ESPAÇO E LUGAR PRIVILEGIADO PARA
FORMAÇÃO DE PROFESSORES
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
“FERNANDO COSTA”
(1953-1975)
Aline de Novaes Conceição
Os Institutos de Educação eram instituições complexas, cujo eixo cen-
tral era a formação de professores articulada com vários níveis de en-
sino que funcionavam nos próprios institutos. Neste livro, Aline de
Novaes Conceição reconstitui elementos de uma história do Institu-
to de Educação “Fernando Costa”, que funcionou de 1953 a 1975, en-
focando a instalação, encerramento e as vivências dos sujeitos da insti-
tuição, ou seja, alunos, familiares, professores, diretores e supervisores.
A autora explica que a instituição pesquisada foi recebida positivamente pelos
habitantes da cidade e o encerramento causou indignação e manifestações
contrárias. O Instituto de Educação “Fernando Costa”, funcionou buscando
um diálogo com a localidade, tendo a formação dos professores sido reali-
zada articulando com a prática vivenciada pelos sujeitos no Curso Primário
Anexo, no Ensino Secundário e no Curso Colegial, sendo esse instituto um
espaço privilegiado para a formação de professores, cujos cursos localizados
nesse espaço, tinham conitos que envolviam diretores, professores e alunos.
Segundo Magalhães no livro
Tecendo nexos: história das instituições
educativas, há a necessidade de pesqui-
sas sobre processos e instituições edu-
cativas, centralmente, as escolares, em
que sejam cruzadas as informações ad-
vindas de fontes internas e externas des-
ses processos e instituições, em busca de
histórias que sejam problematizantes e
que integrem os âmbitos normativos,
teóricos e as práticas educativas, enfo-
cadas nas relações entre cada institui-
ção e processo educativo/escolar. Essa
formulação de Magalhães remete a his-
tória das instituições relacionadas com
o processo educacional para espaços e
lugares constitutivos e constituintes de
especicidades próprias, reveladores
da historicidade humana, na produção
de processos para a própria existência.
Nessa perspectiva, neste livro
são apresentados resultados de pesqui-
sa minuciosa e rigorosa, característi-
cas próprias da postura de sua autora,
a professora e pesquisadora Aline de
Novaes Conceição, e a partir das quais
suas trajetórias prossional e acadêmi-
ca têm sido constituídas. Inicialmente
apresentados mediante dissertação de
mestrado intitulada O Instituto de Edu-
cação de Presidente Prudente/SP (1953-
1975): elementos para a História de uma
instituição escolar (2017), tais resultados
são decorrentes de análises de dados e
informações de fontes primárias, sis-
tematizados em ricos instrumentos de
pesquisas, os quais são, generosamen-
te, ofertados pela autora em apêndices.
Recuperado dentre os demais
Institutos de Educação formadores de
professores, o Instituto de Educação
“Fernando Costa” (1953-1975), da
cidade de Presidente Prudente/SP, é
“dado a ler” neste livro em suas especi-
cidades arquitetônicas e de seus sujei-
tos, aspectos reveladores desse espaço
e de seu “lugar” privilegiado, “desbra-
vador” e constituído em diálogo com
sua comunidade, como desejado pelos
habitantes da cidade que o acolheu.
Aos pesquisadores de e sobre
história das instituições escolares, segue
mais este livro de referência e, portan-
to, os nossos agradecimentos à autora.
Programa PROEX/CAPES:
Auxílio Nº 0798/2018
Processo Nº 23038.000985/2018-89
ESPAÇO E LUGAR PRIVILEGIADO PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Aline Conceição
ROSANE MICHELLI DE CASTRO
ESPO
E LUGAR PRIVILEGIADO PARA
FORMAÇÃO
DE PROFESSORES:
I
NSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA
(1953-1975)
ALINE DE NOVAES CONCEIÇÃO
ALINE DE NOVAES CONCEIÇÃO
ESPAÇO E LUGAR PRIVILEGIADO PARA
FORMAÇÃO
DE PROFESSORES:
I
NSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA
(1953-1975)
Marília/Oficina Universitária
São Paulo/Cultura Acadêmica
2020
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS FFC
UNESP - campus de Marília
Diretor
Prof. Dr. Marcelo Tavella Navega
Vice-Diretor
Dr. Pedro Geraldo Aparecido Novelli
Conselho Editorial
Mariângela Spotti Lopes Fujita (Presidente)
Adrián Oscar Dongo Montoya
Célia Maria Giacheti
Cláudia Regina Mosca Giroto
Marcelo Fernandes de Oliveira
Marcos Antonio Alves
Neusa Maria Dal Ri
Renato Geraldi (Assessor Técnico)
Rosane Michelli de Castro
Conselho do Programa de Pós-Graduação em Educação -
UNESP/Marília
Graziela Zambão Abdian
Patrícia Unger Raphael Bataglia
Pedro Angelo Pagni
Rodrigo Pelloso Gelamo
Maria do Rosário Longo Mortatti
Jáima Pinheiro Oliveira
Eduardo José Manzini
Cláudia Regina Mosca Giroto
Imagem de capa: fachada do Instituto de Educação “Fernando Costa” (foto da autora)
Auxílio Nº 0798/2018, Processo Nº 23038.000985/2018-89, Programa PROEX/CAPES
Ficha catalográfica
Serviço de Biblioteca e Documentação - FFC
Conceição, Aline de Novaes.
C744e Espaço e lugar privilegiado para formação de professores: Instituto de Educação “Fernando Costa”
(1953-1975) / Aline de Novaes Conceição. Marília : Oficina Universitária ; São Paulo : Cultura
Acadêmica, 2020.
229 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN: 978-65-86546-77-4 (Impresso)
ISBN: 978-65-86546-96-5 (Digital)
1. Educação - História. 2. Professores - Formação. 3. Educação São Paulo (Estado) – 1953-1975. I.
Título.
CDD 370.109
Copyright © 2020, Faculdade de Filosofia e Ciências
Editora afiliada:
Cultura Acadêmica é selo editorial da Editora UNESP
Oficina Universitária é selo editorial da UNESP - campus de Marília
DOI: https://doi.org/10.36311/2020.978-65-86546-96-5
Para os meus pais, pois com eles
cresci vivenciando a união entre
Marília/SP e Prudente/SP.
AGRADECIMENTOS
_______ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ _______________ ____________ ___________ ____________ ____________ ___________
Agradeço sobretudo e acima de tudo ao onipotente Deus que com
sua graça patrocinou e patrocina todos os meus sonhos, sem Deus eu nada
seria e nada faria.
Também é necessário agradecer a participação de pessoas que
contribuíram para os resultados do texto, que originalmente, foi
apresentado sob a forma de dissertação do curso de mestrado, assim
agradeço ao Dr. Macioniro Celeste Filho, meu orientador, pelo
acompanhamento, convivência e orientações no processo da pesquisa.
Às professoras Dra. Rosa Fátima de Souza, Dra. Maria Angela
Borges Salvadori e Dra. Rosane Michelli de Castro, agradeço por me
auxiliarem a pensar sobre a história do Instituto de Educação “Fernando
Costa”, participando como examinadoras da pesquisa.
À Karina Silva Smerdel, que no momento da pesquisa era vice-
diretora da Escola Estadual “Fernando Costa” localizada em Presidente
Prudente/SP, agradeço por ter me recebido atenciosamente e possibilitado
que eu tivesse acesso às fontes do extinto Instituto de Educação pesquisado.
Aos meus tios e primos que residem em Presidente Prudente/SP,
agradeço pelo acolhimento nas visitas que fiz à cidade a fim de realizar a
pesquisa. Aos meus pais, Ilsa e José Francisco, agradeço por possibilitarem
que eu realizasse escolhas. Ao Pedro do meu caminho, por carinhosamente
disponibilizar sua atenção e ouvir-me atentamente buscando compreender
o que de fato eu estava realizando. À minha irmã Larissa e cunhado Victor,
pelos auxílios em todos os âmbitos da vida e aos meus amigos que me
acompanharam nesse processo.
Ao Carlos Roberto Martins Toloi que foi meu professor quando
cursei o Ensino Médio noturno em uma Escola Estadual. Além de me
ensinar a descobrir a necessidade e os encantos de aprender história, nesses
anos que leciono, esse professor, mesmo que distante fisicamente, tem sido
inspiração sempre presente nas minhas memórias.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) que concedeu bolsa para que fosse desenvolvida a
pesquisa com maior dedicação e ao Programa de Pós-Graduação em
Educação da Universidade Estadual Paulista (Unesp) “Júlio de Mesquita
Filho”, Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC), campus de Marília/SP,
que tornou possível a publicação deste livro.
[...] não existe história simples,
nem mesmo história tranquila.
Se o arquivo serve realmente de
observatório social, é só por
meio da desordem de
informações aos pedaços, do
quebra-cabeça imperfeitamente
reconstituído de acontecimentos
obscuros. Trilha-se uma leitura
em meio a fraturas e dispersão,
forjam-se perguntas a partir de
silêncios e de balbucios
(Arlette Farge)
SUMÁRIO
Prefácio
Macioniro Celeste Filho........................................................................................13
Introdução......................................................................................................17
1. Instituto de Educação “Fernando Costa”......................................................27
1.1 Início do funcionamento .........................................................................32
1.2 Institutos de Educação do estado de São Paulo .........................................42
1.3 Encerramento .........................................................................................53
2. Elementos arquitetônicos e espaciais do Instituto de Educação “Fernando
Costa”.............................................................................................................61
2.1 Espaço exterior ........................................................................................62
2.2 Espaços internos .....................................................................................76
2.3 Arquitetura .............................................................................................91
3. Vivências dos membros do Instituto de Educação “Fernando
Costa”.............................................................................................................97
3.1 Diretores ................................................................................................99
3.2 Professores ............................................................................................110
3.3 Alunos ..................................................................................................113
3.3.1 Casos conflituosos envolvendo alunos e as resoluções desses casos ........126
3.3.2 Avaliação dos alunos ...........................................................................158
3.3.3 Alunos e professores: o Clube de Química .........................................161
3.4 Os pais: Associação de Pais e Mestres do Curso Primário ........................179
Conclusão.....................................................................................................185
Referências....................................................................................................191
Fontes utilizadas na pesquisa.........................................................................211
Instituições, acervos, arquivos e bases de dados on-line consultados...............223
Sobre a autora................................................................................................227
13
PRECIO
_______ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ _______________ _
Como se formam pesquisadores sérios em História da Educação?
Foi o que aprendi acompanhando a trajetória de mestrado da Aline de
Novaes Conceição. O conhecimento, nas Humanidades, raramente está
onde supostamente acreditamos que deveria estar. Então, como encontrá-
lo? Foi o que a autora do livro aprendeu, entre outros aspectos, em seu
avanço como historiadora. Para tanto, em parte, o mestrado é também um
aprender fazendo. Aprende-se a conhecer o objeto almejado. Contudo,
mais do que isso, aprende-se recompor-se mentalmente a cada percalço, a
cada lacuna, a cada inexistência de fontes documentais iluminadoras do
conhecimento sobre algo parcialmente novo, velado. A luz da
compreensão clareia o que se quer compreender, mas simultaneamente
ilumina quem está paulatinamente entendendo o inédito. Foi com grande
prazer que compartilhei o percurso da discente nestas descobertas, nesses
lampejos de compreensão da instituição escolar por ela pesquisada e em
suas mudanças mentais, acompanhadas da satisfação pelo seu simultâneo
crescimento intelectual. O que pode mais almejar um historiador que foi
também seu orientador?
Rimos muito em nossos contatos. Não foi pouco frequente
desafogarmos a ansiedade constante com a pesquisa histórica com
gargalhadas sobre as mazelas dos arquivos, da burocracia, da má vontade
alheia, da incompreensão frente o novo, enfim, rimos com os percalços
que acompanham a boa pesquisa histórica. A discente estranhou
inicialmente esse bom humor mútuo, pois rindo, nos fragilizamos em
nossas carapaças individuais. Rindo juntos, nos irmanamos. Isso não é
comum na Pós-Graduação universitária. Portanto, foi grande descoberta
14
para mim também. É possível formar novos pesquisadores em
Humanidades sem enlouquecê-los de ansiedade. Contudo, isso só ocorre
se o jovem intelectual quer mesmo aprender a fazer algo bastante
incompreensível à primeira vista. A autora aceitou essa possibilidade e esse
desafio. O que isso proporciona? Confiança. Confiança em sua capacidade
de compreensão. Confiança nas relações institucionais coletivas na
universidade. Confiança em historiadores mais experientes. Confiança na
vida. A autora confiou em muitas dessas coisas e não foi completamente
desapontada. Quando isso ocorria, ríamos.
Quais foram meus principais conselhos a essa jovem pesquisadora?
Ir mais devagar. Dar tempo de avanço às ideias. Ter paciência com as
impossibilidades de pesquisa. Tirar férias. Como orientador, nunca pensei
que tivesse que pedir isso a uma pesquisadora. Contudo, eram também
sugestões utópicas dentro da linha de montagem intelectual da Pós-
Graduação universitária, pois o que menos se tem no mestrado é tempo.
Aline conseguiu um equilíbrio notável entre as múltiplas pressões
temporais a impactá-la, que se constituiu em outra formação nova
conquistada por ela, a de lidar com as multiplicidades de tempos. Um
historiador que não sabe lidar com o tempo está no caminho errado. Foi
estudando os tempos escolares da instituição por ela pesquisada, que
também compreendeu as temporalidades contemporâneas de nossa
atuação intelectual, profissional e social. Novamente, compreensão do
objeto estudado e autoconhecimento.
Apresentar a história de uma instituição importante localizada no
interior de um estado, nesse caso, do Estado de São Paulo, o denominado
Instituto de Educação “Fernando Costa”, em Presidente Prudente/SP, foi
o desafio proposto pela autora. Aline de Novaes Conceição como todo
historiador na área educacional, teve muitíssimas dificuldades com a
15
desorganização documental dessa instituição. Assim, após elaborar o
arcabouço documental de forma sistematizada, a autora do atual livro teve
que desvendar o que essas fontes informavam de maneira significativa
sobre a vida dessa instituição. Isso pode parecer simples. Certamente não
é. O que significava para os sujeitos envolvidos na socialização escolar do
Instituto de Educação “Fernando Costa”? Como isso exemplificava os
valores sociais e culturais do período pesquisado? A autora saiu-se muito
bem em explicar ao leitor tais facetas históricas, a partir do funcionamento
concreto de um Instituto de Educação. Este é o principal mérito do livro
que aqui se apresenta. A contextualização legislativa, econômica, das
normas administrativas da educação, da instituição do período, entre
outros fatores, estão todos presentes no texto do livro, mas tendo os agentes
internos da escola, seus professores, alunos e administradores como
protagonistas dos acontecimentos narrados. Tal diálogo entre o interno e
o externo à instituição escolar está bem tramado no presente livro. Essa
maturidade é rara. Começou assim? Certamente não. Mas desabrochou,
cresceu, na trajetória da pesquisa. Quem quiser entender como esses passos
são dados, recomendo a leitura atenta deste livro. Aline além de analisar a
educação no interior paulista na segunda metade do século passado,
também apresenta como o conhecimento histórico pode ser significativo
aos sujeitos envolvidos em processos educacionais. É, portanto, ótima
referência de produção acadêmica em História da Educação. Constituir-se
como autor de um livro é construir a si mesmo como um intelectual. A
autora conseguiu as duas coisas de maneira brilhante. Coisa rara.
Espero que o leitor perceba no texto vislumbres do que aqui
apresento, pois, esses bastidores quase nunca são destacados quando lemos
um livro. Para tanto, não há segredo: boa leitura!
Macioniro Celeste Filho
17
INTRODUÇÃO
_______ ____________ ____________ _____________________ ____________ _______________ ____________ ____________ ____________ ____________
No Brasil, a primeira instituição denominada de Instituto de
Educação, teve a instalação em 1932 no Distrito Federal e, no ano
seguinte, em 1933, iniciaram as atividades no primeiro Instituto de
Educação do estado de São Paulo. Os Institutos de Educação, eram
instituições escolares complexas, cujo principal eixo, era a formação
docente articulada com vários níveis de ensino.
Assim, havia a Escola Normal (Curso Normal e Curso de
Aperfeiçoamento), o Curso Colegial que se dividia em científico (formava
na área das Ciências Exatas) e clássico (formava na área das Ciências
Humanas e Línguas), o Curso Ginasial e a Escola Primária Anexa.
A pesquisa bibliográfica, previamente realizada, indicou que há
uma baixa quantidade de pesquisas sobre os Institutos de Educação e essas
abrangem aspectos diversos como: Filosofia Pedagógica, patrono,
formação do professor primário e secundário, trajetória do Instituto de
Educação à Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo, práticas
pedagógicas, descrição do acervo de uma biblioteca, educação feminina,
educação do movimento dos sem-terra, escola de professores, gênero, curso
de Pedagogia e Curso Normal, curso de Administração Escolar, memórias
e narrativas de professoras normalistas e História da Disciplina Didática.
Essas pesquisas foram realizadas sobre os institutos do Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Amapá, Paraíba Pernambuco e
São Paulo. Os resultados foram apresentados em dissertações de mestrado,
livros, artigos, teses de doutorado e Trabalhos de Conclusão de Curso.
18
No estado de São Paulo, foram pesquisadas; as seguintes cidades:
São Paulo (seis pesquisas), Piracicaba (duas), Rio Claro (duas),
Adamantina (uma), Birigui (uma), Itapetininga (uma), Presidente
Prudente (uma), Santa Cruz do Rio Pardo (uma), São Carlos (uma), além
de uma pesquisa realizada no âmbito geral dos Institutos de Educação do
estado.
Dentre essas pesquisas sobre os Institutos de Educação do estado
de São Paulo, destacam-se: Nadai (1994), Camargo (1997), Pirolla (1988),
Ribeiro (1999), Pinheiro (2000), Evangelista (1997, 2002), Tofoli (2003),
Serra (2004), Bontempi Júnior (2011), Reis (2015) e Labegalini (2005).
Nessas pesquisas foram utilizadas como fonte, principalmente: números de
jornais (oito pesquisas), entrevistas (cinco), periódicos (cinco), legislação
(três), fontes localizas no arquivo permanente da instituição (três) e fontes
localizadas com ex-professores e ex-alunos da instituição (duas).
No âmbito das pesquisas sobre Instituições Escolares
1
, parece
relevante considerar a cultura de cada instituição para buscar a sua
identidade, realizando uma pesquisa com abordagem histórica que se inicie
na própria instituição, utilizando, principalmente, as fontes primárias do
arquivo permanente do local pesquisado.
Dos autores que trabalham com o tema Instituições Escolares têm-
se recorrentes textos, de Paolo Nosella e Ester Buffa, que trabalham na
perspectiva do método dialético marxista. Apesar disso, Magalhães (2004)
é um autor citado recorrentemente nos textos sobre Instituições Escolares
e aproxima as suas reflexões com as influências da História Cultural,
compreendendo que a História das Instituições Educativas é uma história
1
Há duas maneiras de se referir a essas pesquisas, a saber, “Instituição Escolar” e “Instituição Educativa”, “[...]
entende-se instituição escolar em um sentido estrito e instituição educativa em um sentido amplo, como, por
exemplo, igrejas, clubes, presídios, sindicatos, partidos políticos etc.” (SANFELICE, 2007, p. 76).
19
social/cultural; institucional/pedagógica e antropológica, centrada no local
relacionando com o universal representado e substantivado na
fundamentação, legitimação e projeção da ação educacional. Inclui a
materialidade e a ação; a explicação das decisões; as relações de
comunicação e o enquadramento da comunidade envolvente.
várias possibilidades para realização de uma pesquisa sobre as
Instituições Escolares. Entretanto, atualmente, nas diversas tendências
a valorização da preservação do patrimônio escolar e a preservação do
arquivo permanente da instituição, além da defesa da utilização de diversas
fontes (não somente as legislativas) e da realização de uma pesquisa que
seja interpretativa e não somente descritiva.
A pesquisa, cujos resultados estão apresentados neste livro, está no
âmbito das Instituições Escolares, especificamente dos Institutos de
Educação, tendo como problema norteador: como o Instituto de Educação
“Fernando Costa”, instalado em Presidente Prudente/SP, desenvolveu suas
atividades, sobretudo, as finalidades previstas no Código de Educação do
Estado de São Paulo?
Segundo esse código, em relação aos objetivos de um Instituto de
Educação, havia elementos relacionados com o ato de formar docentes que
atendiam os cursos primários, formar inspetores e diretores, oferecer cursos
que eram de divulgação, aperfeiçoamento e oferecer cursos secundário e
primário, sendo que esses cursos deveriam possibilitar aos professorandos
a prática do ensino e também o ato de experimentar o magistério (SÃO
PAULO, 1933).
A escolha do Instituto de Educação de Presidente Prudente/SP
ocorreu por ter sido um dos primeiros instalados no interior de São Paulo,
especificamente o 17º de um total de 120 e a sua instalação teve um sentido
“desbravador” para os habitantes da cidade como afirmou o paraninfo
20
Mário Junqueira da Silva, na formatura do Curso de Administração
Escolar do Instituto de Educação “Fernando Costa” (SOLENIDADE...,
1955).
Com isso, os objetivos da pesquisa que estão apresentadas neste
livro, consistem em reconstituir elementos de uma história do Instituto de
Educação “Fernando Costa” de Presidente Prudente/SP, que funcionou
entre 1953 e 1975. Especificamente elementos referentes a instalação e
encerramento dessa instituição e elementos das vivências dos sujeitos na
instituição.
O ano de 1953 é o ano de início do funcionamento do Instituto
de Educação “Fernando Costa” e 1975, consiste no ano que antecede a
implementação da Reforma do Ensino que envolveu os 1º e 2º Graus em
todo o estado de São Paulo. Essa reforma foi baseada na Lei n. 5692/71 e,
a partir dessa legislação, os Institutos de Educação foram extintos.
Para a pergunta inicialmente levantada sobre o modo que, naquele
período histórico, o Instituto de Educação “Fernando Costa” desenvolveu
suas atividades, sobretudo, as finalidades previstas no Código de Educação
do Estado de São Paulo, a hipótese que conduziu a pesquisa é a de que o
Instituto de Educação “Fernando Costa” buscava um diálogo com a
comunidade.
Com a opção pela abordagem histórica do tema, consultou-se o
arquivo permanente da Escola Estadual em que no passado abrigou o
funcionamento o Instituto de Educação “Fernando Costa”, ou seja,
atualmente, uma escola que atende do 6º ano do Ensino Fundamental ao
3º ano do Ensino Médio.
Foram localizadas fontes primárias sobre o tema, especificamente
atas, diplomas, certificados, inscrições (em exames de admissão, em órgãos
21
do instituto, entre outras), inventários, livros caixa, livros ponto, livros de
chamada, atestado de frequência, livros de matrícula, mapas de
movimento, livro de correspondência, livro de compromisso, registro de
punições, recibos de transferências, termo de visita do Inspetor Estadual,
papeletas de notas, exames, dicionários, enciclopédias, dicionários,
enciclopédias, livros entre outras.
As referências; fotografias das capas e informações das fontes
localizadas estão contidas no instrumento de pesquisa intitulado Instituto
de Educação “Fernando Costa” (1953- 1975): um instrumento de pesquisa
(CONCEIÇÃO, 2014).
Integraram o corpus documental
2
da investigação, as atas; exames
realizados pelos alunos; livro de correspondência; livro de compromisso;
registro de punições; termo de visita do Inspetor Estadual; inventário;
livros de matrícula e planta da instituição. Além dessas fontes do arquivo
permanente da instituição, foram utilizadas figuras do Instituto de
Educação “Fernando Costa”; legislação educacional orientadora e
normatizadora desse instituto e números de jornais prudentinos.
Ao tratar dos jornais, é importante considerar o mencionado por
Farge (2009) ao registrar que o impresso tem uma intenção, sendo
publicado para que seja lido pelo maior número de pessoas, buscando a
divulgação de notícias e a criação e/ou modificação de um pensamento.
Há necessidade de pesquisas sobre Instituições Escolares em que há
o cruzamento das fontes internas e externas da instituição com a legislação,
a fim de reconstituir reais indícios das histórias dessas instituições. Dessa
forma, essas pesquisas com abordagem histórica devem ser realizadas como
2
Ressalta-se que na utilização dos textos foi mantida a ortografia do período, pois esse elemento também é
indício do tempo.
22
“[...] história problematizante, integrando as dimensões normativas e
teóricas e as práticas educativas, focalizada na relação entre cada instituição
educativa [...]” (MAGALHÃES, 2004, p. 152).
Ressalto que, para a realização da pesquisa cujos resultados estão
sintetizados neste livro, considerou-se a História Cultural que, segundo
Diniz (2012), esse tipo de investigação se utiliza da cultura como
significados construídos pela humanidade, buscando explicar o mundo,
tendo como base, fontes diversas, representações, simbolismos, práticas,
mentalidades, entre outros aspectos. Realidade que se relaciona com o
interior da instituição.
Por cultura escolar, compreende-se a definição emitida por
António Viñao Frago, considerando que “[...] recobre as diferentes
manifestações das práticas instauradas no interior das escolas, transitando
de alunos a professores, de normas a teorias. [englobando] [...] tudo o que
acontecia no interior da escola.” (FARIA FILHO; VIDAL, 2004, p. 147).
Para o autor, em cada instituição há uma cultura o que ressalta a
singularidade de cada instituição e a existência de culturas escolares.
Assim,
Olhar a escola pelas lentes da cultura escolar permite não apenas
ampliar nosso entendimento sobre o funcionamento interno da
instituição como nos provoca a rever as relações estabelecidas
historicamente entre escola, sociedade e cultura [...] Nessa medida, a
cultura escolar não deixa de ser uma importante ferramenta teórica
para explorar o passado e o presente da escola na sua relação com a
sociedade e a cultura, no jogo tenso das lutas de poder que perpassam
o escolar e expressam nele as contradições sociais. (VIDAL, 2009, p.
39).
23
Com a busca da realização de pesquisas sobre cultura escolar houve
uma renovação da história que emergiu em novos temas, dentre eles, a
história das instituições
[...] mobilizada tanto pelo estudo da cultura escolar quanto pela
exigência metodológica de uma historiografia comprometida com a
evidência documental, ancorada na exploração rigorosa de fontes de
pesquisa e no escrutínio dos arquivos, propiciando, assim, a
redescoberta dos arquivos escolares. (SOUZA, 2014, p. 5).
A história das instituições pode ser considerada como vertente da
denominada História Cultural, que possibilita a compreensão de várias
temáticas a partir das vivências escolares, relacionando as interações no
espaço com as relações entre escola e sociedade (DINIZ, 2012).
Por sua vez, cabe ressaltar que, na História da Educação, é
importante buscar compreender os elementos internos da Instituição
Escolar e não somente a legislação educacional, pois na busca de execução
das normas encontram-se resistências, tensões e apoios, assim é necessário
voltar-se para o que ocorreu no interior da escola não nos deixando “[...]
enganar inteiramente pelas fontes, mais freqüentemente normativas, que
lemos.” (JULIA, 2001, p. 15).
Além disso, é importante compreender que nas pesquisas e estudos
baseados na História da Educação, a “[...] incompreensão do presente
nasce fatalmente da ignorância do passado. Mas talvez não seja menos vão
esgotar-se em compreender o passado se nada se sabe do presente.”
(BLOCH, 2001, p. 65). Assim, para interpretar as fontes “[...] uma
primeira condição deve ser cumprida: observar, analisar a paisagem de hoje
[...]” (BLOCH, 2001, p. 67).
24
As Histórias das Instituições Escolares não se confinam às análises
por setores e nem a uma abordagem estritamente interna, mas a “[...]
proposta de uma abordagem simultaneamente interna e de relação com a
comunidade envolvente confere uma identidade histórica, de construção,
à ação educativa. Toda a relação educativa é de natureza instituinte e
reflexiva.” (MAGALHÃES, 2004, p. 165), pois a instituição é afetada pela
sociedade e também pela cultura.
Além disso, a história, como afirmou Dióres S. Abreu
3
(1997, p.
86) contribui
[...] para resolvermos os problemas que nos cercam [...]. Para
entendermos o que está acontecendo à nossa volta, para sermos lúcidos
diante da complexidade da sociedade atual, para nos posicionarmos
diante das exigências do momento atual brasileiro e internacional é que
precisamos conhecer História. [...] Porque os problemas têm suas raízes
presas em acontecimentos ocorridos no passado. [...] o estudo do
passado deve ser um instrumento para superá-lo e não perpetuá-lo.
Assim, História não é saudosismo, conservantismo, simples passa-
tempo ou curiosidade, mas instrumento de conscientização [...]
Ao mencionar todos esses aspectos, justifica-se a importância de
um livro cuja pesquisa foi realizada com abordagem histórica sobre o
Instituto de Educação “Fernando Costa”, que funcionou de 1953 a 1975,
considerando que era uma instituição em que se privilegiava a formação de
professores, tendo para isso, vários níveis de ensino.
Assim, este livro está organizado em 3 partes: no Capítulo 1, são
apresentados elementos do encerramento e, também, da instalação do
Instituto de Educação “Fernando Costa”. No Capítulo 2, são descritos
3
Segundo Belieiro (2012), Dióres Santos Abreu foi professor da Unesp de Presidente Prudente/SP e naquele
momento era quem mais tinha conhecimento da história dessa cidade.
25
elementos arquitetônicos e suas relações com os espaços internos e externos
desse instituto. No Capítulo 3, são apresentados fragmentos das vivências
dos membros da instituição em questão, especificamente dos diretores,
professores, alunos e pais; e também elementos do Clube de Química e das
excursões que realizava. Em seguida, nas considerações finais é encerrado
o estudo apresentado neste texto com algumas relevantes conclusões para
a compreensão do diferencial desse instituto para os estudos de História da
Educação e formação de professores. Após as considerações finais, há as
referências dos textos citados, as fontes utilizadas e os locais consultados.
27
1.
I
NSTITUTO DE EDUCAÇÃO
“F
ERNANDO COSTA
_______ ____________ ____________ _____________________ ____________ _______________ ____________ ____________ ____________ ______ ___________ ____________ _______________ ____________ ____________ _____________________ ____________ _______________ ____________ ___________ ____________ _______________ ____________ ____
Neste Capítulo, serão tratados sobre os elementos organizacionais
do ensino no período em que funcionou o Instituto de Educação
“Fernando Costa”. Após isso, será relatada sobre a instalação desse
instituto, relacionando com os Institutos de Educação do estado de São
Paulo e finalizando com o momento em que esse instituto teve as
atividades encerradas.
Desse modo, no período em que funcionou a instituição
pesquisada, o ensino era composto pelos níveis: elementar, médio e
superior. No Ensino Elementar havia os seguintes ensinos:
Pré-primário: composto de escolas maternais (atendia crianças
com dois a quatro anos) e de jardins de infância (atendia
crianças com cinco anos);
Primário: ensino obrigatório para crianças após os sete anos
(PINTO, 1968).
O ensino Pré-primário poderia ser ministrado em escolas maternais
e jardins de infância. Sendo que nos Instituto de Educação, essas escolas
eram locais de observações para os alunos do Curso Normal e do Curso de
Aperfeiçoamento que realizavam seus estágios obrigatórios (SÃO PAULO,
1947).
28
O Ensino Primário dos Institutos de Educação era experimental
4
e
com ministração de educação primária aos meninos e meninas,
concomitantemente ao período em que possibilitava que os professorandos
para o Curso Primário, praticassem, experimentassem e observassem esse
ensino (SÃO PAULO, 1947).
Após 1947, o Curso Primário que poderia ser ministrado nas
escolas isoladas, grupos escolares, Cursos anexos às Escolas Normais e aos
Institutos de Educação, passou a ter a duração de quatro ou cinco anos
(SÃO PAULO, 1947).
O Curso Primário era composto com no mínimo quatro séries
anuais, sendo que quando não houvesse o Ginásio Oficial na cidade, o
Ensino Primário poderia estender-se para a 5ª e 6ª série do Instituto de
Educação, ou seja, poderia ser estendido por mais dois anos (SÃO
PAULO, 1968a).
Os professores dos cursos Pré-primários e Primários consistiam em
professores que tivessem “aptidão” para essa educação e “[...] estudos
especiais da matéria, indicadas pelo diretor do Instituto de Educação
dentre professores do quadro do magistério primário.” (SÃO PAULO,
1947, [p. 127]).
Em 1971, na legislação educacional, o Ensino Primário passaria a
ter duração de oito anos recebendo a nomenclatura de ensino de 1º grau e
o Ensino Médio passaria a ter a nomenclatura de ensino de 2º grau.
Compreendendo que nesse primeiro grau estariam crianças a partir dos
sete anos de idade (BRASIL, 1971). Todavia, no Instituto de Educação
“Fernando Costa”, essa legislação entrou em vigor a partir do ano de 1975.
4
Em 1933, também é mencionado que o Ensino Primário era[...] de carater acentuadamente experimental.”
(SÃO PAULO, 1933, [p. 130-131]).
29
O Ensino Médio compreendia o Curso Secundário, Técnico ou
Ensino Profissional (também abrangia o ensino industrial, agrícola e
comercial) (PINTO, 1968) e o curso que formava o professor Primário e
Pré-primário (SÃO PAULO, 1968a).
O Curso Secundário poderia ser ministrado em dois ciclos: no ciclo
ginasial (com duração de quatro séries anuais) e no ciclo colegial (com
duração de três séries anuais), o objetivo desse ciclo era a “[...] formação
profissional imediata ou mediata, preparando-o para os cursos de nível
superior.” (SÃO PAULO, 1968b, [p. 5]). Essa forma de organização do
Ensino Secundário foi instalada com o Decreto nº 4224 do ano de 1942 e
permaneceu até 1959, quando o Ensino Colegial passou a ser integrado
(PIROLLA, 1988).
A idade mínima para ingressar no curso de grau médio era de 11
anos completos ou a completar até o final do ano letivo e era necessária a
aprovação no exame de admissão (PINTO, 1968).
O Ensino Normal também era considerado de grau médio e em
cada ciclo dos cursos desse grau haveria “[...] disciplinas e práticas
educativas obrigatórias e optativas, sendo o currículo das duas primeiras
séries do primeiro ciclo, comum a todos os cursos do ensino médio [...]”
(PINTO, 1968, p. 60).
O Curso Normal correspondia ao grau médio, pois era um “ramo”
do ciclo colegial; abrangia um curso de formação de professor, de dois
anos, um curso Pré-normal, de um ano, e um Curso Primário, de quatro
anos. (SÃO PAULO, 1947).
O Curso Normal era ministrado em dois modelos:
30
I- [Na] Escola Normal, destinada a manter o curso de formação de
professores primários de grau colegial, estruturado em quatro séries; [e
no]
II- [...] Instituto de Educação que além do curso de formação de
professores primários de grau colegial, [...] [manteria] os seguintes
cursos de pós-graduação:
a) - administração escolar;
b) - especialização;
c) - orientação educacional;
[...]. Os estabelecimentos de ensino normal [...] [manteriam]
obrigatóriamente um curso primário de aplicação anexo, que, além de
ministrar educação de grau primário, [...] [serviria] como campo de
experiência e de aplicação de técnicas didáticas, para os alunos-
mestres. (SÃO PAULO, 1968a, [p. 6-7]).
Assim, o Curso Normal dos Institutos de Educação, deveria:
I - formar professores, orientadores, supervisores e administradores
escolares, destinados ao ensino primário;
II- aperfeiçoar a formação do professor primário e ensejar a sua
especialização para o ensino pré-primário e o de excepcionais;
III- desenvolver e difundir conhecimentos de técnicas relativas à
educação da infância. (SÃO PAULO, 1968a, [p. 6]).
Em suma, nas Escolas Normais havia:
Curso de formação profissional do professor primário
com duração de dois anos;
Curso Secundário fundamental de preparação para o
Curso Profissional com duração de cinco anos; e
Ensino Primário com duração de quatro anos.
31
No ciclo colegial, também havia o Colégio Secundário em que
poderia haver uma ou mais orientação básica, a saber: eclética, clássica ou
científica. Na terceira série do Instituto de Educação do colégio, havia a
preocupação em preparar os alunos para os Cursos Superiores (SÃO
PAULO, 1968a).
Havia também o Colégio Técnico que além “[...] dos fins
gerais da educação de grau médio [...] [tinha] por objetivo preparar o
jovem para o exercício de atividade especializada, de nível médio.” (SÃO
PAULO, 1968a, [p. 6]).
Dessa forma, a educação secundária poderia ser ministrada em
Ginásios, Colégios e Institutos de Educação e o Ensino Normal poderia
ser ministrado em Escolas Normais e Instituto de Educação (SÃO
PAULO, 1947).
Buscando a normatização dos estabelecimentos de Ensino
Primário e Médio, a partir de 1963, houve a criação do Conselho Estadual
de Educação. Esse conselho deveria ser constituído de 24 “[...] membros
nomeados pelo Governador do Estado e escolhidos dentre pessoas de
notório saber e experiência em matéria de educação [...]” (SÃO PAULO,
1967, [p. 2]). A partir disso, os cursos dos Institutos de Educação seriam
regulamentados a esse conselho (SÃO PAULO, 1968a).
O Ensino Superior era realizado em nível universitário, em
universidades ou institutos isolados, podendo ocorrer com a cooperação
de institutos de pesquisa e centros de treinamento profissional (PINTO,
1968). Com o objetivo de formar culturalmente e profissionalmente o
jovem “[...] através do ensino e da pesquisa, assim como o desenvolvimento
das ciências, letras, artes e técnicas” (SÃO PAULO, 1968a, [p. 7-8]).
32
Na instituição pesquisada, não havia o Ensino Superior, mas havia
o Ensino Pré-primário e Primário, ou seja, o Ensino Elementar e o Ensino
Médio.
1.1 Início do funcionamento
Segundo Litholdo (1984), em Presidente Prudente/SP
5
, no ano de
1939, havia um Ginásio que foi instalado no Colégio São Paulo. Essa
Escola Secundária era particular e funcionava com cursos diurnos.
Nesses anos, segundo o autor mencionado, jovens da cidade
pressionaram o prefeito local para criar um Ginásio público na cidade.
Desse modo, em 1939, teve uma movimentação para criação dessa
instituição em Presidente Prudente/SP, em que em uma reunião com o
prefeito da cidade, Domingos Leonardo Ceravolo, foi instituída uma
comissão que se preocupou com os elementos necessários para que fosse
criado o Ginásio do Estado (DADOS..., 1957).
A Comissão Central era formada por cinquenta membros e dentre
esses havia o Dr. Olimpio Ribeiro da Luz, presidente da comissão e o
farmacêutico Luiz de Carvalho Gomes, que em 1954 se tornou diretor
(DADOS..., 1957). Após dois anos, em abril de 1941, instalou-se um
Ginásio do Estado em Presidente Prudente/SP (DINIZ, 2012).
Até o ano de 1940, no estado de São Paulo, havia 41 Ginásios
Estaduais e no ano de 1962 esse número passou para 561 (BEISIEGEL,
1964). Compreende-se que o Ginásio do Estado de Presidente
Prudente/SP teve a instalação realizada em um momento em que havia um
5
Para informações sobre os primórdios de Presidente Prudente/SP e da educação dessa cidade, consultar
Mariano (2011).
33
número reduzido de Ginásios no estado de São Paulo o que significou
desenvolvimento e conquista para a cidade.
Para ser aluno desse Ginásio, era necessário ser aprovado no exame
de admissão. Desse modo, o primeiro diretor do Ginásio Estadual de
Presidente Prudente/SP, o professor João Miguel autorizou a realização do
exame de admissão para o dia 29 de abril, dos quais compareceram 29
pessoas e foram aprovadas 20 (LITHOLDO, 1984).
O ensino do Ginásio do Estado era tido como de melhor qualidade
que o ensino de instituições particulares. No ano de 1941, os alunos do
Ginásio Particular da cidade fizeram a transferência dos estudos para o
Ginásio do Estado. Essa instituição que estava com 20 alunos, passou a ter
45 alunos e para atender esses novos alunos, passou a funcionar duas classes
que atendiam as primeiras séries dessa instituição, utilizando o edifício do
Grupo Escolar denominado “Prof. Adolpho Arruda Mello”
(LITHOLDO, 1984).
A instituição escolar Ginásio Estadual de Presidente Prudente/SP,
ao ser instalada, passou a concorrer com o Ginásio São Paulo, tendo
conflitos entre os diretores dessas instituições (LITHOLDO, 1984).
Em 1943, foi decretado que no Ginásio do Estado da cidade, seria
criado o Colégio “Fernando Costa” e, em 1945, iniciou-se o funciona-
mento desse colégio. O Decreto da criação desse colégio é o nº 13.543, de
nove de setembro de 1943, foi criado no governo Fernando Costa
(LITHOLDO, 1984) que se tornou Interventor Federal do Estado de São
Paulo e permaneceu de 1941 até 1945 (DINIZ, 2015). Segundo Abreu
(1996), esse interventor esteve em Presidente Prudente/SP, entre 20 e 21
de março de 1943.
34
Em 1947, nessa instituição, houve a incorporação da Escola
Normal Municipal da cidade, que passou a ser estadualizada e foi nomeada
de Colégio Estadual e Escola Normal “Fernando Costa” (RIBEIRO,
1999).
Após isso, o Ensino Normal ficou subdividido em cursos de dois
níveis sendo que no primeiro ciclo estava o curso de formação de
professores denominado de regente do ensino primário que abrangia
quatro anos e no segundo ciclo os cursos de formação de professores
primários que duravam três anos (RIBEIRO, 1999).
No Colégio Estadual e Escola Normal “Fernando Costa”,
funcionava o curso Pré-normal, o Primário e o Profissional (COLÉGIO
ESTADUAL E INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO
COSTA”
6
, ata, 1953-1955).
No ano de 1952, nesse edifício, houve a criação do Curso Ginasial
no período noturno que funcionou a partir de 1953. Ainda em 1953,
especificamente em agosto, na imprensa prudentina, foi noticiado que na
cidade, havia dois mil estudantes e o espaço físico do Colégio Estadual e
Escola Normal “Dr. Fernando Costa”, seria aumentado
(CONCLUSÃO..., 1953).
Na mesma página desse número de jornal, foi mencionado que
“Coincidindo com o início das obras do Colégio Estadual ou mesmo
antepondo-se a elas, [...] [seria criado] o Instituto de Educação, uma das
aspirações mais sentidas do nosso ensino.” (INSTITUTO..., 1953, p. 1).
Esse Instituto de Educação foi instalado após a transformação desse
Colégio Estadual, ou seja, do Colégio Estadual e Escola Normal “Fernando
6
Nas demais citações dessa fonte serão inseridos apenas “COLÉGIO E INSTITUTO DE EDUCAÇÃO”.
35
Costa” no dia 20 de outubro de 1953, com a Lei nº 2.337 e foi intitulado
de Instituto de Educação “Fernando Costa”.
No ano de 1953, Lucas Nogueira Garcez, que era governador do
estado de São Paulo solicitou à Assembleia Legislativa desse estado, que
fosse criado um Instituto de Educação em Presidente Prudente/SP
(COLÉGIO E INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata 1953-1955).
Também é possível constatar esse fato nos jornais quando é mencionado
que o governador Lucas Garcez solicitou a transformação Colégio Estadual
e Escola Normal “Dr. Fernando Costa” em Instituto de Educação
(PEIXOTO, 1953).
A mudança do estabelecimento em Instituto de Educação ocorreu
em 20 de outubro de 1953, como é possível constatar a seguir: “A Escola
Normal ‘Fernando Costa’ de Presidente Prudente, fica transformada, nos
têrmos do Decreto-Lei federal n. 8.530, de 2 de Janeiro de 1946, em
Instituto de Educação ‘Fernando Costa’”. (SÃO PAULO, 1953 [p. 1]).
Ao ser transformado em Instituto de Educação, essa instituição,
manteria as instalações, verbas e o Curso Colegial Clássico e Científico da
instituição anterior (SÃO PAULO, 1953). Abrangendo também os
seguintes cursos:
a) - Curso Normal, de 3 (três) anos, destinado à formação de
professores primários e pré-primários;
b) - Curso Secundário (Ginasial), 1.º ciclo, de 4 (quatro) anos, com
organização e finalidades estabelecidas pela legislação federal;
c)-Curso Primário, de 5 (cinco) anos, subdividido em curso primário
comum de 4 (quatro) anos, e complementar de 1 (um) ano;
d)- Curso Pré-Primário (Jardim da Infância) de 3 (três) anos.
[...] [com duração de dois anos, havia os seguintes cursos]
36
a) Curso de Administradores Escolares de grau primário, para
habilitação de diretores, orientadores de ensino, inspetores escolares,
auxiliares de estatística e encarregados de provas e medidas escolares;
e
b) Cursos de Especialização: Educação Pré-Primária; Didática Especial
de Curso Complementar Primário; Didática Especial de Ensino
Supletivo; Desenho e Artes Aplicadas; Música e Canto. (SÃO
PAULO, 1953, [p. 1]).
Para frequentarem o Curso de Formação de Professores Primários
do Instituto de Educação “Fernando Costa”, a matrícula se faria mediante
exame vestibular, após apresentação de certificado de conclusão do Ensino
Secundário (SÃO PAULO, 1953).
Para matrícula no curso de Administradores Escolares, era
necessário ser normalista com no mínimo três anos de exercício como
professor público primário (SÃO PAULO, 1958), esse curso possibilitava
a atuação de diretores de escola e tinha a duração de dois anos (SERRA,
2004). Para participar da seleção dos cursos de especialização, era
necessário apresentar o diploma do Curso Normal (SÃO PAULO, 1953).
Os Institutos de Educação poderiam ser compostos do Jardim da
Infância, Escola Primária, Escola Secundária e Escola de Professores. A
Escola de Professores do Instituto de Educação formava professores,
diretores e inspetores e aperfeiçoava o conhecimento dos professores do
magistério.
Os Cursos de Aperfeiçoamento tinham como finalidade “[...]
elevar o nível de cultura dos professores primários diplomados.” (SÃO
PAULO, 1947, [p. 128]), era um curso prático com estágios obrigatórios
e esses cursos ocorriam durante um ano.
37
Dessa forma, no Curso de Aperfeiçoamento do Instituto de
Educação “Fernando Costa”, era dada ênfase à prática e os alunos deveriam
realizar estágios na Escola Primária Anexa e havia exame para selecionar os
alunos desse curso (BARROS et al., 2007).
Os Cursos de Aperfeiçoamento, Administração e Especialização
eram denominados de cursos Pós-graduados e para reali-los era
necessário ter o diploma do Curso Normal (BARROS et al., 2007).
Na Escola Primária Anexa aos Institutos de Educação e nos Grupos
Escolares, os alunos do Curso Normal realizavam estágios obrigatórios
como requisito da disciplina “Prática do Ensino” e o diretor do Curso
Primário Anexo deveria se submeter ao diretor do Instituto de Educação.
Para realizar a matrícula no Curso Normal, os alunos realizavam o exame
vestibular e para a inscrição deveriam apresentar certificado de conclusão
do Ensino Secundário (SÃO PAULO, 1947).
Destaca-se que formar professores era o principal eixo dos
Institutos de Educação, ou seja, essas instituições eram locais privilegiados
para a formação de professores. Com isso, havia os Cursos de
Administradores Escolares, de Especialização, o Curso Normal, Colegial,
Ginasial, Primário e Pré-primário. Sendo que o Curso Primário e Pré-
Primário eram ministrados na Escola Primária Anexa, onde os alunos do
Curso Normal realizavam estágio obrigatório para a disciplina “Prática do
Ensino” (SÃO PAULO, 1953).
Em Presidente Prudente/SP, essa escola foi instalada em 1947,
concomitantemente com o Curso Normal Municipal da cidade, era
denominada de Escola de Aplicação e funcionou até 1975 (RIBEIRO,
1999).
38
No Curso Colegial, o número mínimo de alunos era 20 e nos
demais cursos do Instituto de Educação “Fernando Costa” eram 15 alunos
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”
7
, ata, 1959-
1966).
Em 1956, alunos que haviam concluído o Curso Ginasial,
reivindicaram que houvesse um Curso Colegial Clássico no Instituto de
Educação “Fernando Costa”, pois somente 15 tinham manifestado
interesse, não sendo um número suficiente para que se abrisse a matrícula.
Dessa forma, esses alunos utilizaram a imprensa para solicitarem que
pessoas interessadas nesse curso fossem até o Instituto de Educação em
questão, a fim de que tivesse pelo menos 20 candidatos para cursarem o
curso (PEIXOTO, 1956a).
No período em que se iniciaram as atividades no Instituto de
Educação “Fernando Costa”, especificamente na década de 1953, em
Presidente Prudente/SP, não havia Curso Superior, todavia havia nove
Grupos Escolares, 35 Escolas Isoladas Estaduais, 29 Escolas Municipais e
duas Escolas Particulares. O Ensino médio era ministrado em três
Ginásios, a saber, Ginásio da Escola Técnica de Comércio Dr. “Joaquim
Murtinho”, Ginásio do Instituto Cristo Rei e Ginásio do Colégio São
Paulo (IBGE, 1957).
Havia dois estabelecimentos que ministravam o Curso Normal e o
Curso Colegial, a saber, Colégio São Paulo e o Colégio e a Escola Normal
“Fernando Costa”. Havia também o Ensino Comercial da Escola Técnica
de Comércio “Dr. Joaquim Murtinho” e do Colégio São Paulo e havia a
escola artesanal que era de formação profissional (IBGE, 1957).
7
A fim de evitar repetições, nas demais fontes do Instituto de Educação “Fernando Costa”, contidas no arquivo
permanente da Escola Estadual “Fernando Costa”, será utilizado doravante “INSTITUTO DE EDUCAÇÃO”
ao invés de “INSTITUTO DE EDUCAÇÃO FERNANDO COSTA’”.
39
É importante destacar que Presidente Prudente/SP, a cidade em
que se teve a instalação do Instituto de Educação “Fernando Costa”, teve
a fundação em 12 de setembro de 1917, e em 2015, ano da pesquisa, estava
com 207.610 habitantes (IBGE, 2015). Com, aproximadamente, 558
quilômetros da capital do estado (São Paulo), está próxima do estado de
Mato Grosso do Sul/MS e do Paraná/PR (IBGE, 1957), como pode-se
verificar com o mapa da Figura 1:
Figura 1- Mapa das microrregiões
8
do estado de São Paulo
Fonte: adaptado de Nunes e Nascimento (2012).
A cidade em questão era denominada popularmente de Alta
Sorocabana e foi “[...] resultado da expansão cafeeira pelo Extremo Oeste
do Estado de São Paulo, amparada a cidade pelo prolongamento dos
8
Destaca-se que no momento da escrita da dissertação que resultou neste livro, essa era a denominação correta,
todavia a partir de 2017, a denominação mesorregiões e microrregiões geográficas passou a ser substituída por
regiões imediatas e intermediárias. Atualmente, o estado de São Paulo está dividido em 645 municípios, sendo
53 regiões geográficas imediatas agrupadas em 11 regiões geográficas intermediárias.
40
trilhos das Estradas de Ferro Sorocabana em demanda ao Rio Paraná.”
(ABREU, 1997, p. 181).
Em 1950, década da instalação da instituição pesquisada, no
município, havia 60.903 habitantes, sendo 31.727 homens e 29.176
mulheres. 53,4% da população habitava a zona rural e 50.507 pessoas
estavam com idades de cinco anos ou mais, dessas, 51% eram alfabetizadas
(IBGE, 1957).
Os diretores e os docentes do Colégio Estadual e Escola Normal
“Fernando Costa”, atribuíram a instalação do Instituto de Educação na
cidade, ao governador do estado Lucas Nogueira Garcez e ao deputado
Péricles Rolim. Como se verifica em uma ata da instituição em que em
uma reunião com professores e o diretor do Instituto de Educação,
registrou-se o seguinte: “[...] nota de louvor ao governador professor Lucas
Nogueira Garcez e deputado Pericles Rolim pela transformação do nosso
Estabelecimento em Instituto de Educação.” (COLÉGIO E INSTITUTO
DE EDUCAÇÃO, ata, 1953-1955, p. 17).
Resende (2012, p. 65) destaca que o Instituto de Educação
“Fernando Costa” tinha um ensino que era artístico, científico e literário,
sendo um centro de educação de Presidente Prudente/SP de 1940, 1950 e
início de 1960. Ribeiro (1999, p. 119) afirma que esse instituto,
centralizava “[...] quase que toda a vida educacional e cultural da cidade
[...]”.
Em 1954, após a transformação da instituição em questão, os
professores tiveram dúvidas sobre os programas de conteúdos das
disciplinas. Diante disso, um professor dessa instituição, que estava em São
Paulo, procurou os professores do Instituto de Educação “Caetano
Campos”, todavia como eram férias escolares não conseguiu localizá-los,
mas soube que havia programas que eram elaborados pelos professores e
41
com isso, conseguiu recuperar “[...] apenas do Departamento de instruções
sobre questões administrativas. Ficou então, deliberado que os professores,
na próxima reunião [...] deveriam apresentar os programas [...]”
(COLÉGIO E INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata, 1953-1955, p. 18).
A afirmação mencionada está de acordo com Labegalini (2005), ao
concluir que o Instituto de Educação “Caetano de Campos” se tornou
modelo para os demais Instituto de Educação. Acrescenta-se, inclusive para
o Instituto de Educação “Fernando Costa”.
A transformação da instituição em Instituto de Educação
“Fernando Costa” foi tida como possibilidade do ato de desenvolvimento
pelos habitantes, que foi possível a verificação em um dos números da
imprensa prudentina, em que ao tratar disso, foi relatado que
engrandeceria a cidade (PEIXOTO, 1953).
Nesse contexto de instalação da instituição em questão, metade da
população da cidade que estava com cinco anos ou mais, era alfabetizada,
sendo necessário que se buscasse a realização da alfabetização da outra
metade. Para isso, importava a instalação de uma instituição, com objetivo
central de formar professores que era realizada considerando a prática
possibilitada pela vivência em uma escola anexa ao próprio instituto.
Portanto, era necessário um Instituto de Educação em Presidente
Prudente/SP e para a sua instalação foi escolhido o Colégio Estadual e
Escola Normal da cidade, ou seja, uma instituição que também formava
professores.
Além dessa instituição, havia somente mais uma instituição
(particular) que realizava a formação mencionada, o que demonstra ainda
mais a importância do Instituto de Educação na cidade, que além de
42
continuar com o Curso Colegial, Normal e com a Escola Primária Anexa,
passaria a ter cursos relacionados à formação continuada de professores.
1.2 Institutos de Educação do estado de São Paulo
O Instituto de Educação “Fernando Costa” em um total de 120
localizados no estado de São Paulo, foi o 17º instituto, 17 foram instalados
na capital e os demais no interior e no litoral desse estado (LABEGALINI,
2005). No Quadro 1, há o registro dos Institutos de Educação criados em
um período anterior ao do Instituto de Educação “Fernando Costa”:
Quadro 1 Institutos de Educação do estado de São Paulo criados antes do Instituto de
Educação de Presidente Prudente/SP
ORDEM DE
CRIAÇÃO/
TRANSFORMAÇÃO
CIDADE
DATA DA CRIAÇÃO/
TRANSFORMAÇÃO
São Paulo
21/02/1933 e 2/12/1946
Campinas
21/12/1951
São Paulo
28/12/1951
Ribeirão Preto
7/8/1953
Bauru
7/8/1953
São José do Rio
Preto
7/8/1953
Botucatu
7/8/1953
Itapetininga
7/8/1953
Franca
7/8/1953
10º
Pirassununga
7/8/1953
11º
São Carlos
7/8/1953
12º
Guaratinguetá
7/8/1953
13º
Tatuí
7/8/1953
14º
Piracicaba
7/8/1953
15º
Santa Cruz do Rio
Pardo
14/8/1953
16º
Jaú
20/10/1953
17º
Presidente Prudente
20/10/1953
Fonte: adaptado de Labegalini (2005, p. 77-78).
43
Além do Instituto de Educação “Fernando Costa”, em 1953,
foram criados Institutos de Educação nas seguintes cidades paulistas:
Ribeirão Preto, Bauru, São José do Rio Preto, Botucatu, Itapetininga,
Franca, Pirassununga, São Carlos, Guaratinguetá, Tatuí, Piracicaba, Santa
Cruz do Rio Pardo e Jaú. Além desses, nesse ano de 1953, após a criação
do Instituto de Educação “Fernando Costa”, houve a criação de um
instituto em Casa Branca e em Jundiaí (LABEGALINI, 2005).
A partir do Quadro 1, é possível constatar que o primeiro Instituto
de Educação foi criado na década de 1930 e os 15 institutos posteriores
criados em um período anterior à criação do “Fernando Costa foram
criados na década de 1950.
Com a Lei Orgânica do Ensino Normal, a partir de 1946, os
institutos foram expandidos para o interior do estado de São Paulo e a
década de 1960, foi o período em que foram criados mais Institutos de
Educação no estado de São Paulo (LABEGALINI, 2005).
O Instituto de Educação “Fernando Costa”, foi criado na década
anterior à década de maior expansão dos Institutos de Educação, o que
ratifica a importância desse estabelecimento e a indicação de avanço e
desenvolvimento para Presidente Prudente/SP.
O Instituto de Educação “Fernando Costa” foi instalado, em 1932,
após 21 anos da instalação do primeiro Instituto de Educação do Brasil,
por Anísio Teixeira Anísio Teixeira no Rio de Janeiro que no período era
o Distrito Federal. Anísio Teixeira, era diretor da Instrução Pública.
Em 1933, instalou-se o primeiro do Instituto de Educação do
estado de São Paulo que foi promulgado na “Reforma Fernando de
Azevedo” cuja síntese está no digo da Educação do Estado de São Paulo.
Esse primeiro Instituto de Educação foi denominado “Caetano de Campos
44
e ocorreu a partir da transformação da Escola Normal da Praça da
República (LABEGALINI, 2005).
Em 1934, após um ano de sua criação, o Instituto de Educação
“Caetano de Campos” incorporou-se a Universidade de São Paulo (Usp) e
esteve em funcionamento até 1938, no ano em que o Interventor Federal
Adhemar de Barros extinguiu esse Instituto de Educação, alegando que os
custos financeiros para o funcionamento eram altos. Além disso, foi
defendido que o Instituto de Educação estava dificultando a formação
docente que estava relacionada com o nível universitário nessa instituição
(EVANGELISTA, 2002).
Na extinção dessa instituição, houve a presença de religiosos
católicos, pois de acordo com as buscas religiosas que tinham,
interessaram-se em formar professores no nível superior
(EVANGELISTA, 2002).
No Distrito Federal, a universidade também estava relacionada
com a formação de professores. Destaca-se que a finalização do instituto
em questão, fez com que no Brasil as duas primeiras ações relacionadas
com a formação de professores em um nível superior, não tivesse
prosseguimento (EVANGELISTA, 2002).
Nos Institutos de Educação, havia o pensamento escolanovista,
esse ideário norteou os estudos dos professores no Brasil, aproximadamente
até a década de 1970 (LABEGALINI, 2005). Nesse ideário, o aluno é visto
como ativo em sua aprendizagem, tendo a valorização da ciência na
instituição escolar.
O que era contrário a essa ideia era intitulado de ensino tradicional,
ou seja, um ensino que desconsiderava a experiência (BUFFA; PINTO,
2002). Dessa forma, no contexto escolonavista surgiu o Instituto de
45
Educação do estado de São Paulo no ano de 1933, e posteriormente, os
demais 119 institutos, cujo encerramento ocorreu em 1975, quando o
escolanovismo cedeu espaço para o tecnicismo, tendência que organizava
racionalmente os meios do ensino, fazendo com que o papel do aluno e do
professor fosse secundarizado. (LABEGALINI, 2005).
Assim, as instalações dos Institutos de Educação se relacionavam
com o ideário do movimento Escola Nova, pois com os Institutos de
Educação buscavam-se transformações na educação do Brasil (SERRA,
2004).
Antônio D’Ávila era um dos pensadores que fazia a defesa pela
Escola Nova, ele ingressou na Escola Normal “Caetano de Campos”,
contatou Lourenço Filho, substituiu a cadeira de “Prática de Ensino”,
“Pedagogia” e “Psicologia”. Professorou e foi diretor do Departamento de
Educação de São Paulo, diretor de instituições escolares, do Serviço de
Orientação Pedagógica e chefiou o Serviço Nacional de Aprendizagem
(Senac). Trevisan (2007) mencionou que ele também palestrou e
ministrou conferências na capital e no interior do estado de São Paulo,
escrevendo 11 manuais de ensino que foram lidos nos cursos que
formavam professores primários.
Um mês antes da transformação da instituição em Instituto de
Educação “Fernando Costa”, ou seja, em setembro de 1953, Antônio
D’Ávila realizou uma palestra em Presidente Prudente/SP, para o comitê
do Centro de Estudos Pedagógicos e para o Clube de Sociologia dessa
futura instituição (COLÉGIO E INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata,
1953-1955). Segundo Trevisan (2007), essa palestra foi sobre Grandes
figuras do magistério feminino.
Na instalação oficial do Instituto de Educação de Birigui/SP, em
março de 1963, no salão nobre do Institutos de Educação “Prof. Stélio
46
Machado Loureiro”, Antônio D’Ávila também participou ministrando
uma aula de abertura, cuja presença dos alunos foi obrigatória e a dos
professores foi considerada “ponto de honra” (SERRA, 2004).
Houve a criação dos Institutos de Educação até o ano de 1967, e a
expansão dos Instituto de Educação do estado de São Paulo, para o interior
desse estado, nas décadas seguintes à criação do Código de Educação do
Estado de São Paulo de 1933 ocorreu pela transformação em Institutos de
Educação, das Escolas Normais, Escolas Normais e Colégios Estaduais ou
Ginásios Estaduais. A criação dessas instituições em São Paulo foi até o ano
de 1967, persistindo até 1975 (LABEGALINI, 2005).
Como registrado anteriormente, não há muitos estudos sobre os
Institutos de Educação do estado de São Paulo, os que há são: Ribeiro
(1999), Labegalini (2005), Pirolla (1988), Camargo (1997), Tofoli
(2003), Serra (2004), Reis (2015), Bontempi Júnior (2011), Nadai
(1994), Pinheiro (2000) e Evangelista (2002).
Nas pesquisas sobre os Institutos de Educação que foram instalados
no estado de São Paulo, destaca-se a pesquisa de Evangelista (2002) que
buscou a reconstituição do início da formação de professores que ocorria
em nível universitário, enfocando o encerramento do Instituto de
Educação da Universidade de São Paulo de 1934 a 1938. Com Evangelista
(2002) verifica-se que, no ano de 1933, foi criado o primeiro Instituto de
Educação do estado de São Paulo localizado em São Paulo cuja
nomenclatura era “Caetano de Campos”.
No Institutos de Educação “Caetano de Campos” havia a
denominada Escola de Professores, nesse âmbito, eram formados técnicos
de ensino, abrangendo Cursos Livres, Extensão Universitária, Especi-
alização, Aperfeiçoamento e Administradores Escolares. Além disso, havia
a formação de professores primários e secundários. Na formação, havia a
47
experimentação, a observação e a prática de ensino (EVANGELISTA,
2002).
Segundo Evangelista (2002), essas ações ocorriam nas Escolas de
Aplicação, instituições que continham o Jardim de Infância, a Escola
Primária e a Escola Secundária. No Institutos de Educação “Caetano de
Campos”, além disso, havia também a biblioteca e um espaço em que
ocorria muitas pesquisas desse instituto, o denominado Centro de
Psicologia Aplicada e o laboratório (EVANGELISTA, 2002).
Em 1934, após um ano em que foi criado o Instituto de Educação
“Caetano de Campos”, foi criada na capital, a Usp sem o curso de
Pedagogia, que funcionou a partir de 1939 (VIDAL; BONTEMPI
JÚNIOR; SALVADORI, 2016).
Para realizar a formação de professores, o Instituto de Educação
“Caetano de Campos” foi incorporado a Usp, com isso houve a primeira
formação de professor no nível universitário (EVANGELISTA, 2002).
Essa experiência, ocorreu até o ano 1938, quando esse Instituto de
Educação, tornou-se Escola Normal, sendo excluído da Usp.
A pesquisadora Pinheiro (2004) objetiva realizar a compreensão
dos elementos internos de uma escola e também elementos das práticas
que estavam nos discursos dos alunos que frequentavam o Curso Primário
da Escola de Aplicação do Instituto de Educação “Caetano de Campos” de
São Paulo, a autora focalizou o período de 1936 a 1939, que foi,
respectivamente o ano em que foi publicado o número inicial jornal Nosso
Esforço e o ano em que a instituição foi denominada de Escola “Caetano
de Campos” e isso ocorreu após extinção do Instituto de Educação.
O jornal Nosso Esforço teve a circulação realizada entre os anos e
1936 a 1967 e era produzido e também entregue por alunos do Curso
48
Primário com idade entre 7 a 12 anos, tendo os professores como
censuradores da escrita do jornal e também dos conteúdos selecionados.
Com essas limitações, os temas publicados no jornal em questão,
consistiam em entretimento, notícias da escola, datas comemorativas,
biografias e discursos nacionalistas e higienistas (PINHEIRO, 2004).
Pinheiro (2004) selecionou para analisar, três temáticas
recorrentemente mencionadas no jornal Nosso Esforço, a saber: grandes
homens e a nacionalidade do Brasil; a criança que estuda e ignorância que
escraviza. Verificou que as publicações eram otimistas, valorizando os atos
cívicos, a disciplina, a história da nação, da escola, tendo como pano de
fundo a visão de uma escola para a civilidade e para a transformação da
sociedade.
A implantação do Instituto de Educação “Caetano de Campos”,
estava vinculada com Fernando de Azevedo que mencionava essa
instituição utilizando diversas nomenclaturas, a saber: laboratório do
Ensino Paulista e Faculdade de Letras e Escola Superior de Pedagogia. A
instalação ocorreu como anseio ao texto documental intitulado Pioneiro da
Escola Nova e para Fernando de Azevedo, esse Instituto de Educação
deveria constituir-se enquanto espaço de estudos experimentais e
investigação sobre educação, além da preparação de professores e
administradores escolares (NADAI, 1994).
No Instituto de Educação “Caetano de Campos”, havia um
diferencial, pois além da comum formação de docentes primários que
ocorriam nos Institutos de Educação, que também teve a formação de
professores no nível secundário, essa formação ocorreu até a instalação da
Faculdade de Educação Ciências e Letras na Usp. A pesquisadora Nadai
(1994) investigou essa formação de nível secundário e concluiu que
49
ocorreu de maneira similar com a formação do professor primário, tendo
destaque para a prática nessa formação.
Ao ser instalada a Faculdade de Educação Ciências e Letras, o
Instituto de Educação foi excluído e os professores do Instituto de
Educação “Caetano de Campos” tornaram-se corpo docente da faculdade
em questão, ministrando as disciplinas que eram pedagógicas.
Ao objetivar compreender o período anterior dessa transferência,
Bontempi Júnior (2011) mencionou que os professores da Usp tinham
desacordo com as transferências desses professores.
Constata-se que a característica principal do Instituto de Educação
era a formação de professores que deveria estar relacionada com a prática e
com a experimentação do próprio ato de professorar, todavia, os
professores da Usp desconsideravam as disciplinas que estavam
relacionadas com a formação pedagógica e consideravam que bastava uma
formação mais relacionada com a teoria, ou seja, uma formação mais
científica. Buscando que o futuro professor operasse na transformação do
conteúdo aprendido em conteúdo para ser ensinado em escolas normais e
secundárias. Na faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, havia o curso de
pedagogia, que era organizado da mesma forma que os demais cursos dessa
instituição. No curso de pedagogia, ocorria reflexão e conhecimento sobre
o ensino (BONTEMPI JÚNIOR, 2011).
Ao objetivar a compreensão de aspectos que constituíram a
Didática, Reis (2015) enfoca o Instituto de Educação “Leônidas do
Amaral” que foi instalado em Santa Cruz do Rio Pardo/SP, cidade que
pertence à administração de Marília/SP. A pesquisadora enfocou o ano de
1953 a 1975.
50
A pesquisa de Reis (2015), foi realizada com orientação do
referencial da História Cultural e está vinculada ao campo das disciplinas
escolares, verificando que a Didática estava relacionada com Cursos
Normais e no Instituto de Educação “Leônidas do Amaral”. Importante
mencionar que esses cursos se centravam a atenção na formação de
professores para o trabalho na escola primária.
A pesquisadora Serra (2004), realizou a investigação de elementos
do modelo de formação de professores realizado no Instituto de Educação
“Prof. Stélio Machado Loureiro” que funcionou em Birigui/SP, entre os
anos de 1961 a 1976. Concluiu que no terceiro ano do Curso Normal,
havia uma ênfase para que fosse formado o professor para alfabetizar. A
pesquisa apresenta informações sobre uma organização do instituto em
questão e sobre a biblioteca dessa instituição, afirmando que os institutos
eram aspirações dos denominados reformadores que atuaram na década de
1920, que buscavam uma resposta para a questão de formar professores em
uma época marcada pela expansão de matrículas, pela indústria e pela
urbanização (SERRA, 2004).
Ao investigar a educação feminina no Colégio e depois, no
Instituto de Educação “Madre Clélia”, instalado na cidade de Adaman-
tina/SP entre 1950 a 1978, Tofoli (2003) evidencia a internalidade do
colégio, especificamente planejamento, organização, currículo, estrutura,
regimentos, aulas, entre outros aspectos. Conclui-se que a educação
realizada no Colégio e posteriormente, no Instituto de Educação “Madre
Clélia”, realizava a preparação para que a aluna fosse esposa, dona de casa
e atuante no magistério.
Em outra pesquisa, Camargo (1997) objetiva registrar uma história
de práticas realizadas na cidade de Rio Claro/SP, no Instituto de Educação
51
dessa cidade. São enfocados os anos de 1928 a 1958 e há uma busca de
abordar a Cultura Escolar desse instituto.
Ao tratar da busca em registrar memórias de um Instituto de
Educação, Pirolla (1988) enfoca o “Dr. Álvaro Guião” que funcionou em
São Carlos/SP. Nessa pesquisa, são apresentados os aspectos realizados
antes, durante e após o funcionamento da instituição em questão. Ressalta-
se que Pirolla estudou nessa instituição, enquanto era Colégio Estadual e
Escola Normal e por isso, diferentemente das outras pesquisas
mencionadas, também apresenta relatos próprios sobre o período.
Há o destaque de que nessa instituição, havia vários laboratórios
para o trabalho com história natural, química e física, havia também sala
de desenho, sala trabalhos manuais, de educação física e um local para
realizar psicologia experimental (PIROLLA, 1988).
A pesquisadora Labegalini (2005), apresenta uma pesquisa mais
abrangente, selecionando como objeto de estudo os Institutos de Educação
do estado de São Paulo, enfocando como se realizava a formação do
professor para realizar a alfabetização nesses locais de 1933 a 1975. Com
isso, dessa pesquisa, é realizado um mapeamento dos Institutos de
Educação que funcionaram em todo o estado de São Paulo e em seguida,
a autora seleciona 12 institutos para enfocar a pesquisa.
Na tese de Labegalini (2005), há apêndices que são caracterizados
como instrumentos de pesquisa, abrangendo as fontes que ela localizou.
Destaca-se que essa ação de registro facilita a vias de acesso do historiador
para as fontes, possibilitando o auxílio em futuras pesquisas sobre o tema.
O primeiro instrumento de pesquisa contém Leis sobre os Institutos de
Educação do estado de São Paulo publicadas de 1933 a 1975, e o segundo
instrumento, contém referências dos documentos que localizou nos
arquivos permanentes das instituições que consultou. No terceiro apêndice
52
são apresentadas referências de livros que integravam bibliotecas de
Institutos de Educação e no quarto apêndice há um quadro de informações
(autores, títulos dos livros e cidades dos acervos) sobre livros das escolas
estaduais que antes eram Institutos de Educação.
Os 12 Institutos de Educação, são apresentados por Labegalini
(2005) de forma breve, o que indica a necessidade e possibilidade de
realização de pesquisas sobre cada instituto que ela apresenta no texto.
Entre essas 12 instituições, há o Instituto de Educação da cidade de
Presidente Prudente/SP, ou seja, o “Fernando Costa”. Naquele momento,
a autora explicita que sobre essa instituição, somente localizou um artigo
escrito por Barros e Rodrigues (1981) que era professora dessa instituição.
O Instituto de Educação “Fernando Costa”, também foi
mencionado por Ribeiro (1999), quando buscou a preservação da
memória da cidade em que essa instituição foi instalada, buscando registrar
elementos do Colégio denominado de Cristo Rei, do Colégio denominado
São Paulo, do Grupo Escolar “Adolpho Arruda Mello” e do Ginásio do
Estado/Instituto de Educação “Fernando Costa”, que foram as primeiras
instituições relacionadas com a educação na cidade.
Ribeiro (1999) apresenta que o Instituto de Educação “Fernando
Costa”, era um centro intelectual e de educação da cidade de Presidente
Prudente/SP, nas décadas de 1940 a 1960 e formava professores. Com isso,
apresenta elementos inicias da educação de Presidente Prudente/SP,
destacando que essa educação era ansiada pelos prudentinos que tinham
um Grupo Escolar que era modelo para os municípios da região.
Com a apresentação desses textos, é possível compreender que nas
pesquisas que enfocam os Institutos de Educação de todo o estado de São
Paulo, são apresentados diversos elementos e duas dessas pesquisas
mencionam o Instituto de Educação “Fernando Costa”, que até dezembro
53
de 1975 permaneceu como instituto e após isso, decorrente da Lei 5692
de 1972, passou a ser uma Escola Estadual que atendia ao 2º grau.
1.3 Encerramento
Apesar de ser extinto em 1976, em julho de 1975, o Instituto de
Educação “Fernando Costa”, teve esse processo de extinção iniciado, cujo
objetivo era a implementação da reforma do ensino no estado de São
Paulo, implantando escolas de 1º e 2º graus, organizadas de outra forma
(ESTADO..., 1975).
Isso ocorreu, ao verificarem que apesar de existir a Lei 5692 de
1971, que determinava a implantação da Reforma do Ensino, essa Lei não
estava sendo cumprida (SÃO PAULO..., 1975). Com essa Lei eram fixadas
as diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus e caracterizou-se como
o marco principal da Reforma da Educação brasileira para o ensino
primário e médio que passou a ser denominado de 1º e 2º graus.
Com isso, houve a extensão do grau de escolaridade obrigatória
que compreenderia o ensino de 1º grau com o Ginásio e o ensino primário,
além da profissionalização que seria realizada em nível médio ou em nível
de 2º grau (GERMANO, 2000).
Assim, o ensino de 1º grau passou a ter a duração obrigatória de
oito anos, houve a extinção do exame de admissão que era realizado no
Ginásio. Segundo Germano (2000), a Lei nº 5692/71 estava relacionada
com a teoria do capital humano, em que o investimento na educação visava
à mão-de-obra para o trabalho.
Para ocorrer essa Reforma Educacional a partir da Lei nº 5692 de
171, era necessário que tivesse a redistribuição da rede física escolar,
separando o ensino de 1º grau do ensino de 2º grau. A imprensa
54
prudentina publicou que a justificativa para essa reforma era que o ensino
de 1º grau se destinava à criança e ao pré-adolescente, enquanto que o de
2º grau destinava-se ao adolescente, pois visava a qualificação profissional
(A REDISTRIBUIÇÃO..., 1975c).
A partir da reforma, a prefeitura de Presidente Prudente/SP, se
responsabilizaria pela educação pré-escolar enquanto que o ensino de 2º
grau seria responsabilidade do estado, pois um dos principais objetivos
dessa reforma era o trabalho com a profissionalização do aluno, para isso,
seriam elaborados currículos e o secretário da educação denominado de
José Bonifácio tinha mencionado que para o aluno haveria muitos
conhecimentos para que pudesse se adaptar a qualquer profissão (SÃO
PAULO..., 1975).
No mês de setembro de 1975, Presidente Prudente/SP, recebeu a
visita do Secretário da Educação juntamente com a responsável ao projeto
que culminou na implantação da Reforma de Ensino de 1º grau
(PRUDENTE..., 1975), para tratarem da Redistribuição da Rede Física
(SECRETARIO..., 1975).
Na imprensa prudentina, é registrado que para que ocorresse a
reforma do Ensino no Estado em questão, a Secretaria da Educação estava
tornando a merenda diária, que antes ocorria três vezes na semana, além
disso, estava selecionando professores com provas, fazendo a reformulação
dos currículos e incentivando a educação p-escolar (SÃO PAULO...,
1975).
Para que a Lei em questão fosse implementada, a Secretaria do
Estado da Educação, fez a capacitação de mais de 150 mil professores, mais
de 5.000 diretores, além de supervisores, delegados de ensino e técnicos da
secretaria (SOUZA, 2008, p.277).
55
Em setembro de 1975, na cidade de Marília/SP, reuniram-se
professores a fim de discutirem como o magistério atuaria e como ocorreria
a implantação da reforma. Foi tratado também sobre o pagamento de
salários que estavam atrasados, além da repetência
(CONCENTRAÇÃO..., 1975, p. 7).
É importante considerar que historicamente o contexto da
elaboração da Lei 5692/71 consistiu em um contexto ditatorial e ocorreu
em um momento em que havia
[...] uma combinação de medo e repressão do Estado e de euforia em
decorrência do crescimento econômico. [...] boa parte das lideranças
estudantes intelectuais de esquerda e, em escala bem menor das
lideranças operárias e camponesas havia se engajado, notadamente no
período 1969-1971, na luta armada contra a ditadura [...]
(GERMANO, 2000, p. 160-161).
Assim, a elaboração da Lei em questão ocorreu em um período em
que grande parte dos esforços estavam voltados contra a ditadura. Segundo
a deputada Lygia Lessa Bastos, a posterior Reforma do Ensino, a partir
dessa legislação, foi difícil devido à falta de recursos financeiros e a
marginalização do professor (PROBLEMAS..., 1975).
Os familiares dos alunos matriculados na instituição pesquisada,
em novembro de 1975, ao constatarem que teriam que realizar a matrícula
dos seus filhos distantes das suas residências, foram contra a redistribuição.
A partir disso, a Secretaria da Educação publicou na imprensa prudentina,
esclarecimentos sobre a redistribuição que teria início em 1976 e em um
desses esclarecimentos, havia que teria um ensino melhor e seria:
Oferecida escolaridade de oito anos em uma mesma escola;
56
Instituído um modelo pedagógico (35 alunos com quatro horas
diárias); e
Separado crianças e adolescentes, pois a junção dessas faixas etárias
passou a ser considerada inconveniente (A REDISTRIBUIÇÃO...,
1975a).
José Bonifácio Coutinho Nogueira, Secretário da Educação relatou
que um dos requisitos para que houvesse a reforma implantada, era uma
rede escolar que fosse ampla e estivesse conservada e com materiais
necessários (SÃO PAULO..., 1975). Por isso, seria escolhido o Instituto
de Educação “Fernando Costa”.
Pais e professores de alunos dessa instituição foram contra a
implantação dessa reforma que extinguiria o Instituto de Educação
“Fernando Costa” e, em dezembro de 1975, teve início as manifestações
contrárias, sendo que a primeira surgiu pela Associação de Pais e Mestres
desse instituto (A REDISTRIBUIÇÃO..., 1975b).
A diretoria desse Instituto de Educação, também foi contra a
implantação em questão e por isso encaminharam um ofício para o diretor
da Divisão Regional, em que foi mencionado que a instituição em questão,
naquele momento tinha cursos de 1º e 2º graus, além de ser a única
instituição na cidade que tinha o Curso Normal de aplicação no 1º grau.
Como argumento foi relatado também que os ex-alunos dos Institutos de
Educação da cidade de Presidente Prudente/SP, na sociedade estava nos
mais variados campos sociais, econômicos e políticos (A
REDISTRIBUIÇÃO..., 1975b).
Além de pais, professores e a diretoria do Instituto de Educação
“Fernando Costa” discordarem da reforma, um vereador da cidade,
encaminhou para o Secretário da Educação e
57
Governador do Estado, uma solicitação para que o projeto da
Redistribuição da Rede Física Escolar ocorresse apenas para a primeira série
do Instituto de Educação. A fim de que os demais estudantes continuassem
frequentando a instituição onde cursaram a série de educação anterior, pois
a reorganização implicaria em remanejamento dos alunos (NOVOS...,
1975).
Apesar de serem contrários a extinção do Instituto de Educação
“Fernando Costa”, a preocupação principal dos pais dos alunos era a
mudança de estabelecimento de estudo dos filhos, como é possível verificar
em um texto publicado na imprensa prudentina em que um vereador
menciona que era geral a insatisfação, principalmente entre os envolvidos
diretamente, ou seja, diretores, professores, pais e alunos. Foi registrado
que era injusto e desumano a obrigação de ter que mudar de
estabelecimento para cursar o ano escolar, também foi destacado que o
amor pela escola se firmava com tempo de convívio entre os envolvidos e
com a mudança poderia ocorrer revolta entre os alunos (NOVOS...,
1975).
Mesmo com a demonstração de insatisfação, o diretor da Divisão
Regional mencionou em 19 de dezembro de 1975, em Prudente/SP, que
o atendimento aos alunos de 2º grau seria realizado no Instituto de
Educação “Fernando Costa”, que teria o funcionamento alterado para
Escola Estadual de 2º grau (A REDISTRIBUIÇÃO..., 1975c).
Nesse número de jornal relatou-se que estava previsto para 1976 a
alteração do Instituto de Educação para Escola Estadual de 2º grau e até
aquele momento o local não considerava como possível essa alteração,
apesar de ter sido considerado como um estabelecimento com ótima
localização, tamanho favorável e adequado para a concentração de uma
escola de 2º grau (A REDISTRIBUIÇÃO..., 1975c).
58
A localização e a dimensão do edifício da instituição em questão,
foram tidas como favoráveis para a instalação de uma escola de 2º grau,
todavia os envolvidos nas vivências internas da instituição, não viram
possibilidades de transformação. Desse modo, a partir do ano de 1975, ou
seja, a partir de dezembro, após o funcionamento por 22 anos, o Instituto
de Educação “Fernando Costa” foi transformado em Escola Estadual de
2º grau.
Essa transformação ocorreu a partir da Lei 5692 de 1971 e segundo
Pirolla (1988), foi negativa para o ensino, buscando que o colegial
ocorresse com uma profissionalização, sem preparação para receberem
pessoal, equipamento e as demais condições que eram necessárias para isso.
No dia 26 de janeiro de 1976, foi realizada reunião da Associação
de Pais e Mestres do Curso Primário Anexo ao Instituto de Educação
“Fernando Costa”, para tratar da extinção desse curso e da redistribuição
de professores para outras instituições (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO,
atas, 1971).
A diretora do Curso Primário Anexo ao Instituto de Educação
“Fernando Costa”, Eluiza Rodrigues, na condição de presidente da
Associação de Pais e Mestres da instituição em questão, fez uma escala dos
11 professores, para que ocorresse a redistribuição de acordo com os
interesses deles, após isso, os professores foram sendo chamados para
escolherem as escolas em ordem decrescente na escala (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, atas, 1971).
Os professores e diretores escolheriam de acordo com o tempo de
exercício, todavia caso houvesse inexistência de vagas, esses ficariam adidos
à Delegacia de Ensino da cidade e realizariam serviços relacionados com a
sua função até o surgimento de outra vaga (SÃO PAULO, 1975).
59
Desse modo, a partir da Lei 5692/71 houve a reformulação do
ensino primário e o ensino médio, que passou a ser denominado de 1º e
2º graus, “[...] o 1º grau passou a ter duração de oito anos, reunindo os
antigos ensinos primário e ginasial [...]” (LABEGALINI, 2005, p. 110).
Com essa Lei, ocorreu o fim dos Instituto de Educação, pois a
formação para o exercício do magistério teria que acontecer como
licenciatura plena em cursos superiores e como licenciatura curta em cursos
de graduação e em habilitação do 2º grau, como é possível constatar a
seguir:
[...] Exigir-se-á como formação mínima para o exercício de magistério:
a) No ensino de 1.º grau, de 1.ª a 4.ª séries, habilitação específica de
2.º grau;
b) No ensino de 1.º grau, da 1.ª a 8.ª séries, habilitação específica de
grau superior, ao nível de graduação, representada por licenciatura de
1.º grau, obtida em curso de curta duração;
c) Em todo o ensino de 1.º e 2.º graus, habilitação específica obtida em
curso superior de graduação correspondente a licenciatura plena.
(BRASIL, 1971, p. 134).
Com isso, em janeiro de 1976, a partir da Lei nº 5692/71 a
denominação Instituto de Educação foi abolida
9
(LABEGALINI, 2005) e
a “[...] formação de administradores, planejadores, orientadores,
inspetores, supervisores e demais especialistas de educação [...] [deveria ser]
feita em curso superior de graduação, com duração plena ou curta, ou de
pós-graduação.” (BRASIL, 1971, p. 134).
9
Essa denominação somente foi abolida em 1976, pois a implantação da legislação de 1971, poderia ser realizada
“[...] progressivamente, segundo as peculiaridades, possibilidades e legislação de cada sistema de ensino, com
observância do Plano Estadual de Implantação, que [...] [deveria] seguir-se a um planejamento prévio elaborado
para fixar as linhas gerais daquele e disciplinar o que deva ter a execução imediata” (BRASIL, 1971, p. 141).
60
No momento histórico de elaboração dessa Lei, a questão
educacional passa a ser secundária, pois a Reforma da Educação realizada
a partir dessa legislação foi elaborada “[...] em um ambiente em que o
interesse é pelo fim da ditadura e não pela reforma.” (GERMANO, 2000,
p. 162).
Portanto, a elaboração da legislação em questão ocorreu em um
momento em que não há mobilização em favor da educação e na reforma
decorrente dessa Lei que culminou no encerramento do Instituto de
Educação “Fernando Costa”. A imprensa prudentina foi utilizada para
informar aos pais, cuja preocupação principal estava relacionada com a
mudança da escola que estudariam, pois poderiam ser instituições distantes
de suas residências.
Esses pais se manifestaram contrários ao encerramento dessa
instituição, juntamente com os professores e a diretoria, que discordaram
da transformação de um Instituto de Educação, para uma Escola Estadual
que teria a diminuição de cursos outrora oferecidos.
Dessa forma, é possível compreender que no Instituto de Educação
“Fernando Costa” havia o ensino pré-primário, primário e o ensino médio
e essa instituição foi instalada em um contexto que havia a necessidade para
a alfabetização das crianças prudentinas, o que tornaria essencial uma
instituição que formasse professores alfabetizadores e que alfabetizasse.
Assim, a instituição pesquisada foi recebida positivamente pela
população prudentina em 1953, ao ser transformado em Instituto de
Educação, após modificação do Colégio Estadual e Escola Normal da
cidade, que ocorreu juntamente com reformas de ampliação dos espaços
na instituição e em 1975 foi extinto e teve essa população reivindicando
contrariamente.
61
2.
E
LEMENTOS ARQUITETÔNICOS E ESPACIAIS
DO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
“F
ERNANDO COSTA
_______ ____________ ____________ _____________________ ____________ _______________ ____________ ____________ ____________ ______ ___________ ____________ _______________ ____________ ____________ _____________________ ____________ _______________ ____________ ___________ ____________ _______________ ____________ ____________ ____
O espaço de uma instituição escolar educa. Nessa perpectiva, neste
Capítulo, realizam-se reflexões sobre os elementos espaciais e
arquitetônicos do Instituto de Educação “Fernando Costa”, focalizando o
exterior do prédio e os espaços internos.
Arquitetura é definida no Dicionário de arquitetura (2015) como
a arte de realizar a construção de edifícios que visam o conforto para a
humanidade, considerando a realidade social e a época em que se vive, no
sentido plástico.
Nas instituições, as atividades humanas são realizadas com espaços
e tempos adequados. Nesse sentido, Frago (2001, p. 77) esclarece que a
instituição escolar
[...] é espaço e lugar. Algo físico, material, mas também uma
construção cultural que gera ‘fluxos’ energéticos. A idéia da escola
como construção cultural é também expressa por Agustín Escolano [...]
a escola, enquanto lugar construído, é simultaneamente matéria
organizada e energia que flui, que se decompõe e se recompõe [...].
Lugar é a construção em um espaço que é pensado, assim
compreender um espaço está relacionado com a atividade humana. Com
62
essa compreensão, constata-se que como afirma Frago (2001), o espaço
não é neutro, mas tem relação com simbolismos e indícios das condições
sociais daqueles que frequetam ou frequetaram esses espaços. Assim, o
espaço é um comunicador para quem consegue ler.
As instituições escolares, assim como os Institutos de Educação,
tem um lugar histórico e um espaço planejado. O planejamento do local
em que seriam instalados os edíficios escolares, era consequência do século
XX e a escolha de um espaço e edíficio propriamente para uma escola é o
resultado de tendências sociais, políticas e econômicas (FRAGO, 2001).
Historicamente, quando as habitantes compreendem a necessidade
de que haja uma formação recebida para exercício do professorado, o
espaço relacionado com o escolar também passa a ter particularidades. A
partir disso, a escola deixa de ocupar qualquer lugar e passa a ocupar um
lugar específico que seja adequado e que tenha arquitetura específica
(FRAGO, 2001).
Com isso, a partir dessa compreensão, focalizou-se os elementos
internos e externos do edíficio em que teve o funcionamento do Instituto
de Educação “Fernando Costa”.
2.1 Espaço exterior
Sobre as Instituições Educativas, o autor Magalhães (2004),
menciona que a arquitetura e a ordem dos espaços, tem uma influência nas
vivências educacionais, influenciando o funcionamento e as questões
materiais, além disso, também influenciam as representações e as vivências.
Há instituições que são instaladas em edifícios originais criados
especificamente para a instituição e há outras que são instaladas em
edifícios adaptados, como no caso relacionado ao Instituto de Educação
63
de Presidente Prudente/SP, que antes construído para atender adolescentes
e adultos, passou a também receber crianças e uma quantidade maior de
estudantes.
Desse modo, ao estudar essas instituições, é importante atentar-se
para a projeção, a arquitetura, o local, a paisagem, a urbanização, a
organização e a conservação, considerando que estimulam a comunidade.
Pode-se também observar as questões relacionadas com ajustamento do
prédio e também com as ampliações (MAGALHÃES, 2004).
O prédio do Instituto de Educação “Fernando Costa” teve sua
construção iniciada no ano de 1940, para instalação de um Ginásio
Estadual (LITHOLDO, 1984). Na criação do Ginásio do Estado de
Presidente Prudente/SP, o interventor Adhemar de Barros propôs que a
Prefeitura Municipal da cidade, “[...] construísse um prédio de acordo com
planta oficial
10
e doasse ao Estado o material didático-pedagógico exigido
pela divisão de Ensino Secundário do Ministério da Educação e Cultura e
o seu custeio durante dois anos.
11
(ABREU, 1996, p. 95), o prefeito
Cerávolo aceitou a proposta.
Segundo Diniz (2015, p. 5)
Nesse cenário de disputas políticas e de intermitência dos interventores
no poder, a criação de escolas secundárias se tornou mais um elemento
no jogo político. A implantação de estabelecimento de ensino
secundário, especialmente nos municípios do interior paulista, era vista
como algo prodigioso, uma conquista para a cidade, se considerarmos
10
De acordo com Litholdo (1984) essa planta era da secretaria da viação e obras públicas.
11
“[...] no governo de Adhemar Pereira de Barros, houve uma mudança nas exigências feitas pelo Estado aos
municípios no que se refere à sua contrapartida na criação de Ginásios: o governo estadual, logo no momento
da criação da escola, assumiria os gastos com os vencimentos dos docentes e funcionários administrativos,
ficando a cargo dos municípios a responsabilidade de prover o prédio, as instalações e o material didático,
representando dessa forma, uma evolução da ação desse governo se comparado aos anos anteriores” (DINIZ,
2015, p. 6).
64
o reduzido número de Ginásios e colégios públicos existentes, além de
alguns outros estabelecimentos privados ou municipais subvenci-
onados pelo Estado, reforçando assim o caráter de distinção social
impregnado a esse nível de ensino à época em todo o território
nacional.
Para tratar da criação do Ginásio público, ou seja, do Ginásio do
Estado de Presidente Prudente/SP, o prefeito da cidade, convocou uma
reunião no Paço Municipal da cidade, em 29 de outubro de 1939 com a
Comissão Pró Ginásio do Estado. Nesse mesmo mês, houve outra reunião
com essa comissão para tratar desse assunto, nela, o coronel Goulart, um
dos fundadores de Prudente/SP, propôs a compra do terreno para ser
construído o Ginásio.
A escolha estava na atual Avenida Washington Luíz que, naquele
momento era denominada de Avenida Antônio Prado. O espaço era de 88
metros por 110 de fundo (LITHOLDO, 1984).
Assim, teve início na cidade uma campanha para solicitar auxílios
a empresas comerciais de Presidente Prudente/SP e em Presidente
Wenceslau/SP (LITHOLDO, 1984). Em 1940, a Comissão Pró Ginásio
do Estado, especificamente os membros Joaquim Ferreira, Celso
Assumpção e Abertino Sobrado adquiriram o terreno para construção do
estabelecimento que passou a pertencer à prefeitura de Presidente de
Prudente/SP (LITHOLDO, 1984).
Após o terreno ser adquirido, para arrecadar verba para a
construção do Ginásio, foram realizadas atividades na cidade, dentre essas,
um baile de carnaval em que foram arrecadados 70 contos de réis, com
isso, “[...] no dia 15 de setembro de 1940, foi lançada a pedra fundamental
em solenidade à qual compareceram o Dr. Ademar de Barros, Interventor
Federal em São Paulo e o Romano Barreto, secretário da educação.”
65
(LITHOLDO, 1984, p. 44), entretanto, o prédio construído nesse
terreno, foi inaugurado em 1942 (ABREU, 1996).
A construção do Ginásio foi realizada pelo engenheiro da
prefeitura da cidade Hélio Ayres (LITHOLDO, 1984). Resende (2012)
afirma que mesmo sem ter sido finalizada a construção, foi instalado o
Ginásio do Estado em Presidente Prudente/SP em 1941.
A instalação ocorreu pelo Decreto 11.864 de 23 de abril de 1941,
Litholdo (1984) menciona que a instalação ocorreu com esforço e com
iniciativa dos moradores de Presidente Prudente/SP. Nesse ano de 1941,
o Ginásio Estadual funcionava em prédio que não era próprio, desse modo,
inicialmente, o Ginásio Estadual funcionava no prédio do Grupo Escolar
“Prof. Adolpho Arruda Mello” (LITHOLDO, 1984).
Em julho de 1941, com a mudança do interventor federal para
Fernando de Souza Costa, o edifício que abrigava o Ginásio Estadual teve
o encerramento de suas atividades cogitado, pelo fato das instalações
estarem precárias. Todavia, o funcionamento continuou e em março de
1942, o Ginásio funcionou em prédio próprio (LITHOLDO, 1984).
É importante ressaltar que a instalação do Ginásio do Estado foi
realizada antes da construção do prédio específico para esse edifício, pois
somente em 1942, havia uma parte do Ginásio construída podendo
realizar a inauguração (LITHOLDO, 1984).
Na Figura 2, é possível visualizar a construção desse Ginásio nesse
ano de inauguração:
66
Figura 2 - Construção do Ginásio do Estado de Presidente Prudente/SP, em 1942
Fonte: Abreu (1996, p. 201).
Esse Ginásio, conforme mencionado, se tornou Colégio Estadual
e Escola Normal e em outubro de 1953, tornou-se Instituto de Educação
“Fernando Costa” e atualmente, está instalada uma Escola Estadual que
atende do sexto ano do Ensino Fundamental II, ao último ano do Ensino
Médio (terceiro ano).
O terreno em que foi instalado o Instituto de Educação “Fernando
Costa”, como afirma Litholdo (1984, p. 61) tinha a área física com
aproximadamente 9.680 m², em que a prefeitura doou pela Lei 2.032 de
24 de dezembro de 1952. Nesse período, o terreno foi avaliado em 6
milhões e 500 mil cruzeiros.
Segundo a Lei 2.032 de 1952, é possível constatar que Lucas
Garcez, que era governador do estado de São Paulo, publicou que a
Prefeitura de Presidente Prudente/SP, tinha adquirido com doação o
67
edifício que funcionava o Colégio Estadual e Escola Normal “Dr.
Fernando Costa” (SÃO PAULO, 1952).
De acordo com as medidas e ruas mencionadas, considerando que
a Avenida Antônio Prado, consiste na atual Avenida Washington Luís, é
possível constatar que esse terreno doado pela prefeitura é o mesmo que
em 1939, Goulart propôs a compra, ou seja, era o terreno em que teve
funcionamento o Ginásio Estadual de Presidente Prudente/SP.
No ano da instalação do Instituto de Educação “Fernando Costa”,
1953, houve a solicitação de alterações nesse prédio, como é possível
constatar em uma ata de reunião de professores com o diretor dessa
instituição, em que é mencionado a necessidade de enviar um telegrama
para o governados estadual, a fim de solicitar a construção de entrada e
salão nobre no edifício (COLÉGIO E INSTITUTO DE EDUCAÇÃO,
ata, 1953-1955).
Assim, para ocorrer à instalação do Instituto de Educação, o
edifício utilizado teve que ser ampliado, pois passaria a abranger mais
cursos. Com isso, em 1953, no ano de transformação do edifício, o diretor
que era Waldemir de Carvalho comunicou que somente faltava o
governador fazer a promulgação da transformação do estabelecimento em
Instituto de Educação e com o esforço do deputado Péricles Rolim, teria
início em janeiro a ampliação do estabelecimento (COGIO E
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata, 1953-1955).
A imprensa também noticiou o fato mencionando que essa
instituição teria uma ampliação de mais de dois terços, com construção de
salas de aulas, entrada principal e o salão nobre (O COLEGIO..., 1953, p.
2).
68
Para a instalação do Instituto de Educação “Fernando Costa”,
houve a ampliação da instituição e houve a preocupação com a entrada e
com o salão nobre. Segundo Frago (2001) o espaço é um elemento
significativo do currículo e a extensão da área educativa está relacionada
com o tipo de ensino, sendo os de níveis universitários maiores que os de
Educação Infantil.
Em 1954, teve início a construção da segunda parte do prédio
(LITHOLDO, 1984). A partir disso, o diretor do Instituto de Educação
“Fernando Costa” enviou um ofício, assinado por alunos e professores da
instituição, agradecendo ao Péricles Rolim, deputado da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo, pelas providências da criação do
Instituto de Educação e pelo término das obras da instituição (COLÉGIO
E INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata, 1953-1955).
Em 1962, esse prédio estava em reforma e ampliação, todavia o
inspetor de ensino afirmou que apesar da reforma, o estabelecimento estava
funcionando com regularidade (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, têrmo
de visita do inspetor estadual, 1960-1983). Contudo, em 1963, essa
reforma ainda não havia sido finalizada e não havia sido construído o salão
nobre (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata, 1959-1966).
Ao visitar esse edíficio para consultar o arquivo permanente do
local em que funcionou o Instituto de Educação “Fernando Costa”,
constatou-se que está localizado em área urbana central de Presidente
Prudente/SP, ao lado da secretaria municipal da saúde, próximo a
prefeitura municipal, ao teatro, às casas bancárias, a praça central, ao
correio, a Igreja Matriz e ao centro da cidade que era comercial,
demonstrando que o prédio foi construído em área de destaque, pois está
localizado entre as principais ruas traçadas por um dos fundadores da
cidade denominado de coronel Goulart.
69
Am de estar em local de destaque, o prédio em que foi instalado
o Instituto de Educão “Fernando Costa” tem a ocupão de um
quarteirão inteiro da avenida Washington Luís, conforme é possível
visualizar com as Figuras 3a e 3b, a seguir:
Figura 3a - Instituto de Educação “Fernando Costa: imagem panorâmica
Fonte: Imagem do Instituto de EducaçãoFernando Costa de Presidente Prudente/SP
(2015a). Google Maps.
70
Figura 3b - Imagem panorâmica do Instituto de Educação “Fernando Costa”
Fonte: Imagem do Instituto de Educação “Fernando Costa” de Presidente Prudente/SP
(2015b). Google Maps.
A ocupação de um quarteirão em uma área central da cidade,
demonstra que o edíficio em que houve a instalação da instituição
pesquisada, ocupa um grande espaço. Verifica-se que o edíficio ocupa a
frente e as lateriais do terreno, desse modo, são ocupadas apenas as partes
que demonstram a visualização externa da instituição.
Como mencionado, esse prédio foi construído na década de 40
para ocupar o Ginásio Estadual de Prudente/SP, e a fachada dessa
instituição é similar a fachada atual, como se pode visualizar com as
Figuras 4, 5a e 5b:
71
Figura 4 - Edifício do Instituto de Educação
“Fernando Costa”, na década de 1940
Fonte: Resende (2012, p.65).
Figura 5a Edifício em que funcionou o Instituto de Educação“Fernando Costa”
Fonte: Imagem do Instituto de EducaçãoFernando Costa de Presidente Prudente/SP
(2015c). Google Maps.
72
Figura 5b- Edifício em que funcionou o Instituto de Educação“Fernando Costa
Fonte: acervo da autora (2015).
É importante considerar que “[...] por se tratar de um item
pertencente ao espaço interno, não se pode confundir a fachada como
inerente ao espaço exterior, pois este é referente à rua, à praça etc.”
(BENCOSTTA, 2001, p. 117).
Em relação as alterações da fachada da instituição em questão,
houve alteração com a nomenclatura atual da instituição, a inserção na
entrada de uma grade diferente da antiga e a inserção de árvores na frente
da escola. No geral, o elemento decorativo da fachada do Instituto de
Educação “Fernando Costa” consiste na porta e em duas janelas com
73
formatos circulares, sendo essa fachada composta de formas geométricas
simples.
A estrutura inicial do Ginásio Estadual construída, foi mantida, ou
seja, uma estrutura espaçosa, com a predominância de espaços retílineos.
Destaca-se que há diversos modelos arquitêtonicos das Instituições
Escolares e o modelo que está mais relacionado ao Instituto de Educação
“Fernando Costa”, é o modelo em U em que predomina a fachada da
instituição, ao contrário desse modelo, no em U invertido predomina o
pátio ou o jardim da institituição e “[...] acolhe e protege o visitante,
recebendo-o entre suas duas asas como se fossem braços.” (FRAGO, 2001,
p. 97).
É possível observar ao visualizar a fachada do prédio do Instituto
de Educação “Fernando Costa”, que aparentemente, é constituída de dois
andares, entretanto, ao visualizar a escola em diagonal, como na Figura 4,
visualiza-se três janelas que possibilitam considerar a existência de três
andares nesse prédio.
Realmente, há três andares no prédio do Instituto de Educação
“Fernando Costa”, todavia, a porta que possibilita o acesso para que se
entre no prédio, está no segundo andar do edíficio.
A partir da Figura 5b, é possível verificar que para o acesso a
entrada do prédio, passa-se por uma escada, possibilitando a impressão de
estar subindo ao entrar na escola. Em 1956, no Instituto de Educação
“Fernando Costa” em relação aos espaços físicos, os sujeitos sentiam a
necessidade de terem muros na frente do edifício, de construírem mais
salas de aula no piso superior para centralizar todo o Curso Primário, de
construírem um auditório que traria “[...] inúmeros benefícios ao Instituto
74
de Educação, pois [...] [se realizariam] conferências, audições e festividades
da Escola.” (ORGÃO..., 1956b, p. 3).
Para isso, havia a colaboração do Órgão de Cooperação Escolar do
Instituto de Educação em questão, que em 1956, iniciou uma campanha
para a construção dos muros da instituição, com isso, esse órgão comprou
os materiais para a construção e a prefeitura forneceu mão de obra
(PEIXOTO, 1956c)
12
.
O Órgão de Cooperação Escolar iniciou-se em abril de 1954, com
os professores e o diretor do Instituto de Educação “Fernando Costa”
(COLÉGIO E INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata, 1953-1955). Esse
órgão era composto do diretor presidente, vice-diretor, 1º e 2º tesoureiro,
1º e 2º secretário, procurador, conselho de mestres (formado por oito
professores), conselho de pais (formado por quatro pais) e conselho de
alunos (formado por dois alunos e um membro “Honoris Cause”)
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata, 1964).
Era mantido com contribuições dos pais dos alunos que pagavam
mensalidade decidida pelo diretor do estabelecimento e com isso,
ganhavam cadernetas escolares e os blocos de sabatinas para os alunos.
Caso tivesse mais de um filho, o pai pagaria apenas uma mensalidade e esse
dinheiro pago destinava-se “[...] aos melhoramentos a serem objetivados
nas escolas secundarias.” (PEIXOTO,1957a, p. 1).
Com isso, o Órgão de Cooperação Escolar realizava as seguintes
compras: material de limpeza e escritório, máquina de escrever para cursos
noturnos, armários, aparelhos para o laboratório de química, papel para o
mimeógrafo a fim de fornecer apostilas gratuitas aos alunos, material para
12
Todavia, somente no ano seguinte os muros foram construídos juntamente com as calçadas e mais duas classes
(PEIXOTO, 1956c). Em relação aos muros, é possível constatar o defendido por Frago (2001) que a arquitetura
escolar combina clausura com um muro que assinala e reserva limites.
75
a secretaria, reforma das carteiras, lâmpadas, máquinas de escrever,
pagamento de funcionários, livros para a biblioteca. Além da aquisição de
material para alunos como é possível constatar ao se mencionar sobre a
aplicação dos fundos financeiros desse órgão que seria aplicado “[...] a
assistência material dos alunos carentes, aquisição do material didático, de
livros para a biblioteca, conservação do prédio e equipamentos.”
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata, 1959-1966, p. 47).
No ano de 1956, esse órgão entregou prêmios aos alunos que
tiveram os primeiros lugares nas avaliações realizadas nas quartas séries.
Além disso, entregaram cadernetas gratuitas para alunos de diversos cursos,
compraram papéis para as provas, melhoraram a instalação de aparelhos
escolares, aperfeiçoaram a biblioteca, instituíram café gratuito à professores
e funcionários com verba da cantina escolar.
Apesar de no Instituto de Educação “Fernando Costa”, esse órgão
existir desde 1954, em 1957, o governo ordenou que para diminuir os
gastos dos Ginásios estaduais era necessário que se “[...] fundassem nas
escolas o Orgão de Cooperação Escolar do qual seriam sócios os pais dos
alunos.” (PEIXOTO, 1957a, p. 1) e o dinheiro obtido com esse órgão seria
para melhorar a instituição.
Como planos do Órgão de Cooperação Escolar do Instituto de
Educação em questão, para o ano de 1964, havia: ampliação da biblioteca
(que foi ampliada em 1967), instalação de uma sala de leitura com jornais
e revistas nacionais e estrangeiras, jardinagem do pátio (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, ata, 1964).
Em outros Institutos de Educação também é possível verificar a
participação desse órgão, como no Instituto de Educação “Prof. Stélio
Machado Loureiro” em que havia uma festa junina anual que era
conhecida como a tradicional festa caipira denominada “Brasil Caboclo”,
76
organizada pelos docentes e discentes, com a colaboração do Órgão de
Cooperação Escolar, que cuidava da parte financeira da escola (SERRA,
2004).
Dessa maneira, no Instituto de Educação “Fernando Costa” havia
um órgão que se preocupava com os elementos físicos do edíficio
construído, para ocupar um querteirão de um terreno que estava localizado
na região central de Presidente Prudente/SP. O edíficio estava dividido em
três andares, sendo a entrada pertenecente ao segundo andar.
2.2 Espaços internos
Os espaços interiores do Instituto de Educação“Fernando Costa”,
podem ser observados com uma planta dessa instituição. Segundo
Bencostta (2001, p. 116) a planta é uma fonte para se examinar a
arquitetura de uma obra.
Na planta localizada há o Pavimento Térreo, o Pavimento Superior
e o Pavimento superior do laboratório de química como é possível
visualizar com a Figura 6:
77
Figura 6 - Instituto de Educação “Fernando Costa”: planta
Fonte: arquivo permanente da Escola Estadual “Fernando Costa”.
A partir da fonte contida na Figura 6, a planta do Instituto de
Educação “Fernando Costa”, constata-se que o edifício dessa instituição é
constituído por dois braços assimétricos partindo do centro. Apesar de no
prédio do Instituto de Educação em questão haver três andares, na planta,
somente é indicado dois andares e com essa planta, verifica-se que se refere
ao 3º e 2º andar do atual prédio que ocupa a Escola Estadual “Fernando
Costa”.
Entretanto, visualiza-se que o atual 2º andar desse prédio, na planta
do Instituto de Educação é o térreo, o que nos faz ter a inferência que no
Instituto de Educação, somente eram utilizados dois andares do prédio e
78
de maneira eventual utilizavam o andar que ficava no subsolo e tinha a
denominação de “porão”.
Do mesmo modo que, em 1962, a partir das fontes primárias
relacionadas a essa instituição, é possível constatar que a professora “[...]
solicitou ao Diretor para trocar a classe do primário que está funcionando
no porão, dizendo que o ambiente dificulta o aprendizado e seria melhor
que todo o primário ficasse junto, o senhor Diretor prometeu atender
fazendo a mudança de classe.” (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata,
1959-1966, p. 31).
Na Figura 7, a seguir, é apresentada a planta (I.E. FERNANDO
COSTA, planta, [19--]) do térreo do Instituto de Educação “Fernando
Costa”
Figura 7 - Pavimento térreo do Instituto de Educação “Fernando Costa”: planta
Fonte: arquivo permanente da Escola Estadual “Fernando Costa”.
79
Magalhães (2004) afirma que nas Instituições Educativas há dois
tipos de área organizacional: a área pedagógica e a didática (em que há a
relação entre professor e aluno); e a área relacionada à direção e a gestão
(em que os professores ocupam um lugar secundário).
A partir disso e da apresentação da Figura 7, verifica-se que o
intitulado pavimento térreo do Instituto de Educação “Fernando Costa” é
composto de uma forma retangular com braços fechados, tendo a
“portaria” à esquerda do edifício.
O projeto arquitetônico apresentado, resguarda a parte interna da
instituição, ou seja, resguarda a área destinada especificamente ao aspecto
pedagógico.
Na entrada do edifício que abrigou das atividades do Instituto de
Educação “Fernando Costa”, há um corredor que perpassa duas salas e três
banheiros, do lado esquerdo dessa entrada tem-se um hall e do lado direito
tem-se a sala dos professores.
O corredor é, como se visualiza com a Figura 8:
80
Figura 8 - Corredor do 2º andar da atual Escola Estadual “Fernando Costa”
Fonte: acervo da autora (2015).
Esse corredor possibilita que as atividades sejam vigiadas, como
afirma Frago (2001). Outro elemento que favorecia o vigiar é a porta que
como na Figura 9 a seguir, era composta de um retângulo transparente que
favorecia a visualização:
81
Figura 9 - Porta da sala do Instituto de Educação “Fernando Costa”
Fonte: acervo da autora (2015).
Ao lado da sala que era utilizada pelos professores do Instituto de
Educação “Fernando Costa”, em momentos de intervalos entre as aulas,
havia seis salas, sendo que uma, a sexta, era de tamanho menor que as
demais.
O acesso para essas salas, ocorria com um corredor. Ao lado da
sexta sala havia um outro hall direcionado por um corredor, com dois
banheiros e duas salas. Desse modo, no Pavimento térreo do Instituto de
Educação “Fernando Costa” havia 10 salas que possivelmente eram salas
de aula.
82
Com o Instituto de Educação “Fernando Costa”, verifica-se o que
foi defendido pelo pesquisador Frago (2001) ao tratar das instituições
escolares, em que menciona que o retilíneo predominou sobre o curvilíneo
e sobre as elipses, espirais e círculos.
A seguir, com a Figura 10, tem-se como fonte, a planta do
pavimento denominado de superior da instituição:
Figura 10 - Planta do Pavimento superior do Instituto de Educação “Fernando Costa”
Fonte: arquivo permanente da Escola Estadual “Fernando Costa”.
O pavimento denominado de superior da instituição pesquisada,
também era formado por um retângulo com braços fechados e do lado
83
esquerdo do edifício, havia salas, diretoria, biblioteca e ao lado da secretaria
tinha seis salas, considerando que as duas últimas salas são constituídas de
espaços menores que as demais. Seguindo do lado esquerdo há a presença
de duas salas e de dois banheiros.
Assim, no Pavimento superior do Instituto de Educação
“Fernando Costa” havia 11 salas que possivelmente eram salas de aula. Em
1963, a biblioteca estava sendo mudada para uma sala do primeiro andar
e funcionava em três períodos (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata,
1959-1966).
Na sala da diretoria do Instituto de Educação “Fernando Costa”
em questão, havia um de cada objeto a seguir: ditafone, porta-chapéus,
mesa com gavetas, cadeira giratória, terno pano, Coletor de papeis,
aparelho texto (cinematógrafo), toca discos philips e gravador gruding
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, inventário, 1965).
Esses objetos não estavam presentes nos outros espaços da
instituição, dentre os objetos mencionados, destaca-se o ditafone e o
cinematógrafo, sendo que o primeiro mencionado consiste em um
aparelho fonográfico que grava “[...] em tubos de cera o ditado de cartas,
que devem ser reproduzidas por datilógrafas.” (DITAFONE, 1998, [p.
1]). O cinematógrafo consiste em um aparelho “[...] que permite projetar
em uma tela imagens ou cenas em movimento.” (CINEMATÓGRAFO,
1998, [p. 1]).
Dessa forma, na sala da diretoria havia materiais modernos para o
período, que possivelmente eram de alto valor financeiro e por esse motivo
essa sala deveria ser a de maior confiança da instituição.
Tratando-se da planta da instituição, é possível visualizar que a
diretoria se localizava no último andar do edifício, com proximidade ao
84
acesso para a biblioteca e para o andar inferior, o que se compreende que
a sala relacionada com a direção estava distante das demais salas que eram
de aulas.
Frago (2001) menciona que a sala do diretor central, ou seja, entre
as salas, possibilitava uma facilitação da inspeção do onipresente vigilante
e o local em que há a sala da direção pode refletir a função dessa figura e a
forma que se relaciona com a escola.
A sala da direção localizada no centro do edifício apresenta a
função de vigiar os professores, ao contrário de quando o diretor representa
a equipe e comunidade escolar, sendo responsável por serviços pedagógicos
e administrativos, ficando a sala dele na entrada ou próximo a secretaria
(FRAGO, 2001). No Instituto de Educação “Fernando Costa”, o diretor
tinha uma sala próxima à secretaria, o que pode ser indício do destaque do
trabalho dessa função, com a parte administrativa.
Sobre as salas de aula da instituição pesquisada em Presidente
Prudente/SP, comprova-se que é similar ao relatado por Frago (2001),
uma sala retangular em que há o favorecimento do ensino frontal e isso
também demonstra o método de ensino.
Assim, as salas do Instituto de Educação “Fernando Costa”
favoreciam o ensino frontal. Para além das salas de aula, na planta do
Instituto de Educação “Fernando Costa”, no pavimento superior também
havia o laboratório de química, como é possível visualizar com a Figura 11
a seguir:
85
Figura 11 - Planta do Laboratório de Química do Instituto de Educação
“Fernando Costa”
Fonte: arquivo permanente da Escola Estadual “Fernando Costa”.
No Curso Secundário havia uma valorização da prática de ensino
que visava a observação, experimentação e a participação. O laboratório,
favorecia isso. Nadai (1994) apresenta que desde o primeiro Instituto de
Educação do estado de São Paulo havia a valorização da formação prática
tida como investigação científica, visando o aperfeiçoamento profissional.
Assim, Fernando de Azevedo pensava nos Institutos de Educação
como local de investigação e por isso nos Institutos de Educação havia
laboratórios
86
[...] das diversas cadeiras Psicologia Aplicada, Biologia e de Pesquisas
Sociais e Institucionais deveriam funcionar como espaços interdisci-
plinares e de investigação de temas que interessassem à sociedade civil,
visando fornecer, aos políticos, sugestões práticas de encaminhamentos
de soluções aos problemas e aos estudantes, um arcabouço teórico e
metodológico. Portanto, os Laboratórios deveriam ocupar um espaço
de mediação no projeto de modernização da sociedade. Em última
instância, eles deveriam garantir suprimento de soluções e encaminha-
mentos técnicos aos responsáveis pela tomada de decisões (NADAI,
1994, p. 163).
Segundo Evangelista (2002, p. 81) os laboratórios expressavam
uma concepção de ensino e pesquisa. No Instituto de Educação “Fernando
Costa” o laboratório de química era composto de formato retangular e dois
banheiros.
Dentre os espaços do Instituto de Educação “Fernando Costa”, o
laboratório era o segundo espaço em que havia mais materiais, como é
possível visualizar com o Quadro 2:
Quadro 2- Quantidade de materiais dos espaços do Instituto de Educação
“Fernando Costa”
MATERIAIS
9
58
7
17
41
70
21
980
7
Continua
87
35
218
50
64
32
1609
Fonte: INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, inventário (1965).
De acordo com o Quadro 2, as salas de aula do Instituto de
Educação “Fernando Costa” eram os locais em que havia mais materiais
(980), que se justifica pela necessidade de carteiras dessa sala, pois a maioria
dos materiais desse espaço consistem em carteiras.
Seguido das salas de aula, há o laboratório (218), que era o espaço
com mais diversidade de materiais o que demonstra o valor desse espaço e
o valor da experiência com o ensino.
Segundo Evangelista (2002, p. 81-82), os laboratórios eram “[...]
fundamentais na vida da instituição porque expressavam praticamente
uma concepção pedagógica e científica de ensino e pesquisa [...] [para]
Azevedo estava presente uma concepção de ciência diretamente articulada
às práticas laboratoriais.”. Portanto, no Instituto de Educação “Fernando
Costa”, era valorizado o laboratório e os materiais dessa instituição
expressavam a modernidade.
Além desses elementos internos, na instituição, havia uma escada
que possibilitava o acesso para os outros andares. Ao final do lado direito
e esquerdo desse edifício, as escadas estavam restritas ao acesso para os
terceiros e segundos andares, sendo que as acessíveis para o primeiro andar
estavam em uma região central do edifício, de uma forma menos visível
que as demais.
88
Com a Figura 12, pode-se visualizar a escada no final do corredor
direito:
Figuras 12 - Escada do 3º andar com acesso ao segundo andar da atual
Escola Estadual “Fernando Costa”
Fonte: acervo da autora (2015).
As escadas demonstram a falta de acessibilidade do prédio para
pessoas com mobilidades físicas, acessibilidade que no período não era
discutida e se torna uma discussão recente.
No Inventário Geral dos bens móveis do Instituto de Educação
Fernando Costa Presidente Prudente (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO,
inventário, 1965) o hall é denominado de “saguão superior” e “saguão
inferior”, nesses espaços, tinham respectivamente: quatro Armários com
portas de vidro e um sofá canela, enquanto que no saguão inferior havia
um: relógio ponto, relógio de parede, porta-chapéus, sineta de metal, mesa,
89
armário para bandeiras, Cristo crucificado e seis quadros de avisos e três
cadeiras. Esse Cristo crucificado é indício de que a instituição na sua
entrada declarava que não era laica e professava uma fé com símbolos
visíveis no acesso ao Instituto de Educação em questão.
Retomando os espaços do Instituto de Educação “Fernando Costa”
que foram apresentados neste Capítulo, compreende-se que no pavimento
superior dessa instituição era composto pela secretaria, biblioteca, diretoria
e 11 salas que possivelmente eram de aulas. No piso inferior, ou seja, no
pavimento térreo havia a portaria da instituição, a sala dos professores e 10
salas que também possivelmente eram de aulas.
A sala dos professores, no saguão inferior, justifica o relógio de
ponto, o relógio de parede, o quadro de avisos e a sineta de metal nesse
saguão, o que demonstra que possivelmente os professores eram
controlados em relação ao tempo, preocupação que não se vê na diretoria
e na secretaria da instituição em questão.
Comparando os dois saguões, é possível constatar que havia mais
materiais no saguão em que reunia maior quantidade de professores, ou
seja, no saguão ou hall inferior do Instituto de Educação “Fernando Costa”
havia mais materiais do que no superior.
No ano de 1965, na instituição em questão, havia: o laboratório, a
cantina, a sala para o jardim de infância”
13
, a sala para trabalhos manuais,
a sala dos professores, as salas de aula, a sala de educação física, a sala da
biblioteca, o saguão inferior, o saguão superior, a secretaria e a diretoria.
Constata-se que nessa instituição, eram utilizados dois andares de
maneira mais recorrente, ou seja, o saguão denominado de superior e o
13
Optou-se por apresentar esses espaços na ordem em que foi localizado na fonte.
90
denominado de inferior (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, inventário,
1965).
Em suma, verifica-se que no edifício em que teve o funcionamento
do Instituto de Educação “Fernando Costa”, predominam escadas e uma
arquitetura retílinea. Com salas de aula e com uma sala retangular para os
professores, que ocupava o espaço próximo a entrada do edíficio, enquanto
que a diretoria, a biblioteca e a secretaria estavam distantes da entrada.
Magalhães (2004) afirma sobre a análise do espaço da Instituição
Educativa, que tem como realizá-la considerando, o desenho ou forma,
acomodações, dimensões, valores, materiais, elementos simbólicos,
referenciais incorporados ou percebidos nesse espaço.
A partir disso, constatou-se que o edíficio onde funcionou o
extinto Instituto de Educação “Fernando Costa”, teve a compra feita pela
prefeitura de Presidente Prudente/SP, no ano de 1940, objetivando a
construção do Ginásio do estado da cidade. Em 1953, ano em que foi
instalado o Instituto de Educação“Fernando Costa”, esse edíficio foi doado
para o estado de São Paulo.
Apesar do edifício dessa instituição não ter sido construído para
ocupar o Instituto de Educação “Fernando Costa”, ele foi projetado para
a ocupação de uma determinada Instituição Escolar. O edifício em que
funcionou o instituto em questão é grande e proporciona a visibilidade,
iniciando pelo elemanto da fachada escolar que ocupa um quarteirão
inteiro de um terreno que se localiza no centro comercial da cidade de
Presidente Prudente/SP e finaliza-se com andares, escadas e com o
predomínio do retílineo.
É importante ressaltar que a instituição escolar é um espaço e um
lugar, que é físico, material e permeado das questões culturais (FRAGO,
91
2001). No Instituto de Educação “Fernando Costa” essa “construção
cultural” é possível de ser verificada com as diversas utilizações do mesmo
espaço, pois enquanto no Instituto de Educação a secretaria e a diretoria
estavam localizadas no último andar, atualmente, na Escola Estadual
“Fernando Costa”, a secretaria está localizada ao lado das salas dos
coordenadores e diretores pedagógicos, na entrada do edíficio.
Dessa forma, apresentou-se que o Instituto de Educação
“Fernando Costa”, ocupava um quarteirão inteiro de um terreno
localizado em uma região central da cidade e estava instalado em um
prédio de três andares, prédio que não foi construído para ocupar esse
Instituto de Educação, mas sim outra instituição escolar, com uma
construção predominantemente retilínea.
2.3 Arquitetura
Após descrever o prédio do Instituto de Educação “Fernando
Costa”, buscou-se compreender a arquitetura relacionada a essa
instituição, para isso, utilizou-se Buffa e Pinto (2002) que realizaram
pesquisa sobre a arquitetura dos grupos escolares paulistas, entre 1893 e
1971.
Os autores organizam essa arquitetura em quatro momentos: o 1º
momento consiste de 1890 a 1920 denominado de “um prestígio visível”,
o 2º momento consiste nos anos de 1930 denominado de “princípios de
uma nova linguagem”, o 3º momento consiste nos anos de 1950
denominado de “consolidação da linguagem moderna” e o 4º momento
consiste nos anos de 1960 denominado de “diálogo interrompido”.
Apesar de Buffa e Pinto (2002) tratarem dos grupos escolares e não
buscarem diretamente uma pesquisa relacionada com a História Cultural,
92
é importante utilizar essa pesquisa, pois localizou-se características
arquitetônicas similares a esses grupos no Instituto de Educação “Fernando
Costa”, especificamente, características do 1º e 2º momento.
No 1º momento, que abrange os anos de 1890 a 1920, as escolas
deveriam ser monumentais e os edifícios dos grupos escolares comumente
eram térreos e divididos por alas de meninos e de meninas, essa divisão era
realizada por pavimentos em edificações simétricas. Segundo Buffa e Pinto
(2002), nas Escolas Normais do período havia anfiteatro, laboratório e
biblioteca.
Os prédios dos Grupos Escolares nas primeiras décadas do período
Republicano eram edifícios imponentes e bem localizados
[...] ao lado de importantes edifícios públicos, no centro da cidade,
garantia sempre que os alunos percorressem e reconhecessem a cidade
e suas instituições antes mesmo de chegarem à escola. [...] integrava o
núcleo urbano composto pela Prefeitura, os correios casa bancária,
praça central e Igreja Matriz. (BUFFA; PINTO, 2002, p. 43).
Para a construção do edifício escolar havia “[...] quadras inteiras ou
grandes lotes de esquina que proporcionassem uma visualização completa
dos edifícios [...]” (BUFFA; PINTO, 2002, p. 44).
No 2º momento que consiste nas décadas de 1930, o arquiteto José
Maria da Silva Neves propôs edifício que utilizasse formas geométricas
simples e várias aberturas com vidros. Havia também a construção de
corredores longos com salas em ambos os lados, em que se buscava
privilegiar a insolação e ventilação em um momento em que havia a
preocupação higienistas devido epidemias que existia.
De 1936 a 1938, os projetos dos grupos escolares eram inovadores,
aproximando do conceito de arquitetura moderna. Dessa forma, para o
93
Grupo Escolar Visconde de Cegonhas do Campo que foi concluído em
1937, foram elaborados dois projetos, no primeiro havia corredores longos
em que ficavam as salas de aula e a área administrativa estava no centro
desse corredor, havia uma entrada monumental, o pátio exterior com
acesso à entrada da instituição, o hall
14
e a escadaria para o pavimento
superior e o porão. O segundo projeto dessa instituição foi o definitivo e
consistiu em um corredor com acesso para o pátio, para as salas da
administração, além disso, havia um museu, uma biblioteca e um auditório
que consistia no centro de vida cultural e artística da cidade.
Nesse momento, o arquiteto Silva Neves propôs que as salas de
aulas fossem localizadas “[...] em apenas uma das faces dos corredores,
aquela onde a incidência do sol é privilegiada, liberando as faces voltadas
para um quadrante de insolação intensa apenas para circulação ou para aí
localizar os blocos de sanitários.” (BUFFA; PINTO, 2002, p. 82).
Destaca-se que essa solução “[...] se, por um lado, privilegiava as
questões de insolação e salubridade, por outro, além de encarecer o custo
do edifício, acabava por diminuir o número de salas de aula, problema
grave face à demanda sempre crescente.” (BUFFA; PINTO, 2002, p. 82).
Nos edifícios desse momento, o pavimento térreo abrigava espaços
relacionados às atividades administrativas, assistenciais e educativas e nesse
pavimento havia
[...] um certo controle da presença de pessoas estranhas à escola e das
atividades que aí são desenvolvidas, pois tais atividades implicam uma
maior circulação de pessoas não necessariamente envolvidas com o
ensino regular, como pais à procura de informações, possíveis usuários
da biblioteca, visitantes. No pavimento superior, acontecem as
14
No Grupo Escolar Godofredo Furtado o hall é deslocado para a lateral.
94
atividades didáticas sujeitas a um maior controle, silêncio e disciplina
necessários à aprendizagem. (BUFFA; PINTO, 2002, p. 84).
É importante destacar que nesse período, os prédios dos grupos
escolares não tinham adornos ou outros elementos decorativos.
No 3º momento, em São Paulo, houve grande crescimento
demográfico, essa cidade “[...] era o mais importante centro industrial,
tornou-se, também, o mais importante centro financeiro do país. Em
1950, a cidade de São Paulo possuía mais de 2 milhões de habitantes.
(BUFFA; PINTO, 2002, p. 94). Dispositivos da constituição de
1946 obrigava a União, os Estados e os Municípios a investirem uma
porcentagem mínima na educação primária.
As obras construídas entre 1949 e 1954 tinham princípios
racionalistas e funcionalistas, Hélio Duarte arquiteto, refletia também
sobre as questões pedagógicas, incorporando ideias do Anísio Teixeira.
Duarte defendia que a arquitetura deveria ter espaços flexíveis que
atendessem “[...] a dinâmica do ensino sem a compartimentalização usual
salas de aula numeradas, laboratórios fechados, bibliotecas com acesso
limitado.” (BUFFA; PINTO, 2002, p. 113). Assim, foi proposto nesse
período que o mobiliário da sala de aula fosse leve e de fácil mobilidade.
Havia a concepção de blocos distintos cada qual com uma função
específica: ensino (salas de aula, museu e biblioteca), administração
(secretaria, diretoria, arquivo, material escolar, sala e biblioteca para
professores, gabinetes assistencialistas para o médico, dentistas, assistente
social e zeladoria com apartamento) e recreação (galpão destinado ao
recreio, ginástica, palco para dramatização). Havia o contraste entre linhas
curvas e linhas retilíneas.
95
Nos anos de 1960, na construção dos prédios dos Grupos Escolares
havia os blocos das salas de aula, o bloco administrativo e o galpão para
atividades recreativas e socializantes. Havia uma ação moderna, com
materiais contemporâneos “[...] que atendessem funcionalmente às
atividades a serem desenvolvidas no edifício.” (BUFFA; PINTO, 2002, p.
141). Exteriormente os edifícios eram imponentes e modernos, os prédios
escolares eram confundidos com prédios de empresas.
Dessa forma, é possível constatar que no prédio do Instituto de
Educação “Fernando Costa” construído em 1941, tinha a arquitetura
relacionada com o 1º e 2º momento apresentados por Buffa e Pinto (2002)
que ocorreu entre os anos de 1890 a 1939.
Especificamente no 1º momento, as semelhanças consistem nos
espaços que havia no Instituto de Educação “Fernando Costa”, ou seja, o
laboratório, a biblioteca e o auditório, sendo que os dois primeiros espaços
estavam no Instituto de Educação “Fernando Costa”, enquanto que o
terceiro foi requerido e era desejado pelos sujeitos da instituição.
Ainda nesse momento, em que a visibilidade era essencial, destaca-
se a integração do Instituto de Educação “Fernando Costa” em questão
como o núcleo urbano de Presidente Prudente/SP, localizado próximo a
prefeitura, correios, casas bancárias, praça central e igreja matriz, ocupando
uma quadra inteira que possibilitava visibilidade para essa instituição da
cidade.
As semelhanças da instituição com o 2º momento estão
relacionadas com as formas geométricas simples, ausências de adornos e
elementos decorativos, porta da fachada com vidros, corredores longos,
hall na lateral, escadaria para acesso ao pavimento superior, porão, salas de
aula em apenas uma das faces dos corredores o que encarecia o custo dos
edifícios.
96
Portanto, a arquitetura do Instituto de Educação “Fernando
Costa” mistura características de dois momentos históricos da construção
dos grupos escolares, tendo uma arquitetura que buscava a visibilidade, a
grandiosidade física, a relação com o núcleo urbano de Presidente
Prudente/SP, misturada com ornamentação simples, espaços retilíneos,
assimetrias e escadarias.
Desse modo, a instituição pesquisada, apresenta caraterísticas
semelhantes da arquitetura escolar recorrente até o ano de 1939, ano
anterior ao início da construção do edifício do Instituto de Educação
“Fernando Costa”.
97
3.
V
IVÊNCIAS DOS MEMBROS DO INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA
_______ ____________ ____________ _____________________ ____________ _______________ ____________ ____________ ____________ ______ ___________ ____________ _______________ ____________ ____________ _____________________ ____________ _______________ ____________ ___________ ____________ _______________ ____________ ____________ ____
O pesquisador Magalhães (2004) registra que as Instituições
Educativas apresentam uma estrutura sociocultural, física e administrativa
e o historiador precisa realizar a caracterização dos atores e dos sujeitos e
inferir a sua forma de participação na instituição.
No Instituto de Educação “Fernando Costa”, havia o convívio de
diversos sujeitos, dentre esses, havia, serventes, inspetores de alunos,
escriturários, bibliotecário, secretários, diretores, professores e alunos
estudando em diversos níveis de ensino
15
.
Na década de 1950, o corpo docente era composto então de
professores efetivos, substitutos e contratados. Das primeiras categorias de
professores mencionados, havia os seguintes professores
16
Benedicto
Aparecido P. do Lago, David Fonseca Serra, Ede Di Tolla, Helena Faria,
Homero Paes da Silva, Hugo Miele, João Ceribelli Pacca, Joaquim
Antonio Pellegrini, Julieta Rufino, Krisan Martin, Leonor Adelaide C.
Moutinho, Luiza Salvador Damato, Maria Apparecida Borelli, Lenita
Crespo Ruis, Mirella Pesce, Neide Preste Cesar, Nelson Barros, Neusa
Ribeiro L. Macuco, Rubens Correia Leite, Sinesia Martini, Sylvia Concato
15
Neste Capítulo do texto, as informações apresentadas foram retiradas do jornal O Imparcial (DADOS...,
1957).
16
Não foi possível identificar a disciplina lecionada.
98
e Thereza Penalva de Oliveira. Em relação aos professores substitutos havia
Fioravante Colnago e Hellen de Oliveira Gonçalves e os professores
contratados eram: Actos Tizziani, Aristeu Santos de Oliveira, Augusto
Litholdo, Aurea Rodrigues do C. Camarini, Candida Alves Alvares,
Carmen Altero Sampaio, Cleia de Araujo Jacomelli, Darwin Monteiro da
Silva, João Ivair Disaró, José Carlos Camargo, Kyoko Setogutti, Luiz
Gonzaga Camargo, Lidio Daleffi, Maria Theresa da M. Sampaio, Maria
Therezinha P. M. Cogan, Luiz Gonzaga dos Santos, Norma Clarinda P.
da Silva, Placidio Braga Nogueira, Rosário Ana Cerávolo A. Passos e
Ulysses Demócrito H. Siqueira.
Em 1957, também havia Auxiliares de Ensino, a saber, o professor
Inspetor Edyr Furtado de Resende que era preparador de “História
Natural”, Maria Aparecida Azaré do Passos, que era preparadora de Física
e Química e Maria da Glória F. B. Alcântara que era preparadora de
Ciências.
No Curso Primário, havia seis classes com a direção de Eloiza
Rezende tendo como professoras: Adélia Martins da Rocha Neves, Eulália
Gonçalves Gil de Oliveira, Victória Ventrella Duran, Geny Navarro, Nair
Abbade Martins e Palmo Bortholo Costa.
A administração do Instituto de Educação “Fernando Costa” era
composta do diretor Luiz Carvalho Gomes, do vice Lúcio Carvalho
Gomes, da secretária Elisa Preste Cesar, da bibliotecária Maria Zélia
Bertolucci, de duas escriturárias, a saber, Lucy Elias Kato e Ivone Aguiar,
de oito inspetores de alunos, a saber, Ana Emilia Sandoval Tarabay,
Antonio da Cruz Perina, Lydia Furtado Miranda, Delmina Cordeiro de
Moura, João da Silva Espinhosa, Ludovico Balbo, Luiz Carlos Limede de
Vivo e Maria de Lourdes Lopes Pinheiro. Por fim, havia sete serventes,
99
Aurora Lisboa, Elidia Urtado de Andrade Fouyer, Flávio Cacciatori,
Joaquim Novo, Marta Aparecida Sales e Sebastião Miguel da Silva.
No ano de 1957, no Instituto de Educação “Fernando Costa”
havia: 44 classes, sendo 15 no período da manhã, 13 no período da tarde
e 16 no período da noite e em 1958, foram instalados o curso Pré-Primário
com duas classes e o Curso de Especialização Pré-Primária com uma classe.
Neste Capítulo, serão apresentados determinados sujeitos do
Instituto de Educação “Fernando Costa” e quais as vivências que tinham
na instituição, mesmo que fragmentariamente. Apesar de haver diretores,
professores, alunos, funcionários e familiares de alunos envolvidos no
Instituto de Educação em questão, localizou-se maior quantidade de
informações sobre os diretores, alunos, professores e pais de alunos.
3.1 Diretores
Localizou-se que no Instituto de Educação “Fernando Costa” entre
1953 e 1975 houve a presença de três diretores, que, permaneceram por
no máximo, em torno de seis anos consecutivos. Nos demais anos houve
troca entre eles mesmos. Localizou-se que, dentre os motivos dessa troca,
estava a nomeação deles para serem inspetores regionais do Ensino
Secundário Normal.
No Quadro 3 seguir, é possível verificar os nomes desses diretores
e os anos que dirigiram a instituição pesquisada:
100
Quadro 3 - Diretores do Instituto de Educação “Fernando Costa”
DIRETOR ANO
MOTIVOS PARA DEIXAREM O CARGO DE
DIRETORES DO INSTITUTO DE
EDUCAÇÃOFERNANDO COSTA”
Waldemir
Bittencourt de
Carvalho
1953-
1954
Nomeado inspetor regional do Ensino Secundário
Normal
Luiz de Carvalho
Gomes
1954-
1955
-
Waldemir
Bittencourt de
Carvalho
1955-
1956
-
Luiz de Carvalho
Gomes
1956-
1962
Nomeado Inspetor de Ensino Secundário Normal
Krisan Martins
1963-
1966
-
Luiz de Carvalho
Gomes
1966 -
Não foi localizado
1967 -
1968 -
Krisan Martins
1969-
1975
-
Fonte: arquivo permanente da Escola Estadual “Fernando Costa” e jornal O Imparcial.
O Instituto de Educação “Fernando Costa” iniciou sendo dirigido
pelo professor Waldemir e teve suas atividades encerradas em um
momento em que o diretor era Krisan. O diretor Waldemir era admirado
pelos alunos dessa instituição e pela imprensa prudentina que em abril de
101
1954, ao comemorar o aniversário da instituição o elogia mencionando,
que dentre os dirigentes da instituição ele se destacava, por selecionar o
corpo docente e imprimir diretrizes ao Instituto de Educação em questão
(PEIXOTO, 1954c).
Waldemir também foi diretor do Colégio São Paulo e, em 1955,
foi inaugurada a Galeria de ex-diretores desse Colégio na qual estava a foto
dele (CONDIGNAMENTE...., 1955). Ainda sobre esse diretor, em
1955, uma aluna do Curso de Aperfeiçoamento do Instituto de Educação
“Fernando Costa”, oradora, na formatura mencionou que os alunos
dedicavam gratidão e admiração ao diretor que “[...] tão bem é capaz de
dirigir aquela casa de ensino [...]” (SOLENIDADE..., 1955, p. 1).
Waldemir se aposentou no ano de 1973, na ocasião recebeu uma
homenagem com jantar para 200 pessoas na Associação prudentina de
esportes atléticos, juntamente, com a também aposentada Martha Maria
Sant’Anna Costa. Na homenagem, a professora Lyhia Pinheiro Arrais leu
o curriculum vitae dos aposentados, depois eles fizeram o seu discurso
agradecendo as homenagens.
Destaca-se o discurso de Waldemir:
Sinto-me deveras penhorado, pela significativa expansão de vossa
generosidade e nunca me encontrei numa situação de tão sincera e
emocionante alegria, como a que domina o meu coração, no dia da
nossa despedida. [....] Ao agradecer as homenagens desejosos de uma
feliz e venturosa carreira, no magistério, pois, há entretanto, aqui na
terra, uma felicidade relativa, ao alcance de todos nós; para conquistá-
la porém, é indispensável não esquecer os vínculos indispensáveis do
sangue, amar a Família, dedicar-se á Pátria e crer em Deus.
(PROFESSORES...,1973, p. 6).
102
Para o diretor, a “feliz” carreira no magistério seria alcançada a
partir do amor a família, a dedicação ao Brasil e a crença em Deus. Com a
Figura 13, é possível visualizar esse dia do discurso:
Figura 13 - Diretor do Instituto de Educação “Fernando Costa”,
Waldemir Bittencourt de Carvalho, durante homenagem
Fonte: (PROFESSORES..., 1973, p. 6).
Constata-se que o primeiro diretor da instituição pesquisada, era
visto pelos alunos, professores e pela imprensa prudentina como um bom
administrador, sendo homenageado na sua saída da instituição.
103
O Instituto de Educação “Fernando Costa” recebia visitas de
Inspetores Escolares Estaduais
17
, localizou-se o registro dessas visitas a essa
instituição a partir de 1960. É importante considerar que o cargo de
Inspetor Escolar era ocupado por diretores dos Grupos Escolares
com mais
de seis anos de direção e segundo legislação de 1947, o inspetor deveria
tornar efetiva a obrigatoriedade escolar (SÃO PAULO, 1947).
Todavia, em 1933, no Código da Educação do Estado de São Paulo,
foi mencionada mais incumbências para essa função, como:
1- cumprir e fazer cumprir as leis e regulamentos, bem como as
determinações de seus superiores hierarquicos;
2- visitar os estabelecimentos que lhe forem distribuídos,
inspecionando-os no que concerne á técnica e á eficiência do ensino, á
idoneidade e assiduidade dos docentes, e á disciplina e higiene dos
alunos;
3- orientar os diretores e professores, no trabalho educativo,
estimulando-os e assistindo-os na aplicação dos métodos e processos de
ensino, bem como sugerindo ou efetuando demonstrações e
experiências;
4- informar a respeito da dedicação e competência dos diretores e
professores sob sua jurisdição;
5- presidir, ao menos duas vezes por ano, em cada município, a reunião
mensal dos professores de escola isolada;
6- colaborar ativamente no desenvolvimento das instituições peri-
escolares e post-escolares ou de extensão cultural;
17
Além do Inspetor Escolar Estadual, havia também o regional a quem o Inspetor Escolar Estadual deveria se
submeter (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, têrmo de visita do inspetor estadual, 1960-1983).
104
7- colaborar com as missões técnicas e culturais que vierem trabalhar
em suas escolas, apoiando-as e auxiliando-as no desempenho de sua
tarefa;
8- realizar os exames finais das escolas isoladas sob sua inspeção,
convocando, para auxilio, os diretores de grupos escolares;
9- prestar contas ao delegado regional, cada semana, do trabalho
realizado, com relatório minuciosos do roteiro seguido e dos gastos
efetuados;
10- realizar sindicâncias, por determinação do delegado regional, ou,
em casos excepcionais, por iniciativa própria;
11- aplicar ou propor a aplicação de penas;
12- substituir o delegado regional, quando para isso designado;
13- residir na sede da delegacia, podendo, porém, em caso de manifesta
conveniência para o serviço, ser-lhe fixada para residência, outra cidade
da região. (SÃO PAULO, 1933, [p. 62]).
É possível verificar que aos Inspetores Escolares incumbia
primeiramente o “Fazer cumprir” as Leis e os regulamentos e o
“inspecionar”, ou seja, o inspetor realizava fiscalizações nas instituições.
Um Inspetor Escolar Estadual por vez realizava visitas ao Instituto
de Educação “Fernando Costa” para verificar o trabalho realizado na
instituição e realizar recomendações ao diretor, caso houvesse necessidades
de modificações
18
.
Destaca-se que entre 1960 e início do ano de 1976, ou seja, no
período de 16 anos, os Inspetores Escolares Estaduais
19
realizaram 47
18
Neste Capítulo do texto, as informações foram retiradas da fonte Têrmo de visita do inspetor estadual
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, têrmo de visita do inspetor estadual, 1960-1983).
19
Ao final de cada registro do Têrmo de visita do inspetor estadual do Instituto de Educação “Fernando Costa”,
os inspetores assinaram, contudo nessas assinaturas não é possível reconhecer os nomes, mas é possível
reconhecer que as visitas foram realizadas por diversos inspetores.
105
visitas no Instituto de Educação “Fernando Costa” e dentre essas visitas,
em 11 ele elogiou e/ou relatou que o funcionamento desse Instituto de
Educação estava regular, ou seja, em 23,40 % das visitas realizadas pelo
Inspetor Escolar Estadual ao Instituto de Educação “Fernando Costa”, ele
não realizou apontamentos quanto à necessidade de alterar algum
elemento dessa instituição.
Em relação aos elogios, dessas 11 visitas, em seis os inspetores
mencionaram que o estabelecimento estava funcionando regularmente
e/ou com organização e em uma completou:
Esta inspetoria não pode deixar sem o seu pronunciamento em termos
de elogio ao corpo Docente e discente da Escola no referente as
campanhas filantrópicas em que a Escola se tem empenhado,
sobressaindo-se a Tradicional arrecadação em prol do Asilo Vicentino
e ainda a campanha do lar São Francisco da capital do Estado,
incluindo logicamente neste termo todo o corpo administrativo da
Escola. (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, têrmo de visita do inspetor
estadual, 1960-1983, p. 29).
Constata-se que dentre os elogios realizados pelo Inspetor Escolar
Estadual ao Instituto de Educação “Fernando Costa”, estava a valorização
da filantropia realizada pela instituição, todavia fazer cumprir a filantropia
não era função do inspetor.
Além desse elogio, em duas visitas realizadas na instituição
pesquisada, o Inspetor Escolar Estadual relatou que o estabelecimento
estava funcionando com regularidade e mencionou que a secretaria estava
funcionando com ordem e também relatou sobre o trabalho de um diretor:
[...] [o] trabalho eficiente da Direção [Krisan Martins] que tudo tem
feito para a melhoria das condições de ensino em Presidente Prudente
que tem encontrado nos professores e no pessoal administrativo toda a
106
cooperação. [...] tem a Direção da Escola atendido todas as
recomendações emanadas da d. Regional, estando seus trabalhos de
secretaria em ordem. (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, têrmo de
visita do inspetor estadual, 1960-1983, p. 23).
Outro exemplo de elogio para esse diretor, foi quando o inspetor
verificou as atividades promovidas por ele e disse que todas visavam “[...]
o atendimento perfeito dos trabalhos escolares.” (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, têrmo de visita do inspetor estadual, 1960-1983, p. 29) e
em outra visita acrescentou “O planejamento foi bem feito. A tradicional
linha de serviço dessa casa foi mantida pelo zelo do Sr. Diretor Prof.
Krisan, pela fidelidade e capacidade de serviço de professores e
funcionários.” (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, têrmo de visita do
inspetor estadual, 1960-1983, p. 41).
Como mencionado, em 23,40% das visitas realizadas pelo Inspetor
Escolar Estadual ao Instituto de Educação “Fernando Costa” houve elogios
relacionados a essa instituição, inclusive a direção.
Todavia e nas visitas em que não houveram elogios? Quais os
aspectos tratados pelo inspetor? A partir desses questionamentos, é possível
constatar que em uma das visitas que o Inspetor Escolar Estadual realizou
ao Instituto de Educação pesquisado, ele mencionou que o diretor dessa
instituição, Luiz de Carvalho Gomes, contratou seu filho para que
ministrasse aulas de Matemática e o inspetor relatou que essa ação estava
contrária ao estatuto dos servidores públicos. Todavia, o diretor
argumentou que não, pois seu filho não era efetivo e, por isso, não haveria
impedimento, com isso, esse caso foi encaminhando para que a consultoria
jurídica pudesse resolver.
Ainda em 1960, o Inspetor Escolar Estadual visitou o Instituto de
Educação “Fernando Costa” e a Escola Primária Anexa, verificando que as
107
serventes estavam organizando os serviços de limpeza e então, verificou
irregularidades no serviço de secretaria que não se comunicava com os
escriturários. A partir disso, o diretor passou a submeter os escriturários
sob responsabilidade da secretária.
Após um ano, em 1961, em visita a instituição pesquisada, o
inspetor localizou atas com rasuras e o diretor Luiz de Carvalho, solicitou
a secretária tivesse mais zelo na confecção das atas. Em outra visita realizada
nesse mesmo ano, o inspetor solicitou que o diretor organizasse melhor a
distribuição do serviço da secretaria e alertou sobre as excursões que os
alunos realizavam e que poderiam oferecer perigo. Ainda nesse ano, ele
verificou trabalhos escolares e livros pontos, localizando rasuras nas
assinaturas dos professores e, recomendou que o diretor não permitisse que
isso ocorresse.
Em 1963, o inspetor em visita a instituição em questão,
mencionou que houve destaque para a instituição na Faculdade de
Filosofia Ciências e Letras de Presidente Prudente/SP, especificamente na
feira de ciências. Ainda em visita nesse ano, o diretor do Instituto de
Educação “Fernando Costa”, Krisan Martins, e o inspetor trataram dos
detalhes da realização das provas parciais e da inscrição de alunos para o
exame estadual que, segundo o inspetor, se desenvolvia “normalmente”.
Em visita realizada em 1964, o Inspetor Escolar Estadual sugeriu
modificações no Instituto de Educação “Fernando Costa” quanto aos
assuntos administrativos.
Em 1965, o inspetor visitou o estabelecimento por determinação
do Inspetor Regional e afirmou que os alunos não deveriam ser obrigados
a pagarem a taxa de matrícula. Destaca-se que os alunos que pagavam essa
matrícula recebiam uma carteira que possibilitava que tivessem 50% de
descontos em estabelecimentos da cidade e região o que demonstra o
108
reconhecimento da cidade perante o Instituto de Educação “Fernando
Costa”.
Ainda nesse ano, o inspetor permitiu a matrícula de um aluno que
havia sido reprovado e tinha sido impedido pela direção da instituição de
realizar a matrícula. Nas férias do final do ano de 1965, o inspetor visitou
a instituição em questão, especificamente, os trabalhos de secretaria,
escrituração e as pautas escolares.
Em 1966, em visita ao inspetor em questão, foram sanadas dúvidas
pelo diretor do Instituto de Educação “Fernando Costa” sobre o curso de
aperfeiçoamento e foram entregues autorizações de funcionamento no
período noturno desse curso. Ainda em 1966, os alunos do 3º ano do
Curso Normal almejavam a realização de festas e por isso o inspetor
orientou que solicitassem permissão à inspetoria regional.
Em 1975, o Inspetor Escolar Estadual orientou a maneira da
realização do curso de datilógrafo que ocorreria em parceria com a
instituição pesquisada, a Associação de Pais e Mestres do Instituto de
Educação “Fernando Costa”, a prefeitura municipal de Presidente
Prudente/SP e o Senac. Sendo que no Instituto de Educação em questão,
seria cedida uma sala com 20 máquinas de escrever para esse curso e a
associação faria os cartazes de propaganda do curso
20
.
Ainda nesse ano, o inspetor mencionou que faltavam funcionários
e materiais, pois na secretaria estava faltando máquina de escrever e de
calcular. Destaca-se que ainda em 1975, uma professora se caracterizou
20
Em 1976, foi estabelecida a realização do curso de datilografia para 160 alunos que deveriam ter no mínimo
14 anos e deveriam ter terminado a 4ª série do 1º grau. Para a realização do curso os alunos deveriam pagar a
taxa de 50 cruzeiros que seria recolhida pela Associação de Pais e Mestres e 50% dessa seria enviada ao Senac, o
curso seria realizado em 1977 (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, têrmo de visita do inspetor estadual, 1960-
1983).
109
como estudante do Curso Colegial para realizar os exames finais e o caso
foi comunicado a polícia.
Dessa forma, entre 1960 a 1976, o Inspetor Escolar Estadual
realizou 47 visitas ao Instituto de Educação “Fernando Costa” dessas, em
76,6 %, o inspetor, principalmente:
Preocupou-se em fazer cumprir o estatuto dos
funcionários públicos e a legislação vigente;
Orientou a elaboração de documentos administrativos;
Orientou a realização de trabalhos da secretaria
buscando solucionar problemas desse setor; e
Orientou os detalhes na realização das provas e dos
exames de admissão.
Nas demais visitas, ou seja, em 23,40%, como mencionado, o
inspetor elogiou a instituição, especificamente, a filantropia realizada, a
ordem do Instituto de Educação, a ordem da secretaria e o diretor que
cumpria as recomendações que recebia.
Assim, nas visitas do Inspetor Escolar Estadual realizadas na
instituição pesquisada, ele fiscalizava os aspectos administrativos e
pedagógicos dessa instituição, tendo contato direto com os diretores e
elogiando o diretor Krisan Martins por cumprir as normas estabelecidas
pela diretoria regional.
Portanto, constata-se que os diretores do Instituto de Educação
“Fernando Costa”, eram elogiados pelos alunos, professores e pelos
Inspetores Escolares Estaduais, o que indicia que no Instituto de Educação
110
em questão, havia bons diretores, segundo avaliação dos envolvidos nessa
instituição.
3.2 Professores
No Instituto de Educação “Fernando Costa”, muitos foram os
professores que influenciaram os alunos. Nessa instituição, havia um
espaço reservado somente para os professores, uma sala que continha,
mesa, cadeiras (12), armários (contendo 86 gavetas), estantes com duas
portas de vidros (duas), porta-chapéus, globo, geladeira e relógio
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, inventário, 1965).
Dessa forma, há indícios de que a sala dos professores era o
ambiente destinado, principalmente, para os períodos de intervalo das
aulas, com apenas uma mesa e a geladeira, indicia que era um ambiente
em que os professores também se alimentavam.
Dentre as professoras, havia Helena Lustri Peixoto que ministrava
aulas no Curso Primário Anexo ao Instituto de Educação “Fernando
Costa” e passou a ser substituta dessa instituição em setembro de 1953
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, livro de compromisso do Curso
Primário, 1953). Helena escrevia na denominada “Coluna de Ensino” ou
“Coluna do Ensino” do jornal O Imparcial, localizou-se textos dessa
professora nessa coluna no período de 1953 a 1957, o que demonstra que
era influente na sociedade.
Além disso, os professores do Instituto de Educação “Fernando
Costa” tiveram seus nomes e acontecimentos publicados na imprensa
prudentina o que demonstra que tinham respaldo social.
111
Para os alunos do Curso de Aperfeiçoamento do Instituto de
Educação “Fernando Costa”, os professores eram orientadores e amigos,
como consta a seguir:
[...] nos faz ver nos mestres amigos sinceros, autênticos orientadores,
quando pacientemente guiaram nosso saber, a fim de possuirmos uma
formação pedagógica e psicológica, bastante suficiente para quando
nos dedicarmos capázes de não apenas conhecer as dificuldades, mas
sabermos como afasta-las; dará à criança um ajustamento perfeito ao
ambiente em que vive capaz de torna-la feliz fazendo-a querer o que
faz, e não fazer o que quer, na expressão feliz do psicólogo DEWEY.
(SOLENIDADE..., 1955, p. 1, grifo do autor).
Além das suas funções realizadas nas salas de aulas, os professores,
realizavam exposições e concursos que eram publicados na imprensa
prudentina. Dentre esses, destaca-se o professor catedrático de trabalhos
manuais, Benedito A. Pereira do Lago que organizou uma exposição de
aeromodelos elaborados por alunos do curso ginasial na biblioteca da
instituição, como finalidade de comemorar o cinquentenário do primeiro
voo e incentivar o desenvolvimento das vocações dos educandos da
instituição em questão (EXPOSIÇÃO..., 1956).
Em relação a concursos, destaca-se a professora Luiza S. Damato
que era professora de desenho do Instituto de Educação “Fernando Costa”
e do Colégio São Paulo (instituição particular) e realizava concursos com
os alunos dessas instituições. Assim, no instituto, em 1956, essa professora
realizou um concurso para a escolha de uma bandeira para representar essa
instituição, participaram 193 alunos e com 250 votos venceu a estudante
Araripe Souza do 1º ano do Curso Colegial científico, em segundo lugar,
recebeu 32 votos o aluno Celso Hiram, em terceiro lugar com 49 votos a
aluna Ivete Pinheiro, em quarto lugar o aluno Antônio Donha Raine com
112
47 votos e em quinto lugar o aluno Eduardo Naufal com 38 votos
(PEIXOTO, 1956e).
A bandeira vencedora era composta das cores preto, branco e
vermelho, adaptando o brasão da cidade havia no centro uma pena sobre
um livro aberto, uma floresta (simbolizando que a região estava próxima
ao reflorestamento); uma cabeça de mercúrio (simbolizando o comércio) e
um arado (simbolizando a agricultura) (PEIXOTO, 1956e).
A professora Luiza também elaborou a bandeira da cidade de
Presidente Prudente/SP que foi oficializada em 1960, com inspiração na
bandeira paulista e com as seguintes cores: vermelho, branco e preto
(RESENDE, 2012)
21
.
Em 1957, essa professora Luiza Damato, realizou um concurso
para “embelezar a cidade” com cartazes, para isso, elegeu uma comissão
para escolher entre os melhores trabalhos dos alunos, tendo ganhado em
primeiro lugar o cartaz do estudante Nelson Ikoma da 2ª série do Instituto
de Educação “Fernando Costa” que recebeu uma medalha de ouro
(SELECIONADOS..., 1957).
Neste tópico, apresentou-se fragmentos das vivências dos
professores no Instituto de Educação “Fernando Costa”, que aponta que
os professores, além de ensinar, preocupavam-se com atividades que
pudessem oferecer visibilidade à instituição e ao seu trabalho e dentre o
quadro de professores havia os influentes na sociedade, que escreviam na
imprensa e decidiam aspectos importantes para a cidade. Portanto,
professores influentes que realizavam além do trabalho de ensinar, deveria
21
A elaboração da bandeira ocorreu após um dia de festejo no Colégio São Paulo, em que uma aluna dessa
instituição solicitou ao professor Machado, a bandeira da cidade para decorar o salão em que haveria o festejo.
Diante da falta de uma bandeira, o diretor, solicitou que a professora Luiza elaborasse uma bandeira que
representasse a cidade (RESENDE, 2012).
113
ser característica do corpo constitutivo da comunidade escolar de um
Instituto de Educação.
3.3 Alunos
No período de funcionamento do Instituto de Educação
“Fernando Costa”, o Ensino Secundário era praticamente terminal, ou
seja, poucas pessoas conseguiam concluir os estudos e ingressar no Ensino
Secundário, pois nos estabelecimentos públicos de Ensino Secundário
havia mais alunos do que vagas disponíveis.
Assim, a fim de selecionar os alunos, havia exame de admissão, no
Instituto de Educação “Fernando Costa” esse exame consistia em uma
prova oral e escrita cujas inscrições e resultados eram publicados na
imprensa prudentina.
Localizou-se que realizavam esse exame, o Curso Colegial,
Ginasial, Normal e o Curso de Aperfeiçoamento da instituição pesquisada.
Os exames de admissão eram tidos como desafiantes para os alunos o que
exigia dedicação e preparação deles, como é possível constatar em um
trecho da carta publicada na imprensa para a normalista Dirce Mascarenha
ao formar-se na instituição:
Sou testemunha do quanto de esforço e dedicação animou tua vontade
para conseguires, naqueles poucos meses, menos de um ano o preparo
suficiente para venceres os exames que te abrissem as portas do
Instituto de Educação Dr. Fernando Costa. Sou testemunha de todos
os teus esforços, de todas as tuas lutas, e agora de tua vitória que se
concretiza entre as paredes deste Instituto com tua diplomação de
professora. (SILVA, 1955b, p. 3).
114
Havia um grande esforço na realização dos exames e a entrada dos
alunos na instituição, era motivo de parabenização e orgulho.
Para a inscrição na 1ª série ginasial no turno da noite o aluno
deveria entregar os seguintes documentos:
1) Requerimento (modelo fornecido pelo estabelecimento);
2) Certidão de nascimento, em que se verifique ter o candidato
14 anos completos;
3) Atestado de sanidade física e mental e de imunização
antivariólica, expedido pelo Serviço Médico Oficial;
4) Certificado de conclusão do Curso Primário oficial ou
atestado idôneo de haver recebido satisfatória educação primária;
5) Duas fotografias 3x4;
6) Prova de estar em dia com as obrigações militares para os
candidatos do sexo masculino maiores de 17 anos. (MARQUES, 1956,
p. 3).
Os exames de admissão eram compostos de várias provas
relacionadas com os conteúdos das seguintes disciplinas: Português,
Matemática, História do Brasil e Geografia em que o aluno deveria atingir
a nota cinco como média de todas as disciplinas, sendo que a prova de
Português isoladamente era eliminatória e nessa prova o aluno deveria
atingir a nota quatro (MARQUES, 1956).
No ano de 1954, no exame de admissão do Curso Ginasial diurno
do Instituto de Educação “Fernando Costa”, houve: 268 alunos inscritos,
71 aprovados, 194 reprovados e três ausentes e no curso noturno foram
inscritos 33, aprovados oito e 25 reprovados (INSTITUTO..., 1954). Em
1955, para o período diurno foram inscritos 292 alunos, aprovados 104,
115
reprovados 188 e no período noturno foram inscritos 62, aprovados oito
e reprovados 54 (SILVA, 1955a).
Para realizar a inscrição ao exame de admissão do Curso de
Aperfeiçoamento, era necessário ter idade inferior a 45 anos. O exame
consistia em uma prova de português e psicologia e para se inscrever o
aluno deveria entregar certidão de nascimento ou casamento, atestado de
sanidade física e mental e de imunização antivariólica, prova de estar em
dia com as obrigações militares para os candidatos do sexo masculino,
atestado de boas condutas passado por autoridade do Ensino Oficial e duas
fotografias 3x4 (PEIXOTO, 1956b).
A partir de 1957, uma comissão de professores foi designada pelo
diretor geral do Ensino Secundário e Normal para elaborar os exames aos
candidatos ao ingresso nas escolas normais, com isso, os exames de
admissão dos Institutos de Educação passaram a abranger os seguintes
conteúdos:
A- PORTUGUÊS
I- Redação: 1) Narração de ocorrência da vida escolar e social;
2) cartas familiares; 3) Dissertação e dialogo; 4) Correspondência
social; 5) Descrição de paisagens, cenas e tipos.
I- Gramatica: 1) Ortografia; 2) Concordância verbal; 3) Sintaxe
dos verbos haver, ser e estar; 4) Colocação dos pronomes átomos; 5)
crase.
B- MATEMÁTICA
Aritmética: Razões e proporções-Regras de três-Porcentagem-Juros
simples-Algebra: equações do 17º grau a uma incógnita. -Equações
fracionárias redutíveis a 1º grau-Sistema de duas incógnitas.
Problemas do 1º grau. Equações do 2º grau a uma incógnita. Equações
fracionarias redutíveis a 2º grau-Problemas do 2º grau-Geometria:
116
linhas proporcionais no triangulo. Semelhança de triângulos.
Semelhanças de polígonos. Relações métricas no triangulo retângulo e
num triangulo qualquer.- Relações métricas no circulo. Calculo do
lado e do apótema do quadrado do hexágono regular e do triangulo
equilatero em função do raio do circulo circunscrito. Comprimento da
circunferência. Áreas das principais figuras plana (retângulo, quadrado,
paralelogramo, triangulo, trapézio, losango, polígono regular, circulo).
C-HISTORIA DO BRASIL
1-O descobrimento: Antecedentes históricos; 2) A formação étnica: o
branco, o negro e o índio; 3) A obra da catequese; 4) Expedições
exploradoras; 5) A colonização regime das capitanias:- 6 A
centralização administrativa; o Governo Geral; 7) A expansão
geográfica; 8 a defesa do território; 9) O despertar do sentimento
nacional. A independência; 10) o primeiro reinado e o período
regencial; 11) O segundo reinado; lutas internas; 12) o segundo
reinado: lutas externas; 13) A evolução nacional no império. 14) A
queda da Monarquia; a questão religiosa, a questão militar e a abolição
da escravatura; 15) A Implantação e consolidação da República: 16)
Governos republicanos até a Revolução de 1930; 17) Da Revolução de
1930 às condições atuais do Brasil; 18) As Constituições Politicas do
Brasil. (PEIXOTO, 1957b, p. 3).
Após ser aprovado no exame de admissão do Instituto de Educação
“Fernando Costa”, o aluno deveria efetuar a matrícula, portando, o
requerimento da escola, a quitação com o serviço militar para o sexo
masculino acima de 17 anos, a prova de que era eleitor (para os acima dos
18 anos), além documentos gerais a todos dos cursos do Instituto de
Educação, para cada curso havia especificidades (INSTITUTO..., 1956).
Assim, para matrícula no Curso Ginasial e Colegial diurno, era
necessário entregar a ficha médico biométrica e o certificado de Educação
Física e no noturno era necessário apresentar uma declaração do diretor do
Curso Ginasial, tanto no diurno quanto no noturno os alunos deveriam
117
entregar o certificado de conclusão do Curso Ginasial e para os alunos de
outros estabelecimentos também era necessário entregar a certidão de
nascimento e o atestado de sanidade física e mental. Enquanto que para
matrícula no Curso Normal o aluno deveria entregar a ficha da vida escolar
(INSTITUTO..., 1956).
Além dos resultados serem publicados na imprensa prudentina, em
outubro 1957, o jornal O Imparcial buscou compreender o motivo de não
ter ocorrido o exame de admissão para o Curso Ginasial no período diurno
e foi constatado que houve exames no início do ano em que foram
aprovados 82 alunos preenchendo todas as vagas para esse período e por
esse motivo não foi aberto mais exames. Todavia, posteriormente, o
Instituto de Educação aceitou alunos dos Colégios particulares para o
exame diurno. Ao averiguar as causas dessa aceitação, foi constatado que
os alunos tinham pedido vagas ao prefeito para estudarem no Ginásio do
Instituto de Educação “Fernando Costa”, pois não podiam pagar os
estudos, por isso, o prefeito autorizou a criação de duas classes nessa
instituição. Como não havia salas físicas, a prefeitura construiu e inseriu
carteiras escolares. Entretanto, como havia passado o período do exame de
admissão, os alunos foram recebidos pela instituição, a partir de
apresentação de “provas de pobreza” (SOBRE..., 1957).
Constata-se que a seleção dos alunos do Curso Ginasial, Colegial,
Normal e de Aperfeiçoamento da instituição pesquisada, era realizada com
exames de admissão em que eram aprovados os alunos com as melhores
classificações, tendo tido uma exceção no ano de 1957, que ocorreu após
intervenção do prefeito. Ser selecionado para estudar no Instituto de
Educação “Fernando Costa” significava esforço e status e durante todo esse
processo a imprensa prudentina era utilizada, para divulgação da abertura
de vagas e do resultado final.
118
A instituição em questão, era uma instituição com grande número
de alunos matriculados e em 1958, estava com 30 classes, havia os cursos
Pré-primário, Primário, Ginasial, Colegial e Normal.
Como aumentava o número de alunos do Curso Ginasial nesse
Instituto de Educação, em 1964, surgiu a primeira extensão no prédio do
Grupo Escolar Marietta Ferraz de Assumpção”. Houve também nesse ano,
duas extensões no edifício da Academia “Joaquim Murtinho” e outra
extensão no edifício do quarto grupo escolar coronel “José Soares
Marcondes”. Em 1965, foi instalada a extensão que teve funcionamento
no prédio “João Francisco Godoy” (LITHOLDO, 1984).
Em 1966, havia mais de sete mil alunos no Instituto de Educação
“Fernando Costa”. Com isso, o diretor, professor Luiz Carvalho Gomes,
implantou na instituição “Arruda Mello” as extensões do Instituto de
Educação no período noturno, porém as atividades administrativas eram
centralizadas no Instituto de Educação “Fernando Costa” (RIBEIRO,
1999).
Em 1962, o Ginásio Estadual “Comendador Tannel Abbud” em
que havia uma seção do Instituto de Educação “Fernando Costa” foi
transformado em Ginásio de Aplicação da Faculdade de Filosofia Ciências
e Letras de Prudente/SP (SÃO PAULO, 1962a). Ao ser transformado, o
Ginásio deixou a seção do Instituto de Educação “Fernando Costa” e
deixou “[...] de integrar a rede de estabelecimentos oficiais de ensino
secundário subordinados à Secretaria da Educação [...]” (SÃO PAULO,
1962b, [p. 1]).
Em 1968, as extensões da instituição pesquisada, instaladas no
prédio do Grupo Escolar: “Franco Godoy”, no “Marietta Ferraz de
Assumpção”, no “Cel. José Soares Marcondes”, no “Antonio Fioravante
de Menezes” e no Colégio “Joaquim Murtinho” foram extintas e com isso,
119
foram criados Ginásios que correspondiam às denominadas extensões
(LITHOLDO, 1984).
Ainda em 1968, no estabelecimento em questão, houve a
implantação do “[...] Ginásio Pluricurricular
22
, que funcionou
paralelamente ao curso ginasial tradicional. O Ginásio Pluricurricular
apoiava-se em nível estadual, na resolução n. 763 do CEE, de 15 de
fevereiro de 1968.” (RIBEIRO, 1999, p. 121). Esse Ginásio teve as suas
atividades encerradas em 1975.
Buscando reconstituir elementos sobre os alunos do Instituto de
Educação “Fernando Costa”, foram selecionados os livros de matrícula,
para isso, utilizou-se o instrumento de pesquisa elaborado
(CONCEIÇÃO, 2014). Na impossibilidade de selecionar todos os livros
de matrícula, diante da enorme quantidade de fontes, selecionou os que
começavam entre o ano de 1953 a 1957 (cinco primeiros anos de
funcionamento) e entre os anos de 1971 a 1974 (cinco últimos anos de
funcionamento).
Assim, foram selecionados 27 livros de matrículas
23
que abrangiam
matrículas no Pré-primário, no Primário, no Ginasial, no Colegial, no
Profissional, no Normal, no Curso de Aperfeiçoamento e no Curso de
Administradores Escolares.
22
Nesse ano de 1968, a partir da legislação é possível constatar que os “[...] Ginásios secundários, industriais,
agrícolas e comerciais [...] [passaram] a denominar-se apenas Ginásios, e a Secretaria da Educação [...] [tomaria]
as medidas necessárias a sua transformação no tipo único pluricurricular. ” (SÃO PAULO, 1968c, [p. 1]). Esse
Ginásio pluricurricular “[...] além do objetivo geral da educação em nível médio, visa [va] à exploração das
tendências vocacionais do adolescente, mediante opções [...] oferecidas sob a assistência do serviço de orientação
e em cooperação com a família.”. (SÃO PAULO, 1968b, [p. 5]).
23
Na primeira consulta realizada em que foi fotografada apenas a capa dos documentos localizou-se três livros
de matrícula do ano de 1971, todavia, na visita realizada para fotografar os conteúdos dos livros de matrícula,
localizou-se apenas um livro de matrícula do ano de 1971.
120
Destaca-se que tinham livros de matrícula que apesar de iniciarem
na data selecionada, abrangiam anos seguintes e por esse motivo no
Quadro 4 a seguir, há matrículas de 1958, 1959 e 1975:
121
Quadro 4 - Matrículas dos alunos do Instituto de Educação “Fernando Costa”
24
Fonte: “Livros de matrículas” contido em Instituto de Educação “Fernando Costa” (1953-1975): um instrumento de pesquisa
(CONCEIÇÃO, 2014).
24
Esse quadro apresenta dados brutos do período, por ser uma documentação fragmentada, não revela as reais matrículas nos períodos mencionados, mas fragmentos
dessas matrículas.
ANO
ENSINO
1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1971 1972 1973 1974 1975
Pré-primário
-
-
-
-
-
-
10
-
-
-
-
-
Primário
275
279
288
178
285
291
140
72
57
90
90
90
Ginasial
517
527
382
445
702
-
-
-
249
231
851
-
Colegial
465
551
741
409
470
28
-
-
787
717
1893
-
Profissional
-
45
-
-
-
-
-
-
135
-
-
-
Normal
262
159
67
82
94
123
114
-
-
-
46
-
Aperfeiçoamento
-
24
22
31
29
12
87
-
-
-
-
-
Administradores
Escolares
- - - - 8 - 71 - - - - -
Matrícula suplementar
-
-
-
3
-
-
2
-
-
-
-
-
Total
1519 1585 1500 1148 1588 454 424 72 1228 1038 2880 90
122
De acordo com o Quadro 4, o número de matrículas no Curso
Primário, diminuiu nos últimos anos de funcionamento do Instituto de
Educação “Fernando Costa”. Enquanto que o Curso Ginasial teve o maior
número de matrículas em 1974, ano que também teve o maior número de
matrículas o Curso Colegial.
Nos primeiros anos de funcionamento da instituição pesquisada,
localizou-se 6.896 alunos que estavam matriculados e nos cinco anos finais
houve o total de 5.308 alunos matriculados. Sendo que o ano em que teve
mais matrículas foi 1974.
A partir dos números do jornal O Imparcial verifica-se que as
formaturas dos alunos do Instituto de Educação “Fernando Costa” eram
realizadas no final de dezembro ou no início de janeiro, nesse momento o
paraninfo escolhido pela turma, discursava e entregava prêmios aos alunos
que tivessem tido as notas mais altas.
Os espos utilizados para a realização da cerimônia costumavam
ser no Tênis Clube, no Cine Teatro Felix, no salão nobre da Câmara
Municipal e no Instituto Toledo de Ensino, espaços localizados na cidade
de Presidente Prudente/SP.
Em 1954, a formatura das normalistas do Instituto de Educação
“Fernando Costa”, ocorreu entre os dias 21 a 22 de dezembro, sendo no
primeiro dia um “Culto de ação de graça” na Igreja Presbiteriana
Independente, e no segundo dia de manhã uma missa na Matriz de São
Sebastião e, à noite, entrega de diplomas seguido de um “baile de gala”.
Nesse ano, formaram-se os seguintes professorandos: Alberto
Barreira, Apudi de Barros, Elsio Vinicius M. de Assumpção, Izuma
Nonaka, Jairo Roberto Tomaz, João Molina, Luicyl Santos Fernandes,
123
Marco Aurélio de Q. Cattony, Nathalino Honório Marques, Pedro
Moraes Barboza, Ana Delmira Gomes da Silva, Cleusa da Silveira Lisbôa,
Cresusa Maria G. de Oliveira, Darcy Barili, Diva Garib, Divanir Jianete
Marinelli, Diza Inague, Dolores Malury Dora Lúcia Franco de Godoy,
Elza Becker, Elza de Oliveira, Eunice Gomes Patto, Evelyn Wilma Bandle,
Genny da Costa Ferreira, Gláucia de Lourdes Gomes, Hilda Affonso,
Hisako Nozaki, Irene Caseiro Fattoni, Ivonette A. de Almeida, Janette
Mendonça, Júlia MInstituto de Educaçãoli Camargo, Katuko Ono,
Kiyoko Setogutti, Laura Inague, Léa Menegasso, Lúcia Fumiko Takata,
Mafalda Ramalho, Maria Aparecida Ferreira, Maria A. Dias, Maria
Girotto, Maria Jose, Maria L., Maria Ferreira, Maria José Rodrigues,
Mercedes Meyre de Camargo, Nilza Chrisóstomo Galvão, Norma Audi,
Odette Pereira Telles, Olga Miglioli Novaes, Olivia Pardo Stábile,
Orminda Elide Alessí, Sada Umeizawa, Sízuco Shimoe, Shideo Akaki,
Sizui Arakaki, Sônia Sanches Machado, Tamico Ioa, Tereza Rosa de
Campos, Teruco Fujihara, Wanda Alves Coelho, Wanda Calabretta,
Wilma Shizuka Ban e como oradora teve Maria José Rodrigues
(PEIXOTO, 1954d).
Ainda nesse ano de 1954, se formaram 100 alunos do curso
ginasial, o paraninfo foi o professor Luiz Gonzaga Boldrini, lente da
cadeira de latim do estabelecimento. Nessa cerimônia também houve a
participação do prefeito e vereadores da cidade (ENTREGA..., 1954).
Nesse ano de 1954, alunos do Curso de Aperfeiçoamento escolheram
como paraninfa a professora Lina Cesar Doll Morais, pois ela iria se mudar
para São Paulo (OS PROFESSORANDOS..., 1954).
Em 1955, na formatura dos alunos do Curso de Aperfeiçoamento,
o paraninfo foi o professor Mário Junqueira da Silva que entregou os
prêmios instituídos pelo Clube de Estudos Pedagógicos e denominados de
124
“professor Wladimir Bitencourt de Carvalho” e “professor Ulysses
Lombardi”, para as alunas classificadas em 1º e 2º lugar, a saber, Marílis
dos Santos e Reika Watanabe (SOLENIDADE..., 1955).
Nessa ocasião, houve duas oradoras alunas do curso, dentre essas,
Cândia Alves Alvares, que elogiou o diretor, o estabelecimento, os
professores e lamentou por ter que deixar o estabelecimento, como se pode
verificar com a citação a seguir:
TANTO estimamos nossos mestres e tanto é a vacuidade que
sentimos em nosso coração por termos que nos distanciar deste
convívio escolar onde anos demorados vivemos envolvidos em
momentos aléres, nervosos e mesmo até tristes, que se assemelham às
historias de fadas que eram concluidas com um retoque dourado onde
o contentamento, o nervoso, e a tristeza, confundem-se para dar lugar
a uma alegria fraternal [...] (SOLENIDADE..., 1955, p.1, grifo do
autor).
A aluna enfatizou a distância com a instituição que ocorreria a
partir da formatura enquanto que o paraninfo professor Mário Junqueira
da Silva enfatizou as expectativas que tinham com os formandos do Curso
de Aperfeiçoamento:
Dos Institutos de Educação esperamos o aparecimento de uma nova
mentalidade, mais sadia, pois acreditamos, êles injetarão sangue novo
na profissão e acreditamos, mais ainda, que êsse sangue novo e forte irá
restabelecer e oferecer a sua cota de sacrifício para sanar o atual mal
estar de nossa Pátria. Sabemos que a grandeza de uma pátria se constrói
nos bancos escolares. A missão de nossos colegas é grandiosa e sinto
que todos estão a altura de tão nobre causa. Não lhes falta boa vontade,
energia e dedicação [...] (SOLENIDADE..., 1955, p.1).
125
Havia uma expectativa que a partir dos estudos realizados nos
Institutos de Educação, os alunos trariam mudanças para o ensino, ou seja,
os alunos eram vistos como transformadores.
Os alunos da instituição pesquisada, contribuíram com a
formatura e também com a construção de aspectos físicos da instituição e
uma das formas de fazerem isso era promovendo festas juninas. Em 1956,
os formandos desse Instituto de Educação em questão, promoveram uma
festa junina com duração de três dias com comidas típicas, brincadeiras e
quadrilha. A renda seria entregue ao Órgão de Cooperação Escolar da
instituição, para a formatura e para que fossem adquiridos instrumentos
para a fanfarra da instituição, assim, a imprensa prudentina mencionou
que os alunos estavam melhorando “[...] seu patrimônio com
empreendimentos magníficos como o Clube de Química, fanfarra,
construção de calçada e muro, mercê de iniciativas de elevado padrão das
festividades juninas [....]” (PROMOTORES..., 1956, p. 1).
Apesar de terem realizado essa festa em 1956 para arrecadarem
dinheiro para a formatura, em setembro desse ano, os alunos do Ginásio
da instituição pesquisada, utilizaram a imprensa prudentina para
protestarem o fato de que não teriam festa de formatura naquele ano
(ESTE ANO..., 1956). Enquanto que os alunos Curso Primário teriam
(FESTA..., 1956).
Destaca-se que não eram todos os anos que ocorriam formaturas
no Instituto de Educação “Fernando Costa”, todavia, quando ocorriam,
ocupavam lugares de destaque na cidade, o que demonstra novamente o
status dessa instituição. Nessa ocasião, havia destaque para os alunos que
tivessem tido as melhores notas o que demonstra como esses alunos eram
incentivados a se destacarem perante os demais.
126
3.3.1 Casos conflituosos envolvendo alunos e as resoluções desses
casos
No Instituto de Educação “Fernando Costa” havia conflitos que
envolviam professores; diretor e professores; diretor e alunos; professores e
alunos. Esses conflitos eram tratados na reunião da congregação.
A congregação era composta pelo Conselho de Professores que
realizava reuniões com o objetivo de cooperar com a diretoria do Instituto
de Educação “Fernando Costa”
25
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO ata,
1959-1966). Ao Conselho de Professores competia principalmente “[...]
prestar toda colaboração ao diretor para a ordem na escola e o renome no
estabelecimento no meio social.” (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO ata,
1959-1966, p. 46) e fazer cumprir na escola a legislação.
Em uma das reuniões da congregação da instituição em questão,
mencionou-se que:
[...] são atribuições da congregação, de acordo com o artigo 189, do
ato 10 [...] que dispõe sobre o Regimento Interno dos Institutos de
Educação: 1- Cooperar com a diretoria em tudo quanto diz respeito à
disciplina do Estabelecimento, à regularidade e eficiência dos trabalhos
escolares, ao aperfeiçoamento das técnicas didáticas e ao
aperfeiçoamento por parte dos alunos; 2- Estudar e discutir as
propostas de caráter pedagógico ou cultural, apresentadas por qualquer
de seus participantes, e deliberar a convivência de pô-los em prática no
Estabelecimento ou de encaminhá-las a administração da Escola; 3-
Opinar a respeito dos assuntos de interesse de Ensino e que forem
submetidos [...] (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata, 1959-1966, p.
24-25).
25
Neste Capítulo do texto, as informações foram retiradas da fonte Livro de ata das reuniões “conselho de
professores” (congregação) (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata, 1959-1966).
127
Além disso, ao conselho cabia também a aprovação do estatuto do
Órgão de Cooperação Escolar, da Associação de Pais e Mestres, da
associação estudantil ou qualquer entidade vinculada ao estabelecimento,
competia também a aprovação dos débitos financeiros do Órgão de
Cooperação e da Associação de Pais e Mestres (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, ata, 1959-1966).
Dentre os temas das reuniões do “conselho de professores”, em
1958, o Inspetor Escolar Regional solicitou que houvesse uma sindicância
para um determinado caso em que a filha de uma professora do Curso
Primário Anexo ao Instituto de Educação “Fernando Costa”, aluna
matriculada no segundo ano do Curso Normal dessa instituição, teve
reclamado pela mãe que a nota atribuída à filha na disciplina “Desenho
Pedagógico” não estava correta. O diretor recebeu as reclamações da
professora, averiguou e não localizou elementos para alterar a nota da
aluna.
Por isso, a professora enviou uma carta para o Inspetor Escolar
Regional informando que o diretor não havia adotado providência. Com
isso, o inspetor participou dos próximos exames finais da instituição e
consultou assinando os cadernos dos alunos.
Segundo esse inspetor, os professores não deveriam ter filhos
matriculados no mesmo estabelecimento. Entretanto, o diretor da
instituição em questão discordou e mencionou que sua filha estava
matriculada e ele a tratava com imparcialidade. O inspetor averiguou o
caso e descobriu que a aluna tirou seis e a professora da aluna havia alterado
a nota para quatro, o inspetor atribuiu nota maior, a aluna obteve
promoção e o inspetor mencionou que a aluna realmente era
indisciplinada e indagou “[...] por que esta direção não lhe aplicou a
128
necessária penalidade? (admoestação, repreensão ou suspensão até 8 dias).
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata, 1959-1966, p. 5).
A partir do relato descrito, é possível compreender que, insatisfeita
com a ação do diretor da instituição pesquisada, a mãe de uma das alunas
e professora dessa instituição, solicitou a ação do Inspetor Escolar Regional
que solucionou o problema dae, possibilitando que sua filha obtivesse
a promoção para o próximo ano.
Celeste Filho (2016), no texto, “Os conflitos na Escola Normal de
Piracicaba em meados da década de 1930” também relata sobre um
conflito em que houve a solicitação de um mediador externo a instituição
para resolver o conflito. O autor ao buscar compreender aspectos internos
e da organização da Escola Normal de Piracicaba/SP, uma instituição
“exemplar”, constatou, dentre outros aspectos, “[...] as disparidades de
ação frente à norma [...]” (CELESTE FILHO, 2016, p. 215).
Nessa instituição de Piracicaba/SP, havia discordâncias entre o
diretor e os professores quanto aos aspectos relacionados às normas
avaliativas da instituição, especificamente, a tentativa do diretor de
encerrar as fraudes de exames realizados. Assim, para resolver esse conflito,
houve a necessidade da participação de um mediador externo, resultando
em uma sindicância governamental (CELESTE FILHO, 2016).
Dessa forma, a resolução do conflito da Escola Normal de
Piracicaba/SP, como no Instituto de Educação “Fernando Costa”, ocorreu
com a participação de uma pessoa que não convivia diariamente na
instituição, ou seja, os envolvidos diretamente com os conflitos em
questão, não conseguiram resolvê-los e precisaram de um mediador
externo.
129
Ainda sobre a participação de um mediador externo na instituão,
no ano de 1959, os professores, o diretor do Instituto de Educação
Fernando Costa e o Inspetor Regional de Ensino, reuniram-se para
julgar o pedido de uma professora da instituão em queso, também mãe
de uma aluna dessa instituão. Esse pedido consistia na anulação da
transferência da aluna. Para isso, o diretor leu um apelo realizado pelos
alunos da turma dessa aluna solicitando que ela permanecesse na escola.
Por meio de votação foi decidido que a aluna permaneceria na instituão.
A partir do relato registrado, é possível constatar que os alunos do
Instituto de Educão “Fernando Costa”, em 1959, tinham a
oportunidade de se pronunciarem e interferirem nas decisões realizadas no
âmbito da congregação dessa instituão.
Localizou-se figuras de alunos que abrangem esse período, essas
figuras são apresentadas a seguir, com as Figuras 14 e 15:
Figura 14- Alunas do Instituto de Educação Fernando Costa
Fonte: INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, álbum de fotos ([1966]).
130
Figura 15- Alunos do Instituto de Educação “Fernando Costa”
Fonte: INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, álbum de fotos ([1966]).
Ressalta-se que não foi possível identificar com qual nível de ensino
essas figuras estavam relacionadas, mas provavelmente a Figura 14, referia-
se ao Curso Normal, enquanto que a Figura 15, possivelmente referia-se a
desfile dos alunos e segundo a imprensa prudentina, os alunos desfilavam
em setembro e no aniversário da cidade (VISITA..., 1954).
Pinheiro (2004) destaca que o “bom aluno” do Curso Primário do
Instituto de Educação “Caetano de Campos” estava relacionado com
aquele que se envolvia com atividades cívicas e práticas de higiene.
Atividade cívica que também estava presente no Instituto de Educação
“Fernando Costa”.
131
Destaca-se que a oportunidade de os alunos participarem nas
decisões realizadas no Instituto de Educação “Fernando Costa” poderia
contribuir para a formação de uma instituição democrática. No entanto,
em 1966, um professor dessa instituição, mencionou que a direção estava
tendo uma bondade excessiva, incutindo sentimento de democracia que os
alunos não estavam preparados.
Essa afirmação ocorreu, em uma reunião em que foi tratada da
transferência de um aluno de 22 anos do Curso Normal que explodiu uma
bomba no banheiro, os professores mencionaram que esse aluno sempre
teve “bom” comportamento e aproveitamento, um professor solicitou que
o diretor desse um voto de confiança, pois havia no estabelecimento uma
campanha de desmoralização à diretoria da escola. Ao perguntarem o
motivo ao aluno ele respondeu que atirou a bomba para retirar o mau
cheiro do banheiro.
Com isso, o professor Dióres Santos Abreu disse:
A escola tem que mostrar que um ato mal feito tem que ter uma sanção
[...] se não agirmos dessa maneira nós seremos considerados fracos, se
absolvermos esse elemento [...]. Devemos estabelecer daqui em diante,
não só baseado no Regimento Interno, mas na conduta para que o
aluno saiba o que aconteceu. Apelo para que vote para exclusão do
aluno. (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata, 1959-1966, p. 51).
Após isso, outro professor mencionou que se o aluno fosse
transferido para outra escola, ele serviria de exemplo, assim, os professores
votaram entre a transferência ou permanência do aluno e foi decidido que
ele seria transferido.
A transferência do aluno ocorreu a fim de puni-lo pelo ato tido
como incorreto e prevenir outros atos semelhantes. Cabral (2002), apesar
132
de não tratar do Instituto de Educação “Fernando Costa”, menciona que
as punições eram mecanismos utilizados nas Instituições Escolares para
controlar as ações dos alunos e regular as suas práticas buscando organizar
a instituição, o que também foi possível localizar no Instituto de Educação
“Fernando Costa”.
Cabral (2002, p. 94), complementa que o professor vigia as ações
para
[...] tentar evitar atitudes de desrespeitos às regras escolares
por parte dos alunos; e, segundo, ao provocar nesses uma
atitude de apreensão, medo. Nesse processo, a vigilância
assume a finalidade sobretudo, de produzir uma série de
condutas adequadas relacionadas à submissão, à autoridade
dos professores.
Segundo Souza (2010, p. 199), mudanças no século XIX, devido
a psicologia, alterou o modelo punitivo para o modelo disciplinar nas
Instituições Educativas Escolares. Todavia, a punição continuou a existir,
pois a própria “[...] punição pode servir, em algum momento, como
mecanismo disciplinar, quando é aplicada na frente de outras pessoas,
levando seus expectadores a saber, de antemão, as consequências, caso
pretendesse cometer aquele mesmo ato.”.
Assim, a Instituição Educativa Escolar nos fins do século XIX,
passou a constituir-se de importantes espaços de disciplinamento dos
cidadãos. Cabral (2002), afirma que no disciplinamento há os castigos ou
as recompensas.
A partir dos casos apresentados é possível constatar que a
congregação do Instituto de Educação “Fernando Costa”, lidou com o
conflito com os alunos de três maneiras: no primeiro caso que envolvia
133
uma professora defendendo uma aluna, sua filha, foi solicitada a visita do
Inspetor Regional, ou seja, de um sujeito externo ao Instituto de Educação,
pois foi considerado que o diretor do instituto não estava resolvendo a
situação.
No segundo caso em que estava sendo discutida a transferência da
aluna, a decisão foi realizada, após votação entre os professores,
considerando a opinião dos alunos da turma da aluna a ser transferida.
No terceiro caso o conflito gerado pela explosão da bomba pelo
aluno foi resolvido com a transferência desse, retirando-o para que os
demais se sentissem intimidados com a punição aplicada ao colega a partir
da realização de ações contrárias as normas do Instituto de Educação.
Portanto, é possível constatar que nas reuniões da congregação da
instituição pesquisada, eram tratados de casos conflituosos que ocorriam
nessa instituição e que envolviam diretores, professores e alunos. Casos que
eram resolvidos de maneiras diversas, tendo também a punição como
resolução.
No Instituto de Educação “Fernando Costa” as punições eram
utilizadas na busca da mudança dos comportamentos dos alunos que eram
indesejados em comportamentos desejados, considerando que os alunos
matriculados na instituição eram punidos em situações relacionadas com
comportamentos desviantes que atrapalhavam o trabalho realizado na
instituição. Cabral (2002), ao mencionar as ações relacionadas com
punições na instituição que pesquisou, aponta que estavam vinculadas às
situações tidas como problemas para o andamento dos trabalhos que eram
realizados.
A punição para Cabral (2002), é utilizada como corretivo para que
hajam alterações nos comportamentos dos alunos, tidos como impróprios
134
para o espaço. Ao relacionar as punições com o Instituto de Educação
“Fernando Costa”, há o evidenciamento das normas que não estavam
sendo cumpridas na instituição e Farge (2009) menciona que o desvio da
norma diz muito sobre a norma e sobre o contexto político, assim cada
delito diz muito sobre a sociedade.
A partir disso, pretendeu-se averiguar se no período da ditadura
militar houve mais ações indesejadas no Instituto de Educação “Fernando
Costa”, a partir das punições sofridas pelos alunos do Curso Profissional,
Ginasial, científico, Clássico e Normal. Todavia, localizou-se esses
registros de 1953 a 1963 e no ano de 1976
26
. Compreende-se que tiveram
os registros até o ano antecedente ao golpe que decorreu a ditadura militar,
assim, não há registros entre os anos de 1964 a 1975.
As punições que os alunos que tinham suas matrículas no Instituto
de Educação “Fernando Costa” sofreram, consistiam em: exclusão
definitiva da escola, transferência compulsória, suspensão de até oito dias,
repreensão escrita e repreensão verbal (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
ata, 1959-1966).
A seguir, no Quadro 5, estão registradas punições, especificamente
177, que os alunos do instituto em questão sofreram. Na fonte localizada,
somente eventualmente, havia o curso que o aluno frequentava o que não
possibilitou a inclusão dessa informação a seguir:
26
Neste Capítulo do texto, as informações foram retiradas da fonte Registro de penalidades (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, registro de penalidades, 1953-1976).
135
Quadro 5 - Punições para os alunos do Instituto de Educação “Fernando Costa”
TIPOS DE PUNÕES ANOS QUANTIDADE DE CASOS
Advertências ou repreensões
1953 4
1954 9
1955 3
1956 6
1957 8
1958 20
1959 16
1960 15
1961 13
1962 2
1963 11
Total 107
Suspensões
1953 4
1954 1
1955 3
1956 3
1957 8
1958 7
1959 9
1960 4
1961
7
Continua
136
1962 7
1963 14
Total 67
Perda do ano 1960 1
Impossibilitados de realizarem a matrícula 1961 1
Expulo 1963 1
Total de punições 177
Fonte: INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, registro de penalidades (1953-1976).
Constantemente, na instituição pesquisada, os alunos matriculados
eram advertidos ou repreendidos, e a cada ação dessa, eram informados
que na próxima ação relacionada seriam expulsos. Verificou-se que como
punições iniciais, os alunos primeiramente eram repreendidos ou
advertidos e depois recebiam suspensão, para em um momento posterior,
perderem o ano, serem transferidos ou expulsos.
Em 1958, foi o ano em que houve o maior número de advertências
ou repreensões aos alunos matriculados no Instituto de Educação
“Fernando Costa” e o ano de 1959, foi o ano em que houve menos dessas
punições.
Em relação as advertências dos alunos do Instituto de Educação
“Fernando Costa”, há um caso que merece destaque, tendo sido
classificado como indisciplina “generalizada”, em que as alunas do curso
colegial tiveram que entregar uma caixa de giz para suprir a falta de
material para a escola.
137
Além do mencionado, no Quadro 6, há os principais motivos de
advertência ou repreensão aos alunos, por ordem de localização na fonte:
Quadro 6 - Repreensões ou advertências sofridas pelos alunos do
Instituto de Educação “Fernando Costa”: motivos
MOTIVOS DA ADVERTÊNCIA OU
REPREENSÃO AOS ALUNOS
QUANTIDADE DE CASOS
Indisciplina em classe
24
Desrespeito ao professor, ou funcionário,
ou diretor
13
Apagar as luzes do corredor
1
Agressão física ou verbal
3
Grupo de alunos arremessaram bolinhas
de papel nos colegas da classe
1
Elaboração de charge que ofendia ao
colega
1
Publicação nos jornais sobre a instituição
sem autorização do diretor
2
Realização de “desordem” no interior da
classe
1
Saída do estabelecimento sem
autorização do diretor
19
Não comparecimento ao desfile
1
Falta coletiva
7
Conversa durante as aulas e rabisco no
livro de latim
1
Permanência fora da sala de aula durante
as aulas
6
Desatenção
5
Ausência
3
Falta de uniforme
2
Utilização de termos impróprios
1
Desacato às ordens
1
Continua
138
Desatenção ao sinal
4
Outros
11
Total
107
Fonte: INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, registro de penalidades (1953-1976).
A seguir, no Gráfico 1, há os cinco motivos mais recorrentes:
Gráfico 1 - Repreensões ou advertências pelos alunos do
Instituto de Educação “Fernando Costa”: motivos recorrentes
Fonte: INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, registro de penalidades (1953-1976).
Com o Gráfico 1, verifica-se os motivos predominantes de
repreensões ou advertências que os alunos do instituto em questão
sofreram, ou seja, “Desrespeito ao professor, ou funcionário, ou diretor
(13 casos); “Saída do estabelecimento sem autorização do diretor” (19
casos) e “Indisciplina em classe” (24 casos).
Sobre a indisciplina, pode-se considerar o mencionado por Cabral
(2002) que menciona que é a oposição a norma, a disciplina que objetiva
o funcionamento tido como bom na instituição
139
Sobre a saída dos alunos realizadas sem autorização, pode ser que
ocorreu devido a maneira que funcionava o prédio da instituição, pois no
ano de 1965, o Inspetor Escolar Estadual, solicitou o fechamento da saída
localizada nos fundos do Colégio, pois essa ação impediria que os alunos
fugissem (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, têrmo de visita do inspetor
estadual, 1960-1983).
Acima da punição de advertência e repreensão estava a suspensão,
segundo informações contidas na fonte Registro de penalidades, as
suspensões ocorriam na instituição como medida “preventiva e
educacional” (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, registro de penalidades,
1953-1976, p. 51).
No Quadro 7, inseriu-se os motivos de suspensão por ordem de
localização na fonte:
Quadro 7
27
- Suspensões para os alunos do
Instituto de Educação “Fernando Costa”: motivos
MOTIVOS DA
SUSPENSÃO DOS
ALUNOS
QUANTIDADE DE
DIAS DE SUSPENSÃO
QUANTIDADE
DE CASOS
Indisciplina
3 dias (4 alunos)
- (4)
8 dias (2)
10
Saída do estabelecimento sem
autorização do diretor
8 dias (1)
3 dias (3)
- (1)
5 dias (1)
1 dias (1)
7
Indisciplina e desrespeito ao
professor
8
3
Continua
27
Neste quadro, inseriu-se entre parêntesis a quantidade de alunos e antes dessa informação, inseriu a
quantidade de dias de suspensão, todavia quando não houve essa quantidade descrita na fonte optou-se por
inserir o hífen.
140
Desatenção
4 dias (1)
8 dias (2)
3 dias (1)
4
Não assistia aula
-
1
Desrespeito ao professor
3 dias (3)
8 dias (1)
- (1)
5
Ausência coletiva
3 dias (2)
2 dias (2)
- (2)
6 dias (1)
7
Desrespeito ao funcionário
- (1)
3 dias (1)
1 dias (1)
8 dias (1)
4
Agressão física ao colega
3 dias (3)
1 dias (2)
5
Ausência
- (1)
1 dias (1)
3 dias (1)
3
Desacato e ameaça de agressão
ao professor de educação física
- 1
Não comparecimento ao
desfile de sete de setembro
8 1
Desrespeito ao regimento da
escola
3 1
Desrespeito ao diretor
8 (2)
3 (1)
3
Desrespeito ao colega
3 (2)
2
Danificação da escola
8
1
Desrespeito à escola
3
1
Lançamento de bombas pela
janela
1 (1)
- (1)
2
Inserção de rádio na tomada
da classe
1 (1) 1
Outros
3(2)
- (3)
5
Total
67
67
Fonte: INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, registro de penalidades (1953-1976).
141
No Gráfico 2, localizado a seguir, há os cinco motivos mais
mencionados, apresentados no Quadro 7:
Gráfico 2 - Motivos mais recorrentes de suspensões sofridas pelos alunos do Instituto de
Educação “Fernando Costa”
Fonte: INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, registro de penalidades (1953-1976).
Os motivos mais predominantes de suspensões sofridas pelos
alunos do instituto de Presidente Prudente/SP, foram: “ausência coletiva”
(sete), “Saída do estabelecimento sem autorização do diretor” (sete) e
“Indisciplina” (10). Constata-se que os dois motivos mais recorrentes de
suspensões são idênticos aos motivos de advertências ou repreensões.
Sobre a indisciplina, verifica-se que no ano de 1965, após mais um
caso com essa temática, o diretor do Instituto de Educação “Fernando
Costa”, fez a sugestão para que fosse criada a Associação de Pais e Mestres,
para realizar o esclarecimento aos familiares relacionados as atividades das
142
crianças e adolescentes na escola (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata,
1959-1966).
Sobre a denominada “ausência coletiva”, é importante mencionar
que a turma que faltava às aulas recebia suspensões coletivas, para isso,
havia rodízios de dias em que os alunos frequentariam a instituição.
Em 1954, alunos da instituição pesquisada, realizaram uma
excursão para São Paulo, ao retornarem dessa viagem, determinadas alunas
foram repreendidas e determinadas alunas foram suspensas como é possível
constatar na citação a seguir:
[...] desobediência e falta de interesse durante o passeio, a pena de
repreensão às alunas
28
[...] três dias de suspensão à aluna [...] por
pernoite fora do alojamento sem permissão [...] oito dias de suspensão
para a aluna [...] por desobediência e desacato às determinações.
(COLÉGIO E INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, ata, 1953-1955, p.
25).
Aqueles alunos que não cumpriam ordens, eram ameaçados com
afirmações que não iriam poder continuar no mesmo ano letivo escolar.
Como um caso em que após desrespeito à direção da instituição, foi
mencionado que o aluno não poderia efetuar a matrícula no ano seguinte,
devendo permanecer no mesmo ano escolar.
Mais grave que a punição relacionada com a suspensão, estava a
transferência e a exclusão, foi localizado um caso desse no instituto em
questão, em que o aluno matriculado foi expulso por ter desacatado
autoridades da escola com ameaça e agressão (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, registro de penalidades, 1953-1976) e teve-se um recado
do ano 1966, em que o diretor da instituição fez uma solicitação que os
28
Optou-se por não inserir os nomes das alunas substituindo por “[...]”.
143
professores avisassem os alunos da possibilidade de transferência
compulsória por estarem realizando “cola”
29
(INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, atas, 1959-1966).
No Instituto de Educação “Fernando Costa”, havia a interferência
dos pais nas punições que os alunos sofriam e assim essas punições eram
amenizadas, como no caso em que o aluno teve suspensão pelo fato de
desrespeitar um professor, todavia com a intervenção de um pai a punição
para o aluno foi realizada apenas como uma advertência.
Em um outro momento registrado, o aluno teve uma suspensão de
oito dias, sendo que poderia ser alterada com a presença do pai na escola,
sendo diminuída por três dias. Em outro caso o aluno seria transferido e,
os familiares desse aluno, relatou que ele estava em tratamento médico,
assim transferi-lo para realizar os estudos em outro local, faria com que o
ano letivo do aluno fosse perdido. Com isso, a transferência desse aluno
foi dita que ocorreria no próximo ano letivo do curso e naquele ano o aluno
somente receberia suspensão (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, registro
de penalidades, 1953-1976, p. 80).
Portanto, o Instituto de Educação “Fernando Costa” era uma
instituição em que havia um prestígio social e também tinha a composição
de resistências e transgressões às normas por parte dos alunos matriculados
o que geravam punições a fim de que esse comportamento tido como
inadequado fosse transformado.
As punições também revelam que a escola tem um papel para
intervir nos comportamentos tidos como inadequados e para isso
apresentam vários mecanismos (CABRAL, 2002).
29
É um ato de copiar respostas para a realização de atividades pedidas pelo professor.
144
De maneira mais recorrente, ocorreu as punições por indisciplina,
para solucionar essa ação, houve a criação de uma comissão com quatro
alunos que relatavam para a direção os nomes dos alunos que cometiam
indisciplinas, posteriormente esses alunos eram punidos. Desse modo, os
alunos também recebiam o ato de serem vigiados pelos colegas
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, registro de penalidades, 1953-1976).
Para Dominique Julia (2001) historiador da França, em cada
instituição escolar, há uma cultura escolar, que se relaciona com normas
de ensino e conduta e práticas que possibilitam transmissão de
conhecimentos e permite o ato de incorporar comportamentos.
Na instituição escolar em questão, em relação às condutas de
incorporar nos alunos matriculados algum comportamento, ao realizar as
análises dos motivos de suspensões, advertências etc., verifica-se que havia
uma diretiva no sentido de se submeterem à direção, aos docentes e aos
funcionários, fazendo o cumprimento das normas.
Além disso, conclui-se que os alunos deveriam solicitar autorização
para saírem da instituição, deveriam comparecer em desfiles cívicos da
cidade, deveriam permanecer em silêncio durante as aulas e deveriam usar
o uniforme da instituição.
Para a ocorrência da incorporação desses comportamentos que
eram almejados, no Instituto de Educação “Fernando Costa”, haviam as
advertências também denominadas de repreensões, as suspensões e as
transferências também denominadas de expulsões. Assim, alunos com
comportamentos indesejados eram punidos com o fim de que os seus
comportamentos se tornarem comportamentos desejados, que eram tidos
como adequados para bom o funcionamento da instituição. É importante
destacar que a escola trabalha com conhecimentos científicos,
145
conhecimentos úteis e também com a formação de hábitos, costumes e
comportamentos tidos como bons (SOUZA, 1998).
Portanto, dentre as ações realizadas internamente no Instituto de
Educação “Fernando Costa” estava a fiscalização da instituição por um
Inspetor Escolar Estadual, conflitos envolvendo diretores, professores e
alunos, e por fim, aplicação de punições para os alunos a fim de que
alterassem o comportamento que não estava de acordo com as normas
utilizadas na instituição. É importante considerar que os apontamentos
realizados pelo Inspetor Escolar Estadual nas visitas que fez para a
instituição, não estavam relacionados com os motivos das punições que os
alunos sofreram.
No Instituto de Educação “Fernando Costa”, havia o Curso
Normal que formava professores e em uma formatura do Curso de
Administradores Escolares, o paraninfo professor Mário Junqueira da Silva
elogiou o magistério e mencionou que o
[...] Instituto de Educação<Fernando Costa>, casa de ensino da qual a
cidade tanto se orgulha. Exercer, hoje, o magistério em Presidente
Prudente não é mais desbravar e, sim, um prêmio. Diversas das
diplomadas já pertencem ao magistério efetivo e as outras irão
enfrentar o Concurso de Ingresso ao Magistério, que ora se processa.
[...] Não basta desempenhar as obrigações, há necessidade de
entusiasmo, de espirito de sacrifício, é mister que o exercício do
magistério se torne uma missão. É necessário que todo normalista antes
de ingressar no magistério, faça uma consulta ao seu eu e pondere a
missão do professor, o que a Pátria exige dele os sacrifícios que terá que
fazer, o anonimato desses sacrifícios, se é capaz de se contentar com o
prazer do dever cumprido, depois de tudo isso, se a resposta for
favorável, então mãos a obra e dê o exemplo sendo o protótipo do
mestre abnegado. Em caso contrário, há inúmeras profissões a escolher,
mas não o magistério, pois ele não comporta mentalidade utilitarista
146
ou falta de amor à profissão. Só assim evitaremos a intromissão indébita
da política e o nepotismo em nossa profissão. (SOLENIDADE...,
1955, p. 1).
É valorizado que no magistério se tenha “entusiasmo” e a profissão
é relacionada com “missão” e é mencionado que essa profissão deveria ser
amada. Sobre o aluno, Mário referiu que era:
[...] preciso que o professor ao entrar na sala de aula veja no aluno, a
sua alma simples, dócil, maleável e amiga e não um simples número de
matrícula, inexpressivo e frio. O aluno é um ser que precisa de compre-
ensão, afeição, dedicação para que possa haver aprendizado.
necessidade que à instrução não fique alheia a educação em seus
aspectos vitais. A recuperação da nacionalidade tem grande parte do
seu êxito dependendo do fiel desempenho do mandato atribuído ao
professor. Perdoe-me a seleta assistência, a falta de modéstia se disser
que ser professor é missão nobre e da qual devemos nos orgulhar.
(SOLENIDADE..., 1955, p. 1).
Desse modo, valorizava-se que o aluno fosse visto como um ser
humano que precisava ser tratado com afetividade e compreensão para que
assim ocorresse o aprendizado. Ainda no discurso do paraninfo em
questão, foi relatado sobre o professor da zona rural, destacando que ele
não devia
[...] faltar às aulas, trabalhar com amor, não pedir licenças diante das
dificuldades e mesmo da hostilidade do meio, vencendo-o se for
necessário tornando-se um ponto de atração e confiança, valorizando
o elemento humano rural e não contaminando o êxodo rural. Após
uma árdua semana de aulas na roça, o que significa falta de conforto,
má alimentação, etc., sei que será difícil resistir a uma fugidinha para a
cidade mais próxima, onde há tudo que lá não existe, onde, às vezes, o
coração está preso, mas é preciso não se esquecer de que o horário da
escola deve ser obedecido aos sábados e nas 2.as feiras. Não pôde o
147
professor se esquecer que a maioria dos seus alunos moram 4 ou 5 km
da escola e que saíram de casa com o dia ainda escuro e seria um crime
fazê-los perder o dia e tantos sacrifícios. As quatro horas de aula diárias
são sagradas e devem ser ministradas com o máximo de proveito para
que no fim do ano a promoção não seja inferior a 75%. É preciso que
o professor procure afastar a politica do magistério para não tumultuá-
lo, o magistério tem leis próprias e devem ser respeitadas. Que o
exemplo parta de nós mesmos, não andando atrás de políticos
mendigando o que a lei nos facultará quando a elas tivermos direito.
Reclamamos porque os Exmos. Srs. Secretários da Educação são
políticos e não nossos colegas, mas, se afastarmos toda ingerência
política e nada pedirmos aos políticos, eles não mais se interessarão por
esse cargo que deveria ser técnico. (SOLENIDADE..., 1955, p. 1).
Desse modo, o paraninfo se constituía de uma pessoa influente
escolhido pelos alunos, segundo a concepção desse em questão, o
magistério deveria ser escolhido por aqueles que tivessem amor à profissão,
que se sacrificasse e para exercer essa função era necessário o afastamento
da política do magistério.
Em 1954, o diretor da instituição pesquisada, Waldemir B.
Carvalho, também mencionou sobre a política ao relatar que O Normalista
era o único jornal da instituição e antes de ser publicado era revisado pelo
diretor sendo
[...] vedado a este órgão estudantil tratar de política, problemas raciais,
religiosos, e artigos ofensivos a pessoas ou instituições, de
conformidade com o Regimento Interno das Escolas Normais
Decreto n.o 19.525-A, de 27-7-50. Qualquer outro órgão estudantil
independente não tem nenhuma ligação com o Instituto de Educação
“Fernando Costa”, mas, qualquer aluno deste estabelecimento que
infringir o art. 131, do decreto citado acima, seus itens adiante
transcritos:
148
7- “assacar injúria ou calúnia contra alunos ou funcionários do
estabelecimento, ou praticar contra eles atos de violência”
8- “praticar, dentro ou fora do estabelecimento, ato ofensivo à moral e
aos bons costumes” estão sujeitos às penalidades previstas no art. 132:-
1-admoestação.2-repreensão, 3-suspensão até 8 dias, 4-perda do ano,
5-exclusão definitiva (CARVALHO, 1954, p. 3).
Na formação dos professorandos do Instituto de Educação
“Fernando Costa” o próprio jornal dos normalistas era censurado. No ano
de 1954, na direção do jornal O Normalista, estava Alberto Barreira e
Marco Aurélio Catoni (EDUCAÇÃO..., 1954).
Enquanto que a política era desvalorizada na formação do
professor da instituição pesquisada, a experiência era valorizada como é
possível constatar a seguir:
[...] as autoridades regionais e locais do ensino secundário e normal
sediadas no interior do Estado, deverão entrar em entendimento com
as delegacias de ensino para a realização de cursos de extensão cultural
destinados a professores em exercício no magistério primário e os
normalistas diplomados, embora ainda não ingressados no magistério.
[...] É também conveniente incrementar a presença dos professorandos
dos institutos de educação e escolas normais nos círculos do magistério
primário, leva-los a mais íntimo contato com a escola primária, e
aproveitar-se de esclarecimentos, palestras e demonstrações que lhes
possam ser feitas pelas autoridades e professores do ensino primário, a
fim de que a diuturna experiência destes educadores possam servir à
melhor formação dos colegas de amanhã (PEIXOTO, 1956a, p. 3).
Havia um objetivo de aproximar os normalistas da prática de
ensino e com a escola de aplicação dos normalistas era possível realizar isso,
como ocorreu no Colégio e posteriormente, no Instituto Educação
“Fernando Costa” que havia uma escola de aplicação dos normalistas que
149
“[...] ocorria no Curso Primário Anexo que funcionou de 1947
30
a 1975,
juntamente com a Escola Normal.”.
Nesse curso, os alunos normalistas do Instituto de Educação
“Fernando Costa”, ministravam aulas experimentais sob a orientação do
professor, aprendiam a ensinar e adquiriam manejo de classe.” (RIBEIRO,
1999, p.117). Nessas aulas ministradas, os colegas de turma também
observavam e comentavam os procedimentos positivos e negativos que
precisavam de melhoras (RIBEIRO, 1999).
Segundo Myrtes Pinto (1968)
31
os alunos do Curso Normal que
observavam o Curso Primário Anexo do Instituto de Educação eram
denominados de alunos-mestres que participavam, realizavam regência de
classe e avaliavam a experiência de prática de ensino do colega. O
planejamento da atividade de observação do Curso Primário Anexo ao
Instituto de Educação em questão era realizado pelo (a) professor (a) da
disciplina “Prática de Ensino” do Curso Normal do Instituto de Educação
“Fernando Costa”, assim como, o assunto, a escolha da matéria e da turma
a ser observada.
Durante a atividade de observação, os professorandos auxiliavam
os professores do Curso Primário Anexo ao Instituto de Educação
“Fernando Costa” e como mencionado, ministravam aulas e o plano de
aula a ser ministrado era realizado cooperativamente com a professora da
30
Apesar de no Instituto de Educação “Fernando Costa”, o Curso Primário ter sido instalado antes do instituto,
ou seja, em 1947, somente em 1968, o Curso Primário de aplicação anexo ao Ensino Normal era garantido pela
legislação (SÃO PAULO, 1968a).
31
Essa pesquisa registrada em livro é resultado da tese de doutorado da autora apresentada na Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras da Unesp, campus de Presidente Prudente/SP, nessa pesquisa, a autora entrevistou
normalistas de duas Escolas Normais da cidade de Presidente Prudente/SP e uma dessas consistiu na Escola
Normal do Instituto de Educação “Fernando Costa”. Como metodologia da pesquisa, a autora elaborou um
questionário que foi respondido por 34 alunos das Escolas Normais e por professores da disciplina “Prática de
Ensino” dessas instituições (PINTO, 1968). Nesta dissertação, selecionaram-se as respostas dos alunos da Escola
Normal do Instituto de Educação “Fernando Costa” (PINTO, 1968).
150
disciplina “Prática de Ensino” em que o professor fornecia um roteiro para
que fosse seguido na organização do plano (PINTO, 1968).
Em 1968, os professorandos da Escola Normal do Instituto de
Educação “Fernando Costa”, mencionaram que no período de realização
do curso, sete professorandos ministraram uma aula no Curso Primário
Anexo ao Instituto de Educação “Fernando Costa”, seis professorandos
ministraram duas aulas, cinco professorandos três aulas, cinco
professorandos quatro aulas, dois professorandos cinco aulas e um
professorando ministrou seis aulas.
Considera-se que havia “[...] uma grande deficiência, quer no
número de aulas dadas, quer na distribuição dessa atividade tão importante
para a formação do professor, que é a regência de classe.” (PINTO, 1968,
p. 116). A professora de “Prática de Ensino” os avaliava com base “[...] em
conferências de grupos de alunos-mestres, assistidos pelo professor de
Prática [...]” (PINTO, 1968, p. 117).
Em 1966, a diretoria do Curso Primário Anexo ao Instituto de
Educação “Fernando Costa”, mencionou que:
É grande o número de normalistas estagiárias nas classes do Curso
Primário anexo ao I.E. “Fernando Costa” de Presidente Prudente. O
método de alfabetização por nós usado é longo e necessita de melhores
condições. Pelo exposto, solicito que as classes dos 1ºs anos, do Curso
Primário Anexo ao I.E. “Fernando Costa” funcionem com 35 alunos.
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, livro de correspondência, 1953-
1969, p. 79).
Havia professorandos nas classes do Curso Primário anexo à
instituição em questão, contudo eles não participavam das atividades
administrativas da escola como: execução de chamadas, diário da classe e
matrículas. Além disso, os professorandos não participavam: das reuniões
151
de pais e mestres, das reuniões de professores, dos ensaios dos alunos para
festas escolares e das excursões e visitas didáticas (PINTO, 1968).
Apesar disso, Myrtes Pinto afirma que a Escola Normal do
Instituto de Educação “Fernando Costa” tinha a preocupação em “[...]
oferecer aos alunos-mestres um programa mais variado de experiências de
participação [...]” (PINTO, 1968, p. 109).
Em 1956, na imprensa prudentina, foi publicado que a Chefia de
Serviço do Ensino Secundário e Normal, comunicou que era necessário
que o Curso Primário funcionasse no mesmo período dos Cursos Normais
para que fosse possível “[...] a Prática de Ensino por parte dos normalistas
mas também para que estes dispensam diariamente do campo de
observação indispensável à formação do professor primário.”
(ANDRADE, 1956, p. 3).
Dessa forma, o Curso Primário Anexo a Escola Normal do
Instituto de Educação “Fernando Costa” estava de acordo com o
defendido na legislação de 1947, pois “[...] além da finalidade que lhe é
própria, destina [va]-se, para o curso profissional, à observação,
experimentação e prática de métodos e processos de ensino.” (SÃO
PAULO, 1947, [p. 96]).
Em 1968, no Curso primário Anexo à instituição em questão,
havia 11 classes do Curso Primário e três de Educação Infantil, havia a
diretora efetiva e a auxiliar de direção desse curso (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, livro de correspondência, 1953-1969).
A primeira diretora desse curso foi a professora Lygia Pinheiro
Arraes e no ano de 1947, a diretora foi Adélia Rocha e posteriormente,
vieram Cybele Bueno Ulisses Lombardi e Lina Prestes César Doll. A partir
de 1956, a diretora do Curso Primário Anexo do Instituto de Educação
152
“Fernando Costa” foi a professora Eluiza de Rezende Rodrigues, que se
vinculou a instituição como diretora até 1975 “[...] quando ocorreu a
extinção do Primário Anexo, no início da implantação da Lei 5692/71,
com a redistribuição da rede física das escolas estaduais.” (RIBEIRO,
1999, p. 118).
Assim, no Instituto de Educação “Fernando Costa” havia dois
diretores, um que era responsável pelo Instituto de Educação em geral e
outro responsável pelo Curso Primário. Sendo que o diretor do Curso
Primário, era subordinado ao diretor do Instituto de Educação que se
responsabilizada pela administração, disciplina e orientação do ensino da
escola (SÃO PAULO, 1933).
Constata-se que os diretores da instituição pesquisada, eram todos
do sexo masculino, enquanto que no Curso Primário Anexo em que a
idade dos alunos era menor, todas as diretoras eram do sexo feminino.
Mariano (2016), menciona que com o crescimento da produção do café e
com a industrialização, a maioria dos homens foram trocando a profissão
de professor por outras atividades. Assim, as mulheres foram adentrando
neste espaço de atividades do magistério e muitos autores denominam esse
período de feminização do magistério (CAMPOS, 2002; SILVA, 2002;
ALMEIDA, 1998; TAMBARA, 1998 e etc.).
Demartini e Antunes (1993) mencionam que os homens que
assumiam a carreira de magistério direcionavam para outras áreas,
tornando-se diretores, chefes da instrução pública, supervisores,
formadores de professores, entre outros. Desse modo, havia o aspecto
incomum no Instituto de Educação “Fernando Costa” que era o fato da
direção do Curso Primário Anexo não ser do sexo masculino.
Na imprensa prudentina é mencionado que o Curso Primário era
o único acessível para todos:
153
Em nosso país a maioria dos brasileiros põe um ponto final na sua
educação intelectual, quando termina o curso primário e isso se verifica
porque são raros os que podem alcançar as escolas secundárias e
superiores muitas vezes por falta de recursos econômicos. Sendo, pois,
a escola primária a única acessível a todos, deve possuir meios que
venham assegurar o máximo de eficiência pedagógica e social.
(OLIVEIRA, 1955, p. 3).
No Curso Primário Anexo ao Instituto de Educação “Fernando
Costa”, as crianças eram tidas com “comportamento exemplar”, por
valorizarem os professores, organizando festas de aniversários e de
despedidas a eles. Como exemplo de professoras que receberam essas
festividades têm-se: Vitória, Gení, Eulália, Nair Martins, Adélia; Alice,
Nair Faria, Luizinha e Orminda (PEIXOTO, 1956d).
Orminda estava substituindo a professora Gení no 4º ano, quando
ela teve que voltar, por isso, os alunos fizeram uma festa de despedida como
se pode visualizar na Figura 16 a seguir:
Figura 16 - Despedida para professora do Curso Primário Anexo ao
Instituto de Educação “Fernando Costa
Fonte: Peixoto (1956d, p. 3).
154
Na festa havia doces, salgados e bebidas. O aluno Antônio
Francisco Lecci Françoso foi um dos organizadores da festa e discursou,
homenageando a professora, juntamente com o aluno Waldir Ponçano
(PEIXOTO, 1956d).
Em 1981, Eluiza de Rezende Rodrigues escreveu um texto sobre o
Curso Primário Anexo ao Instituto de Educação “Fernando Costa
juntamente com uma antiga professora dos professorandos Helena Faria
de Barros, formada em Pedagogia que ministrou aulas de “Psicologia”,
“Prática de Ensino” e “Metodologias” desde 1956, nessa instituição. Em
2015, Helena atualizou o currículo on-line, mencionando que é Doutora
em Educação e livre-docente pela Universidade Federal de Santa Maria,
aposentada, ministrou aula na Universidade do Oeste Paulista e na
Universidade Católica Dom Bosco (BARROS, 2020).
Helena, também orientava pedagogicamente os professores do
Curso Primário Anexo e mencionou que havia planejamentos mensais
“[...] com os professores, na tentativa de oferecer atividades integradas de
ensino [...] Tentávamos que as crianças extraíssem elas próprias,
informações das vivências que tivessem e daí a preocupação em oferecer
variedades de atividades criteriosamente selecionadas.” (BARROS;
RODRIGUES, 1981, p. 194-195). Para Helena de Barros, o que ela fez
no Curso Primário Anexo ao Instituto de Educação “Fernando Costa”
contribuiu para que ela compreendesse “[...] a prática e a teoria como
processos dialéticos e complementares, onde uma não acontece sem a outra
e uma conduz à outra.” (BARROS; RODRIGUES, 1981, p. 195). Ela
mencionou que na 1ª série do Curso Primário em questão, as professoras
dedicavam-se a alfabetização a partir do “[...] emprego de cartilhas de
método analítico global, ‘O livro de Lili’ ‘Sarita e seus amiguinhos’ e
cartilhas semi-analíticas ‘Upa, upa cavalinho’ ‘O presente’; ‘Meninos
155
travessos’; ‘Siga aprendendo’ e outras [...]” (BARROS; RODRIGUES,
1981, p. 196).
Em relação às cartilhas, em 1963, tem-se que a diretora do Curso
Primário em questão afirmou que nesse curso, nas classes de 1º ano
aplicou-se, por recomendação de professoras, “[...] a Cartilha ‘O Presente’
de Magdala Lisboa Bacha, obtendo 100% nas promoções. Em vista disso,
a direção do Curso Primário Anexo ao I.E. “Fernando Costa”, pede a V.
S. autorização para que seja aplicado esse ano de 1963 à mesma cartilha.”
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, livro de correspondência, 1953-1969,
p. 56).
O Departamento de Educação mencionou que o “p-livro”
32
“O
Presente” foi submetido à comissão de julgamento e revisão de livros
didáticos que emitiu parecer desfavorável por não preencher “[...] os
requisitos indispensáveis para o fim que se destina.” (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, livro de correspondência, 1953-1969, p. 57).
Três anos após a instalação da instituição pesquisada, havia 18.744
pessoas analfabetas na cidade, e 546,6 pessoas havia recebido as primeiras
instruções entre 1950 a 1954, a imprensa menciona que era dever da
sociedade acabar com o analfabetismo. Na imprensa prudentina é
mencionado que
Antigamente a função essencial da escola primária era a alfabetização.
Porém, em virtude do constante enfraquecimento moral que vem se
verificando no meio familiar, a escola teve que modificar o seu
panorama, devendo não somente alfabetizar, como também educar e
preparar para o ser para uma vida social sadia.[...] Dentro desse
conceito, cabe a Escola primária a completa formação da personalidade
da criança, empenhando todos os esforços afim de desenvolver a
32
Ou seja, o que a diretora nomeou de cartilha o Departamento de Educação nomeou de “pré-livro”.
156
capacidade, as virtudes e as aptidões da criança através da alfabetização
pré-vocacional sendo esta o intermédio dos trabalhos manuais
incentivando na criança o amor pelo trabalho e pelas atividades
técnicas. A escola primária tem uma relação intima com o Jardim da
Infância e o curso secundário. O Jardim da infância por intermédio
dos hábitos ensinados prepara a criança para galgar a escola primária e
esta organiza a vida da criança deixando-a em condições satisfatória
para enfrentar a escola da vida. A escola antiga, sirva exclusivamente
em torno de um livro e um professor era um elemento que alcançava a
respeito do aluno pelo mêdo. A escola nova sem dispensar o auxílio dos
livros procura trilhos pedagógicos afim de educar a criança nos
processos fundamentais e na vida social exigida pela complexa
sociedade do mundo de hoje, que vem constantemente sofrendo
desvios [...] (OLIVEIRA, 1955, p. 3).
Assim, a alfabetização era eixo central da escola primária e havia
uma solicitação de que também passasse a ser a preparação social.
Além da alfabetização, também se trabalhava a Matemática com as
alunas do Curso Primário e nessa área, considerava que a criança aprendia
com os sentidos, ou seja, vendo e tocando e o ensino ocorria no “plano
intuitivo” (BARROS; RODRIGUES, 1981).
Em História do Brasil, era objetivado que a criança “[...] formasse
ideia cronológica, de sequência, além da preocupação de compreender o
presente. Nomes e datas eram supérfluos. A análise de causas e
consequências era feita.” (BARROS; RODRIGUES, 1981, p. 196).
Em Geografia do Brasil, buscava-se que a criança compreendesse o
meio ambiente e em ciências enfatiza-se o método científico (BARROS;
RODRIGUES, 1981).
Os professores do Curso Primário Anexo à instituição pesquisada
157
[...] eram treinados em serviço. Com um atendimento constante. Os
alunos do Curso Normal participavam observando-os ou dando aulas
que estavam sempre previstas no trabalho de classe. O trabalho dos
alunos servia para treinar professores e eles eram igualmente treinados
pelos professores do Primário. Os pais, pessoas da comunidade e
professores do ‘Ginásio’ era frequentemente solicitados a trabalhar em
alguma atividade com as crianças. Para as crianças era um privilégio
receber o professor do Ginásio, em classe. Gostavam de ter contato
com seus futuros professores. O Curso Primário anexo ao I.E.
Fernando Costa se constituiu, assim, num laboratório de
aprendizagem pelas atividades ali vividas e pelo clima de cooperação
implantado. (BARROS; RODRIGUES, 1981, p. 197-198).
Compreende-se que no Instituto de Educação “Fernando Costa”,
“[...] formar professores foi um trabalho sério realizado pelo Curso
Primário [...] [e] as crianças que se prestavam a isso e eram envolvidas nessa
atividade mereciam trabalho sério, honesto e da melhor qualidade [...]”
(BARROS; RODRIGUES, 1981, p. 197).
Por fim, ressalta-se que o Curso Primário do Colégio do Estado e
Escola Normal da de Presidente Prudente/SP, após seis anos da sua
instalação tornou-se anexo ao Instituto de Educação “Fernando Costa”.
Com esse curso, os professorandos da instituição pesquisada, eram
formados professores, com auxílio dos professores da disciplina “Prática de
Ensino”, dos colegas de classe do Curso Normal e do professor do Curso
Primário.
Assim, constata-se que os alunos que realizavam o Curso Primário
nessa instituição tinham um ensino diferenciado, com observação dos
professorandos, com treinamento constante de docentes do Curso Normal
e com participação de professores do Ginásio.
158
3.3.2 Avaliação dos alunos
Nos Cursos Primários dos Institutos de Educação era comum a
realização de Testes ABC com os alunos e com esses testes buscava-se
classificar as crianças que frequentavam a escola primária verificando “[...]
o nível de maturidade requerido para a aprendizagem da leitura e da
escrita.” (LOURENÇO FILHO, 1974, p. 9). Assim, após esses testes os
alunos eram organizados de acordo com o resultado, buscando a
homogeneidade.
Esses testes foram idealizados por Lourenço Filho que afirmava que
a “maturidade” da criança não estava relacionada com “[...] a idade
cronológica, nem com a idade mental [...]” (LOURENÇO FILHO, 1974,
p. 9).
Em 1961, as professoras da disciplina intitulada “Prática de
Ensino”, ministrada no Instituto de Educação “Fernando Costa”
aplicaram os Testes ABC, aos alunos do 1º grau do Curso Primário Anexo
e os resultados obtidos no 1º ano A, consistiram em 18 alunos do “quartil”
fértil e 18 alunos do “quartil” médio e no primeiro ano B, os resultados
consistiram em 37 alunos no “quartil médio” (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, livro de correspondência, 1953-1969).
Em 1962, também foram aplicados os Testes ABC para os alunos
do 1º grau do Curso Primário Anexo ao “Fernando Costa”. Os testes
também foram aplicados pelas professoras de “Prática de Ensino” desse
instituto e os alunos obtiveram as seguintes classificações: 1º ano A-média,
4º ano B-média, 1º ano C- forte. Após a aplicação dos testes em questão e
a “classificação” das crianças, o resultado era enviado para o Departamento
de Educação do estado de São Paulo (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO,
livro de correspondência, 1953-1969).
159
No Curso Normal e no Curso de Aperfeiçoamento do Instituto de
Educação “Prof. Stélio Machado Loureiro”, o livro mais lido pelos alunos
desse curso consistia do denominado: Testes ABC: para verificação da
maturidade necessária ao aprendizado da leitura e da escrita de Lourenço
Filho. Segundo entrevistas realizadas com antigas alunas dessa instituição,
a partir desses testes, os alunos da escola primária eram organizados em
classes “fortes” e “fracas” (SERRA, 2004).
Dessa forma, nesse período de funcionado do Instituto de
Educação, havia retenção no ensino primário e em relação aos Testes ABC
eles eram utilizados como instrumento científico para selecionar os alunos.
Na imprensa prudentina foi criticado esse aspecto nas escolas primárias,
publicando que:
É absurdo e mesmo errôneo em meu parecer a divisão de classes, no
início do ano letivo, pela promoção de alunos. Baseio-me, ao fazer este
comentário, na situação atual das classes que hoje temos.
Fracas...absolutamente sem nível no que exige o programa do ano que
frequentam. (CARDOSO, 1956, p. 9).
A homogeneidade buscada no Curso Primário do Instituto de
Educação “Fernando Costa” tinha como principal função a alfabetização.
Assim, o Curso Primário dessa instituição, tinha como principal objetivo
alfabetizar os alunos, cuja concepção era baseada na ideia de que quanto
mais homogêneo os alunos, mais fácil seria essa concretização.
Além do teste para selecionar os alunos na busca de formarem
turmas para o Curso Primário, os alunos eram avaliados através de exames
sobre os conteúdos ensinados. Localizou-se 39 exames de alunos do 3º ano
do Curso Primário Anexo ao Instituto de Educação “Fernando Costa”,
referente ao ano de 1962. Ressalta-se que esses 39 exames se referem ao
mesmo modelo de avaliação. Nesse modelo de avaliação localizado, os
160
alunos foram avaliados nos seguintes conteúdos: “Linguagem”,
“Gramática”, “Conhecimentos gerais” e “Aritmética e Geometria”
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, exames, 1962).
O exame para avaliar a “Linguagem”, consistiu em uma reescrita
de um texto intitulado “Tartaruga voadora”, o texto foi reescrito a caneta
com letra cursiva, pelos textos serem os mesmos escritos apenas com
linguagem diferente, é possível constatar que provavelmente a professora
leu e solicitou que os alunos o reescrevessem. Em relação a “Gramática”,
os alunos foram avaliados a partir de uma frase em que foram elaborados
questionamentos, sobre a localização de palavra proparoxítona, classe de
palavra a qual pertence à palavra palmeira, quantidade de sílaba da palavra
“Esbelta” e localização de adjetivos de uma frase (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, exames, 1962).
Em relação aos conteúdos relacionados a “Conhecimentos gerais”,
os alunos foram avaliados a partir de indagações sobre: data da Lei áurea,
quem uniu os inconfidentes mineiros, qual foi à cidade fundada por Tomé
de Souza, principal afluente do rio tietê, cidade relacionada com a estrada
de Ferro Noroeste do Brasil, nome do aparelho circulatório, nome do
movimento da terra que produz dias e noites, qual a classe de vertebrados
que pertence o homem, processo de escolha de um prefeito de um
município e localização no mapa do rio do peixe (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, exames, 1962).
Em “Aritmética e Geometria”, os alunos foram avaliados a partir
de respostas das seguintes questões: transformação de números em metros,
unidade de medida da capacidade, leitura do número “0,003”, valor de seis
dividido por 0,037, valor de ¾ de 1487 e resolução de cinco situações
problema (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, exames, 1962).
161
A partir desses exames, é possível constatar indícios de que o ensino
do Curso Primário Anexo ao Instituto de Educação “Fernando Costa” era
memorialístico e conteudístico, pois nos exames os alunos tinham que
responder conteúdos que memorizavam.
Portanto, há indícios de que o ensino para os alunos do Curso
Primário Anexo à instituição pesquisada, considerava a classificação, em
um primeiro momento para verificar a possível “maturidade da criança”
para a alfabetização e constituírem classes que fossem o mais homogêneo
possível, ou seja, para classificar e posteriormente, os alunos eram avaliados
de acordo com respostas escritas e memorizadas a partir de conteúdos
solicitados.
3.3.3 Alunos e professores: o Clube de Química
Este tópico, está relacionado com a participação dos alunos e
professores no Clube de Química do Instituto de Educação “Fernando
Costa”, enfocando a maneira que os membros desse clube participavam
das atividades que estavam relacionadas dentro e fora da instituição. É
importante considerar que na pesquisa realizada cujo resultado está neste
livro, foram localizados que no Instituto de Educação em questão havia
três clubes, a saber, de Estudos Pedagógicos, de Sociologia e de Química.
O Clube de Estudos Pedagógicos estava relacionado com os alunos
do Curso Normal e do Curso de Aperfeiçoamento da instituição
pesquisada, nesse clube, buscava-se a colaboração dos alunos do Curso de
Aperfeiçoamento e a cooperação em favor da criança e em favor da
renovação dos métodos de ensino (SECÇÃO..., 1954d).
A responsável pelo Clube de Estudos Pedagógicos era a professora
Helena Faria e pelo Clube de Sociologia era o professor David Serra lente
162
de sociologia que realizava excursões com membros do clube. Em 1957,
fizeram uma excursão para Presidente Epitácio/SP, juntamente com os
sócios do Clube de Química (EXPLICAÇÕES..., 1957).
O Clube de Química do Instituto de Educação “Fernando Costa”
iniciou-se em 27 de setembro de 1952, ou seja, antes dessa instituição ser
instalada e tinha como objetivo subsidiar aulas práticas dos alunos dos
últimos anos do Curso Colegial e científico.
Esse objetivo foi alterado a partir de 1964, quando em uma das
reuniões da diretoria do Clube de Química, foi mencionado que o
laboratório de química poderia ser acessado aos sócios de segunda, quinta
e sábado independente das aulas práticas do Curso Colegial científico
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964).
O início do clube ocorreu com alunos orientados pelo professor
Rubens Correa Leite que ministrava aulas de Química no Colégio Estadual
e Escola Normal “Fernando Costa”
33
, esse clube tinha como parceria, a
prefeitura municipal da cidade. Segundo Ribeiro (1999), Rubens
permaneceu como orientador do clube até o ano de 1959, quando foi
substituído pelo professor Darcy Ribeiro Marcondes.
No ano seguinte, com a transformação da instituição em Instituto
de Educação, o Clube de Química permaneceu relacionado com o Curso
Colegial e era “[...] um apoio para si e para os alunos normalistas [...]
34
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964, p. 7).
Há indícios de que nos primeiros anos de funcionamento do clube,
ele foi instalado em um prédio diferente do prédio do Instituto de
68
Neste Capítulo, os textos não citados indiretamente foram retirados da imprensa prudentina a saber,
(BIBLIOTECA..., 1957), (CLUBE..., 1957), (PEIXOTO, 1954d) e (UNIÃO..., 1957).
34
Posteriormente, neste Capítulo, é possível constatar que esse apoio às normalistas foi rompido.
163
Educação “Fernando Costa”
35
. Posteriormente, em 1963, o Clube de
Química passou a funcionar no fundo do edifício da instituição
pesquisada
36
.
Em 1954, foi realizada uma campanha que envolvia a doação de
dinheiro para a construção de um laboratório do Clube de Química desse
Instituto de Educação. Ainda nesse ano, um ano após a instalação do
Instituto de Educação “Fernando Costa” iniciaram-se as obras da
construção do laboratório do Clube de Química e em 1956, esse
laboratório funcionava
37
. (COLÉGIO E INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, ata, 1953-1955).
No ano de 1956, o Clube de Química recebeu uma doação em
dinheiro do prefeito da capital de São Paulo, que seria utilizada para a
compra de aparelhos para o laboratório do clube e ainda auxiliaria no
término do salão de experiência (CR$ 20.000,00 AO CLUBE..., 1957).
Em 1957, em umas das reuniões é mencionado sobre a
inauguração do laboratório que não estava finalizado, mas eram
disponibilizadas todas as manhãs aos alunos dos terceiros anos do curso
científico, na Figura 17, é possível visualizar esse laboratório:
35
Em outubro de 1956, é mencionado em uma das reuniões do Clube de Química sobre a necessidade de alterar
o endereço das correspondências, pois as cartas estavam sendo enviadas para o Instituto de Educação “Fernando
Costa” e as cartas não estavam sendo entregues com rapidez para os membros da diretoria do clube, por isso,
decidiram que a carta seria enviada para a casa de um membro do clube (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas,
1956-1964).
36
O diretor aceitou que o Clube de Química passasse a funcionar nos fundos da instituição pesquisada, com
entrada pela Avenida Coronel Marcondes (TÊRMO..., 1960-1983).
37
É possível constatar isso quando um professor indagou se as aulas práticas não deveriam “[...] ser dadas no
laboratório ao que o orientador disse que o primeiro ano e terceiro têm tido muitas aulas práticas, porém é difícil
para o segundo ano porque as reações orgânicas são muito lentas [...]” (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas,
1956-1964, p. 20, grifo nosso).
164
Figura 17 - Clube de Química do Instituto de Educação “Fernando Costa”
Fonte: (CR$ 20.000,00 AO CLUBE..., 1957)
Em 1958, o laboratório do Clube de Química não havia sido
finalizado, pois em uma reunião da diretoria do Clube de Química o
tesoureiro propôs uma campanha para que fosse finalizada a construção do
laboratório de Química (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-
1964).
O Clube de Química se constituía como um espaço de estudos
colaborativos independentes entre os alunos, pois havia aulas diárias de
reforços em que os alunos adiantados nos conteúdos auxiliavam os demais.
Para que se buscassem os aprendizados havia uma biblioteca especializada
geral científica que foi criada pelos alunos que doaram livros e os alunos
do Curso científico doaram 15 mil cruzeiros para a compra de livros. Com
esse valor, o orientador do clube, o professor Rubens Correia Leite,
165
compraria em São Paulo os livros relacionados com química
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964).
Além desses, para a biblioteca, foi solicitado que os sócios desse
clube, as faculdades e os cursinhos auxiliassem financeiramente. A busca
pela organização da biblioteca permaneceu por anos, pois em 1961, quatro
anos depois, os responsáveis pela biblioteca do Clube de Química ainda
estavam solicitando doações de livros (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO,
atas, 1956-1964).
Esse clube era formado por uma diretoria composta do presidente,
vice-presidente, 1º e 2º secretário, 1º e 2º tesoureiro, orador, diretor social,
diretor esportivo, diretor de publicidade e comissão de festas, sendo que a
partir de 1960, além desses, passa-se a ter o bibliotecário (INSTITUTO
DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964) e essa diretoria era composta de
professores e alunos.
Foram presidentes do Clube de Química, os alunos Tadashi
Yamagushi e José Andreata em 1952, Ciro Bergamashi, em 1953 e Régio
Marzio Funari, em 1956 e 1958 (CR$ 20.000,00 AO CLUBE..., 1957).
A diretoria do Clube de Química da instituição pesquisada, era
formada por eleição em que os sócios do clube votavam em assembleia e
escolhiam a chapa
38
que venceria (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas,
1956-1964). Para isso, era realizada campanha eleitoral e em 1954, às 21h,
na quadra de basquete do Instituto de Educação, os candidatos a
38
Em 1956, para a eleição da diretoria do Clube de Química, foi realizada uma assembleia em que
compareceram 38 alunos e em 1962, para a eleição da diretoria do Clube de Química, concorreram duas chapas
uma presidida por um estudante do Curso Colegial Científico diurno denominada de chapa da amizade a outra
pelo estudante do segundo ano do Curso Clássico noturno, denominada de chapa 62, a chapa da amizade
venceu. Ressalta-se que em 1960, uma das assembleias do Clube de Química foi realizada no salão da prefeitura
municipal de Presidente Prudente/SP (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964), indícios de que esse
clube era apoiado pela prefeitura da cidade.
166
presidente e a orador do clube se dirigiram aos alunos-eleitores do Curso
Colegial (PEIXOTO, 1954a).
Os sócios do Clube de Química pagavam mensalidades, localizou-
se que os sócios desse clube pagavam 100 cruzeiros por mês e recebiam
uma carteirinha de sócios (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-
1964).
O sócio do Clube de Química deveria ser aluno ou antigo aluno
do instituto, entretanto, não era permitido que todos os alunos
participassem como no caso em que dois alunos foram impedidos de serem
sócios desse clube, pois eram considerados como “[...] elementos nocivos
ao quadro de sócio desde que viveu maldizendo o clube e desfazendo dos
membros da diretoria.” (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-
1964, p. 19).
Havia uma preocupação com o número de sócios desse clube,
como em maio de 1959, quando se mencionou na reunião da diretoria do
Clube de Química sobre a necessidade de realizar um apoio para se ter
presente mais sócios no clube, como é explicitado a seguir:
[...] o presidente do Conselho e orientador do clube de química, o prof.
Darcy Marcondes nesta ocasião falou aos representantes da classe e
demais membros dessa diretoria, como se encontrava a situação do
clube, quer na parte financeira, social, e pedindo um incentivo para as
aulas práticas, fêz um apelo aos representantes que assumissem o maior
número de sócios possíveis, pois sem isso o clube não poderia
movimentar-se, não podendo realizar as excursões científicas,
pedagógicas
39
que estão programadas para êste ano. (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964, p. 1).
39
No próximo tópico, menciona-se sobre essas excursões.
167
Dentre os benefícios dos sócios do clube estava a participação em
científicas realizadas pela diretoria do Clube de Química. Além dessas, em
1962, os sócios do clube passaram a ter assistências que não havia antes,
ou seja, passaram a ter os seguintes descontos: 35% em consulta com o Dr.
Adônio, 20% com o dentista Nivaldo Grigalli, 10% na farmácia São
Sebastião, 10% na sapataria Pigalle, 5% na Loja Regência, 10% na Lojas
Irene de roupa, 10% de livros na livraria Godoy e 5% nos artigos escolares
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964)
40
.
O Clube de Química também realizava atividades de competições
em esportes, palestras, exposições e participava na construção de aspectos
físicos da instituição pesquisada. Para isso, buscava arrecadar dinheiro
com: “brincadeiras dançantes” realizadas aos sábados e domingos, bailes,
concursos de beleza, entre outras atividades em que era cobrado o valor da
entrada aos participantes (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-
1964).
Dentre as palestras, em 1956, teve uma com um tema sobre o
petróleo e os minerais atômicos que foi ministrada pelo Dagoberto Sales e
dentre as exposições nesse mesmo ano foi realizada uma sobre a força
atômica e em 1957 sobre o algodão e a riqueza mineral do país (CR$
20.000,00 AO CLUBE..., 1957).
Em 1954, houve um conflito do Clube de Química relacionado
com a criação de uma faculdade na cidade, pois a Câmara Municipal de
Presidente Prudente/SP aprovou um requerimento para a elaboração de
uma comissão para colaborar na campanha que buscasse a criação de uma
40
Após assembleia em que foi mencionado esse desconto, o ex-presidente do Clube de Química pediu a palavra
e relatou que não fez mais pelo clube porque não recebeu apoio da diretoria e do conselho, ele foi refutado por
um membro da diretoria do clube que mencionou que esse ex-presidente também havia recebido apoio
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964).
168
faculdade na cidade. A comissão foi nomeada e após isso, um professor,
presidente do Clube de Química publicou um ofício na imprensa em que
[...] em termos pouco corteses, taxava de inutil a propositura aprovada
pela edilidade, dispensando mesmo a colaboração bem intencionada
do legislativo, uma vez que, segundo afirmava o ofício, a campanha
pela criação das faculdades era de iniciativa exclusiva do Clube de
Química, e êste não estava disposto a admitir intromissão politica no
seu trabalho. A Câmara que fechasse o “bico”, porque as faculdades já
vinham vindo por ai, mercê do prestígio e da atuação desassombrada
do Clube de Química, que tudo fez e tudo conseguiu. (VOTO...,
1954, p. 1).
Um vereador da cidade criticou o ofício e comprovou com
documentos que antes da existência do Clube de Química ele e a câmara
estavam envolvidos em várias causas do ensino da cidade inclusive da
faculdade. Depois foi revelado que o autor intelectual do ofício foi um
político local tido como “fracassado” (VOTO..., 1954, p. 1).
O Clube de Química tinha um relacionamento conflituoso com as
normalistas do Instituto de Educação “Fernando Costa”, como é possível
constatar em 1957, quando a diretoria desse clube após mencionar que as
normalistas criticavam o clube decidiu:
[...] cortar essas relações [com as normalistas] pois elas gozam desse
direito mais que um sócio. [...] Fica deliberado que a partir desta data
o clube de Química corta os direitos com o clube de Pedagogia, das
regalias que tivemos até agora e pedimos a retirada dos materiais o mais
breve possível. O senhor Antonio disse que as normalistas necessitam
de livro e então será ruim se fecharmos a sede para elas [...] nada deve
ser comentado antes do fim dos exames. (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964, p. 25).
169
Apesar de o Clube de Química ter tido um relacionamento
conflituoso com as normalistas, é possível constatar indícios de que o
Clube de Química tinha um relacionamento amigável com o Órgão de
Cooperação Escolar, pois em novembro de 1956, esse órgão desejava
realizar um empréstimo financeiro ao clube para a compra de um
amplificador (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964).
Relacionamento que também é possível verificar com o Clube de
Sociologia, quando o Clube de Química em 1958, emprestou sua sede
para que esse outro clube mencionado pudesse utilizar para as reuniões
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964).
Dessa forma, o Clube de Química da instituição pesquisada, tinha
uma diretoria que realizava reuniões. Entre 1956 e 1964, essa diretoria,
realizou 61 reuniões, dessas, em 24 foram tratados de aspectos financeiros
do clube, ou seja, de desfiles de moda, bailes, rifas, concursos de beleza,
brincadeiras dançantes e venda de flâmulas para arrecadar dinheiro para o
clube. Em 36 reuniões não foram tratados dos aspectos financeiros do
clube e em uma reunião não foi possível identificar o que estava manuscrito
na ata.
A seguir no Quadro 8, apresentam-se os principais temas tratados
nas reuniões em que foram mencionados os aspectos financeiros do clube:
170
Quadro 8 - Temas das reuniões do Clube de Química que foram tratados
de aspectos financeiros
TEMAS DAS REUNES
QUANTIDADES DAS
REUNES
Desfile de moda
1
Bailes e concurso de beleza
15
Festa
1
Rifas
3
Venda de flâmulas
1
Levantamento da situação financeira do
clube
2
Balancete de campanha em que envolveu
livros, cartazes e lanches
1
Total
24
Fonte: INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas (1956-1964).
Em relação aos “Bailes e concurso de beleza” havia o concurso
intitulado Rainha do Algodão em que o Clube de Química escolhia moças
tidas como bonitas, elegantes e simpáticas. Após isso, havia a venda de
votos (principalmente pelas candidatas escolhidas) e a moça que vendia
mais votos era coroada como rainha.
Para a coroação da rainha era realizado um baile em que se cobrava
a entrada, cada moça representava uma fábrica da cidade de Presidente
Prudente/SP. Em 1956, o Clube de Química escolheu nove moças, uma
delas era Luciria Pessutti que é possível visualizar a seguir, com a Figura
18:
171
Figura 18 - Candidatas ao concurso do Clube de Química do
Instituto de Educão “Fernando Costa”
Fonte: (EMPOLGA..., 1956).
Nesse ano, o baile do concurso em questão seria realizado em
agosto no salão da agência Volkswagen cedido pelo gerente, por intermédio
da Associação Comercial. Ao tratar desse baile em entrevista ao jornal O
Imparcial o estudante Régio Marzio Funari presidente do Clube de
Química, mencionou que o baile seria[...] noite de gala, para a nossa
sociedade, que disputam o honroso título de rainha e consequentemente o
título de representante da beleza feminina [...]” (EMPOLGA..., 1956, p.
1).
Na segunda imagem da Figura 18, tem-se Dina Nardi que era uma
professora da Escola Primária em Presidente Prudente/SP e Pirapozinho,
segundo Dina, se ela ganhasse o concurso, ela faria tudo “[...] no sentido
de bem representar a elegância Prudentina.” (CANDIDATA..., 1956, p.
1). Assim, o baile realizado pelo Clube de Química para arrecadar dinheiro
estava além do caráter financeiro.
As necessidades financeiras do clube eram diversas e dentre as
necessidades para tratar de aspectos financeiros nas reuniões do Clube de
Química, estavam os gastos com excursões científicas, com palestrantes e
com dívidas financeiras. Como é possível constatar em agosto de 1956,
172
quando houve uma reunião do Clube de Química da instituição
pesquisada em que foi tratada da realização do Baile de Algodão Doce e da
venda das flâmulas, que não possibilitaram o lucro que a diretoria do clube
pretendia para saldar a dívida com a Associação Comercial, por isso,
realizariam outro baile.
Assim, a partir, da realização desse outro baile, em setembro de
1956, foram quitados os gastos do clube em questão com a associação
comercial, contudo, na reunião realizada em outubro de 1956, é
mencionado que o clube estava com uma dívida de 32 mil cruzeiros
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964).
Além disso, a arrecadação de dinheiro também era para aperfeiçoar
o próprio Clube de Química, como em julho de 1957, quando os
membros da diretoria do clube mencionaram que o baile realizado pelo
clube resultaria na instalação de uma biblioteca, para isso, solicitaram
auxílio ao Rotary clube da cidade, para vender convites dos bailes
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964).
A realização de atividades para arrecadar dinheiro para o Clube de
Química gerava conflitos entre a diretoria desse clube que nas reuniões
mencionava que determinados integrantes não trabalhavam.
A exemplo tem-se, julho de 1956, quando um professor que era
diretor de publicidade do clube, foi criticado por demorar a realizar a
organização de um baile. Após essa reunião mencionada, houve outra em
que foi lida uma carta do professor criticado e nessa carta esse professor
solicitou a demissão dele do cargo, mencionando que não estava
cumprindo com as suas obrigações de diretor de publicidade
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964).
173
Além desse conflito, ressalta-se que em novembro de 1957, o
presidente do clube em questão, mencionou que todos os membros da
diretoria do clube naquele ano não contribuíram de maneira eficaz
realizando poucas ações e não foram atingidos os objetivos. Com isso, um
professor respondeu que a gestão ficou sem dívidas e “[...] atribuiu ao
senhor presidente palavras muito pesadas e severas.” (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964, p. 36).
O livro de ata das reuniões da diretoria do Clube de Química
contém registros a partir de junho de 1956 e em setembro de 1956, teve-
se o primeiro registro na ata da diretoria do Clube de Química em que não
foram tratados de assuntos relacionados com a arrecadação de dinheiro,
mencionando que o clube iniciaria a realização de debates de natureza
química e faria excursões (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-
1964). Nas reuniões que não foram tratados dos aspectos financeiros,
foram tratados dos seguintes aspectos:
Quadro 9 - Temas das reuniões do Clube de Química que não trataram de aspectos
financeiros
TEMAS DAS REUNIÕES
QUANTIDADE
DAS REUNES
Competição e\ou excursão
2
Aspectos de organização do clube
2
Queixas sobre membros da diretoria
que não comparecem às reuniões
1
Avaliação do ano
3
Planejamento da conferência sobre
petróleo e sobre minerais atômicos
41
1
Construção do prédio de química
1
Continua
41
Essa conferência não foi realizada, como se constata na ata da reunião seguinte a mencionada (INSTITUTO
DE EDUCAÇÃO, atas,1956-1964).
174
Eleição para a diretoria do clube de
química
5
Posse ou organização da posse para a
diretoria do clube de química
13
Necessidade do clube ter mais sócios
1
Criação de comissões auxiliares.
1
Reinício do Clube de Química
42
2
Orientação para a nova diretoria do
Clube de Química
1
Vantagens dos sócios do Clube de
Química
1
Participação do clube na construção
da quadra de esportes do Instituto
de Educação “Fernando Costa”
2
Total
36
Fonte: INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, (1956-1964).
Em relação aos temas do Quadro 9, ressalta-se a construção da
quadra, pois em 1960, um engenheiro de esportes visitou a instituição em
questão e certificou que realizaria a construção de uma nova quadra de
jogos por reconhecer que a quadra não apresentava “[...] condições
satisfatórias e a sua reforma seria desaconselhável.” (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO ata, 1959-1966, p. 16).
Porém, essa quadra não foi construída, pois em 1964, na sede social
do Clube de Química a diretoria desse clube realizou uma reunião em que
foi decidido que o clube participaria da construção da quadra de esportes
do Instituto de Educação “Fernando Costa”. Para isso, a fim de arrecadar
verbas, o clube decidiu participar da quermesse da cidade.
42
Por duas vezes o Clube de Química encerrou suas atividades e a reiniciou novamente no ano de 1961 e 1963,
como será mencionado adiante (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964, p. 48).
175
Além dessas atividades mencionadas, o Clube de Química
participava de competições de esportes e em 1956. Na semana da pátria,
recebeu a primeira taça em que ganharam na modalidade de bola ao cesto
masculino. Para essas competições havia um treinador de esportes e
uniformes específicos (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-
1964).
Dentre as atividades que não trataram de aspectos financeiros,
destaca-se a que ocorreu em novembro de 1956, em que a diretoria do
clube em questão decidiu que haveria a “Semana do Clube de Química”.
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964).
Em agosto de 1960, na reunião do Clube de Química foi tratado
da conferência que seria realizada no salão nobre da prefeitura da cidade
pelo professor da faculdade de Assis/SP, foi decidido que as despesas com
esse professor seriam repartidas com o clube de química, clube de
sociologia e se necessário com a casa dos estudantes (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964).
Depois dessa reunião mencionada, a próxima ocorreu após um ano
e há indícios de que o clube havia finalizado seu funcionamento, como na
reunião de agosto de 1961, em que o professor Elias sentiu “[...] a
necessidade de restauração do Clube de Química [...]” (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964, p. 48), nesse mesmo ano, foi aprovada a
reforma da sede do clube. Em 1963, o Clube de Química, encerrou seu
funcionamento e em maio de 1964, o clube passou a funcionar
novamente.
Em maio de 1964, na primeira reunião da nova diretoria do Clube
de Química, após um ano sem diretoria “Tratou-se na ocasião de saber se
havia verba do clube [...] [não se sabia de quanto], pois o clube estava há
176
um ano ou mais sem diretoria e toda a verba estava entregue a direção do
I.E.” (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964, p. 66).
Há indícios de que o funcionamento do Clube de Química do
Instituto de Educação “Fernando Costa” ocorreu até agosto de 1964, pois
as atas das reuniões da diretoria desse clube foram registradas até esse ano
e as próximas folhas permaneceram sem registros (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964).
Ressalta-se que o Clube de Química estava mais relacionado com
o Curso Colegial, era um espaço efetivo de participação de alunos e
professores. Os sócios desse clube, eram alunos ou antigos alunos da
instituição que pagavam mensalidades que eram revertidas em palestras,
excursões científicas, instalação de biblioteca, construção da quadra de
esportes, dentre outros aspectos da instituição.
Diante disso, em 39,3% das reuniões realizadas pelo Clube de
Química, foram tratados dos aspectos financeiros, especificamente de
planos para arrecadarem dinheiro, fato que também gerava conflitos entre
os integrantes do clube.
Com isso, o Clube de Química da instituição pesquisada, na busca
de arrecadar verbas financeiras para realizar suas atividades, tornou-se um
clube social com a participação de alunos e professores, realizando
atividades além do espaço institucional, lutando pela faculdade da cidade
e trazendo bailes que se tornaram tradição para a cidade.
Como mencionado, o Clube de Química da instituição
pesquisada, realizava excursões visitando indústrias, refinarias, cursos e etc.
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964).
As excursões Realizadas pelo Clube de Química eram tidas como
iniciativa do professor Rubens Côrrea Leite “[...] catedrático de química
177
do Instituto que já realizou outra grande excursão. Como vimos é um
professor que toma a si todas as responsabilidades de tão grande realização
e responsabilidade.” (PEIXOTO, 1954b, p. 3).
Em 1953, a excursão consistiu na ida até o Colégio Estadual e
Escola Normal de Assis, na ida a oficinas e Curso de Aprendizagem da
destilaria e fábrica de refrigerante efetuando-se várias competições
esportivas. Ainda nesse ano, foram para São Paulo onde visitaram Diários
Associados, o Palácio do Governo e a Assembleia Legislativa. Visitaram em
Mogi das Cruzes/SP, a Industria de Artigos Refratários, a Fábrica de Papel
e a Fábrica de Porcelana Mogi Ltda (CR$ 20.000,00 AO CLUBE...,
1957).
Em maio de 1954, os alunos do Curso Colegial da instituição
pesquisada, visitaram
Mogi das Cruzes/SP. Para isso, o Clube de Química recebeu a
doação de 30 passagens pelo diretor da Estrada de Ferro Sorocabana. Nessa
excursão, o objetivo eram os alunos estudarem a usina siderúrgica da
Mineração Geral do Brasil, a Industria Brasileira de Artigos Refratário e a
indústria Nitro Química Brasileira (PEIXOTO, 1954b).
Em 1956, em excursão a São Paulo visitaram os Diários
Associados, Instituto Butantã e o Instituto Adolf Luiz em São José dos
Campos, a Indústria Tecnológica de Artefatos (Ita), a Destilaria do
Petróleo Ucião, e em Mogi das Cruzes/SP, visitaram o Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Mineração do Brasil (CR$
20.000,00 AO CLUBE..., 1957).
Em setembro de 1956, participaram o Ginásio e o Curso Normal
do Instituto de Educação “Fernando Costa”. Após essa excursão, em
reunião da diretoria do Clube de Química, mencionou-se que os alunos
178
que faltaram seriam punidos. Relatou-se que não poderiam participar das
excursões os alunos que não fossem sócios do clube em questão
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964).
Em novembro de 1956, em reunião do Clube de Química, foi
mencionado que o Instituto de Educação em questão, ao relatar sobre as
excursões mencionou que “[...] as normalistas
43
só foram namorar e passear
em São Paulo e uma prova disto podemos ver na visita ao Senai, elas
estavam dormindo na classe diante de um assunto que muito lhes
interessavam [...]” (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1956-1964, p.
25). Nessa reunião, também foi mencionado que as normalistas fizeram
um trabalho sobre a excursão que foi “mal feito” e não foram registrados o
nome do excursionista que era o Clube de Química.
Diante do exposto, constata-se que o Clube de Química da
instituição pesquisada, fazia excursões para os sócios desse clube. Essas
excursões consistiam em visitas a refinarias, indústrias e cursos. Após essas
excursões, há indícios de que os alunos deveriam realizar trabalhos sobre as
visitas, ou seja, as excursões consistiam em instrumentos de ensino e
avaliação aos alunos do Ensino Secundário do Instituto de Educação
“Fernando Costa”. Baseados nas vivências, na experimentação, ressalta-se
que em 1956, os alunos que faltassem a excursão sofreriam punições.
Ao apresentar o Clube de Química do Instituto de Educação
“Fernando Costa” foi possível constatar que em meio à importância desse
clube e a participação de alunos e professores, havia muitos conflitos.
Dentre esses, destaca-se os com as normalistas que desfrutavam dos
benefícios que os sócios pagavam para poderem desfrutar. Além dos
conflitos internos que ocorriam com os próprios membros do clube ao
43
Na fonte utilizada, normalistas estava no feminino conforme redigido.
179
buscarem arrecadação de dinheiro para efetuar o pagamento das dívidas do
clube.
Dessa forma, no Clube da instituição pesquisada, havia a
predominância de conflitos por motivos financeiros, especificamente pela
falta de dinheiro para excursões, palestrantes e para compor a biblioteca do
clube. Falta que fazia com que realizassem e pensassem em diversas
atividades que acabavam gerando conflitos, por discordância ou por
ausência de cooperação de determinados membros.
3.4 Os pais: Associação de Pais e Mestres do Curso Primário
Anexo
Nesta seção verificam-se indícios de que a Associação de Pais e
Mestres do Curso Primário Anexo ao Instituto de Educação “Fernando
Costa” visava aproximar os pais da instituição, para estabelecer uma relação
diretiva em que os pais eram dirigidos para auxiliarem a escola no trabalho
com o filho e contribuírem financeiramente com a instituição.
No Curso Primário Anexo ao Instituto de Educação “Fernando
Costa” havia uma Associação de Pais e Mestres que se reunia “[...] para
tratar de assuntos relacionados com a criança e a escola. (INSTITUTO
DE EDUCAÇÃO, atas, 1971, p. 2). Em uma dessas reuniões, em 1971,
a diretora, falou para os professores sobre como deveria ser o trabalho com
as crianças do Curso Primário Anexo e entregou aos pais as normas de
convivência Pais/Escola.
Nessas normas era mencionado que:
O desenvolvimento da aprendizagem da criança, na escola nova,
depende da cooperação de V. Sas. Para tanto, solicitamos a sua
participação para estas normas: 1. zelar pelo material da criança; 2.
180
Verificar, diariamente as tarefas das crianças (caseiras); 3. Acompanhar
a aprendizagem da criança; 4. Observar o comparecimento às aulas; 5.
Cuidar da higiene pessoal da criança principalmente da higiene do
uniforme; 6. Medicar a criança em casa não mandando-a para a escola
febril; 7. Esperar em dias chuvosos a chuva passar para mandar a
criança à escola, 8. colaborar na medida do possível e também do
disponível, com a escola, nas suas necessidades; 9. Manter-se em
contacto com a direção da escola, não só quando solicitado, mas
mensalmente, sem interferir no andamento didático da classe, para
acompanhar a aprendizagem da criança seu filho; 10. Dar o apoio
necessário ao seu filho, para que êle integre na escola confiantemente
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1971, p.2).
Os tópicos das normas citados foram comentados com os pais que
foram convocados para cooperarem na tarefa de educarem as crianças.
Além disso, foi solicitado aos pais auxílio financeiro para a compra de um
filtro para a escola e esses pais auxiliaram.
Em 1972, a reunião da Associação de Pais e mestres do Curso
Primário em questão, teve como objetivo inserir os pais em contato com a
escola, além disso, solicitou-se que eles seguissem as normas internas da
instituição (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1971).
Em 1973, a reunião dessa associação visava aproximar os pais da
escola para que tivessem conhecimento do planejamento do ano letivo,
nessa reunião, os professores elaboraram normas mencionando:
1º) que o planejamento fosse bem executado, 2º) que fossem dadas
tarefas escolares para melhor verificação. 3º) criatividade. 4º)
desenvolver o gosto para a boa leitura. 5) Estudo coletivo (da classe)
das tabuadas. 6º) Disciplina. 7º) Horário. 8º). Uniforme. 9º)
Responsabilidade. 10º) Contrôle nos horários de programas de
televisão. Essas normas foram dadas ao conhecimento dos pais para que
181
cooperassem com a escola em benefício dos filhos. (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, atas, 1971, p. 6).
Ainda nessa reunião, solicitou-se auxílio espontâneo e financeiro
dos pais para compra de material escolar, esse auxílio recebido foi
depositado pela tesoureira da associação.
Na reunião da Associação de Pais e Mestres, realizada em agosto
de 1973, buscou-se tratar de assuntos relacionados com a criança, para isso,
mencionou-se sobre o que se esperava e os objetivos concretizados, além
disso, houve a entrega das avaliações realizadas pelas crianças e foram
solicitados auxílio dos pais na cooperação da realização das tarefas pelos
filhos. Durante essa reunião, houve um convite para os pais e mestres
participarem de uma festa organizada pelas normalistas e alunos do
Instituto de Educação “Fernando Costa” (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, atas, 1971).
Em fevereiro de 1974, a finalidade da reunião da associação em
questão, consistia em inserir os pais em contato com a escola e com o
planejamento escolar. Solicitou-se que os pais auxiliassem na hora de
entrada, saída, na limpeza da escola e observassem os uniformes, as tarefas
dos filhos, assim como o excesso de programas de televisão assistidos por
esses. Foi solicitado o auxílio espontâneo dos pais para a compra de
material escolar dos alunos e a tesoureira depositou na caixa o auxílio
recebido (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1971).
Em fevereiro de 1975, na reunião da associação em questão,
ocorreu a formação do conselho deliberativo e fiscal da Associação de Pais
e Mestres.
Além desses temas, na reunião da Associação de Pais e Mestres do
Instituto de Educação “Fernando Costa”, também foi tratado sobre o tema
182
avaliação em que foram estabelecidos conceitos para as avaliações,
compreendendo que se deveria evitar que a criança soubesse dos resultados
e em uma das reuniões, entregaram-se as provas dos filhos aos pais
(INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, atas, 1971).
Em outra reunião da associação em questão ocorrida em setembro
de 1971, foram apresentados trabalhos realizados pelos alunos nos meses
de agosto e setembro. Houve uma conversa com os pais dos alunos que
apresentaram “problemas”, mostraram-se as notas, as avaliações e foi
solicitado apoio dos pais para a assistência aos filhos. Explicou-se aos pais
sobre as provas finais e que os alunos da 1ª e 4ª série seriam aprovados
automaticamente, mas os alunos da 2ª série do Instituto de Educação
somente seriam aprovados se obtivessem 50 de média (INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO, atas, 1971).
Na busca dessa relação era mostrado para os pais os trabalhos
realizados a partir das avaliações bimestrais, dos boletins e dos trabalhos
realizados em classes. Dessa forma, a relação entre o Curso Primário Anexo
ao Instituto de Educação “Fernando Costa” e os pais dos alunos, não era
uma relação em que os pais poderiam participar efetivamente da
transformação da instituição, mas era uma relação em que visava que os
pais fizessem cumprir normas estabelecidas pela diretora e pelos professores
do curso.
Para finalizar este Capítulo em que foram apresentados aspectos
fragmentários das vivências dos membros participantes do Instituto de
EducaçãoFernando Costa”, é possível constatar que os diretores dessa
instituição, tinham uma relação de reconhecimento por parte dos
inspetores escolares estaduais que os elogiavam pelo trabalho realizado.
Diretores que supervisionavam os professores que realizavam
atividades para além da sala de aula e que eram influentes na sociedade
183
prudentina. Professores que trabalhavam diretamente com os alunos que
eram punidos quando se desviavam das normas e alunos que se formavam
em locais de destaque da cidade de Presidente Prudente/SP, tendo pais que
não participavam diretamente da instituição, mas eram aproximados do
Instituto de Educação “Fernando Costa” em questão, a fim de auxiliarem
no cumprimento das normas estabelecidas pelos gestores.
185
CONCLUSÃO
_______ ____________ ____________ _____________________ ____________ _______________ ____________ ____________ ____________ ________
Estudar um Instituto de Educação é complexo por ser uma
instituição que abrangia diversos níveis de ensino. A complexidade
aumenta ao se considerar que não é possível tratar de uma história genérica
das Instituições Escolares, pois cada instituição é única e dessa maneira
única teve suas fontes preservadas ou descartadas, fontes que quando
preservadas muitas vezes são fragmentadas.
Verificou-se que não havia trabalhos acadêmicos tendo o enfoque
do Instituto de Educação “Fernando Costa” e a pesquisa desenvolvida e
apresentada neste livro, está no âmbito das pesquisas sobre Instituições
Escolares que consideram a Cultura Escolar de cada instituição buscando
examinar as singularidades.
Realizando uma pesquisa com abordagem histórica que se inicia na
própria instituição, utilizando principalmente as fontes primárias do
arquivo permanente do local pesquisado. Dessa forma, utilizou-se
principalmente as fontes primárias (variáveis internas) sobre esse Instituto
de Educação, buscando articular com os jornais e a legislação (variáveis
externas).
A partir disso, constatou-se que na cidade de Presidente
Prudente/SP, em 1953, ocorreu a transformação do Colégio Estadual e
Escola Normal Dr. “Fernando Costa” em Instituto de Educação
“Fernando Costa”.
O Instituto de Educação “Fernando Costa” funcionou por 22
anos. Enquanto que sua transformação em Instituto de Educação foi
reconhecida como desenvolvimento pelos habitantes da cidade, a sua
186
extinção para se tornar Escola Estadual de 2º grau, causou indignação e
manifestações contrárias dos prudentinos.
No edifício em que teve o funcionamento o Instituto de Educação
“Fernando Costa”, há o predomínio da arquitetura retílinea, das escadas e
dos andares, tendo a representação da grandiosidade ao ocupar um
quarteirão de um terreno localizado em uma região central da cidade.
Constata-se que esse prédio não foi construído exclusivamente para ocupar
esse Instituto de Educação, mas foi projetado e elaborado para a ocupação
de uma determinada Instituição Escolar.
O Curso Primário Anexo do Instituto de Educação “Fernando
Costa” “Fernando Costa” era utilizado pelo (a) professor (a) da disciplina
“Prática de Ensino” na formação dos alunos do Curso Normal desse
Instituto de Educação. Assim, constatou-se que os alunos que realizavam
o Curso Primário nessa instituição, tinham um ensino diferenciado, com
observação dos normalistas, com a participação de professores do Curso
Normal e com o treinamento desses futuros docentes.
Para os alunos do Curso Primário Anexo ao Instituto de Educação
“Fernando Costa”, em um primeiro momento, era considerada a avaliação
para verificar a possível “maturidade da criança”. A partir disso, as crianças
eram classificadas para que ocorresse a alfabetização em classes que fossem
a mais homogênea possível. Posteriormente, os alunos eram avaliados de
acordo com respostas escritas, memorizadas a partir de conteúdos
solicitados pelos professores.
Nesse Curso Primário havia uma Associação de Pais e mestres que
visava aproximar os pais da instituição, para estabelecer uma relação
diretiva em que os pais eram dirigidos para auxiliarem a escola no trabalho
com o filho e contribuírem financeiramente com a instituição.
187
No Ensino Secundário da instituição pesquisada, especificamente
no Curso Colegial, havia um Clube de Química, que se tornou um clube
social com atividades além do espaço institucional, com professores e
alunos lutando pela faculdade da cidade e trazendo bailes que se tornaram
tradição para Presidente Prudente/SP.
Esse clube continha uma dimensão econômica e um conflito
existencial. Além disso, com esse clube eram realizadas excursões para os
sócios, excursões que visavam ensinar aos alunos baseados nas vivências.
No Curso Colegial do Instituto de Educação “Fernando Costa”
houve a maior quantidade de alunos. Tanto no arquivo permanente da
Escola Estadual “Fernando Costa”, como nos jornais prudentinos, foram
localizadas uma grande quantidade de fontes sobre o Clube de Química
desse instituto.
Clube que auxiliava na formação de professores no momento em
que possibilitava que os alunos do Curso Normal utilizassem os livros da
biblioteca que foi instalada por esse clube. Além disso, esse clube trazia
melhoria física para a instituição em que eram formados os professores,
trazendo também palestras e realizando um ensino que ocorria como no
curso de formação de professores, ou seja, com prática e experimentação.
Além desse clube, no Instituto de Educação “Fernando Costa”
havia outros que contribuíam para a formação de professores, como o
Clube de Estudos Pedagógicos que estava relacionado com os alunos do
Curso Normal e do Curso de Aperfeiçoamento da instituição pesquisada.
Nesse clube se buscava aprender, principalmente, sobre métodos de
ensino.
Em relação aos membros da instituição pesquisada, é possível
constatar que os diretores eram elogiados pelos alunos, professores e pelos
188
Inspetores Escolares Estaduais. Os professores, além de ensinarem,
preocupavam-se com atividades que pudessem dar visibilidade a
instituição e ao seu trabalho e dentre o quadro de professores havia os
influentes na sociedade que escreviam na imprensa e decidiam aspectos
importantes para a cidade.
Os alunos do Curso Ginasial, do Curso Colegial, do Curso
Normal e de Aperfeiçoamento do Instituto de Educação “Fernando
Costa”, comumente eram selecionados com exames de admissão em que
eram aprovados os alunos com as melhores classificações. Ser selecionado
para estudar no Instituto de Educação “Fernando Costa” significava
esforço e status e durante todo esse processo, a imprensa prudentina era
utilizada, para a divulgação da abertura de vagas e do resultado final.
A formação que ocorria no Instituto de Educação “Fernando
Costa” tinha conflitos que envolviam diretores, professores e alunos e esses
conflitos eram solucionados de maneiras diversas. Dentre as soluções
estavam as punições (advertências ou repreensões, suspensões e
transferências ou expulsões) que visavam inculcar condutas aos alunos
dessa instituição.
Com as condutas desejadas, abrangia-se o ato de se submeter aos
funcionários, professores e diretores, cumprindo as normas que eram
impostas e/ou vigiadas pelos sujeitos da instituição. Os alunos quando
fossem se retirar da instituição, fora do horário combinado, deveriam
solicitar autorização, também deveriam desfilar dos momentos cívicos da
cidade, permanecendo em silêncio nas aulas e usando uniforme da
instituição.
Constatou-se que o Instituto de Educação “Fernando Costa”,
funcionou buscando um diálogo com a comunidade, que era possibilitado
principalmente, com o Clube de Química e com o jornal da cidade. Jornal
189
que atendia as reclamações de professores, alunos e da comunidade do
Instituto de Educação, tendo um espaço específico para que uma
professora dessa instituição publicasse textos que contribuíam com a
formação dos professorandos.
Diante do exposto, foram apresentados elementos gerais do
Instituto de Educação “Fernando Costa” que era um espaço e um lugar
em que se privilegiava a formação de professores, tendo para isso, vários
níveis de ensino. Assim, espera-se que este livro possa contribuir com o
avanço do conhecimento na importante área da história da formação de
professores e da história das instituições escolares.
191
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IMAGEM do Instituto de Educação “Fernando Costa” de Presidente
Prudente/SP (2015b). Google Maps. Google. Disponível em:
https://www.google.com.br/maps/search/Washington+Luiz+maps+Presid
ente+Prudente/@-22.120253,-51.3893069,359m/data=!3m1!1e3. Acesso
em: 30 jun. 2020.
199
IMAGEM do Instituto de Educação “Fernando Costa” de Presidente
Prudente/SP (2015c). Google Maps. Google. Disponível em:
https://www.google.com.br/maps/place/Fernando+Costa/@-
22.1205447,-51.3878549,3a,75y,90t/data=!3m8!1e2!3m6!1s-
yGULWPChvo%2FU0SHL58Lw9I%2FAAAAAAAAALE%2FYBmCYs
iDkmU!2e4!3e12!6s%2F%2Flh3.googleusercontent.com%2F-
6yGULWPChvo%2FU0SHL58Lw9I%2FAAAAAAAAALE%2FYBmC
YsiDkmU%2Fs203-k-
no%2F!7i640!8i480!4m2!3m1!1s0x9493f5b4c411d3d1:0xf044b295575
281c5!6m1!1e1. Acesso em: 30 jun. 2020.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Ata da
assembleia geral do órgão de cooperação escolar do Instituto de
Educação Fernando Costa de Presidente Prudente. Presidente Prudente,
10 jun. 1964. 6 f.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Atas das
sessões da Diretoria do Clube de química do Instituto de Educação
Fernando Costa, Presidente Prudente, 11 jun. 1956-1964. 68 p.
INSTITUTO de Educação “Fernando Costa” de Presidente Prudente:
Resultados finais dos Exames de Admissão à 1ª Série Ginasial (1.a época-
Dezembro de 1953). O Imparcial, Presidente Prudente, p. 3, 28
jan.1954.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Exames
finais de 1962: curso Primário anexo ao I.E.F.C. 3º ano série A.
[Presidente Prudente], 1962. [39 exames com 1 f. cada exame]
45
.
45
Apesar de ter localizado 39 exames, ressalta-se que se referem ao mesmo modelo de avaliação, sendo alterados
somente os nomes dos alunos que realizaram os exames.
200
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Jubileu de
prata I.E. “Fernando Costa”. Presidente Prudente: 1941 a 1966.
Presidente Prudente: Reportagene Pachá, Pres. Prudente [1966]. [Álbum
de fotos]. 38 p.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Inventário
Geral dos bens móveis do Instituto de Educação Fernando Costa
Presidente Prudente. Presidente Prudente, 25 ago. 1965. 7 p.
46
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Livro de
atas das reuniões da Associação de Pais e Mestres para o Curso
Primário anexo ao I.E. Estadual Fernando Costa. Presidente Prudente,
6 fev. 1971. 10 p.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Livro de ata
das reuniões “conselho de professores” (congregação). Presidente
Prudente, 30 abr. 1959-1966. 100 p.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Livro de
compromisso para o Curso Primário anexo ao I.E.E.N. Fernando
Costa. Presidente Prudente, 20 set. 1953. 53 p.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Livro de
correspondência: curso primário anexo ao I.E. Fernando Costa:
funcionários e alunos do Instituto de Educação. Presidente Prudente, 2
mar. 1953-1969. 100 p.
47
46
Nessa fonte, há elementos dos espaços internos do Instituto de Educação “Fernando Costa” e os “bens móveis”
de cada espaço, incluindo o estado desses bens (todos os materiais foram descritos como “bom” estado) a
quantidade e o valor. Apesar de ter localizado mais dois inventários, selecionou-se esse, por estar registrado os
móveis de cada espaço interno do instituto, ou seja, com esse inventário é possível reconstituir indícios da
organização dos espaços do INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “Fernando Costa”.
47
Há o resumo das correspondências emitidas pelos funcionários do instituto em questão, seguido da data. Têm-
se também correspondências emitidas para o Secretário da Educação do período mencionado.
201
INSTITUTO de Educação Fernando Costa. O Imparcial, Presidente
Prudente, p. 3, 7 dez.1956.
INSTITUTO de Educação. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 27
ago.1953.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Registro de
penalidades. [Presidente Prudente], 1953-1976. 119 p.
48
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Têrmo de
visita do inspetor estadual. [Presidente Prudente], 14 mar. 1960-1983.
100 p.
49
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Brasileira de História da Educação, Campinas, n. 1, p. 9-43, jan./jun.
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LABEGALINI, Andréia Cristina Fregate Baraldi. A formão de
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da maturidade necessária à aprendizagem da leitura e escrita. 12. ed. São
Paulo: Melhoramentos, 1974. v. 3.
48
Há registros de punições sofridas pelos alunos do INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “Fernando Costa” que
não cumpriram as normas da instituição, em seguida, os registros são assinados por esses alunos.
49
Há registros de relatos da visita do Inspetor Escolar e recomendações efetuadas nessas visitas.
202
MAGALHÃES, Justino Pereira de. Tecendo nexos: história das
instituições educativas. Bragança Paulista: Editora Universitária São
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MAPA das microrregiões do estado de São Paulo. [Adaptado de]
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
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203
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205
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PROFESSORES foram homenageados. O Imparcial, Presidente
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PROMOTORES das festividades juninas do Instituto de Educação
visitam O Imparcial. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 17
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PRUDENTE recepcionará o Secretário da Educação. O Imparcial,
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206
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Dispõe sôbre aquisição de imóvel, por doação. Diário Oficial do Estado
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SÃO PAULO (Estado). Lei n. 2337, de 20 de outubro de 1953.
Transforma a escola normal “Fernando Costa” de Presidente Prudente,
em Instituto de Educação “Fernando Costa”. Imprensa Oficial do
estado de São Paulo, 1953 (Coleção das Leis e Decretos do Estado de São
Paulo).
50
SÃO PAULO (Estado). Lei n. 5.058, de 23 dezembro de 1958. Dispõe
sobre a matcula no Curso de Administradores Escolares e dá outras
providências. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1958. (Coleção
das Leis e Decretos do Estado de São Paulo).
SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 5.884, de 21 de abril de 1933.
Código da Educão do Estado de São Paulo. Imprensa Oficial do
Estado de São Paulo, 1934. (Coleção das Leis e Decretos do Estado de
São Paulo).
50
Labegalini (2005) também reuniu essa legislação, a fim de não repetir a mesma referência, não apresentei a
seguir.
207
SÃO PAULO (Estado). Decreto n. 7.400, de 30 de dezembro de 1975.
Estabelece a estrutura da rede oficial de ensino do Estado e dá
providências correlatas. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1975.
SÃO PAULO (Estado). Decreto n. 17698, de 26 de novembro de
1947. Aprova a Consolidação mandada elaborar pelo Decreto n. 17211,
de 13 de maio de 1947. São Paulo: LEX. (LEX Coletânea de
Legislação).
SÃO PAULO (Estado). Decreto n. 40.185, de 30 de maio de 1962.
Dispõe sôbre transformação de Ginásio Estadual em Ginásio de
Aplicação. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, 1962a.
SÃO PAULO (Estado). Decreto n. 40.517, de 1º de agôsto de 1962.
Dispõe sôbre denominação de estabelecimento de ensino e dá outras
providências. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, 1962b.
SÃO PAULO (Estado). Lei n. 9865, de 9 de outubro de 1967. Plano
Estadual de Educação. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1967.
(Coleção das Leis e Decretos do Estado de São Paulo).
SÃO PAULO (Estado). Lei n. 10038, de 5 de fevereiro de 1968. Dispõe
sobre a organização do Sistema de Ensino do Estado de São Paulo.
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1968a. (Coleção das Leis e
Decretos do Estado de São Paulo).
SÃO PAULO (Estado). Lei n.10125, de 4 de junho de 1968. Institui o
Código de Educação do Estado de São Paulo. Imprensa Oficial do
Estado de São Paulo. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1968b.
(Coleção das Leis e Decretos do Estado de São Paulo).
SÃO PAULO inicia a implantação da reforma do Ensino. O Imparcial,
Presidente Prudente, p.7, 20 jul. 1975.
208
SECÇÃO Pedagogica. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 3, 8 abr.
1954.
SECRETÁRIO da Educação preside reunião esta manhã em Prudente.
O Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 18 set. 1975.
SELECIONADOS os cartazes dos estudantes. O Imparcial, Presidente
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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “Prof. Stélio Machado Loureiro”, de
Birigüi/SP (1961 1976). 2004. 249 f. Dissertação (Mestrado em
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Paulista, Marília, 2004.
SILVA, Alair. Classificação geral dos candidatos aprovados nos exames de
admissão nos periodos diurno e noturno, no Instituto de Educação
Fernando Costa desta cidade. O Imparcial, Presidente Prudente, 14
dez.1955a. Coluna de Ensino, p. 2.
SILVA, Alair. Prof. Justa Homenagem. O Imparcial, Presidente
Prudente, 14 dez.1955b. Coluna de Ensino, p. 3.
SILVA, Lucia Gaspar da. Profissão: professora. In: CAMPOS, Maria
Christina Siqueira de Souza; SILVA, Lucia Gaspar da (orgs.).
Feminização do magistério: vestígios do passado que marcam o presente.
Bragança Paulista: Edusf, 2002. p. 95-122.
SOBRE os exames de admissão. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 1,
6 out.1957.
209
SOLENIDADE da entrega de certificados às formandas do Curso de
Aperfeiçoamento do Instituto de Educação ‘Fernando Costa’. O
Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 4 jan.1955.
SOUZA, Rita de Cássia. Da punição à disciplina: grupos escolares de
Belo Horizonte. In: VIDAL, Diana Gonçalves. SCHWART, Cleonara
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2010. p. 197-222.
SOUZA, Rosa Fátima de. A produção da pesquisa sobre História das
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In: ENCONTRO NORTE E NORDESTE DE HISTÓRIA DA
EDUCAÇÃO, 5., 2014, Teresina, Anais..., Teresina, 2014, p. 1-16.
[Comunicação apresentada na mesa de abertura do evento em questão].
SOUZA, Rosa Fátima de. Templos de civilização: a implantação da
Escola Primária graduada no Estado de São Paulo (1890-1910). São
Paulo: Fundação Editora da Unesp, 1998.
SOUZA, Rosa Fátima de. História da organização do trabalho escolar e
do currículo no Século XX: (ensino primário e secundário no Brasil). São
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TAMBARA, Elomar Antonio Callegado. Profissionalização, escola
normal e feminilização: magistério sul-rio-grandense de instrução pública
no século XIX. História da Educação. Pelotas: ASPHE /FaE/UFPel, n.3,
p. 35-38, abr. 1998,
TOFOLI, Therezinha Elizabeth. Educação feminina em Adamantina-
SP: o Instituto de Educação Madre Clélia (1951-1978). 2003. 150 f.
Dissertação (Mestrado em Educação)Universidade Estadual Paulista,
Presidente Prudente, 2003.
210
TREVISAN, Thabatha Aline. A pedagogia por meio de pedagogia:
teoria e prática (1954) de Antônio D’Avila. 2007. 165 f. Dissertação
(Mestrado em Educação)Faculdade de Filosofia e Ciências,
Universidade Estadual Paulista, Marília, 2003.
UNIÃO dos professores primarios de Presidente Prudente. O Imparcial,
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VIDAL, Diana Gonçalves; BONTEMPI JÚNIOR, Bruno;
SALVADORI, Maria Angela Borges. Tempos pretéritos e escolhas de
futuro: a Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e a
formação docente. Educação e realidade, Porto Alegre, v. 41, n. especial,
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VIDAL, Diana Gonçalves. No interior da sala de aula: ensaio sobre
cultura e prática escolares. Currículo sem Fronteiras, v. 9, n. 1, p. 25-41,
jan./jun. 2009.
VISITA Oficial do Govêrno do Estado a Presidente Prudente. O
Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 11 set.1954.
VOTO de pesar pelo falecimento do jornalista Nestor Moreira Críticas
Severas à direção do Clube de Química interrompidos os Trabalhos por
falta de numero --Clube de. Instituto de Educação “Fernando Costa”. O
Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 8 jun.1954.
211
FONTES UTILIZADAS NA PESQUISA
_______ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ _______________ ____________ ___________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ _______________ ____________ ________
Fontes localizadas no arquivo permanente da Escola Estadual
“Fernando Costa” relacionadas ao extinto Instituto de Educação
“Fernando Costa”
ATAS
COLÉGIO ESTADUAL E INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
“FERNANDO COSTA”. Ata. Presidente Prudente, 1953-1955. 30 f.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Ata da
assembleia geral do órgão de cooperação escolar do Instituto de
Educação Fernando Costa de Presidente Prudente. Presidente Prudente,
10 jun. 1964. 6 f.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Atas
das sessões da Diretoria do Clube de química do Instituto de
Educação Fernando Costa, Presidente Prudente, 11 jun. 1956-
1964. 68 p.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Livro de
atas das reuniões da Associação de Pais e Mestres para o Curso
Primário anexo ao I.E. Estadual Fernando Costa. Presidente Prudente,
6 fev. 1971. 10 p.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Livro
de ata das reuniões “conselho de professores” (congregação).
Presidente Prudente, 30 abr. 1959-1966. 100 p.
212
DIVERSAS
I.E. FERNANDO COSTA. Planta do pavimento. [Presidente
Prudente], [19--]. 1 f.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Exames
finais de 1962: curso Primário anexo ao I.E.F.C. 3º ano série A.
[Presidente Prudente], 1962. [39 exames com 1 f. cada exame]
51
.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Inventário
Geral dos bens móveis do Instituto de Educação Fernando Costa
Presidente Prudente. Presidente Prudente, 25 ago. 1965. 7 p.
52
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Jubileu de
prata I.E. “Fernando Costa”. Presidente Prudente: 1941 a 1966.
Presidente Prudente: Reportagene Pachá, Pres. Prudente [1966]. [Álbum
de fotos]. 38 p.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Livro de
compromisso para o Curso Primário anexo ao I.E.E.N. Fernando
Costa. Presidente Prudente, 20 set. 1953. 53 p.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Livro de
correspondência: curso primário anexo ao I.E. Fernando Costa:
funcionários e alunos do Instituto de Educação. Presidente Prudente, 2
mar. 1953-1969. 100 p.
53
.
51
Apesar de ter localizado 39 exames, ressalta-se que se referem ao mesmo modelo de avaliação, sendo alterados
somente os nomes dos alunos que realizaram os exames.
52
Nessa fonte, há elementos dos espaços internos do Instituto de Educação “Fernando Costa” e os “bens móveis”
de cada espaço, incluindo o estado desses bens (todos os materiais foram descritos como “bom” estado) a
quantidade e o valor. Apesar de ter localizado mais dois inventários, selecionou-se esse, por estar registrado os
móveis de cada espaço interno do instituto, ou seja, com esse inventário é possível reconstituir indícios da
organização dos espaços do INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “Fernando Costa”.
53
Há o resumo das correspondências emitidas pelos funcionários do instituto em questão, seguido da data. Têm-
se também correspondências emitidas para o Secretário da Educação do período mencionado.
213
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Registro de
penalidades. [Presidente Prudente], 1953-1976. 119 p.
54
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “FERNANDO COSTA”. Têrmo de
visita do inspetor estadual. [Presidente Prudente], 14 mar. 1960-1983.
100 p.
55
Números do jornal O Imparcial relacionados ao Instituto de Educação
“Fernando Costa”
ANDRADE, Jayir. Ensino Secundário e Normal. O Imparcial,
Presidente Prudente, 15 jan. 1956. Coluna de Ensino, p. 3.
A REDISTRIBUIÇÃO da Rêde Física escolar gera os primeiros protestos
em Presidente Prudente. Presidente Prudente. O Imparcial, Presidente
Prudente, p. 1, 3 dez. 1975b.
A REDISTRIBUIÇÃO da rede física escolar segundo as
autoridades. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 3,19 dez. 1975c.
A REDISTRIBUIÇÃO da rêde física escolar, segundo o seu programa.
Presidente Prudente. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 15, 27
nov.1975a.
BIBLIOTECA especializada do Clube de Quimica. O Imparcial,
Presidente Prudente, p. 1, 1 out.1957.
CANDIDATA a rainha do algodão. O Imparcial, Presidente Prudente,
p. 1, 17 jun.1956.
54
Há registros de punições sofridas pelos alunos do INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “Fernando Costa” que
não cumpriram as normas da instituição, em seguida, os registros são assinados por esses alunos.
55
Há registros de relatos da visita do Inspetor Escolar e recomendações efetuadas nessas visitas.
214
CARDOSO, Antônio Ruy. Das atribuições de classes. O Imparcial,
Presidente Prudente, p. 9, 24 jun.1956.
CARVALHO, Waldermir Bittencourt. Instituto de Educação “Fernando
Costa”. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 3, 23 abr.1954.
CLUBE de Quimica do Instituto de Educação Dr. Fernando Costa. O
Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 14 set.1957.
CONCENTRAÇÃO de professores em Marilia. O Imparcial, Presidente
Prudente, p. 7, 19 set. 1975.
CONCLUSÃO do prédio da Escola Normal. O Imparcial, Presidente
Prudente, p. 1, 27 ago.1953.
CONDIGNAMENTE comemorado o Dia do Professor- Instituida a
‘Semana São Paulina’- A conferencia do Dr. José Geraldo Vieira
Inaugurações e solenidades importantes-Outros Fatos. O Imparcial,
Presidente Prudente, p. 1, 19 out.1955.
CR$ 20.000,00 AO CLUBE de Quimica. O Imparcial, Presidente
Prudente, p. 3 e 12, 1 jul.1957.
DADOS Historicos sobre a criação do Ginásio do Estado para Presidente
Prudente. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 4, 14 set.1957.
EDUCAÇÃO. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 3, 26 jun.1954.
EMPOLGA a cidade o concurso para a escolha da rainha do algodão. O
Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 1 jul.1956.
ENTREGA de diplomas às quartas séries do Instituto de Educação “Dr.
Fernando Costa”. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 5 jan. 1954.
215
ESTADO redistribui a rêde escolar. O Imparcial, Presidente Prudente,
p. 3, 20 jul. 1975.
EXPLICAÇÕES da diretoria do clube de sociologia sobre uma hipotética
atitude condenavel. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 1 set. 1957.
EXPOSIÇÃO de Aeromodelismo no Instituto de Educação Fernando
Costa”. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 7 out.1956.
FESTA de encerramento do ano letivo. O Imparcial, Presidente
Prudente, p. 5, 19 out.1956.
INSTITUTO de Educação “Fernando Costa” de Presidente Prudente:
Resultados finais dos Exames de Admissão à 1ª Série Ginasial (1.a época-
Dezembro de 1953). O Imparcial, Presidente Prudente, p. 3, 28
jan.1954.
INSTITUTO de Educação Fernando Costa. O Imparcial, Presidente
Prudente, p. 3, 7 dez.1956.
INSTITUTO de Educação. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 27
ago.1953.
MARQUES, Lucio de Carvalho. Exame de admissão da noite: edital. O
Imparcial, Presidente Prudente, 26 jan.1956. Coluna de Ensino, p. 3.
NOVOS protestos contra a redistribuição da Rede Física escolar no
Estado. Presidente Prudente. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 11
dez. 1975.
O COLEGIO. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 2, 13 set. 1953.
216
OLIVEIRA, Manoel Barbosa de. Função educativa da Escola Primária.
O Imparcial, Presidente Prudente, 25 jan.1955. Coluna de Ensino, p. 3.
PEIXOTO, Helena Lustri. Aniversario o “Instituto de Educação”. O
Imparcial, Presidente Prudente, 23 abr. 1954c. Coluna de Ensino, p. 3.
PEIXOTO, Helena Lustri. Bandeira do Instituto de Educação. O
Imparcial, Presidente Prudente, 12 jun. 1956e. Coluna de Ensino, p. 3.
PEIXOTO, Helena Lustri. Campanha Pró-Laboratório do Instituto de
Educação ‘Fernando Costa’: livro de ouro”. O Imparcial, Presidente
Prudente, 7 dez. 1954d. Coluna de Ensino, p. 3.
PEIXOTO, Helena Lustri. Clube de Química: grande excursão a Mogi
das Cruzes. O Imparcial, Presidente Prudente, 8 abr.1954b. Coluna de
Ensino, p. 3.
PEIXOTO, Helena Lustri. Construção de calçada no prédio do Instituto
de Educação‘Fernando Costa’. O Imparcial, Presidente Prudente, 24
maio 1956c. Coluna de Ensino, p. 3.
PEIXOTO, Helena Lustri. Curso Clássico no Instituto de Educação
‘Fernando Costa. O Imparcial, Presidente Prudente, 21 jan. 1956a.
Coluna de Ensino, p. 3.
PEIXOTO, Helena Lustri. Eleição da nova diretoria do Clube de
Química. O Imparcial, Presidente Prudente, 2 abr.1954a. Coluna de
Ensino, p. 3.
PEIXOTO, Helena Lustri. Expontânea manifestação de apreço a
professôra primária. O Imparcial, Presidente Prudente, 29 maio 1956d.
Coluna de Ensino, p. 3.
217
PEIXOTO, Helena Lustri. Instituto de Educação Fernando costa-
Presidente Prudente- Edital: Ingresso ao Curso de Aperfeiçoamento. O
Imparcial, Presidente Prudente, 22 jan. 1956b. Coluna de Ensino, p. 3.
PEIXOTO, Helena Lustri. O Orgão de Cooperação Escola do Instituto
de Educação. O Imparcial, Presidente Prudente, 4 abr. 1957. Coluna de
Ensino, p. 1.
PEIXOTO, Helena Lustri. Professorandos do Instituto de Educação
“Fernando Costa. O Imparcial, Presidente Prudente, 23 dez. 1954e.
Coluna de Ensino, p. 3.
PEIXOTO, Helena Lustri. Questões para os exames ao ingresso nas
escolas normais e Instituto de Educação. O Imparcial, Presidente
Prudente, 18 jan. 1957. Coluna de Ensino, p. 3.
PEIXOTO, Helena Lustri. Transformação do Colégio do Estado em
Instituto de Educação. O Imparcial, Presidente Prudente, 10 maio 1953.
Coluna do Ensino, p. 6.
PROBLEMAS da Educação. O Imparcial, Presidente Prudente, p.5, 17
out. 1975.
PROFESSORES foram homenageados. O Imparcial, Presidente
Prudente, p. 6, 4 set.1973.
PROMOTORES das festividades juninas do Instituto de Educação
visitam O Imparcial. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 17
jun.1956.
PRUDENTE recepcionará o Secretário da Educação. O Imparcial,
Presidente Prudente, p. 1,17 set. 1975.
218
SÃO PAULO inicia a implantação da reforma do Ensino. O Imparcial,
Presidente Prudente, p. 7, 20 jul. 1975.
SECÇÃO Pedagogica. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 3, 8 abr.
1954.
SECRETÁRIO da Educação preside reunião esta manhã em Prudente.
O Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 18 set. 1975.
SELECIONADOS os cartazes dos estudantes. O Imparcial, Presidente
Prudente, p. 1, 11 set.1957.
SILVA, Alair. Classificação geral dos candidatos aprovados nos exames de
admissão nos periodos diurno e noturno, no Instituto de Educação
Fernando Costa desta cidade. O Imparcial, Presidente Prudente, 14
dez.1955a. Coluna de Ensino, p. 2.
SILVA, Alair. Prof. Justa Homenagem. O Imparcial, Presidente
Prudente, 14 dez.1955b. Coluna de Ensino, p. 3.
SOBRE os exames de admissão. O Imparcial, Presidente Prudente, p. 1,
6 out.1957.
SOLENIDADE da entrega de certificados às formandas do Curso de
Aperfeiçoamento do Instituto de Educação ‘Fernando Costa’. O
Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 4 jan.1955.
UNIÃO dos professores primarios de Presidente Prudente. O Imparcial,
Presidente Prudente, p. 1, 24 set.1957.
VISITA Oficial do Govêrno do Estado a Presidente Prudente. O
Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 11 set.1954.
219
VOTO de pesar pelo falecimento do jornalista Nestor Moreira Críticas
Severas à direção do Clube de Química interrompidos os Trabalhos por
falta de numero --Clube de. Instituto de Educação “Fernando Costa”. O
Imparcial, Presidente Prudente, p. 1, 8 jun.1954.
Legislação relacionada ao Instituto de Educação “Fernando Costa”
BRASIL. Lei n. 5692 de 11 de agosto de 1971. Fixa diretrizes e bases
para o ensino de 1º e 2º graus e dá outras providências. In: RAMA, Leslie
Maria José da Silva. Legislação do ensino: uma introdução ao seu estudo.
São Paulo: EPU, 1987. p. 127-144.
56
SÃO PAULO (Estado). Lei nº 2.032 de 24 de dezembro de 1952.
Dispõe sôbre aquisição de imóvel, por doação. Diário Oficial do Estado
de São Paulo, São Paulo, n.293, 1952. Seção III, p. 2.
SÃO PAULO (Estado). Lei n. 2337, de 20 de outubro de 1953.
Transforma a escola normal “Fernando Costa” de Presidente Prudente,
em Instituto de Educação “Fernando Costa”. Imprensa Oficial do
estado de São Paulo, 1953 (Coleção das Leis e Decretos do Estado de São
Paulo).
57
SÃO PAULO (Estado). Lei n. 5.058, de 23 dezembro de 1958. Dispõe
sobre a matcula no Curso de Administradores Escolares e dá outras
providências. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1958. (Coleção
das Leis e Decretos do Estado de São Paulo).
56
Essa Lei acessada, estava com as alterações introduzidas a partir da Lei nº 7.044/82 (RAMA, 1987).
57
Labegalini (2005) também reuniu essa legislação, a fim de não repetir a mesma referência, não apresentei a
seguir.
220
SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 5.884, de 21 de abril de 1933.
Código da Educão do Estado de São Paulo. Imprensa Oficial do
Estado de São Paulo, 1933. (Coleção das Leis e Decretos do Estado de
São Paulo).
SÃO PAULO (Estado). Decreto n. 7.400, de 30 de dezembro de 1975.
Estabelece a estrutura da rede oficial de ensino do Estado e
providências correlatas. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1975.
SÃO PAULO (Estado). Decreto n. 17698, de 26 de novembro de
1947. Aprova a Consolidação mandada elaborar pelo Decreto n. 17211,
de 13 de maio de 1947. São Paulo: LEX, 1947. (LEX – Coletânea de
Legislação).
SÃO PAULO (Estado). Decreto n. 40.185, de 30 de maio de 1962.
Dispõe sôbre transformação de Ginásio Estadual em Ginásio de
Aplicação. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, 1962a.
SÃO PAULO (Estado). Decreto n. 40.517, de 1º de agôsto de 1962.
Dispõe sôbre denominação de estabelecimento de ensino e dá outras
providências. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, 1962b.
SÃO PAULO (Estado). Lei n. 9865, de 9 de outubro de 1967. Plano
Estadual de Educação. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1967.
(Coleção das Leis e Decretos do Estado de São Paulo).
SÃO PAULO (Estado). Lei n. 10038, de 5 de fevereiro de 1968. Dispõe
sobre a organização do Sistema de Ensino do Estado de São Paulo.
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1968a. (Coleção das Leis e
Decretos do Estado de São Paulo).
221
SÃO PAULO (Estado). Lei n.10125, de 4 de junho de 1968. Institui o
Código de Educação do Estado de São Paulo. Imprensa Oficial do
Estado de São Paulo. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1968b.
(Coleção das Leis e Decretos do Estado de São Paulo).
223
INSTITUIÇÕES, ACERVOS, ARQUIVOS E BASES DE DADOS
ON-LINE CONSULTADOS
_______ ____________ ____________ _____________________ ____________ _______________ ____________ ____________ ____________ ______ ___________ ____________ _______________ ____________ ____________ _____________________ ____________ _______________ ____________ ___________ ____________ _______________ ____________ ____________ _______________ ____________ _______
INSTITUIÇÕES
Biblioteca Municipal de Garça/SP
Endereço: Avenida Doutor Rafael Paes de Barros 522, Centro, Garça/SP
Telefone: (14) 3471-1616
Câmara Municipal de Presidente Prudente/SP
Endereço: Avenida Coronel José Soares Marcondes 1200, Centro,
Presidente Prudente/SP
Telefone: (18) 2104-4300
Centro Cultural Matarazzo
Endereço: Rua Quintino Bocaiúva 749, Vila Marcondes, Presidente
Prudente/SP
Telefone: (18) 3226-3399
Escola Estadual “Fernando Costa”, local em que funcionou o Instituto de
Educação “Fernando Costa”.
Endereço: Avenida Washington Luiz, número 672, Centro, Presidente
Prudente/SP
Telefone: (18) 3221-2784
Escola Estadual “Monsenhor Bicudo”, local em que funcionou o
Instituto de Educação da cidade de Marília/SP
Endereço: Avenida Rio Branco 803, Sen. Salgado Filho, Marília/SP
Telefone: (14) 3413-0325
224
Museu e arquivo Histórico prefeito “Antônio Sandoval Netto”
Endereço: Rua João Gonçalves Foz, 2179, Jardim das Rosas, Presidente
Prudente/SP
Telefone: (18) 3223-9404
Museu Histórico e Pedagógico de Garça
Endereço: Rua Júlio Prestes 322, Willians, Garça/SP
Telefone: (14) 3406-1971
Museu Histórico e Pedagógico “Embaixador Hélio Antônio
Scarabôtollo”.
Endereço: Avenida Rio Branco 1383, Sen. Salgado Filho, Marília/SP
Telefone: (14) 99112-2311 152
ACERVOS E ARQUIVOS FÍSICOS
Acervo da biblioteca da Escola Estadual “Fernando Costa”, escola em que
funcionou o Instituto de Educação “Fernando Costa”.
Endereço: Avenida Washington Luiz, número 672, Centro, Presidente
Prudente/SP
Telefone: (18) 3221-2784
Acervo da biblioteca da Faculdade de Filosofia e Ciências da
Universidade Estadual Paulista- FFC- Unesp- Marília/SP
Endereço: Avenida Hygino Muzzi Filho Filho 377, Câmpus
Universitário, Marília/SP
Telefone: (14) 3402-1300
Acervo da biblioteca Municipal Dr. “Abelardo de Cerqueira César”,
localizada no Centro Cultural Matarazzo
Endereço: Quintino Bocaiúva 749, Vila Marcondes, Presidente
Prudente/SP
Telefone: (18) 3226-3399
225
Arquivo “Dr. Cerávolo”
Endereço: Rua João Gonçalves Foz, 2179, Jardim das Rosas, Presidente
Prudente/SP
Telefone: (18) 3223-9404
Arquivo permanente da Escola Estadual “Fernando Costa”, escola em
que funcionou o Instituto de Educação “Fernando Costa”.
Endereço: Avenida Washington Luiz, número 672, Centro, Presidente
Prudente/SP
Telefone: (18) 3221-2784
BASES DE DADOS DISPONÍVEIS ON-LINE:
Acervo da Biblioteca da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Disponível em: http://www.bco.ufscar.br/. Acesso em ago. 2015.
Banco de dados Bibliográficos da Usp Disponível em:
http://dedalus.usp.br/F/HI63E4CV8L7KHQVJAC2DYHAQF5Q2BU
PH59MR9EVJPAXFRU3XS4-
16190?RN=366070091&pds_handle=GUEST. Acesso em ago. 2015.
Base de dados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp)
Disponível em: http://www.al.sp.gov.br/.Acesso em ago. 2015.
Base de dados da Biblioteca da Universidade Estadual Paulista (UNESP)
- catálogo Athena. Disponível em:
http://www.athena.biblioteca.unesp.br/F?RN=336081732153. Acesso
em ago. 2015.
Base de dados da Biblioteca Pública Municipal “João Mesquita Valença”
– Disponível em: http://www1.marilia.sp.gov.br:3600/. Acesso em ago.
2015.
226
Base de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), Disponível em: http://www.periodicos.capes.gov.br/.
Acesso em ago. 2015.
Base de dados do Sistema de Bibliotecas da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp)
Disponível em: http://www.sbu.unicamp.br. Acesso em ago. 2015.
Biblioteca digital da Universidade Estadual de Campinas
Disponível em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/. Acesso em
ago. 2015.
Base de dados Scientifc Eletronic Library (Scielo)
Disponível em: http://www.scielo.br. Acesso em ago. 2015.
Embora tendo consultado essas instituições, acervos e base de dados,
destaco que nem sempre foi possível localizar informações relevantes para
a pesquisa.
227
S
OBRE A AUTORA
_______ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ _______________ ____________ ___________ _____
Aline de Novaes Conceição é doutoranda e mestra em
Educação; Especialista em Formação de Professores em Educação
Especial e Inclusiva e pedagoga pela Universidade Estadual Paulista
(Unesp) “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Marília/SP.
Psicopedagoga Institucional e Clínica pela Faculdade Iguaçu, Instituto
de Ensino, Capacitação e Pós-Graduação (Indep).
Professora, organizadora e autora de capítulos de livros,
artigos, trabalhos completos, resumos expandidos e simples, publicados
em anais de eventos científicos nacionais e internacionais da área de
educação. Tem experiência na área educacional, com ênfase na História
da Educação, atuando principalmente com os seguintes temas:
formação de professores, Educação Infantil e inclusão.
Pareceristas
_______ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ _______________ ____________
Este livro foi submetido ao Edital 01/2020 do Programa de Pós-
graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP, câmpus
de Marília e financiado pelo auxílio nº 0798/2018, Processo Nº
23038.000985/2018-89, Programa PROEX/CAPES. Contamos com o apoio
dos seguintes pareceristas que avaliaram as propostas recomendando a publicação.
Agradecemos a cada um pelo trabalho realizado:
Adriana Pastorello Buim Arena
Alessandra Arce Hai
Alexandre Filordi de Carvalho
Amanda Valiengo
Ana Crelia Dias
Ana Maria Esteves Bortolanza
Ana Maria Klein
Angélica Pall Oriani
Eliana Marques Zanata
Eliane Maria Vani Ortega
Fabiana de Cássia Rodrigues
Fernando Rodrigues de Oliveira
Francisco José Brabo Bezerra
Genivaldo de Souza Santos
Igor de Moraes Paim
Irineu Aliprando Tuim Viotto Filho
José Deribaldo Gomes dos Santos
Jussara Cristina Barboza Tortella
Lenir Maristela Silva
Livia Maria Turra Bassetto
Luciana Aparecida Nogueira da Cruz
Márcia Lopes Reis
Maria Rosa Rodrigues Martins de
Camargo
Marilene Proença Rebello de Souza
Mauro Castilho Gonçalves
Monica Abrantes Galindo
Nadja Hermann
Pedro Laudinor Goergen
Tânia Barbosa Martins
Tony Honorato
Comissão de Publicação de Livros do Edital 001/2020 do
Programa de Pós-Graduação em Educação
da Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP, campus de Marília
Graziela Zambão Abdian, Patricia Unger Raphael Bataglia,
Eduardo José Manzini e Rodrigo Pelloso Gelamo
SOBRE O LIVRO
Catalogação
André Sávio Craveiro Bueno CRB 8/8211
Normalização
Lívia Mendes Pereira
Capa e diagramação
Mariana da Rocha Corrêa Silva
Assessoria Técnica
Renato Geraldi
Oficina Universitária Laboratório Editorial
labeditorial.marilia@unesp.br
Formato
16X23cm
Tipologia
Adobe Garamond Pro
Papel
Polén soft 70g/m2 (miolo)
Cartão Supremo 250g/m2 (capa)
Acabamento
Grampeado e colado
Tiragem
100
ESPAÇO E LUGAR PRIVILEGIADO PARA
FORMAÇÃO DE PROFESSORES
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
“FERNANDO COSTA”
(1953-1975)
Aline de Novaes Conceição
Os Institutos de Educação eram instituições complexas, cujo eixo cen-
tral era a formação de professores articulada com vários níveis de en-
sino que funcionavam nos próprios institutos. Neste livro, Aline de
Novaes Conceição reconstitui elementos de uma história do Institu-
to de Educação “Fernando Costa”, que funcionou de 1953 a 1975, en-
focando a instalação, encerramento e as vivências dos sujeitos da insti-
tuição, ou seja, alunos, familiares, professores, diretores e supervisores.
A autora explica que a instituição pesquisada foi recebida positivamente pelos
habitantes da cidade e o encerramento causou indignação e manifestações
contrárias. O Instituto de Educação “Fernando Costa”, funcionou buscando
um diálogo com a localidade, tendo a formação dos professores sido reali-
zada articulando com a prática vivenciada pelos sujeitos no Curso Primário
Anexo, no Ensino Secundário e no Curso Colegial, sendo esse instituto um
espaço privilegiado para a formação de professores, cujos cursos localizados
nesse espaço, tinham conitos que envolviam diretores, professores e alunos.
Segundo Magalhães no livro
Tecendo nexos: história das instituições
educativas, há a necessidade de pesqui-
sas sobre processos e instituições edu-
cativas, centralmente, as escolares, em
que sejam cruzadas as informações ad-
vindas de fontes internas e externas des-
ses processos e instituições, em busca de
histórias que sejam problematizantes e
que integrem os âmbitos normativos,
teóricos e as práticas educativas, enfo-
cadas nas relações entre cada institui-
ção e processo educativo/escolar. Essa
formulação de Magalhães remete a his-
tória das instituições relacionadas com
o processo educacional para espaços e
lugares constitutivos e constituintes de
especicidades próprias, reveladores
da historicidade humana, na produção
de processos para a própria existência.
Nessa perspectiva, neste livro
são apresentados resultados de pesqui-
sa minuciosa e rigorosa, característi-
cas próprias da postura de sua autora,
a professora e pesquisadora Aline de
Novaes Conceição, e a partir das quais
suas trajetórias prossional e acadêmi-
ca têm sido constituídas. Inicialmente
apresentados mediante dissertação de
mestrado intitulada O Instituto de Edu-
cação de Presidente Prudente/SP (1953-
1975): elementos para a História de uma
instituição escolar (2017), tais resultados
são decorrentes de análises de dados e
informações de fontes primárias, sis-
tematizados em ricos instrumentos de
pesquisas, os quais são, generosamen-
te, ofertados pela autora em apêndices.
Recuperado dentre os demais
Institutos de Educação formadores de
professores, o Instituto de Educação
“Fernando Costa” (1953-1975), da
cidade de Presidente Prudente/SP, é
“dado a ler” neste livro em suas especi-
cidades arquitetônicas e de seus sujei-
tos, aspectos reveladores desse espaço
e de seu “lugar” privilegiado, “desbra-
vador” e constituído em diálogo com
sua comunidade, como desejado pelos
habitantes da cidade que o acolheu.
Aos pesquisadores de e sobre
história das instituições escolares, segue
mais este livro de referência e, portan-
to, os nossos agradecimentos à autora.
Programa PROEX/CAPES:
Auxílio Nº 0798/2018
Processo Nº 23038.000985/2018-89
ESPAÇO E LUGAR PRIVILEGIADO PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Aline Conceição
ROSANE MICHELLI DE CASTRO