Bibliotecas e Hibridez
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Sendo as competências e atividades cognitivas próprias
do sujeito cognoscente e desenvolvidas por meio da atividade
cerebral deste. Ao mesmo tempo, as competências “[...] só
podem desenvolver-se no seio de uma cultura que produziu,
conservou, transmitiu uma linguagem, uma lógica, um capital
de saberes, [e] critérios de verdade” (MORIN, 1999, p. 19).
Assim, todo acontecimento cognitivo
necessita da conjunção de processos
energéticos, elétricos, químicos, siológicos,
cerebrais, existenciais, psicológicos,
culturais, linguísticos, lógicos, ideais,
individuais, coletivos, pessoais, transpessoais
e impessoais, que encaixam uns nos outros.
O conhecimento é, portanto, um fenômeno
multidimensional, de maneira inseparável,
simultaneamente físico, biológico, cerebral,
mental, psicológico, cultural, social. (MORIN,
1999, p. 18).
De acordo com Burke (2016), o conhecimento se
constitui em objeto e objetivo de diferentes disciplinas tais como
História, Sociologia, Antropologia, Arqueologia, Economia,
Geograa, Política, Direito, História da Ciência, Filosoa,
Ciências Cognitivas e, ainda, estudos de comunidades
que extrapolam disciplinas acadêmicas como arquivistas,
bibliotecários e curadores de museus. Burke (2003, p. 11)
arma que “[...] lósofos concordam com os economistas e
com os sociólogos em denir nosso próprio tempo em termos
de sua relação com o conhecimento”.
No que tange a perceber o impacto do fenômeno
multidimensional conhecimento no contexto de SNI e, de
modo mais genérico, de sistemas produtivos, Gorz (2005, p.
30) defende que
O conhecimento, diferentemente do trabalho
social geral, é impossível de traduzir e de