aos metho
dos ger
aes,
a for
mulaç
ão de planos de li
çã
o
de va
ri
as discipli
nas par
a applic
açã
o dos pr
inci
pios e
stabe
lec
idos e
a
expos
ição e
cri
tic
a do meth
odo espe
cial de
cada
di
s
cipl
ina do c
u
rso
primá
ri
o
(SÃO PAULO, 1930, p. 5
-6).
Após
o con
he
cim
en
to te
órico
d
e
um de
ter
min
ad
o con
te
úd
o
(lição), os alu
no
s p
ar
tiri
am para a realização
d
as aulas práticas
que consis
tia
basicamen
te na
obse
rvação
d
e au
las
-
modelo realiza
das pelo
lente da
disc
iplin
a em
u
ma c
las
se
do
En
sino
Prim
ár
io. D
ia
s d
epoi
s, o
s a
lu
no
s
Pres
supun
ha, também, a
adoç
ão
do en
si
no s
imult
âneo
, a racionali
zação c
urri
cular, con
tro
le e
distr
ibu
ição or
de
nada dos conteú
dos e do tempo (g
raduação dos program
as e estabelecimento de
horári
os), a i
ntr
odução
de um sis
tema de
avaliação, a di
vi
s
ão do t
rabalho
docente
e um edi
fício
escolar com
preendendo
várias salas
de aula e v
ários
professores. O
modelo col
ocava e
m
correspondênc
ia a distribuição
do espaço com os elementos da
racionalização peda
gógica
–
em cad
a
sala de
aula uma class
e re
fere
nte
a uma série; p
ara cada clas
se
, um profe
ssor” (SO
UZA
, 2004, p.
114).
61
dev
eriam re
petir a lição d
ad
a na mesma série c
om o acompanh
amen
to do
le
nte
de
Did
ática
.
Como
as ou
tra
s pub
lic
açõe
s da D
ire
toria
G
er
al,
esse
impress
o
também orien
ta sobre
as au
las d
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ireção d
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estinad
as à obser
vação
e prá
tic
a d
e
tud
o o
qu
e d
iz
ia
r
e
spe
ito
à
ad
min
istr
aç
ão d
e c
la
sse
, ho
rár
io
s,
disc
iplin
a d
os alu
n
os, e
scr
itur
ação e
sco
lar
, hi
g
ien
e,
entr
e ou
tros
. Par
a ess
as
aul
as, os n
orm
alis
tas
se
riam d
i
stribu
íd
o
s em c
lass
es d
o En
sin
o Pr
imár
io,
ond
e au
xiliariam o pro
fessor n
a org
aniz
ação
e ex
ecu
ção de
sses pontos.
Como
menci
onado
anterio
rmente, es
ses conhec
imentos
eram neces
sári
os
para o trabalh
o nas e
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adas
e ru
rais
o
nde os no
rmalistas in
iciar
ia
m
sua carr
eira seg
un
do as d
eter
minaçõe
s da R
eforma.
Como a Re
forma d
e 192
7 não tr
ou
xe d
eterminaç
ão quan
to
à
e
scol
a
-m
odelo d
as
E
scol
as
N
o
rma
is
L
ivres, o es
tabeleci
mento o
nde se
rea
liz
aria a
prát
ica d
e
en
sin
o er
a esc
olh
id
o pela D
ire
toria G
eral dentre os
g
ru
pos
e
scol
ares qu
e e
xistis
sem n
a cidad
e. A
Dir
etoria re
comen
dav
a que
a
prátic
a d
e
en
sin
o ser
ia
“fe
ita
n
o g
ru
po esc
ola
r
da
loc
alid
ad
e,
no
perío
do
do
dia l
ec
tivo q
ue
n
ão coin
c
ida c
o
m o d
o
f
un
ccion
amen
to da e
scola n
ormal”
(SÃO PAULO, 1930, p.
8).
62
Imag
em 5:
Ca
pa do docume
nto
“
Inst
rucções
Provi
sória
s pa
ra a Exe
cuç
ão d
o Pro
gram
a
de Didática nas Escola
s Normae
s Liv
re
s
”.
Font
e:
Arquivo do Centro do Professorado Pauli
sta
(SÃ
O P
AU
LO
, 19
30
)
.
A revista Ed
ucação,
como órg
ão da D
iretoria Ge
ral d
a Instrução
Púb
lic
a, foi
im
por
ta
nte
n
a div
ul
ga
ção d
a
Re
for
ma d
e 19
27 e
pu
blic
ou
algu
ns artigo
s e circu
lare
s que
contribuíram par
a compree
nd
er as me
did
as
implantad
as e a s
ituaç
ão do En
sino N
ormal e
Primário
n
esse p
eríodo
situad
o n
o fi
m d
a Pr
imeir
a Re
pú
blic
a.
No ar
tig
o in
t
itul
ad
o
“
His
tór
ico
d
a In
stru
ção P
úbl
ica P
aul
ista
”
,
José Escobar (1933, p
. 182
) destaque que:
63
Na pr
esi
dên
cia
do
D
r. Julio
Pres
tes c
uidou
-
se princi
palmen
te d
a
difu
são das escolas para atende
r ao vertigi
noso cr
escimen
to de São
Paulo, e par
a isso f
oram cr
iadas e instalad
as mai
s de mil escolas;
reduziu
-
se o
cu
rso normal de 5 para
3 anos (exce
to no d
a Praça da
Repú
blic
a) par
a fo
rne
cer
pr
ofe
ssor
es mais de
pre
ssa,
insti
tui
u
-
se
o
regi
men das Escolas
Norm
ais
Livres
, que
com
eçara
m em n
úmero
d
e
26,
per
mitu
i
-
se o ensino aos profe
ssores lei
gos que se sujeitassem a
concu
rso.
Assim
, seg
u
nd
o Es
coba
r é
pos
sív
el
no
tar q
ue
o in
tui
to d
e
expa
nd
ir
o Ensin
o Normal
era g
arantir ta
mbé
m expa
n
são da
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sc
ola
p
rim
ár
ia.
O ar
tigo
in
ti
tul
ad
o
“
O E
sfo
rço
E
du
cativ
o d
e
São
P
aul
o
”
(
ve
ic
ul
ado
a
tra
vés da mens
agem presi
dencial de 14 de julho
de 1930
–
presid
e
nte
d
o
estad
o
Júl
io P
reste
s
)
a
prese
nta d
ad
os im
por
t
ante
s sob
re
as
E
scol
as
N
ormai
s
L
ivres
.
Prest
es
afirma que
(1930, p. 384):
Espalha
das,
como
se ac
ham,
por todo ter
ri
tóri
o do Estado,
as Esc
olas
Normai
s L
iv
res tem pre
stado ine
stimáv
el s
er
vi
ço não só como
estabe
lec
imen
tos
destin
ados
á for
maçã
o de
prof
es
so
re
s par
a as zona
s
ru
rae
s, mas tamb
ém como c
entr
o
s de c
ultura
na
s
mai
s afastadas re
giões
do inter
ior
.
Funcci
onaram com bons resultados, 41
Escolas Normais L
iv
res, sendo
2 na capi
tal e 3
9 no inter
ior,
com 85 classe
s e matri
cu
la de 3. 0
48
alunos contra 1. 503 em 1928. Houve 2. 355 approvações e aos exames
de adm
issão concorrer
am 1. 426 cand
idatos, sendo
a
pprovados 1. 181.
Convicto do inestimáv
el serv
iço que essas e
scolas irão prestar ao ensino,
tem o Gove
rno pr
ocurado dotá
-
la
s dos meios necessár
ios ao seu regu
lar
fu
nccioname
nto. Assi
m, no sentido de tornar
m
ais
ef
f
i
cie
n
te
a su
a
fi
scali
zação e
, pri
nci
palmente
, a ori
entaç
ão do ensino ne
llas
min
istra
do
, criou
um co
rpo d
e in
spe
cto
res gera
es pa
ra e
sses
64
estabe
lec
imen
tos, a
lém da in
specç
ão espe
ci
aliza
da de
mús
ica
e
educação ph
ysica,
confi
ada a 4 inspector
es.
Assi
m, o
pr
es
id
en
te
parece esta
r convencido de que a equi
para
ção
das
E
scolas
N
or
ma
is
L
ivres à
s
E
scolas
N
ormais
O
f
icia
is fo
i a me
lh
or
solução n
aqu
ele
momen
to
.
D
evid
o a
qu
estões fin
an
ce
iras, o
es
tad
o n
ão
teria
con
d
içõe
s de
cr
iar n
ova
s
E
scola
s
N
o
r
mais
O
fic
ia
is e,
por
isso,
a
inic
iat
iva p
art
icul
ar
foi c
on
voca
da a
c
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trib
u
ir c
om o
go
ve
rn
o n
essa tar
e
fa
de for
mar professore
s. E
ssa med
ida re
alm
en
te aume
ntou
o númer
o de
matrículas n
o En
sino Nor
mal, ma
s sem
pre c
om o con
trole e
a fiscal
ização
do estado.
Ou
tro ar
tigo
publ
icad
o pe
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ev
ista Ed
u
cação
foi esc
ri
to por
The
odoro d
e Mor
aes, qu
e no mome
nto
era In
spetor
Fiscal d
a
Esc
ola
Normal Liv
re Nossa Se
nhor
a de
Amparo
.
O artig
o in
titul
ad
o
“
Esco
la
s
Normai
s Livres
”
37
, publicado em 1928
,
foi u
ma e
xposiç
ão d
e T
he
o
d
o
ro
de M
orae
s apresen
tada d
urante u
ma re
união de
Amadeu
Mende
s com os
Insp
etores
Escolares
em junho de 1928.
Ness
e text
o,
Morae
s
argumen
tava
que
muitas das
E
scol
a
s
N
orma
is
L
ivre
s
er
am co
nfe
ssi
on
ais c
atól
ic
as,
ministr
avam o
e
n
sino
rel
igio
s
o e
pra
tic
ava
m c
ul
tos
re
lig
ioso
s, c
on
tud
o,
est
avam sob o
regime de lei
s do est
ado que determi
navam que o
ensino
deveria s
er
leigo.
Mor
aes
defende que dever
ia
haver mais
estudos so
bre a
quest
ão do ensi
no religio
so nas
inst
ituições de ensi
no em geral. Pa
ra
el
e
(1928, p. 130)
, seri
a mais convenient
e que “o regulam
ento das
e
scolas
n
ormais
l
ivr
es d
eix
asse be
m cl
aro e
re
sgu
ard
asse o
s dois d
ire
ito
s,
–
o dos
Collegio
s de mini
stra
rem o ensi
no reli
gioso
; o dos a
lumnos de
se exim
irem
delle, no
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de crença
dif
ferente”
. Ass
im, Moraes
defen
dia
o ens
ino
rel
igio
so facu
lta
tiv
o
sem pe
n
alid
ad
e a
os alu
n
os qu
e
optassem
por n
ão
cur
sar a
disc
ipl
in
a
. E
ra
ne
cessário g
aran
tir t
ambé
m os dire
itos
dos al
un
os
37
Esse texto tam
bém foi publicado no Rela
tório (19
29
) apre
sentado por Ama
deu Mendes.
65
de
se ma
tricu
la
rem
em q
ual
qu
e
r in
stitu
ição
d
e
en
sin
o, in
d
epen
den
te
m
en
te
de
ser
uma
institu
iç
ã
o con
fession
al.
O jorn
al Corr
eio Paul
istano
38
publicou anúncios sobre a abert
ura
de in
scriçõe
s para e
xame d
e ad
mi
ssão d
e al
gumas
E
sc
ol
as
N
ormai
s e
també
m pub
lic
o
u d
ive
rsos a
gra
de
cime
n
to
s de
pre
feito
s m
un
icip
ais
ao
pres
idente do est
ado Júlio
Prestes
e demai
s autoridad
es pel
a equ
iparação
de
E
scolas
N
ormais
L
i
vres. Um exem
plo desses
agradecim
entos,
da cidade
de
Amparo
, d
iz
que
c
ausa
“
grande conte
ntame
nto n
a população
amparense o ac
to do gove
rn
o do Estado e
quiparando
a
s Esc
olas N
orm
ais
offic
iae
s,
de
03
ann
os, a
Escola
Nor
mal
Livre d
e Amp
aro, an
n
exa ao
Coll
egio N
ossa Senh
ora do Amp
aro d
esta ci
dad
e”
(
N
OT
AS
, 1928, p. 8).
Outro ex
emplo des
ses agra
decimento
s sã
o os t
elegramas
enviados
ao Sec
re
tário d
o In
te
rior
Fáb
io Ba
rre
to, e
qu
e fo
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z
ido
s pel
o
jor
na
l. O
C
orr
eio P
aul
istan
o pu
blic
ou q
ue
:
O senhor s
ecreta
rio do in
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hont
em os seguint
es teleg
ramas
a respe
ito da equi
paração das Escolas Normai
s Liv
re
s:
Rio Clar
o
–
cum
pro
o g
rato
deve
r e
de
agrad
ecer
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v.
exc.,
em
nom
e
da população e
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lítica de
sta ci
dade,
a cr
eação da Escol
a
No
rmal
Livre ann
exa ao
Col
legi
o Puris
sim
o Cora
ção
de Maria
.
Respe
itosas s
audaç
õe
s.
Mar
ce
lo Sch
midt.
Franca
–
a diretor
ia da Escola Norma
l de Fr
anca agradece
a
equiparaç
ão dest
a e,
reconhecid
as ao
s excell
entes s
erv
iços prestados
à
Fran
ca, te
m a ho
nra d
e com
muni
car que, em
reun
ião d
o co
rpo
administr
a
tiv
o e congr
egaçã
o foi
delibe
rado, dar
seu nome á me
sma
Escola (
NOTÍC
IAS
...
, 1928, p
. 3).
38
O jornal C
orreio Paulistano foi importante diário do Bra
sil. Foi o primeiro jornal
de São Paulo,
o terceiro do Bra
sil e o único a cobrir a Semana de Arte Moderna. Foi fun
da
do por Joaquim Roberto
de Azevedo M
arques em 26 de junho de 1854 e circulou até 31 de julh
o de 196
3 (THASSA
LA,
2007)
.
66
O jorn
al O
Estad
o d
e São
Paul
o
39
també
m publicou
algu
mas
notíc
ia
s sobr
e a R
efo
r
ma d
e 192
7. Mu
itas del
as são an
ún
cios d
e
inau
gu
raçõ
es d
e e
scol
as, festa
s e
scol
are
s,
visi
tas de
inspe
çã
o e
scol
ar,
nome
ações e in
scrição para e
xame d
e ad
missão e
m
E
scol
as
N
orma
is
L
i
vres
em cidad
es c
om Tietê, Amparo, San
tos, Ri
beir
ão Preto,
São Simão, etc.
Em 3 de
maio de
1928,
o Jornal
anunc
iou a inaugu
ração d
a Escola N
ormal
Livr
e de Bauru, na regi
ão oes
te pa
ulista.
O jorn
al O Es
tado d
e São
Paul
o not
iciou
em 30 d
e n
ovembro d
e
1930 (
p. 4) a d
ispe
nsa
de
tod
os o
s pro
fe
s
sore
s le
igo
s ad
mitid
os,
como
medida de emer
gência, pela Reforma de 19
27. De acordo com a n
otícia
,
o “Govern
o Prov
isório decid
iu hontem a dispensa de
todos os professores
leigos
, que regia
m escolas urbana
s e ruraes no Esta
d
o”.
Tal
vez
a dis
pen
sa
fosse
ad
eq
u
ada
, pois
as
prime
ira
s tu
rm
as
d
e pr
ofe
ssore
s
das
E
sc
olas
N
ormais
L
ivr
es se
for
mar
ia
m n
o fim d
e 1
930
e mu
itos d
esse
s pr
ofe
ss
ore
s
assumir
iam a
s v
agas o
cu
pad
as pel
o
s profe
sso
r
es l
eig
os.
O
utr
o artig
o pu
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(1933, p. 60)
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ntre 1930 e 1931
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e
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e 1930).
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s;
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stabe
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rédio de p
erfeitas con
dições
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agógicas
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e) pos
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abinete d
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s,
física na
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lizada
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f) manter
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mário anex
o para a prática pedagógica;
g)
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ás despesas dos exames de admissão e os do cur
so, que serão
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stados per
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um total de alu
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mo, a 1
5 por
classe;
i)
depositar,
cada anno no Thesou
ro do Estado,
para que
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a importanci
a de
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ector
ia Geral da Instrucção
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(SÃO PAULO, 1930).
É possíve
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iparação
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is rigoros
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as pela Re
forma de
1927, que estabelecia apenas quatro condições. As novas condições se
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para a for
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931-1945),
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e
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diç
ões e
requerer
em
41
A Polianteia é um docum
ento que traz diversas informações sobre o Ensino N
ormal em geral
(orga
nização, legislaç
ão, reform
as, professores, saberes
, entre outros). F
oi publicada em
comemor
ação ao centenário do Ensino Norm
al em São Paulo.
42
A Revolução de 19
30 foi um movimento de revolta armado, ocorrido no Brasil em 1930
, que
tirou do poder, por m
eio de um golpe de estad
o, o presidente paulista Washi
ngton Luiz. Com o
apoio
dos mil
itare
s, Get
úlio V
arg
as assum
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residê
ncia
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pública
(g
overno
prov
isório)
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19
70, p. 1
12), a
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30 põe
fim à
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ia da b
urgue
sia d
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café.
74
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nte
a equiparação.
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eríodo entre 1930 e 1932
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44
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Em 1930,
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27
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09, p. 187):
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aciona
lizaçã
o e mora
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o públi
co, o
dire
tor e
xone
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todos os prof
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s leigos
contra
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tir
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1927 (1.044 professores), procedend
o à revisão da
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a
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agas do e
stado e abr
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43
A Revolução
Cons
tituci
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foi um moviment
o armado ocorri
da de
julho a out
ubro
de 193
2 que
tinha o objetivo de derrubar o
governo provisório de Getúlio Va
rgas e restituir o país
à ordem c
onsti
tuc
ional suspensa desde a
Revoluçã
o de 1930 (SANTOS; M
OTA, 2010, p. 7).
44
Revi
s
ta Es
c
ola N
ova,
v. 1
–
Atrav
és das Revistas e Jornais, 1930, p.
303
-
304.
45
O
“Livro
Jub
ilar
da Esco
la Normal da Capi
tal” (19
3
0, p. 3
16
-
317)
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em 1930,
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67) pr
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de 1933
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curso distribuía
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–
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gia; Pe
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ogia; Prática d
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En
sino
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ia d
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ação)
; 2ª
.
seção
–
Biologia Aplicad
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Hi
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e
3ª.
seçã
o
–
Sociolog
ia
(Fun
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tos da Sociol
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ia;
Sociologia
edu
cacional
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46
Se
gundo Souza (2009, p. 198), o “Código de Educação” fixou as bases de funcionamento do
sistema de ensi
no paulista a
té a década de 1960.
47
A 1
ª.
seção ficaria a car
go de um professor e três assiste
ntes e as outras seçõe
s teriam a
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profe
ssor re
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onsável par
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, 19
33).
76
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, 1933).
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medid
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m
c
onte
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se
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rminad
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o curso de formação profission
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s de 4
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o 1º
.
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révia suspens
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ituiç
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ceu as s
eguint
es condiçõ
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associaçõe
s de nacionais ou
muni
cipali
da
des;
b)
ser
em dirigidas por brasile
iro nato, com as habi
litações necessárias;
c)
terem corpo doce
nte idône
o, regi
stra
do no Departament
o de
Educação;
d)
respeita
rem em
seus
curso
s e p
rograma
s, o es
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belecido
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ciais;
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dagógicas;
77
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cias físicas
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ndispe
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em prestados perante
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nstitu
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scola;
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m, cada ano de 1º
.
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o do Estado
ou na estação f
iscal
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dade,
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tinada a
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essor
da 1.
ª s
ecção;
i)
sujeit
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-
se á fiscalização do Depar
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édio d
as Deleg
acias Reg
ionais de a
cordo c
om o regulam
ento que
o Governo baixar (S
ÃO PAULO, 1933).
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e Ed
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ação mante
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scalizaç
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realiza
das pelo
s Delegados
Regi
onais
de Ensi
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ou de se
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Inspe
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Fisc
ais
. D
e acordo com o
art. 784, a ins
peção consistiria em
exame
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tal de cinco anos e
o Curso de Formação
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as. També
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das. O Có
digo d
e Educa
ção ai
nda previ
a que, no
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o de
ser cassad
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ão, f
icaria as
s
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urad
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os o direito de
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tativa
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quiparaçõ
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pen
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escol
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xi
sten
tes.
Para levar os
professores
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localiz
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acesso, o Cód
igo de Edu
cação determin
ou estágios
para todos os
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sso
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s
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-
se
també
m para o
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as
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N
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ma
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Of
iciais. De acordo com o art. 322:
1 -
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o estágio as
localiz
ada
s em pon
tos
de dif
íc
il ace
sso
que
, por isso, ex
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dência
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essor no pr
óprio lugar
da escola;
2 -
são do se
gun
do estágio as loc
aliza
das e
m pont
os de
fác
il ace
sso,
mas qu
e obr
iguem o pr
ofe
ssor a resi
dir no pr
ópri
o
lugar da escola;
3 -
são do terce
iro estágio as
cidade
s populo
sas e a
s
qu
e permi
tem ao
profe
ssor r
esidir noutr
o lugar, viaj
ando, diari
amente,
para dar au
las.
4 -
são do q
uar
to e
stágio as
da Capi
ta
l e ar
re
dore
s que
per
mitiam q
ue
professor
resi
disse na Capi
tal (S
ÃO PAULO, 1933).
Pela d
ete
rminação
, os pr
ofesso
res
em in
ício
d
e car
re
ira passar
i
am
prime
ira
me
nte
pel
as
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sco
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r
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ra
is e
i
soladas que exi
giam resi
dência no
própr
io
loc
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esc
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.
De
pois
p
ode
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loc
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cil
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cesso e
por fim,
para c
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s mais popu
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sa
s e
poss
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me
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em
g
ru
pos
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scol
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es.
Por
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perce
ber u
ma preoc
upação em c
ontrol
ar os camin
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o Código
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aul
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stitu
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s d
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caçã
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48
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s)
para formar
48
O Instit
uto
de Ed
ucaç
ão con
sist
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Font
e:
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e
ia (
1946),
“
O Ensino Secundário e Nor
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Escolas Nor
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Font
e:
Quadro elaborado conforme da
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e
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1946),
“
O Ensino Secundário e Nor
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emonstrado
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mp
rof
i
cu
idade
da
medi
da
(
LI
NS, 1937, p. 9).
Alé
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fi
culdade
de mant
er o
s prof
esso
res nas
e
scol
a
s
i
solad
as,
os
im
ig
ran
te
s estr
an
ge
iros
também c
au
sam
pr
eoc
upaç
ão a
o
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Ens
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Lin
s, pois além d
e traz
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m sua cultur
a de
orige
m ao país, ele
s
me
smos c
on
str
uía
m a
s esc
olas e
re
iv
in
d
icava
m o pro
fes
sor
:
[...] Só em 1936, dizem as estat
ísticas, entraram em Araçat
uba 1. 338
japo
nezes e em
Lins 234.
Estabele
cido
s no bai
rr
o, constr
oem logo o pr
édio par
a a esc
ola ‘quas
e
sempr
e de ma
deir
a,
amplo e c
om mui
tas janelas’
.
Dão
-
lhe mo
bili
ári
o tosco,
lou
sa e algu
m mate
ri
al.
Pédem o pr
of
essor
á autor
idade e
scolar
. Se possív
el di
plomad
o,
melhor;
do contrári
o particu
lar f
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ao pé da nossa escola,
dá
-
se,
també
m, lo
go q
ue
possí
ve
l, a a
ula da
lí
ngua j
aponeza, que a Lei
facu
lta e a colônia acha i
ndispensáve
l.
[...
] E depois
é
o pr
ópri
o extr
angei
ro quem, á falta de esc
ola estadual,
justifica a introdução
da particular no núcleo (LINS,
1937, p. 12).
O D
el
eg
ado
bu
scou
salie
n
tar e
m
seu
Re
la
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im
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ncia de o
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om a fo
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as e faz
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do
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sso
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s d
as áre
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ais. El
e al
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e q
ue
:
94
Com exce
pção dos prédios destinados á insta
llação da
s escolas urb
anas,
alugados pe
las pref
eitu
ras, os dos bairros e
fazendas são cedidos
gratu
itame
nte.
As dificu
ldades communs às escolas isoladas são, i
ncontestavelme
nte,
o prédi
o e a in
stallaç
ão do pr
of
essor
. N
o perí
metr
o ur
bano,
como se
acontec
e tamb
é
m aos gr
upos
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olar
es
, do pr
édi
o, q
ue
sempr
e de
ix
a a
desejar
... Nas escolas ruraes predominam as duas cir
cunstancias,
accentu
ando
-
se
a da dif
icu
ldade para a ins
tal
lação do
prof
essor
(LINS,
1937, p. 28).
Com es
se relat
o do Delega
do de Ensi
no de
Lins
, considero
que as
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ên
cias de pr
ofe
ssor
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xpansão
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ção
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úblic
a na
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iões d
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s dos g
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os. D
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modo, ape
sar do c
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nú
mero de matrículas n
o E
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sin
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ambém
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eu Relatóri
o o enfrent
amento
do mesmo
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em
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. Ele relata
que
“
semp
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odos e proc
lamada a me
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o profe
ssor
, qu
e
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idin
d
o
longe dos s
eus, em a
mbiente c
ompletamente di
verso, s
ó pensa em
remover
-
se
”
(SANTA CRUZ DO RIO PARDO, 1936, p. 101).
A dific
ul
dad
e
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r os pr
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sso
é relat
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e. No
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el
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a de Ensi
no de Presidente Pr
udent
e (1939)
, o Delegado Os
car
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o Guelli
(PRESIDENTE PRUDENTE, 1939, p. 52) po
ntua qu
e:
95
[...]
além das pr
ecárias condições
materiai
s da escola isolada,
encontr
am ta
mbé
m dif
icu
ldade e
m se i
nst
alar
em,
poi
s e
m algun
s casos,
não tinh
a tra
nsporte
diár
io até
a escola e o profe
ssor tin
ha que r
esi
dir
nas fazendas e sí
tios próximos.
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ldades que su
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gem desd
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o em enco
ntrar residência
e
pensão c
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na par
a o pr
ofessor
, dif
icu
lta de algum modo sua
adaptaç
ão ao meio.
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so porque comu
mente n
ão se in
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ssa o
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ir
o pela e
stabi
lidade
do pr
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sim não l
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aci
lita pe
nsão
em sua
residên
cia
, onde ele teri
a melhor acomodaçã
o,
mas e
ncami
nha
-
o para a casa do administrador, do fiscal,
quando não, para a casa de
qualqu
er colono..
. Na nossa r
egião onde i
mpera na su
a quase
totali
dade po
pu
lação e
xtr
ange
ir
a, so
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ndo o elemento j
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,
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esolv
ido.
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s infor
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939), é
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tan
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e Presi
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o Ensin
o Norm
al
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a Refor
ma e
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sde
19
28.
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fato pod
e j
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ficar
a
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co
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ões e a f
alta de p
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egião
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e paulist
a
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io da e
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e
m 19
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avia na d
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a d
e 1940
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s
que
sofriam com
a falt
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ssores.
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927
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cultura
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vens, atendeu às
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ão
,
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96
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a
s, a
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97
3.
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a
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se desenvol
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o
iniciou, de acordo com Camargo (1981), Love (1982) e Milliet (1982), a
partir da d
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a de
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ção das lavou
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a
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Soroc
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sse
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io.
56
Para este traba
lho, utilize
i as denominações da
s regiões pa
ulistas de acordo com
Love (1982).
98
Imag
em 6:
M
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1981)
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, em 1
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99
1910. A estrada de f
erro Noroeste se
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ins. Em Santa Cru
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ou em 1908. De
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e “march
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m 1940,
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1934, cresceu em 350% (
LOV
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2) al
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(1928, p. 2) publicou a seguinte nota sobre
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113
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junho de 1939, pelo D
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.
10.336, e depois
foi denominada, pelo
Decret
o nº
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novembro de 1945, de
Escola No
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retor Geral da Instrução Pública
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como obra d
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Auxiliadora em Lins.
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ndigente significa a
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e:
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ul
da
de
de
Fil
osofia e
Ciê
n
cias
,
Unesp
-Marília. 2007.
VID
AL, D
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FARIA F
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historiog
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duc
ação no
Brasil
. C
am
pin
as: Au
tore
s A
ssoc
iad
os,
2005, p. 41-71,
WERLE
, Flá
via O
bin
o C
orr
êa.
Prátic
a
s de
g
estão e
fe
miniz
açã
o
do
magisté
r
io.
Cadern
os de Pesquisa
, Sã
o Paulo, v. 35, n. 126, set./d
ez. 2005.
155
Fo
to
s
da capa:
PRIMEI
RA TURMA DA
ESCOL
A NOR
MAL LI
VRE DE
LINS,
1929. Lins: A
rquivo Particular de Carlos Eduardo Motta Carva
lho,
2021. 1 fotografia.
PRIMEI
RA TURMA E
SCOLA
NORMAL
LIVRE DE
SANTA
CRUZ
DO RIO PARDO, 1929. Santa Cru
z d
o Ri
o Pardo: Arquivo Part
icular
de Cel
so Prado e Junko Sato, 2021. 1 f
otografia.
C
o
nt
rac
apa:
SANTA C
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RIO
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DO
(SP).
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al
Livr
e
de S
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r
uz do Rio
Pardo
. Registro em: 18 de fevereiro de 2014.
SOBRE O LIVRO
Catalogação
And
ré Sá
vio Cra
veiro
Bueno
–
CRB 8/8211
Revisã
o e
Normali
zaçã
o
Kar
en
ina M
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Candi
do de
Souz
a
Diagramação e Ca
pa
Mari
ana da Rocha
Corrêa
Si
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Assessoria Técnica
Renato Ge
raldi
Oficina Un
iversitária Lab
oratório E
ditorial
labedi
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al.ma
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nes
p.
br
Forma
to
16x23cm
Tipologia
Adobe
Gar
amon
d Pr
o
En
tre Livre
s e Oficiais
a expansão do Ensino Normal
em São Paulo
Leila Maria Inoue
Leila Maria Inoue é Doutora e Mestre
em Educação pela Universidade Esta
-
dual Paulista Júlio de Mesquita Filho
(Unesp) – campus de Marília e graduada
em Pedagogia pela mesma universidade.
É membro do Grupo de Estudos e Pes
-
quisas em Administração da Educação e
Formação de Educadores. Desde a ini
-
ciação
cientíca
realiza
pesquisas
sobre
a história da formação de professores, e
atualmente, é bolsista de Pós-Doutorado
Júnior do CNPq.
Programa PROEX/CAPES:
Auxílio Nº 0798/2018
Processo Nº 23038.000985/2018-89
Este
li
vro
problem
atiza
a
história
da form
ação de professores primários no
estado de São
Paulo em um
momento
singular em
que
as Escola
s Normais
Li
-
vres
passam a
ser reconhecidas pelo
po
-
der público. Foi
por
meio
dessas
institui
-
ções que
o
es
tado
ampliou
o
número
de
escolas
de fo
rmação
docente a partir
da
Reforma
da Instrução Pública de 1927.
Na busca de soluções para ampliar a es
-
cola
primária e
provê-la
com
professores
formados,
a Reforma
de 1927
equipa
-
rou
as Escola
s Normais
Livres às Escolas
Normais
Ociais
para
expandir
a
forma
-
ção
de professores para os novos núcleos
urbanos
que
se formavam
no
interior
e
litoral do
estado.
Trata-s
e de um
tra
-
balho
que questionou os momentos
de
expansão da formação
de professores
em
São
Paulo durante a Primeira República
e busco
u com
preender
e analisar
o pro
-
cesso de
expansão das Es
colas Normais
Livres na reg
ião
oeste
paulista e
o
papel
dessas
institu
ições.
Para a construção
dessa
narrativa
foram
levantadas
fontes
privilegiadas
como
leis,
relatórios,
anuá
-
rios
de ensino, mas também
documentos
encontrados nos arquivo
s permanentes
da Esc
ola
Es
tadual Leônidas do
Amara
Vieira,
em
Santa
Cruz
do
Rio
Pardo,
e
do Co
légio Nossa Senhora
Auxiliadora,
em
Lin
s, com
o
livros
de matriculas, li
-
vros
de
visitas, atas de
exames,
entre
ou
-
tros.
Este trab
alho ressalta
a importância
dos
acervos
e
arquivos
escolares para
as
investigações
sobre
a História da Educa
-
ção no Brasil.
En
tre Livre
s e Oficiais
Leila Maria Inoue